O Evangelho a Luz Do Cosmos

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    O Evangelho Luz Do Cosmo Herclio Maes Ramats

    RAMATS

    O Evangelho

    Luz do CosmoObra medinica ditada pelo esprito Ramats

    ao mdium Herclio Maes

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    O Evangelho Luz Do Cosmo

    Se na beleza irretocvel dos ensinos e parbolas de Jesus nadapode ser acrescido ou alterado, contudo, hoje pode ser feita a leituramais esotrica deles, e percebido o seu sentido interno e oculto, quedurante sculos permaneceu velado conscincia comum dahumanidade. o objetivo da presente obra de Ramats, que desvenda adimenso secreta e csmica das histrias singelas do Mestre Nazareno.

    A evoluo mental do terrcola, atualmente, j permite desvelaressa realidade mais profunda do Evangelho, que a de se constituiruma sntese das leis csmicas, ou a "miniatura do metabolismo doprprio Criador".

    Neste obra de cunho inicitico, mas na linguagem cristalina eacessvel caracterstica de Ramats, o leitor encontrar, alm da interpretao mais profunda eesotrica dos preceitos evanglicos, um estudo fascinante dos temas "Deus" e "Evoluo", tratadoscom a profundidade e clareza tpicos do velho mestre da Grcia antiga.

    Uma das obras mais atraentes de Ramats, que ir conquist-lo para o rol de seus milharesde leitores.

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    Herclio Maes

    Herclio Maes, mdium de Ramats, nasceu e viveuem Curitiba, Paran, por 80 anos (1913-1993). Completoutrs anos do curso de Medicina, que interrompeu por razesde sade, vindo a formar-se posteriormente em Direito,profisso que exerceu paralelamente de Contador.

    Aos 30 anos, aps ver aflorar sua mediunidade, tevecontato com Ramats. com o qual possua laos espirituais de remotas eras. Ciente docompromisso de trabalho assumido antes de seu reencarne, passou a psicografar atravs damediunidade intuitiva a srie de obras de Ramats, que abrange temas inditos e despertadores, defcil receptividade ao leitor por apresentar. de maneira acessvel, o conhecimento iniciticomilenar.

    Universalista e estudioso das mais diversas correntes espiritualistas, Herclio Maes foimaon, rosacruz e teosofista. Paralelamente tarefa de psicografia, foi mdium receitista de raraeficincia. Atravs da Radiestesia, em que era perito, atendia com o receiturio homeopticogratuito centenas de enfermos por semana em um pequeno centro esprita de Curitiba. S aceitava,

    via de regra, pacientes desenganados da Medicina; os mais necessitados saam com a prpriamedicao fornecida por ele.

    A legio de casos complexos, exticos e "incurveis" resolvidos com assistncia de umaequipe de mdicos do espao nunca foi mencionada por Herclio, cujo trao marcante detemperamento e de vida era a simplicidade. Caracterizava-se pela ndole generosa e a singelezaespiritual com que acolhia a todos e encantava auditrios nas palestras que mesclavamconhecimento transcendental e permanente bom-humor.

    Deixou neste plano a esposa, D Eleonora Maes, companheira de todas as tarefas, trs filhos(Iara, Zlia e Mauro) e vrios netos.

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    MINHA HOMENAGEM

    Ao confrade Antnio Plnio da Silva Alvimdevotado trabalhador da seara espiritualista efundador da "Sociedade Esprita Ramatis",distribuidora de incalculveis benefcios de ordemmaterial e espiritual para todos os necessitados,independentemente de credos e raas, dedico estaobra cumprindo um preito de gratido e sincera

    afeio fraterna.

    Curitiba, 9 de junho de 1974

    AGRADECIMENTO

    No poderia deixar de assinalar no prticodesta obra o meu sincero reconhecimento ao amigo econfrade, dr. Brenno Trautwein, mdico psiquiatra,devotado estudioso dos fenmenos medinicos e dasleis da vida espiritual, a cujo talento, conhecimento eacervo de valiosas experincias, devo a reviso e oajuste desta obra.

    Curitiba,9 de junho de 1974

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    OBRAS DE RAMATIS .

    1. A vida no planeta marte Herclio Mes 1955 Ramatis Freitas Bastos2. Mensagens do astral Herclio Mes 1956 Ramatis Conhecimento3. A vida alem da sepultura Herclio Mes 1957 Ramatis Conhecimento

    4. A sobrevivncia do Esprito Herclio Mes 1958 Ramatis Conhecimento5. Fisiologia da alma Herclio Mes 1959 Ramatis Conhecimento6. Mediunismo Herclio Mes 1960 Ramatis Conhecimento7. Mediunidade de cura Herclio Mes 1963 Ramatis Conhecimento8. O sublime peregrino Herclio Mes 1964 Ramatis Conhecimento9. Elucidaes do alm Herclio Mes 1964 Ramatis Conhecimento10. A misso do espiritismo Herclio Mes 1967 Ramatis Conhecimento11. Magia da redeno Herclio Mes 1967 Ramatis Conhecimento12. A vida humana e o esprito imortal Herclio Mes 1970 Ramatis Conhecimento13. O evangelho a luz do cosmo Herclio Mes 1974 Ramatis Conhecimento14. Sob a luz do espiritismo Herclio Mes 1999 Ramatis Conhecimento

    15. Mensagens do grande corao America Paoliello Marques ? Ramatis Conhecimento

    16. Evangelho , psicologia , ioga America Paoliello Marques ? Ramatis etc Freitas Bastos17. Jesus e a Jerusalm renovada America Paoliello Marques ? Ramatis Freitas Bastos18. Brasil , terra de promisso America Paoliello Marques ? Ramatis Freitas Bastos19. Viagem em torno do Eu America Paoliello Marques ? Ramatis Holus Publicaes

    20. Momentos de reflexo vol 1 Maria Margarida Liguori 1990 Ramatis Freitas Bastos21. Momentos de reflexo vol 2 Maria Margarida Liguori 1993 Ramatis Freitas Bastos22. Momentos de reflexo vol 3 Maria Margarida Liguori 1995 Ramatis Freitas Bastos23. O homem e a planeta terra Maria Margarida Liguori 1999 Ramatis Conhecimento24. O despertar da conscincia Maria Margarida Liguori 2000 Ramatis Conhecimento25. Jornada de Luz Maria Margarida Liguori 2001 Ramatis Freitas Bastos26. Em busca da Luz Interior Maria Margarida Liguori 2001 Ramatis Conhecimento

    27. Gotas de Luz Beatriz Bergamo 1996 Ramatis Srie Elucidaes

    28. As flores do oriente Marcio Godinho 2000 Ramatis Conhecimento

    29. O Astro Intruso Hur Than De Shidha 2009 Ramatis Internet

    30. Chama Crstica Norberto Peixoto 2000 Ramatis Conhecimento31. Samadhi Norberto Peixoto 2002 Ramatis Conhecimento

    32. Evoluo no Planeta Azul Norberto Peixoto 2003 Ramatis Conhecimento33. Jardim Orixs Norberto Peixoto 2004 Ramatis Conhecimento34. Vozes de Aruanda Norberto Peixoto 2005 Ramatis Conhecimento35. A misso da umbanda Norberto Peixoto 2006 Ramatis Conhecimento36. Dirio Medinico Norberto Peixoto 2009 Ramatis Conhecimento37. Umbanda P no cho Norberto Peixoto 2009 Ramatis Conhecimento

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    ndice

    Invocao s Falanges do Bem................................................ 7Invocao s Falanges do Bem................................................ 8

    A regra urea .............................................................................. 9

    Orao ........................................................................................ 10

    Prefcio ...................................................................................... 11Prembulo .................................................................................. 13

    Captulo 1Deus ........................................................................................... 29Captulo 2Evoluo .................................................................................... 55Captulo 3O Evangelho a Lei do Cosmo ................................................. 78Captulo 4O Cdigo Moral do Evangelho .................................................. 82Captulo 5A Cincia e a F do Evangelho .................................................. 89Captulo 6Jesus e as Suas Parbolas ........................................................... 95Captulo 7O Semeador................................................................................. 101Captulo 8"Ningum vai ao Pai a no ser por mim" ................................... 109Captulo 9"Meu reino no deste mundo" ................................................. 125Captulo 10"No se pode servir a Deus e a Mamon"..................................... 133Captulo 11"Cada um ser julgado segundo as suas obras" .......................... 145Captulo 12"Com o juzo com que julgardes, sereis julgados; e com amedida com que medirdes, vos mediro tambm a vs"............. 161Captulo 13"Sede perfeitos" ........................................................................... 168Captulo 14"Ningum poder ver o reino de Deus, se no nascer de novo" .. 175Captulo 15A "tnica nupcial" ........................................................................ 185Captulo 16

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    O trigo e o joio ............................................................................. 212

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    Invocao s Falanges do Bem

    Doce nome de Jesus,Doce nome de Maria,Enviai-nos vossa luzVossa paz e harmonia!

    Estrela azul de Dharma,

    Farol de nosso Dever!Libertai-nos do mau carma,Ensinai-nos a viver!

    Ante o smbolo amadoDo Tringulo e da Cruz,V-se o servo renovadoPor Ti, Mestre Jesus!

    Com os nossos irmos de MarteFaamos uma orao-.

    Que nos ensinem a arteDa Grande Harmonizao!

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    Invocao s Falanges do Bem

    Do ponto de Luz na mente de Deus,Flua luz s mentes dos homens,Desa luz terra.

    Do ponto de Amor no Corao de Deus,

    Flua amor aos coraes dos homens,Volte Cristo Terra.

    Do centro onde a Vontade de Deus conhecida,Guie o Propsito das pequenas vontades dos homens,O propsito a que os Mestres conhecem e servem.

    No centro a que chamamos a raa dos homens,Cumpra-se o plano de Amor e Luz,e mure-se a porta onde mora o mal.

    Que a Luz, o Amor e o Poderrestabeleam o Plano de Deus na Terra.

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    A regra urea

    Cristianismo..."Tudo quanto queres que os outros faam para ti faze-o tambm para eles..."

    Confucionismo"No faas aos outros aquilo que no queres que eles te faam."

    Budismo"De cinco maneiras um verdadeiro lder deve tratar seus amigos e dependentes: comgenerosidade, cortesia, benevolncia, dando o que deles espera receber e sendo to fielquanto sua prpria palavra."

    Hindusmo"No faas aos outros aquilo que, se a ti fosse feito, causar-te-ia dor."

    Islamismo"Ningum pode ser um crente at que ame o seu irmo como a si mesmo."

    Sikhismo"Julga aos outros como a ti mesmo julgas. Ento participars do Cu."

    Jainismo"Na felicidade e na infelicidade, na alegria e na dor, precisamos olhar todas ascriaturas assim como olhamos a ns mesmos."

    Zoroastrismo"A Natureza s amiga quando no fazemos aos outros nada que no sejabom para ns mesmos."

    Taosmo"Considera o lucro do teu vizinho como teu prprio e o seu prejuzo como setambm fosse teu."

    Judasmo"No faas ao teu semelhante aquilo que para ti mesmo doloroso."

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    Orao

    (Poema de Geoffrey Hodson)

    Eu no sou o meu corpo fsico,Eu no sou os desejos que o afetam,Eu sou a mente;Eu sou a Divina ChamaDentro do meu corao,Eterna, Antiga, Sem ComeoE Sem Fim!

    Mais radiante do que o Sol,Mais puro do que a Neve,Mais sutil do que o ter, o Esprito o EU,O Ser dentro do meu corao!

    -x-

    Eu sou esse Ser; esse Ser sou EU!

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    Prefcio

    Estimados leitores:

    Entregando-vos estas despretensiosas pginas de comunicaes transcendentais,Ramats no pretende acrescentar algo de novo ao sublime e inigualvel contedo doEvangelho, que capaz de transformar o homem em anjo, e foi plasmado ao vivo peloestoicismo, sacrifcio e fidelidade do Cristo-Jesus. Jamais algum poderia efetuar qualquercorreo ou adicionar, com xito, alguma interpolao pessoal ou histrica no munificentee imodificvel Evangelho, alis, o verdadeiro Cdigo de Ascenso e Evoluo Espiritual.Conforme diz o prprio Ramats: "Uma vrgula extrada ou inserida nesse compndio dequimismo divino, ensinado ao vivo por Jesus, seria o mesmo que tirar fora de prumo aparede da catedral secular".

    Mas existe uma grande diferena em acrescentar algo ao que disse Jesus, h doismil anos, no seu Evangelho, e o estudo sincero e mesmo apaixonante das razes que noslevam a saber por que Jesus disse to elevada mensagem. H ensejos para uma novaauscultao espiritual mais profunda dessa elucidao divina ao terrcola, inclusive a ilaomais esotrica dos motivos que foram ocultos na poca, mas atualmente podem seresclarecidos, entendidos e meditados no sculo XX. O homem moderno encontra-se maiscapacitado para ativar e movimentar o seu raciocnio sobre maior rea da Vida Imortal e,assim, possibilitado para uma apreciao mais ntima e perspicaz dos excelsos ensinos deJesus.

    Alm da mensagem espiritual sublime, que sob a vestimenta potica das parbolas edos conceitos evanglicos transcendentais, expe diretrizes morais para o espritoencarnado, ainda oculta-se uma realidade cientfica do Universo sintetizada no microcosmoda obra humana. O terrcola, apesar do seu primarismo e ignorncia tradicional sobre oEsprito Imortal, j se mostra mais sensvel e arguto para se aperceber das bases criativas ecientficas da Vida. capaz de compreender que o sublime e indestrutvel edifcio doEvangelho a miniatura das prprias leis que regem o Cosmo.

    Embora a nossa singela argumentao no possa realar, ainda mais, a belezafulgurante e eterna do Evangelho do Cristo-Jesus, insistimos, no entanto, em relembrar humanidade aflita e insensata, que ela ser destruda pelos seus prprios engenhos

    mortferos e pela ecloso indisciplinada de foras desintegradoras da vida humana, casoprossiga desdenhando a rota salvadora: "O Evangelho".

    As parbolas, os conceitos e as normas dele so autnticas condensaes das prprias leis csmicas do Universo. Jesus, muito alm de avanado psiclogo sideral,instrutor moral e mestre espiritual de vossa humanidade, tambm considerado o mais altondice de conhecimento e experincia cientfica atualmente no governo do vosso orbe. Soba singela poesia e o encanto comovente de suas parbolas, palpita o "microesquema" das

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    leis e dos princpios fundamentais do Cosmo, tanto quanto a energia eltrica de altavoltagem forneci da pela usina gradua-se, sensivelmente, para ajustar-se lmpada queilumina singelo aposento. H um ritmo, uma dinmica e cadncia incomum na exposioevanglica, que revelam aos espritos argutos essa miniatura da prpria legislao criativacsmica. As mesmas leis que regem o imensurvel metabolismo do Universo esto

    genialmente sintetizadas nos conceitos e nas parbolas inesquecveis de Jesus, assim comoa contextura gigantesca do carvalho miniaturiza-se potencialmente na pequenez da bolotaem crescimento.

    Atravs das palavras ternas e esperanosas do Cristo-Jesus flui a fora do prprioVerbo da Criao. Assim, o Evangelho no um tratado rgido de virtudes salvacionistas,nem apenas manual cvico de conduta espiritual; antes de tudo, o compndio das leis doaperfeioamento para a Vida Imortal e a metamorfose do homem ao anjo.

    O Evangelho, como o prprio nome indica, o "Caminho" que reconduz a criatura intimidade do Criador, e a integra na vivncia autntica das leis que so a manifestaoda "Verdade". Ela se conscientiza cada vez mais pela paulatina angelizao no eternometabolismo para a Vida Imortal. medida que o homem dilata a conscincia, pela suaincessante penetrao mais profunda na vida oculta espiritual, adquire melhor noo deexistir e pode abranger maior poro de Deus. um acontecimento real, porque aDivindade vibra na intimidade da criatura humana. Desde os tempos imemoriais, os magos,iniciados e sacerdotes esotricos apregoam incessantemente os preceitos de que o"macrocosmo" est no "microcosmo", e "o que est em cima est embaixo", paralelamenteao conceito do Gnesis, que diz: "O homem foi feito imagem de Deus".

    Por analogia, assim como um tomo em incessante expanso poderia desenvolveros seus elementos constituintes at se tornarem semelhantes aos astros de uma constelaoastronmica, o homem, "criado imagem de Deus", tambm usufrui da graa de poderexpandir-se e sintonizar-se maior rea do Criador. Sob a indefectvel beleza mstica emoral do Evangelho, oculta-se, ento, o cientificismo irrevogvel das leis maiores doUniverso e, por esse motivo, justifica-se o conceito esotrico de que "o reino de Deus estno prprio homem". A pulsao divina atua incessantemente na conscincia espiritual dohomem, desperta-lhe os fundamentos criativos da individualidade sem desvincular-se deDeus, e depois o liberta do jugo educativo da matria para integr-lo definitivamente na paze ventura eterna.

    Oxal o leitor compreenda que, nesta singela comunicao atravs de ummedianeiro humano, Ramatis s pretende servir e advertir que vale a pena o homem viverintegrado nos ensinamentos do Cristo-Jesus, porque tais preceitos de moral sideral aindaso a miniatura do metabolismo do prprio Criador do Universo.

    Curitiba, 8 de maro de 1974

    Navarana

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    Prembulo

    Meus Irmos:

    Paz e Amor.

    O cidado terrcola atinge o fim do segundo milnio, atirado crista das ondasturbilhonantes de uma civilizao eletrificada, servida por computadores e robs,deslumbrada pelo transplante de rgos e consagrada pela conquista da Lua. Mas,infelizmente, ela j no duvida de que se encontra beira de implacvel destruioprovocada pelos excessos de ambio, atesmo, orgulho e imoralidade. O homem moderno,

    exclusivamente preocupado com a sade e a eficincia do seu equipo orgnico, procuraextrair dele o mximo de gozo e prazeres ilusrios, embora ainda no saiba o que , deonde vem e para onde vai. Requinta-se no vestir, comer e divertir-se. Ativaepicuristicamente todos os desejos e vive as mais indisciplinadas emoes, porm semconseguir libertar-se do pelourinho das sensaes. Atravs de uma vivncia desnaturada esem qualquer controle sensorial, confundindo a explorao insensata do seu corpo carnalcom a autenticidade humana, o cidado terrcola vive submisso ao primarismo de umaexistncia fsica, sem qualquer identificao com o esprito imortal. Abusando damediocridade e transitoriedade dos prazeres carnais, ele caminha entontecido para otmulo, copiando o turista de aparelho fotogrfico a tiracolo, que fixa paisagens eedificaes desconhecidas, mas no promove qualquer renovao ntima.

    Graas tcnica avanada e cincia quase miraculosa, o homem terreno atinge, naatualidade, o mximo na explorao dos sentidos e emoes. Eufrico pelos requintesmodernos que lhe proporcionam o excesso de conforto e gozo material, atendendo-lhe asexigncias mais epicursticas do organismo, envaidece-se pela facilidade e rapidez com quese move entre os plos antpodas e as latitudes geogrficas mais distantes do seu orbe.Certo de que dispe de um poder incomum, ento olvida Deus e ironiza a ternuracomunicativa do apelo espiritual do Cristo-Jesus. Enriquece a viso com as paisagens maisexticas e usufrudas panoramicamente das aeronaves a jato; faz o seu desjejum emNewYork, almoa em Lisboa e ceia em Paris, mas, infelizmente, continua esttico emrelao prpria evoluo do seu esprito imortal.

    Graas aos recursos mgicos da televiso refletida pelos satlites em rbita, ohomem apercebe-se instantaneamente dos progressos da arte moderna, das recentesdescobertas cientficas, dos mais avanados conceitos de filosofia e potencializa o seucrebro pelas incessantes revelaes da ciberntica, enquanto ainda no sabe por queexiste. Paradoxalmente, requinta o meio externo onde vive, multiplicando conhecimentos einventos da vida transitria e no se liberta da condio de um fantoche preso aos cordisdo instinto.

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    Malgrado a era dos computadores e da conquista da Lua, alm da ebulio de idiase conceitos incomuns, que consagram gnios, filsofos e cientistas de alto gabarito, ohomem civilizado e orgulhoso do sculo XX ainda no se livrou do arcabouo rgido e brutal do troglodita. Movendose no cenrio do mundo atual, como cidado bem

    condicionado, em sua intimidade ainda grita o ser pr-histrico. Apesar do desesperadoesforo para adaptar-se s regras, convenes sociais e aos costumes que esquematizam avida civilizada, dois teros da humanidade terrcola tm agido de modo to cruel, cnico,brutal, desregrado, desonesto e imbecil, caractersticas que remontam a acontecimentosprprios do homem das cavernas.

    Embora o homem terrcola alardeie um senso de justia superior, incentive os maisavanados progressos de filosofia e psicologia em favor da higidez mental, detenha poderestcnico-cientficos que ultrapassam as faculdades mgicas das fadas e dos gnios deantanho, ele ainda no passa de um desventurado aougueiro, que talha e esfrangalha acarne humana nas charqueadas das lutas fratricidas, em defesa de retalhos de pano patritico e de limites de terra que s pertencem a Deus. Em sua insnia mental eprimarismo espiritual, o poder pblico, ento, arrebanha e seleciona os jovens mais sadios e perfeitos de sua ptria; depois os uniformiza e os submete a treinos especficos debelicosidade, e os envia para os matadouros das guerras carniceiras, onde eles decepammos, braos e ps, mutilam as orelhas, deformam as faces e vazam os olhos, desfigurandoa fisionomia que Deus modelou para refletir a sabedoria e a ternura da alma eterna.

    Em seguida s porfias sangrentas que massacram e esfrangalham, outros homensvestidos de branco acodem pressurosos, retomam os mutilados dos matadouros fratricidase, na tarefa piedosa e sacerdotal de "consertos ao vivo", ajustam-lhes braos, pernas emos, substituindo os autnticos por membros artificiais e genialmente eletrificados. Nosmais desgraados e vitimados pela cegueira, colocam-lhes olhos de vidro to perfeitos, queat parecem "vivos". E nos infelizes de carnes esfaceladas, ossos fraturados e nervoslesados, enxertam-lhes tecidos e retalhos extrados de partes menos visveis.

    Sem dvida, somente as criaturas ainda estigmatizadas pela era paleoltica serocapazes de praticar essa abominvel, insensata e cruel atividade enfermia de mobilizar amatria-prima humana mais perfeita e lan-la depois sob as bombas e metralhasfratricidas, transformando-a num molambo vivo e teratolgico para uma vivncia circenseno seio das metrpoles. Desfigurada propositadamente pelos imperativos de guerra, a"melhor" juventude de um povo transforma-se em farrapos vivos recauchutados pelamedicina. Na era pr-histrica, os monstros antediluvianos eram caados e destrudos pelostrogloditas espertos e corajosos. Hoje, os homens do sculo XX, malgrado a sua civilizaomilenria, o advento da ciberntica e do controle atmico, so caados e trituradosfacilmente sob as patas de ao dos monstros modernos, que vomitam fogo e chumbopulverizando infelizes criaturas. A vida humana civilizada ainda to insegura e precria,que basta um paranico fustigado por delrios messinicos acicatar as paixes belicosas deum povo, para logo aumentar o ndice demo grfico da populao mutilada e teralgicaresultante dos matadouros fratricidas. 1

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    1 - Evidentemente, Ramats refere-se aos tipos megalomanacos como Hitler, Mussolini eoutros, que arrastam os seus povos infelicidade humana.

    Mas, conforme as profecias bblicas anunciando o "Fim de Tempos", desde Isaas,Miquias, J, Malaquias, Daniel, Ezequiel, Joo Evangelista e o prprio Jesus, incluindo-se, tambm, os profetas modernos como Santa Odila, o Cura d'Ars, Catarina Emmerik, o

    campnio Maximino, o profeta de Maiena, Frau Silbiger, Paracelsus, Me Schipton eIzgur, at o famoso vidente que foi Nostradamus, cujos tempos j estais, vivendo, ahumanidade terrena encontra-se sob o mais grave e espinhoso exame de conduta espiritual.Dia a dia, conforme as profecias bblicas, a Administrao Sideral do orbe julga os "vivos"e os "mortos", isto , os encarnados e os desencarnados, promovendo dois grupos distintosde espritos. direita do Cristo, smbolo do Amor, sentar-se-o os bons, as ovelhas e otrigo, cujos espritos "herdaro a Terra" j higienizada e verticalizada, retomando emfuturas reencarnaes, a fim de apurarem nas cincias e nas artes a sua potencialidadedivina. esquerda, situar-se-o os dois teros de almas integradas pelos maus, lobos ou joio, os reprovados no "Juzo Final", e que devero emigrar para outro planeta, ondepossam recomear as lies negligenciadas, at alcanarem o grau de altrusmo elegvel

    para habitar mundos pacficos, sadios e venturosos. Os "esquerdistas" do Cristo compem-se de criaturas desregradas, perversas, avarentas, orgulhosas, egostas, tirnicas, luxuriosas,hipcritas e vingativas. Elas devero . encontrar no ambiente do mundo primrio, onde irohabitar, as condies eletivas para dar vazo s insnias, truculncia, maldade e violncia,com que costumavam agir na Terra. Sob a tcnica sideral de que os "semelhantes curam ossemelhantes", os exilados da Terra encontraro a cura espiritual sob o guante das mesmaspaixes, torpezas e vcios, de que tanto usam e abusam atualmente. No entanto, o "povo deDeus", que ser provado, como se prova o ferro e o ouro, ser constitudo pelas criaturaspacficas, amorosas e humildes, incapazes de albergarem qualquer desejo de pilhagem evingana. Embora ainda no sejam santificadas, integraro a falange dos "direitistas" doCristo pela sua boa inteno e esforo no caminho do Bem.

    Realmente, esses tipos de cidados adulterados pelos vcios, estigmatizados pelas paixes desenfreadas de uma civilizao cada vez mais epicurista, transformam-se empesado nus para os bem-intencionados. Cultores de doutrinas excntricas, negativistas esensualistas, que ironizam a meiguice e a humildade dos seguidores do Cristo, operamnegativamente no esquema evolutivo do planeta Terra e devem ser apartados das almas queainda confiam em Deus e na mensagem do Evangelho. uma conseqncia ecolgica,quando o excesso de ervas daninhas principia a impedir o desenvolvimento das plantasteis, que a melhor soluo para o jardineiro arranc-las e atir-las fora do jardimameaado, a fim de desafogar e proteger as espcies superiores.

    Em verdade, a atual civilizao terrena j atingiu alto grau na sua capacidadecriadora no manuseio das formas materiais e de modelos institucionais socioculturais, mas,ainda permanece espiritualmente imatura, em relao ao homem das cavernas. Os homensatuais mentalmente se assemelham a macacos soltos num palcio de cristal, de cuja belezano se apercebem e cujo objetivo ignoram, e se desajustaram da mata virgem e primitiva.Assim, devem ser devolvidos com urgncia ao ambiente amigo e afim da antiga vidaselvtica e de plena liberdade dos instintos inferiores. Impossibilitados de se adaptarem sresponsabilidades morais e aos objetivos de uma vida espiritual superior, a prpria lei

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    evolutiva os depe novamente no bero da civilizao. Os homens ainda so criaturastribais e com hbitos primrios, que requerem o seu mais breve retorno s cavernaspaleolticas, como fIlhos prdigos que regressam ao convvio da parentela hirsuta.

    visvel na humanidade atual o sintomtico movimento de retorno mental, em que

    dois teros de terrcolas retomam velhos hbitos, gostos e preferncias infantis eanacrnicas, confundindo instintividade com novidades. Pressentindo a impossibilidade deequilbrio e harmonia no seio da futura humanidade selecionada direita do Cristo, ento,s resta a esses retardatrios do progresso espiritual no trato da matria, o retornosaudosista idade da pedra, a cujo modo de vida esto intimamente ligados efamiliarizados. A sintonia mais flagrante desse primarismo, em que certa porcentagem dahumanidade terrcola parece ter atingido um limite de suas possibilidades evolutivas,verifica-se, pouco a pouco, em quase todas as atividades atuais, inclusive nas frmulas deexteriorizaes mentais, embora disfaradas com recursos e roupagens modernas. Acentua-se um mau gosto pelo berrante e grotesco, o culto incondicional linguagem escatolgica,e j se admite como novidade o "palavro", que antes era um direito de expresso apenasaos delinqentes ou sem qualquer educao. A poesia, literatura, cinematografia e o teatroso glorificados tambm com motivos fesceninos do sexo requintado; as pinturas rasantes,caricatas, primrias e entulhos de tintas berrantes extasiam os esnobes, malgrado elastrarem em sua base as garatujas infantis das grutas pr-histricas; a escultura moderna,apesar de sofismada mensagem simbolista esotrica ou pesquisa inusitada, lembra o mauaproveitamento de um leilo de saldos de matria-prima. A msica preferida dissonante ehistrica, sem melodia e inspirao, e seu fundo sonoro trai o ritmo selvagem, a gritaria dosrequebros musculares dos velhos caiaps e xavantes. Admite-se como autenticidade eestesia as prticas sexuais livres, enfraquecendo costumes e inferiorizando nveis sociais, oque pura libidinosidade, uma vez que ningum prega a exposio em pblico dasnecessidades fisiolgicas, o que tambm no deixaria de ser um culto pelo autntico. Astrosda TV e da cinematografia fazem confisses extemporneas e escandalosas, demonstrandosuas preferncias pervertidas e condenveis, que terminam consagradas pela imprensa epelo povo. a prpria figura do anticristo, modelada pela turba subvertida e licenciosa,que, ao expor em pblico as suas mazelas pecaminosas, lana um desafio e desforra-se damensagem de pureza e moral do Evangelho pregado por Jesus.

    A ndole primria do homem, que se requintou no progresso das formas materiais,mas estagnou quanto sua conscientizao espiritual, ento o conduz de retorno aos velhoshbitos, preferncias e costumes familiares ao seu estgio evolutivo. Assim, na era doevento dos automveis motorizados e velozes, j se fomenta o gosto e o fascnio pelascompeties de "calhambeques", ou ento, desportistas excntricos promovem excurses epasseios em bales estratosfricos, provavelmente saturados dos avies a jato. A bicicleta,a calea e o cavalo so "coqueluche" nas praias, piqueniques e excurses para o interior,que proporcionam um novo gozo s criaturas fatigadas do motor. Aps o surto debrinquedos e engenhocas eletrnicas, as crianas saturadas do automatismo que lhes priva oesprito criativo, voltam-se para os barcos a vela, diligncias do faroeste, soldadinhos dechumbo, bonecas de pano e artefatos de madeira. A prpria arquitetura, aps a febre"funcional", cresce em entusiasmo pelos projetos de edifcios, prdios, residncias e atestabelecimentos fabris, no velho estilo colonial e em breve, talvez, medieval. Asconstrues de aspecto macio, pouca janela e pouca porta, pouco ar e pouca luz, em

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    promiscuidade com os aparelhos de ar condicionado e eltricos, copiando os velhoslampies sertanejos, no s identificam o gosto primrio na mistura como traem osaudosismo das cavernas. Os mveis, em estilo cada vez mais decrescente, j identificamas preferncias estticas da poca de Dom Joo VI e Lus XV. At os ingnuos relgios decuco e figurinhas mveis, que marcam as horas, enfeitam cada vez mais os lares terrcolas,

    enquanto as antigas caixinhas de msica, de tanto sucesso nos sculos anteriores, so modanovamente saudadas com o entusiasmo das coisas novas. Assim, no tarda que a velhacitara, a harpa e o cravo devam liderar novamente as tertlias sociais noturnas, emsubstituio ao piano moderno quase eletrificado. Alis, acentua-se a antiga novidade das propagandas cinematogrficas em telas ao ar livre e nas fachadas dos prdios e,provavelmente, logo retomar o coreto para a audio da banda musical na praa pblica.

    Aps a leveza das vestes modernas, as criaturas voltam a estimar a roupa de couro,armao metlica, espartilhos e anquinhas. Surgem os sapatos crivados de pregos e taxasornamentais, que protegiam os cidados da Idade Mdia nas ruas mal caladas ouenlameadas, em perfeita afinidade com as cabeleiras e barbas hirsutas, que j configuramalgo do cidado pr-lustrico . Da o gosto primitivo pelos berloques e colares ostensivosde ferro, metal, loua e conchinhas do mar, cintures de couro e metal gravados, aneles depedras vulgares, mas cintilantes, em franca concorrncia com os velhos botocudos menosexcntricos. Sem dvida, entre os homens tambm no demora a impor-se a "nova moda"da palheta e do colete, enquanto as mulheres se entusiasmam pelas cabeleiras "Pompadour" e o "maquillage" que j fez sucesso no velho Egito, na Frana, Roma eGrcia nos tempos brbaros. E como "Fim de Tempos" poca dos extremos maiscontrastantes, as mulheres se vestem da cabea aos ps, na moda decretada peloscostureiros e, simultaneamente, depois se despem ostentando a nudez selvagem nas praiasamparadas por minsculos biqunis.

    Na verdade, a marcha retroativa para as cavernas reflete-se at nos conflitospopulares e no policiamento do mundo. Assim, sob o ataque de estudantes rebeldes earmados primariamente de paus, pedras e flechas, as polcias europias e asiticas j sedefendem protegidas por capacetes e escudos "la romana". Certas punies brbaras dopassado so retomadas pelos juristas modernos, como acontece na Nigria, Uganda e outrasunidades africanas e asiticas, as quais renovam suas leis antigas e cruis, como decepar asmos dos ladres, furar os olhos das testemunhas perjuras, castrar os delinqentes sexuaisou punir injustamente os parentes do criminoso. Talvez, por fora desse atavismo mentalpara a era paleoltica, que mdicos, advogados, magistrados, professores, psiclogos e atsacerdotes insistem pela restaurao da pena de morte, que foi extinta com o clamor de seruma punio brbara e intil.

    Sem dvida, a Terra est exausta de conduzir em seu bojo uma humanidade toferoz, sensual e imediatista, que, aps atingir o limite de sua prpria capacidade criadora,ento, se requinta na, febre de produzir armas atmicas genocidas e bombas incendirias,que ho de arrasar as prprias moradias. O planeta suspira para se livrar dessa cargademente e destruidora, que o transforma num palco de experincias ruinosas e ttrico'matadouro, que verte o sangue criativo para o solo e o transforma em poos de lquidorepugnante. Para preencher os seus dias educativos na matria, saltam dos seus leitos paramatar, destruir, pilhar, tiranizar e prostituir. Em conseqncia, Deus obrigado a selecionar

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    a atual safra humana, optando pela soluo mais sensata de exilar para outro orbe fsicoprimrio essa multido de almas psicopatolgicas, sdicas e masoquistas, que contrariam edesafiam a legislao divina.

    Assim, a Suprema Lei convocou a presena de todos os infratores e marginais

    encarnados e desencarnados, a fim de explicarem a sua ao lesiva no orbe terrqueo, e asua recusa em cumprir os princpios e os estatutos da vida superior. A humanidade terrcolaatinge o final do seu curso primrio iniciado h 28 mil anos, na Atlntida e, por essemotivo, se encontra no limiar da mais severa e aflitiva "prestao de contas" ante o tribunaldivino de sua prpria conscincia. Em face desse proftico "Fim de Tempos", que promoveo reajuste do planeta terreno e do homem seu habitante, o orbe ser credenciado condiode um futuro ginsio de educao espiritual, porm destinado to-somente aos espritosaprovados no atual" Juzo Final", j em franco processamento. Mas, considerando-se quetodo exame requer a matria ou um ponto sorteado para se verificar a capacidade dosexaminados, portanto, desde a poca de Jesus esse tema j foi anunciado por JooEvangelista, de modo cabalstico, e que no vos difcil de identificar como a "Besta doApocalipse".

    Sob o impacto ardente da fora telrica da carne ativada pelo erotismo animal, osregrados e limpos elevar-se-o acima dos apetites e dos vcios e sentimentos malsos toprprios da vida instintiva, enquanto sero reprovadas as criaturas submersas no lodo daspaixes violentas e desregradas, necessitadas do banho catrtico espiritual no caldo decultura de uma vida planetria, semelhante sua prpria freqncia vibratria instintiva.

    Oxal as pginas sedativas, amorosas e libertadoras do Evangelho do AmadoMestre Jesus ainda possam inspirar muitos terrcolas para sustar em tempo os seus passos beira do abismo, livrando-os da trgica imigrao para um mundo inferior, inspito eselvagem, onde a insnia, a brutalidade e crueldade justificam aquele conceito evanglico,que assim adverte atravs de Joo: "E aqueles que no se encontram no Livro do Cordeirosero lanados no tanque de enxofre e nas regies de uivos e ranger de dentes".

    Sob o invlucro exterior dessa advertncia atribuda ao Senhor, ento, se verificaque as criaturas sem as virtudes assinaladas no Evangelho do Cristo-Jesus sero exiladas para um mundo expiatrio simbolizado no "tanque de enxofre" , isto , um orbe toprimrio e selvtico, que sua vivncia cruel e violenta da animalidade indisciplinadaenquadra-se perfeitamente na descrio de uivos e ranger de dentes, que a manifestaocaracterstica da vida inferior.

    Curitiba, 30 de maro de 1974

    Ramats

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    Captulo 1

    Deus

    PERGUNTA: - Porventura, chegar o tempo em que o homem poderidentificar Deus com absoluta certeza e autenticidade, apesar de todos os insucessosdos investigadores humanos at hoje?

    RAMATS: - Jamais a criatura humana conseguir definir ou identificar,racionalmente, a Realidade Absoluta do Criador, embora ela seja tambm uma partculadivina. Caso o homem lograsse tal soluo, ento, ele tambm seria outro Deus para serdescoberto, descrito e identificado. Assim como as folhas no podem sentir ou representaro arvoredo, e as gotas de gua no conseguem descrever a natureza imensurvel do oceano,a parte tambm no pode definir o Todo, nem o criado o seu Criador. As clulas do homemjamais podero explicar os pensamentos, sentimentos e a verdadeira configurao do serhumano. S um outro Deus, alm ou semelhante ao que pretendemos demonstrar, quepoderia prov-lo.

    PERGUNTA: - Por que no podemos definir ou explicar o Criador,quando tambm somos uma partcula divina? No diz a Bblia que "o reino de Deusest no prprio homem"?

    RAMATS: - Deus, como a fonte original e incriada da Vida, preexiste antesde qualquer coisa ou ser; em conseqncia, jamais poderamos explicar aquilo que j existemuito antes e independente de ns existirmos. Se considerarmos Deus simbolizado por

    raios, que partem geometricamente de um centro e se perdem no infinito, a conscincia dohomem sempre a figura de uma esfera limitada sobre o centro desses raios. Assim,embora essa conscincia humana se amplie e se desenvolva incessantemente em todos ossentidos, em face de sua limitao relativa em cada fase, ela jamais alcanar os raiosinfinitos. 1

    PERGUNTA: - Mas se o reino de Deus est tambm no homem, por queno possumos o entendimento subjetivo da Realidade Divina? Embora criados "imagem de Deus", no temos nenhuma miniatura correta, alm de nosso espritoimperfeito e ignorante, para avaliarmos a natureza do Criador. Que dizeis?

    RAMATS: - Indubitavelmente, o reino do pinheiro est plasmado eesquematizado no seio do pinho, assim como a bolota tambm a imagem do futuro egigantesco carvalho. No entanto, s podereis avaliar e abranger a totalidade do pinheiro oudo carvalho depois que o pinho e a bolota so plantados na terrahumosa, e cumprem todo o processo da metamorfose vegetal.Atravs das foras ocultas que lhe dormitam na intimidade vegetal,ambos precisam evoluir, pouco a pouco, partindo da simples semente

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    pequena, limitada e pouco diferenciada na sua estrutura tecidual. Ativam e rompem a crostada velha semente para brotar, desabrochar, crescer e buscar as alturas at configurar emdefinitivo e majestoso arvoredo existente em potencialidade no embrio. Depois de asemente sofrer o processo de adaptao ao solo, nem sempre propcio, ela ainda deveconcentrar as foras ntimas no sentido de romper as membranas externas. Depois precisa

    sobrepor-se agressividade dos germens do meio onde se sepultou; resistir investida doquimismo txico da terra; sofrer a umidade infiltrativa em suas entranhas; cavar os sulcospara desenvolver-se; firmar as radculas para que o caule possa romper a superfcie da terra,em busca de oxignio e liberdade, onde vai enfrentar o ar glido do inverno ou o caloresturricante do vero; sobreviver chuva torrencial e curvar-se, humilde, investida dovento tormentoso. Ainda deve defender-se da agresso ferina dos insetos que lheexterminam os brotos imaturos; precisa renovar-se e persistir compondo a vestimenta novade ramos e folhas. H de investir sempre para o alto, malgrado a vizinhana da ervadaninha, enquanto as razes rebuscam no fundo do solo os elementos minerais para sedesenvolver. Apesar dos inmeros fatores agressivos do meio, a planta continua,atavicamente, a crescer sem poder desviar-se do esquema fundamental de compor, emdefinitivo, o majestoso arvoredo que aceitou a tarefa de plasmar no cenrio da prpria terra,malgrado tanta adversidade durante o seu desenvolvimento.

    Sem dvida, o reino de Deus est no homem, assim como a natureza do carvalhofuturo est na prpria bolota. No entanto, quanto de conscientizao o homem j realizouem si mesmo, no seu desenvolvimento espiritual, aps situar-se no seio da matria, a fim decompreender tanto de Deus, quanto tiver sido a sua amplitude alm da limitao humana?

    Considerando-se Deus, o Esprito Total Csmico, como "Chama" ou "Luz"infinitas, acima e alm do tempo e espao, obviamente, os espritos dos homens ou filhosde Deus sero apenas centelhas emanadas dessa eterna e infinita incognoscvel energia.

    PERGUNTA: - Se o homem um Deus em miniatura, ele no poderiaconjeturar em si mesmo a Realidade Divina?RAMATS: - O esprito do Criador permanece vitalizando a vida ntima de

    cada criatura, como se fosse o "pano de fundo" da conscincia do prprio homem. Assim, medida que o ser amplia essa conscincia esfrica no contato incessante e educativo com asformas dos mundos planetrios, ele tambm abrange maior rea divina e mais se apercebede Deus. Embora a semente possua em potencial as qualidades prprias do vegetal que irdesabrochar, quando as condies permitirem, ela no poderia definir completamente, porantecipao, o arvoredo planejado pelo seu cdigo especfico, salvo medida quedesabrocha e cresce, vencendo no ambiente a eterna luta pela vida at a sua realconfigurao.

    PERGUNTA: - Os ateus asseveram que Deus no existe; que o Universo apenas obra do acaso, talvez, produto de um acidente inexplicvel. Que dizeis?

    RAMATS: - Respeitamos a convico de cada homem. Contudo, crermos queo acaso, ou um incidente imprevisvel, possa produzir fenmenos e fatos inteligentes como a Vida no Universo, realmente um acaso ilgico. Um acidente no cria leis to sensatas,

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    lgicas e sbias, que tanto disciplinam de modo genial e correto o turbilho de eltrons emtorno do ncleo atmico, como tambm amparam e proporcionam racionalmente a coesodos astros suspensos no Cosmo e girando em volta dos centros solares. Ademais, todosesses astros movem-se em direo a um objetivo correto e til, com suas estruturasestveis, perfeitas e complexas, demonstrando um plano de inteligncia incomum e

    superior ao mais avanado ndice de intelecto humano. J dizia clebre filsofo persa: "SeDeus no fez o mundo, precisamos procurar com urgncia o responsvel por acontecimentoto sbio e lgico". 1

    1 - N. do R. - o cientista ingls Edmorst, em sutil e irnico conceito, assim se expressasobre a possibilidade de o acaso substituir Deus: "Se o acaso ou simples acidente pode criar fatosinteligentes, ento temos de admitir que, jogando uma bomba dentro de uma tipografia, dali podesurgir um dicionrio completo, como conseqncia desse acidente, embora sem qualquer plano ouinterferncia do tipgrafo".

    PERGUNTA: - Mas se no podemos identificar Deus, tambm de poucavalia mobilizarmos um estado de F absoluta e cega, que nos induz a crer naquilo queainda no temos certeza de existir. Que adianta afirmar-se que o reino de Deus estno homem, se o homem no sabe quem , ou como o seu Criador?

    RAMATS: - E qual seria a mudana do homem, caso ele pudesse descreversatisfatoriamente a forma e a essncia do seu Criador? Porventura as criaturas fariammodificaes instantneas e louvveis na vida, abdicando de interesses subalternos edignificando a experincia e as relaes humanas, s porque algum conseguiria descrevera Realidade Absoluta? Mas, evidentemente, esse desejo incessante de o homem conhecerou sintonizar-se com o Criador, que o impele e o estimula para a sua mais breve asceseespiritual.

    Enquanto a criatura ainda vibra num estado espiritual primrio, ela no se encontra

    preparada para entender Deus e a sua manifestao csmica. O esprito do homem precisaemancipar-se do instinto primitivo atravs do cultivo de valores divinos adormecidos noseu prprio "eu", se quiser principiar a entender a natureza real do Criador. Alm de ohomem superar a linhagem animal que lhe plasmou o organismo carnal na escala filogentica e realizar-se como ser espiritual integral, ele, ainda, precisa adquirir o estadoanglico para se libertar definitivamente da matria. E at que isso acontea, s lhe restauma atitude sensata e tranqila; procurar compreender os desgnios divinos atravs dorespeito e amor a todas as criaturas, manifestaes palpveis da Mente Criadora.

    evidente que o homem civilizado e esclarecido no duvida do evento cientfico dese iluminar uma cidade pela fora disciplinada da energia eltrica; mas o selvagem, em suamente infantil e supersticiosa, considera isso um mistrio sagrado. O poeta extasia-se ante a

    forma e as cores de uma rosa, que lhe encanta os olhos; e desse modo ele transforma abeleza floral em nova beleza potica. O sbio, no silncio do laboratrio e sem a visopanormica da flor, tambm se deslumbra e se comove, talvez, mais do que o poeta, aoidentificar a sabedoria oculta que combina os tomos em molculas, molculas em clulas,clulas em tecidos, tecidos em rgos, compondo perfeio e harmonia na pesquisa de umasimples flor. Emociona-se o poeta pela beleza exterior da rosa e vibra o sbio pelocientificismo que une e assegura contextura ntima floral. Da mesma forma, a criatura,tanto quanto a sua experincia, sabedoria, sensibilidade e evoluo, tambm h de ter uma

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    viso ou concepo de Deus mais fantasiosa ou mais prxima da realidade, mas sem nuncaatingir a soluo que lhe ultrapassa a capacidade mental.

    PERGUNTA: - Mas censurvel essa insatisfao e descrena do homem,

    quando ainda lhe faltam meios para definir ou compreender o prprio Deus?RAMATS: - Que importa a aflio do homem em no poder comprovar

    corretamente a realidade de Deus, quando atravs das leis e dos fenmenos inteligentes daNatureza ele pode inferir quanto existncia do Criador?

    A idia de Deus e a certeza de sua existncia so inatas no homem, porque ohomem um esprito, uma centelha de luz despertando e desenvolvendo-se, incessante econscientemente, no seio do Esprito Eterno do Criador. Segundo Jesus, "o reino de Deusest no homem" e, conforme assegura o Gnese, "O homem foi feito imagem de Deus".H alguns milnios os velhos mestres da espiritualidade, sediados no Oriente, j afirmavamque Deus o macrocosmo, o mundo grande, e o homem o microcosmo, o mundopequeno". Ademais, sempre corroboravam os seus ensinamentos incomuns explicando: "O

    que est em cima est embaixo", porque o tomo to-somente a miniatura perfeita de umagalxia pulsando no Cosmo.

    Em verdade, o homem sempre buscou Deus; os selvagens, embora ignorantes, jadoravam Tup, o deus do trovo e do raio, certos de que existia um poder superior divino,isto , alm do homem. Os atlantes, astecas e os egpcios adoravam o Sol, identificando noAstro Rei o centro da Vida Divina do Criador; os judeus louvavam Jeov, um Deusguerreiro e poderoso, que protegia a raa eleita; os catlicos devotavam a figura de umvelhinho de barbas brancas, que vivia nos Cus e distribua graas aos seus devotos,lanando no fogo do Inferno os hereges e pecadores.

    PERGUNTA: - Porventura, Deus no fruto de uma necessidadepsicolgica do homem? Essa idia da Divindade no se aprimora tanto quanto,tambm, progride e se aperfeioa a criatura no seu mundo material?

    RAMATS: - No h dvida de que a idia de Deus sempre evoluiu conforme oprogresso, entendimento e a cultura humana. Alis, grande a diferena entre a concepodivina do Tup dos selvagens e a crena na Suprema Inteligncia, que hoje os espritasadmitem sobre o Criador. Mas Deus no apenas uma idia e fruto das necessidadespsicolgicas humanas, que evoluiu conforme o prprio homem. Em verdade, medida quemais compreendemos a Vida, o nosso psiquismo tambm mais se apercebe da VerdadeCsmica. No apenas a luta para ser livre da matria, que nos far sentir Deus, mas o

    binmio "sentir" e "saber", que realmente desvenda o panorama do Infinito, pois liberdadesem sabedoria poder sem direo.

    PERGUNTA: - Basta a crena em Deus para o homem se salvar?RAMATS: - Somente crer em Deus no a vivncia em Deus. O homem que

    no desenvolve em si mesmo os atributos divinos, semelhante ao doente, que embora

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    creia no medicamento no segue a prescrio mdica, permanecendo o enfermo obstinado.Concebendo-se que Deus a Verdade Absoluta, a busca dessa Verdade indescritvel s possvel atravs da ampliao da miniatura divina, que todo ser possui em si mesmo.

    A simples crena do homem em julgar-se no caminho da Verdade pode atsignificar a negao dessa mesma Verdade, pois simplesmente crer em Deus no

    propriamente ach-Lo. Obviamente, se a Verdade ou Realidade desconhecida, tanto acrena como a descrena no proporcionam o encontro autntico de Deus. Comumente,essa crena no. uma auto-realizao, mas apenas uma simples projeo do prprioindivduo no desconhecido. Como a crena traz no seu bojo uma recompensa extramaterial,milhes de criaturas tm na crena um motivo para viver mais confiantes e esperanosasgarantindo uma salvao, caso exista alguma coisa aps a morte do corpo fsico. Semdvida, trata-se de um mercado de redeno, em que os crentes investem algumas aes naexpectativa dos dividendos da Divindade.

    As igrejas catlicas, os templos protestantes, os centros espritas, os terreiros deUmbanda, as lojas teosficas, os "tatwas" esotricos, os cultos rosa-cruzes e centenas deoutras instituies espiritualistas ficam repletos de crentes, fiis, discpulos ou associados,que ali cultuam certos postulados simpticos e afins a uma idia especfica de Deus. Noentanto, as criaturas condicionadas a essa crena sistemtica e "estandardizada" nomodificam o seu "eu" inferior, nem incorporam os valores incomuns do "eu" superiordivino. Provavelmente, ignoram que isto conquista individual atravs do estudo, pelaabnegao, servio ao prximo e, sobretudo, ao independente de qualquer interesseegotista.

    PERGUNTA: - Que podereis dizer-nos de mais explicativo, quanto a essacondio de o homem crer, mas no achar Deus?

    RAMATS: - Evidentemente, se os atributos essenciais do Criador constituem-se numa Verdade, a qual sintetiza o Amor, a Sabedoria e equilbrio infinitos, o homemdeve ativar em si mesmo tais princpios a fim de lograr mais proximidade com Deus. Poucoadianta o homem crer em Deus, caso ele no desenvolva em si mesmo os atributos divinos,os quais possui latentes no mago do seu esprito. A crena puramente intelectual eespeculativa torna-se um atributo dispensvel, caso no modifique a maneira de agir esentir. O centro psquico que sublima e sensibiliza o ser, embora seja o intelecto queplaneja atravs do poder mental, a afetividade que vitaliza o crescimento divino atravsdo Amor.

    A crena em Deus de pouca significao, no homem que ainda explora, maltrata,furta, destri e mata o prximo. No vlida a crena do rico, se, apesar de ele glorificarDeus, ainda homem astuto, avaro e egotista. Quem, sob a proteo da fortuna, especula a

    infelicidade alheia e junta moedas para si, cercado de comodidade, luxos, prazerescondenveis, olvidando seu irmo que geme de dor, treme de frio e exaure-se de fome, jamais corresponde crena em qualquer movimento religioso ou espiritualista. Noimporta se pela sua crena ele procura fortificar a f construindo igrejas, mobiliandotemplos, contribuindo com tmbolas, listas e iniciativas de caridade, o que, geralmente, fazpor medo de perder o cu. Porventura, suficiente o envio do cheque filantrpico para ainstituio espiritualista, manica, rosa-cruz, teosfica, esprita ou umbandista, queatendem ao Natal dos pobres para se justificar a crena em Deus?

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    PERGUNTA: - Seria prefervel a descrena, antes de o crente enganar-sea si mesmo?

    RAMATS: - Que importa o homem crer ou descrer, caso ele ainda no semodifique interiormente? No vosso mundo existem milhares e milhares de homens quecrem veementemente em Deus, freqentam templos e instituies espiritualistas, masvivem de maneira to censurvel, que desmentem frontalmente a posse dos atributos domesmo Criador, em que eles crem acreditar. So os ditadores cruis, ministros de estadocorruptos, parlamentares subservientes, magistrados interesseiros, governadoresdesonestos, comandantes desumanos, profissionais competentes, porm sem tica,religiosos fanticos, sacerdotes luxuriosos, industriais de frigorficos e matadouros,especuladores de casas de sade, fabricantes de armas fratricidas, polticos maquiavlicos,embora todos crentes, excessivamente crentes. No entanto, eles exercem uma ao einterferncia perniciosas nas vidas humanas, que justificam mais propriamente a existnciado famigerado Sat, em vez de uma entidade divina, cujos atributos so em absoluto Amor,

    Sabedoria, Bondade e Justia.Malgrado a crena em Deus e a filantropia em favor de igrejas e comunidades

    destas, eles planejam massacres sangrentos do povo vizinho indefeso, comandamexrcitos, flotilhas areas ou esquadras belicosas, que destroam vidas sem piedade;arrasam metrpoles com bombas nucleares; incendeiam campos, matas e pomares com oterrvel Napalm; incentivam dia e noite a produo de instrumentos de morte; denunciam,espionam e testemunham em falso at contra os chamados amigos j cados em desgraapblica ou poltica.

    Muitos deles fariam corar de vergonha o prprio Diabo lendrio, nessa hipcritacrena. H os que rezam compungidos, antes de cometer as suas patifarias e massacres; osque dobram os joelhos e pedem perdo por terem de cumprir o dever homicida de

    fuzilamento, em tempo de guerra ou de paz, devidamente oficializado pela lei da Besta. 2H os que abenoam armas e instrumentos de morte para os genocdios, matandoindiretamente crianas, mulheres e velhos indefesos; h os que chegam insensatez desubverter os atributos divinos e suplicar a Deus o amparo s suas hostes destruidoras e aosseus exrcitos guerreiros, a fim de aniquilarem os "inimigos", isto , outros povos, que porsua vez, tambm, fazem a mesma rogativa para o Criador proteg-los na chacinadestruidora.

    2 - N. do M. - Naturalmente, Ramats refere-se aos comandados de guerra ou pelotes defuzilamento, em que os responsveis repugnam matar o prximo, inimigo ou "condenado", talvezatemorizados pelo indiscutvel julgamento divino. Mas eles esquecem a recomendao evanglicado Mestre Jesus, que assim adverte qual deve ser o nosso comportamento em tal situao:"Aquele que der a vida por mim, ganha-la- por toda a eternidade". Em conseqncia, quem der avida pelo Cristo, que Amor, preferindo morrer antes que matar, ganhar a verdadeira vida doesprito por toda a Eternidade.

    Se os tcnicos do mundo fizessem uma estatstica honesta e autntica para verificarquais os homens que mais devastaram a face da Terra e contriburam para a misria edesdita humana, eles ficariam estarrecidos ao comprovarem que os religiosos fanticosforam justamente os mais demonacos destruidores da nossa prpria escola fsica de

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    educao espiritual. Em conseqncia, a crena em Deus pode ser to enfermia edevastadora, quando contraria e desmente os prprios atributos da Divindade, pelos crentesque ainda cultuam o dio, a ignorncia, maldade e injustia, que so opostos aos valoresdivinos do Amor, Sabedoria, Bondade e Justia. Considerando-se que 95 por cento dahumanidade terrcola cr em Deus, comprovando essa crena atravs de vrios movimentos

    espiritualistas e congregaes religiosas, evidente que toda maldade e destruio pelasguerras fratricidas so da responsabilidade desses 95 por cento de crentes. Ento seriaprefervel que os homens fossem quase todos ateus, porque, sendo descrentes, as suaspatifarias, ignomnias e perversidades seriam consideradas manifestaes normais danatureza inferior humana, em face de ignorarem a existncia das leis divinas que regem oCosmo, e emanadas do ser Supremo.

    Sobre a face da Terra, portanto, ficaria evidenciada uma notvel Verdade; ainfelicidade ainda pesaria no mundo, porque 95 por cento da sua populao era descrente ecorrupta, enquanto os crentes bons nada poderiam fazer por se tratar da minoria de 5 porcento.

    PERGUNTA: - Sois contrrio crena dos homens, s porque eles aindano podem viver integralmente o que percebem?

    RAMATS: - Compreender Deus exige do homem uma realizao interna debuscar sempre a sabedoria e o equilbrio psquico, e uma ao externa de renncia e serviofraterno a todos os seres da natureza. Somente assim ele comprova que realmente regidopela inspirao sublime de sua crena. Jamais haver autenticidade e fidelidade na crenado Amor de Deus, se o homem odiar, destruir, enganar e absorver-se num fanatismoseparatista.

    Os catlicos, protestantes, budistas, muulmanos, judeus, hindustas econfucionistas vivem separados, em vs iniciativas ecumnicas, que mais disfaram

    interesses particulares religiosos, sob o rtulo de universalidade. Mesmo os prpriosadventistas derivados do protestantismo ou de outras fontes religiosas, ainda conflitam-seentre si, em tolas especulaes das diferentes interpretaes pessoais de conceitos, qui,at de erros tipogrficos da Bblia. Assim, de uma nascente original como o Protestantismo,surgiram novas seitas que se propagam de modo agressivo e se clamam portadoras da"verdadeira Verdade". Eles se digladiam fanaticamente sob os rtulos de Batistas,Congregacionistas, Luteranos, Assemblias de Deus, Metodistas, Mrmons, Testemunhasde Jeov, Presbiterianos, Jesus dos ltimos Dias, Episcopais, Pentecostes ou Adventistasdo Stimo Dia.

    O Velho e o Novo Testamento tm produzido mais seitas, crenas diferentes efanticos perigosos, do que o bem que eles realmente deveriam produzir; em face da luta

    insana pela prerrogativa de. liderana e divulgao dos seus postulados, s vezes usadoscontra o prprio homem inversamente aos prprios ensinamentos do Cristo. No opomosqualquer protesto quanto necessidade de o homem crer para se renovar, crer para sehigienizar espiritualmente, crer para se aperceber do divino, crer para atender ao impulsontimo de comunho com Deus, na busca de ascese anglica. Mas ignomnia a crena quedivide homens e se transforma em fator de desavena, runa, dio e tragdia, com atoscensurveis que desmentem frontalmente os valores autnticos da espiritualidade, ante opredomnio dos instintos inferiores da animalidade. No se pode louvar uma crena em

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    Deus, quando isso leva os homens a se desgraarem em lutas antifraternas e religiosas, 3

    que aniquilam o prprio prazer espiritual de viver. Crer num Deus de Amor e Vida e depoisprovocar a morte do prximo por motivos de raa, cor, costumes ou religio; crer nabondade de Deus e depois praticar torturas, massacres e destruio de aldeias, povos ecidades, crime de lesa-majestade Divina. O crente que age de modo to censurvel e

    repelente nega a sua assimilao a qualquer postulado religioso de aspecto divino e,pecaminosamente, demonstra o seu atraso espiritual.

    3 Nota do Mdium - Corroborando os dizeres de Ramats, transcrevo, em seguida, otrecho inserido pelo jornal "Notcias Populares", de S. Paulo, com data de 28 de fevereiro de 1973,que assim informa: "Os filhos do dio, faco extremista do Catolicismo, na Irlanda do Norte,enfrentaram a tiros a polcia e as tropas britnicas, depois de praticarem uma srie de assaltos ede colocarem uma bomba numa garagem de Belfast Um porta-voz do exrcito britnico salientouque os mais jovens, meninos de nove e onze anos de idade, dispararam vrios tiros de fuzil contraos agentes da lei e os membros de uma patrulha militar, ocultos atrs de um matagal".

    PERGUNTA: - Mas se o homem foi feito imagem de Deus e possui em simesmo a miniatura do reino divino, no evidente que a sua maldade tambmcomprova a existncia da malignidade herdada de sua fonte divina, original ecriadora?

    RAMATS: - O mal to-somente uma condio transitria, de cujo reajustesempre resulta um benefcio futuro ao prprio autor. Mesmo sob a perversidade humanaque mata outro ser vivo, o criminoso s destri o "traje" carnal provisrio e subalterno davtima, sem atingir-lhe o esprito imortal. Assim, o princpio de causa e efeito proporcionauma nova existncia fsica para a vtima, ensejando-lhe mais proveito e compensao,porque foi perturbada no seu ciclo de evoluo espiritual. O homicida, sob a mesma leiretificadora, ento recolhido oficina do sofrimento, a fim de retificar o desvio mrbido,

    que o torna uma criatura ainda dominada pelas aes negativas. Depois ele retoma a mesmaestrada de aperfeioamento espiritual, prosseguindo de modo a. despertar os valores eternosda imortalidade e alcanar a sua prpria ventura.

    O mal ou o sofrimento so etapas do mesmo processo evolutivo, cuja ao transitria e tende sempre a um resultado superior. Poder-se-ia considerar que um mal aagressividade dos insetos, vermes e aves contra a planta na sua luta para crescer; noentanto, tudo isso no passa de elementos que interferem e obrigam o vegetal maiorconcentrao de energias ntimas na defesa, culminando no sucesso do seu prpriodesenvolvimento. O mal to-somente acidente na escalo nada evolutiva, a fase denegativa que perturba, mas se corrige, prejudica e depois compensa, e que desaparece tantoquanto o esprito firma a contextura definitiva de sua conscincia.

    Sob a lei de "cada um colhe o que semeia", todo mal pode causar dor e sofrimentopara o seu prprio autor, o que ento no injustia, porque a mesma lei compensa avtima. Contudo, disso resulta tambm a purificao do pecador e conseqente melhoria dequalidade espiritual. So considerados "atos malignos", porque eles causam prejuzos aoutrem; mas se a vtima ressarcida vantajosamente no curso de sua prpria imortalidade,ento desaparece o estigma detestvel do "mal", que compensado pelo "bem" mais brevea que faz jus pelo seu sofrimento. O mal que foi feito a Jesus, h dois mil anos, prosseguelibertando milhares e milhares de criaturas de todos os sofrimentos inimaginveis; o mofo

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    que resulta do mal do apodrecimento das substncias transformou-se na abenoadapenicilina, que restabeleceu a vida a incontvel nmero de enfermos desesperados. 4

    4 - Vide a obra "Magia de Redeno", em que Ramats demonstra o reajuste e a redenodo autor do prprio ato destrutivo ou perverso, quando apanhado pela Lei de Retificao Espiritual submetido ao processo purificador. Alis, o ditado de que o "feitio sempre se volta contra o

    feiticeiro" adverte de que o efeito maligno depois atinge o seu autor, mago ou feiticeiro, e o conduza melhorar o seu esprito pela prpria carga que recebe de retorno e movimentou em prejuzo doprximo.

    PERGUNTA: - Qual seria um exemplo de que nos prprios massacresguerreiros da humanidade ainda pode advir um bem desse mal to ignbil?

    RAMATS: - Os judeus que foram massacrados nos campos de concentraodos nazistas foram espritos que, sob o comando de Davi, nos tempos bblicos, praticaramtoda sorte de crimes, rapinas e tropelias contra os povos pagos amonitas e moabitas. Elesretardaram a ascese espiritual desses I?ovos ao destruir-lhes prematuramente os corpos, que

    ainda lhes proporcionavam o ensejo de aprendizado espiritual na matria. Os judeus entoestigmatizaram-se a si prprios pelo derramamento ignominioso do sangue dos irmos maisfracos e ignorantes, fazendo jus s correes crmicas futuras, que a Lei lhes imps nodecorrer de novas existncias carnais. Assim, o brbaro sofrimento que eles enfrentaram notrucidamento e nos fornos crematrios dos nazistas, limpou-lhes as manchas do perispritoenfermio, ensejando-lhes condies mais sedativas e agradveis na vivncia das prximasencarnaes educativas.

    Sem esse acontecimento purificador sob o guante dos nazistas, que em sua maioriaforam espritos vingativos daqueles mesmos pagos amonitas e moabitas, trucidados pelashostes de Davi, os hebreus teriam, ainda, de percorrer muitos milnios em marcha lenta efatigante, atravs das sendas normais da ascenso humana. 5 Graas ao recurso drstico e

    benfico da Lei do Carma, que ajusta a "ao" a igual e idntica "reao", os espritosdesses judeus aproximaram-se mais rapidamente de sua ventura espiritual, ante as dores e apurificao compulsria pela aparente maldade nazista nos campos de concentrao. Sob alei de que "os semelhantes curam os semelhantes", e sem qualquer desforra ou puniodivina, eles apenas foram submetidos teraputica eficiente e renovadora, emboradolorosa, que harmoniza fielmente o efeito prpria causa. Assim, na inconscincia daprtica do mal, o esprito do homem aprende a conscincia do prprio bem.

    5 - Nota do Mdium - A fim de verificarmos a perfeita sincronia da "ao" e "reao", que a colheita crmica dos judeus nos campos nazistas, e a semelhana das provas dolorosas queeles enfrentaram em coincidncia com crimes e crueldades praticadas contra os amonitas emoabitas sob o rei Davi, transcrevo da Bblia o trecho que assim descreve esse massacre bblico:"E trazendo Davi os seus moradores, os mandou serrar, e que passassem por cima deles carroasferradas; e que os fizessem em pedaos com cutelos; e os botassem em fornos de cozer tijolos;assim o fez com todas as cidades dos amonitas e moabitas; e voltou Davi e todo o exrcito paraJerusalm" (II Samuel, 12: 31). Alis, na obra de um judeu sobre o campo de concentrao deTreblinka, consta que muitos judeus tentando a fuga foram apanhados pelos tanques dos nazistas,morrendo despedaados a ponto de encharcarem as lagartas dos pesados veculos com o sanguea borrifar entre retalhos de coraes, intestinos, pulmes e ossos, revivendo, assim,carmicamente, quando no tempo de Davi "as carroas ferradas com pontas esmagavam ospagos".

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    PERGUNTA: - Gostaramos de algum exemplo mais concreto sobre oassunto.

    RAMATS: - Em todos os reinos da vida fsica, o sofrimento e .a dor socaractersticas fundamentais do aperfeioamento e embelezamento das formas e dos seres,

    sob a gide da justia verdadeira. Varia, no entanto, essa dor conforme a sensibilidade e opoder de comunicao daquilo que sofre com o mundo exterior. Assim, enquanto o mineralsofre silenciosamente a dor que se produz em suas entranhas adormecidas, o vegetal jestremece sob a ao externa, conforme hoje j se pode registrar graas aos modernosrecursos eletrnicos atravs de sensveis aparelhos. O animal, no entanto, exterioriza a dorem gemidos ou ais lancinantes, enquanto o homem, emotivo e racional, chega a dramatizaro seu burilamento doloroso em estrofes trgicas, novelas melodramticas ou epopiashericas.

    Mas a dor e o sofrimento indesejveis, embora estigmatizados pelo homem, somanifestaes implacveis que sublimam todos os produtos ou seres criados por Deus paraascensionar a estados e nveis siderais superiores. Sofre o ferro na fundio, a fim de lograr

    a qualidade superior do ao; sofrem os gros de trigo e de uva no torturante esmagamento,que depois os transforma na farinha para confeccionar o po nutritivo e o vinho generosodas mesas humanas. Sofre, ainda, o animal na muda, gestao e na competio agressivapela sobrevivncia no meio hostil, a fim de ajustar-se melhor espcie; sofre o homem nasua "dor humana", desde o seu renascer na matria e temperar-se no curso doloroso dasmolstias infantis, a fim de adquirir a resistncia para superar as enfermidades na faseadulta e despertar a sensibilidade do nvel da Vida Espiritual para, ento, predominar oAmor por toda a eternidade.

    PERGUNTA: - O progresso tcnico e cientfico do mundo no pode causarprejuzos e enfraquecer a crena ou a idia de Deus, quando a substituem cada vezmais por uma realidade palpvel, controlada pela prpria cincia do mundo?

    RAMATS: - O progresso do mundo sob o avano de cincias positivas elgicas, como fsica, biologia, gentica, qumica, astronomia, eletrnica e medicina, meritrio porque elimina mitos, crendices infantis, supersties e melodramas religiosos,ajudando o homem a distinguir e a separar o real fsico da fantasia improdutiva. evidenteque sob tal processo e investigao cairo por terra dogmas obsoletos, tabus religiosos eadoraes excntricas, em conseqncia do melhor ajuste do homem a uma vivncia cadavez mais autntica e com melhor percepo da realidade exata da Criao. O certo que aVerdade definitiva e imutvel expressa pelas prprias leis e princpios irrevogveis do

    Cosmo.As frmulas, os ritos, dogmas, smbolos, emblemas, talisms, mistrios ependuricalhos msticos ainda so conseqncias do primarismo espiritual do homem, quese utiliza de recursos e objetos fsicos prosaicos para traduzir o prprio sentimento religiosoque lhe inato na alma. So tentativas para simbolizar o esforo do homem primrio erelativo, e para ele se aperceber da autenticidade do Absoluto. Mas, tanto quanto o homemse espiritualiza, pelo amadurecimento e amplitude de sua conscincia, ele tambm melhoraa sua concepo sobre Deus e abrange maior rea da manifestao Divina. por isso que o

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    Cristo-Jesus j advertia em seu sublime cdigo evanglico: "Buscai a Verdade e ela vosfar livres".

    PERGUNTA: - Afirmam alguns cientistas, filsofos e psiclogos que a

    idia de Deus to-somente um recurso intelectivo e explicativo do homem para justificar a sua prpria vivncia humana. O Criador, ento, seria fruto de umanecessidade psquica da criatura, jamais uma realidade. Que dizeis?

    RAMATS: - evidente que, se o homem existe, tambm existe o Universoque lhe ampara a vida; e, se existe como efeito de uma realidade endossada pela mentehumana, h de existir, tambm, uma causa primordial que plasmou o Universo, como Deus. Pouco importa quanto concepo, suposio ou natureza dessa realidade divina; oevidente que Ele existe acima e alm da concepo infantil mitolgica ou da prpriapesquisa cientfica. Todo efeito deriva-se de uma origem ou causa e, afirma a prpriacincia, que no h "efeito sem causa". Assim, o pssego provm da semente de pssego, orio caudaloso origina-se de um modesto fio de gua da nascente pequenina, os astros

    procedem de certas nebulosas, que se materializam compondo as galxias estelares doUniverso. O homem uma entidade criada; conseqentemente e sob a premissa lgica deque o efeito tem causa, o homem o efeito criado de uma causa criante - Deus.

    A fim de satisfazer a sua mente, o homem no precisa pressupor a existncia deuma entidade fantasista chamada Deus. O apercebimento da existncia de Deus puraquesto de sensibilidade psquica, pois quando a criatura sente que existe comoindividualidade ou conscincia definida no seio do Cosmo, ela tambm sente no mago desi mesma a natureza divina e criadora do Pai. O homem no um ser esttico e produto deum acaso acidental, que aps comp-lo e cri-lo o abandonou, como efeito de uma causasem inteligncia e discernimento progressista. Mas uma entidade em incessanteelaborao, cuja linhagem inferior se apura e se eleva cada vez mais sobre a prpria espcie

    animal, que lhe fornece a vestimenta carnal. At onde parece no existir a vida e oprogresso, a Lei ali opera determinando estgios de energia, que depois eclodem em novoscampos de manifestaes salutares.

    Sob o esquema de que Deus est no prprio homem, o ser humano no precisa opordvida quanto existncia real do seu Criador. Basta-lhe um pouco de percepo psquicapara verificar, em si mesmo, que a vida macrocsmica aciona-lhe incessantemente a mentee o corao, objetivando estados mentais cada vez mais superiores e emoes qualitativasincomuns. A faculdade de o homem apreciar e sentir o seu prprio poder criador, quandopartindo do conhecimento comum da natureza ele ainda produz formas e aspectos maisbelos e coerentes, deveria ser suficiente para provar-lhe a existncia insofismvel de umafonte inteligente e conhecida, tradicionalmente, como Deus.

    Diante de uma rosa, o homem pode duvidar e at sofismar da existncia incontesteda roseira que lhe deu forma, expondo qualquer teoria fantstica ou excntrica, que lhesatisfaa a mente, para justificar a origem artificial da flor. No entanto, jamais o homempode eliminar a realidade do solo, que necessrio para a florao da rosa, assim como nopode negar o terreno divino onde floresce a criatura humana.

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    PERGUNTA: - Muitos filsofos ainda defendem a tese de que a faculdadeinteligente do homem fruto natural da necessidade de sua incessante adaptao,sistemtica e coerente, multiplicidade de aspectos, fenmenos e ambientes onde vive.

    RAMATS: - Infelizmente, o culto excessivo personalidade humanatransitria, inclusive a exaltao dos ascendentes biolgicos de certas linhagens de homens,

    fruto de uma aristocracia em extino, ou de uma burguesia endinheirada, envaidece acriatura e a impermeabiliza sua prpria realidade espiritual. O terrcola consagra-sedemais ao aspecto passageiro da sua configurao carnal e, ento, inverte os valores davida imortal. Aps os conhecimentos e as descobertas cientficas incomuns, os filsofos sedeslumbram e confundem o efeito pela causa, passando a compor e expor teoriascomplexas e fatigantes para explicar as coisas mais simples, ou o inexplicvel para o nossoatual grau evolutivo.

    Mas, em verdade, no existem dois princpios fundamentais e antagnicos naCriao. O princpio regente da vida Uno; e s existe uma Unidade como centro eorigem de todas as leis, regras e postulados disciplinadores do Universo. O cientista terrenosente-se eufrico ao pesquisar e perceber os elementos fundamentais da vida material e as

    suas relaes, na crena ingnua de ter descoberto a causa real e concreta dos seres.Envaidecido, julga superar o mistrio das coisas, to-somente pela extrapolao explicativada soluo dos fenmenos fsicos.

    Mas no suficiente a cincia humana demonstrar que a matria energiacondensada, ou abranger todas as particularidades do metabolismo da vida fsica, paraento dispensar a presena de Deus. Isso meramente transformao e no criao. Noopomos dvida de que o homem o ser mais valioso e inteligente da Criao ou rege amaior expresso divina no planeta Terra. Alis, segundo o prprio Gnese, "o homem foifeito imagem de Deus", e por esse motivo , realmente, a "miniaturizao" da Divindadeoperando e contribuindo para a metamorfose de um mundo primrio em transformaopara maior perfeio. O bpede humano, no entanto, deslumbra-se quando pode controlar e

    autopsiar os fenmenos que ocorrem em tomo de si e atravs da instrumentao fsicatransitria. Mas ele apenas interfere nos interstcios da matria, porque o participante ou acriatura mais avanada e inteligente do nosso mundo. Entretanto, vtima da prpriacristalizao personalista, confunde o potencial criador do Universo, que vibra em simesmo, com a faculdade e a capacidade humana de descobrir o que Deus j criou. 6 Sob talinverso de valores, ento se justifica o fato de o homem crer e cultuar o acaso, guisa deum deusinho que lhe satisfaz a vaidade relegando a um plano inferior a prpria intelignciae o raciocnio humano.

    6 - Nota do Mdium - Nh Quim, entidade sertaneja de linguagem simples e comunicativa,atendendo a certa pergunta sobre Deus e o homem, assim se expressou com seu humorismo

    peculiar: "Deus para provar que Sabedoria, Justia, Amor e Poder construiu o Universo; ohomem, para demonstrar a sua inteligncia e capacidade, tenta desmont-lo".

    PERGUNTA: - Apesar de decorridos alguns milnios de civilizaohumana, ainda no possumos provas definitivas e suficientes, para confirmar aexistncia da entidade inteligente criadora do Universo, que Deus.

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    RAMATS:- Sob a lgica da lei de "causa e efeito", sempre podemos avaliar,pelo prprio efeito resultante, como h de ser a sua causa criadora. Basta o homem analisare pesquisar as leis sbias, justas e coerentes que regem o Universo, para se aperceber daexistncia de um Autor inteligente, sbio e amoroso tradicionalmente aceito por Deus.

    Os bilhes de astros infindveis que transitam pelo Cosmo sem colises,

    atropelamentos ou desarmonias, porm disciplinados sob a regncia de leis que lhesajustam o ritmo e a transladao lgica, seriam suficientes para comprovar s mentesracionais e sensveis, a ao coerente e sbia da Lei Divina sob o controle de uma SupremaInteligncia governando o Cosmo. Submissos a sistemas sensatos e agrupados porafinidades magnticas, os orbes intercambiam entre si as energias da prpria nutrio davida, enquanto ajustam-se s temperaturas, presses e estruturas geolgicas, para atenderao servio benfeitor planetrio, como escolas dos mais variados tipos de seres em atividadeem sua superfcie fsica.

    Indubitavelmente, s a existncia de uma mente csmica, sbia e justa pode seresponsabilizar por todos os fenmenos e acontecimentos que ocorrem no Universo, sobincessante e implacvel aperfeioamento. O homem sem presuno acadmica, ao estudar

    as leis que regem a natureza, o destino do seu orbe e de si mesmo, sente que Deus existecomo a causa das prprias leis atuantes, ainda, acima da capacidade e do entendimentohumano.

    PERGUNTA: - Porventura, as pessoas que crem, incondicionalmente, naexistncia de Deus, sem opor qualquer dvida, so de natureza mais privilegiada doque os atestas ou possuem alguma faculdade incomum sobre os demais homens?

    RAMATS: - O esprito do homem em sua manifestao primria deconscincia, por princpio fundamental desenvolve e memoriza os valores que percebe,observa e ocorrem periferia da vida fsica. Lembrando um computador vivo de raciocnio

    prprio, ele arquiva e mobiliza incessantemente o resultado de apontamentos e noes davivncia espiritual que o retm na matria, situando-se, por isso, cada vez mais distante dacaverna dos trogloditas. E medida que desperta e desenvolve a sensibilidade de avaliar esentir as coisas alm de sua prpria configurao fsica, ele sublima os impulsos psquicosvibrados em sua intimidade, atuando mais experiente e cada vez mais autodidata nosambientes onde chamado a atuar atravs de sucessivas encarnaes.

    Mas os homens que valorizam demasiadamente a sua personalidade humana,transitria, ativam o orgulho, a vaidade e mesmo a ferocidade, muito prpria da espcieanimal, que luta felinamente pela sobrevivncia entre os tipos mais fortes e agressivos. Issoos convence de que so suficientes e podem superar a necessidade de se submeter' ouhumilhar-se pelo vnculo criativo de um Deus. Em conseqncia, alimentam uma atitude

    cada vez mais negativa, e que os faz descrer e negar, "a priori", qualquer conceito ouproposio de divindade. O seu comportamento deliberadamente negativista os priva devibrarem em freqncia mais elevada, em sintonia com os sutis fenmenos psquicos, pelafalta, de afinidade s manifestaes sublimes da vida espiritual. Assim como a criatura seimpermeabiliza da linfa refrescante da chuva pelo uso da capa de borracha, o homem quenega "a priori" tambm no permevel sutileza e sublimidade das vibraes siderais.

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    PERGUNTA: - Os ateus ou negativistas, profissionais, cientistas, filsofosou psiclogos, seriam todos impermeveis mensagem espiritual, uma vez que vivemem oposio a qualquer crena na alma ou em Deus?

    RAMATS: - No a crena ou a descrena que proporciona ao homem oensejo de perceber e transmitir mensagens do mundo espiritual. Evidentemente, o ateu

    bondoso, modesto, regrado, humilde e pacfico , tambm, um veculo digno da revelaoespiritual e capaz de iluminar os caminhos da cincia ou da filosofia, embora negativista.No importa que o homem imponha ou defenda opinies pessoais e opostas vida imortal;a verdade que "o Esprito sopra onde quer" e atua em todo aquele que busca servir oprximo. evidente que se Deus desabrocha flores nos pntanos malcheirosos, por que noiria transmitir mensagens pelos lbios de seus filhos ateus?

    Assim, os bons ateus vibram em freqncias espirituais superiores e descobrem,inventam e constroem em benefcio da humanidade, enquanto os maus ateus, espcie decientistas ou magos negros, s prodigalizam ao mundo a descoberta de armas fratricidas,engenhos genocidas, medicamentos abortivos e afrodisacos, requintes alucingenos, e,principalmente, filosofias negativistas, derrotistas e mesmo fesceninas.

    PERGUNTA: - Quais so as mais srias desvantagens ou dificuldadesespecficas para o ateu ou negativista, em confronto com o crente ou espiritualista?

    RAMATS: - uma questo de senso comum; o ateu e o negativista operamcontra si mesmos, desenvolvendo ou acentuando a sua incapacidade psquica, em face doseu fanatismo exclusivo pelas formas do mundo fsico. Embora se desenvolvasatisfatoriamente o intelecto e os sentidos fsicos, atrofia-se a faculdade de auscultaopsquica diminuindo o fluxo da intuio. A manifestao transcendental requer uma certaeletividade do homem, uma espcie de encontro simptico no limiar de ambos os mundos

    espiritual e material. A obstinao atesta no desenvolve a faculdade psquica de altapreciso, enquanto a crena ou admisso da sobrevivncia do esprito j comprovao deuma sensibilidade mais incomum, embora seja tachada de superstio, misticismo ouingenuidade.

    O crente j se demonstra criatura com certa humildade, uma vez que confia em algosuperior a si, ao admitir a existncia do Criador alm de sua reconhecida incapacidadehumana. A humildade, portanto, no propriamente uma virtude teolgica, mas, semdvida, um eficiente estado de apercebimento da prpria vida superior. O homem humildeouve e aprende; o orgulhoso impe e irrita.

    PERGUNTA: - Mas as religies no contribuem decisivamente para essasensibilizao psquica, quando estimulam nos seus adeptos a crena em Deus?RAMATS: - As religies dogmticas do mundo, em face de sua limitao

    sectria, ainda levantam barreiras e dificultam a sensibilizao espiritual do homem, porqueelas modelam concepes infantis e particularizadas da Divindade. Muitas vezes,desmentem os mais singelos princpios e a prpria cincia humana e, por isso, desanimam eafastam os cientistas bem-intencionados e ateus de passvel converso. Atravs de suas

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    crenas infantilizadas, dos milnios extemporneos moldados nas lendas bblicas e dasproibies divinas, impedem a dinmica do livre pensar e aniquilam as pesquisas sensatas.

    A conscincia espiritual do homem profano, para maior e melhor entendimento, ficasubordinada fanaticamente aos termos e s regras impostas pela mediocridade sacerdotaldas religies oficializadas em cada povo e raa. Os cientistas e intelectuais ento se

    desinteressam das razes da existncia de Deus e do esprito, uma vez que os prpriossacerdotes, pastores, profetas ou rabis, responsveis pela autenticidade divina, divulgamconceitos e afirmaes insensatas, tolas e infantis, sem aceitarem discusses esclarecedorasou ponderaes lgicas.

    Em conseqncia, as religies ainda contribuem para piorar o conceito sobre arealidade de Deus, e seus postulados fracos, msticos, infantis e proibitivos soinsustentveis sob a mais simples argumentao cientfica. Acresce, ainda, que os homenssensatos, quando mais tarde apercebem-se de sua tolice e escravido aos dogmas e "tabus",que os afastavam da realidade tcnica da vida espiritual, ento se desforram dessa formaoabdicando de qualquer princpio religioso. Eles depois preferem aderir de modoincondicional ao atesmo, massacrando e hostilizando os dolos e os princpios de suasubmisso anterior. quase uma desforra subjetiva, depois de se libertarem do cativeiroreligioso e dos postulados primrios, que lhes forneciam uma concepo do Criadorcontrria prpria lgica da Criao. Assim, impermeabilizam-se pela rejeioincondicional de quaisquer postulados espiritualistas, mesmo os de instituies e doutrinassensatas e avanadas, como so o Espiritismo, Esoterismo, Rosa-cruzismo, Hindusmo e aIoga.

    PERGUNTA: - Porventura, as religies no so autnticas, se elas foramfundadas, organizadas ou codificadas por profetas, mestres e instrutores espirituaisna antiguidade, como Budismo, Hindusmo, Confucionismo, Taosmo, Judasmo,

    Islamismo, inclusive o Catolicismo inspirado no Evangelho de Jesus?RAMATS: - Sem dvida, desde tempos imemoriais, os grandes profetas,magos, mestres, lderes e instrutores espirituais desceram Terra em pocas adequadas eoperaram no seio das raas mais aprimoradas, a fim de inspirarem e esquematizarem osmovimentos espiritualistas de melhor e mais eficiente interligao religiosa da criatura aoCriador.

    Mas as religies fundadas em seus nomes depois se multiplicaram e setransformaram em face das diversas interpretaes pessoais dos seus seguidores. Emverdade, a multiplicidade de religies, cultos, seitas e credos que hoje infestam a Terraquase nada tem a ver com a pureza e lgica inicitica dos seus fundadores espirituais.Alis, essas interpretaes religiosas ainda sofreram novas influncias morais e religiosas

    de outros povos, em face de constante emigrao dos homens de um pas para outro. incontestvel que as religies surgiram simples em suas nascentes originais, sem os dogmaslimitativos e a encenao aparatosa dos rituais litrgicos, apenas necessrios para fascinaros espritos primrios. Hoje, tais credos e religies so unicamente decorativos e exteriores,sem a fora ntima e inicitica dos seus inesquecveis fundadores, geralmente espritosoriundos das iniciaes egpcias ou magia oriental, cuja origem perde-se na tradio dossanturios da Atlntida e Lemria. Os crentes so preparados ou dinamizados para umcerimonial que lhes impressione os sentidos fsicos, e to decorativos e requintados, que os

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    levam satisfao imediata desses sentidos pelos odores, adornos e o colorido dos templos.H mais hipnose coletiva, pelos excitantes estmulos usados pelos lderes religiosos, maisdo que despertamento espiritual; h mais sensaes do que sensibilizao psquica.

    Ademais, durante o seu crescimento ou incorporaes de novos postuladosreligiosos de vrias raas, surgiram, tambm, as hierarquias de pontfices, pastores,

    cardeais, coadjutores, bispos e outros graduados, que interferem impondo suas concluse