O evangelho de João - BV Films Editora · João O Evangelho de Posfácio de Max Lucado ......

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J oãoO Evangelho de

Posfácio de Max Lucado

Eugene H. Peterson

Todos os direitos em língua portuguesa reservados por:

© 2011, BV Films Editora Ltdae-mail: [email protected] Visconde de Itaboraí, 311 – Centro – Niterói – RJCEP: 24.030-090 – Tel.: 21-2127-2600www.bvfilms.com.br / www.bvmusic.com.br

É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito.

This edition issued by contractual arrangement with NavPress, a division of The Navigators, USA. Originall published by NavPress in English as MESSAGE: THE GOSPEL OF JOHN (ABRIDGE), copyright 2003 by Eugene Peterson. All rights reserved.

O Evangelho de JoãoCopyright © 2003 by Eugene H. PetersonTodos os direitos reservados.

Translated and used by permission of NavPress.

Editor Responsável: Claudio RodriguesCoeditor: Thiago RodriguesDiagramação: Chayanne MaiaraAdaptação Capa: GuilTradução: Carlos Caldas (Novo Testamento) Ariana Fátima C. Baptista (Posfácio e Contracapa)Revisão de Tradução e de Estilo: Marcelo Smargiasse e Judson CantoCopidesque: Ariana Fátima C. Baptista

ISBN 978-85-61411-77-01ª edição – Maio/2011Impressão: Imprensa da FéClassificação: Bíblia

As passagens bíblicas deste livro foram exclusivamente retiradas da versão bíblica A Mensagem, de Eugene H. Peterson, distribuída pela Editora Vida.

Impresso no Brasil

Introdução

João

E m Gênesis, o primeiro livro da Bíblia, Deus é apresentado como aquele que trouxe a criação

à existência por meio da palavra. Deus fala, e sua palavra faz acontecer: céus e terra, oceanos e rios, árvores e grama, pássaros e peixes, animais e hu-manos. Tudo, o visível e o invisível, foi chamado à existência pela palavra falada de Deus.

De forma paralela às palavras introdutórias de Gênesis, João apresenta Deus como aquele que trouxe a salvação à existência por meio da palavra. Dessa vez, a palavra de Deus assume forma hu-mana e entra na história na pessoa de Jesus. Jesus fala, sua palavra faz tudo acontecer: perdão e juí-zo, cura e iluminação, misericórdia e graça, alegria e amor, liberdade e ressurreição. Tudo que estava deteriorado e todos os que estavam em pecado ou doentes eram agora chamados à salvação pela pa-lavra falada de Deus.

Introdução

O motivo era que, em algum momento, as coi-sas tinham dado errado (Gênesis também relata essa história) e precisavam desesperadamente de conserto. E o conserto seria realizado inteiramente por meio da palavra — Deus trazendo a salvação à existência por meio da sua palavra, na pessoa de seu Filho. Jesus, dessa forma, não somente trans-mite a palavra de Deus: ele é a Palavra de Deus.

Ao prestar atenção às palavras dele, percebe-mos que as nossas palavras também são muito importantes. Dizer “Eu creio”, por exemplo, faz diferença entre a vida e a morte. Nossas palavras acumulam dignidade e gravidade quando conver-samos com Jesus, porque ele não impõe a salvação como a solução do problema: ele traz a salvação à existência por meio de um diálogo sem pressa, relacionamentos pessoais, respostas compassivas, oração fervorosa e — aliada a tudo isso — uma morte sacrifical. Não podemos ignorar, natural-mente, palavras como essas.

João

A Luz dA VidA

1Antes de tudo, havia a Palavra, a Palavra presente em Deus, Deus presente na Palavra.A Palavra era Deus, Desde o princípio à disposição de Deus.

Tudo foi criado por meio dele; nada — nada mesmo! — veio a existir sem ele.O que veio à existência foi a Vida, e a Vida era a Luz pela qual se devia viver.A Luz da Vida brilhou nas trevas; as trevas nada puderam fazer contra a Luz.

Houve um homem, chamado João, enviado por Deus para apontar o caminho para a Luz da Vida. Ele veio dizer a todos para onde olhar, em quem deviam crer. João não era a Luz; ele estava ali para mostrar o caminho para a Luz.

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João 1:9-14

A Luz da Vida era verdadeira: Cada pessoa que entra na Vida é conduzida à Luz.Ele estava no mundo, e o mundo existe por causa dele; mesmo assim, o mundo não o acolheu.Ele veio para seu povo, mas eles não o quiseram.Mas houve os que o quiseram de verdade, que acreditaram que ele era o que afirmava ser e que fez o que disse ter feito.Ele fez deles seu povo, os filhos de Deus.Filhos nascidos de Deus, não nascidos do sangue, não nascidos da carne, não nascidos do sexo.

A Palavra tornou-se carne e sangue, e veio viver perto de nós.Nós vimos a glória com nossos olhos, uma glória única: o Filho é como o Pai,Sempre generoso, autêntico do início ao fim.

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João 1:15-21

João apontou para ele e disse: “Este é o Messias! O Messias que eu afirmei que viria depois de mim, mas de fato é superior a mim. Ele sempre foi maior que eu, sempre teve a primeira palavra”.

Todos sempre vivemos de sua generosidade, recebendo dádivas, uma após a outra.O essencial veio por meio de Moisés; foi, então, que chegou esse exuberante dar e receber,Esse conhecer e entender sem fim — tudo veio por meio de Jesus, o Messias.Ninguém jamais viu Deus, no máximo fora um vislumbre.Foi, então, que essa Expressão única de Deus, que existe no próprio coração do Pai, se revelou, com a clareza do dia.

TroVão no deserTo

Os judeus de Jerusalém enviaram um grupo de sa-cerdotes e oficiais para perguntar a João quem ele era, e João foi honesto com eles. Não disfarçou e contou a verdade: “Eu não sou o Messias”.

Eles o pressionaram: “Quem é você, então? Elias?”.

“Não sou.”

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João 1:21-29

“O Profeta?”“Não.”Exasperados, perguntaram: “Quem, então?”.

Precisamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Diga-nos alguma coisa — qualquer coisa! — a seu respeito”.

“Eu sou um trovão no deserto: ‘Preparem um caminho reto para Deus!’. Estou fazendo o que o profeta Isaías anunciou.”

Os que o interrogavam eram do partido dos fa-riseus, mas tinham sua própria pergunta: “Se você não é o Messias, nem Elias nem o Profeta, por que você batiza?”.

João respondeu: “Eu batizo apenas com água. Uma pessoa que vocês não conhecem já está entre nós. Ele vem depois de mim, mas é muito mais im-portante. Na verdade, não sou digno nem de carre-gar a sua mala”.

Essa conversa aconteceu em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.

reVeLAndo A deus

No dia seguinte, João viu Jesus vindo em sua dire-ção e exclamou: “Aqui está ele, o Cordeiro pascal de Deus! Ele perdoa os pecados do mundo! Este é o homem de quem falei. Aquele ‘que viria depois de

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João 1:29-37

mim, mas de fato é superior a mim’. Eu não sabia nada a respeito dele. Só sabia que minha missão era deixar Israel preparado para reconhecê-lo como o homem que veio nos mostrar Deus. É por isso que vim, batizando com água, dando um bom banho em vocês e limpando os pecados de cada um, para que pudessem ter um novo começo com Deus”.

João fortaleceu seu testemunho, dizendo: “Vi o Espírito, como uma pomba voando pelo céu, fazen-do dele sua morada. Repito, não sei nada a respeito dele a não ser isto: aquele que me autorizou a ba-tizar com água me disse: ‘Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e permanecer batizará com o Espírito Santo’. Foi exatamente isso que vi aconte-cer, por isso digo a vocês, e não há dúvida: este é o Filho de Deus”

VejA Você MesMo

No dia seguinte, João estava de volta ao seu posto com dois discípulos, que observavam. Ele ergueu os olhos, viu Jesus caminhando e disse: “Aqui está ele, o Cordeiro pascal de Deus”.

Os dois discípulos, ouvindo isso, passaram a se-guir Jesus. Ele olhou para trás e perguntou: “O que procuram?”.

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João 1:38-46

Eles disseram: “Rabi (que quer dizer ‘Mestre’), onde o senhor costuma ficar?”.

Ele respondeu: “Venham e vejam vocês mes-mos”. Eles foram, viram onde Jesus estava vivendo e ficaram ali o resto do dia, pois já estava anoite-cendo.

André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram o testemunho de João e que haviam começado seguir Jesus. A primeira coisa que ele fez depois de descobrir onde Jesus vivia foi procurar seu irmão, Simão, e dizer: “Encontramos o Mes-sias.” (isto é, ‘o Cristo’). Ele imediatamente o levou a Jesus.

Jesus olhou para ele e disse: “Você é Simão, filho de João? De agora em diante seu nome será Cefas” (ou Pedro, que significa “pedra”).

No dia seguinte, Jesus decidiu ir para a Gali-leia. Ao chegar, encontrou Filipe e disse: “Venha, siga-me”. (Filipe era de Betsaida, a mesma cidade de André e Pedro.)

Filipe foi com ele. Mais adiante, encontrou Na-tanael e disse: “Encontramos aquele a respeito de quem Moisés escreveu na Lei, aquele anunciado pelos profetas. É Jesus, filho de José. Ele veio de Nazaré!”. Natanael perguntou: “Nazaré? Você está brincando!”.

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João 1:46-2:4

Mas Filipe insistiu: “Venha, veja você mesmo”.Quando Jesus viu Natanael se aproximar, dis-

se: “Aí está um autêntico israelita, em quem não há falsidade”.

Natanael estranhou: “De onde tirou essa ideia? Você não me conhece”.

Jesus respondeu: “Um dia, bem antes de Filipe ir chamá-lo, vi você debaixo da figueira”.

Natanael exclamou: “Rabi! O senhor é o Filho de Deus, o Rei de Israel!”.

Jesus disse: “Você acreditou porque eu disse que o vi debaixo da figueira? Você ainda não viu nada! Antes que esta história acabe, você verá os céus abertos, e os anjos de Deus descendo e subindo so-bre o Filho do Homem”.

dA ÁguA pArA o Vinho

2 Passados três dias, houve uma festa de casa-mento na cidade de Caná, na Galileia. A mãe

de Jesus estava lá. Jesus e seus discípulos também foram convidados. Quando o vinho estava quase no fim, a mãe de Jesus comentou com ele: “O vinho está acabando”.

Jesus respondeu: “E isso é da nossa conta, mãe? Minha hora não chegou ainda. Não me apresse”.

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João 2:5-13

Mesmo assim, ela orientou os empregados: “Fa-çam exatamente o que ele disser”.

Havia ali seis grandes potes de pedra, usados pelos judeus para as lavagens rituais. A capacidade de cada pote era de oitenta a cento e vinte litros. Jesus ordenou aos empregados: “Encham os potes de água”. E eles os encheram até a borda.

“Agora, encham suas taças e levem-nas ao mes-tre de cerimônias”, disse Jesus, e eles obedeceram.

Quando o mestre de cerimônias provou a água transformada em vinho (ele não sabia o que tinha acontecido, mas os empregados sabiam), ele disse ao noivo: “Todas as pessoas que conheço começam com os vinhos melhores e, depois que os convida-dos já beberam bastante, servem os inferiores. Mas você guardou o melhor até agora!”.

Esse ato de Jesus, em Caná da Galileia, foi o pri-meiro sinal, o primeiro vislumbre de sua glória. E os seus discípulos creram nele.

Depois disso, ele voltou para Cafarnaum com a mãe, os irmãos e os discípulos e ficou ali um bom tempo.

derrubeM esTe TeMpLo...A festa da Páscoa, celebrada pelos judeus na pri-mavera, estava para acontecer, e Jesus viajou para

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João 2:13-23

Jerusalém. Ele encontrou o templo infestado de vendedores de gado, ovelhas e pombas. Os agiotas também estavam ali, trabalhando a todo vapor.

Jesus fez um chicote com tiras de couro e os ex-pulsou do templo. O gado e as ovelhas fugiram. Ele virou as mesas dos agiotas, e as moedas rolavam para todo lado. Aos vendedores de pombas, ele ordenou: “Peguem suas coisas e caiam fora daqui! Não transformem a casa do meu Pai em mercado!”. Foi nessa hora que os discípulos dele se lembraram de um texto das Escrituras: “O zelo pela tua casa me consome”.

Mas os judeus estavam incomodados e pergun-taram: “Com que autoridade você faz isso?”. Jesus respondeu: “Derrubem este templo, e em três dias eu o reconstruirei”.

Eles ficaram indignados: “Foram necessários quarenta e seis anos para edificar o templo, e você vai reconstruí-lo em três dias?!”. Mas Jesus estava falando do seu corpo. Mais tarde, depois que ele se levantou dos mortos, seus discípulos se lembra-ram dessa declaração. Então, ajuntaram as peças do quebra-cabeça e creram nas Escrituras e no que Jesus tinha dito.

Durante o tempo em que ele permaneceu em Jerusalém, nos dias da festa, muitos observaram os

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João 2:23-3:5

sinais que ele realizava e, percebendo que aponta-vam diretamente para Deus, entregaram sua vida a ele. Mas Jesus não confiava neles. Ele os conhecia muito bem, por dentro e por fora, e sabia que não eram dignos de confiança. Não precisava de nenhu-ma ajuda para conhecê-los por dentro.

nAscer do ALTo

3 Havia um homem do partido dos fariseus cha-mado Nicodemos, um destacado líder entre os

judeus. Certa vez, ele visitou Jesus, tarde da noite, e disse: “Rabi, sabemos que o senhor é um mestre que vem de Deus. Ninguém poderia realizar esses atos que revelam a realidade de Deus se Deus não fosse com ele”.

Jesus disse: “Você está absolutamente correto. Preste atenção: a não ser que alguém nasça do alto, não é possível ver aquilo que estou apresentando — o Reino de Deus”.

“Como pode alguém nascer, se já nasceu e cres-ceu?”, estranhou Nicodemos. “Não é possível en-trar de novo no útero materno e nascer outra vez. E que história é essa de ‘nascer do alto’?”.

Jesus respondeu: “Você não entende. Deixe-me dizer de novo. A não ser que alguém se submeta a essa criação original, a criação na qual o ‘vento

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João 3:5-12

pairava por sobre as águas’, o invisível movendo o visível, um batismo para uma nova vida, não lhe será possível entrar no Reino de Deus. Quando você olha para um bebê, vê apenas isto: um corpo que se pode contemplar e tocar. Mas a pessoa que tem um nascimento interior é formada por algo que você não pode ver nem tocar — o Espírito — e se torna um espírito vivo.

“Portanto, não fique surpreso quando digo que você tem de ‘nascer do alto’ — de fora desse mun-do, por assim dizer. Você sabe muito bem que o vento sopra pra lá e pra cá. Você o ouve sussurran-do pelas árvores, mas não tem ideia de onde ele vem nem para onde vai. O mesmo acontece com aquele que é ‘nascido do alto’ pelo vento de Deus, o Espírito de Deus”.

Nicodemos perguntou: “O que o senhor quer dizer com isso? Como acontece?”.

Jesus disse: “Você é um mestre respeitado em Israel e não conhece o básico? Ouça com atenção. Esta é a pura verdade. Falo apenas a respeito do que conheço por experiência. Dou testemunho apenas do que tenho visto com os próprios olhos. Não me baseio em boatos. Mas, em vez de encarar as evidências e aceitá-las, você as evita com pergun-tas. Se, quando digo coisas claras como o dia você

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João 3:12-20

não acredita em mim, por que eu falaria de coisas que você não pode ver, das coisas de Deus?

“Ninguém jamais esteve na presença de Deus se-não aquele que veio daquela Presença, o Filho do Homem. Assim como Moisés levantou a serpente no deserto para que o povo pudesse vê-la e crer, é necessário que o Filho do Homem seja levantado — para que todos os que olharem para ele com confiança e com esperança legítima recebam a vida real, a vida eterna.

“Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho, seu único filho, pela seguinte razão: para que nin-guém precise ser condenado; para que todos, cren-do nele, possam ter vida plena e eterna. Deus não se deu ao trabalho de enviar seu Filho apenas para poder apontar um dedo acusador e dizer à humani-dade como ela é má. Ele veio para ajudar, para pôr o mundo nos eixos outra vez. Quem confiar nele será absolvido, mas quem não confiar terá sobre si, sem o saber, uma sentença de condenação. E por quê? Porque não foi capaz de crer no único Filho de Deus quando este lhe foi apresentado.

“Esta é a situação: a luz de Deus invadiu o mun-do, mas a humanidade inteira correu para as trevas. Fugiram porque não estavam interessados em agra-dar a Deus. Aquele que pratica o mal, é viciado em

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João 3:20-28

negar a realidade e iludir-se e odeia a luz de Deus não vai querer se aproximar dela, para não ser sub-metido a uma exposição dolorosa. Mas quem crê e vive na verdade e na realidade recebe de coração a luz de Deus, de modo que sua obra pode ser vista, pois é a obra de Deus”.

o AMigo do noiVo

Depois dessa conversa, Jesus foi com seus discípu-los para o interior da Judeia e descansou um pouco com eles ali. Ele também batizava. Ao mesmo tem-po, João batizava em Enom, perto de Salim, onde há muita água. Isso foi antes de João ser preso. Os discípulos de João tiveram uma discussão com a elite judaica a respeito da natureza do batismo e fo-ram perguntar a ele: “Rabi, o senhor conhece aquele que estava contigo do outro lado do Jordão? Aquele a quem o senhor confirmou com seu testemunho? Pois bem, ele agora está competindo conosco. Ele está batizando também, e todos estão se tornando seguidores dele em vez de se unir a nós!”.

João respondeu: “É impossível alguém ter suces-so — falo de sucesso eterno — sem ajuda celestial. Vocês mesmos estavam lá quando deixei muito cla-ro que não sou o Messias, mas apenas aquele envia-do adiante dele, para preparar o caminho. Aquele

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João 3:28-35

que recebe a noiva é, por definição, o noivo. E o amigo do noivo, seu ‘padrinho’ — no caso, eu —, a postos ao seu lado, de onde pode ouvir cada pa-lavra, está feliz de verdade. Como poderia sentir in-veja, se sabe que a festa acabou e que o casamento terá um bom começo?

“É por isso que meu cálice está transbordando. Chegou a hora de ele ocupar o centro das atenções e de eu chegar para o lado.

“Aquele que vem de cima é muito superior aos outros mensageiros de Deus. Quem nasceu na terra é terreno e fala uma língua da terra, enquanto ele apresenta a evidência do que viu e ouviu nos céus. Ninguém quer enfrentar esses fatos. Mas qualquer um que examinar essa evidência poderá apostar sua vida nisto: o próprio Deus é a verdade.

“Aquele que Deus enviou nos comunica a pró-pria Palavra de Deus. E não pensem que ele divide o Espírito como se partisse um pão. O Pai ama o Filho de modo imensurável e tudo entregou a ele, para que ele passasse tudo adiante — uma generosa distribuição de dons. É por isso que quem aceita o Filho e confia nele tem tudo: vida plena e eterna! Também preciso dizer que quem rejeita o Filho e não confia nele vive na escuridão e não vê a vida.

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João 3:36-4:9

Tudo que experimenta de Deus são trevas e ira te-nebrosa no final”.

A MuLher à beirA do poço

4 Jesus percebeu que os fariseus se deram con-ta dos batismos que ele e João realizavam (se

bem que não era Jesus quem de fato batizava, mas seus discípulos). Eles perceberam que Jesus estava batizando mais pessoas que João, criando uma ri-validade aos olhos do povo. Jesus, então, deixou a Judeia e voltou para a Galileia.

Para chegar lá, tinha de passar por Samaria. Ele caminhou até Sicar, uma aldeia samaritana que divisava com as terras que Jacó tinha dado ao seu filho José. O poço de Jacó ainda estava lá. Jesus, cansado da viagem, assentou-se perto do poço. Era cerca de meio-dia.

Uma mulher, uma samaritana, veio buscar água. Foi, então, que Jesus lhe pediu: “Poderia me dar um pouco de água?”. (Os seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida para o almoço.)

A samaritana, surpresa, perguntou: “Como pode um judeu, pedir alguma coisa a mim, uma samari-tana?”. (Na época, os judeus se recusavam a falar com os samaritanos.)

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João 4:10-19

Mas Jesus respondeu: “Se você conhecesse a ge-nerosidade de Deus e soubesse quem sou eu, pedi-ria água a mim, e eu lhe daria água pura, água da vida”.

A mulher disse: “O senhor não tem um balde para tirar água, e o poço é fundo. Então, de onde vai tirar essa ‘água viva’? Por acaso o senhor tem mais recursos que nosso antepassado Jacó, que ca-vou este poço e bebeu dele, e também seus filhos e seus rebanhos, e o deixou para nós?”.

Jesus disse: “Quem beber desta água vai ficar com sede outra vez. Quem beber da água que eu der nunca mais terá sede — nunca! A água que ofe-reço é como um poço artesiano interior, jorrando vida para sempre”.

Então, a mulher lhe pediu: “Senhor, dê-me des-sa água, de modo que eu nunca mais tenha sede, nem tenha de voltar a este poço!”.

Ele disse: “Vá chamar seu marido e volte aqui”.“Não tenho marido”, foi a resposta.“Você disse bem: ‘Não tenho marido’. A verdade

é que você já teve cinco maridos, e o homem com quem vive agora não é seu marido. Você falou a verdade”.

“Ah! O senhor é profeta! Então, tire a minha dú-vida: nossos antepassados adoraram a Deus neste

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João 4:19-27

monte, mas vocês, judeus, insistem em que Jerusa-lém é o único lugar para adorar. Quem está certo?”

“Mulher, acredite, está chegando a hora em que vocês, samaritanos, irão adorar o Pai, mas não neste monte nem em Jerusalém. Vocês adoram como que tateando no escuro. Nós, judeus, adoramos na clara luz do dia. O caminho de Deus para a salvação veio por meio dos judeus. Mas chegará o momento — na verdade, já chegou — em que não importará como vocês são chamados ou onde irão adorar.

O que conta para Deus é quem você é e como vive. Seu culto deve envolver o seu espírito na bus-ca da verdade. Este é o tipo de gente que o Pai está procurando: aquele que é simples e honesto na pre-sença dele, em seu culto. Deus é Espírito, e quem o adora deve fazê-lo de maneira genuína, algo que venha do espírito, do mais íntimo do ser”.

A mulher disse: “Não entendo bem sobre isso! O que sei é que o Messias está vindo. Quando ele chegar, vai nos esclarecer tudo”.

“Eu sou o Messias”, declarou Jesus. “Você não precisa esperar nem procurar mais.”

Naquele momento, os discípulos chegaram e fi-caram escandalizados. Não podiam acreditar que o Mestre estivesse conversando com uma mulher da-

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João 4:27-36

quele povo. Ninguém disse nada, mas a fisionomia deles dizia tudo.

A mulher aproveitou a oportunidade para se re-tirar. Um pouco confusa, deixou o jarro de água para trás. De volta à cidade, anunciou ao povo: “Ve-nham ver um homem que sabe tudo a meu respei-to, que me conhece como ninguém! Será que ele não é o Messias?”. Eles foram verificar.

É TeMpo de coLheiTA

Enquanto isso, os discípulos insistiam com Jesus: “Rabi, come. Não vais comer?”.Mas ele respondeu: “Tenho uma comida que vocês nunca provaram”.

Os discípulos não entenderam e disseram: “Quem te trouxe comida?”.

Jesus explicou: “A comida que me mantém ativo é fazer a vontade daquele que me enviou, concluir a obra que ele começou. Quando olham ao redor, vocês não dizem que em quatro meses será o tem-po da colheita? Muito bem, agora digo eu: abram os olhos e vejam o que está diante de vocês. Os campos samaritanos estão maduros. É tempo da colheita!

“O Ceifeiro não espera. Vai logo pegar o que é seu, ajuntando os grãos maduros para a vida eter-

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João 4:37-45

na. Agora o Semeador e o Ceifeiro estão juntos. O clima é de triunfo, e sobressai a verdade contida no ditado: ‘Um semeia, o outro colhe’. Eu os enviei para colher num campo em que nunca trabalha-ram. Sem mover um dedo, vocês trabalharam num campo cultivado por outros desde muito tempo e com muito sacrifício”.

Muitos dos samaritanos daquela cidade passa-ram a seus seguidores por causa do testemunho da mulher: “Ele sabe tudo a meu respeito, me conhece como ninguém!”. Eles imploraram a Jesus que per-manecesse com eles, e ele ficou dois dias ali. Mui-tos outros confiaram a vida a ele depois de ouvi-lo. Eles disseram à mulher: “Nós cremos não mais por causa do que você disse, mas pelo que ouvimos. Agora temos certeza: ele é o Salvador do mundo!”.

c

Dois dias depois, Jesus foi para a Galileia. Ele sa-bia, por experiência própria, que um profeta não é respeitado no lugar onde cresceu. Quando chegou a Galileia, o povo dali o recebeu, mas apenas por terem ficado impressionados com o que ele havia feito em Jerusalém durante a Páscoa, não por saber quem ele era ou o que estava para fazer.

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João 4:46-54

Jesus estava de volta a Caná da Galileia, lugar onde havia transformado a água em vinho. En-quanto isso, em Cafarnaum, o filho de um oficial da corte do rei estava doente. Quando ele soube que Jesus estava na Galileia, foi procurá-lo e implo-rou que ele fosse à sua casa e curasse seu filho, que estava quase morrendo. Jesus declarou: “Vocês se recusam a crer se não presenciarem um milagre”.

Mas o oficial da corte não se deu por vencido. “Por favor, é a vida do meu filho!”.

Jesus simplesmente respondeu: “Vá para casa. Seu filho está vivo”.

O homem creu na palavra de Jesus e foi para casa. No caminho, seus empregados o encontram e deram a notícia: “Seu filho está vivo!”.

Ele lhes perguntou a que hora seu filho começa-ra a se sentir melhor. Eles disseram: “A febre baixou ontem, por volta da uma hora da tarde” — era exa-tamente a hora em que Jesus tinha dito: “Seu filho está vivo”.

Foi o suficiente. Não apenas ele, mas todos os de sua casa creram. Esse foi o segundo sinal realiza-do por Jesus após seu regresso para a Galileia.