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“O FORNOVO” - Informativo eletrônico do IHGGS e da AHIMTB/SP ANO: II (2014) - SETEMBRO “O FORNOVO” - Informativo eletrônico do IHGGS e da AHIMTB/SP ANO: II (2014) - SETEMBRO N.º 10 1 ___________________________________________________________ ____MENSAGEM DO PRESIDENTE Santa Luzia e os Liberais Adilson Cezar (*) Tão impregnado ficou o desfecho da batalha de Santa Luzia, que pos termo às pretensões dos Liberais, encerrando um período decisivo para os rumos políticos da Nação Brasileira, que pejorativamente ou não, a partir desse instante passaram a ser conhecidos e alcunhados de os “luzias”. Aproveitamos esse momento histórico que completa os 172 anos dessa façanha de nossos ancestrais, para rever algumas belas páginas desse episódio. A batalha está inserida dentro do contexto de Minas Gerais, mais precisamente da Rebelião Liberal Mineira quando no empenho da palavra dada e já tendo conhecimento dos tristes resultados da Sedição Liberal Paulista ocorrida em Sorocaba, mesmo assim insistem em tentar por em execução os princípios que defendiam e honrar os compromissos assumidos. Creio que este ponto de reflexão é sem dúvida importantíssimo, pelo contraste que nos traz com os dias atuais. Homens, que embora percebendo a realidade que lhe é adversa, arriscam toda uma existência, e colocando em jogo a própria vida, fortuna, prestígio, etc. ..., não se deixam abater e vão mesmo pelejar. Que idealismo, impressionante, independentemente das questões ideológicas, filosóficas, e outras “icas” que possam lhes ser próprias. Não há contradição nestas lideranças, que com firmeza respondem ao apelo daquilo que acreditam ser o melhor para a sua gente. Não quero com estas palavras de exaltação, que me acreditem ingênuo e possa por alguns casos Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba. IHGGS OFornovo Casa de Aluísio de Almeida Sorocaba Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil AHIMTB/SP Gen Bertholdo klinger Órgão informativo eletrônico do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba e da Academia de História Militar Terrestre do Brasil / São Paulo “Gen Bertholdo Klinger” Federada à Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil ANO: II (2014) SETEMBRO N.º 10 Editor responsável: Jorn. Reinaldo Galhardo de Carvalho Presidente do IHGGS e AHIMTB/SP: Prof. Adilson Cezar

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___________________________________________________________ ____MENSAGEM DO PRESIDENTE

Santa Luzia e os Liberais

Adilson Cezar (*) Tão impregnado ficou o desfecho da batalha de Santa Luzia, que pos termo às pretensões dos Liberais, encerrando um período decisivo para os rumos políticos da Nação Brasileira, que pejorativamente ou não, a partir desse instante passaram a ser conhecidos e alcunhados de os “luzias”. Aproveitamos esse momento histórico que completa os 172 anos dessa façanha de nossos ancestrais, para rever algumas belas páginas desse episódio. A batalha está inserida dentro do contexto de Minas Gerais, mais precisamente da Rebelião Liberal Mineira – quando no empenho da palavra dada e já tendo conhecimento dos tristes resultados da Sedição Liberal Paulista ocorrida em Sorocaba, mesmo assim insistem em tentar por em execução os princípios que defendiam e honrar os compromissos assumidos. Creio que este ponto de reflexão é sem dúvida importantíssimo, pelo contraste que nos traz com os dias atuais. Homens, que embora percebendo a realidade que lhe é adversa, arriscam toda uma existência, e colocando em jogo a própria vida, fortuna, prestígio, etc. ..., não se deixam abater e vão mesmo pelejar. Que idealismo, impressionante, independentemente das questões ideológicas, filosóficas, e outras “icas” que possam lhes ser próprias. Não há contradição nestas lideranças, que com firmeza respondem ao apelo daquilo que acreditam ser o melhor para a sua gente. Não quero com estas palavras de exaltação, que me acreditem ingênuo e possa por alguns casos

Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico

de Sorocaba.

IHGGS

OFornovo

Casa de Aluísio de Almeida

Sorocaba

Federação das Academias de História

Militar Terrestre do Brasil

AHIMTB/SP Gen Bertholdo klinger

Órgão informativo eletrônico do

Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba e da

Academia de História Militar Terrestre do Brasil / São Paulo “Gen Bertholdo Klinger”

Federada à Federação das Academias de História Militar Terrestre do Brasil

ANO: II (2014) SETEMBRO N.º 10

Editor responsável: Jorn. Reinaldo Galhardo de Carvalho

Presidente do IHGGS e AHIMTB/SP: Prof. Adilson Cezar

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pontuais privilegiar o mito, a lenda sobre a própria história. Certamente que a grande massa e alguns indivíduos, mesmo que ocupantes de postos de destaque, não fogem à regra básica dos seres humanos, que tem por prioridade o atendimento de seus aspectos fisiológicos. Em qualquer época, o denominador comum é o mesmo, se a grande maioria for permissiva. O que estamos falando e que diferencia estas lideranças d’outras, é que aquelas dispunham de um compromisso com o próprio nome, com sua gente, com a posteridade... pois sabiam que no amanhã suas atitudes seriam lembradas e cobradas. Estas lideranças impares, cujos valores de conduta (das quais nem sempre estamos de acordo, mas que respeitamos) precisam ser relembrados, para que a História venha a se concretizar de maneira prática como desejava o jurisconsulto romano Cícero – “História Magistra Vitae” (História é a Mestra da Vida). Esse sentido pragmático da ciência histórica, precisa ser levado em consideração, não como muitos o entendem de maneira simplista, para que não venha a se repetir (isso jamais acontece pois a característica fundamental da história é ela ser única e nunca se repetir / o que se repete é a Sociologia). Situações semelhantes, entretanto, podem nos sugerir ou aconselhar certas condutas que marquem época e nos tragam o benefício de decisões cujo retorno seja desejável. A honra, acima da riqueza? Eis um item a ser discutido, cujo caminho uma vez escolhido, não há volta. São dessas lideranças incomuns que falamos do período relativo à Revolução Liberal. Vale a pena debruçarmo-nos no estudo das biografias: de Theophilo Bendito Ottoni; do Senador Padre Diogo Antonio Feijó; do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar; de Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias); do Ten Cel José Feliciano Pinto Coelho da Cunha (Barão de Cocais) dentre outras. Em todos eles colheremos algumas posições que parecem ser contraditórias, mas no mais das vezes, revelam-se coerentes consigo mesmas – eis o aspecto psicológico que os fazem grandes. A grandeza do individuo é reconhecida em qualquer momento; poderosos deflagraram o movimento e fizeram suas duras críticas. Foram batidos pela força das armas, levados como prisioneiros, encarcerados. A anistia veio e como não se imputassem a estes “crimes”, foi reconhecida a questão pelo qual se bateram e retornando à vida normal, continuaram a beneficiar seus povos, a ponto da Monarquia os reconhecer e recompensar com títulos e condecorações pelas suas ações. Hoje distantes, nós os relembramos, não apenas pelo que fizeram, mas pelo muito que ainda representam e podem estimular atitudes onde o servir à coletividade é mais significativo.

(*) Presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba e da Academia de História Militar Terrestre do Brasil de São Paulo.

Iconografia – Batalha de Santa Luzia. Quadro existente no Museu Histórico Aurélio Dolabella (Casa da Cultura) de Santa Luzia. Encontra-se no mesmo local que outrora serviu de Quartel General para a tropa rebelada; esse solar colonial conserva ainda em suas paredes e batentes de portas e janelas, as diversas perfurações provenientes dos tiros que naquela ocasião foram disparados.

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Mapa atual de satélite (Google maps) da cidade de Santa Luzia e seus arredores. Localizamos o monumento dedicado à memória dos combatentes da Batalha de Santa Luzia – 20.08.1842. O recanto de bravos, fica hoje ao lado da Av.: Felipe Gabrich e nesse local se ergue o seu sítio histórico. O recanto dos bravos, ou monumento aos bravos , muro das pedras.

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172.º Aniversário da Revolução Liberal de 1842 Datado de 05 de agosto de 2014, o ofício n.º 111/2014, que me foi dirigido pelo Prefeito Municipal de Santa Luzia, Dr. Carlos Alberto Parrillo Calixto, convidando para atuar na solenidade comemorativa do 172.º aniversário da Revolução Liberal de 1842, como orador oficial. O evento aconteceu no dia 20 de agosto de 2014, em recordação à Batalha de Santa Luzia – momento crucial para os rebeldes liberais.

Vist de satélite o dispositivo existente no local denominado monumento aos bravos e local onde anualmente a Prefeitura Municipal de Santa Luzia, juntamente com o Exército Brasileiro, (Comando da 4.ª Divisão do Exército) fazem comemorar a Batalha de Santa Luzia, com premiação a personalidades.

Placa de observação de que se trata de local de preservação histórica, e abaixo fotografia obtida de quem está tendo acesso à colina e enxerga o dispositivo atualmente utilizado para a realização de comemorações.

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Ao lado desse documento, recebemos telefonema da parte do Juiz de Direito Dr. Marcos Henrique Caldeira Brant, historiador e entusiasta da Revolução Liberal de Minas Gerais e que vem incentivando a transformação do Quartel General da Revolução em um Museu específico a respeito dessa Revolução. As atividades previstas se desenvolveram em duas fases distintas:

A. Um café colonial servido às 08h30min, na Casa da Cultura (Quartel General da Revolução) – onde houve o descerramento de um quadro de um prócer revolucionário e entrega de placas comemorativas. B. Junto ao Monumento dedicado aos Bravos de 1842, às 10 horas, na localidade de preservação histórica, conhecida como Recanto dos Bravos ou Muro de Pedras, será realizada a oração oficial, a formação militar, e o agraciamento de algumas personalidades com a condecoração evocativa da batalha de Santa Luzia.

Chegamos a Belo Horizonte e fomos recepcionados pelo Juiz de Direito Dr. Marcos Henrique Caldeira Brant, que nos

conduziu até a cidade de Santa Luzia, hoje inclusa na região metropolitana da capital. Em Santa Luzia, na Casa da Cultura – antigo Quartel General dos Revolucionários Liberais estivemos com o senhor Prefeito Municipal, Dr. Carlos Alberto Parrillo Calixto e o Comandante Militar da 4.º Divisão de Exército, o General Mário Lúcio de Araujo, encontrando-se também presente o Ten Cel PM Helbert William Carvalhães, Comandante do 35.º BPM.

Oficio do Prefeito Municipal de Santa Luzia, convidando o Prof. Adilson Cezar para ser o Orador Oficial para o evento comemorativo dos 172.º aniversário da Batalha de Santa Luzia.

Fotografia do Quartel General da Revolução Liberal de Santa Luzia. Hoje Casa da Cultura e Museu Aurélio Dolabella.

Oficio dirigido ao Presidente do IHGGS, informando sua escolha para Orador Oficial dessa solenidade.

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Convite para a solenidade comemorativa da Revolução Liberal em Santa Luzia

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As autoridades e convidados foram recebidas na Casa da Cultura e encaminhados ao quintal – fundos do casarão que no século XIX serviu de Quartel General aos revolucionários luzienses. Nessa área serviu-se um “café colonial”, bem ao estilo mineiro, para dar início a uma descontração entre os visitantes e possibilitar o conhecimento entre eles. Logo foram todos convidados a adentrar a Casa da Cultura que serve também de abrigo ao Museu Histórico Aurélio Dolabella e também ao Centro de Memória Histórica da Revolução Liberal de 1842 para conhecer o acervo hsitórico, além de apreciar os testemunhos da Batalha de Santa Luzia mantidas, que são as perfurações de tiros na parede, em portas e janelas.

No interior do casarão colonial, os convidados foram dispostos em um círculo, para escutarem a explanação do responsável pelo Centro de Memória Histórica da Revolução Liberal de 1842, o Juiz Dr. Marcos Henrique Caldeira Brant. Com vibrante eloquência fez uma digressão histórica,

expondo com pormenores a participação dos mineiros no enfrentamento às tropas legalistas comandadas pelo Barão de Caxias. Logo depois aconteceu o reconhecimento de algumas das personalidades presentes, com a concessão de uma placa de aço como forma de agradecer os trabalhos relevantes e que marcam os 172 anos da Batalha de Santa Luzia. Entre os agraciados convidados, encontrava-se: o Prof. Adilson Cezar, cujos trabalhos a respeito da temática a muito vem influenciado e estimulando estudos e pesquisas no Estado de Minas Gerais, o General de Divisão Mário Lucio Araujo, pela disposição em apoiar o movimento, o Jornalista e historiador Leonel Soares Marques (membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, a Coordenadora do Centro de Referência Histórica de Barão de Cocais (CRH) Ivanete Nepomuceno de Souza, em razão de relevantes serviços prestados em prol da Cultura, especialmente com relação à figura do Barão de Cocais e dos fatos da Revolução Liberal de 1842 em Minas Gerais. Foi também homenageado o 1.º Sargento Robson César de Souza, por ter sido o autor da monografia “Espada e Ouro no Império Brasileiro: Uma revisão biográfica do Barão de Cocais, 1792 – 1869; texto esse que se transformou em biografia oficial do Barão, pela Lei Municipal (Barão de Cocais /MG) n.º 1677/2014.

Na fotografia, os fundos do casarão do século XIX que abrigou os combatentes luzienses. Ao centro do grupo o Juiz Dr. Marcos Henrique Caldeira Brant, à sua direita o Prefeito Municipal de Santa Luzia e demais autoridades e convidados.

Na fotografia, convidados de destaque recepcionados pelo Gen Div Mário Lúcio de Araujo. Da direita para a esquerda: Jorn. Leonel Soares Marques, Ivanete Nepomuceno de Souza, Sgt.º PM Robson César de Souza, o General, Ten PM Agnaldo Keli Ribeiro e o Soldado PM Leonardo Natanael Mendes (26.º BPM)

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O Juiz também ressaltou a importância da criação do Centro de Referência Histórica em Barão de Cocais, uma vez que as pesquisas aí desenvolvidas auxiliam e complementam o acervo existente sobre a Revolução Liberal na Casa de Cultura de Santa Luzia. Após a concessão dessa placa o cerimonial convidou o Prefeito Municipal de Santa Luzia, o General de Divisão, o Juiz de Direito e o Prof. Adilson Cezar para descerrarem o

quadro de mais um dos grandes líderes da sedição liberal junto à galeria destes.

No interior do Quartel General Revolucionário, o momento em que o Juiz Dr. Marcos Henrique Caldeira Brant, fazia sua exposição aos presentes.

20.08.2014 – Momento em que o Prof. Adilson Cezar recebe a placa personalizada das mãos do responsável pelo Centro de Memória Histórica da Revolução Liberal de 1842, da cidade de Santa Luzia, o Juiz de Direito Dr. Marcos Henrique Caldeira Brant.

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20.08.2014 - Na fotografia após o decerramento do quadro de mais uma personalidade na galeria dos Revolucionários Liberais: o Juiz de Direito Dr. Marcos Henrique Caldeira Brant, o Prof. Adilson Cezar, Presidente do IHGGS, o Dr. Carlos Alberto Parrillo Calixto, Prefeito Municipal de Santa Luzia e o General de Divisão Mário Lúcio Alves de Araujo, Comandante da IV Região Militar. Por coincidência o Prof. Adilson Cezar está situado bem abaixo do quadro em que se faz homenagem ao conterrâneo Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar.

A placa de aço personalizada, comemorativa

dos 172 anos da Batalha de

Santa Luzia.

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Ao término dessas primeiras manifestações, todos foram convidados para se deslocarem até o muro de pedras (recanto de bravos) onde aconteceu a formatura militar, com maciça presença de público civil e o Orador Oficial fez o seu pronunciamento, sendo que após houve o agraciamento com o Colar Cruz da Batalha de Santa Luzia para algumas personalidades escolhidas para o presente ano.

20.08.2014 – Soldados aguardando o início da cerimônia. No interior das tendas o grande número de populares que resolveram apreciar o evento.

20.08.2014 – Na tenda principal as autoridades acompanham as diversas fases da solenidade.

Na fotografia o conjunto do “layout” da solenidade militar – a formatura dos soldados o local do comando e ao fundo e acima, o monumento aos bravos de 1842.

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Perfilados para o Hino Nacional: Juiz de Direito Dr. Marcos Henrique Caldeira Brant, o Prefeito Municipal de Santa Luzia, Dr, Carlos Alberto Parrillo Calixto, o Comandante da IV Região Militar General de Divisão Mário Lúcio Alves de Araujo, o Presidente da Câmara Municipal de Santa Luzia, Dr. Pedro Martins Damião e o Prof. Adilson Cezar, Orador Oficial da solenidade.

O Prefeito de Santa Luzia cumprimentando os presentes.

O mestre de cerimônia deu início ao ato cívico-militar, solicitando a todos os presentes que cantassem o Hino Nacional e fez a leitura da ordem do dia. Depois passou a palavra ao Prefeito Municipal de Santa Luzia para que tecesse considerações a respeito do porquê do evento. Na sequência deu a palavra ao Orador Oficial, que fez o seu pronunciamento.

Alocução proferida pelo Orador Oficial da Solenidade Comemorativa dos 172 anos da Revolução Liberal de 1842

Santa Luzia /MG, 20 de agosto de 2014. Excelentíssimo Senhor Dr. Carlos Alberto Parrillo Calixto DD. Prefeito Municipal de Santa Luzia. Excelentíssimo Senhor General de Divisão Mário Lúcio Alves de Araujo DD. Comandante da IV Região Militar. Excelentíssimo Senhor Dr. Pedro Martins Damião DD. Presidente da Câmara Municipal de Santa Luzia

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Excelentíssimo Senhor Juiz Dr. Marcos Henrique Caldeira Brant, a quem devo a minha presença nesta solenidade. Demais autoridades anteriormente nominadas pelo cerimonial Minhas Senhoras e Meus Senhores

(*) Adilson Cezar Ao adentrar nesta célebre Santa Luzia, observar o vetusto casario e cenários que em muito pouco foram alterados pelo tempo e que conservam como cicatrizes as marcas da feroz resistência da revolta liberal de 1842, não podemos deixar de nos emocionar. Mesmo tendo antevisado essa particular comoção, não me furtei ao convite formulado pela Prefeitura Municipal de Santa Luzia e transmitido pelo amigo Juiz Marcos Henrique Caldeira Brant, cujo agradecimento desejo aqui expressar de forma pública. Há muito estabelecemos um particular relacionamento com o poder executivo desta nobre cidade, quando nos contatatou pela primeira vez (idos de 1995) e foi possível atendê-los, idealizando e desenvolvendo a condecoração que agora anualmente é entregue para personalidades de destaque junto a essa comunidade. O Colar Cruz do Combate de Santa Luzia trata-se de uma honraria, que perpetua para todas as gerações uma das mais importantes façanhas da gente brasileira, pois reflete atitudes ousadas e que não se deslustram através dos tempos. Há cento e setenta e dois anos, estes campos foram regados com o sangue, suor e lágrimas de combatentes, isto certamente penetrou em terra fértil, pois os “luzias”, assim doravante denominados os liberais, iriam dispor do tempo, para que a semente pudesse encontrar forças, germinar e a defesa da constituição seria sempre uma constante entre nós. Nossos corações e mentes voltam-se para a ação dos avoengos, quando aqui finalmente se encerrou os embates e sepultou de forma efêmera o sonho dos liberais. Mas quando celebramos de maneira efusiva como agora, não estamos fazendo apologia de uma luta fratricida. Ao contrário, enaltecemos sim ambos os contentores, por virtudes que não se opõem, antes são complementares, mas naquele momento deram a todos mais uma lição de história. Sim, aquela história que nos relata como sempre a estultice dos seres humanos eternamente engalfinhados dando fim à existência. Se de um lado temos a qualificação dos valores e princípios defendidos pelos liberais, adiantados no tempo para a época, pois se alicerçavam na defesa da constituição e contrários à sua interpretação errática e conveniente que se processava da parte dos conservadores. Complementar a essa idéia basilar, estavam outras pretensões, como a defesa da liberdade para os escravos, a não assinatura da continuidade das vantagens exaradas pelo tratado de amizade e comércio com a Inglaterra, fator esse que impedia o desenvolvimento industrial da jovem monarquia, a autonomia municipalista; a descentralização de poderes, dentre outras que demorariam mais de meio século para serem entre nós implementadas. Dos nossos irmãos contrários, é fundamental lembrar a defesa também de conceitos expressivos, como: a manutenção da unidade do Império (na época, o perigo de fracionamento era real e perceptível em várias regiões do país), o aporte e controle de determinadas áreas nas mãos de oligarquias especificas. Com relação a estas chamadas de causas da sedição liberal, vocabulário mais apropriado do que revolução, segundo o ínclito Senador Padre Diogo Antonio Feijó, um de seus artífices, não era e não foi em momento algum, contrário ao trono de sua majestade D. Pedro II, mas sim contra o Conselho de Estado e suas leis de “gravíssimas tendenciosidades”, em outras palavras era uma disputa pelo poder entre as duas facções políticas.

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O Prof. Adilson Cezar, ao iniciar seu discurso.

O cerne da conspiração aconteceu muito tempo antes na casa do Senador Alencar no Rio de Janeiro, quando reunidos os liberais, formataram sua estratégia por organizarem-se em sociedades secretas nas mais diversas regiões do Brasil. O curioso é que sendo secretas, divulgavam com alarde a revolução que articulavam; isto fazia parte do processo desejado que não era o confronto em si, mas levar os motivos de desacordo à mesa das negociações. Entrementes, os conservadores não fizeram essa leitura e acreditaram piamente no embate que se avizinhava. As lutas internas que o cotidiano daqueles tempos presenciava, demonstravam essa

necessária prudência. Assim não restou aos liberais a não ser cumprirem com o que prometiam, mas a timidez e os desencontros com que isso se processou, levou-os diretamente ao fracasso. Imaginemos – “se” em conformidade com os conluios, as Revoluções Liberais a Paulista e a Mineira, tivessem eclodido em sincronia! O lapso de tempo entre estas foi de 23 dias – Sorocaba /SP, a 17 de maio e Barbacena /MG, a 10 de junho. Acresce-se a essa a possibilidade nada remota, ainda de reunirem-se os insurretos com a dos Farroupilhas que abrasavam desde 1835 no sul do país. Certamente essa suposição não passou despercebida pelos

Conservadores, que percebendo a seriedade da situação, não titubearam para colocar à frente dessa repressão, o maior dos nomes disponível, o então - Barão de Caxias. O soldado Luiz Alves de Lima e Silva, que voltava vitorioso das lides do nordeste e cuja autoridade militar estava granjeando a fama de imbatível. Essa foi a escolha primeira para apaziguar de uma única vez essas Províncias. Os desencontros das rebeliões acrescidos do titubeio por parte das lideranças paulistas deram tempo para que o Comandante em Chefe dos Legalistas agisse com a presteza e eficiência que lhe era característica e ganhasse terreno, circunscrevendo o teatro bélico e apresentando um movimento rápido vai batê-los em Venda Grande. Sozinhos, sem nenhuma experiência militar e sem possibilidades de receber apoio, viram-se cercados e sem qualquer oportunidade, renderam-se. Quando já era de conhecimento de todos que São Paulo estava nos estertores, os mineiros agem, para cumprirem com a palavra dada, aquela célebre certeza de que nossos antepassados advogavam – o fio do bigode é mais garantia do que a assinatura – a honra estava em jogo. O movimento começou em Barbacena, aclamando como Presidente o Ten Cel José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, que sem alternativa concitava seus conterrâneos às armas: “...quando a liberdade é calcada aos pés...empunhar as armas para defendê-la e sustentá-la é a primeira obrigação do homem livre...” Foram três meses (de Junho a agosto) de intensas atividades militares, em uma área que teve como eixo, “Paraibuna (hoje Comendador Levy Gasparian) – Barbacena – Queluz (hoje Conselheiro Lafaiete) – Sabará – Lagoa Santa” e o desfecho em Santa Luzia. Em Ouro Preto, o governante legal Bernardo Jacinto da Veiga reagiu, elaborando a defesa da capital e região adjacente e solicitou o esperado socorro ao Rio de Janeiro. Pacificado São Paulo, Caxias, nomeado Comandante do Exército Legal em Minas, estabelece seu plano de avançar contra os insurretos mineiros, organizando as colunas, uma para atravessar a Mantiqueira e outra com destino a Ouro Fino. Os revolucionários, a todo o momento, mesmo quando obtiveram vitórias em combates, chegando mesmo a engrossar suas fileiras, demonstraram a todo o instante a ausência de um plano mestre capaz de conduzir a um objetivo decisivo e que lhes dessem vantagem para no mínimo conseguirem estabelecer bases de uma boa negociação para a deposição das armas.

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O Prof. Adilson Cezar, durante o ato de seu pronunciamento.

Caso clássico foi a questão da capital Ouro Preto, que foi preservada, ficando a mesma à disposição dos homens de Caxias, que ai chegou em 6 de agosto. Tendo recuado, os rebeldes concentram suas forças na altura de Sabará e Santa Luzia, de 13 a 19 de agosto. Tomam a iniciativa de realizarem entendimentos com os legalistas, visando provavelmente a uma anistia, mas Caxias, embora desejasse evitar a luta, não aceita qualquer conversação estando estes com armas na mão. Fracassada a possibilidade de entendimento e o lado dos rebeldes com algumas discordâncias, o comando passa para Teófilo Otoni. Agora não existe outra solução e Caxias decide marchar para o arraial de Santa Luzia, reúne suas forças e elabora um detalhado planejamento – sua intenção é chegar a 20 de agosto e atacar em 21. Suas colunas são dispostas de forma a ficar a central com o Comandante em Chefe e a da direita sob o comando do Cel Lima e Silva (seu irmão) e outra comandada pelo Ten Cel Athaide, à esquerda com a finalidade de cortar a possível retirada dos opositores.

Mas as noticias e detalhes do projetado ataque, bem como o número de combatentes e armas disponíveis, chegam ao conhecimento dos rebelados. Estes se aproveitam dessas informações para traçarem suas próprias diretrizes, fato que em muito os favoreceu. Organizados, montaram um forte esquema de defesa, aproveitando-se do terreno em aclive para a observação e se entrincheirar, estando também previstas emboscadas. Antecipam o combate para o dia 20, o que surpreende e encontra ainda incompleto o planejamento, previsto por Caxias. Mas este não pode declinar e se vê obrigado a aceitar o enfrentamento. Segundo autores, defrontaram-se nessa batalha, cerca de três mil insurgentes e dois mil e quinhentos legalistas. O combate desenvolveu-se entre as oito e dezoito horas de 20 de agosto. E deixamos de descrever os acontecimentos, visto serem os ataques, contra-ataques, retraimento, flanqueamento e retiradas encontradiços em vários documentos sobre esse importante episódio militar. Mas o que mais chama a atenção é o fato de que após o avanço de Caxias em direção ao núcleo central, enfrenta forte resistência e depois às 14h30min, sua posição se torna delicada e se encontra em franca retirada. Este ato em primeiro momento poderia ser questionado quanto ao emprego da palavra retirada, para o de retraimento, sendo o mesmo fruto de uma estratégia de atração do inimigo a uma posição menos defensiva. Para evitarmos as interpretações errôneas fomos buscar auxílio na descrição do insuspeito Caxias, que em carta dirigida ao Ministro da Guerra, José Clemente Pereira assim se revela: “...mas fique certo V. Ex.ª quer me creia, quer não, que estive em grandes apuros, pois tive de me bater desde as oito e meia horas da manhã até as três da tarde com três mil rebeldes bem armados e desesperados dispondo apenas de oitocentos caçadores... e se às três da tarde não chega meu irmão José com o 8.º Batalhão de 1.ª Linha e outro Batalhão de Provisórios, não teria remédio senão retirar-me, e ganhar posições para, no dia seguinte, renovar o ataque, o que era mais procedente; porém a fortuna ainda não quis desta vez, nem por momento, desamparar-me...”

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Vista atual de Santa Luzia, com a sua Igreja dominando o cenário e a rua direita. Esta era o principal centro comercial do então arraial de Santa Luzia do Rio das Velhas e também onde residiam as principais famílias. Em primeiro plano, o Solar da Baronesa.

Outro ângulo da rua direita, com seus vetustos casarios.

Realmente, o Barão de Caxias, atravessou no combate de Santa Luzia, uma das ocasiões mais duras de sua existência de guerreiro. As contingências de um choque não planejado, sendo que o inimigo dele soube bem aproveitá-lo, colocou em sério risco a força que tinha seu comando direto. A derrota quase se fez presente e ele próprio em risco pessoal; mas o fragor da batalha era escutado ao longe e chega à percepção do Cel Lima e Silva, que se aproximava ainda com previsão para dar combate no dia seguinte. Caxias, percebendo a aproximação de seu irmão, para de recuar e volta-se para contra atacar. Reforçado agora, consegue fazer inclinar a seu favor a balança da vitória, que momentos antes parecia confraternizar com os rebeldes. Nada mais restava aos liberais, cujos chefes derrotados se retiraram para o Arraial onde aguardaram a ordem de prisão.

Foram presos entre outros: Teófilo Benedito Otoni; Dias de Carvalho e o Vigário de Barbacena, Joaquim Camilo de Brito. A este grupo de homens, lideres capazes de levar ao extremo a convicção de seus ideais é que hoje rendemos nossas homenagens, sem descuidarmos daqueles que pelas forças das armas nos fizeram ajoelhar. Destes igualmente nos lembramos com regozijo, pois foram além da expectativa do que se poderia esperar, em especial o seu comandante que

cunhava para si o epíteto de “O Pacificador”. Sim o Comandante em Chefe, Luiz Alves de Lima e Silva recebeu essa denominação pelos seus méritos evidentes nas inúmeras frentes de combate em que se fez presente. Rigoroso, exigente, mas acima de tudo disciplinado e clemente para com os derrotados, os quais preservava a dignidade. Este embrião do futuro exército brasileiro se erguia na defesa do elemento fundamental para o convívio entre as gentes, o da ordem, o da harmonia e liberdade com responsabilidade. A todos estes homens, que com seus acertos e desacertos, consolidaram um inestimável patrimônio moral para a Nação Brasileira, seus exemplos são a mais pura lição para todos nós. Que a histórica lição, de Sorocaba a Santa Luzia, seja apreendida geração após geração e seus princípios e valores possam ser eternizados.

Meu muito obrigado.

(*) Presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba; da Academia de História Militar Terrestre do Brasil de São Paulo, e do

Conselho Estadual de Honrarias e Mérito.

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Na fotografia os três homenageados em 20.08.2014.

Ao término do discurso do Prof. Adilson Cezar, realizou-se a outorga da condecoração Colar Cruz da Batalha de Santa Luzia a algumas personalidades escolhidas entre aquelas que mais serviços de relevância proporcionaram para com a cidade e suas tradições. No presente ano foram escolhidas as seguintes pessoas:

Dr.ª Aldina de Carvalho Soares – Juiza de Direito;

Dr. Sérgio Murilo Braga – Advogado e

José Cláudio dos Santos – Gerente do Banco Itaú.

Executada a imposição da láurea, todos voltaram aos seus lugares e se deu prosseguimento a solenidade. A palavra coube ao General de Divisão Mário Lúcio de Araujo, que mais uma vez fez referências à última batalha da Revolução Liberal. Convidou o Prefeito Municipal de Santa Luzia e o Juiz de Direito Dr. Marcos Henrique Caldeira Brant, um dos organizadores do evento para acompanharem a aposição floral no monumento em homenagem aos heróicos combatentes de 1842. Para finalizar a solenidade, houve um desfile dos soldados, realizado em continência ao General Comandante e ao som de dobrados da banda militar, seguido de salvas de tiros de artilharia.

Hasteamento das bandeiras no recanto dos

bravos. Desfile dos soldados do

Exército Brasileiro da IV Região Militar.

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O orago dedicado à invocação de Santa Luzia. Durante a Revolução Liberal de 1842, serviu como sentinela e depois de prisão para os rebelados.

DOCUMENTOS:

A imagem de Santa Luzia, a padroeira da povoação. “Conta a história oral, que um pescador chamado Leôncio, que tinha problemas na visão, observou um objeto brilhando no rio, enterrado na areia. Quando pegou, era a imagem de Santa Luzia, a santa protetora dos olhos e assim se deu o primeiro milagre da santa, já que na mesma hora ele voltou a enxergar. A imagem foi levada para a primeira capela do arraial, tornando-se a

padroeira do município”.

O heroísmo dos revolucionários fez com que o poeta

Olavo Bilac (1865 -1918) definisse Santa Luzia como a

“Tradição viva da Bravura Mineira”.

Monumento do Recanto dos Bravos (Muros de pedra – referente às trincheiras). Pronto para a aposição floral.

20.08.2014.

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Luiz Alves de Lima e Silva Duque de Caxias

Documento: COMBATE DE SANTA LUZIA NA DESCRIÇÃO DE CAXIAS1

Quartel General do Exército Pacificador da Província de Minas Gerais no Arraial de Santa Luzia de Sabará, 20 de agosto de 1842.

Ordem do Dia Bravo Exército Pacificador da Província de Minas Gerais! É cheio de prazer e de orgulho que vou descrever o brilhante feito darmas que hoje teve lugar praticado por duas de nossas colunas contra todo o Exército rebelde. Constando-me que os revoltosos desta Província em número de 3.300 se haviam concentrado neste Arraial pela grande defesa que ele oferece, e que aqui se dispunham para receber o ataque que eu premeditava fazer-lhes com duas das Colunas, que ocupavam a Cidade de Sabará, e Vila de Caeté, fiz marchar no dia 18 do corrente a 8.ª Coluna ao mando do Sr. Coronel José Joaquim de Lima e Silva da dita Vila pela estrada da Lapa com direção a este

1 Documento extraído da Revista Ilustração Brasileira, agosto- 1942, p.: 73 e 74.

Santa Luzia /MG – Na fotografia, o Prof. Adilson Cezar, visitando o histórico sitio onde ocorreu a Batalha de Santa Luzia. Junto com o historiador e Presidente Emérito do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, Dr. Fernando Antonio Xavier Brandão. Ao lado das ruínas remanescentes das trincheiras que foram erguidas para deter o avanço das tropas pacificadoras do Barão de Caxias.

Na fotografia, o Prof. Adilson Cezar, junto com o historiador Dr. Fernando Antonio Xavier Brandão, Presidente Emérito do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais. Alguns anos antes, em excursão de interesse científico histórico / arqueológico, visitaram os restos de trincheira erguida pelos revolucionários liberais em Santa Luzia. O objetivo era criar obstáculos ao avanço das forças pacificadoras do Barão de Caxias. Estas ruínas mereceriam serem bem preservadas, já que grande parte destas linhas defensivas não mais existe.

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Ponto; e ordenei-lhe que acampasse à vista das vendetas inimigas, que se achavam postadas daquele lado; 460 G. N. comandados pelo Tenente Coronel Francisco de Assis Ataide, e dirigidos pelo Major do Imperial Corpo de Engenheiros José da Vitória Soares de Andréa, seguiram no dia 19 de Sabará pela margem esquerda do Rio das Velhas até tomar uma posição tal, que pudesse em pouco tempo assenhorear-se da Ponte Grande situada a retaguarda deste Arraial, e ao dito Tenente Coronel ordenei que aparentasse, por todos os meios de seu alcance, o ataque do grosso das minhas Forças por aquele lado; porém, que não empenhasse o combate sem que o fogo tivesse rompido pelas Colunas, que deviam atacar pelos dois outros flancos; e esta madrugada, à testa da 2.ª Coluna comandada pelo Sr. Coronel José Leite Pacheco, que nesta ocasião servia de centro de operações, marchei da predita Cidade de Sabará pela estrada que segue diretamente para este Arraial, com o intento de acampar a légua e meia de distância do principal ponto de ataque, e com o fim de tirar ao inimigo a atenção pelo lado por onde eu pretendia atacar no dia 21, e obrigá-lo a cortar a mencionada ponte, única retirada que lhe podia convir; porém tendo um infame desertor delatado na véspera aos rebeldes quais as verdadeiras Forças de que eu dispunha, e as posições que ocupavam, fizeram logo sobre a Força do dito Tenente Coronel Ataide que se achava do outro lado da ponte, um ataque com dobrada Força da que ele tinha, o que o obrigou a ir ocupar a posição de véspera: então voltando os rebeldes toda a sua atenção sobre a Coluna do centro, com a qual eu marchava, dispuseram-se em sucessivas emboscadas desde o alto do Tamanduá até o Arraial, que dista légua e meia, e ai me esperaram. As 8 ½ horas da manhã encontrou-se a vanguarda da referida Coluna com 200 rebeldes, que romperam imediatamente o fogo sobre ela de dentro das valas, e matas em que se achavam ocultos: daí travou-se o combate, e sempre de posição em posição a passos de carga, foi o inimigo delas rechaçado, até que ocupou a alta colina, que domina o Arraial. Não sendo minha intenção atacar hoje, tratei de tomar posições a fim de amanhã empenhar o combate formal; porém os rebeldes tomando semelhante resolução por fraqueza, reforçaram o ataque com perto de 3.300 caçadores, e uma peça de calibre 3, colocada em uma altura, que dominava o meu campo: forçoso foi resistir com os 800 bravos, que compunham a 2.ª Coluna, e o combate parecia decisivo, pois que o inimigo já nos procurava flanquear pela esquerda, e investia sobre as nossas duas peças de Artilharia, que jogavam com pouca vantagem para a posição dominante, que ele ocupava. Neste momento (então 3 horas da tarde) ouviram-se as descargas da 3.ª Coluna; por que tendo seu bravo Chefe o Coronel José Joaquim de Lima e Silva ouvido o estrépito do renhido combate em que eu me achava empenhado desde as 8 ½ horas da manhã, apenas com 800 homens contra mais de 3.000 rebeldes, bem armados, e municiados, e conhecendo que o momento do ataque ordenado para o dia 21 tinha por alguma ocorrência, que ele ignorava, sido antecipado; sem se importar com a Força que os rebeldes haviam posto de observação a sua Coluna, avançou com a rapidez do raio, e caiu sobre o flanco esquerdo do inimigo. Observando eu esse movimento chamei a atenção dos rebeldes, que me atacavam para maior distancia, a fim de os fazer descer das alturas que ocupavam, facilitando assim a entrada da 3.ª Coluna no Arraial; e conhecendo que tinha conseguido o meu fim, imediatamente contra-marchei sobre eles, e com uma carga de baioneta, que em pessoa dirigi, dada pelo 2.º Batalhão Provisório, composto em grande parte de G. N. da Vila de Magé, comandado pelo seu digno Chefe o Tenente Coronel Guilherme Pinto de Magalhães, e pelo 1.º Batalhão Provisório de 1.ª Linha ao mando do Major Bento Thomaz Gonçalves, conseguiu em menos de meia hora desalojar o inimigo de posições, que pareciam inexpugnáveis, obrigando-o a abandonar a peça de artilharia, que havia colocado na maior altura do Arraial; bem como grande porção de munições de guerra, e boca, muito armamento e cerca de 300 prisioneiros, ficando o campo juncado de cadáveres. Descrever os atos de valor de todos os bravos das duas Colunas, que durante todo esse dia se bateram, é quase impossível; todos fizeram seu dever; todos se tornaram dignos de admiração; mas é inegável que o dito Coronel José Joaquim de Lima e Silva, o Major Luiz José Ferreira, Comandante do bravo 8.º Batalhão , o Capitão Luiz José dos Reis Monte Negro, meu Ajudante de ordens o Capitão de Comissão André Pinto Duarte e o meu Ajudante de ordens Carlos Miguel de Lima e Silva praticaram prodígios de valor; e que o Tenente Antonio José de Oliveira Fragata e os Alferes José Joaquim de Barros, Joaquim Francisco de Oliveira, Joaquim Corrêa de Faria e José Luiz Teixeira Lopes muito se distinguiram. Eu faltaria ao meu dever se não patenteasse o meu reconhecimento ao Sr. Coronel Comandante da 3.ª Coluna, por haver com tanto discernimento e acerto carregado sobre o Arraial logo que conheceu que o ataque geral se tinha antecipado e é a ele sem dúvida que se deve a glória desse dia. O Sr. Coronel José Leite Pacheco, Comandante da 2.ª Coluna com quanto nada pudesse fazer sobre si, por isso que eu em pessoa dirigia a sua Força, mostrou sangue frio, e nesse dia cumpriu muito bem as minhas ordens. O Sr. Coronel José Manoel Carlos de Gusmão, meu Ajudante General, e o Sr. Tenente Coronel Antonio Nunes de Aguiar, Quartel Mestre General foram incansáveis no cumprimento de seus deveres. Os meus Ajudantes de Ordens Agostinho Maria Piquet e Gastão Luiz Henrique Escragnolle, que não foram por mim encarregados de dirigir Forças

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Armas do conde de Tocantins, José Joaquim de Lima e Silva Sobrinho, irmão do Duque de Caxias.

atacantes, bem como o infatigável Capitão Engenheiro desta Província Fernando Halfeld, o Tenente Coronel da G. N. de São Paulo Francisco de Paula Salles, que também se achavam às minhas ordens, foram inseparáveis de mim nas ocasiões de maior perigo. O Major de Brigada da 2.ª Coluna, D. José Carlos da Camara, a quem encarreguei a direção da 1.ª Guarda avançada, foi quem rompeu o fogo contra os rebeldes em Tamanduá, e mostrou que sabia cumprir o seu dever como militar. O Major do Imperial Corpo de Engenheiros Ernesto Augusto Cesar Eduardo de Miranda mostrou coragem, e inteligência; e outro tanto aconteceu com o Major Fortunato Barbosa de Menezes. O 2.º Tenente Ernesto Antonio Lassance, Ajudante de Campo da 2.ª Coluna, procurou distinguir-se animando os soldados, e comunicando as ordens com prontidão; o que igualmente fez o Major do Corpo de Engenheiros Felicio Fortes de Bustamante Sá, Assistente do Ajudante General; e o 2.º Tenente do mesmo Corpo Antonio Pedro de Alencastre, Assistente do Quartel Mestre General, e o 2.º Tenente Carlos de Moraes Camisão. Os Empregados de Saúde cumpriram bem suas obrigações; por entre as balas eu os vi muitas vezes socorrer os feridos, merecendo especial menção seu Chefe, o Cirurgião Mór de Divisão Antonio José Ramos. O Major Manoel Pinto da Motta, Comandante Geral de Artilharia portou-se com dignidade, e muito bons tiros dirigiu contra o edifício, em que estavam abrigados os rebeldes, não obstante a desvantagem da posição. Os Batalhões de G. N. de Caeté e Serro, comandados pelo Coronel Faustino Francisco Branco sustentaram-se com dignidade todo o tempo que durou o combate; e o mesmo praticou o Batalhão de Sabará. A vitoria nos custou 6 oficiais feridos, dos quais 3 gravemente: 4 contusos, sendo um deles o bravo Major Luiz José Ferreira, Comandante do 8.º Batalhão de Caçadores de 1.ª linha e o outro o denodado Capitão Monte Negro; 2 cabos e 16 soldados mortos, e 64 soldados feridos: o inimigo teve, vistos no campo, 49 mortos 2 grande número de feridos, e 300 prisioneiros, inclusos 10 dos principais Chefes da revolta 3. A rebelião nesta Província recebeu o último garrote; nunca mais os rebeldes ousarão encarar os bravos, e disciplinados Soldados do Exército Pacificador; eles vagam em diferentes direções sem Chefes, exaustos de munições de guerra e armamento pois que quase todo tem caído em nosso poder. Fazem hoje justamente dois meses, e quase a mesma hora, que eu do Palácio do intruso Presidente da Província de S. Paulo, em Sorocaba, anunciava uma vitória ao Exército daquela Província; ela foi sem dúvida para mim de muito maior apreço, por que não custou derramamento de sangue Brasileiro; porém vós sabeis que não temos sido os agressores; sobre as cabeças desses ambiciosos desordeiros recai a maldição do Céu. Nós cumprimos o nosso dever sustentando a Monarquia, e as Leis do País, que nos viu nascer; em quanto que eles lhes desobedecem e anarquizam o Império. Barão de Caxias, General em Chefe. __________________________________________________________________________________________

O bravo José Joaquim de Lima e Silva

Herói de Santa Luzia

“Apesar de reformado e de viver entregue à lavoura em suas propriedades rurais, não se negou Lima e Silva ao serviço da guerra logo que requisitado pelo governo. Tudo deixou pela Pátria e de tudo esqueceu-se pela disciplina militar. À frente dos batalhões da guarda nacional de Magé, Inhomirim e rio Perto, de um batalhão de linha e um esquadrão de cavalaria prestou relevantes serviços nessa luta, que, se pouco durou deixou vestígios dolorosos de sua passagem. Devia trava-se o combate no dia 21, investindo o general pela frente e o coronel pelo flanco esquerdo; mas no dia 20 começou Lima e Silva a ouvir sons longínquos. Sabendo que o som se propaga pelas profundezas do

2 Oficio do General Barão de Caxias dirigido ao Ministério da Guerra em 25 de Agosto, diz que – o número dos mortos da

parte dos inimigos talvez seja o dobro daquele que vai declarado na Ordem do Dia, por isso que, não tendo sido possível explorar todo o campo de batalha logo depois da ação, por ter acabado à noite; tinham descoberto até aquele dia muitos cadáveres nos bosques vizinhos. 3 Referia-se aos ex-deputados à Assembleia Geral, Theofilo Benedicto Ottoni e José Pedro Dias de Carvalho a João Gualberto

Teixeira de Carvalho, Vigário Joaquim Camillo de Brito e outros, como se vê do Oficio em que o General deu parte ao Ministro da Guerra do Combate de Santa Luzia.

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solo, aplicou o ouvido ao chão e reconheceu que eram descargas de artilharia; além disso vieram dizer-lhe que no alto da cordilheira, que separava sua força do arraial de Santa Luzia, estava postada uma linha de atiradores. Imediatamente mandou tocar a rebate, fez atacar a linha de atiradores, que foi repelida e sem demora, sem ter recebido aviso ou ordem alguma, marchou apressado para o local do perigo. Apesar de saber, disse-nos ele, que dava um passo contra a disciplina, não hesitou, tomou a responsabilidade do seu ato e como o valente Assás, esqueceu-se de si para só lembrar-se da salvação de seus compatriotas.”4

Quadro cronológico dos lugares em que se bateram as Forças da Legalidade com os rebeldes na Província de Minas Gerais 5

N.º Data de 1842 Localidade

01 24 de junho Mendanha

02 25 de junho Presídio

03 27 de junho Paraíbuna

04 28 a 30 de junho Lugares aquém do Paraíbuna

05 02 a 06 de julho Vila de Caeté

06 04 de julho Vila de Queluz

07 05 de julho Rocinha da Negra

08 11 de julho Cajú

09 12 de julho Cafezais

10 12 de julho Ponte do Rio Baependí

11 16 de julho Rio Verde

12 18 de julho Serra da Vila de Baependí

13 19 de julho Fazenda do Ribeirão

14 20 de julho Vila do Araxá

15 26 de julho Vila de Queluz

4 Revista Ilustração Brasileira, Agosto – 1942 – p.: 74, op. cit. - Moreira de Azevedo – Movimento político de Minas Gerais em

1842” – Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Tomo XlVII – 1884 5 Elaborado por: SOUZA, Bernardo Xavier Pinto de. “Quadro cronológico das peças mais importantes sobre a Revolução da

Província de Minas Gerais em 1842”. Ouro Preto, 1844.

Cel José Joaquim de Lima e Silva Sobrinho - 1.º Conde de Tocantins Irmão de Luiz Alves de Lima e Silva

Herói de Santa Luzia

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16 02 de agosto Corrego Sujo

17 03 de agosto Alagôa Santa

18 12 de agosto Cidade de Sabará

19 20 de agosto Santa Luzia

TÁBUA SINÓTICA

Das Cidades e Vilas da Província de Minas Gerais, onde foi ou deixou de ser reconhecido o Governo Intruso;

duração de seu domínio até o restabelecimento da legalidade.

COMARCAS CIDADES E VILAS DATAS DA

ACLAMAÇÃO OU

RECONHECIMENTO

DURAÇÃO DO

DOMÍNIO DO

“Governo Intruso”

(em dias)

DATAS EM QUE FOI

RESTABELECIDO O

REGIME LEGAL

Onde não foi

reconhecido o

Governo Intruso

Onde foi

reconhecido o

Governo Intruso

Paraíbuna Presídio S. João

Nepomuceno

Barbacena *

Pomba

10 de junho de

(1842)

11 de junho

43

26

23 de julho

07 de julho

Rio das Mortes Lavras

S. João d’El Rei *

S. José

Oliveira

14 de junho

17 de junho

18 de junho

22 de junho

38

45

47

29

22 de julho

01 de agosto

04 de agosto

21 de julho

Piracicava Mariana *

Itabira

Piranga

Santa Barbara 15 de junho 74 28 de agosto

Ouro Preto Ouro Preto * Queluz

Bom Fim

13 de junho

20 de junho

32

91

15 de julho (a)

19 de setembro (b)

Rio Verde Campanha *

Três Pontas

Ayuroca

Baependi

15 de junho

25 de junho

34

20

19 de julho

15 de julho

Rio das Velhas Pitanguí Curvelo

Caeté

Sabará *

24 de junho

07 de julho

08 de julho

36

11

16

30 de julho

18 de julho

24 de julho (c)

Paracatú Patrocínio Paracatú * 07 de agosto 41 17 de setembro (d)

São Francisco Formigas

Januaria

S. Romão

Observações:

(a) – Os rebeldes ocuparam novamente a Vila de Queluz a 27 de julho e retiraram-se a 29

do mesmo mês.

(b) – No dia 4 de julho entraram algumas forças legais na Vila do Bom Fim, a qual

evacuaram no dia 6 do referido mês, sendo novamente ocupada pelos rebeldes no dia

imediato.

(c) – A cidade de Sabará foi à segunda vez invadida pelos rebeldes em 13 de agosto, donde

Jequitinhonha Minas Novas *

Rio Pardo

Paraná Uberaba

Araxá

Rio Grande Tamanduá

Formiga

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Piumhy se retiraram no mesmo dia.

(d) – Dizemos que o regime legal se restabeleceu na cidade de Paracatú em 17 de

setembro, por ser o dia em que a Câmara Municipal se reuniu, chamando as legitimas

autoridades para continuarem no exercício de seus empregos, em consequência de que os

rebeldes terem se dispersado, porém é certo que aquela cidade permaneceu em agitação e

talvez sob a influência dos rebeldes até o dia 26 de dezembro, em que nela entraram Forças

Legais.

N. B. São Cidades as Povoações marcadas com o sinal * e Vilas todas as outras.

Sapucaí Pouso Alegre

Caldas

Jacuí

Jaguarí

Serro Serro*

Diamantina *

Conceição

MAPA DO AVANÇO DE CAXIAS EM MINAS

Combate de Santa Luzia - 1842

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Ação de Caxias contra os liberais em Minas Gerais.

Referencias:

AZEVEDO, Moreira de. Movimento político de Minas Gerais em 1842. Revista Ilustração Brasileira – Agosto – 1942 – p.: 74 / e Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Tomo XLVII – 1884.

BARÃO DE COCAIS (Institucional) Cocaienses são agraciados em Santa Luzia. 26 de agosto de 2014. Disponível em: <http://www.baraodecocais.mg.gov.br/Materia_especifica/6942/COCAIENSES-SAO-AGRACIADOS-EM-SANTA-LUZIA> Acesso em: 30 Ago. de 2014. BENÍCIO, Thales (Jorn.) Itabiranet com Militares de Itabira são recepcionados por General do Exército em Santa Luzia. IItabira, 21 de agosto de 2014. Disponível em: <http://itabiranet.com/noticia.php?id=8614> Acesso em: 28 Ago. de 2014. CAA-MG (Jurídico/direito) Disponível em: [<https://pt-br.facebook.com/caaminas> ][ <https://www.facebook.com/caaminas/photos/pcb.671459186263355/671458282930112/?type=1&theater>][

<https://www.facebook.com/caaminas/photos/pcb.671462296263044/671462069596400/?type=1&permPage=1>] Acesso em: 1.º Set. de 2014.

CÂMARA MUNICIPAL DE SANTA LUZIA Pontos Turisticos. Disponível em: <http://www.cmsantaluzia.mg.gov.br/pontos-turisticos.php> Acesso em: 10 Set. de 2014. CARDOSO, Alvaro. Caxias e a revolução liberal de 1842 em Minas. Revista de Estudos Universitários das Faculdades Integradas Dom Aguirre, vol. 19 N.º 1 – Dez. 1993, p.: 155 a 172. CEZAR, Adilson Arquivo particular.

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Contatos: Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Sorocaba e Academia de História Militar Terrestre do Brasil / São Paulo “Gen Bertholdo Klinger” R: Dr. Ruy Barbosa, 84 – Além Ponte 18040-020 - SOROCABA / SP. Tel.: (15) 3231-1669 E-mail: [email protected] E- mail: [email protected] – Presidente: Prof. Adilson Cezar E- mail: [email protected] – Jorn. Reinaldo Galhardo de Carvalho Editor Executivo: Prof. Adilson Cezar Editor Responsável: Jorn. Reinaldo Galhardo de Carvalho

_____________________________Friso grego de guerra entre deuses e gigantes____________________________

CORREIA NETO, Jonas e Morais. Evocação do movimento liberal de 1842 em São Paulo e Minas Gerais. Revista de Estudos Universitários das Faculdades Integradas Dom Aguirre, vol. 19 N.º 1 – Dez. 1993, p.: 133 a 144.

DARÓZ, Carlos Roberto Carvalho (Ten Cel). As revoltas liberais de 1842: O Império consolidado. Revista Militar. Disponível em: <http://www.revistamilitar.pt/artigo.php?art_id=931> Acesso em: 10 Set. de 2014.

GENI. José Joaquim de Lima e Silva Sobrinho, 1º conde de Tocantins. Disponível em: <http://www.geni.com/people/Jos%C3%A9-Joaquim-de-Lima-e-Silva-Sobrinho/6000000012934824070> Acesso em: 20 Set. de 2014. LEMOS, Atila. Solenidade Comemora 172 anos da Revolução Liberal. 25 de agosto de 2014. Disponível em: <http://www.atilalemos.com.br/2014/08/solenidade-comemora-172-anos-da-revolucao-liberal/> Acesso em: 30 Ago. de 2014. MARINHO, José Antonio. História do movimento político que no ano de 1842 teve lugar na Província de Minas Gerais. 3.ª edição, São Paulo : Ed. USP; Belo Horizonte : Itatiaia, 1977. SOUZA, Bernardo Xavier Pinto de. Quadro cronológico das peças mais importantes sobre a revolução da Província de Minas Gerais em 1842. Ouro Preto, 1844. Revista Ilustração Brasileira – Agosto – 1942 – p.: 71 e 72. TRIBUNA LUZIENSE Santa Luzia na História: Revolução Liberal de 1842. 21 de agosto de 2014. Disponível em: <http://tribunaluziense.com.br/santa-luzia-na-historia-revolucao-liberal-de-1842/> Acesso em: 15 Set. de 2014.