ARCADISMOARCADISMOSéculo XVIIISéculo XVIII

O fortalecimento O fortalecimento político da burguesia e político da burguesia e o aparecimento dos o aparecimento dos filósofos iluministas filósofos iluministas dão origem ao um dão origem ao um novo quadro sócionovo quadro sócio--políticopolítico--cultural e a um cultural e a um novo público.novo público.

A LINGUAGEM ÁRCADEA LINGUAGEM ÁRCADE

Expressão dos sentimentos do artista do século XVIII .Expressão dos sentimentos do artista do século XVIII .

�� Inutilia truncat Inutilia truncat (cortar o inútil). (cortar o inútil). Rejeição radical do estilo e do espírito Rejeição radical do estilo e do espírito barrocos.barrocos.

�� Fugere urbem Fugere urbem ("evitar a cidade", "fugir da civilização").("evitar a cidade", "fugir da civilização"). busca do busca do equilíbrio e da naturalidade, no contato com a natureza.equilíbrio e da naturalidade, no contato com a natureza.

�� Aurea mediocritas Aurea mediocritas ("dourada mediania"). ("dourada mediania"). Exaltação da virtude, da Exaltação da virtude, da humildade.humildade.

�� Carpe diemCarpe diem ("aproveite o dia"). ("aproveite o dia"). Consciência da fugacidade do tempo.Consciência da fugacidade do tempo.

�� Objetivismo. Objetivismo. Neutralização da individualidade. A paisagem é aberta, Neutralização da individualidade. A paisagem é aberta, clara e tranqüila, deixando a vida sem surpresas e sem mistériosclara e tranqüila, deixando a vida sem surpresas e sem mistérios..

ARCADISMO NO BRASILARCADISMO NO BRASIL

Ganhou expressão em Vila Ganhou expressão em Vila Rica (Ouro Preto), Minas Rica (Ouro Preto), Minas Gerais. Apresenta relação Gerais. Apresenta relação direta com o crescimento direta com o crescimento urbano devido à extração de urbano devido à extração de ouro.ouro.

OS ÁRCADES DA COLÔNIAOS ÁRCADES DA COLÔNIA

Na lírica: Na lírica: Cláudio Manuel da CostaCláudio Manuel da Costa

Na épica: Basílio da Gama, Santa Na épica: Basílio da Gama, Santa Rita DurãoRita Durão

Na satírica: Na satírica: Tomás Antônio GonzagaTomás Antônio Gonzaga

CLÁUDIO MANUEL DA COSTACLÁUDIO MANUEL DA COSTAGLAUCESTE SATÚRNIOGLAUCESTE SATÚRNIO

Seus sonetos Seus sonetos apresentam apresentam afinidade com a lírica afinidade com a lírica de Camões.de Camões.Seu tema de Seu tema de destaque é a destaque é a desilusão amorosa.desilusão amorosa.

Musa NiseMusa Nise

Casa dos Contos. Ouro Preto

SONETOSSONETOSSou pastor; não te nego; os meus montados Sou pastor; não te nego; os meus montados São esses, que aí vês; vivo contente São esses, que aí vês; vivo contente Ao trazer entre a relva florescente Ao trazer entre a relva florescente A doce companhia dos meus gados;A doce companhia dos meus gados;

Ali me ouvem os troncos namorados, Ali me ouvem os troncos namorados, Em que se transformou a antiga gente; Em que se transformou a antiga gente; Qualquer deles o seu estrago sente; Qualquer deles o seu estrago sente; Como eu sinto também os meus cuidados.Como eu sinto também os meus cuidados.

Vós, ó troncos, (lhes digo) que algum dia Vós, ó troncos, (lhes digo) que algum dia Firmes vos contemplastes, e seguros Firmes vos contemplastes, e seguros Nos braços de uma bela companhia;Nos braços de uma bela companhia;

ConsolaiConsolai--vos comigo, ó troncos duros; vos comigo, ó troncos duros; Que eu alegre algum tempo assim me via; Que eu alegre algum tempo assim me via; E hoje os tratos de Amor choro perjuros.E hoje os tratos de Amor choro perjuros.

Ai Nise amada! se este meu tormento,Se estes meus sentidíssimos gemidos Lá no teu peito, lá nos teus ouvidosAchar pudessem brando acolhimento;

TOMÁS ANTÔNIO GONZAGATOMÁS ANTÔNIO GONZAGADIRCEUDIRCEU

Sua obra apresenta inovações que Sua obra apresenta inovações que apontam para uma transição entre apontam para uma transição entre Arcadismo e Romantismo.Arcadismo e Romantismo.Sua poesia é emotiva e Sua poesia é emotiva e espontânea. espontânea. Não possui uma musa irreal, mas Não possui uma musa irreal, mas Marília, que mostraMarília, que mostra--se mais se mais humana, próxima e real.humana, próxima e real.

Na sua face mimosa,Marília, estão, misturadaspurpúreas folhas de rosa,brancas folhas de jasmim.(...)

Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,Que viva de guardar alheio gado;Que viva de guardar alheio gado;De tosco trato, d’ expressões grosseiro, De tosco trato, d’ expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado.Dos frios gelos, e dos sóis queimado.Tenho próprio casal, e nele assisto;Tenho próprio casal, e nele assisto;DáDá--me vinho, legume, fruta, azeite;me vinho, legume, fruta, azeite;Das brancas ovelhinhas tiro o leite,Das brancas ovelhinhas tiro o leite,E mais as finas lãs, de que me visto.E mais as finas lãs, de que me visto.Graças, Marília bela,Graças, Marília bela,Graças à minha Estrela!Graças à minha Estrela!(...)(...)

Estou no Inferno, estou, Marília bela;E numa coisa só é mais humanaA minha dura estrela:Uns não podem mover do Inferno os passos;Eu pretendo voar, e voar cedoÀ glória dos teus braços.

POESIA SATÍRICA