O homem e sua história - AEAARP

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Ano XI nº 164 novembro/2008 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto painel 2008 anos A tajetória de Marcos Vilela Lemos se confunde com a história dos últimos 30 anos da AEAARP A trajetória de Marcos Vilela Lemos se confunde com a história dos últimos 30 anos da AEAARP O homem e sua história O homem e sua história Semana Agronômica põe em debate a eficiência das matérias-primas da bioenergia O sucesso do Almoço dos Agrônomos se repete há mais de 30 anos Exposição fotográfica vai mostrar o “antes e depois” de Ribeirão Preto

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Ano XI nº 164 novembro/2008 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto

painel 2 0 0 8 a n o s

A tajetória de Marcos Vilela Lemos se confunde com a história dos últimos 30 anos da AEAARP

A trajetória de Marcos Vilela Lemos se confunde com a história dos últimos 30 anos da AEAARP

O homem e sua históriaO homem e sua história

Semana Agronômica põe em debate a eficiência das matérias-primas da bioenergia

O sucesso do Almoço dos Agrônomos se repete há mais de 30 anos

Exposição fotográfica vai mostrar o “antes e depois” de Ribeirão Preto

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60A AEAARP perdeu, em outubro deste ano, um de seus melhores integrantes

após o falecimento do engenheiro agrônomo Marcos Vilela Lemos. Mais do que um amigo de todos, quase uma unanimidade entre seus pares, Marcos foi um técnico competente e um homem à frente de seu tempo.

Em 1970, quando poucos se preocupavam em debater o desenvolvimento sustentável, políticas de preservação dos recursos naturais e temas afins, Marcos pautou essas discussões na AEAARP e é um dos responsáveis pelo fato de sermos uma das primeiras entidades ribeirão-pretanas a se debruçarem sobre o tema.

Marcos pensava o futuro, preocupava-se com a qualidade de vida das pessoas e trabalhava cotidianamente tendo essa meta em seu horizonte. Cada um de nós, que militamos e dirigimos a AEAARP em diferentes períodos, temos um testemunho a dar sobre o Marcos.

Seu legado de trabalho, de representatividade e de atuação constante, tanto na AEAARP, como no CREA e na FAEASP, está marcado por inúmeras intervenções que ficarão para sempre na história do associativismo, tendo como foco a cidadania e a valorização profissional.

Como uma das inúmeras homenagens que estamos prestando a ele, por ato da atual diretoria, anunciada na abertura da Semana Agronômica deste ano, resolvemos denominá-la, a partir de 2008, Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos, para que tão importante acontecimento seja uma justa homenagem a um homem que tanto lutou e trabalhou pela Associação e pela Agronomia.

Muitos encaram a vida como eterna, sem fim. Mas, independentemente de crenças religiosas, alguns conseguem alcançar este objetivo, não com a presença física, mas com ações e iniciativas que semeiam no decorrer de suas vidas.

Na entrevista que concedeu para a elaboração do livro que contará os 60 anos de nossa história, Marcos comprovou que foi do tipo de ser humano que é eterno, imortal. Ele relembrou, por algumas horas, as lutas dos profissionais pelo fortalecimento da AEAARP e seu empenho, junto com muitos colegas, pela valorização da Agronomia. Em certo momento, refletiu sobre a família, instituição que sempre respeitou. Marcos se foi, mas deixou exemplos, projetos e ideais que nos honram.

Esta edição da Revista Painel traz uma matéria que revela trechos desta entrevista e expõe os pensamentos e projetos deste nosso grande colega. Nas páginas seguintes, matérias sobre a Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos, organizada com esmero e dedicação, e a cobertura completa do Almoço dos Agrônomos, completam a homenagem que prestamos ao Marcos.

Eng. Civil Roberto Maestrello

Presidente da AEAARP

Eng. CivilRoberto Maestrello

Editorial

AssociAçãode engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

EspEcial 06Marcos Vilela: “Sou mineiro, graças a Deus”

almoço dos agrônomos 10A festa!

ii Workshop dE agroEnErgia 12Matérias-primas e meio ambiente no centro das discussões

artigo 20O Certificado de Conduta Ambiental para o setor da construção e desenvolvimento urbano

FotograFia 21Passado e presente da cidade estão em mostra fotográfica na AEAARP

política 22Antes de ser eleita, Dárcy Vera expôs seus compromissos na AEAARP

pEsquisa 23Poluição na construção civil pode ser evitada com medidas de baixo custo

crEa 24Crea-SP confere título Honoris Causa de Engenheiro e Arquiteto a Frei Galvão

obras 25Sede recebe adaptações elétricas, hidráulicas e inicia obras do deck

proFissionais do ano – 2008 26Conheça o perfil dos profissionais que receberão o Prêmio Profissionais do Ano 2008

inFormática 29Software será ferramenta para associado

notas 30

Índice

Expediente

Horário de funcionamentoAEAARP CREADas 8h às 12h e das 13h às 17h Das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700Fax: (16) 2102.1700 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Roberto Maestrello José Roberto Hortêncio Romero Presidente Vice-presidente

DIRETORIA OPERACIONALDiretor-administrativo: Pedro Ailton GhideliDiretor-financeiro: Ronaldo Martins TrigoDiretor-financeiro Adjunto: Cecílio FráguasDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: José Aníbal Laguna

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: Francisco Carlos FagionatoDiretora Comunicação e Cultura: Maria Inês CavalcantiDiretora Social: Luci Aparecida Silva

DIRETORIA TÉCNICAEngenharia, Agrimensura e Afins: Argemiro GonçalvesAgronomia, Alimentos e Afins: José Roberto ScarpelliniArquitetura, Urbanismo e Afins: Marcia de Paula Santos SantiagoEngenharia Civil, Saneamento e Afins: Luiz Umberto MenegucciEngenharia Elétrica, Eletrônica e Afins: Edson Luís DarcieGeologia e Minas: Caetano Dallora NetoEngenharia Mecânica, Mecatrônica, Ind. de Produção e Afins: Júlio Tadashi TanakaEngenharia Química e Afins: Denisse Reynals BerdalaEngenharia de Segurança e Afins: Edson BimComputação, Sistemas de Tecnologia da Informação e Afins: Giulio Roberto Azevedo PradoEngenharia de Meio Ambiente, Gestão Ambiental e Afins: Evandra Bussolo Barbin

DIRETORIA ESPECIALUniversitária: Onésimo Carvalho LimaDa Mulher: Maria Teresa Pereira LimaDe Ouvidoria: Geraldo Geraldi Junior

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: João Paulo de S. C. FigueiredoAlexandre Sundfeld Barbin Luiz Antonio BagatinCarlos Alberto Palladini Filho Luiz Fernando CozacEdes Junqueira Luiz Gustavo Leonel de CastroEdgard Cury Manoel Garcia FilhoEricson Dias Mello Marcos A. Spínola de CastroHideo Kumasaka Maria Cristina SalomãoHugo Sérgio Barros Riccioppo Ricardo Aparecido DeBiagiInamar Ferraciolli de Carvalho Sylvio Xavier Teixeira JúniorJosé Fernando Ferreira Vieira CONSELHEIRO TITULAR DO CREA-SP REPRESENTANTE DA AEAARPCâmara Especializada em Engenharia Civil: Ericson Dias Mello

REVISTA PAINELConselho Editorial: Maria Inês Cavalcanti, José Aníbal Laguna, Ericson Dias Mello, Giulio Roberto Azevedo Prado e Hugo Sérgio Barros Riccioppo

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Tiragem: 5.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - (16) 2102.1718Editoração eletrônica: Mariana Mendonça Nader - [email protected] Impressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.Fotos: Ezequiel Pereira e Texto & Cia.

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

A Painel apresenta os três últimos ex-presidentes da AEAARP.

Conheça os homens que dirigiram a aeaarP

presidentes

Revista Painel 5

especial

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Em agosto deste ano, Marcos Vilela Lemos concedeu uma longa entrevista em seu escritório, instalado na avenida Senador Cesar Vergueiro, para dois jornalistas que trabalham na pesquisa para a redação do livro que contará os 60 anos de história da AEAARP. Na ocasião, ele lembrou episódios que aconteceram a partir de 1974, quando se filiou à entidade. A leitura dos documentos da época revela que a primeira reunião da qual ele participou aconteceu em 18

de outubro de 1974, mas o relato desta ata não expõe nenhuma intervenção de Vilela naquela ocasião o que, entretanto, não se repetiu ao longo de seu envolvimento com a entidade, encerrado no dia 8 de outubro, quando faleceu em decorrência de um acidente automobilístico. Este foi o fim prematuro de uma carreira brilhante.

Vilela chegou a Ribeirão Preto em 1963, ainda criança. Estudou no colégio “Otoniel Motta” e se formou em Agronomia pela Unesp de Jaboticabal. “Quando vim para cá (depois de encerrar o curso universitário) senti a necessidade de estar envolvido e discutir coisa da profissão, do trabalho, do dia-a-dia da cidade. Vim trabalhar numa área ambiental. Sempre entendi que jardins e paisagismo faziam parte de uma questão mais ampla”, explicou o agrônomo.

Quando o jovem chegou à AEAARP, os assuntos então discutidos em reuniões, que contavam com pouco mais de uma dúzia de pessoas, concentravam-se majoritariamente em questões urbanísticas. Ele foi um dos responsáveis por inserir discussões sobre meio ambiente nestes encontros. “Naquela época já se falava em lei de desenvolvimento urbano, leis de parcelamento de solo, de edifícios altos. Tentava-se abranger coisas da agronomia, arquitetura e urbanismo”, explicou Villela.

O profissional participou da maioria das grandes mudanças e conquistas da entidade. Viu em 1976 a Associação dos Engenheiros de Ribeirão Preto mudar o nome para Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto. “O (José Augusto) Corsini Monteiro (de Barros), que era presidente na época, foi quem mudou o estatuto. Ele queria mais amplitude. Foi quando começamos a associar as empresas”, contou.

A imagem na Galeria dos ex-presidentes: atuação imortalizada na Associação.

Na solenidade de inauguração da segunda fase de

construção da sede, nos anos de 1990.

Reunido com engenheiros, nos anos de 1990.

Com amigos, em 2002, na ‘Macarronada do Palladini’.

marcos Vilela“Sou mineiro,

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Vilela participou da aquisição do terreno da sede da Associação, da construção do prédio, lutou pelos direitos dos engenheiros que se confrontaram com os técnicos, em meados dos anos de 1980, fez manifestações em defesa das leis de zoneamento na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, lutou pela criação Secretaria Municipal de Meio Ambiente e, sem perder a ginga mineira de quem nasceu na cidade do Carmo, atraiu muita gente para a AEAARP, como o arquiteto Luis Eduardo Siena de Medeiros.

“Lutamos para ter área verde. Por que só esgoto? Por que não área verde? A área verde também tem muita importância. Hoje existe uma proposta no Código Ambiental. Na área que se quiser lotear, a Prefeitura Municipal deverá decidir onde será localizada a área verde. Antigamente esta área era jogada em um cantinho aqui, outro ali. Isso tudo começou com nosso trabalho”, explicou.

Para lutar pelas bandeiras que erguiam, Villela e seus companheiros de AEAARP não mediram esforços. Fizeram passeatas e outras manifestações em órgãos públicos, reuniões com

Votando, na eleição de 2002.

Happy hour na sede, em 2003.

Em 2008, em uma das últimas atividades na AEAARP:

palestra dos candidatos a prefeito.

Lemosgraças a Deus”

“Um incansável batalhador pelas causas do associativismo, da FAEASP e do sistema CONFEA/CREA, que fazia com amor, justeza e dedicação. Perdemos um companheiro de primeira grandeza, porém, o seu legado exemplar ficará indelével em

nossos corações, motivando-nos a praticar e passar para os que nos sucederão a defesa intransigente dos valores morais e da valorização profissional que ele tanto praticou. A AEAARP tem o máximo orgulho de ter tido como seu associado o engenheiro agrônomo Marcos Vilela Lemos. A sua atuação e valiosas contribuições como conselheiro, presidente do Conselho Deliberativo e presidente da Diretoria jamais serão esquecidas. A Semana da Agronomia, que hoje está na sua 2ª edição e que sempre contou com a participação e o entusiasmo efetivo dele, passa, a partir deste ano, por um ato desta diretoria, a se chamar Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos, numa justa homenagem que lhe prestamos em respeito à sua memória.”

Roberto Maestrello, presidente da AEAARP

“O engenheiro agrônomo Marcos Vilela Lemos, filho de Ribeirão Preto que esteve conosco na diretoria do Crea-SP no ano de 2007, ocupando o cargo de diretor administrativo, ficará na nossa memória e em nossos corações como ser humano inesquecível, como amigo

sempre pronto à colaboração e honroso profissional integralmente dedicado aos relevantes serviços que prestou ao nosso Conselho e à Nação.”

José Tadeu da Silva, presidente do CREA-SP

Idéias e sonhosUma das idéias de Vilela que foi levada

à Prefeitura, e que pode servir para o futuro da região, é a criação de um parque com uma área de aproximadamente 300 alqueires, na região do Pirapau, zona leste da cidade. O zoológico municipal seria transferido para este local, que contaria com uma área de camping e atividade de lazer para os jovens.

“Quando eu era moleque, ficava um, dois meses pensando no que a gente ia fazer. Sou mineiro, graças a Deus. Juntávamos um dinheiro e íamos à tarde para a ponte”, contou. O projeto que ele idealizou por 20 anos “tiraria a molecada do ócio”. “Minha proposta era ligar a ponta da serra com o Pirapau. Passar do lado de lá para o Rio Pardo através de um teleférico. Para o moleque passar o fim-de-semana, fazer lago na várzea, escavar”.

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prefeitos, vereadores e outras autoridades, ações que resultassem em favor das idéias que defendiam, tanto para o bem comum quanto das profissões representadas pela Associação. “Nós tivemos muitas conquistas. A entidade luta pelas condições dos profissionais, principalmente na defesa da classe. Tem muita coisa ainda para ser feita. A fiscalização está aí pra isso. Tem gente que acha que pode fazer o que fazemos sem formação. Isso acaba nos prejudicando”, desabafou.

Vilela tinha a atenção voltada para o presente, no exercício de sua função na Secretaria do Meio Ambiente, onde integrava a equipe

liderada pelo engenheiro agrônomo Genésio Abadio de Paula e Silva, e os olhos voltados para o futuro. Defendia o aperfeiçoamento da administração dos parques que existem na cidade e a execução de novos projetos nesta área, apesar de não restringir à ela as idéias que defendia para o futuro de Ribeirão Preto.

“A cidade tem um traçado modesto para enfrentar grandes problemas no futuro. Grandes obras serão necessárias no município para solucionar a movimentação dentro da cidade. Os espaços viários são modestos, principalmente para uma cidade que pode dobrar daqui a 15 ou 20 anos. A arborização é limitada, mas felizmente temos pequenas áreas verdes resguardadas”, declarou.

“O passamento de Marcos Vilela Lemos foi uma perda irreparável para a Agronomia. Foi um ponto de apoio da comissão agronômica da AEAARP. Líder na luta classista no CREA, vida associativa intensa na AEAARP e sempre trabalhando como engenheiro

agrônomo, o que o credenciava com experiência para defender os direitos e deveres da classe. Deixamos de contar com um companheiro, um amigo e um irmão mais experiente, mas com certeza ele já havia cumprido a missão conosco”.

José Roberto Scarpellini, diretor técnico de Agronomia, Alimentos e Afins da AEAARP

“Profissional de uma lealdade incrível, muito e sempre preocupado com a classe toda, respeitado, crítico e reconhecido. Sempre valorizando a unidade familiar, sempre prezou muito isso.”

Geraldo Geraldi Júnior, diretor de Ouvidoria da AEAARP

“Marcos sempre foi um ponto de equilíbrio da nossa entidade. Pessoa simples, mas muito ativo e determinado, criterioso, sistemático até, e voluntarioso. Sempre foi muito equilibrado e muito profissional. Esse equilíbrio e profissionalismo foram

fundamentais em muitos momentos importantes da AEAARP. Presidente da Associação e um dos seus mais ativos e entusiasmados sócios, dedicou grande parte do deu tempo e da sua condição trabalhando pela entidade. De Marcos ficam as melhores lembranças. Lembranças de uma pessoa equilibrada e apaixonada pelo que fazia e de suas contribuições que foram uma âncora, em especial para a AEAARP e para todos nós que pudemos desfrutar de sua companhia e de sua amizade”.Ericson Dias Mello, conselheiro deliberativo da AEAARP

“Nas conversas de fim de tarde na AEAARP, uma das coisas pelo que o Vilela mais lutava era contra o exercício da profissão por quem não de direito. Paisagismo é para quem entende de solo, plantas, e não para quem só desenha.

Para mim, Marcos Vilela foi bem mais que um profissional da agronomia, ele foi o poeta do verde. Vide nosso jardim do salão de festas: é todo romance, pura poesia.”

Maria Inês Cavalcanti, diretora de Comunicação e Cultura da AEAARP

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Vilela foi empossado neste ano de 2008 na presidência do Conselho Deliberativo da Associação, o mesmo cargo que ocupou entre 1993 e 1995. Ele presidiu a AEAARP no biênio 1986-1988 e sempre esteve entre os diretores da entidade, sobretudo à frente da Diretoria de Agronomia. Além da AEAARP, ele foi diretor administrativo do CREA-SP e atualmente era conselheiro da entidade. Vilela presidiu também o Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente).

Marcos Vilela Lemos participou ativamente da AEAARP

almoço dos agrônomos

A festa!

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Há mais de 30 anos, o Almoço dos Agrônomos

congrega os profissionais e seus familiares em uma

festa regada a alegria que, neste ano, aconteceu

na chácara Villa do Lago. O evento encerrou

a Semana Agronômica Marcos Vilela Lemos.

Confira as imagens do evento.

A festa!

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ii Workshop de agroenergia

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Política e perspectiva para os biocombustíveisManoel Polycarpo Castro NetoAgência Nacional de PetróleoManoel Castro Neto abriu sua apresentação expondo as funções

da ANP (Agência Nacional de Petróleo) e um histórico da produção de biocombustíveis em todo o mundo, ressaltando que a primeira experiência com esta fonte de energia remonta a 1897, quando Rudolf Diesel apresentou o primeiro motor que admitia o uso de óleo vegetal. Ele avaliou que a evolução dos biocombustíveis no Brasil foi acelerada e lembrou que esse é o único país no mundo onde circulam carros que admitem mais de um combustível, que entraram no mercado a partir de 2003.

Castro Neto disse que novas tecnologias de motores híbridos e elé-tricos estão em fase de experimentação e constituem uma promessa para o futuro, uma vez que os custos são altos para viabilizar os projetos em curto prazo.

Ele avaliou o potencial de expansão agrícola do Brasil para a pro-dução de cana-de-açúcar e expôs o programa do governo brasileiro, o PNPB (Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel), lançado em 2005, que tem por objetivo implementar a produção e o uso de biocombustíveis de forma sustentável, tanto do ponto de vista técnico quanto econômico. Castro Neto afirmou que o objetivo é produzir o biocombustível gerando renda e promovendo inclusão social.

Neste cenário, a ANP está assumindo a responsabilidade de criar uma regulamentação para o setor, que torne o biocombustível com-petitivo em comparação ao óleo diesel fóssil, considerando a mesma variedade de matérias-primas disponíveis, a necessidade de garantia de suprimentos, o atendimento a padrões de qualidade e a política de inclusão social do governo. Castro Neto afirmou que é necessário fazer investimentos para exportar o etanol e as perspectivas para o futuro residem na cogeração de energia elétrica.

Energia elétrica do bagaço da cana Jairo Meneses BalboUsina São FranciscoJairo Meneses Balbo iniciou sua exposição classificando a cana-de-

açúcar como uma “planta extraordinária” e listou suas características: não esgota o solo, ao contrário, as raízes profundas e sua grande

matérias-Primas e

O II Workshop de Agroenergia, promovido

pela AEAARP em outubro, apresentou os avanços

das pesquisas realizadas em todo o país na busca

de matérias-primas eficientes para a produção de biocombustíveis,

além dos aspectos econômicos e ambientais da agricultura brasileira, em especial o cultivo da

cana-de-açúcar. Na abertura, o presidente da AEAARP,

Roberto Maestrello, pediu um minuto de silêncio em homenagem ao engenheiro

agrônomo Marcos Vilela Lemos, que faleceu uma semana antes do início do evento.

Maestrello informou que, a partir desta edição, o evento recebe o nome do engenheiro, como forma de homenagear a trajetória que teve no

associativismo. José Ramos Nogueira, diretor regional da APTA Ribeirão Preto, e José Galdino Barbosa

da Cunha Junior, representantes do CREA e FAEASP, também participaram da abertura,

comandada por José Roberto Scarpellini, coordenador geral do evento. Nogueira

apresentou os trabalhos da APTA e Cunha Junior ressaltou a importância da AEAARP

que, segundo ele, está entre as entidades mais atuantes da América Latina.

A seguir, os principais trechos das exposições, que foram registradas em vídeo,

disponíveis na sede da Associação.

meio ambiente

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massa verde o protegem. “Não vemos erosões em nossa região”, observou. Balbo disse ainda que o consumo do etanol evita a emissão de carbono na atmosfera e que os grandes centros urbanos ganham em qualidade do ar com a utilização deste combustível.

Ele vê oportunidade de crescimento do setor na cogeração de energia elétrica, em decorrência da demanda crescente do país. “A cada ano precisamos de uma nova Itaipu”, afirmou. Balbo apresentou números que dão conta de que a cada 1% de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), é necessário 1,2% mais energia elétrica para abastecer o país. Segundo ele, 12 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à energia elétrica, sendo que dois milhões vivem em área urbana.

Balbo criticou o ministro Guido Mantega, da Fazenda, que afirmou estar segurando o crescimento do país para evitar o apa-gão. “Ele foi infeliz”, disse. “Com a expansão da cana, podemos aumentar a oferta de fontes de energia elétrica da biomassa, aumentando a participação da bioeletricidade na matriz ener-gética sem colocar o planeta em risco”, concluiu.

Aspectos econômicos do biodieselSilene Maria de FreitasAPTA/IEA“Sem energia não há desenvolvimento e sem desenvolvimento

não há geração de empregos”. Com esta constatação Silene Maria de Freitas iniciou sua palestra que mostrou, entre outras coisas, o desenvolvimento econômico através dos tempos, citando as duas crises do petróleo – dos anos de 1970 e 1980 – e os reflexos das políticas de preservação do meio ambiente, incluindo os novos paradigmas lançados a partir da conferên-cia da ONU (Organização das Nações Unidas), a Rio 92, que revelou ao mundo o impacto da emissão de dióxido de carbono na atmosfera.

Silene foi além e lembrou os princípios do Protocolo de Kyoto, lançado em 1997, para, na seqüência, ressaltar que o Brasil inves-te em energia renovável desde os anos de 1970, com o advento do Pró-alcool. “Estamos na terceira crise do petróleo, temos que ter alternativas e o governo viu que a cana dava certo”, disse, ressaltando que é necessário investir em outras fontes de óleo vegetal, e esta ação deve ter preocupação tanto social quanto ambiental. Ela reafirmou a importância econômica do etanol e a necessidade de estabelecer uma política que permita segurança energética ao país.

Os biocombustíveis e os produtores ruraisJoaquim Augusto Azevedo SouzaPresidente do Sindicato Rural de Ribeirão PretoO palestrante mostrou a importância do produtor rural e os

desafios que enfrenta, entre eles a poluição e a degradação do meio ambiente. Joaquim Augusto Azevedo Souza ressaltou o papel do homem do campo do ponto de vista ambiental e social, apontando as contribuições da agricultura para o seqüestro de CO2, a geração de riquezas, o abastecimento de alimentos e o estabelecimento de uma nova matriz energética.

Ele afirmou que o governo não age com contundência para frear o desmatamento da Amazônia e investe em uma legislação ambiental confusa, que inibe o desenvolvimento e a produção rural. Os aspectos criticados por Azevedo Souza são o viés punitivo e arrecadatório da legislação ambiental e o fato de desconsiderar peculiaridades regionais. Ele também chamou a atenção para o fato de as leis atuais colocarem em risco o direito à propriedade.

“Estão mais preocupados em agradar a mídia do que em ter respeito com o país”, disse. Azevedo Souza defendeu os biocombustíveis, cuja produção confere ganhos ambientais e econômicos.

Biodiesel em tratoresAfonso LopesLaboratório de Engenharia Rural – UNESP/JaboticabalAfonso Lopes conceituou o etanol e apresentou as diferenças

entre esta fonte energética, o metanol e o biodiesel e o contexto brasileiro para a produção do combustível, uma vez que o Bra-sil tem extensão territorial de 851,4 mil hectares. “Temos um contexto diferente de países da Europa”, comparou. Segundo ele, a ministra da Casa Civil Dilma Roussef apresentou núme-ros que dão conta de que o Brasil tem área agriculturável de 390 milhões de hectares. “Isso é o sonho de qualquer país do mundo”, disse.

Lopes relatou avanços de pesquisas nas últimas duas décadas que permitem, por exemplo, o cultivo de soja em área de cerrado, o que antes era impensável. Ele apresentou as diferentes culturas de oleaginosas nas cinco regiões do Brasil, que, em sua visão, dá vantagem na exploração conjunta de várias oleaginosas.

No país, estão em operação 450 mil tratores, o que perfaz uma média de 118,4 hectares para cada máquina, muito acima de paí-ses como os EUA, que têm uma média de 36,9 hectares para cada

no centro das discussões

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trator em operação. Ele avalia que este cenário internacional se dá em decorrência do alto índice de mecanização da lavoura.

No laboratório onde realiza suas pesquisas, em Jaboticabal, está sendo estudada a aplicação de combustíveis provenientes do etanol, do metanol, de fontes residuais e purificados. Os re-sultados apontam que o biodiesel tem consumo maior do que o diesel fóssil, entretanto ganha em resultados ambientais, uma vez que tem baixa emissão de fumaça preta.

Ele ressaltou a importância das pesquisas com matéria-prima residual, por exemplo, que evita a descarga desse material, pro-veniente do uso doméstico ou de restaurantes, nos lençóis de água. Lopes disse que o efeito do biodiesel de má qualidade nos motores é o mesmo do diesel convencional. “Temos experiên-cia com motor médio, de caminhão pequeno, motor de injeção eletrônica. Biodiesel de boa qualidade não afeta sistema de injeção”, disse.

Uma das incógnitas das linhas de pesquisa é o combustível proveniente da mamona, uma vez que o óleo extraído desta planta é mais viscoso. A soja, por exemplo, tem viscosidade de 5,5% e a mamona de 12%, o que não é suportado pelos motores. “Biodiesel é biodegradável, renovável e gera empregos”, concluiu.

Os biocombustíveis e o meio ambienteAriovaldo Luchiari JuniorEmbrapaAriovaldo Luchiari Junior afirmou que o mercado está mu-

dando a forma de tratar o setor. “Não se fala mais em setor sucroalcooleiro e sim em sucroenergético”, disse. Ele lembrou que em 2000 esteve nos EUA a trabalho e, na época, o país vinha de cinco supersafras de milho. “Eles estocavam nas calçadas”, contou. Ao perceber que como commodity essa cultura estava decaindo e que o cenário perduraria por pelo menos uma década, eles passaram a investir no etanol de milho. Luchiari disse que chegou a pensar que era uma loucura, que jamais conseguiriam competir com a cana. “Mas eles investiram e hoje produzem mais que o Brasil”.

A Embrapa, segundo ele, trabalha com grandes desafios de pesquisa, que englobam a produção de energia, alimentos, água e preservação do meio ambiente. Ele traçou um cenário positivo do Brasil para as próximas quatro décadas, com crescimento populacional equilibrado, racionalização do uso dos recursos naturais e abastecimento de água e alimentos sob controle.

A tendência mundial é aumentar o uso de fontes alternativas de energia – como a biomassa – e reduzir a utilização de petróleo, assim como acontece com a lenha desde 1860. No Brasil, 46% da energia utilizada são provenientes de fontes renováveis. Luchiari comparou estes números com a Europa, onde 6% da energia são de fontes renováveis.

A biomassa brasileira tem na cana-de-açúcar a principal

matéria-prima. “A biomassa é renovável, tem apelo nas questões climáticas e ganha terreno com a elevação do valor do petróleo”, afirmou. No Plano Nacional de Agroenergia, no qual a Embrapa está inserida, uma das diretrizes é o desenvolvimento deste setor sem competir com a produção de alimentos e ter consonância com a política ambiental. E é exatamente com esses horizontes que a Embrapa investe em linhas de pesquisa. Há melhoramen-tos a serem feitos para que o país atinja a capacidade total de produção que vão desde questões genéticas até o uso da água, do solo, expansão e intensificação planejada, com alto nível tecnológico.

Fitossanidade em culturas oleaginosasShizuo Dodo ANDEFShizuo Dodo abriu a palestra falando da evolução dos agroquí-

micos, da importância da agricultura para o Brasil, lembrando notícias na imprensa destacando que o agronegócio sustenta o Brasil e ainda colabora positivamente para os números da balança comercial brasileira.

Dodo falou das culturas oleaginosas para produção de bio-diesel, da importância da inovação para a evolução da huma-nidade, da evolução dos defensivos agrícolas para o controle de pragas, da dificuldade de registro dos defensivos agrícolas e avanços tecnológicos com base em novos ingredientes ativos, destacando as vantagens dos produtos com esses ingredientes, dentre elas a harmonização entre defensivos em uso no Brasil e países importadores.

Oleaginosas para produção de biodieselDílson Rodrigues CáceresCATIO pesquisador citou exemplos de oleaginosas como soja, gi-

rassol, mamona, amendoim, algodão, nabo forrageiro e gergelim e comentou sobre as espécies perenes como babaçu, dendê, macaúba, piqui e pinhão manso, ressaltando a vantagem da produção de oleaginosas de ciclo curto para áreas de renovação de cana.

Cáceres falou das vantagens e desvantagens das várias ole-aginosas para produção de biodiesel, das pesquisas, pragas, produtividade, percentual de óleo de cada uma, dentre outros temas. Destacou o uso do girassol para a produção de biocom-bustível, as vantagens como tolerância à seca, baixo custo de implantação, capacidade de reciclagem de nutrientes, dentre outras. Falou do nabo forrageiro e apresentou estudos sobre o crambe, planta que ainda depende de pesquisas, cujo óleo pode ser utilizado para fins industriais, mas tem despertado o interesse dos pesquisadores. Comentou sobre o cultivo do gergelim e suas vantagens, como a torta que serve para

alimentação humana, falou das dificuldades para fazer chegar ao produtor a tecno-logia para cultivo da mamona e os estudos sobre características, pragas, doenças do pinhão manso, além da produtividade da macaúba, “a que mais produz óleo por hectare”, ressaltou.

Manejo sustentável de plantas daninhasRoberto Antonio ArévaloAPTA Regional – SAA Piracicaba“A agricultura caracteriza-se pelas grandes monoculturas, no Brasil e no mundo”,

disse o pesquisador, salientando os problemas decorrentes desse cenário – o uso de grandes quantidades de adubos, de energia mecânica e combustíveis fósseis, com redução das florestas por conseqüência, além do problema das queimadas.

“Atualmente, no Brasil, 70% da área da cana são queimados e, no mundo, esse percentual chega a 60%. Então, o mundo se pergunta como o clima não estaria dese-quilibrado”, refletiu o pesquisador.

Ele lembrou da Revolução Verde dos anos de 1970-80, caracterizada pela mecanização, uso de energia fóssil, mais cultivares, porém mais adubos, defensivos e queimadas, com mais produtividade e menos fome no mundo. Depois comentou sobre os eventos do manejo sustentável, falando da preparação do solo, do período de plantio, uso de fertilizantes, as coberturas etc.

Espaço técnico SyngentaJesus Alarcon do CarmoJesus Alarcon do Carmo falou sobre a demanda por alimentos, ração e biocom-

bustível. Ressaltou que essa forte demanda requer um aumento substancial de infra-estrutura agrícola, que vem crescendo muito após 2005/06. Apesar das excelentes colheitas dos últimos três anos, o mundo tem estoque menor que a média histórica, sendo que um dos motivos é um maior acesso das classes menos favorecidas aos alimentos. Demonstrou que o mercado de agroquímicos vem diminuindo nos últimos anos com a retomada do crescimento dos biocombustíveis e apresentou a tecnologia Syngenta para o cultivo de cana.

Plantas para cobertura do solo e plantio de cana-de-açúcarEdmilson José AmbrosanoAPTA Regional – SAA PiracicabaO pesquisador Edmilson José Ambrosano lembrou que a adubação verde é uma

prática milenar, empregada pela China há mais de três mil anos, e seguiu apresentando pesquisas sobre a rotação de culturas para melhorar capacidade produtiva do solo. Lembrou que essa melhoria é conseguida através da adição de material orgânico. “A adubação verde pode ser feita com várias espécies, mas as leguminosas apresentam inúmeras vantagens, como capacidade de fixar nitrogênio em simbiose com bactérias do solo”, disse.

Ambrosano falou dos benefícios da técnica, como aumento da capacidade de arma-zenamento de água no solo até melhoria do aproveitamento e eficiência dos adubos, aeração do solo, intensificação da atividade biológica do solo, proteção contra erosão, recuperação de solos de baixa fertilidade etc. Deu exemplos de produtividade agrícola com leguminosas em rotação com cana-de-açúcar e apresentou estudo econômico que analisou rentabilidade com as rotações utilizando soja, girassol, amendoim e outras.

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O engenheiro agrônomo, exercício profissional e o CREALevi MontebeloCREALevi Montebelo fez uma reflexão sobre o exercício profissional.

Falou que em 2030 a perspectiva é que a terra seja habitada por 8,5 bilhões de seres humanos. Lembrou que dificilmente será possível acabar com o impacto sobre o meio ambiente e falou da importância da Agronomia como ciência para o estudo e cultivo da terra.

“A Engenharia Agronômica foi a primeira Engenharia regula-mentada no Brasil, em 12 de outubro de 1933, data dedicada ao Dia do engenheiro agrônomo. De lá para cá, a importância do papel da Agronomia na produtividade agrícola brasileira tem sido grande”, analisou. Segundo Montebelo, em 1990 a área plantada no país era de 37,9 milhões de hectares e hoje é de 47,3 milhões – um aumento de menos de 30%. “Em compensação, o país pas-sou de 57,9 milhões de toneladas de grãos para 119,7 milhões de grãos nesse período. Quanto mais alimentos conseguirmos tirar da terra, menos terra tiraremos da natureza”, concluiu falando da importância da profissão para o país. Falando em empreendedo-rismo, ressaltou a importância de os profissionais discutirem a questão da empregabilidade, salários e valorização do trabalho através de cooperativas.

Sistemas de preparo de solo e plantio de cana-de-açúcarFábio Luis Ferreira Dias Centro de Cana - IACO palestrante expôs os principais fatores que devem ser avalia-

dos antes do início do preparo do solo e ressaltou a necessidade de realização de mapeamentos para a preparação antes do plantio. “Antes de qualquer intervenção no solo deve-se fazer um diagnóstico da área, verificando se há problemas de formação de crostas, rachaduras, erosão, entre outros, para estudar qual é a melhor metodologia para aquele local”.

Fábio Luis Ferreiras Dias explicou que é necessária também uma análise nutricional ou a verificação de problemas de cresci-mento da planta. “Através da análise química do solo, sabemos qual nutriente está deficitário ou até mesmo em excesso. Tudo tem que estar em equilíbrio”, disse.

Ele explicou detalhadamente os processos de mapeamento e as exigências de qualidade que devem ser atendidas no preparo do solo para melhorar o ambiente de cultivo da planta. Dias cha-mou a atenção para as técnicas de colheita da cana-de-açúcar. “Se for colhida crua e ficarem resíduos no solo, então teremos que pensar nesses resíduos. Com cana queimada, alguns tipos de solo são mais suscetíveis à erupção. Tudo tem de ser discuti-do e melhor analisado”. Atualmente existem metodologias que já estão aplicadas pelas usinas com preparação de solo, como

trincheiras e coletas de amostras de solo de diversas áreas. Cultivo intercalar de leguminosas em soqueira de cana-de-açúcarDenizart Bolonhezi APTAA questão sobre o cultivo intercalar está atualmente em evidên-

cia no cenário agrícola brasileiro. Apesar de existirem dúvidas, diversos pesquisadores buscam as melhores formas de produzir matéria-prima para a energia e alimento em uma mesma área.

“Não podemos fechar os olhos para essa realidade e a agri-cultura tem uma importância muito grande. Às vezes, uma pes-quisa pode não parecer importante para a nossa realidade, mas o conhecimento é universal e pode auxiliar povos de extrema miséria”, explicou Denizart Bolonhezi.

Ele expôs a preocupação em relação à expansão da área cul-tivada de cana-de-açúcar. Segundo os números apresentados, o país tem sete milhões de hectares de cana plantados. Somente no Estado de São Paulo são 4,3 milhões de hectares. “Próximos da soja, esses valores não são representativos. Em 1960, não tinha nada e o hoje tem mais de 22 milhões de hectares de soja plantada”, explicou.

Bolonhezi disse que existem mitos sobre a cultura canavieira que, em sua, visão trazem mais benefícios do que prejuízos do ponto de vista agronômico. “Temos que entender que a cana hoje tem que servir como uma oportunidade, uma vez instalada é difí-cil o agricultor retornar para a produção em grãos, por exemplo, pois ele já vendeu maquinário tirou cerca da propriedade, entre outras coisas”, observou.

Segundo o palestrante, quando se pensa no consórcio de duas atividades deve-se pensar na somatória das duas e não isoladamente. “A cana pode parecer até que produz menos com o consórcio, mas vem a pergunta chave: quanto foi o lucro com a outra atividade? Quanto foi produzido? Essa é a conta que dever ser levada em consideração“, explicou.

Pragas e doenças da cana-de-açúcarTerezinha CivindadesAPTAErika ScaloppiAPTAA palestrante Terezinha Civindades abordou as principais

pragas da cultura da cana-de-açúcar e algumas técnicas de controle. “A cultura da cana é muito interessante. Na questão ambiental, é uma cultura importante porque é exemplo de sus-tentabilidade” explicou.

A cana está expandindo para áreas que tem solos mais pobres

Revista Painel 19Revista Painel 15

com aplicação de irrigação e matéria orgânica, aumentando a fertilidade desses solos, diminuindo a erosão e, principalmente, o controle de pragas com o controle biológico da broca da cana por um inimigo natural. “Assim utilizamos menos defensivos agrícolas e, além da questão ambiental, há uma grande econo-mia com a menor aplicação desses produtos”, disse.

A questão fitossanitária da produção de cana tem reflexo direto na produção. “As pragas estão relacionadas com dano na cultura e com prejuízo. Uma planta bem adubada, bem irrigada é menos atacada e produz bem mais”.

Erika Scaloppi dividiu os tipos de pragas da cana-de-açúcar em grupos: bactérias, vírus e fungos. “As doenças na cana-de-açúcar em sua maioria são disseminadas por toletes contaminados que são espalhados para toda a área quando cortados”, explicou.

O principal método de controle é utilizar variedades resistentes. O produtor deve observar o histórico de pragas em sua região

ao escolher a variedade que irá plantar. “Atualmente, nas novas áreas onde a cana-de-açúcar está sendo plantada não utilizam em toda a área plantas de viveiros”, disse. O resultado observa-do pela pesquisadora é que as bactérias estão de espalhando. Erika afirmou que existem variedades resistentes a diversos tipos de bactérias. “O principal controle deve vir de variedades resistentes e mudas sadias, de preferência plantadas nos vi-veiros”, concluiu.

Sistema conservacionistas em culturas agroenergéticas Roberto Botelho BrancoAPTA “Temos que fazer de tudo para conservar o solo, que é a base

de tudo no sistema produtivo”, explicou Roberto Botelho Branco. Atualmente existe uma série de exigências ambientais para as propriedades e pressão de ambientalistas sobre as áreas rurais. Ele avaliou as leis ambientais e as exigências de Áreas de Preservação Permanentes. “As culturas irrigadas não con-seguem mais financiamentos agrícolas se não tiverem outorga d’água e isso é fundamental, porque água é o fator limitante no mundo” explicou.

Segundo Branco, o incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação do etanol e a cogeração de energia através da cana-de-açúcar, biodiesel de fontes animais e vegetais, biomassa vegetal, resíduos e dejetos agropecuários e da indústria devem ser as bases para desenvolvimento racional da agroenergia brasileira. “O governo está incentivando pesquisas. O CPNQ e a própria FAPESP estão desenvolvendo projetos para cana-de-açúcar. Acredito que temos capacidade, tecnologia e pessoal para nos estruturarmos de forma racional e sustentável”, afirmou.

A meta, segundo ele, é perseguir a conquista de uma matriz energética eficiente e independente de combustíveis fósseis e que ambientalmente atingia as metas do Protocolo de Kyoto.

A pesquisadora disse que a biomassa é composta por três fra-ções: celulose, lignina e hemicelulose, esta última mais rica em açúcares. “Os três componentes formam uma matriz polimérica, que tem dificuldade de acesso para liberar os açúcares, diferente da cana que tem a sacarose”, disse. A lignina é desprezada na pesquisa em virtude da ausência de açúcares em sua composi-ção. “A planta ideal tem de ter menos lignina, entretanto o fato de ter menos fibras comprometeria o porte ereto da planta”.

Maria das Graças disse que a desconstrução da matriz é o foco das pesquisas e o principal gargalo para a produção do etanol de segunda geração.

As pesquisas adotam modelos térmicos, físicos, químicos ou bio-lógicos para desconstruir as matérias-primas e extrair os açúcares. A utilização de ácidos tem demonstrado mais rapidez no processo, entretanto é mais corrosiva. O processo enzimático é mais demo-rado, mais específico, ambientalmente correto e também mais oneroso, o que inviabiliza a produção. Além da necessidade de avanço nas pesquisas, Maria das Graças disse que a saída pode ser também a combinação dos dois métodos. A pesquisa em hidrólise ácida remonta a 1819, segundo a pesquisadora.

Adubação hidrogenadaAndré Cesar VittiAPTAO pesquisador apresentou os resultados de estudos em anda-

mento que demonstram a importância da fertilização e a manu-tenção dos insumos no solo para obter um benefício continuado. André Cesar Vitti abriu sua exposição dizendo que a alta dos insumos, principalmente de fertilizantes, tem derrubado o valor da matéria-prima, o que gera prejuízo aos agricultores.

Vitti fez uma exposição técnica das reações do nitrogênio, os ganhos e as perdas no solo e nas plantas. Uma das vantagens, segundo disse, é o ganho de crescimento. Os resultados da aplica-ção de nitrogênio que apresentou são positivos e referem-se à cana queimada. O futuro, com a cana crua, é um desafio de pesquisa. Entre as questões que serão alteradas, segundo o pesquisador, está a cobertura da palha, que exigirá um manejo diferente do solo e por isso também uma técnica diferenciada de adubação hidrogenada.

Os estudos em andamento têm por objetivo fazer da cana uma cultura perene e há avanços nesta área. “Se na década de 1970 tínhamos canaviais de três cortes e hoje temos de cinco ou seis cortes, trabalhamos para ampliar isso para reduzir custo da plantação”, disse. Ele espera que o aspecto nutricional venha favorecer a longevidade dos canaviais.

AEAARP18

Aspectos econômicos da cultura da cana-de-açúcarSérgio TorquatoAPTA/IEASérgio Torquato apresentou um estudo realizado em 2006 sobre

as perspectivas de mercado do etanol, cujos resultados são con-sonantes com os números divulgados neste ano pela UNICA. O palestrante disse que as perspectivas de crescimento da demanda interna sempre foram a alavanca do setor. Sua consolidação no mercado externo, entretanto, está condicionada a políticas e decisões externas. “É um mercado a ser construído”, avaliou.

Torquato disse que do ponto de vista agropecuário e das pesquisas realizadas nessa área, o país tem caminhado positi-vamente. O ponto crítico reside nas políticas de infra-estrutura, de commoditização e padronização do etanol, essenciais para garantir a exportação do produto. “A consolidação da demanda externa nos próximos anos é nebulosa”, afirmou.

Uma das linhas de pesquisa essenciais em sua avaliação é a de combustíveis de segunda geração, a partir do processo de hidrólise, cujas pesquisas estão em estágio avançado no Brasil, Europa, EUA e Japão. No exterior, segundo ele, há um grande volume de recur-sos aplicados nesta área. Ele apresentou também os critérios de zoneamento agroambiental para expansão da cultura da cana.

Variedades da cana-de-açúcarMarcos LandellAPTA/Centro de Cana“A variedade de cana-de-açúcar tem sido o maior insumo tecno-

lógico da sustentabilidade da cultura nesses últimos 30 anos. A mu-dança do perfil da produção no Brasil se deve às novas variedades e o impacto que geraram em função de maior teor de sacarose”, afirmou Marcos Landell no início de sua exposição. Segundo ele, desde 1995 já foram desenvolvidos 92 tipos de cultivares de cana pelos centros de pesquisas brasileiros. Ele disse que a possibilida-de de contar com tipos diferentes de plantas auxilia na definição de estratégias de plantio e colheita, tendo tipos de solo, questões hídricas e climáticas como variáveis a serem analisadas.

A definição das variedades está calcada na capacidade de tolerância a doenças, pragas, seca, ausência de florescimento, isoponização dos colmos, capacidade de plantação sobre palha, uniformidade da altura e diâmetro de colmo. Outras questões, como o hábito ereto de crescimento, também são observadas tendo como objetivo garantir a colheita mecanizada, atendendo às políticas governamentais que pretendem erradicar a queimada da cana nos próximos anos. Landell apresentou os principais tipos de variedades que são usadas no país e as variáveis que definem período de plantio e colheita.

Fracionamento do bagaço da cana por hidrólise ácidaMaria das Graças FelipeUSPA pesquisadora apresentou as técnicas de pesquisas que

estão sendo desenvolvidas no país que envolvem hidrolises ácida e enzimática da biomassa proveniente da cana-de-açúcar. Do resultado desses estudos depende a produção do etanol de segunda geração. Maria das Graças Felipe demonstrou que são usados na pesquisa a palha e o bagaço da cana, subprodutos da industrialização da planta. O desafio é separar os açúcares existentes nestes elementos.

Patrocínio

Realização

2 0 0 8 a n o s

AssociAção de engenhAriA ArquiteturA e AgronomiA de ribeirão Preto

artigo

cepção de projetos que permitam revitalização futura de seus espaços e instalações, melhoria do desempenho ambiental e mitigação de impacto quando de sua desmobilização.

2) utilização de insumos que garantam a diminuição do impacto am-biental e a melhoria no desempenho. ressalta-se aqui a madeira, a areia e brita, inclusive com o controle de origem dos insumos adquiridos, bem como, a observância quanto aos fornecedores – se possuem as licenças ambientais.

3) a priorização de mecanismos que evitem a geração de resíduos. assim, as atividades se pautarão na redução, reutilização, reciclagem e destinação final adequada.

4) observância à topografia da região, com ênfase na minimização da movimentação de terra, a impermeabilização do solo e a supressão de vegetação nativa para atividades relacionadas ao parcelamento do solo urbano.

5) adoção de programas visando a conscientização ambiental. inclui-se aqui o estímulo de atividades de educação ambiental, observância quanto aos fornecedores – se estão devidamente licenciados pelos ór-gãos administrativos ambientais – e origem dos produtos adquiridos. ressalta-se ainda a elaboração de manuais do proprietário, com infor-mações sobre práticas sustentáveis.

o protocolo inova quando cria para este setor o certificado de condu-ta ambiental que denomina os empreendimentos pautados nos mecanis-mos de sustentabilidade sócio-ambiental relacionados acima.

a câmara ambiental da indústria da construção ficou encarregada de regulamentar os procedimentos, as ações, enfim, a viabilidade da emis-são do certificado de conduta ambiental.

portanto, a assinatura do referido protocolo demonstra que o setor está em busca da sustentabilidade sócio-ambiental e garante aos em-preendimentos pautados em posturas ambientais eficientes, efetivas e consolidadas, a obtenção de certificação ambiental expedida por câ-mara ambiental formada por representantes do setor público, oriundos do sistema Estadual de meio ambiente, e do setor privado, oriundos das entidades representativas do setor produtivo e de infra-estrutura.

ressalta-se que a base do protocolo é justamente o cumprimento à le-gislação ambiental pertinente, mas, também, visa condutas pró-ativas.

imprescindível que o empreendedor do setor insira em sua planilha de atividades empresariais a sustentabilidade ambiental, com o devido respeito e cumprimento à legislação ambiental, pois, caso contrário, es-tará atuando de forma ultrapassada, não condizente com a postura das entidades representativas e com a política pública ambiental específica para o setor.

o certificado de conduta ambiental é um mecanismo de controle e também é um diferencial dos empreendimentos para o mercado de con-sumo, sendo que, como instrumento de gestão, garantirá um empreen-dimento/produto mais eficiente (projeto e desempenho) e com menor custo, devido ao uso racional das matérias-primas, minimização de ge-ração de resíduos ou aproveitamento desses, bem como a diminuição ou eliminação de possíveis passivos ambientais.

Mariel Silvestre – advogada e gestora ambiental, sócia de Silves-tre Advocacia e Consultoria Ambiental, coordenadora do Núcleo de Meio Ambiente do CIESP-Ribeirão Pretowww.silvestreadvocacia.com.br

o setor da construção civil é significativamente expressivo na econo-mia nacional, mas o impacto positivo não se limita ao aspecto econômi-co, e sim, também, à característica de melhoria da qualidade de vida e à busca pelo bem-estar da população em geral.

com um histórico que evidencia o crescimento e planejamento urbano inadequados e ineficientes em grandes cidades, ocorridos principalmen-te na década de 1970, vemos que o setor, contudo, é também um dos responsáveis por impactos sócio-ambientais negativos, inclusive com reflexos vivenciados até os dias de hoje.

porém, atualmente, pode-se afirmar que o setor literalmente “virou a página”, ou seja, está redigindo um novo capítulo na história nacional, com atitudes regionais e locais e, observado pelos órgãos administrati-vos ambientais, busca, cada vez mais, mecanismos que garantam a sus-tentabilidade sócio-ambiental de seus empreendimentos.

além das políticas públicas ambientais para o setor e a legislação am-biental específica, o contexto atual conta também com um empresariado mais disposto a investir em sistema de gestão ambiental, inserido nesse sistema o uso racional das matérias-primas (buscando a diminuição do consumo), aprimoramento da mão-de-obra e a gestão dos resíduos só-lidos gerados (buscando diminuição de geração, reutilização e, por fim, deposição adequada). atrelado a tudo isso, está um consumidor mais consciente e exigente com seu bem-estar e com a preservação e conser-vação do ambiente artificial e natural.

demonstração disso é a organização do setor em busca da sustentabi-lidade sócio-ambiental, incluindo aqui a participação na elaboração de política pública ambiental, através da câmara ambiental da indústria da construção, regida por decisão de diretoria da cEtEsb em dezembro de 2007. outro fator importante é a assinatura, em 16 de outubro deste ano, do protocolo de cooperação para adoção de ações destinadas a con-solidar o desenvolvimento sustentável do setor da construção civil e do desenvolvimento urbano no Estado de são paulo.

tal protocolo de cooperação foi firmado entre as secretarias de meio ambiente e da habitação do Estado de são paulo e entidades representa-tivas como a FiEsp (Federação das indústrias do Estado de são paulo), o sEcoVi-sp (sindicato das Empresas de compra, Venda, locação e administração de imóveis residenciais e comerciais de são paulo), o sinduscon-sp (sindicato da indústria da construção civil de gran-des Estruturas no Estado de são paulo), a apEop (associação paulista dos Empresários de obras públicas), a aElo (associação das Empre-sas de loteamento e desenvolvimento urbano) e a asbEa (associação brasileira de Escritórios de arquitetura).

as entidades signatárias se comprometem a orientar seus associados quanto ao cumprimento da legislação ambiental pertinente e à adoção de mecanismos de viabilidade técnica e econômica na busca da mini-mização dos impactos que possam ser considerados negativos ao meio ambiente.

as empresas com atuação no setor da construção civil e desenvolvi-mento urbano podem aderir voluntariamente ao protocolo, sendo que, para tanto, implantarão ações pautadas em cinco bases:

1) projeto e desempenho do empreendimento, visando uso racional dos recursos naturais. salienta-se aqui, a implantação de mecanismos que garantam eficiência energética, optando, preferencialmente, por energia de fontes renováveis e o uso racional de água, uso de materiais, equipa-mentos e sistemas com menor impacto possível ao meio ambiente, con-

O Certificado de Conduta Ambiental para o setor da construção e desenvolvimento urbano

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a aEaarp apresenta até 21 de novem-bro a exposição “sob o olhar da tecnologia e do desen-volvimento”, com fotos do acervo do gru-po amigos da Fotografia, que registram imagens históricas da cidade até os dias atuais. como o próprio nome já diz, a exposição traz fotografias que mostram a evolução tecnológica e as mudanças sociais e econômicas vividas por ribeirão preto através dos tempos.

“na cidade e no campo, os associados de ontem e de hoje vêm protagonizando esta história. É nossa homenagem àqueles que ini-ciaram nossa trajetória e um incentivo àqueles que nos sucederão”, escreve roberto maes-trello, presidente da aEaarp, no texto de apresentação da mostra. a exposição integra a programação de comemoração dos 60 anos de fundação da aEaarp, que vem realizando ciclos de debates, homenagens e eventos du-rante todo o ano de 2008 para marcar a data.

as fotos expostas são resultado de uma pesquisa minuciosa do grupo de fotógrafos a acervos, museus, bibliotecas, fazendas, uni-versidades e outros locais da região. parte do material exposto integrou uma mostra realiza-da na casa da cultura de ribeirão preto sob o título “o passado manda lembranças”. na associação, as imagens dos vários pontos da cidade – ruas, avenidas, praças, prédios his-tóricos e muitos outros espaços – receberam legendas que explicam o contexto histórico e expõem algumas curiosidades.

na exposição, a praça XV de novembro, por exemplo, é retratada desde sua inaugu-ração, em 1880 – as fotos mostram suas al-terações, como a construção de um coreto e um chafariz, em 1900, e intervenções, como as que aconteceram de 1937 a 1944, presentes até hoje. dentre essas mudanças estão a fonte luminosa, com luzes azuis, vermelhas e ama-relas, inaugurada em 1939, e o coreto que deu lugar ao monumento ao soldado constitucio-nalista da revolução de 1932.

Passado e presente da cidade estão em mostra fotográfica na AEAARP

FotograFia

outros des-taques são fo-tografias do teatro carlos gomes, inaugu-rado em 1897, demolido entre 1944 e 1946, e o contraste com a praça de mes-mo nome cons-truída no local

há menos de uma década. há também ima-gens que mostram hábitos e costumes locais e um pouco da história do desenvolvimento do centro da cidade – a evolução dos meios de transporte no século XX, a prefeitura mu-nicipal e algumas ruas e avenidas antigas. as fotografias fazem parte do livro “o passado manda lembranças”, editado pela gráfica e Editora Villimpress.

a engenheira civil maria inês cavalcanti, diretora de comunicação e coordenadora da exposição, ressalta que o objetivo é mostrar a contribuição da tecnologia para o desenvol-vimento da cidade e o bem-estar das pessoas. “Este material com enfoque sobre a história ajuda a reforçar o debate sobre a importância das políticas de preservação do patrimônio histórico”, ressalta. maestrello acredita que a exposição presta um serviço à comunida-de, por mostrar como a cidade foi e como é hoje e também explicar o contexto histórico dos avanços. “a aEaarp participou deste processo, debatendo os problemas da cidade durante os 60 anos de fundação da entidade”.

Amigos da Fotografiao grupo nasceu no dia 7 de maio de 2000

com o intuito de reunir pessoas que pudessem trocar e experiências obre a arte de fotogra-far. de lá para cá, depois de eventos, cursos e exposições, esses companheiros de fotografia ganharam visibilidade na cidade e na região. além da exposição “o passado manda lem-branças”, com 150 imagens antigas e atuais da cidade de ribeirão preto, os fotógrafos já lançaram dois livros também com o título “o passado manda lembranças” e conquistaram o primeiro lugar na bienal cor de são paulo, em 2003, evento promovida pelo Foto clube bandeirantes, de são paulo.

Imagem da Praça XV de Novembro, que perdeu o coreto para dar lugar ao monumento em homenagem ao soldado

artigo

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política

a prefeita eleita de ribeirão preto, dárcy Vera, partici-pou do “programa de Entrevistas e pales-tras” realizado pela aEaarp com todos os candidatos à pre-feitura municipal da

cidade. os profissionais da entidade tiveram a oportunidade de conhecer os projetos de todos os concorrentes, principalmente aqueles relacio-nados às áreas tecnológicas. dárcy destacou suas propostas para obras de meio ambiente, urbanismo, habitação popular, patrimônio público, transporte, política de desfavelamento e demais assuntos questionados pela associação. “Este tipo de evento faz parte do desenvolvimento do trabalho de 60 anos de nossas atividades e nossa proposta é promover o aprimoramento da cidadania e do processo democrático”, explicou ro-berto maestrello, presidente da entidade.

dárcy Vera disse que viajou por várias cidades brasileiras para conhe-cer modelos de projetos que deram certo. uma das cidades mais citadas foi curitiba. disse que quer ribeirão preto mais florida, com mais par-ques e com um sistema de coleta de lixo similar ao da capital paranaense. o primeiro projeto destacado para os associados da aEaarp foi o “pla-no diretor Verde”. de acordo com a proposta, ela promete novas pra-ças, plantio de árvores e um cuidado especial com algumas avenidas. “a Francisco Junqueira é uma das avenidas mais movimentadas da cidade. dá dó ver tanto abandono, tanto lixo. É preciso mudar isso. Já nas ave-nidas nove de Julho, treze de maio e presidente Vargas os comerciantes colocam suas placas de propaganda como se estivessem cuidando. tem lugar que não tem nem uma grama”, declarou a então candidata enfati-zando que a cidade só tem 4m2 de área verde por habitante enquanto a oms (organização mundial da saúde) determina 12m2.

dárcy disse que dará continuidade a todos os projetos que estão em andamento na cidade tocados pela secretaria do meio ambiente, prin-cipalmente aos projetos da aEaarp em conjunto com o comdema. a prefeita diz que ampliará o horto municipal, fará um jardim botânico na área de recarga do aqüífero guarani, criará a guarda metropolitana municipal ambiental e levará educação ambiental para as escolas. “as questões do verde e do meio ambiente devem estar presentes em todas as áreas. na saúde, na educação, na cultura, em tudo”, enfatizou. Ela disse que fará cumprir a lei de obrigatoriedade de plantio de árvores nas cal-çadas, fará parceria com empresas para dar curso de jardinagem para a população, um projeto parecido com o que já existe em são paulo, além de seguir as propostas do partido Verde.

com relação à drenagem urbana, dárcy Vera disse que criará uma di-retoria de resíduos sólidos da construção civil. “criaremos uma dire-toria para gerenciamento da coleta seletiva. hoje temos um programa em ribeirão preto, mas não atende toda a cidade. Em curitiba, não vemos

um lixo na rua. aqui, ainda tem gente que não tem essa consciência de reciclagem, então precisamos mostrar para essas pessoas que é possível ganhar dinheiro com o lixo”. de acordo com a prefeita eleita, apenas 20% dos resíduos industriais e urbanos são tratados. Ela disse que fará um novo aterro sanitário. hoje o lixo é levado para guatapará. se fizer-mos a coleta certa, pagaremos bem menos para aquela cidade”, explicou ela que também quer criar uma estação para o lixo tecnológico.

outro tema discutido foi o plano diretor rural, que a prefeita afirmou que será implantado em seu governo e que beneficiará principalmente o distrito de bonfim paulista. “É preciso fomentar o hortigranjeiro, esti-mular o cinturão verde e os pequenos assentamentos para se aproveitar melhor a agricultura orgânica e a cana-de-açúcar”. Ela citou a usina são Francisco que hoje consegue produzir 90 itens diferentes de produ-tos derivados da cana-de-açúcar e que isso pode servir de modelo para outros produtores.

quanto ao fim da queimada, apenas disse que existe lei estadual e lei federal para ser cumprida e já entrou no tema que foi o carro-chefe de sua proposta eleitoral: a criação da Fortec. “hoje não temos técnicos para trabalhar com máquinas agrícolas e nem com a televisão de plasma. sertãozinho prepara seus trabalhadores, por isso recebeu a Fatec-Facul-dade de tecnologia do centro de paula souza”.

no tema urbanismo, disse que continuará com a conservação, manu-tenção e reforma de prédios históricos. prometeu que chamará a inicia-tiva privada para conservar a história da cidade, para criar novas praças, parques e iluminar ribeirão preto. mas também disse que poderá contar com a comunidade, assim como foi feito em medelín. “Eles recupera-ram 18 áreas em zona de perigo, regiões violentas. puderam contar com 10% a mais no valor do iptu de 63,22% da população desses locais. as pessoas pagaram o valor a maior voluntariamente porque estavam envol-vidas com o projeto e porque podiam ver pela internet onde seu dinheiro estava sendo investido”, explicou.

outras promessas foram a construção de banheiros públicos nas praças, feiras livres e região central, a construção de ciclovias nas principais ave-nidas, a construção de corredores para transporte coletivo, ampliação de equipes para o plano diretor da cidade e o aproveitamento dos guardas de trânsito municipal, conhecidos por “marronzinhos”, no lugar dos radares móveis. Em todos os pontos que discorria sempre voltava a falar que que-ria a cidade bonita e florida. “serei uma prefeita jardineira”, disse.

dentro de seu projeto de meio ambiente, ela falou sobre as enchentes, um problema que acomete ribeirão preto há anos. “darei continuidade ao trabalho que está sendo feito para combater as enchentes com as macrodrenagens. Faremos nos afluentes as barragens de contenção. continuaremos o que a prefeitura municipal está realizando hoje”, declarou a prefeita eleita que afirmou que será a mulher que acabará com o problema na cidade.

dárcy Vera disse que gostaria de contar com o apoio da aEaarp, as-sim como de outras entidades de classe, empresas, ongs etc. para a efetivação de seu projeto de governo.

Dárcy Vera expôs seus compromissos na AEAARP

antes de ser eLeita,

Dárcy Vera disse que fará o “Plano Diretor Verde”

Roberto Maestrello recebe a prefeita eleita na AEAARP

Poluição na construção civil pode ser evitada com medidas de baixo custo

pesquisa

Durante a construção de edifícios, o impacto no meio ambiente é considerável em vários aspectos. Porém, uma questão ainda não havia sido abordada em profundidade no Brasil: a emissão de material particulado no canteiro de obras. O engenheiro Fernando Resende foi premiado pela sua dissertação de mestrado (Escola Politécnica da USP).

“Poluição atmosférica por emissão de material particula-do: avaliação e controle nos canteiros de obras de edifícios” é o título do trabalho, que teve orientação do professor Fran-cisco Ferreira Cardoso, do Departamento de Engenharia de Construção Civil. Em outubro, o trabalho recebeu Menção Honrosa no Prêmio Holcim-Antac de Excelência em Constru-ção Sustentável, referente ao biênio 2006/2008. A pesquisa, inédita no país, aponta as principais fontes de emissão de partículas na atmosfera e sugere ações e ferramentas para seu controle.

Dependendo dos níveis de emissão, o material particulado pode causar impactos no meio ambiente e transtornos para a população, inclusive para a saúde.

Entre as ações preventivas e de controle, Resende aponta a diminuição do volume de escavação nas obras. “Em vez de

construir subsolos para garagem, pode-se projetar edifícios com estacionamento localizado acima do nível do solo, por exemplo. Isso evita a necessidade de movimentação de terra e a dispersão de poeira no ar”. Entre as atividades de controle, ele cita a lavagem dos pneus dos caminhões na saída da obra, evitando que lama e terra espalhadas pela rua, ao secar, circulem na atmosfera. Outra medida é proteger os locais de armazenamento de materiais e resíduos em pó, evitando que sejam carregados pelas chuvas ou espalhados pelo vento. Executar serviços de demolição com barreiras físicas, tais como as redes de proteção, ou aspergindo água de reuso, também são providências que evitam a dispersão de poeira.

Para o monitoramento das emissões e seu controle, Resen-de informa que há uma série de metodologias disponíveis. “A mais comum é o uso do amostrador de grande volume ou Hi-Vol, que mede a concentração de partículas na at-mosfera”, informa. “A importância do controle de emissões de partículas nos canteiros é tal que, em países como EUA, Inglaterra, China e Austrália, já existem leis específicas sobre o tema.

crea

Crea-SP confere título Honoris Causa de Engenheiro e Arquiteto a Frei Galvão

No dia 25 de outubro, o Crea-SP homenageou novamente a memória de Frei Galvão – o franciscano que se tornou o primeiro santo brasileiro –, em cerimônia após celebração da missa de meio-dia na Capela do Mosteiro da Luz.

Antônio de Sant’Anna Galvão foi o grande construtor do centenário Mosteiro da Luz, Patrimônio Cultural da Humanidade, valendo-se dos seus conhecimentos de Artes e Ofícios adquiridos no Colégio Jesuíta da Bahia, e trabalhando mesmo como projetista, empreiteiro, pedreiro, servente, mestre-de-obra, engenheiro e arquiteto, liderando a força braçal das religiosas, escravos voluntários e todo tipo de colaborador que ajudou a levantar a edificação, com todas as dificuldades que se poderiam enfrentar nesse tipo de projeto no século XVIII, muito antes do advento das escolas de Engenharia no Brasil.

AEAARP24

Se vivo estivesse, o notório paulista de Guaratinguetá mereceria receber do Crea-SP a sua Carteira Profissional de Engenheiro e Arquiteto. Nessa impossibilidade, o maior conselho de fiscalização profissional do Brasil concebeu uma forma simbólica de homenagem para o dia 25 de outubro, neste segundo ano de comemoração do Dia do Padroeiro dos Profissionais da Construção Civil, entregando aos preceptores do Memorial Frei Galvão, instalado dentro do Mosteiro da Luz, um diploma com o título Honoris Causa de Engenheiro e Arquiteto, em reconhecimento ao seu exemplo de determinação e idealismo entre os profissionais da área tecnológica. O documento foi fixado em uma das paredes internas do Memorial, junto a outras peças históricas de Frei Galvão, para exposição pública.

obras

Revista Painel 25

através de portas, que unirá esses três locais. A área externa continuará com as palmeiras existentes e abrigará um vestiário para a quadra esportiva e para a área de serviço diário. O projeto executivo destas obras está em fase de conclusão, de acordo com o engenheiro civil Hugo Ricioppo, que acompanha o andamento dos trabalhos.

DoaçãoA empresa Finder, fabricante de produtos

para instalações elétricas e conhecida por ter uma série de componentes feitos específicos para automação, fez uma doação para esta fase da obra no salão de festas da sede da AEAARP. Dentre o material enviado à Associação estão relés de impulso, sensor de presença, programador horário e relé fotoelétrico modular.

As instalações elétricas e hidráulicas da sede da AEAARP estão sendo todas remodeladas, desde o dia 15 de setembro. Além disso, já começaram as obras do deck, que será instalado ao lado do salão de festas. A previsão é que ainda nesse mês de novembro comecem as fundações.

De acordo com o projeto, uma das maiores mudanças será na cozinha. O local terá instalações conforme normas exigidas pela vigilância sanitária e a maior mudança será na instalação elétrica, que atingirá também o salão de festas, que receberá iluminação totalmente nova. “Estamos modernizando as instalações, utilizando sinalizadores e recursos de automação”, afirma Roberto Maestrello, presidente da AEAARP.

Já o projeto executivo do deck vai integrar o espaço, de aproximadamente 100 m2, ao salão de festas e ao espaço gourmet,

Sede recebe adaptações elétricas,

hidráulicas e inicia obras do Deck

A reforma da cozinha transformará o local em um elegante espaço gourmet

Os vestiários próximos à quadra darão conforto aos usuários

proFissionais do ano

AEAARP26

do Ano - 2008ProfissionaisConheça o perfil dos profissionais que receberão

O engenheiro agrônomo é uma das personalidades mais respeitadas no setor sucroalcooleiro e líder dos produtores de cana-de-açúcar. Manoel Carlos de Azevedo Ortolan é um homem simples e dedicado ao trabalho. A paixão pela Agronomia foi despertada quando era criança, ao acompanhar o pai e o avô nas propriedades da família, em Sertãozinho e Ribeirão Preto.

“Sempre que podia estava junto deles. Fui crescendo com isso e convivendo com as culturas de cana, milho e algodão. Daí veio meu interesse em estudar nessa área”, conta. Em 1969, Ortolan formou-se pela Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz, da USP, em Piracicaba, e começou a trabalhar na Copersucar (Cooperativa dos Produtores de Açúcar e Álcool), na Fazenda Experimental de Sertãozinho, antiga Fazenda Boa

Fé, onde permaneceu até fevereiro de 1972. De lá para cá, Ortolan assumiu cargos técnicos em organismos do setor e a direção dos negócios da família. Ele preside a Canoeste, desde o ano 2000, e também integra a diretoria da Copercana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste

de São Paulo), e da Cocred (Cooperativa de Crédito), que compõem o sistema Copercana/Canaoeste/Cocred. Em março de 2001, foi eleito presidente da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil). Atualmente, é representante dos fornecedores de cana no Consecana (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo) e membro do Consag (Conselho Superior do Agronegócio, da Fiesp).

“Sempre procurei levar meu trabalho com seriedade e carrego comigo o pensamento de que tudo deve ser feito da melhor forma possível”, afirma. A inspiração do sucesso de sua história vem da família. “Meus pais começaram do zero. Sempre trabalharam muito e

conseguiram, pelo trabalho, um bom patrimônio. São um grande exemplo de determinação”, diz. Sua mãe tem 83 anos e o pai faleceu há 11 anos.

Segundo Ortolan, essas mesmas qualidades ele encontrou em Sandra, sua esposa. “Ela me lembra minha mãe pelo dinamismo, pela força interior e também por ter construído, com muito trabalho, uma trajetória de valor como profissional na área de Educação”. Eles têm quatro filhos – Patrícia, Rodrigo, Érica e Vanessa – e quatro netos – Lorena, David, Nicole e Gabriela. O quinto neto está a caminho. Projeto para o futuro? “Meu desejo é que as três entidades do sistema continuem crescendo e estamos fazendo tudo para isso”, responde.

Conheça o agrônomoManoel Carlos de Azevedo Ortolan

Manoel Ortolan e a esposa Sandra

Manoel Ortolan (à direita) com diretores da Copercana, Canaoeste e Cocred, o prefeito de Sertãozinho e o secretário estadual de Agricultura.

Revista Painel 27

do Ano - 2008o Prêmio Profissionais do Ano 2008.

Profissionais

“Adoro ser arquiteto”, afirma Eduar-do Eugênio Andrade Figueiredo, que sempre gostou de desenhar e chegou a cursar dois anos de Engenharia até descobrir sua verdadeira vocação. “Após fazer uns desenhos para uma festa de colégio, a madre superiora me disse que eu estava no curso errado, que deveria fa-zer Arquitetura”, conta. O breve contato com a Engenharia o ajudou na formação profissional.

Um ano depois de se formar, em 1975 pela FAU Braz Cubas de Mogi das Cruzes, foi convidado por um casal de amigos a projetar a casa deles, que seria construída em Valinhos. “Até hoje vivem na mesma casa sem nunca ter passado por uma reforma, e muito felizes”, diz, exemplificando aquilo que acredita ser o objetivo final de seu ofício, o de realizar sonhos.

Ele trabalhou em dois escritórios pau-listanos de arquitetura – o Germano Ma-riutti e o de José Duarte Aguiar, um dos

escritórios mais conceituados na época – antes de vir para Ribeirão Preto.

Viveu um ano fora do país, acatando a sugestão de um professor de História da Arte, que dizia a ele que “arquiteto tem de viajar”. Começou no México e passou por vários países da Europa. “Foi fundamental para minha vida pro-fissional”, conta.

Hoje, com mais de 30 anos de exercí-cio profissional, acredita que a escolha como Profissional do Ano 2008 pela AEAARP venha do reconhecimento de sua trajetória. “A realização profissional é uma busca constante. Em todos os projetos que faço participo intensamen-te das várias fases, desde a concepção, ao tempo dedicado às obras”, diz.

Nos momentos de lazer, gosta de fazer cavalgadas com os amigos, mas diz que a paixão mesmo é a profissão; os hob-bies são coadjuvantes em sua vida. O mesmo papel, entretanto, não é relegado à família, que é numerosa. Sua esposa

Ana é portu-guesa e tem 12 irmãos. Na dele, são qua-tro. Juntando com os filhos

Luis Felipe, de 25 anos, Gustavo, de 23, e Pedro, de 8 anos, a matemática dá um resultado movimentado e afetuoso, que ele faz questão de expressar em palavras. “A minha família me dá estabilidade não só na minha vida profissional, como tam-bém na minha vida particular, no meu dia-a-dia. É tudo na minha vida”.

Para o futuro, diz que quer mais. “Projetar sempre, cada vez mais”, con-ta, ressaltando que cultiva sonhos. “O homem, por natureza é irrequieto, e por isso mesmo nunca deixa de ter sonhos”, conclui.

Conheça o arquitetoEduardo Eugênio Andrade Figueiredo

16 [email protected]

- Estacas moldadas “in loco”: •tiporaizemsoloerocha. •tipoStrauss. •escavadascomperfuratriz hidráulica. •escavadasdegrandediâmetro (estacões). •hélicecontínuamonitoradas.

- Estacas pré-moldadas de concreto.

- Estacas metálicas (perfis e trilhos).

- Tubulões escavados à céu aberto.

- Sondagens à percussão SPT-T.

- Poços de monitoramento ambiental.

- Ensaios geotécnicos.

QUASE 6.000 OBRAS DE FUNDAçõES EM

27 ANOS DE ATIVIDADES.

AEAARP28

Conheça o engenheiroJosé Renato Magdalena

proFissionais do ano

Ele sempre foi construtor e estudou muito até ser aprovado pelo vestibular da Unicamp, em Engenharia, profissão que escolheu “por ser muito abrangente”. José Renato Magdalena observa que tem a personalidade prática e racional, o que reforçava sua identidade com esta profissão. A vontade de terminar a facul-dade mais cedo e começar seus projetos na área o fizeram aproveitar todos os horários que tinha livres para antecipar disciplinas dos semestres subseqüentes e, assim, conseguiu terminar o curso em quatro anos e meio.

O engenheiro começou a trabalhar na área ainda quando cursava a faculda-de. Como monitor de Hidrologia fazia medição pluviométrica na região de Campinas e auxiliava em trabalhos to-pográficos. Depois que se formou, Mag-dalena trabalhou, por quase quatro anos, para uma empresa que fazia conjuntos habitacionais, período em que participou da construção de aproximadamente 15 mil casas.

Logo depois dessa primeira experi-ência, mudou-se para Ribeirão Preto. Chegando à cidade, em 1980, construiu 111 prédios populares, com 1.776 apar-tamentos na Vila Virginia. A Copema, empresa que dirige até hoje, foi fundada

cinco anos mais tarde. “O merca-do pedia uma empresa nova, pois estava em processo de mudança e, nesses momentos transitórios, surgem importantes oportunida-des de renovação”, conta.

A Copema começou trabalhan-do com peque-nos terrenos, com 12 unida-des. De lá para

cá construiu bancos, lojas e concessionárias em várias cidades da região e explorou regi-ões antes pouco valo-rizadas, como o bairro Santa Cruz e, posterior-mente, a avenida João Fiusa. “Ficamos com uma quadra completa com seis terrenos em parceria e compramos outros três terrenos em outra quadra, o que resultou em nove empreendimentos no local”, conta.

Ele atribui à dedica-ção à Engenharia e ao trabalho como empre-sário a indicação que recebeu para o prêmio da AEAARP neste ano de 2008. “Tenho muito orgulho em ser o home-nageado. Os serviços que a empresa presta para a cidade também refletem nessa esco-lha”, declara.

Com mais de 30 anos

de profissão, ele diz se sentir realizado profissionalmente. “Idealizar um empre-endimento e ver realizado é maravilhoso. Até os detalhes me dão prazer. Encontrar soluções de estrutura e espaço me deixa muito empolgado com a profissão que escolhi e gosto de fazer”.

16 [email protected]

- Estacas moldadas “in loco”: •tiporaizemsoloerocha. •tipoStrauss. •escavadascomperfuratriz hidráulica. •escavadasdegrandediâmetro (estacões). •hélicecontínuamonitoradas.

- Estacas pré-moldadas de concreto.

- Estacas metálicas (perfis e trilhos).

- Tubulões escavados à céu aberto.

- Sondagens à percussão SPT-T.

- Poços de monitoramento ambiental.

- Ensaios geotécnicos.

QUASE 6.000 OBRAS DE FUNDAçõES EM

27 ANOS DE ATIVIDADES.

inFormática

Softwareserá ferramenta para associado

A AEAARP está se preparando para incrementar o serviço de informática que oferece na sede. Serão adquiridos nos próximos dias softwares de orça-mento e gestão financeira de obras, além de outros para cálculo de concreto armado, estruturas metálicas, hidráulica e elétrica e outro para topografia. Os programas poderão ser usados pelos associados nos computadores da sala de informática.

Roberto Maestrello, presidente da Associação, afirma que, com os progra-mas, engenheiros e arquitetos poderão elaborar projetos completos de estrutu-ras de elétrica e hidráulica e orçamentos precisos de seus projetos e racionalizar os custos, além de ter a disposição um

valioso instrumento de acompanhamen-to das obras. “A ferramenta é importante para atendermos às necessidades do mercado ao mesmo tempo que garanti-mos a remuneração correta pelos servi-ços que prestamos”, avalia.

Vários fornecedores de softwares apresentaram propostas para a direção da entidade, que as está avaliando para definir qual ferramenta se adequará às necessidades dos associados e o custo benefício desta aquisição.

Desde setembro deste ano a sala de informática está equipada com novos computadores. Cinco novas máquinas foram adquiridas e todos os equipa-mentos da sede estão equipados com Windows Vista Business e pacote Office

2007, além de 14 monitores de LDC (Re-vista Painel, setembro de 2008, “AEAARP investe em modernização”).

“Estamos equipando a sede com o que há de mais moderno para ampliarmos os serviços prestados aos associados, cumprindo uma das principais funções de nossa entidade, que é a de ser ferra-menta para a valorização profissional”, afirma Maestrello.

SindusCon-SP a regional ribeirão preto do sinduscon-sp apresentou o planejamento da entidade para o triênio 2008-2011, para o qual foi reeleito, como diretor regional, o engenheiro José batista Ferreira. o evento foi realizado no auditório da aEaarp. batista fez um balanço de sua primeira gestão (2004-2008), destacando os vários projetos voltados para a defesa e aprimoramento do setor da construção civil, seus trabalhadores e para o benefício da comunidade, além de defender a união das entidades ligadas ao setor. o presidente do sindicato, sergio tiaki Watanabe, apresentou um estudo sobre o cenário atual da construção civil e as perspectivas para o futuro. roberto maestrello, presidente da aEaarp, colocou a entidade à disposição para somar esforços com o sindicato. “a aEaarp, como o sinduscon, deve persistir em valorizar o profissional e a cidadania, contribuindo para o desenvolvimento de ribeirão preto”, disse.

NOVOS ASSOCIADOS

ENgENhARIA CIVILElizabeth Rose Carinhani Ribeiro

ENgENhARIA AgRôNOMICAFernando César Alonso de OliveiraJoão Francisco Junqueira Filho

ENgENhARIA DE ALIMENTOSLeandro Freire Nogueira

ENgENhARIA DE TELECOMUNICAçõESEduardo Ribas Santos

ENgENhARIA QUíMICAPedro Cotrim de Almeida Filho

notas

Caderneta de Obrasdepois da tese defendida pelo engenheiro José tadeu da silva, presidente do crEa-sp, durante a 5ª reunião ordinária do colégio de presidentes do sistema conFEa/crEa, realizada nos dias 16 e 17 de outubro, em belém (pa), foi aprovada, por unanimidade, a caderneta de obras. Foram 27 votos dos presidentes dos crEas do brasil. a caderneta é uma solicitação das entidades de classe, a favor do profissional e em defesa da sociedade, que perdurava mais de 20 anos.

Mulheres na WECum dos destaques do WEc (World Engineers convention), o maior evento da área de Engenharia do mundo, que acontece de 02 a 06 de dezembro, em brasília, será o “Fórum da mulher”. a novidade tem como objetivo verificar como a Engenharia está inserida no contexto mundial da profissão, levando-se em conta pontos como política, economia, cultura, responsabilidade social, aliados aos desafios enfrentados para a construção da igualdade de gênero. pela primeira vez no continente americano, a terceira edição do WEc, que já passou pela alemanha e pela china, pretende reunir mais de cinco mil engenheiros de todo o mundo na capital brasileira. as informações para inscrições estão no site www.wec2008.org.br.

José Roberto Pereira Alvin, Fábio Villas Bôas, Sergio Tiaki Watanabe, José Batista Ferreira, Roberto Maestrello, Eduardo Benedito Maistro e

José Alfredo Pedreschi Monteiro

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mobilidade urbanaLiVro trata da

A visão de um cientista de trânsito sobre a te-mática urbana é tema do livro “Trânsito – como eu o entento. A Ciência da Mobilidade”, do con-sultor Celso Franco. A obra foi lançada durante o Congresso SAE Brasil (Sociedade de Engenhei-ros da Mobilidade), que aconteceu em outubro, em São Paulo.

A obra, da Editora E-Papers, tem 204 páginas e aborda o lado fundamental e humanista do trân-sito, como parte da questão mais ampla que é a mobilidade. Ex-diretor da CET Rio e ex-diretor de Trânsito do Estado do Rio e Estado da Guanaba-ra, Celso Franco reúne grande bagagem interna-cional sobre o assunto.

SAEAssociação sem fins lucrativos e que congrega

pessoas físicas (engenheiros, técnicos e executi-vos) unidas pela missão comum de disseminar técnicas e conhecimentos relativos à tecnologia da mobilidade em suas variadas formas: terres-tre, marítima e aeroespacial. A SAE BRASIL foi fundada em 1991 por executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial, conscientes da ne-cessidade de se abrirem as fronteiras do conheci-mento para os profissionais brasileiros da mobili-dade, em face da integração do país ao processo de globalização da economia, ora em seu início, naquele período. www.saebrasil.org.br