O homem que confundiu sua mulher com um chapéu

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O homem que confundiu sua mulher com um chapéu Oliver Sacks é um neurologista, psiquiatra e professor de psiquiatria e neurologia. Sacks vai construindo os capítulos relacionando psicologia, biologia, sociologia e artes de modo longe de ser enfadonho ou rebuscado. Em seu livro: O homem que confundiu sua mulher com um chapéu, aborda a agnosia - deficiência que afeta o sistema nervoso. Um de seus pacientes, Dr. P. sofria de agnosia visual. Dr. P., era um exímio cantor que passou a dar aula numa faculdade de música da sua região. Enquanto algumas pessoas riam de sua doença, ela se agravava cada vez mais e o professor de música ia deixando de reconhecer os rostos das pessoas, confundindo-os, às vezes, com hidrantes etc. Dessa forma passou a usar os ouvidos para reconhecer as pessoas e perceber o mundo à sua volta. Embora estivesse nessas condições, o músico mantinha a sua capacidade musical e não se sentia doente. Usando os relatos de seus pacientes, Sacks explica os déficits ou perdas que podemos sofrer ao longo da vida, inclusive em nossa constituição física e neurológica. Sacks trata nesse livro lesões no lado direito do cérebro e como este se comporta diante de uma lesão. as síndromes desse lado do cérebro são menos distintas e perceptíveis do que os danos ocorridos no hemisfério esquerdo, já que as síndromes do hemisfério direito estão mais relacionadas com

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O homem que confundiu sua mulher com um chapéu

Oliver Sacks é um neurologista, psiquiatra e professor de psiquiatria e

neurologia. Sacks vai construindo os capítulos relacionando psicologia,

biologia, sociologia e artes de modo longe de ser enfadonho ou rebuscado. Em

seu livro: O homem que confundiu sua mulher com um chapéu, aborda a

agnosia - deficiência que afeta o sistema nervoso. Um de seus pacientes, Dr.

P. sofria de agnosia visual.

Dr. P., era um exímio cantor que passou a dar aula numa faculdade de

música da sua região. Enquanto algumas pessoas riam de sua doença, ela se

agravava cada vez mais e o professor de música ia deixando de reconhecer os

rostos das pessoas, confundindo-os, às vezes, com hidrantes etc. Dessa forma

passou a usar os ouvidos para reconhecer as pessoas e perceber o mundo à

sua volta. Embora estivesse nessas condições, o músico mantinha a sua

capacidade musical e não se sentia doente.

Usando os relatos de seus pacientes, Sacks explica os déficits ou

perdas que podemos sofrer ao longo da vida, inclusive em nossa constituição

física e neurológica. Sacks trata nesse livro lesões no lado direito do cérebro e

como este se comporta diante de uma lesão. as síndromes desse lado do

cérebro são menos distintas e perceptíveis do que os danos ocorridos no

hemisfério esquerdo, já que as síndromes do hemisfério direito estão mais

relacionadas com os distúrbios neurológicos que afetam a essência do

indivíduo e sua sensibilidade emocional e psicológica.

Sacks percebeu que o homem havia substituído gradativamente as

representações visuais de realidade pela música, que agora regia sua vida e

suas ações. Quando o paciente lhe pergunta o que pode fazer, sem saída para

a troca, ele lhe recomenda que continue vivendo de música, sua nova visão.