O Homem Que Espalhou o Deserto - Texto Para 7 Ano

4
CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL 09 DE TAGUATINGA NOME:_____________________________________________________________ Nº: ________ ANO: _______ TURMA: __________ TURNO: VESPERTINO DATA: _____ / _____ / _____ PROFESSORA: Gláucia / Graziele Leia o texto abaixo com bastante atenção. O texto deverá ser devolvido ao final da aula, por isso não risque ou amasse a folha. As questões deverão ser respondidas no caderno. O homem que espalhou o deserto Ignácio de Loyola Brandão Quando menino , costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal, cortando folhas das árvores. Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não andava em más companhias. E sempre que o menino apanhava o seu caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com a tesoura: tome, filhinho , venha brincar com as suas folhas. Ele voltava e cortava. As árvores levavam vantagem, porque eram imensas e o menino pequeno . O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia-a-dia, constante, de manhã à noite. Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria ir à escola , não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. (...) Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma semana para limpar a jabuticabeira . Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele precisou recomeçar. Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e destruído ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e reviver. Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um machado. Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do abacateiro . Levou dez dias, porque não estava habituado a manejar machados, as mãos calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado. Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava

Transcript of O Homem Que Espalhou o Deserto - Texto Para 7 Ano

CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL 09 DE TAGUATINGA NOME:_____________________________________________________________ N: ________ ANO: _______ TURMA: __________ TURNO: VESPERTINO DATA: _____ / _____ / _____ PROFESSORA: Glucia / Graziele

Leia o texto abaixo com bastante ateno.O texto dever ser devolvido ao final da aula, por isso no risque ou amasse a folha.As questes devero ser respondidas no caderno.

O homem que espalhou o desertoIgncio de Loyola Brando

Quandomenino, costumava apanhar a tesoura da me e ia para o quintal, cortando folhas das rvores. Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e at mesmo jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chcara e onde o menino passava o dia cortando folhas. A me gostava, assim ele no ia para a rua, no andava em ms companhias. E sempre que o menino apanhava o seu caminho de madeira (naquele tempo, ainda no havia os caminhes de plstico, felizmente) e cruzava o porto, a me corria com a tesoura: tome,filhinho, venha brincar com as suas folhas. Ele voltava e cortava. As rvores levavam vantagem, porque eram imensas e o meninopequeno. O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia-a-dia, constante, de manh noite.Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, medida que o tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por umaestranhaimpulso, ele no queria ir escola, no queria ir ao cinema, no tinha namoradas ou amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. (...)S que, agora, ele era maior e as rvores comearam a perder. Ele demorou apenas uma semana para limpar ajabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta anos. E seis meses depois, quando concluiu, j a jabuticabeira tinha novasfolhas e ele precisou recomear.Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das rvores tinha afugentado pssaros e destrudo ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se recomporiam sempre. umacapacidadeda natureza, morrer e reviver. Como o seu crebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a soluo: um machado.Numa tera-feira, bem cedo, que no era de perder tempo, comeou a derrubada do abacateiro. Levou dez dias, porque no estava habituado a manejar machados, as mos calejaram, sangraram. Adquirida a prtica, limpou o quintal e descansou aliviado.Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolao, ele saiu demachadoem punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava rvore, capes, matos atacava, limpava, deixava os montes de lenhas arrumadinhos para quem quisesse se servir. Os donos dos terrenos no se importavam, estavam em vias de vend-los parafbricasou imobilirias e precisavam de tudo limpo mesmo.E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar rvores, ele era chamado. No parava. Contratou uma secretria para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu edifcios para guardar machados, abrigar seus operrios devastadores. Importou tratores e mquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nosEstados Unidose Europa. Eles voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, no deixando nada em p. Onde quer que houvesse uma folhaverde, l estava umatesoura, um machado, um aparelho eletrnico para arrasar.E enquanto ele ficava milionrio, o pas se transformava num deserto, terra calcinada. E ento, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel tcnicosespecializadosem tornar frteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar rvores. E enquanto as rvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho a sua profisso.

Responda s questes abaixo em seu caderno.PARTE 1 Interpretao1)O narrador participa da histria?2)Quantos pargrafos h no texto?3)Reescreve as frases, substituindo as palavras ou expresses destacadas pelos sinnimos do quadro:

exterior - espantado - pegar - insignificante - experientes

a)O desbastamento das rvores tinhaafugentadoos pssaros.b)O seu crebro eradiminuto.c)Chegaram mquinas doestrangeiro.d)Eles voltaramperitos de primeira linha.e)Costumavaapanhara tesoura da me e ia para o quintal.4)Escreva uma frase empregando o verbo apanhar em sentido diferente do que foi usado no texto.5)Assinala as caractersticas do personagem principal:

() compulsivo() alegre() obsessivo() destruidor() amigo do meio ambiente() de inteligncia diminuta

6)Responda:a)O narrador diz que naquele tempo, ainda no havia os caminhes de plstico, felizmente. O queele quis dar a entender com a palavrafelizmente?b)O narrador afirma que o crebro do personagem era diminuto e que ele demorou a encontrar uma soluo. Que relao o autor pretende estabelecer entre a destruio da natureza e a inteligncia?c)Descreva o quintal antes e depois da ao do garoto, mostrando o contraste.d)Voc gostou do texto? Por qu?e)Releia o trecho que mostra como a me se comportava em relao s atitudes do filho. Na sua opinio, que influncia teve a me na educao do menino?f)Que ensinamentos podemos tirar da leitura deste texto?g)Existe relao entre o texto e a realidade em que vivemos? Explique.7)Observe a frase:As rvores eram imensas, e o menino pequeno.a)Que palavras indicam contraste, isto , tm sentido oposto?b)Agora, escreve palavras que indiquem idias contrrias s seguintes:"...afugentandopssaros":"...destruindoninhos":"...as rvores levavamvantagem":

PARTE 2 Produo de TextoCrie dois pargrafos de 5 linhas cada, onde o personagem seja o oposto do menino do texto, ou seja, ele gosta de plantar rvores no quintal de casa e por onde quer que v.

PARTE 3 Acentuao1)Justifique o uso do acento das seguintes palavras retiradas do texto:rvores - at - ms - s

2)Retire do texto 3 proparoxtonas:

3)Relacione:(1)oxtona() menor () natureza(2)paroxtona() folhas() perder(3)proparoxtona() fbricas() buscar

PARTE 4 Substantivo e AdjetivoClassifica as palavras destacadas no texto, emsubstantivoouadjetivo.

Respostas:PARTE 11-No participa.2-83-a) O desbastamento das rvores tinhaespantadoos pssaros.b) O seu crebro erainsignificante.c) Chegaram mquinas doexterior.d) Eles voltaramexperientes.e)Costumavapegara tesoura da me e ia para o quintal.4-Reposta pessoal.5-compulsivo, obsessivo, destruidor, de inteligncia diminuta6-a)O narrador usa a palavrafelizmenteporque o plstico um material que polui muito mais, demora a se decompor, prejudica o meio ambiente.b) Pessoas inteligentes no destroem a natureza, pois sabem que precisamos dela.c) Antes havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e at mesmo jabuticabeiras, era um quintal enorme, que parecia uma chcara. Depois, sem rvores, sem plantas, o quintal ficou silencioso, porque o desbastamento das rvores tinha afugentado pssaros e destrudo ninhos.d) Resposta pessoale) A me incentivava o filho a cortar as folhas, achava aquilo bom, pois tinha medo de que o menino sasse para a rua e encontrasse ms companhias. Ela influenciou negativamente a educao do filho; sem querer, ajudou-o a se tornar um destruidor da natureza.f) Reposta pessoalg) Resposta pessoal7-a) imensas, pequenob) atraindo, construindo, desvantagem