O IMORTAL - O CONSOLADOR · 2008. 5. 16. · Sesquicentenário de O Livro dos Espíritos, que se...

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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 637 Março de 2007 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec A Revue Spirite há 140 anos ..... 15 Aiglon Fasolo ............................ 10 Clássicos do Espiritismo ............. 5 Crônicas de Além-Mar .............. 12 De coração para coração ............. 4 Divaldo responde ........................ 5 Editorial ....................................... 2 Emmanuel .................................... 2 Espiritismo para as crianças ..... 14 Estudando as obras de André Luiz . 6 Gilberto Simioni .......................... 6 Grandes Vultos do Espiritismo ... 7 Joanna de Ângelis ....................... 2 José Viana Gonçalves ............... 12 Marco Aurélio Batyras .............. 13 Momentos com Divaldo Franco .. 13 Palestras, seminários e outros eventos ............................ 11 Passamento ................................. 11 Ricardo Baesso de Oliveira ...... 10 Ainda nesta edição Entrevista: Manoel Carlos Espíritas se reúnem no carnaval para confraternizar e estudar O foco do Encontro Regional Espírita foi não apenas a confra- ternização, tão necessária entre os profitentes do Espiritismo, mas também o estudo. Assim é que se realizou no domingo de carnaval, dia 18 de fevereiro, um evento novo, promovido pela 5 a União Regional Espírita, o qual teve como tema geral “O Livro dos Es- píritos: 150 anos de convite ao amor e à instrução”, frase escolhi- da pela Federação Espírita do Pa- raná (FEP) para a comemoração do Sesquicentenário de O Livro dos Espíritos, que se festeja no dia 18 de abril próximo. O encontro ocorreu nas depen- dências da Universidade Estadual de Londrina, sob a direção de Clau- dia Rojas, presidente da 5 a URE, com atividades de manhã e de tar- de, que envolveram crianças, jo- vens e adultos de qualquer idade. O público, bastante numeroso, su- perou as expectativas dos organi- zadores, visto que se tratava de um evento inédito na cidade. Pág. 16 As aparições de Nanda na novela apresentada pela Rede Globo É inestimável a contribuição que temos recebido da Rede Globo Alamar Régis Carvalho, o entusiasta da divulgação espírita pelos meios eletrônicos de comu- nicação de massa, analisa em ar- tigo especial a contribuição que a Rede Globo de Televisão tem prestado ao movimento espírita no tocante à divulgação dos prin- cípios fundamentais do Espiritis- mo, como a reencarnação, a imor- talidade e a comunicação entre os homens e os chamados mortos. Há, na visão do confrade, uma disposição explícita da Rede Glo- bo de Televisão em revelar ao gran- de público a realidade do mundo espiritual. “O Brasil inteiro – ob- serva Alamar – é testemunha de que em todas as novelas ela sempre mostra alguma comunicação de espírito, alguém falando sobre re- encarnação, alguma coisa que des- perta nas pessoas a idéia de que aparição de espíritos não é mani- festação de fantasmas, que espíri- tos não são assombrações para as- sustar as pessoas, de que pessoas desencarnadas se comunicam com encarnados, nem sempre vestidos de túnicas brancas...” Págs. 8 e 9 O programa Reflexão Espírita de volta ao ar No dia 24 de fevereiro o pro- grama “Reflexão Espírita”, que conserva o mesmo formato, voltou a ser transmitido, agora em uma nova emissora: a TV Antares, Ca- nal 36, que atinge o município de Londrina e as cidades da região. O confrades residentes em outras re- giões podem assistir ao programa pela internet, nos sites www. neudelondrina.org.br e www. reflexaoespirita.org.br. Pág. 11 A peça teatral Laços Eternos em Londrina no dia 10 Da obra de Zíbia Gasparetto, com adaptação de Anna Maria Dias, será apresentada em Lon- drina a peça Laços Eternos , nome de um dos livros da referi- da médium radicada em São Pau- lo-SP. A direção do espetáculo estará a cargo de Fátima do Valle, a direção geral é de Anna Maria Dias e a realização se deve à Culturarte Produções. A peça, que reúne 13 artistas – Adson Phell, Alessandra Vitanis, Célio Wody, Fátima do Valle, Julia Lopes, entre outros – será apresentada em dois horári- os no Teatro Ouro Verde, na re- gião central de Londrina. No dia 10 de março, às 21 h; no dia 11, domingo, às 18 h. Outras infor- mações podem ser obtidas pelo tel. (43) 3025-4142. Divaldo fala no dia 20 no Londrina Country Clube Os espíritas de Londrina e re- gião poderão rever o estimado con- frade e tribuno baiano Divaldo P. Franco (foto), que comemora 80 anos em 2007. A conferência do conhecido orador ocorrerá no dia 20 deste mês, a partir das 20 horas, no salão de festas do Londrina Country Clube, na Rua Fernando de Noronha, 977. Já no dia 23, Di- valdo participará da IX Conferên- cia Estadual Espírita, que terá como tema central “O Livro dos Espíri- tos: 150 anos de convite ao amor e à instrução”. Pág. 11 Na noite em que era fe- chada a presente edição foi le- vado ao ar o último capítulo de Páginas da Vida, novela de Manoel Carlos exibida pela Rede Globo de Televisão, a qual, como já se esperava, constituiu um novo sucesso do consagrado autor. Na no- vela, toda vez que o Espírito de Nanda aparecia no vídeo a audiência aumentava, o que intrigou muitas pessoas que certamente imaginaram que o novelista valeu-se de um há- bil recurso para elevar os ín- dices do Ibope. Houve mesmo quem o cri- ticasse, acusando-o de ter fu- gido ao naturalismo e intro- duzido no folhetim uma per- sonagem do universo fantás- tico. Manoel Carlos (foto ao lado) respondeu a essa crí- tica, como o leitor verá na entrevista que ele concedeu ao jornal Gazeta do Povo, parcialmente reproduzida neste número. O certo, po- rém, é que a novela foi um sucesso e se deveram às in- tervenções de Nanda os mo- mentos mais comoventes da história que envolveu duas crianças órfãs e o compor- tamento dos adultos em face delas. Pág. 3

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 54 Nº 637 Março de 2007 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

A Revue Spirite há 140 anos ..... 15Aiglon Fasolo ............................ 10Clássicos do Espiritismo ............. 5Crônicas de Além-Mar .............. 12De coração para coração ............. 4Divaldo responde ........................ 5Editorial ....................................... 2Emmanuel .................................... 2Espiritismo para as crianças ..... 14Estudando as obras de André Luiz . 6Gilberto Simioni .......................... 6Grandes Vultos do Espiritismo ... 7Joanna de Ângelis ....................... 2José Viana Gonçalves ............... 12Marco Aurélio Batyras .............. 13Momentos com Divaldo Franco .. 13Palestras, seminários eoutros eventos ............................ 11Passamento ................................. 11Ricardo Baesso de Oliveira ...... 10

Ainda nesta edição

Entrevista: Manoel CarlosEspíritas se reúnem no carnavalpara confraternizar e estudarO foco do Encontro Regional

Espírita foi não apenas a confra-ternização, tão necessária entre osprofitentes do Espiritismo, mastambém o estudo. Assim é que serealizou no domingo de carnaval,dia 18 de fevereiro, um eventonovo, promovido pela 5a UniãoRegional Espírita, o qual tevecomo tema geral “O Livro dos Es-píritos: 150 anos de convite aoamor e à instrução”, frase escolhi-da pela Federação Espírita do Pa-raná (FEP) para a comemoração do

Sesquicentenário de O Livro dosEspíritos, que se festeja no dia 18de abril próximo.

O encontro ocorreu nas depen-dências da Universidade Estadualde Londrina, sob a direção de Clau-dia Rojas, presidente da 5a URE,com atividades de manhã e de tar-de, que envolveram crianças, jo-vens e adultos de qualquer idade.O público, bastante numeroso, su-perou as expectativas dos organi-zadores, visto que se tratava de umevento inédito na cidade. Pág. 16

As aparições de Nanda na novelaapresentada pela Rede Globo

É inestimável acontribuição que temosrecebido da Rede Globo

Alamar Régis Carvalho, oentusiasta da divulgação espíritapelos meios eletrônicos de comu-nicação de massa, analisa em ar-tigo especial a contribuição quea Rede Globo de Televisão temprestado ao movimento espíritano tocante à divulgação dos prin-cípios fundamentais do Espiritis-mo, como a reencarnação, a imor-talidade e a comunicação entre oshomens e os chamados mortos.

Há, na visão do confrade, umadisposição explícita da Rede Glo-bo de Televisão em revelar ao gran-

de público a realidade do mundoespiritual. “O Brasil inteiro – ob-serva Alamar – é testemunha de queem todas as novelas ela sempremostra alguma comunicação deespírito, alguém falando sobre re-encarnação, alguma coisa que des-perta nas pessoas a idéia de queaparição de espíritos não é mani-festação de fantasmas, que espíri-tos não são assombrações para as-sustar as pessoas, de que pessoasdesencarnadas se comunicam comencarnados, nem sempre vestidosde túnicas brancas...” Págs. 8 e 9

O programa Reflexão Espírita de volta ao arNo dia 24 de fevereiro o pro-

grama “Reflexão Espírita”, queconserva o mesmo formato, voltoua ser transmitido, agora em uma

nova emissora: a TV Antares, Ca-nal 36, que atinge o município deLondrina e as cidades da região. Oconfrades residentes em outras re-

giões podem assistir ao programapela internet, nos sites www.neudelondrina.org.br e www.reflexaoespirita.org.br. Pág. 11

A peça teatral Laços Eternosem Londrina no dia 10

Da obra de Zíbia Gasparetto,com adaptação de Anna MariaDias, será apresentada em Lon-drina a peça Laços Eternos,nome de um dos livros da referi-da médium radicada em São Pau-lo-SP. A direção do espetáculoestará a cargo de Fátima do Valle,a direção geral é de Anna MariaDias e a realização se deve àCulturarte Produções.

A peça, que reúne 13 artistas– Adson Phell, AlessandraVitanis, Célio Wody, Fátima doValle, Julia Lopes, entre outros –será apresentada em dois horári-os no Teatro Ouro Verde, na re-gião central de Londrina. No dia10 de março, às 21 h; no dia 11,domingo, às 18 h. Outras infor-mações podem ser obtidas pelotel. (43) 3025-4142.

Divaldo fala no dia 20 noLondrina Country Clube

Os espíritas de Londrina e re-gião poderão rever o estimado con-frade e tribuno baiano Divaldo P.Franco (foto), que comemora 80anos em 2007. A conferência doconhecido orador ocorrerá no dia20 deste mês, a partir das 20 horas,no salão de festas do LondrinaCountry Clube, na Rua Fernandode Noronha, 977. Já no dia 23, Di-valdo participará da IX Conferên-cia Estadual Espírita, que terá comotema central “O Livro dos Espíri-tos: 150 anos de convite ao amore à instrução”. Pág. 11

Na noite em que era fe-chada a presente edição foi le-vado ao ar o último capítulode Páginas da Vida, novela deManoel Carlos exibida pelaRede Globo de Televisão, aqual, como já se esperava,constituiu um novo sucessodo consagrado autor. Na no-vela, toda vez que o Espíritode Nanda aparecia no vídeoa audiência aumentava, o queintrigou muitas pessoas quecertamente imaginaram que onovelista valeu-se de um há-bil recurso para elevar os ín-dices do Ibope.

Houve mesmo quem o cri-ticasse, acusando-o de ter fu-

gido ao naturalismo e intro-duzido no folhetim uma per-sonagem do universo fantás-tico.

Manoel Carlos (foto aolado) respondeu a essa crí-tica, como o leitor verá naentrevista que ele concedeuao jornal Gazeta do Povo,parcialmente reproduzidaneste número. O certo, po-rém, é que a novela foi umsucesso e se deveram às in-tervenções de Nanda os mo-mentos mais comoventes dahistória que envolveu duascrianças órfãs e o compor-tamento dos adultos em facedelas. Pág. 3

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O IMORTALPÁGINA 2 MARÇO/2007

EditorialEMMANUEL

Verificam-se no meio espírita bra-sileiro, de um lado, a absoluta ausên-cia de análise crítica por parte da im-prensa dos livros que editoras espíri-tas diversas têm lançado no mercado,sobretudo nos últimos anos, e, de ou-tro lado, a rejeição sumária por partede seus autores a essa análise.

A posição de Kardec com relação aoassunto é, no entanto, muito clara, con-forme mostram os textos adiante trans-critos, extraídos d´O Livro dos Médiuns:

“Constituem um dos grandes trope-ços da mediunidade, como já tivemosocasião de dizer, a obsessão e a fascina-ção. (...) Eles (os médiuns), pois, podemiludir-se de muito boa-fé, com relaçãoao mérito do que alcançam e facilmentese concebe que os Espíritos enganado-res têm o caminho aberto, quando ape-nas lidam com um cego. Por essa razãoé que afastam o seu médium de toda fis-calização; que chegam mesmo, se forpreciso, a fazê-lo tomar aversão a quemquer que o possa esclarecer. Graças aoinsulamento e à fascinação, conseguemsem dificuldade levá-lo a aceitar tudo oque eles queiram.

Nunca será demais repetir: aí se en-contra não somente um tropeço, mas umperigo; sim, verdadeiro perigo, dizemos.O único meio, para o médium, de esca-par-lhe é a análise praticada por pesso-as desinteressadas e benevolentes que,apreciando com sangue frio e imparcia-lidade as comunicações, lhe abram osolhos e o façam perceber o que, por simesmo, ele não possa ver. Ora, todomédium que teme esse juízo já está nocaminho da obsessão; aquele que acre-dita ter sido a luz feita exclusivamenteem seu proveito está completamentesubjugado. Se toma a mal as observa-ções, se as repele, se se irrita ao ouvi-las, dúvida não cabe sobre a natureza

A ira cega, enlouquece. Provocan-do uma vasoconstrição violenta no sis-tema circulatório, leva à apoplexia, aoinfarto, à morte. Um momento deirritação, e fica destruída uma excelenteObra. O trabalho de um período demo-rado reduz-se a cinzas, qual ocorre coma faísca de fogo atingindo material de

É indispensável desconfiar detodas as promessas de facilidadessobre o mundo.

Jesus, que podia abrir os maisvastos horizontes aos olhos assom-brados da criatura, prometeu-lhe acruz sem a qual não poderia afas-tar-se da Terra para colocar-se aoseu encontro.

Em toda parte, existem discí-pulos descuidados que aceitam ologro de aventureiros inconscien-tes. É que ainda não aprenderam alição viva do trabalho próprio a queforam chamados para desenvolveratividade particular.

Os fazedores de revoluções eos donos de projetos absurdos pro-metem maravilhas. Mas, se sãovítimas da ambição, servos de pro-pósitos inferiores, escravos de ter-ríveis enganos, como poderão rea-lizar para os outros a liberdade oua elevação de que se conservamdistantes?

Não creias em salvadores quenão demonstrem ações que confir-

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O que Kardec recomendou a nós e aos médiunsmá do Espírito que o assiste.

Temos dito que um médium podecarecer dos conhecimentos necessáriospara perceber os erros; que pode dei-xar-se iludir por palavras retumbantes epor uma linguagem pretensiosa, ser se-duzido por sofismas, tudo na maior boa-fé. Por isso é que em falta de luzes pró-prias, deve ele modestamente recorrerà dos outros, de acordo com estes doisadágios: quatro olhos vêem mais do quedois e — ninguém é bom juiz em causaprópria. Todo médium, que sinceramen-te deseje não ser joguete da mentira,deve, portanto, procurar produzir emreuniões sérias, levando-lhes o que ob-tenha em particular, aceitar agradecido,solicitar mesmo o exame crítico dascomunicações que receba. Se estiveràs voltas com Espíritos enganadores,esse o meio mais seguro de se desem-baraçar deles, provando-lhes que não opodem enganar. Aliás, ao médium quese irrita com a crítica, tanto menos ra-zão assiste para semelhante irritação,quanto o seu amor-próprio nada tem quever com o caso, pois que não é seu oque lhe sai da boca, ou do lápis, e quemais responsável não é por isso, do queo seria se lesse os versos de um maupoeta.” (O Livro dos Médiuns, item 329.)

“Todo médium, que se melindracom a crítica das comunicações que ob-tém, faz-se eco do Espírito que o domi-na, Espírito esse que não pode ser bom,desde que lhe inspira um pensamentoilógico, qual o de se recusar ao exame.O insulamento do médium é sempre coi-sa deplorável para ele, porque fica semuma verificação das comunicações querecebe. Não somente deve buscar a opi-nião de terceiros para esclarecer-se,como também necessário lhe é estudartodos os gêneros de comunicações, a fimde as comparar. Restringindo-se às que

lhe são transmitidas, expõe-se a se ilu-dir sobre o valor destas, sem considerarque não lhe é dado tudo saber e que elasgiram quase sempre dentro do mesmocírculo.” (O Livro dos Médiuns, item248.)

“Em se submetendo todas as comu-nicações a um exame escrupuloso, emse lhes perscrutando e analisando o pen-samento e as expressões, como é de usofazer-se quando se trata de julgar umaobra literária, rejeitando-se, sem hesita-ção, tudo o que peque contra a lógica e obom-senso, tudo o que desminta o cará-ter do Espírito que se supõe ser o que seestá manifestando, leva-se o desânimoaos Espíritos mentirosos, que acabam porse retirar, uma vez fiquem bem conven-cidos de que não lograrão iludir. Repeti-mos: este meio é único, mas é infalível,porque não há comunicação má que re-sista a uma crítica rigorosa. Os bons Es-píritos nunca se ofendem com esta, poisque eles próprios a aconselham e porquenada têm que temer do exame. Apenasos maus se formalizam e procuram evitá-lo, porque tudo têm a perder. Só com issoprovam o que são.

Eis aqui o conselho que a tal respei-to nos deu São Luís: Qualquer que sejaa confiança legítima que vos inspiremos Espíritos que presidem aos vossostrabalhos, uma recomendação há quenunca será demais repetir e quedeveríeis ter presente sempre na vos-sa lembrança, quando vos entregaisaos vossos estudos: é a de pesar e me-ditar, é a de submeter ao cadinho darazão mais severa todas as comunica-ções que receberdes; é a de nãodeixardes de pedir as explicações ne-cessárias a formardes opinião segura,desde que um ponto vos pareça sus-peito, duvidoso ou obscuro. ” (O Livrodos Médiuns, item 266.)

Um minuto com Joanna de Ângelisfácil combustão. A ira separa os indi-víduos e fomenta lutas desditosas.

Estanca o passo e retrocede na vi-agem do desequilíbrio. Recorre à ora-ção. Evita as pessoas maledicentes,queixosas, venenosas. Elas se te fazemestímulo constante à irritabilidade, aoarmamento emocional contra os outros.

Prometer

mem a salvação de si mesmos.Deves saber que foste criado

para gloriosa ascensão, mas que sóé fácil descer. Subir exige traba-lho, paciência, perseverança, con-dições essenciais para o encontrodo amor e da sabedoria.

Se alguém te fala em valor dasfacilidades, não acredites; é possí-vel que o aventureiro esteja des-cendo. Mas quando te façam verperspectivas consoladoras, atravésdo suor e do esforço pessoal, acei-ta os alvitres com alegria. Aqueleque compreende o tesouro ocultonos obstáculos, e dele se vale paraenriquecer a vida, está subindo e édigno de ser seguido.

“Prometendo-lhes liberdade, sendo elesmesmos servos da corrupção.” – II Pedro, 2:19.

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JOANNA DE ÂNGELIS, mento-ra espiritual de Divaldo P. Franco, éautora, entre outros livros, de Momen-tos de Felicidade (Livraria EspíritaAlvorada Editora, 1990), do qual foiextraído o texto acima.

EMMANUEL, que foi o men-tor espiritual de Francisco Cândi-do Xavier e coordenador da obramediúnica do saudoso médiummineiro, é autor, entre outros li-vros, de “Caminho, Verdade eVida” (FEB, 1948), de onde foiextraído o texto acima.

A tua vida é preciosa, e deves co-locar todas as tuas forças a serviço doamor. Desde que és forte, investe nabondade, na paciência e no perdão, quesão degraus de ascensão. Para baixo éfácil, sem esforço, o processo de que-da. A sublimação, a subida espiritual,são o desafio para os teus valores mo-rais. Aplica-os com sabedoria e fruirásde paz, aureolado pela simpatia que en-volve e felicita a todos.

Ademais, a ira é porta de acesso àobsessão, à interferência perniciosados Espíritos maus, enquanto o amor,a doçura e o perdão são liames de li-gação com Deus, plenificando o ho-mem.

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O IMORTALMARÇO/2007 PÁGINA 3

O público que acompanhounos últimos meses as peripéciasda novela Páginas da Vida, con-cluída no momento em que erafechada a presente edição, admi-rou-se com a sucessão de fatos denatureza mediúnica que deram ànovela um tom peculiar, diferen-te dos textos escritos por seu au-tor, o consagrado novelista Ma-noel Carlos (foto), 74 anos, um dosautores de novela mais próximosdo chamado naturalismo.

No dia 25 de fevereiro, a Re-vista da TV, caderno especialque integra o jornal Gazeta doPovo, de Curitiba, publicou in-teressante entrevista na qualManoel Carlos respondeu a per-guntas diversas formuladas porescritores e diretores de teatroe cinema sobre teledramaturgiae seu jeito de fazer novela.

Participaram da entrevistaMilton Hatoum, escritor; TataAmaral, cineasta; João PauloCuenca, escritor; MarcelinoFreire, escritor; Heloísa Buarquede Hollanda, professora e escri-tora; Enrique Diaz, diretor de te-atro; Cristiane Costa, escritora ejornalista; Ulysses Cruz, diretorde teatro; Marcelo Rubens Paiva,escritor e dramaturgo, e CacáDiegues, cineasta.

Duas questões propostas aonovelista interessam de perto oleitor deste jornal.

Ei-las, na íntegra:Tata Amaral: Sobre os de-

poimentos no fim dos capítulos:através deles você criou uma for-te ligação entre a ficção e aspec-tos do real. Você buscou, comisto, levar o público a uma refle-xão? Há aí um intuito de inter-venção na sociedade?

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

Manoel Carlos: Nossa inten-ção ao encerrar cada capítulo comum depoimento colhido nas ruasfoi mostrar que a ficção não estáassim tão distante dos fatos reais,que ocorrem no dia-a-dia. Isso fa-talmente leva a uma reflexão so-bre a realidade que vivemos.

Cristiane Costa: Você é umdos autores de novela mais próxi-mos do naturalismo, até nos seusdiálogos, que não fogem das ques-tões banais do dia-a-dia. Introdu-zir uma personagem do universofantástico, como o fantasma deNanda, não fere estes princípios?

Não teme levar o telespectador demenor nível cultural a naturalizara idéia, bastante questionável, deque fantasmas existem e interferemno mundo real?

Manoel Carlos: Desde Felicida-de, que fiz em 1991, passando porLaços de Família (2000) e Mulhe-res Apaixonadas (2002), sempre, emtodas elas, introduzi a aparição depessoas mortas na história, querpara reparar uma injustiça, querpara proteger inocentes. Pais quevoltam para ajudar os filhos, porexemplo. A aparição de pessoasmortas pertence ao universo fan-tástico para quem não professa adoutrina espírita. Para os que aprofessam, essas aparições são ab-solutamente normais e críveis. Pre-firo ver dessa maneira, ainda queseja católico. Ridicularizar essasaparições, como alguns fazem, sódemonstra preconceito religioso.

O Brasil é a maior nação es-pírita do planeta. Estima-se em

10 milhões o número de pessoasdeclaradamente espíritas, subin-do esse número para mais de 30milhões quando se incluem pes-soas de outras religiões que acre-ditam em reencarnação e em vidaapós a morte. Entre esses 30 mi-lhões, contam-se 80% de católi-cos. Há de se notar também quehá nessas aparições, sempre, apossibilidade da dúvida. As pes-soas podem ter sonhado ou sidovítimas de alguma alucinação.

*As respostas dadas por Mano-

el Carlos mostram que, além de um

Entrevista: Manoel Carlos

“O Brasil é a maior nação espírita do planeta”

O que os católicos deviam saber, mas ignoramA implicância que alguns re-

ligiosos ligados ao catolicismotêm com os fatos espíritas é nãoapenas fruto de preconceito con-tra o Espiritismo, mas tambémignorância do que vem ocorren-do nos próprios arraiais da Igre-ja.

No Brasil, o frei BoaventuraKloppenburg, o mais ferrenhoadversário do Espiritismo emnosso país; na Itália, o padre GinoConcetti, comentarista doOsservatore Romano, órgão ofi-cial do Vaticano; na França, opadre François Brune, autor dolivro “Os Mortos nos Falam” –todos três admitem os fatos me-diúnicos e as relações entre nós eos mortos.

Em entrevista concedida àRede Globo de Televisão e à

no Além, como a do anjo Gabriel(Lucas, 1:26-38). As provocadassão as que têm sua iniciativa nomundo físico, como, por exemplo,o caso do rei Saul, que evocouSamuel por meio da pitonisa deEndor (Samuel, 28:3-25).

Com respeito ao padreFrançois Brune, que já esteve emLondrina e falou a um públiconumeroso no auditório do Grê-mio Literário e RecreativoLondrinense, os mortos nos falam– título do seu livro publicado noBrasil em 1991 – e o fazem deinúmeras maneiras.

Importante acrescentar quenenhum deles é dissidente do ca-tolicismo; ao contrário, são pes-soas de expressão e em atividadeno seio da Igreja. (Marcelo Bo-rela de Oliveira)

riências do diálogo com os faleci-dos, sob a condição de que elassejam levadas com uma finalida-de séria, religiosa e científica.”

Não deve causar nenhuma sur-presa, portanto, o que o frei Boa-ventura Kloppenburg escreveu emseu livro “Espiritismo e Fé”, noqual afirma que, tal como osespiritistas, os católicos admitem:

a) que os falecidos não rompemseus laços com os que ainda vivemna Terra;

b) que eles podem, portanto,nos socorrer e ajudar;

c) que os Espíritos desencarna-dos podem manifestar-se ou comu-nicar-se perceptivelmente conosco;

d) que tais manifestações po-dem ser de dois tipos: espontânease provocadas. As espontâneas sãoas que têm sua origem ou iniciativa

talento indiscutível no ofício quevem exercendo há tanto tempo natelevisão brasileira, estamos di-ante de um homem antenado, sin-tonizado com os tempos atuais,quando até vultos ilustres da Igre-ja Católica, aqui e na Europa, jádeixaram registrado em papel suaaceitação do fenômeno mediúni-co e da intervenção direta doschamados mortos nos atos co-muns de nossa existência.

É claro que os espíritas conhe-cem profundamente o assunto enão é reduzido o número das pes-soas que se tornaram espíritas gra-ças à aparição de seus mortos que-ridos. Quanto aos não-espíritas,seria interessante que as pessoasprimeiro se informassem para de-pois, sim, com conhecimento decausa, dar palpites nessa seara,evitando agir como a jornalistaCristiane Costa, que acha que osfenômenos espíritas pertencem aoreino da fantasia e dos mitos.

agência de notícias Ansa, GinoConcetti tornou pública, já em1997, a nova postura da Igreja comrelação à mediunidade e às relaçõesentre nós e os Espíritos. Afirmouentão o padre Concetti que a Igre-ja não só admite a comunicaçãocom os falecidos, como reconheceque ter um contato com a alma dosentes queridos que já partiram parao Além pode aliviar os que tenham,porventura, ficado perturbadoscom esse transe. “Segundo o cate-cismo moderno – explicou o teó-logo – Deus permite aos nossoscaros defuntos que vivem na di-mensão ultraterrestre enviar men-sagens para nos guiar em certosmomentos da vida. Após as novasdescobertas no domínio da psico-logia sobre o paranormal, a Igrejadecidiu não mais proibir as expe-

Manoel Carlos, o autor da novela Páginasda Vida, sucesso da TV Globo

A personagem Nanda, cujas apariçõesderam um toque especial à novela

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O IMORTALPÁGINA 4 MARÇO/2007

O sentimento e a sabedoria -assevera Emmanuel - são as duasasas com que a alma se elevarápara a perfeição infinita.

No círculo acanhado do orbeterrestre, essas asas são tambémchamadas adiantamento moral eadiantamento intelectual, ambasigualmente imprescindíveis aoprogresso. (Leia-se sobre o assun-to O Consolador, questão 204.)

No tocante à área do sentimen-to – ou do adiantamento moral –ninguém que acompanha o Movi-mento Espírita pode ignorar a es-tatura moral de Cairbar Schutel, ohomem cordial, o amigo dos po-bres e dos enfermos, a quem cura-va não somente as mazelas do cor-po, mas as enfermidades da alma.

Amante da natureza, é conhe-cido o amor que Cairbar nutriapelos animais.

Nhonhô, o gato que fora sacri-ficado por ele após uma briga,olhava-o atentamente quando Cair-bar escrevia.

Cabrito, seu último cavalo,aposentado por Cairbar quandocomprou seu primeiro carro, rece-bia tanto carinho do dono que,momentos antes de morrer, veiodespedir-se do protetor e amigo.

Os cães Rolf e Leão, dois es-pécimes dinamarqueses, senta-vam-se à mesa e eram servidos emprimeiro lugar por seu dono. Rolf,aliás, adorava pastéis e ovos cozi-

dos, embora sua preferência fossemesmo sorvete. E gostava tambémde passear de carro nas visitas queCairbar fazia aos doentes, ocasiãoem que, sentado no banco trasei-ro, parecia um fidalgo.

Na assistência aos obsidiadose aos enfermos de toda ordem quechegavam a Matão, o zelo de Cair-bar chegava ao ponto de levá-lospara a sua própria casa, onde cons-truíra alguns quartos nos fundos doterreno, exatamente para poderacolhê-los e assisti-los.

Isso no tocante à asa do senti-mento.

No tocante à área da sabedoria– ou do adiantamento intelectual –existe uma faceta da obra de Cair-bar Schutel que tem sido poucoenfatizada por seus biógrafos.

Evidentemente, ninguém des-conhece o trabalho do Cairbar-jor-nalista, fundador d’O Clarim e daRevista Internacional de Espiritis-mo e pioneiro da divulgação espí-rita por intermédio do rádio; doCairbar-orador e polemista vibran-te; do Cairbar-escritor, autor de 17livros dentre os quais quem pode-ria ignorar “Parábolas e Ensinos deJesus”, “Vida e Atos dos Apósto-los”, “O Espírito do Cristianismo”,“Espiritismo para as crianças” etantos outros indispensáveis aosque pretendem ter uma sólida for-mação espírita? (A lista completados 17 livros de Cairbar figuram

na última página de “Médiuns eMediunidade”.)

Pouco se fala, porém, da pro-fundidade e mesmo do pioneirismocom que Cairbar examinou váriosassuntos relacionados com a práti-ca da mediunidade e as condiçõesda vida no Outro Mundo, algo queera confinado a poucas pessoasantes da eclosão, na década de 40,da Série Nosso Lar. Como se sabe,Cairbar desencarnou em janeiro de1938, portanto antes do surgimen-to de André Luiz e suas obras.

O confrade Antenor de Souza,recentemente falecido, diz que em1944, quando foi lançada a 1a edi-ção do livro Nosso Lar, de AndréLuiz, muitos confrades de relevodeste país, como Leopoldo Macha-do, tiveram muitas dúvidas perti-nentes a aspectos da vida espiritu-al que lhes pareceram, naquelemomento, algo inusitado e inéditona literatura espírita, embora Cair-bar Schutel já houvesse tratado doassunto 12 anos antes.

Eis na seqüência alguns exem-plos do que acabamos de relatar.

No livro “A Vida no OutroMundo”, Cairbar refere-se de modoexplícito aos diversos planos quecompõem o Mundo Espiritual.

Dizia então que existem no Ou-tro Mundo diversos planos de exis-tência, e não poderia ser de outromodo, porque os Espíritos, revesti-dos de seu corpo espiritual, não

poderiam viver num meio que nãoestivesse de acordo com sua vesti-menta espiritual, que vibra sempreno ritmo da elevação de cada umem sabedoria e moralidade. Umaregião isenta de oxigênio – obser-vou Cairbar – seria hostil a Espíri-tos ainda necessitados de oxigênio.

Os círculos que envolvem aTerra se diferenciam pela fluidezda matéria que os compõe, eis oque ele consignou em “A Vida noOutro Mundo”, pp. 82, 83, 85 e107. O primeiro plano do MundoEspiritual é bem parecido com oplano terráqueo e podemos mesmodizer que o nosso plano aqui naTerra é uma cópia materializadadesse outro plano, impropriamen-te chamado de extrafísico, o queexplicaria a existência ali de habi-tações semelhantes às nossas.

Muitas obras e estudiosos, dizCairbar, já haviam falado sobre aexistência de cidades, casas, hos-

De coração para coraçãoASTOLFO OLEGÁRIO DE OLIVEIRA FILHO - [email protected]

De Londrina

O Espiritismo respondePergunta-nos Adelaide se há

Espíritos que se sentem perturba-dos nos instantes que se seguemà morte corporal.

Sim. Por ocasião da morte –ensina o Espiritismo – tudo, a prin-cípio, é confuso. O Espírito preci-sa de algum tempo para entrar noconhecimento de si mesmo. Ele seacha como que aturdido, no estadode uma pessoa que despertou deprofundo sono e procura orientar-se sobre sua situação. A lucidez dasidéias e a memória do passado lhevoltam, à medida que se apaga ainfluência da matéria que acaba deabandonar e se dissipa a espécie denévoa que lhe obscurece os pensa-mentos.

Muito variável é o tempo quedura a perturbação post-mortem.

Pode ser de algumas horas, comotambém de muitos meses e até demuitos anos. Para aqueles que jána existência corpórea se identi-ficaram com o estado que osaguardava, menos longa ela é,porque compreendem imediata-mente a posição em que se en-contram.

Resumindo: Cada pessoa des-perta ou se demora na perturba-ção, conforme as característicaspróprias de sua personalidade. Aperturbação pode, pois, ser con-siderada o estado normal no ins-tante da morte e perdurar por tem-po indeterminado, em conformi-dade com o estado evolutivo doEspírito. Breve no caso das almaselevadas, pode ser longa e peno-sa no caso das almas culpadas.

A pessoa que se vale da tribunaou do jornal para transmitir umamensagem deve tomar cuidado comos chamados pleonasmos viciosos,a que já nos referimos algum tem-po atrás. Eis alguns exemplos depleonasmos que devemos evitar:- Acabamento final- Criar novos empregos

Pílulas gramaticais- Elo de ligação- Encarar de frente- Erário público- Descer para baixo- Ganhar grátis- Habitát natural- Já... mais (em construções comoesta: “Já não há mais necessidadede ir”)

- Labaredas de fogo- Manter o mesmo- Monopólio exclusivo- Pequenos detalhes- Surpresa inesperada- Viúva do falecido- Há... atrás (em orações como esta:“Há dois mil anos atrás Jesus foicrucificado”).

pitais, templos e palácios no Ou-tro Mundo. E ele lembra entãoConan Doyle, que menciona emseu livro “História do Espiritismo”vários casos, a exemplo de sirOliver Lodge, Carl du Prel,Swedenborg, Winifred Moyes eLilian Walbrook, todos eles cita-dos por Cairbar.

Nas mensagens transcritas porConan Doyle, além da referência àexistência de lindas casas e flores,um dos comunicantes fala do ali-mento utilizado no plano em quevivia, o qual não se parecia com onosso porque era muito mais agra-dável e delicado. Nas obras deSwedenborg faz-se menção de ca-sas, templos, salões, palácios. Ascrianças são bem recebidas no Ou-tro Mundo, sejam ou não batizadas,e ali elas crescem cuidadas pormulheres jovens, até que lhes apa-reçam suas mães verdadeiras. (Con-tinua no próximo número.)

O pioneirismo de Cairbar (1ª Parte)

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O IMORTALMARÇO/2007 PÁGINA 5

Clássicos do Espiritismo

A Alma é Imortal (Parte 14)ANGÉLICA REIS

[email protected] Londrina

Continuamos a publicar otexto condensado da obra AAlma é Imortal, de Gabriel De-lanne, traduzida por Guillon Ri-beiro e publicada pela Editora daFEB. As páginas citadas referem-se à 6a edição.

*192. A distância que separe

do corpo a sua alma em nada in-flui sobre a intensidade das ma-nifestações. (Pág. 198)

193. As aparições de vivossão, em geral, bastante demons-trativas, mas, dada a sua espon-taneidade, se opõem a toda pes-quisa metódica. O mesmo não sedá quando as aparições se pro-duzem nas sessões espíritas,porque aí todas as precauçõessão tomadas para se verificarcuidadosamente a sua objetivi-dade. A fotografia é uma dessasformas de comprovação. (Pág.199)

194. Tem-se fotografado ocorpo fluídico durante a vida edepois da morte, o que fornece acerteza absoluta de que a almaexiste sempre, antes e depois damorte. A continuidade do ser serevela claramente pelas apariçõesque se verificam algumas horasdepois da morte. O perispíritoque acaba de desligar-se do cor-po lhe retraça fielmente não só aimagem, como também a confi-guração física, que se patenteiapelas marcas que deixa no papelenegrecido e pelas moldagens.(Pág. 199)

195. O Espírito materializa-do é, por completo, um ser quevive temporariamente, como sehouvesse nascido na Terra. Bate-lhe o coração, funcionam-lhe ospulmões, ele vai e vem, conver-

sa e também ouve o que lhe fa-lam. (Pág. 199)

196. Delanne resume, por fim,em nove itens as informações quea observação e a experiência per-mitiram reunir: 1o, o ser humanopode desdobrar-se em duas par-tes: o corpo e a alma; 2o, a alma,separada do corpo, reproduz exa-tamente a sua imagem; 3o, as ma-nifestações anímicas independemdo corpo físico; 4o, a apariçãopode denotar todos os graus dematerialidade, desde a de umasimples aparência até a de umarealidade concreta; 5o, a formafluídica da alma pode ser fotogra-fada; 6o, a forma fluídica da almapode deixar marcas ou moldes;7o, durante a vida, a alma podeperceber sensações, sem o con-curso dos órgãos dos sentidos; 8o,a forma fluídica reproduz não sóo exterior, mas toda a constitui-ção interna do ser; 9o, a morte nãodestrói a alma, que subsiste comtodas as suas faculdades psíqui-cas e com um organismo dotadode todas as leis biológicas do serhumano. (Pág. 200)

A Terra não é maisdo que um degrau nos

destinos do homem

197. Que se deve concluir detodos esses fatos? Em primeirolugar, observa Delanne, somosforçados a admitir que o corpo ea alma são duas entidades abso-lutamente distintas, que se podemseparar, e que o organismo físiconão passa de um envoltório quese torna inerte, logo que o prin-cípio pensante se separa dele.(Pág. 201)

198. Os fatos demonstraram,de forma muito clara, a sobrevi-vência da alma à morte, compro-vando cientificamente a imorta-lidade, que foi, com certeza, a

mais importante e a mais fecun-da descoberta do século 19, por-quanto chegar a conhecimentospositivos sobre o amanhã da mor-te é revolucionar a humanidadeinteira, dando à moral uma basecientífica e uma sanção natural,à revelia de todo e qualquer cre-do dogmático e arbitrário. (Pág.202)

199. Sem dúvida, mesmoquando essas consoladoras certe-zas tiverem penetrado as massashumanas, a humanidade não seachará só por isso bruscamentemudada, nem se tornará melhorsubitamente; disporá, todavia, damais forte alavanca que possaexistir para derribar o montão deerros acumulados desde há seismil anos. Então a vida futura setornará tão evidente quanto a cla-ridade do Sol e se compreenderáque a Terra não é mais do queum degrau nos destinos do ho-mem; que alguma coisa de maisútil há do que a satisfação dosapetites materiais, e que cada umterá que conseguir, a todo custo,refrear suas paixões e domar seusvícios. Eis os benefíciosindubitáveis que o Espiritismotraz consigo. (Pág. 202)

200. Não tendo sido possívelsubmeter o perispírito aosreativos ordinários, forçoso é quenos atenhamos à observação e aoque os Espíritos hão dito a seurespeito. (Pág. 203)

201. Antes de tudo, não sepode esquecer que a observaçãocomprovou que existe uma ma-téria invisível aos olhares huma-nos e que, no entanto, pode im-pressionar uma chapa fotográfi-ca, mesmo na mais absoluta obs-curidade, como se deu com a cé-lebre experiência em queAksakof fotografou um Espíritoem completa escuridão. (Págs.203 e 204)

Do livro Seara de Luz, de Divaldo P. Franco e Espíritos Diver-sos.

Divaldo responde– Que papel cabe aos espí-

ritas não envolvidos diretamen-te na evangelização infanto-ju-venil, para o crescimento e mai-or êxito dessa tarefa?

Divaldo: O de divulgar essetrabalho importante, estimulan-do os pais a encaminharem, oquanto antes, os seus filhos àpreparação e orientação evangé-

lico-espírita, de modo a contri-buírem efetivamente para osresultados almejados.

Da mesma forma, exempli-ficar, levando os filhos às aulasde evangelização e mantendono lar a vivência espírita, aindaé a melhor metodologia para in-fluenciar e conduzir sentimen-tos.

As existências do serpensante podem ocorrer

em diferentes mundos

202. Eis, sucintamente, osprincípios gerais em que nosapoiaremos, extraídos da obra deAllan Kardec, que magistral-mente resumiu em seus livrostodos os ensinos dos Espíritosque o assistiram: I) Existe umacausa eficiente e diretora doUniverso: a sublimada inteligên-cia que, pela sua vontade onipo-tente, imutável, infinita e eterna,mantém a harmonia do Cosmos.II) A alma, a força e a matériasão igualmente eternas; não po-dem aniquilar-se. III) O princí-pio espiritual é a causa de todosos fenômenos intelectuais que sedão nos seres vivos. No homem,esse princípio se torna a alma.IV) É-nos desconhecida a natu-reza da alma, mas certamente elanão é a resultante das funçõescerebrais, pois que subsiste apósa morte do corpo. V) Da análisede suas faculdades ressalta quea alma é simples, is to é,indivisível, e que suas faculda-des ela as desenvolve por umaevolução incessante que tem porteatro, alternadamente, o espaçoe o mundo terrestre. VI) A alma

é dotada de livre-arbítrio propor-cional ao número de suasencarnações, dependendo a suaresponsabilidade do grau do seuadiantamento moral e intelectu-al. VII) Assim como o mundo fí-sico tem a regê-lo leis imutáveis,o mundo espiritual é regido poruma justiça infalível, de sorteque as leis morais têm sançãoabsoluta após a morte. VIII)Como o Universo não se limitaao globo que habitamos, as fu-turas existências do princípiopensante podem desenvolver-senesses diferentes sistemas demundos. (Págs. 206 e 207)

203. O homem é formado dareunião de três princípios: 1o, aalma ou Espírito, causa da vidapsíquica; 2o, o corpo, envoltó-rio material, a que a alma se as-socia temporariamente durantesua passagem pela Terra; 3o, operispírito, substrato fluídicoque serve de liame entre a almae o corpo, por intermédio daenergia vital. Em qualquer grauque se encontre na animalidade,o Espírito está sempre intima-mente associado ao perispírito,cuja eterização corresponde aoseu adiantamento moral. (Pág.208) (Continua no próximo nú-mero.)

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O IMORTALPÁGINA 6 MARÇO/2007

Haverá falsos escritos e falsos profetas (I)

Reconhece-se a árvore pelo fruto.O homem de bem tira boas ou más coi-sas de seu coração. A boca e os gestosfalam do que está cheio o coração. Ocorpo fala. Os falsos profetas vêm anós cobertos de pele de ovelhas e quepor dentro são lobos rapaces.

Cruzemos os braços. Está confor-tável? Agora cruzemos ao contrário.Está confortável? Por que não, se sãoos mesmos braços e o mesmo cor-po? É porque na posição costumeiraestamos na zona de conforto e na se-gunda não.

Isto se dá também quando saímosde nossa zona de conforto para filo-sofar, meditar, pensar, mudar de idéi-as, paradigmas.

Em todas as religiões, doutrinas,filosofias, ciências, também há fal-sos profetas. Muitos companheirosde Centro Espírita vêm de religiõescristãs, dogmáticas, que enfiam go-ela abaixo certos ensinamentos e, emaqui chegando, não querem sair da

zona de conforto, mudar de idéias econceitos, desaprender e reaprender.

E mesmo passando ou não pelostrês anos de Iniciação, Filosofia, Ci-ências e Práticas Mediúnicas, insistemem colocar no Centro Espírita concei-tos e práticas não espíritas, se preocu-pando muito mais com atos externos(dar passe coreografado, falar mansoe baixo...) do que com reforma interna(dar passe com o coração, falar comofala na rua – casa – serviço). Queremnovos resultados em sua vida, mas nãoquerem mudar nada. Igual à brincadei-ra de cruzar e recruzar os braços.

Há lugares, pelo Brasil, ondecentros que se dizem espíritas (masnão kardecistas) ainda têm gente quefaz o sinal da cruz, quadros na pare-de, rezam. Outras pessoas querem secasar no centro espírita, ou casam naIgreja de véu e grinalda; médiunsbenzem com facas e tesouras.

Nos anos 80 havia dois centrosespíritas em Mossoró (RN). Em umdeles, no dia de Santa Luzia, padro-eira da cidade, não havia trabalhos,pois os freqüentadores, médiuns edirigentes participavam da procissão,

GILBERTO [email protected]

De Bragança Paulista, SP

O IMORTAL na internetDesde abril de 2004, o jornal O IMORTAL pode ser lido, na

íntegra, pela internet, no site abaixo:

www.editoraleopoldomachado.com.br/imortal/indice.htmPara escrever à Redação do jornal, o interessado deve utili-

zar o e-mail abaixo indicado:

[email protected]

enquanto no outro servia-se sopa ehavia palestra e passe.

Se continuarmos fazendo semprea mesma coisa, teremos sempre osmesmos resultados. Se o palestranteé o que é, por que precisa falar imi-tando Divaldo ou falar afeminado?Falar manso, igual ao Chico, é umacoisa. Falar afeminado, igual a mui-tas pessoas que ouvimos no rádio eCD, vemos em palestras pessoais,TV, DVD, é outra.

Quem não tem conteúdo apela parao espetáculo, os gestos exteriores, imitaos outros mais bem sucedidos, mas nãotem o seu tesouro pessoal. Eis aí maisum fator externo se sobrepujando aomelhoramento interno.

Por que no palco, ou na frente, opalestrante precisa se mostrar dife-rente do que é na rua, no trabalho,no trânsito?

Um meu conhecido, ao xingar ou-tro motorista no trânsito, ouviu seu fi-lho perguntar se aquele motorista eraseu companheiro de Centro Espírita.

– Não, por quê, filho?– É que eu gostaria que eles sou-

bessem quem é você aqui fora.

Estudando as obras de André Luiz

No livro “Ação e Reação”,André nos apresenta, no capítulo15, um estudo de extrema impor-tância, tendo como tema principala sexualidade, que é apresentada demaneira clara e profunda, total-mente embasada nos fundamentosdo Espiritismo. Vejamos como oautor define o Sexo, sob a super-visão de Silas, seu orientador:

“O sexo, analisado na essência,é a soma das qualidades femininasou masculinas que caracterizam amente, razão por que é imprescin-dível observá-lo, do ponto de vistaespiritual, enquadrando-o na esfe-ra das concessões divinas que noscabe movimentar com respeito erendimento na produção do bem.”

No mesmo capítulo, o Benfeitorespiritual apresenta uma visão da se-xualidade de forma bem mais univer-

te, com vistas à divina ressurrei-ção, não será, na essência, essemesmo princípio, estampado nomais alto teor de sublimação?

O sexo, pois, não poderia au-sentar-se do reino espiritual quenos é conhecido, por ser de subs-tância mental, determinando men-talmente as formas em que se ex-pressa. Representa, desse modo,não uma energia fixa da Natureza,trabalhando a alma, e sim um ener-gia variável da alma, com que elatrabalha a Natureza em que evolve,aprimorando a si mesma.

Apreciemo-la, assim, comosendo uma força do Criador na cri-atura, destinada a expandir-se emobras de amor e luz que enrique-çam a vida, igualmente condicio-nada à lei de responsabilidade, quenos rege o destino.”

Nos próximos números, conti-nuaremos este estudo magnífico,onde o sábio benfeitor elabora ver-dadeiras aulas sobre o referido tema.

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

sal do que simplesmente a conjunçãocarnal entre dois seres. Observemos:

“Criação, vida e sexo são temasque se identificam essencialmenteentre si, perdendo-se em suas ori-gens no seio da Sabedoria Divina...

Examinando como força atuanteda vida, à face da criação incessante,o sexo, a rigor, palpitará em tudo, des-de a comunhão dos princípiossubatômicos à atração dos astros, por-que, então, expressará força de amor,gerada pelo amor infinito de Deus.

O ajuste entre o oxigênio e o hi-drogênio decorrerá desse princípio,no plano químico, formando a águaque alimenta a Natureza. O movi-mento harmonioso do Sol, equili-brando a família dos mundos, naimensidade sideral, além de nutrir-lhes a existência, resultará dessamesma energia no plano cósmico. Ea própria influência do Cristo, quese deixou crucificar em devotamen-to a nós outros, seus tutelados na Ter-ra, para fecundar de luz a nossa men-

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O IMORTALMARÇO/2007 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

com o papa, pois vestia-se de for-ma similar a Gandhi, e jamais sesujeitaria ao rigor exigido pelaIgreja.

Regressou de imediato aoBrasil e desenvolveu intensa ati-vidade pedagógica. Ingressou noInstituto Ítalo-Brasileiro de AltaCultura, como professor de La-tim e Grego, cargo que exerceude 1937 a 1941. Em 1938, rece-beu o registro de professor dePsicologia, Lógica e História daFilosofia do Ensino Secundário.Foi também professor de espa-nhol, além de contribuir comocorrespondente em jornais. Ex-padre que se dedicou ao estudoda Doutrina Espírita e dafenomenologia mediúnica, é au-tor do maior best-seller de auto-ajuda publicado no Brasil: “Mi-nutos de Sabedoria” (foto). Gran-de inteligência, poliglota, Pasto-rino ainda traduziu livros em di-versos idiomas. Foi também ra-dialista, sendo sua obra “Minu-tos de Sabedoria” uma coleçãodas mensagens propaladas norádio. Foi também historiador,autor de peças de teatro e decomposições musicais. Em para-lelo com o magistério, exerceuatividades jornalísticas, comocorrespondente dos Diários As-sociados. Foi adido cultural ejornalístico da Academia Brasi-leira de Belas Artes. Adepto doEsperanto, converteu-se ao Espi-ritismo em 1950. Delegado espe-cializado (Faka Delegito) daUniversidade Esperanto Asocio,com sede na Holanda, foi funda-dor da Sociedade Brasileira de

Carlos Juliano Torres Pastorino

Nascido no Rio em 4 de no-vembro de 1910 e desencarna-do em Brasília (DF) em 13 dejunho de 1980, Carlos TorresPastorino (foto), mais conheci-do como professor Pastorino, foifilho de José Pastorino eEugênia Torres Pastorino. Des-de criança demonstrou inusita-da inteligência e vocação paraa vida eclesiástica. Com apenas14 anos de idade, em 1924, re-cebeu os diplomas de Geogra-fia, Corografia e Cosmografia,do Colégio D. Pedro II e, logoem seguida, ainda no mesmoano, o diploma de Bacharel emPortuguês, no mesmo colégio.Viajou para Roma a fim de cur-sar o Seminário, onde em 1929foi diplomado pelo Cardeal Ba-silio Pompili para a Ordem Me-nor de Tonsura. Formou-se emFilosofia e Teologia em 1932,sendo ordenado sacerdote em1934. Abandonou a vida eclesi-ástica da Igreja Católica Roma-na quando, em 1937, aguardavapromoção para diácono. Surpre-endeu-se com a recusa do papaPio XII em receber o MahatmaGandhi em seu tradicional trajebranco. O colégio cardinalícioexigia que o grande líder da Ín-dia vestisse casaca, para nãoquebrar a tradição das entrevis-tas com os chefes de Estado.Pastorino, diante dessa recusa,imaginou que se Jesus visitasseo Vaticano não se entrevistaria

Esperanto no Rio de Janeiro. Suabibliografia é extensa, com maisde 50 livros publicados e outrostantos inéditos.

No dia 31 de maio de 1950 ter-minara a leitura de “O Livro dosEspíritos”, de Allan Kardec, querecebera por empréstimo de umseu colega do Colégio D. PedroII, o que fez em apenas dois dias.Nesse dia declarou-se espírita e, apartir daí, desenvolveu atividadesdoutrinárias muito intensas. No

bairro do Grajaú, começou a fre-qüentar o Centro Espírita JúlioCésar; fundando mais tarde em suaprópria residência, na Rua Sete deSetembro, 223, o Grupo Espíritada Boa Vontade, que mais tardepassaria a denominar-se Grupo deEstudos Spiritus. Desse Gruposurgiram, depois, com ajuda deJaime Rolemberg de Lima, o LarFabiano de Cristo, a CAPEMI, eo SEI - Serviço Espírita de Infor-

mações. Fundou a Livraria e Edi-tora Sabedoria e a revista com omesmo nome, prestando relevan-tes serviços à Doutrina, no terre-no cultural.

O professor Carlos TorresPastorino realizou muitas pales-tras no Rio de Janeiro e em vári-os outros Estados. Participou ati-vamente de Congressos, Sema-nas Espíritas, Simpósios, Cursose tantos outros eventos. Fez-sesócio de inúmeras instituiçõesespíritas e colaborou com a im-prensa espírita nacional e do ex-terior. De sua vasta bibliografiaespírita, destacam-se “Minutosde Sabedoria”, que bateu todosos recordes de vendagem, eminúmeras edições, “Sabedoria doEvangelho”, publicado em fascí-culos na revista Sabedoria, e“Técnicas da Mediunidade”.Mais tarde, em 1971, o Conse-lho Federal de Educação apro-vou-o como titular de Língua eLiteratura Latina, Língua e Lite-ratura Grega (1972) e de Lin-güística, (1974) para a Universi-dade Federal de Brasília. Já ha-via sido aprovado tradutor públi-co de francês, italiano e espa-nhol. Falava fluentemente vári-os idiomas e, graças a esse talen-to, traduziu obras de vários au-tores ingleses, franceses, espa-nhóis, italianos, clássicos latinose gregos. Seu grande sonho, po-rém, era a criação de uma Uni-versidade Livre, para ensinar Sa-bedoria. Em 1973 recebeu, pordoação, do Dr. Miguel Luz, fa-moso médico paulista, já desen-carnado, magnífico terreno numa

área suburbana de Brasília, de-nominada Park Way, onde ini-ciou as obras da Universidade.Já com algumas dependênciasconstruídas, passou a residir nolocal, para administrá-la. Che-gou a realizar vários cursos, es-tando a sua Biblioteca em ple-no funcionamento, com o res-peitável número de 8.000 vo-lumes, adquiridos ao longo desua existência, toda voltadapara a cultura geral e o bem-estar da Humanidade. Mas fa-leceu antes de ver concretiza-do esse monumental sonho.

Autor de 28 obras publica-das, incluindo-se a “Sabedoriado Evangelho”, da qual somenteoito volumes foram editados, tra-duziu obras de Pietro Ubaldi, dequem foi amigo, compôs 31 pe-ças musicais para piano, orques-tra, quarteto de cordas e polifoniaa três e quatro vozes. Homem deação, infatigável, Pastorino, apóssua desencarnação, não silen-ciou; prosseguiu mandando-nospáginas belíssimas do Além,mensagens psicografadas .Eis aí,e aqui, Carlos Pastorino maisvivo que nunca, ensinando, pre-gando, escrevendo: a morte évida, tal como podemos ver noexcelente “Impermanência eImortalidade”, psicografado porDivaldo P. Franco e publicadoem 2004 pela Editora da FEB.

Os dados acima foram, emgrande parte, extraídos do livro“Personagens do Espiritismo”,de Antônio de Souza Lucena ePaulo Alves Godoy - Ed. FEESP- 1ª ed. - 1982 - SP – Brasil.

Carlos Torres Pastorino, o ex-padre que se tornou estudioso

espírita

Fac-símile da capa do best-seller“Minutos de Sabedoria”

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ALAMAR RÉGIS [email protected]

De São Paulo

A Rede Globo em parceria com os Espíritos

Todos nós estamos vendo a ex-plícita disposição da Rede Globo deTelevisão para levar ao grande pú-blico a realidade do mundo espiri-tual. O Brasil inteiro é testemunhade que em todas as novelas ela sem-pre mostra alguma comunicação deespírito, alguém falando sobre reen-carnação, alguma coisa que desper-ta nas pessoas a idéia de que apari-ção de espíritos não é manifestaçãode fantasmas, que espíritos não sãoassombrações para assustar as pes-soas, de que pessoas desencarnadasse comunicam com encarnados, nemsempre vestidos de túnicas brancas...enfim, gente, a Rede Globo está des-pertando nas pessoas a idéia de es-tudarem as coisas do espírito.

Como divulgador do Espiritis-mo que sou, afirmo sem medo deerrar: É a maior divulgação do Es-piritismo de todos os tempos.

É sobre isto que quero falaraqui, iniciando a matéria com umapergunta:

E nós, espíritas, estamos fazen-do o quê, diante desta realidade?

Será que as nossas Federativasestão dando alguma importância aeste momento histórico que vive onosso País, onde a cultura, boa ouruim, é formada pelo maior de to-dos os veículos de divulgação, queé a televisão?

Será que a nossa Federação Es-pírita Brasileira já fez algum con-vite à Associação Brasileira deDivulgadores do Espiritismo,ABRADE, a fim de trocarem idéi-as acerca deste fato, ou será que asnossas federativas estaduais con-

tinuam a tratar essa “tal” ABRADEcom a frieza, indiferença e descasocomo sempre a tratou?

Por acaso, os realizadores dosCongressos, Fóruns, Seminários egrandes eventos espíritas estão de-dicando algum espaço nas suas pro-gramações para tratarem deste as-sunto ou, como sempre, continuamfingindo que não estão vendo? Tudoisto em nome da “humildade”.

Alguém sabe de notícia de al-gum centro espírita que tem direto-ria que está se reunindo para rees-truturar a sua organização visandopreparar os trabalhadores e o ambi-ente para receberem os milhões debrasileiros que, com certeza abso-luta, estão recorrendo ao centro porcausa da Rede Globo?

Ou será que aquelas velhas men-tes congeladas vão continuar comos mesmos preconceitos contra atelevisão, condenando-a como sefosse “coisa do demônio”?

Está na hora de a gente acordar,movimento espírita!!!!

Se nós não temos competência,disposição, vontade e respeito paracom os nossos próprios confradesespíritas que se dispõem a realizardivulgação da doutrina em grandeabrangência, já que se estabeleceua insana cultura no movimento deque espírita nenhum tem o direitode realizar nada grandioso demais,sob pena de ser massacrado, por quenão aproveitemos esta grande opor-tunidade que a Globo está nos dan-do para oferecermos algo de bomao Brasil, com a melhor qualidade,que é a Doutrina Espírita?

Vejam bem o que a Globo estáfazendo em TODAS as novelas queestão ou estiveram no ar agora, nes-tes últimos meses:

• Vale a pena ver de novo -“Chocolate com Pimenta” - O de-sencarnado Ludovico (Ary Fontou-ra) aparece o tempo todo tentandoproteger a Aninha (MarianaXimenes).

• Novela das 6 - “O Profeta” - Ojovem desencarnado Lucas(Henrique Ramiro) aparece o tem-po todo para proteger seu irmãomédium Marcos (Thiago Fragoso),além de a novela mostrar também,escancaradamente, um centro espí-rita, com um personagem de desta-que dirigente de centro.

• Novela das 7 - “Cobras e La-gartos” - O personagem Omar Pas-quim (Francisco Cuoco) aparece otempo todo para o Foguinho(Lázaro Ramos).

• Novela das 9 - “Páginas daVida” - A personagem Nanda(Fernanda Vasconcelos) aparece otempo todo para o seu pai, para asua mãe e para todo mundo.

“Os canais de rádio etelevisão protestantes e

católicas já se contam aosmilhares no Brasil”

Observem queas aparições deEspíritos aconte-cem o tempo todo,quase todo dia enão apenas em al-guns capítulos.Observem tam-bém que a Globonão está fazendoisto com objetivosde fazer a coisa servista pelas pessoas como assombra-ções, aparições de defuntos e nadadessas coisas que o popular costu-ma imaginar. Ela está fazendo a coi-sa de uma forma muito bonita e na-tural.

Em “América” ela fez questãode colocar um personagem, inter-pretado pela Flávio Migliaccio, queera conhecido como “O Espírita”, emostrou várias vezes O Livro dosEspíritos e o Evangelho segundo oEspiritismo em cima da mesa, fo-calizados em close pelas câmeras.Quem não notou isto?

Em “Alma Gêmea” aconteceuexatamente a mesma coisa! Vári-as reuniões mediúnicas forammostradas, também com livros dasobras básicas aparecendo emclose. E há outro detalhe impor-tantíssimo que convido à lucidezdos espíritas analisarem: A RedeGlobo, ao contrário do que sem-pre fez a imprensa, não faz qual-quer vinculação do Espiritismocom bruxaria, cartomancia, feiti-çaria, macumba, despachos e es-sas coisas, o que representa umtremendo contraste ao que dizemos inúmeros detratores de outrasreligiões que continuam a insistirnessa desonesta vinculação emsuas igrejas e nos canais de rádio

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e televisão “evangélicas”, quehoje já se contam aos milhares noBrasil... Isto mesmo, o número decanais de rádios e televisões pro-testantes e católicas já se contamaos milhares no Brasil (sei muitobem do que estou falando), en-quanto nós espíritas, excessiva-mente pobres que somos, todosnós com um nível social abaixo dalinha de pobreza, só temos com-petência para ter somente duasemissoras de rádio em São Paulo,ambas pertencentes às CasasAndré Luiz, mesmo assim porqueé uma instituição muito rica, maspraticando um estilo de boicotar esabotar outros comunicadores es-píritas porque ali só entra quemreza pela sua cartilha; e a RádioRio de Janeiro, na Cidade Mara-vilhosa, emissora que vive perma-nentemente num estado de misé-ria de fazer pena, com equipamen-tos sucateados, quase sempre naiminência de fechar as portas, oumelhor, calar os microfones.

A nossa FEB e o CEI estão fe-lizes da vida agora porque colo-caram no ar finalmente umatelevisãozinha que pode chegar avários lugares!!! Mas é uma tele-visão de verdade? É televisão viasatélite, broadcast? Não, gente! é

uma televisão via internet, pra nósaqui, um brinquedo, já que nãotem nunca qualidade de imagemde uma televisão, é limitadíssimaa falar apenas para algumas cen-tenas de pessoas (está correto o“centenas”, porque não pode fa-lar para milhares) devido à limi-tação de banda da internet, mes-mo assim com uma imagem pe-quenina que só mesmo por cari-dade alguém consegue ficar emfrente a um computador para as-sistir. A incompetência não é dopessoal que faz. Não; é do meioque estão utilizando, porque é oúnico que dizem poder fazer, por-que é “barato”.

Não vejam em mim, queridosamigos da FEB e do CEI, a disposi-ção aqui de atacar o trabalho quevocês fazem, porque eu reconheçomuito bem o esforço e a boa vonta-de que vocês têm, já que conheçomuito bem a garra da turma, nestebom relacionamento que temos, tor-cendo sempre para que pelo menosessa iniciativa tenha sucesso.

Mas o que indigna odivulgador é a incompetência domovimento espírita, que nem a suamaior instituição consegue fazeruma televisão com imagem de te-levisão para o Brasil, quanto mais

para o mundo.

“Por que aGlobo está

fazendo isto?Eu sei o

porquê pelofato de que

vivo televisãodesde meus

23 anos”

No primeiro semestre deste anotive oportunidade de ser consulta-do pelo querido amigo NestorMasotti, Presidente da FEB e Secre-tário Geral do CEI, meu amigo demuitos anos, em reunião cordial quetivemos em seu gabinete, em Bra-sília, quando ele quis saber maioresinformações acerca da possibilida-de de a FEB e o CEI terem um ca-nal de televisão via satélite, quandoele me perguntou o que seria neces-sário, em quanto importariam asdespesas de instalação, as despesasmensais com satélite, estrutura eprogramação.

Mandei para ele e sua equipe umrelatório enorme cheio de informa-ções detalhadas porque, queiram ounão, sou um dos maiores conhece-dores desta área, entre as pessoas domovimento espírita, no Brasil, por-que vivo isto a todo momento, es-tudo isto, pesquiso isto, sei detalhessobre satélite e transmissões via sa-télite que até mesmo poucos técni-cos de televisão conhecem... Des-culpem, mas não sou adepto da ri-dícula falsa humildade.

Por que não se junta uma forçatarefa para apoiar o Nestor? Cadêas federativas estaduais? Cadê osdefensores da pureza doutrinária?Vamos lá, gente, não tem o obseda-

do do Alamar pelo meio não, mos-trem as suas caras então.

Depois a gente fala mais sobreisto, porque este assunto da televi-são FEB/CEI rende muito e tenhomuita coisa a falar.

O assunto aqui é Rede Globo.Que não entremos no mérito de

discutir o porquê a Globo está fa-zendo isto. Eu sei os porquês pelofato de, já que adoro televisão, vivotelevisão, tenho história de televi-são desde os meus 23 anos, fui fuçarlá dentro da própria Globo, tenho

boas amizades lá e sei de muita coi-sa; mas não é conveniente comen-tar aqui.

Não importa se é pelo fato dedona Lily Marinho afirmar, comtoda a lucidez que ela tem, que con-tinua mantendo contatos com o Dr.Roberto Marinho (desencarnado).Saibam que ela é uma mulher cultae absolutamente lúcida, apesar dosseus 87 anos; se é também por inte-resses comerciais já que ela mesma,a Globo, comprovou que os temasespíritas sempre se traduzem em

muitos pontos de audiência, enfim,não importa nada disso.

O que importa é que ela estámostrando as coisas do Espírito.

Tem outro detalhe que eu gos-taria de chamar os espíritas paraque observem: Quando entramosnas grandes livrarias dos Shop-ping Centers, tipo Saraiva, Sici-liano, Nobel etc. observemos bemas diversas prateleiras de livrosdistribuídas por seções. A quan-tidade de metros quadrados des-tinada aos livros espíritas é sem-pre maior que toda a área desti-nada aos livros de todas as demaisreligiões juntas, inclusive a cató-lica!!! Será que não dá pra genteperceber isto?

Eu, com a disposição de pesqui-sador que tenho, mantive contatoscom gerentes dessas livrarias aquiem Santos e em São Paulo, curiosa-mente pedindo informações sobreestas vendas de livros a eles, quan-do me disseram que estão em umcrescimento impressionante.

Será que o movimento espíritanão consegue ver isto?

Gente, em contrapartida comoestão sendo as reações de muitosespíritas diante desses fatos?

“Queiram ou não,meus amigos, mas oque mais prejudica

o Espiritismo é apostura de

muitos espíritas”

Vejamos só que coisa mais ab-surda quando a pessoa comumprocura um espírita (claro quenem todos) para conversar sobreos assuntos mostrados nas nove-las e nos filmes.

Em vez de receberem bem apessoa, com alegria, em razão dointeresse pelo assunto, estimulan-do-a a prosseguir na sua vontadede conhecer a coisa como ela é,encaminhando-a a um bom centroespírita ou a um livro mais ade-quado para o melhor entendimen-to, veja como são algumas reações:

• “Esse tal filme Ghost não temnada a ver com o Espiritismo. Tátudo errado ali, o Espiritismo nãotem nada a ver com aquilo, as coi-sas não são daquele jeito...”

• “A novela Alma Gêmea nãotem nada a ver com o Espiritismo,a reencarnação não é daquele jei-to, tá tudo errado, aquilo ali é umaapelação...”

• “Aquilo é um absurdo! Nãoacontece nada daquilo que mos-trou a novela, com aquela moçadentro do caixão já aparecendopara o pai dela. Não tem sentido,não tem nada a ver com o Espiri-tismo!!”.

• “O filme Ghost mostra tudoerrado. Aquela médium é ridícu-la, espírito não entra no médiumdaquele jeito”.

Há outras pessoas que, prova-velmente dentro de uma necessi-dade de quererem ostentar algumacultura espírita para impressionar,começam a conversar com um lei-go citando questão “x” de O Li-vro dos Espíritos, fala, fala, fala ea pessoa termina se desestimulan-do a conhecer o assunto, porquevê a coisa complicada demais.

Queiram ou não queiram,meus amigos, mas a grande reali-dade é que quem mais prejudica oEspiritismo é a postura de muitosespíritas. (Leia a conclusão desteartigo na pág. 13 deste número.)

A Globo parece mesmo que estabeleceu parceria com os Espíritos, que devem ter se cansado de esperar que os espíritas fizessem a divulgação da realidade deles

Thiago Fragoso, que interpreta o profeta danovela das seis

Alamar Régis Carvalho, o dinâmicodivulgador do Espiritismo na mídiaeletrônica

Diversos artistas das novelas da TV Globo

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O IMORTALPÁGINA 10 MARÇO/2007

AIGLON FASOLOaiglon@nêmora.com.br

De Londrina

Constantino e Helena – FlaviusValerius Constantinus, conhecidocomo Constantino I, Constantino Mag-no ou Constantino, o Grande (272-337), foi proclamado Augusto pelassuas tropas em 25 de julho de 306 egovernou uma porção crescente do Im-pério Romano até à sua morte.

Nasceu em Naissus, na Alta Dácia(atual Romênia), filho de ConstâncioCloro e da filha de um dono de umapensão, Helena. Constantino teve umaboa educação e serviu no tribunal deDiocleciano depois de seu pai ter sidonomeado um dos dois Césares, na al-tura um imperador júnior, naTetrarquia em 293. Face à morte deseu pai Constâncio em 306, ele con-seguiu viajar até ao seu leito de morteem Eburacum (York). Nos próximos18 anos ele lutou uma série de bata-lhas e guerras que o fizeram governa-dor supremo do Império Romano.

Constantino é talvez melhor co-nhecido por ter sido o primeiro im-perador romano a confirmar o Cris-tianismo, na seqüência da sua vitó-ria da Batalha da Ponte Mílvio, per-to de Roma, que ele mais tarde atri-buiu ao Deus cristão, pois na noiteanterior da batalha teria sonhadocom uma cruz, e nela estava escrito“In Hoc Signo Vinces” ou “Sob estesímbolo vencerás”; e de manhã, umpouco antes da batalha, mandou quepintassem uma cruz nos escudos dossoldados e conseguiu um vitória es-magadora sobre o inimigo.

Sua adoção do Cristianismopode também ser resultado de influ-ência familiar. Helena já terá comgrande probabilidade nascido cris-tã e demonstrou grande piedade nofim da sua vida.

Conversão e batismo no fim davida – Constantino legalizou eapoiou fortemente a cristandade porvolta do tempo em que se tornouimperador, com o Edito de Milão,mas também não tornou o paganis-

mo ilegal nem fez do Cristianismoa religião estatal.

Foi durante o reinado de Con-stantino que a cruz se tornou o sím-bolo sagrado dos cristãos. Os cris-tãos perseguidos durante o tempo doimperador romano Nero usavamcomo símbolo o peixe.

Apesar de a Igreja ter prospera-do sob o auspício de Constantino,ela própria decaiu no primeiro demuitos cismas públicos. Constanti-no convocou o Concílio de Nicéia afim de unificar a Igreja cristã, poiscom as divergências desta seu tro-no poderia estar ameaçado. Duasquestões principais foram discutidasno concílio: a questão da heresiaariana que dizia que o Cristo não eradivino mas a mais perfeita das cria-turas, e também a data de comemo-ração da Páscoa, pois até então nãohavia consenso sobre isso.

Constantino só foi batizado ecristianizado no final da vida. Ironi-camente, Constantino poderá ter fa-vorecido o lado perdedor da questãoariana, uma vez que foi batizado porum bispo ariano, Eusébio deNicomédia. Mas, apesar de seu batis-mo, há duvidas se realmente ele setornou cristão, porque nunca abando-nou sua adoração com relação ao deusSol (Sol Invictus), tanto que em suasmoedas Constantino manteve comosímbolo principal o Sol. A Enciclo-pédia Católica diz: “Constantino fa-voreceu de modo igual ambas as reli-giões. Como sumo pontífice ele ve-lou pela adoração pagã e protegeuseus direitos.” E a Enciclopédia Hídriaobserva: “Constantino nunca se tor-nou cristão”. “Eusébio de Cesaréia,que escreveu a biografia dele, diz queele se tornou cristão nos últimos mo-mentos da vida. Isso não é convincen-te, visto que, no dia anterior, Constan-tino fizera um sacrifício a Zeus por-que também tinha o título de SumoPontífice.” Até o dia da sua morte, em337 d.C., Constantino usou o títulopagão de Sumo Pontífice, o chefe su-premo em assuntos religiosos.

A influência de Constantino so-

bre a Igreja – O imperador romanoConstantino influenciou em grande par-te na inclusão na Igreja cristã de dogmasbaseados em tradições. Uma das maisconhecidas foi o Edito de Constantino,promulgado em 321, que determinouoficialmente o domingo como dia derepouso para os cristãos, em honra àressurreição de Jesus Cristo.

Um historiador competente que seespecializou nesse período da histó-ria é Edward Gibbon, autor do livroclássico intitulado “A história dodeclínio e queda do império romano”

A sua vitória em 312 sobreMaxêncio na Batalha da Ponte Mílvioresultou na sua ascensão ao título deAugusto Ocidental, ou soberano datotalidade da metade ocidental doimpério. Ele consolidou gradualmentesua superioridade militar sobre seusrivais com o esfacelamento daTetrarquia até 324, quando derrotouo imperador oriental Licínio, tornan-do-se imperador único.

Constantino reconstruiu a antigacidade grega de Bizâncio, chaman-do-a de Nova Roma, dotando-a de

Pássaro de duas asas

Não raramente, temos notícia decompanheiros espíritas que deser-tam do trabalho voluntário, deslum-brados ante a aquisição de conheci-mentos novos na área científica.

Uma vez ou outra, nos depa-ramos com lideranças de mocida-de espírita que passam a descon-siderar as concepções religiosas,ao ingressarem na Universidade.

O conhecimento técnico des-lumbra alguns e os fazem esque-cer dos antigos artigos de fé.

Ciência sem religiosidade écomo um pássaro de uma asa só.Com uma única asa ele é capaz dedeslocar-se na horizontal, mas ape-nas com as duas asas (inteligência aserviço do sentimento e vice e ver-sa) consegue alçar-se na vertical embusca do sentido verdadeiro da vida.

Felizmente existem muitosexemplos sadios, de almas dota-das de profundo saber na área téc-nica-científica e preocupadas comos valores do sentimento. Umdesses exemplos é o Dr. FrancisCollins (foto), biólogo americanoe um dos cientistas mais notáveisda atualidade. Diretor do ProjetoGenoma, bancado pelo governo

RICARDO BAESSODE OLIVEIRA

[email protected] Juiz de Fora

res humanos, nos fazemos todosos dias: O que acontece depois damorte? Qual é o motivo de eu es-tar aqui?”

“Os cientistas ateus, que acre-ditam apenas na teoria da evolu-ção e negam todo o resto, sofremde excesso de confiança. O quedeve ficar claro é que as socieda-des necessitam tanto da religiãocomo da ciência.”

“Temos que ser sensíveis e res-peitar as diferentes religiões noque diz respeito aos avanços ci-entíficos. Mas interromper as pes-quisas científicas ou impedir queuma pessoa com uma doença ter-rível tenha uma vida melhor sóporque uma religião não aceita de-terminado tratamento é antiético.Por outro lado, existem fronteirasque a ciência não deve transpor,como a clonagem humana, quealém de tudo não serviria paranada a não ser para nos repugnar.”

“Se todos brincássemos deDeus como Deus gostaria, comesperança e amor, ninguém se aba-teria muito com comentários dogênero. Para evitar o uso impróprioda ciência, o Projeto Genoma Hu-mano apóia um programa que visaa preservar a ética nas pesquisasgenéticas e certificar-se de que to-das as nossas descobertas benefi-ciarão as pessoas e a sociedade.”

americano, foi um dos responsá-veis por um efeito espetacular daciência moderna: o mapeamento doDNA humano, em 2001.

Em entrevista à revista Veja,Dr. Collins confessa sua condiçãode homem religioso, no sentidosadio do termo. Apresentamos umasíntese de sua entrevista.

“ Existe algo capaz de explicarquestões para as quais nunca en-contramos respostas, e que movemo mundo e fazem as pessoas supe-rar desafios.”

“ Os cientistas que se dizemateus têm uma visão empobrecidasobre perguntas que todos nós, se-

um senado e ministérios cívicos se-melhantes aos da antiga Roma. Apósa sua morte foi renomeada comoConstantinopla, tendo-se gradual-mente tornado a capital do império.

Um ano depois do Concílio deNicéia (325), Constantino mandoumatar seu próprio filho Crispus. Su-focaria depois sua mulher Faustanum banho sobreaquecido. Mandoutambém estrangular o marido de suairmã, e chicotear até à morte o filhode sua irmã. (A seguir: Helena - mãee Imperatriz.)

Sobre a evolução das religiões, ou como Kardec chegou ao Espiritismo(Parte 13)

Dr. Francis Collins, o famoso biólogo quenão renega sua condição de religioso

Dr. Francis Collins, o famoso biólogo quenão renega sua condição de religioso

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O IMORTALMARÇO/2007 PÁGINA 11

Palestras, seminários e outros eventosConferência Espírita começa

dia 23 - Realiza-se sob os auspíciosda Federação Espírita do Paraná, nosdias 23 a 25 de março, a IX Confe-rência Estadual Espírita, que terácomo tema central “O Livro dosEspíritos: 150 anos de convite aoamor e à instrução”. Divaldo Pe-reira Franco, Raul Teixeira e CosmeMassi farão seminários sobre “A fe-licidade segundo o Espiritismo”,“Uma visão nova da vida e da mor-te” e “Um novo conceito de virtu-de”, respectivamente, além de pales-tras. O evento será no Expotrade, emPinhais: Rodovia Deputado JoãoLeopoldo Jacomel, 10.454, regiãoMetropolitana de Curitiba.

Ciclo de Palestras em Cam-bé - A programação de palestras aserem realizadas neste mês emCambé, no Centro Espírita AllanKardec, situado na rua Pará, 292,terá a participação dos seguintespalestrantes:Dia 7 - Luzita Pedroso (Rolândia-PR).Dia 14 - Júpiter Villoz Silveira(Londrina)Dia 21 - Pedro Garcia (Arapongas-PR)Dia 28 - Eliseu Florentino MotaJúnior (Franca-SP).

As palestras se iniciarão sem-pre às 20h30.

Biblioteca Espírita Volanteem Minas - Os encarregados daBiblioteca da Aliança MunicipalEspírita (AME) de Astolfo Dutra

(MG), Paulo Henrique Rodrigues,Elizabete Lacerda Teixeira eMarluce Ferreira Rodrigues solici-tam a doação de livros espíritas parao trabalho da Biblioteca volante,que leva os livros espíritas às ruasda cidade e os empresta na própriaresidência do interessado. Muitostêm tido contato com o Espiritismopor meio desse trabalho. A remessados livros deve ser feita para: RuaArlindo Ferreira Barbosa, 35, Bair-ro Jardim Primavera - CEP 36.780-000 - Astolfo Dutra (MG).

“Reflexão Espírita” volta aoar - No dia 24 de fevereiro o pro-grama “Reflexão Espírita” voltoua ser transmitido, agora em umanova emissora: a TV Antares, Ca-nal 36 - UHF, que abarca o muni-cípio de Londrina e as cidades daregião. O interessado pode ver oprograma pela internet, no sitewww.neudelondrina.org.br.

Eleições no “Nosso Lar” - Ossócios aptos a votar elegem no dia11 deste mês os novos conselhei-ros e dirigentes do Centro EspíritaNosso Lar, de Londrina. Juvenalde Abreu e Silva é o candidato àeleição para presidente da Direto-ria Executiva da instituição espíri-ta mais antiga desta região, funda-da em janeiro de 1934.

Vansan na região - O estima-do confrade Vansan, de Mogi das

Cruzes (SP), fará a partir do dia 16uma série de palestras em nossaregião. Eis a programação:Dia 16 - Sexta - 20 horas - CentroEspírita Nosso Lar – Londrina.Dia 17 - Sábado - 20 horas - CentroEspírita Amor e Caridade - Londrina.Dia 18 - Domingo - 9 horas - Cen-tro Espírita Fé, Luz e Caridade –Arapongas.Dia 19 - Segunda - 20 horas - Casado Caminho – Londrina.Dia 21 - Quarta - 20 horas - CentroEspírita Allan Kardec – Cambé.

Nasce uma nova Casa Espírita -Foi inaugurado mais um Centro Espí-rita, o André Luiz Movimento Assis-tencial - ALMA, em Cambé. A inau-guração contou com a presença do Sr.

Divaldo Franco em Londri-na - O público espírita de Lon-drina e região espera ansioso aconferência que, a convite da 5a

URE, Divaldo Pereira Francofará no dia 20 deste mês, às 20horas em Londrina. O evento dar-se-á, como das duas vezes ante-riores, no salão de festas do Lon-drina Country Clube, na RuaFernando de Noronha, 977.

Lar Marília Barbosa faz 54anos - No dia 29 de março é dia defesta no Lar Infantil Marília Barbo-sa, que estará comemorando 54 anosde uma profícua existência que aolongo desses anos propiciou a maisde 400 crianças carentes a oportu-nidade de crescer, estudar e tornar-se pessoas de bem. Como não po-dia ser diferente, a proximidade des-sa data traz emoções renovadas aoestimado confrade Hugo Gonçalves(foto), 93 anos de idade, dos quais53 anos dedicados à direção do Lare ao convívio amoroso com suas fi-lhas do coração.

Retorno à pátria espiritualCoube-nos a tarefa, como fi-

lho e espírita, de divulgar à co-munidade espírita brasileira o re-torno à pátria espiritual do Sr.Manoel Vieira de Paula, conhe-cido como “Seu” Néco (foto), noúltimo dia 6 de fevereiro.

Desde que conheceu o Espi-ritismo, entregou-secom abnegação à ta-refa de divulgaçãoda Doutrina queabraçou.

Embora natural eresidente emItapetininga, no Es-tado de São Paulo,não teve dificulda-des em partir para oSul do Brasil, comsua esposa, tambémárdua trabalhadorana seara, estimulan-do, por onde passa-va, a criação de grupos de estu-dos, que posteriormente se torna-vam Casas Espíritas.

Assim foi em Gramado, bemcomo em várias cidades da SerraGaúcha, onde ficou muito conhe-cido e era muito querido.

Da mesma maneira, em San-ta Catarina, particularmente emMeia-Praia (Itapema), onde tam-bém ajudou a formar novos gru-pos de estudos que se constituí-ram em Instituições ativas no mo-vimento doutrinário.

Obstinadamente dedicava-se,o tempo integral desua vida, à causa es-pírita. Podemos di-zer que seu coraçãofoi entregue à causaque aprendera aamar, respeitar epela qual deu suavida.

Certos de que foibem recebido portantos amigos do in-visível que com elepuderam contar, dei-xamos aqui nossahomenagem e votos

de muita paz para ele, Seu Néco,e sua família que, confiante navontade divina, recebe esse mo-mento com resignação e gratidãopelo tempo que puderam viver aoseu lado. (José Antônio Vieirade Paula, de Cambé.)

Palestras promovidas pela USEL em Londrina

Hugo Gonçalves, de Luzita Pedro-so, apresentação do Coral de Cam-bé e participação de espíritas deCambé, Rolândia, Londrina. O Cen-tro promove estudo às sextas-feiras,às 20 horas, e tem na presidência aconfreira Roseli de Figueiredo.

Círculo de Leitura Anita Bo-rela de Oliveira - Nos dias 4 e 18deste mês, a partir das 17 h, reali-zam-se mais duas reuniões do Cír-culo de Leitura “Anita Borela deOliveira”, a primeira na casa deNadyr Dutra, quando será inicia-do o estudo do romance “OsReckenstein”, de J. W. Rochester,e a segunda na residência de Getú-lio Profeta, com a continuação doestudo de “O Livro dos Médiuns”.

Hugo Gonçalves: 53 anos a serviço doLar Infantil Marília Barbosa

Manoel Vieira de Paula ou“Seu” Néco, que desencarnou

no dia 6 de fevereiro

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O IMORTALPÁGINA 12 MARÇO/2007

ELSA [email protected]

De Londres

Cinco graus negativos nestanoite. Disputam no estádio doistimes do futebol internacional –dois times de grande prestígio:Brasil e Portugal. Londres é umacidade onde tudo acontece, comonas grandes metrópoles. Do fu-tebol aos congressos, das feirasdas etnias às sucessivas exposi-ções de arte, os grandes museus,os teatros. A velha Albion des-lumbra a todos.

Nós, trabalhadores do Movi-mento Espírita da Inglaterra, es-tamos jubilosos. Neste ano emque se comemoram os 150 anosde nascimento do Espiritismo nomundo, com o lançamento de “OLivro dos Espíritos”, temos mo-tivos a mais para agradecermosa Deus este ano de 2007.

Com o apoio e anuência ime-diata da Associação Médico-Es-pírita Internacional na pessoa desua presidente fundadora, Dra.Marlene Rossi Severino Nobre,a convite da British Union ofSpiritist Societies-BUSS, foiacordada a organização aqui do1o Congresso Médico-EspíritaBritânico.

Acertado esse detalhe, opasso seguinte foi encontrar olocal, que gratificou a todos,pela localização e o aconche-go que o ambiente dos Quakersem Euston, no Great Hall, pro-porcionará aos que ali compa-recerem.

Na seqüência, foram feitosos convites aos médicos britâ-

nicos simpatizantes da Doutri-na Espírita, que deram um simimediato e foram além disso,colocando-se à disposição parao que fosse necessário. Essesnomes que aqui citamos – Dr.Peter Fenwick, Dr. AndrewPowell, neuropsiquiatra e psi-quiatra do Royal College ofPsychiatrists of London, Dr.Alan Sanderson, psiquiatra doSpirit Release Foundation, oescritor e pesquisador GuyLyon Playfair, que esteve rea-lizando pesquisas no Brasil, naárea da mediunidade e da reen-carnação, com o nosso queridocientista que já partiu para averdadeira pátria, Dr. HernaniGuimarães Andrade – são pes-soas nativas deste país, ligadasà área da ciência, que citamobras espíritas em suas pales-tras, artigos e boletins e já têmKardec como velho conhecido.

Do Brasil, para esse even-to, juntando forças na divulga-ção da ciência espírita, tere-mos nomes renomados, conhe-cidos do grande público, comoo neuropsiquiatra Dr. SérgioFelipe de Oliveira, Dr. DecioIandoli, Dra. Marlene Nobre,Dr. Júlio Prieto Peres, Dr. Fa-bio Nasri, e da Alemanha, Dr.Dagoberto Goebel.

A expectativa é grande e to-dos os esforços serão disponibi-lizados para que o material dedivulgação seja enviado aos lo-cais onde atuam os profissionaisda área da saúde. Os objetivossão muitos, pois esse será ummarco histórico no MovimentoEspírita da Inglaterra.

Organizar um Congresso Es-pírita no Brasil é sempre umgrande sucesso, dada a recepti-vidade e o grande número de ins-crições. Chega a ser quase umaatividade facilitada. Já não pode-mos dizer o mesmo daqui. É porisso que a expectativa que estágerando esse Congresso, cerca-do desde já de muito carinho portodos os voluntários e trabalha-dores, requer muito empenho detodos para que sua divulgaçãoatinja a muitos.

Será a primeira vez na histó-ria do Movimento Espírita Bri-tânico que um evento desse por-te acontece. E com uma ressal-va: com a participação de britâ-nicos nativos, dando o seucontributo ao movimento maiorde divulgação. É a Doutrina Es-pírita ganhando espaço nos co-rações. São eles, os britânicos,que estarão falando para seus ir-mãos britânicos. Serão eles queum dia levarão avante o Movi-mento Espírita no Reino Unido.Serão eles que darão apoio aosnecessitados morais, do entendi-mento da vida, da morte, da con-tinuidade da vida, para que o pro-gresso gere alegrias e conheci-mento.

Onde há luz não há trevas.Hoje, estamos riscando um pali-to de fósforo com esse PrimeiroCongresso, e este palito de fós-foro acenderá a tocha olímpicados corações, para que a ciênciaalie-se à religião, beneficiandovidas.

Nosso papel de formiguinhastrabalhadoras, ou o que seja, nãoimporta o tempo que leve, mas

Crônicas de Além-Mar

1o Congresso Médico-Espírita Britânico

Pedimos ao leitor deste jornal que anote e divulgue para os seusamigos, radicados aqui ou no exterior, as informações abaixo:

1a. No site www.editoraleopoldomachado.com.br você podeler, na íntegra, as últimas 36 edições do jornal “O Imortal”.

2a. No site www.neudelondrina.org.br você pode assistir aoprograma “Reflexão Espírita”, que é também apresentado pelatelevisão aos sábados, às 17h30.

Ligue-se e acompanhe pelainternet os programas espíritas

Sublime orientador

Assim como na vida existe a dorPra corrigir quem desrespeita a Lei

Também existe aquele cujo amorServe de exemplo para toda a grei.

Pode até ser um grande Imperador,Um João qualquer, ser um vassalo ou rei,

Se não tiver um bom orientadorNada será, desta verdade eu sei!

Mestre Jesus é o próprio pão da vida!Filho de Deus, figura inesquecida,

Protótipo do Bem e da Verdade.

Mestre e Senhor a todos nós ensina:A Caridade é a clara Luz Divina

Que há de iluminar a Humanidade!

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

importa sim que façamos nossaparte. Doarmo-nos com alma ecoração. Resignarmo-nos mui-tas vezes por estarmos longe dosseres queridos no distante Bra-sil, mas tendo a certeza plenifi-cada de que estamos fazendoalgo importante entre irmãos deoutras terras.

ELSA ROSSI, escritora epalestrante espírita brasileiraradicada em Londres, é direto-ra do Departamento de Unifi-cação para os Países da Euro-pa, organismo do Conselho Es-pírita Internacional e secretáriada British Union of SpiritistSocieties (BUSS).

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O IMORTALMARÇO/2007 PÁGINA 13

Não há como a Globo e ninguémagradar a esse movimento espírita quesempre exige que todos façam o Es-piritismo apenas e somente conformea ótica da direção daquele centro, con-forme a interpretação da doutrina ad-mitida naquela instituição. Isto é fatoe só prejudica o desenvolver da Dou-trina. Se até nomes respeitáveis comoDivaldo Pereira Franco, a maior ex-pressão de divulgação do Espiritismono mundo, José Raul Teixeira, a coe-rência espírita que passa um Espiri-tismo sem falsos moralismos, sem hi-pocrisias e sem teatralizações compor-tamentais, são discriminados em vá-rios centros que ainda se acham de-

fensores da fidelidade a Kardec, ima-gine se a Globo vai agradar.

Por isto quero conclamar os maisde 65 mil leitores que tenho a levan-tarem uma campanha para que aju-demos o Espiritismo a se desenvol-ver no Brasil, se possível no mundo,aproveitando-nos dessa fantásticacolher de chá que a Globo está dan-do a nós, enquanto falar sobre coi-sas espíritas está na moda na TV.

Recebamos as pessoas com ale-gria, por mais que haja uma ou duasfalhazinhas na novela A ou no filmeB, sem nos atermos a diminuir o tra-balho da TV ou do cinema. Deixemque com o tempo a pessoa vai en-tender a coisa direitinho e como deveser, de preferência incentivando paraque ela utilize a sua própria inteli-gência nos estudos das obras bási-

ALAMAR RÉGIS [email protected]

De São Paulo

Momentos com Divaldo Franco

No final da década de 80, pou-co tempo após termos eu e minhaesposa adentrado a fileira do Espi-ritismo, fui surpreendido com umtelefonema de minha mãe, que re-sidia do interior de São Paulo, ondenasci. Disse que ficara sabendo queeu estava freqüentando uma religiãonova – ela católica de cantar no coroda Igreja, desde que eu era criança– e queria saber de que se tratava.

Por aqueles dias, Divaldo es-taria passando por nossa região,proferindo palestras. Achei opor-tuno o momento e convidei-a. E elae meu pai vieram no dia seguinte.

Na mesma noite, fomos atéApucarana, pois Divaldo já haviapassado por Londrina e Cambé.

Assistimos à conferência,como sempre brilhante, recheadade conceitos renovadores da Dou-trina Espírita e adornada com pas-sagens da vida de Jesus.

Para minha surpresa, termina-da a exposição, vejo minha mãe nafila para cumprimentar o orador.Ao retornar, percebi que ela traziaos olhos umedecidos com lágri-mas... Surpreendi-me, afinal pen-sei que ela tivesse vindo com oobjetivo de desestimular-me...

Voltamos para casa e perguntei aela: Mãe, por que o interesse em tervindo conhecer a nova Doutrina queeu passei a estudar, e por que a emo-ção após conversar com Divaldo?

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

Então, quedei-me mais surpre-so ainda ao ouvir sua resposta: - “Fi-lho, eu não vim aqui para te vigiar,vim na esperança de que você esti-vesse adentrando a Doutrina corre-ta. Quando eu era menina, eu tinhaum primo em segundo grau que eraum exemplo de cristão. Muito jo-vem ainda, deixava as festas paravisitar abrigos de hansenianos. Comaproximadamente 25 anos ele fale-ceu num acidente, quando viajavade trem. Ele era tão especial paramim que batizei meu primeiro filho,seu irmão mais velho, com o seunome: Ivan. Quanto às lágrimas, nãoforam sem motivo. Ao aproximar-me de Divaldo, um pouco tímida, ocumprimentei pela brilhante pales-tra e ele, olhando ao meu lado, comose ali estivesse alguém, perguntou-me: Quem é Ivan de Albuquer-que?... E foi o suficiente para eu mecomover... E ele continuou falando:Está aqui ao seu lado um jovem,de cabelos encaracolados, lábioscarnudos, dizendo ser conhecidoseu e dando esse nome... e pedin-do para dizer-lhe...e transmitiu umamensagem para mim.”

“E foi isso, filho. Fico feliz emsaber que você hoje freqüenta amesma doutrina do Ivanzinho,como nós o chamávamos.”

E assim vivi mais um importan-te momento de minha vida em queDivaldo atendia como um fiel ser-vidor de Jesus. Meus pais se torna-ram abnegados trabalhadores doEspiritismo na cidade onde entãoresidiam, Itapetininga.

A Rede Globo em parceria com os Espíritos(Conclusão do artigo publicado nas págs. 8 e 9 deste número.)

Não sejamos céticos

Na Alemanha, início do séculoXX, durante conferência com vá-rios universitários, um professor daUniversidade de Berlim desafiouseus alunos com esta pergunta:

– Deus criou tudo o que existe?Um aluno respondeu valente-

mente: – Sim, ele criou...– Deus criou tudo? perguntou

novamente o professor.– Sim, senhor, respondeu o jo-

vem.O professor disse: – Se Deus

criou tudo, então Deus fez o Mal?Pois o mal existe, e partindo dopreceito de que nossas obras sãoum reflexo de nós mesmos, entãoDeus é mau?

O jovem ficou calado diante detal argumentação e o professor, fe-liz, se regozijava de ter provado,como assim pensava, que a fé eraum mito.

Outro estudante levantou amão e disse:

– Posso fazer uma pergunta,professor?

– Lógico - foi resposta do pro-fessor. O jovem ficou em pé e per-guntou:

– Professor, o frio existe?– Que pergunta é essa? Lógico

que existe, ou por acaso você nun-ca sentiu frio?

O rapaz respondeu: – De fato,senhor, o frio não existe. Segundoas Leis da Física, o que considera-

cas, fazendo de tudo para que não adeixe virar fantoche de dirigentesperturbados e mal-humorados.

Baixaram o sarrafo no livro “Vi-oletas na Janela” da Petit, por coisastipo a menstruação de espíritos e ou-tras, boicotaram o livro, proibiram ebaixaram o sarrafo na obra e na edi-tora em muitos centros; mas esque-ceram o grande serviço que essa mes-ma obra prestou e continua prestan-do ao Espiritismo com seus mais deum milhão de exemplares vendidose que não pára nunca de vender, quetrouxe tanta gente para os centros.Agora que o Flávio está rico as res-trições já são bem menores. Temosque aplaudi-lo, sim, o Espiritismo sótem a dizer muito obrigado a ele.

Estou com a Rede Globo, tenhogravada em DVD toda a novela “Alma

Gêmea”, estou gravando também “OProfeta”, é uma pena que não gravei“A Viagem”, porque sei quanto é im-portante este trabalho que, com certe-za, está inspirado por Espíritos bons.

Já foi dito certa ocasião, assimque a doutrina apareceu no mundo,sugerida pela equipe do Espírito deVerdade a Kardec, quando ele aindaestava assustado com a notícia deque ele teria sido o eleito para ser ocodificador: “Nós vamos fazer detudo para que as idéias cheguem aomundo pelos homens, por vocês. Sefalharem ou se recusarem, nós fala-remos nem que seja pelas pedras”.

É claro que a colocação não foiexatamente esta, mas já que não souespírita de constituir a minha forma-ção doutrinária com base emdecorebas dos textos exatamente

como está na tradução da editora A,B ou C (muitas vezes até equivoca-das), formo a minha base na essên-cia da idéia que foi esta mesma.

É o que está acontecendo, gente.Já que a incompetência do movimen-to espírita, a falsa humildade, o trau-ma com dinheiro que muitos têm nãopermitiram que a doutrina chegasseao grande público por intermédio dotrabalho dos próprios espíritas, a Es-piritualidade resolveu falar pela te-levisão considerada leiga e, para de-monstrar que ela está sempre atuali-zada, que gosta do que é bom, do quetecnologicamente está mais avança-do, escolheu logo a Globo.

Muito obrigado, Rede Globo deTelevisão, o seu trabalho não é sim-plesmente Fantástico, ele realmenteé um Show da Vida.

cias, crimes no mundo inteiro; es-sas coisas são do mal.

O estudante, íntegro, respon-deu:

– O mal não existe senhor, pelomenos, não existe por si mesmo.O mal é simplesmente a ausênciado bem, como vimos nos casosanteriores. O mal é uma definiçãoque o homem criou para descrevera ausência de Deus. Deus não criouo mal. Não é como a FÉ ou comoo AMOR, que existem como exis-tem o CALOR e a LUZ. O mal é oresultado de a Humanidade não terDeus presente em seus corações.É como acontece com o frio quan-do não há calor ou a escuridãoquando não há Luz.

Por volta de 1900, esse jovemfoi aplaudido de pé, e o professorapenas balançou a cabeça perma-necendo calado. Imediatamente, odiretor, dirigiu-se àquele jovem eperguntou:

– Qual o seu nome, rapaz?– Eu me chamo Albert

Einstein.Que as nossas atitudes durante

a vida não sejam céticas, como a doprofessor, ainda em evolução espi-ritual, não desprezando a grandezado viver com Deus, como ele nosproporciona, mas que sejam inteli-gentes a ponto de questionar osparadigmas que dizem que não te-mos a capacidade de realizar nos-sos sonhos, buscando com clarezaos objetivos necessários à grande fe-licidade, quer no campo profissio-nal, quer no campo familiar.

mos frio na realidade é a ausência decalor. Todo corpo ou objeto é susce-tível de estudo quando possui outransmite energia, o calor é o que fazcom que este corpo tenha ou trans-mita energia. O zero absoluto é a au-sência total de calor, quando todos oscorpos ficam inertes, incapazes dereagir, mas o frio não existe. Nós cri-amos essa definição para descrevercomo sentimos se não temos calor.

– E existe a escuridão? conti-nuou o estudante.

O professor respondeu: – Existe.O aluno prosseguiu: – Novamen-

te comete um erro, senhor, a escuri-dão também não existe. A escuridãona realidade é ausência de luz. A luzpode-se estudar; a escuridão não. Atéexiste o Prisma de Nichols para de-compor a luz branca nas várias co-res de que está composta, com suasdiferentes longitudes de ondas. A es-curidão, não.

– Um simples raio de luz atra-vessa as trevas e ilumina a superfí-cie onde termina o raio de luz. Comopode saber quão escuro está em umespaço determinado? Com base naquantidade de luz presente no espa-ço, não é assim? – perguntou o alu-no. – Escuridão é uma definição queo Homem desenvolveu para descre-ver o que acontece quando não háluz presente.

Finalmente, o jovem perguntouao professor:

– Senhor, o mal existe? O pro-fessor disse: – Claro que sim, lógicoque existe, como disse desde o co-meço. Vemos barbaridades, violên-

MARCO AURÉLIOBATYRASDe Londrina

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O IMORTALPÁGINA 14 MARÇO/2007

O REMÉDIODentre todos os garotos da vi-

zinhança, Juquinha era o mais le-vado.

Cheio de energia estava sem-pre inventando algo para fazer.

Quando não estava no telhadoda casa arriscando-se acair, estava em cima domuro do vizinho. De ou-tras vezes, às escondidas,apanhava frutos do po-mar do senhor José. Gos-tava, também, de maltra-tar os animais; ele subianas árvores arrancandodali os ninhos de pobresaves indefesas, pelo sim-ples prazer de destruir.

Os garotos da rua otemiam. Muitos não brin-cavam com ele para evi-tar encrencas.

A mãe de Juquinhadava-lhe sempre bonsconselhos, mas ele ria esaí de perto, sem dar aten-ção aos seus apelos.

Dona Joana tentavafazer com que Juquinhase interessasse em mudarde comportamento, ex-plicando-lhe que não de-via agir daquela maneira,prejudicando as outraspessoas.

No dia do Evangelho

no Lar, dona Joana procurava atraí-lo para a reunião singela, ciente deque as preces e leituras edificantespoderiam auxiliar poderosamentena mudança de atitudes do filho.Mas qual nada!

Juquinha alegava obrigaçõesinadiáveis e fugia do convívio ca-rinhoso da família.

Triste, dona Joana elevava opensamento em prece e, com ocoração repleto de amor, suplica-va a ajuda de Jesus. Não desejavaque seu filho persistisse no mal etemia, com justa razão, que, como passar do tempo, ele se tornasseainda pior.

Sabia que se não conseguisseincutir nele idéias mais sadias deamor, respeito, trabalho, devota-mento, piedade, etc., enquanto ain-da era garoto, depois seria muitomais difícil.

E, atendendo as súplicas do seucoração generoso, a resposta doAlto não se fez esperar.

Certo dia, enquanto fugia doproprietário de uma chácara ondefora roubar frutas, ele caiu do murofraturando um osso da perna.

Como conseqüência, Juquinha,que nunca parava em casae estava sempre inventan-do alguma arte, foi obri-gado a ficar preso a umacadeira, sem poder cami-nhar por quarenta diasconsecutivos, ouvindo aspreces, participando daslições do Evangelho noLar, escutando os conse-lhos que a mãe ministra-va com imenso carinho.

E quando Juquinhareclamava da inatividadeforçada, dona Joana res-pondia-lhe com um sor-riso:

— Tem paciência,meu filho. Este foi o re-médio que Deus encon-trou para que você pudes-se repensar suas atitudes,dando um novo rumo àsua vida.

E, com um sorriso ali-viado, completava satis-feita:

— Podia ser pior!...

TIA CÉLIA

Sabem por que renasce-mos aqui na Terra?

Deus nos dá a existênciapara que possamos progredirno conhecimento e no senti-mento, isto é, aprendendo emelhorando.

Conhecimento porque pre-cisamos desenvolver a inteli-gência, adquirindo informa-ções e aprendendo cada vezmais, sobre nós mesmos, so-bre as outras pessoas e o mun-do que nos cerca. Esse apren-dizado se faz não apenas comos ensinamentos que recebe-mos na escola, mas tambématravés de livros, de filmes,de programas de televisão, deviagens e muito mais. É omais fácil de adquirir, porquenos atinge de fora para den-tro.

Precisamos também de-senvolver os sentimentos, nostornando pessoas melhoresatravés da prática do amor, doperdão, do respeito ao próxi-mo, da paciência e de tantasoutras qualidades.

O progresso na área dossentimentos, é o mais difícilde se conseguir, porque en-volve a mudança interior doser humano. Isto é, de dentropara fora. Esse aprendizado seinicia dentro da família, des-de quando somos bem peque-nininhos.

A mamãe e o papai, commuito amor, nos ensinamcomo agir, mostrando o quepodemos ou não podemos fa-zer, educando-nos moralmen-

te para a vida. Dão-nos liçõespara toda a existência, espe-cialmente através dos seusexemplos.

Orientam-nos em matériade educação religiosa, e,através do Evangelho de Je-sus, aprendemos a amar aDeus, nosso Pai, e ao nossopróximo como a nós mesmos.

Muitas vezes, porém, so-mos rebeldes e não aceitamosas orientações que nos sãodadas. Então, seguimos porum caminho de erros e des-respeito ao próximo e à na-tureza, causando danos aosque nos cercam, sejam huma-nos, animais ou plantas.

Então Deus, que é infini-tamente bom e misericordio-so, que sempre nos dá novasoportunidades para nos me-lhorarmos, usará de um mé-todo mais severo: o sofrimen-to.

Assim como os pais daTerra que, para curar os filhosdoentes se utilizam de remé-dios mais amargos, até deuma injeção dolorida, o PaiMaior aplicará um remédioque nos causará dor e sofri-mento, mas que nos propici-ará a cura: pode ser uma do-ença, um susto, uma queda,um acidente. No caso do Ju-quinha, através de um repou-so forçado por quarenta dias,ele teria tempo suficientepara refletir em tudo o quetinha feito, se arrepender doserros, e se tornar um garotomelhor.

EDUCANDOCOM AMOR

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O IMORTALMARÇO/2007 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1867 (Parte 3)

Damos prosseguimento à pu-blicação do texto condensado daRevista Espírita de 1867. As pá-ginas citadas referem-se à versãopublicada pela Edicel.

*35. Pode a homeopatia modifi-

car as disposições morais de umapessoa? Kardec diz que não e fazextensas considerações sobre o as-sunto, das quais destacamos estespontos: I) Certas partes do cérebrotêm funções especiais e são afetadaspor uma ordem particular de pensa-mentos e sentimentos. II) As facul-dades afetivas, os sentimentos e aspaixões se acham, assim, sediadasem certas partes do cérebro. III) Opensamento é um atributo do Espíri-to; sobrevivendo este à morte do cor-po, o pensamento também lhe sobre-vive. IV) Segundo o Espiritismo, oEspírito não somente sobrevive, maspreexiste ao corpo; não é um sernovo; traz ao nascer idéias, qualida-des e imperfeições que já possuía.Assim se explicam as aptidões e asinclinações inatas. V) As aptidões doEspírito são, pois, causa, e o estadodos órgãos, efeito. VI) Pode aconte-cer, porém, que o estado dos órgãosseja modificado por outra causa es-tranha ao Espírito: doenças, aciden-tes, influência atmosférica ou clima-térica. Nesses casos, os órgãos é quereagirão sobre o Espírito, não alte-rando as suas faculdades, mas per-turbando suas manifestações. VII)Se as imperfeições são inerentes àinferioridade do Espírito, este não semodificará com a alteração sofridapor seu invólucro carnal. VIII) Osmedicamentos homeopáticos têm,por sua natureza etérea, uma ação decerta forma molecular. Podem, pois,mais que outros, agir sobre certaspartes elementares e fluídicas dosórgãos e modificar-lhes a constitui-ção íntima. IX) Não podem, porém,agir sobre o ser espiritual senão pormeios espirituais. A medicação é ca-paz de tornar o Espírito mais flexí-vel, mais dócil e mais acessível àsinfluências morais; mas seria ilusãoesperar de uma medicação qualquerum resultado definitivo no tocante àalma. (Págs. 67 a 72.)

36. Finalizando o artigo, Kar-dec diz que seria diferente se o ob-jetivo fosse ajudar a manifestação

de uma faculdade já existente. Re-ajustado o organismo, o Espíritoterá maiores possibilidades deação. Obviamente, em casos assim,não é o Espírito que se aprimoracom o tratamento, mas, sim, osmeios de comunicação. E isso éperfeitamente possível. (Pág. 72.)

37. As idéias espíritas estão noar! Essa foi uma das frases utiliza-das por Kardec ao comentar a re-percussão positiva obtida porMirette, o romance escrito pelo Sr.Sauvage. As idéias espíritas efeti-vamente estavam presentes em vá-rios livros lançados à época e tam-bém no teatro. “Os Espíritos – dis-se o Codificador – não se engana-ram quando anunciaram que a idéiaespírita viria à luz por toda a sortede meios.” (Págs. 72 a 75.)

38. Kardec destaca da obraRobinson Crusoé três passagens emque o autor alude de modo explíci-to à intervenção dos Espíritos nasperipécias vividas pelo personagem.As citações referidas pelo Codifica-dor não se encontram nas ediçõesabreviadas da obra, somente nasedições completas. (Págs. 76 e 77.)

39. Em carta dirigida ao Prefei-to de Argel em 15 de janeiro, o Sr.Charles Lavigerie, bispo de Nancy,futuro arcebispo de Argel, prometeque terá por divisa de seu trabalhoepiscopal uma única palavra: cari-dade, porque a caridade não conhe-ce gregos, nem bárbaros, nem infi-éis, nem israelitas e, como ensinaPaulo, não vê nos homens senão aimagem viva de Deus. Ao transcre-ver a carta, Kardec a elogia, lem-brando que o anterior arcebispo deArgel havia lançado todos os raiosda maldição contra os espíritas, queteriam agora – pelo menos Kardeco esperava – um tratamento maisbenigno. (Págs. 78 e 79.)

Abraham Lincoln, logoque pôde, visitou aquele

que lhe tirou a vida

40. Segundo o jornal Banner ofLight, de Boston, o ex-presidenteamericano Abraham Lincoln, assas-sinado em abril de 1865, transmitiuuma mensagem mediúnica em quedescreve os momentos que se segui-ram à sua desencarnação. A pertur-bação post-mortem durou poucotempo e ele logo se viu cercado pormuitas pessoas que sabia mortas hámuito tempo, quando se inteirou dacausa de seu passamento. Sabendo

que William Booth estava mortal-mente ferido, ele foi até o seu leitode morte e esperou com calma o des-pertar do rapaz para a vida espiritu-al. Não havia em seu coração ne-nhum sentimento de vingança ouanimosidade. Booth não ficou sur-preso ao ver Lincoln, cuja presençaele não podia evitar, porque era comfreqüência atraído para ele. Semprediante de sua vítima e recebendo delaapenas sinais de bondade, esse era oseu estado atual e a sua punição.(Págs. 79 e 80.)

41. Em um poema dedicado aBernard Palissy, a Srta. L.O. Lieu-taud, de Ruão, agradece a Palissy tê-la arrebatado à incredulidade e lhepede: “Se devo retornar a esta terratriste,/ Ó amado Bernard, pensa sem-pre em mim”. (Págs. 80 e 81.)

42. O projeto de fundação naFrança de uma associação designa-da sob o título de Liga de Ensinosuscitou de Kardec dois longos arti-gos, publicados nos números demarço e abril de 1867 (págs. 81 e113). Embora elogiando o mérito daproposta, Kardec fez severa críticaà sua metodologia, que ele conside-rou falha e confusa. (Págs. 81 e 82.)

43. A 1o de novembro de 1866,na Sociedade Espírita de Paris, du-rante a reunião comemorativa dosmortos, o Sr. Bertrand recebeu umasérie de pensamentos assinados porEspíritos ilustres, os quais pareci-am encadear-se, completando-seuns pelos outros. Eis na seqüênciaalguns deles: A medicina faz o quefazem os caranguejos espantados(Dr. Demeure). Porque o magnetis-mo progride e, progredindo, esma-ga a medicina atual, para a substi-tuir proximamente (Mesmer). Asrevoluções são abusos que destro-em outros abusos (Luís XVI). Masesses abusos fazem nascer a liber-dade (Autor não identificado). A ci-ência é o progresso da inteligência(Newton). Mas o que lhe é preferí-vel é o progresso moral (JeanReynaud). Para desenvolver a mo-ral é antes preciso desarraigar o ví-cio (Béranger). Para desarraigar ovício é preciso desmascará-lo(Eugène Sue). (Págs. 82 a 84.)

44. No dia 6 de dezembro se-guinte o Sr. Bertrand recebeu umanova série de pensamentos que pa-reciam constituir a continuação daprecedente. Eis alguns deles: Sersábio é amar; procuremos então oamor pela via da sabedoria (Féne-lon). Os sábios da Grécia por vezes

o foram mais nos escritos e nas pa-lavras que em sua pessoa (Platão).Sábio é aquele que não crê sê-lo(Corneille). Não podeis ser sábiosse não vos souberdes elevar acimada maldade dos homens (Voltaire).Às vezes a vida é horroroso pesade-lo para o Espírito e muitas vezescusta a terminar (La Rochefoucault).A encarnação é o sono da alma; asperipécias da vida são os seus so-nhos (Balzac). Era o amor queDiógenes procurava, procurando umhomem... que veio séculos depois,e que o ódio, o orgulho e a hipocri-sia crucificaram (Sócrates). O amorreinará; e para que não tarde, é pre-ciso, como corajoso Diógenes, to-mar com uma mão o facho do Espi-ritismo e mostrar aos humanos osvermes roedores que formam chagaem sua alma (São Luís). A fé desin-teressada faz milagres (Boileau). Aodespertar da alma que saiu vitoriosadas lutas terrenas, o Espírito estámaior e mais elevado; se sucumbir,encontra-se tal qual estava (Pascal).(Págs. 84 a 87.)

Quanto mais avançadaa alma, mais fracos os

laços que a unem ao corpo

45. Kardec observa que esse gê-nero de comunicação levanta umaquestão importante: Como os flui-dos de tão grande número de Espí-ritos podem combinar-se com o flui-do do médium? Dois dias depois, oEspírito de Slener esclareceu que ele- o guia espiritual do médium - ser-vira de intermediário transmitindoos pensamentos e os nomes dos Es-píritos que os assinaram. Esse fatoé bastante comum quando o Espíri-to comunicante não consegue esta-belecer relações fluídicas com omédium, recorrendo então, nessecaso, ao guia espiritual do medianei-ro encarnado. (Pág. 88.)

46. Outra questão importante re-lacionada com o fenômeno é esta: Nalista dos Espíritos que se comunica-ram não havia encarnados? Se sim,como podiam comunicar-se? UmEspírito explicou: “Os Espíritos deum certo grau de adiantamento têmuma radiação que lhes permite comu-nicar-se simultaneamente em váriospontos. Nuns, o estado de encarna-ção não amortece essa radiação demaneira completa para os impedir dese manifestarem, mesmo em vigília.Quanto mais avançado o Espírito,mais fracos os laços que o unem à

matéria do corpo; está num estadode quase constante desprendimentoe pode dizer-se que está onde estáseu pensamento”. (Pág. 88.)

47. Mangin, o vendedor de lá-pis que se tornou célebre nas ruasde Paris, morto em 1866, comuni-cou-se em 20 de dezembro pormeio do Sr. Bertrand e explicou porque se vestia de forma bizarra emsua última passagem pela Terra. Eleteria sido em épocas remotas umsoldado romano. (Págs. 89 e 90.)

48. A 14 de janeiro de 1867,Mangin voltou a comunicar-segrafando linda mensagem em quediz o que faria se fosse papel.Como na primeira comunicação elefalou sobre a função do lápis, nes-ta ele lembrou que “o lápis nãopode ser útil sem o papel”, mas “opapel não dispensa o lápis” – umaforma original de realçar a impor-tância da solidariedade no progres-so humano. (Págs. 90 e 91.)

49. Solidariedade foi, por sinal,o tema da comunicação seguintetranscrita pela Revista. Após asse-verar que o estudo do Espiritismonão deve ser vão, o autor da men-sagem afirmou que o homem nãoé um ser isolado, mas coletivo. Épor isso que todos devemos ser so-lidários uns com os outros. No fim,o instrutor espiritual disse que o Es-piritismo bem compreendido é paraa vida da alma o que o trabalhomaterial é para a vida do corpo.“Ocupai-vos dele com este objeti-vo – advertiu o Espírito – e ficaicertos de que quando tiverdes fei-to, para o vosso melhoramentomoral, a metade do que fazeis paramelhorar a vossa existência mate-rial, tereis feito a humanidade darum grande passo.” (Págs. 91 e 92.)

50. Numa página intitulada“Tudo vem a seu tempo”, o Espíritode Humboldt adverte que não deve-mos ter avidez por tudo saber, por-que o Senhor sabe qual é o melhormétodo para nos instruir.Contentemo-nos, pois, com saber oque Deus julga a propósito nos ensi-nar durante nossa passagem pela Ter-ra, certos de que “tudo virá a seu tem-po”. Finalizando a mensagem,Humboldt diz: “Sim, meus amigos,aprendei e instruí-vos e, antes detudo, progredi em moralidade peloamor ao próximo, pela caridade, pelafé: é o essencial, é o passaporte, àvista do qual as portas do santuárioinfinito vos são abertas”. (Págs. 93 e94.) (Continua no próximo número.)

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

Page 15: O IMORTAL - O CONSOLADOR · 2008. 5. 16. · Sesquicentenário de O Livro dos Espíritos, que se festeja no dia 18 de abril próximo. O encontro ocorreu nas depen-dências da Universidade

O IMORTALPÁGINA 16 MARÇO/2007

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

A 5ª União Regional Espíri-ta (URE) iniciou as atividades de2007 com um treinamento paratrabalhadores espíritas realizadono dia 10 do mês passado noCentro Espírita “Meimei”, situ-ado na Vila Nova, em Londrina(fotos).

Intitulada “O ser espírita nagestão de qualidade e no exer-cício do bem”, a atividade foicoordenada por Ubiratan CésarArchetti, da cidade de PatoBranco (PR), e teve a duraçãode aproximadamente 3 horas.Participaram do treinamentocompanheiros de Londrina,Cornélio Procópio, Rolândia eCambé .

Na primeira parte do seminá-rio, Archetti discorreu sobre oMovimento Espírita e a direçãoda Casa Espírita, destacando opapel das pessoas envolvidas comas várias atividades da Entidade,sua missão, suas metas, bemcomo a importância do planeja-mento, conforme orientação doEspírito de Joanna de Angeliscontido no livro Celeiro de Bên-

ROSANA VOIGT [email protected]

De Londrina

çãos: “Todo labor, para alcançarêxito, impõe a necessidade de umatécnica própria, de uma diretriz se-gura.”

Esse fato, dentre outros desta-ques apresentados, possibilita en-tender que a qualidade em tudo oque se faz implica uma mudançade comportamento que imprimeum novo estilo de trabalho e devida, voltado para a satisfação daspessoas.

Após um breve intervalo paraum lanche, o segundo módulo doseminário focou as possíveis inter-ferências para a realização dos tra-balhos, entre elas as perseguições,os desentendimentos pessoais, asobrecarga de trabalho etc. Como

antídoto para essasdificuldades, desta-cou-se a busca daverdade através doestudo e do conhe-cimento aplicados àprática do bem.

As reflexões doseminário foram fi-nalizadas por meiodo poema “Ser Es-pírita”, de Ivan deAlbuquerque, queintegra o livro Ca-minhos para o

amor e a paz.No mesmo dia, à noite, Allan

Archetti, também radicado emPato Branco (PR), proferiu pales-

tra no Centro Es-pírita Amor e Ca-ridade (fotos), si-tuado na RuaJayme America-no, 728, JardimCalifórnia, emLondrina.

A explanaçãosobre o ser cons-ciente e inconsci-ente, à luz daDoutrina Espírita,conduziu os pen-samentos dos pre-sentes a uma reflexão sobre a im-portância do autoconhecimentopara uma vida melhor na Terra. Opalestrante, com uma oratória en-

A importância da qualidade na tarefa espíritaDupla jornada conduzida por confrades de Pato Branco deu início em Londrina

às atividades doutrinárias de 2007 da 5a União Regional Espírita (URE)

“O Livro dos Espíritos: 150anos de convite ao amor e à instru-ção”, frase escolhida pela Federa-ção Espírita do Paraná (FEP) para acomemoração do Sesquicentenáriode O Livro dos Espíritos, que se fes-teja no dia 18 de abril próximo, foio tema do Encontro Regional Espí-rita promovido pela 5a União Regi-onal Espírita (URE) no dia 18 domês passado nas dependências daUniversidade Estadual de Londri-na, sob a direção de Claudia Rojas,presidente da 5a URE. O dia 18,como se sabe, foi domingo de car-naval, época em que se realiza emLondrina a CONMEL, evento diri-

(Centro Espírita Nosso Lar, de Lon-drina), Jane Martins Vilela, Cleidee Maria José (Centro Espírita AllanKardec, de Cambé), Márcio eAdriane Cunha (Núcleo EspíritaHugo Gonçalves), Magali Almeida(Centro Espírita Nosso Lar), entreos demais colaboradores que abor-daram diferentes enfoques do temaprincipal, com didática e atividadespróprias.

Com a alegria de quem ouvee busca atender ao convite pro-posto pelo tema do Encontro, aofinal todos despediram-se ento-ando em uníssono o pensamentode um até breve. (Da Redação)

Bom público comparece aoEncontro Regional Espírita

gido à juventude espírita que, toda-via, este ano não foi realizado.

Lá reuniram-se adultos, jovense crianças de várias cidades de nos-sa região, para um dia todo de agra-dável estudo e confraternização(fotos). O público, como mostramas fotos, foi acima do esperado.

A música harmoniosa de Alexan-dre e Rossana Camargo, de Rolândia(PR), anunciava o término de cadaintervalo e convidava os participan-tes a retornarem aos estudos coorde-nados por José Antônio Vieira dePaula (Núcleo Espírita Hugo Gonçal-ves, de Londrina), Silvana Valentim

Claudia Rojas em sua intervençãodurante o Encontro promovido pela URE

As crianças estiveram em grandenúmero no Encontro Regional Espírita

Jovens também participaram ativamentedo Encontro Regional do dia 18Aspecto parcial do público que compareceu ao seminário no Meimei

Ubiratan César Archetti no momento do seminário ministradoem Londrina

volvente, propiciou momentos dealegria, abrilhantados pela pre-sença querida de Hugo Gonçal-ves, diretor do jornal “O Imortal”.

Allan Archetti (ao lado de Hugo Gonçalves) minutos antes desua palestra