O IMORTAL - O CONSOLADOR · setor de Infância e Juventude e o setor de Estudo da Doutrina...

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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 673 Março de 2010 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec Um sucesso a reunião da Inter-Regional Norte Realizou-se no dia 21 de fevereiro, das 9h às 12h30, mais uma reunião da Inter-Regional Norte, com participação de espíritas de três regiões do Estado cor- respondentes à 4ª, à 5ª e à 6ª Uniões Re- gionais Espíritas. O evento foi presidi- do pelo confrade Francisco Ferraz Ba- tista e desenvolveu-se na Universidade Estadual de Londrina (fotos). Na véspera, dia 20, à noite, reali- zou-se um concorrido encontro do pre- sidente da Federação Espírita do Paraná (FEP) e demais companheiros da dire- toria da entidade com os confrades da região. A reunião ocorreu no Bristol Londrina Hotel (Rua Goiás, 877), quan- do foram tratados assuntos de interes- se do movimento espírita, seguindo-se um jantar confraternativo. Esse encontro faz parte do calen- dário de atividades doutrinárias da FEP e tem como objetivo fortalecer os laços afetivos que devem susten- tar o processo de Unificação do Mo- vimento Espírita no Paraná, além de oferecer uma reflexão sobre as ações desenvolvidas pelas instituições es- píritas no Estado, com vistas à har- monização de objetivos, a fim de que todos caminhemos numa direção só. No Bristol Hotel, em Londrina, estiveram presentes 74 representan- tes de 24 Casas Espíritas de 17 cida- des – Joaquim Távora, Londrina, Rolândia, Sertanópolis, Uraí, Assaí, Jaguapitã, Ibiporã, Cornélio Procó- pio, Cambé, Bela Vista do Paraíso, Apucarana, Arapongas, Borrazópo- lis, Bandeirantes, Santo Antonio da Platina e Faxinal – que compõem a Inter-Regional Norte. Francisco Ferraz Batista, presi- dente da FEP, abriu a reunião por volta de 20h30, buscando deixar cla- ro aos dirigentes os objetivos do en- contro, que se resumem, fundamen- talmente, na troca de experiências, na confraternização e, ainda, na pres- tação de contas das ações realizadas pela FEP em todo o Estado. Hugo Gonçalves saudou o presidente da FEP declamando um lindo poema Impressionou a todos a quantidade de atividades realizadas durante o ano de 2009. Desde os primeiros dias de ja- neiro até os últimos dias de dezembro seus trabalhadores atuaram nas mais diversas frentes, no sentido de levar a Doutrina Espírita a todas as regiões do Estado. Nessa noite de muitos reencontros, desejamos dar destaque à presença de alguns velhos companheiros e pionei- ros do Movimento Espírita que, ao lon- go dessas décadas, enobreceram o Mo- vimento Espírita Regional como o con- frade Hugo Gonçalves, com 96 anos, um dos responsáveis pela criação das Uni- ões Regionais Espíritas no Paraná, diri- gente do Centro Espírita Allan Kardec e do Lar Infantil Marília Barbosa, em Cambé, que declamou um poema em homenagem ao presidente Francisco, destacando o seu papel de semeador. Além de Hugo, pronunciaram-se Astolfo Olegário de Oliveira Filho, editor do jornal O Imortal e diretor da revista eletrônica O Consolador; Jane Martins Vilela, de Cambé, dirigente do C. E. Al- vorada Nova, autora do livro “O Gigante Deitado”, homenagem ao extraordinário Jerônimo Mendonça, de Ituiutaba/MG; Marinei Ferreira Rezende, coordenadora da União das Sociedades Espíritas de Lon- drina (USEL), e Terezinha Demartino, re- presentando a Sociedade Espírita Paulo e Estêvão, de Londrina. Na oportunidade, ela deu entrada nos documentos para a filiação da Casa. Também fizeram uso da palavra o confrade Paulo Fernando, atual presidente do Centro Espírita Nosso Lar, e confrades diversos, que aproveitaram a oportunidade para enviar sua saudação aos presentes. A necessidade da aproximação entre os espíritas faz-se imperativa em nosso meio ria da Graça e Amélia Gomes): 23 pessoas MEDIUNIDADE (Danilo Arruda e César Kloss): 35 pessoas ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRI- TA (Marcelo Garcia, Angelo de Paula e Marcio da Cruz): 42 pessoas ORIENTAÇÃO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE (Tatyanna Moraes / Nelson Silva/ Elis Toledo / Maria Cristina): 55 pessoas Trabalharam até 12h nesses gru- pos, de modo a revitalizarem seus âni- mos através da troca de experiências e do intercâmbio fraterno de ideias e de aspirações. Em seguida, todos retornaram ao anfiteatro da Universi- dade Estadual de Londrina, que aco- lheu o evento da Federação, para o en- cerramento, feito pelo presidente da Federação que, fazendo uso da pala- vra, mais uma vez agradeceu a todos pela presença muito importante e apre- sentou 2 faixas do DVD book Momen- to Espírita, que é um produto da FEP, à disposição de toda a comunidade. O final foi demarcado com a mensagem psicofonada pelo mé- dium Divaldo Franco, de autoria do Espírito de Bezerra de Menezes: “Viver Jesus... a única alternativa”. (Angélica Reis, de Londrina. Com início às 9h15, depois de uma calorosa recepção feita pela equi- pe das URE, composta por colabora- dores simpáticos e acolhedores, foi formada a mesa responsável pelo evento, com Gilson Ribeiro (5ª. URE) / Allan Kardec Moreira (6ª. URE) / Maria de Lourdes Pedroso (4ª. URE)/ Francisco Ferraz / Luiz Henrique / Daniel Dallagnol (Diretoria da FEP). Em sua fala inicial, o presidente da Federação destacou a necessidade da aproximação entre os espíritas, que se faz imperativa em nosso meio. Apresentou, sob um clima de caloro- sa receptividade, os coordenadores das diversas áreas que acolheram os par- ticipantes do evento. Francisco Ferraz Batista destacou a presença de muitos jovens, cerca de 50, o que corresponde a 25% do total de participantes do encontro. Esse número elevado e surpreendente de jovens se deve, inquestionavelmente, ao trabalho que a 4ª., 5ª. e 6ª. URE fizeram no perí- odo do carnaval e que diz respeito ao tradicional encontro entre jovens, a CONMEL 2010. 70% dos jovens parti- cipantes desse evento estiveram na Inter- Regional e ocuparam, notadamente, o setor de Infância e Juventude e o setor de Estudo da Doutrina Espírita. Vale mencionar aqui que além dos já citados líderes da região, no sába- do à noite, estiveram presentes no en- contro os amigos de Rolândia, a mé- dium Célia Xavier de Camargo e seu companheiro sempre acolhedor, Joa- quim Norberto de Camargo. Em seguida, Francisco apresentou algumas recomendações aos Centros Espíritas, enfatizando o aspecto religio- so do Espiritismo, notadamente nestes tempos em que alguns que se intitulam livres-pensadores o contestam; dizendo que nenhuma área deve ser priorizada em detrimento de outras, de tal modo que o trabalho, em si mesmo, tenha a mesma importância do que o estudo; estabele- cendo a urgente necessidade de qualifi- cação dos trabalhadores para os labores diretivos, ou seja, para se incluírem nas estruturas de poder das Casas; destacando a tarefa de Unificação e entrosamento com os demais Centros que compõem o sistema federativo; incenti- vando à leitura de livros espíritas doutri- nariamente seguros, disponibilizando li- vraria e biblioteca espíritas; afirmando o imperativo da regular treinamento de tra- balhadores em todas as áreas de atuação. “Viver Jesus... a única alternativa”, disse Bezerra de Menezes por intermédio de Divaldo Ato contínuo, os participantes fo- ram encaminhados para as salas espe- cíficas de trabalho, dividindo-se do seguinte modo: UNIFICAÇÃO (Daniel Dallagnol e José Virgílio Góes): 7 pessoas EXPANSÃO DO MOVIMENTO ES- PÍRITA (Paulo C. Melo): 8 pessoas COMUNICAÇÃO SOCIAL ESPÍRI- TA (Maria H. Marcon e Mary Ishya- ma): 10 pessoas ORIENTAÇÃO AO SERVIÇO SOCI- AL ESPÍRITA (Ilírio Kessler / Marco Negrão):12 pessoas ADMINISTRATIVA E INSTITUCIO- NAL (Francisco Ferraz e Luiz Henrique): 14 pessoas ATENDIMENTO ESPIRITUAL (Ma- Mais de 200 pessoas de três regiões do Estado prestigiaram o evento, que foi presidido pelo presidente da Federação Espírita do Paraná Aiglon Fasolo ............................. 15 Celso Martins .............................. 15 Crônicas de Além-Mar ............... 12 De coração para coração .............. 4 Divaldo responde ........................ 12 Editorial ........................................ 2 Emmanuel ..................................... 2 Espiritismo para as crianças ....... 14 Estudando a série André Luiz ...... 5 Eugênia Pickina .......................... 10 Grandes vultos do Espiritismo ..... 7 Histórias que nos ensinam ......... 13 Jane Martins Vilela ..................... 13 Joanna de Ângelis ......................... 2 José Soares Cardoso ................... 15 Marcel Gonçalves ....................... 13 Martha Rios Guimarães ................ 6 Orson Peter Carrara ...................... 3 Palestras, seminários e outros eventos ......................... 11 Paulo da Silva Neto Sobrinho ... 8 e 9 Tatyanna Braga de Moraes ......... 16 Ainda nesta edição Francisco Ferraz presidiu o evento Público numeroso deu o tom ao encontro

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 57 Nº 673 Março de 2010 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

Um sucesso a reunião da Inter-Regional NorteRealizou-se no dia 21 de fevereiro,

das 9h às 12h30, mais uma reunião daInter-Regional Norte, com participaçãode espíritas de três regiões do Estado cor-respondentes à 4ª, à 5ª e à 6ª Uniões Re-gionais Espíritas. O evento foi presidi-do pelo confrade Francisco Ferraz Ba-tista e desenvolveu-se na UniversidadeEstadual de Londrina (fotos).

Na véspera, dia 20, à noite, reali-zou-se um concorrido encontro do pre-sidente da Federação Espírita do Paraná(FEP) e demais companheiros da dire-toria da entidade com os confrades daregião. A reunião ocorreu no BristolLondrina Hotel (Rua Goiás, 877), quan-do foram tratados assuntos de interes-se do movimento espírita, seguindo-seum jantar confraternativo.

Esse encontro faz parte do calen-dário de atividades doutrinárias daFEP e tem como objetivo fortaleceros laços afetivos que devem susten-tar o processo de Unificação do Mo-vimento Espírita no Paraná, além deoferecer uma reflexão sobre as açõesdesenvolvidas pelas instituições es-píritas no Estado, com vistas à har-monização de objetivos, a fim de quetodos caminhemos numa direção só.

No Bristol Hotel, em Londrina,estiveram presentes 74 representan-tes de 24 Casas Espíritas de 17 cida-des – Joaquim Távora, Londrina,Rolândia, Sertanópolis, Uraí, Assaí,Jaguapitã, Ibiporã, Cornélio Procó-pio, Cambé, Bela Vista do Paraíso,Apucarana, Arapongas, Borrazópo-lis, Bandeirantes, Santo Antonio daPlatina e Faxinal – que compõem aInter-Regional Norte.

Francisco Ferraz Batista, presi-dente da FEP, abriu a reunião porvolta de 20h30, buscando deixar cla-ro aos dirigentes os objetivos do en-contro, que se resumem, fundamen-talmente, na troca de experiências,na confraternização e, ainda, na pres-tação de contas das ações realizadaspela FEP em todo o Estado.

Hugo Gonçalves saudou opresidente da FEP declamando

um lindo poema

Impressionou a todos a quantidadede atividades realizadas durante o anode 2009. Desde os primeiros dias de ja-

neiro até os últimos dias de dezembro seustrabalhadores atuaram nas mais diversasfrentes, no sentido de levar a DoutrinaEspírita a todas as regiões do Estado.

Nessa noite de muitos reencontros,desejamos dar destaque à presença dealguns velhos companheiros e pionei-ros do Movimento Espírita que, ao lon-go dessas décadas, enobreceram o Mo-vimento Espírita Regional como o con-frade Hugo Gonçalves, com 96 anos, umdos responsáveis pela criação das Uni-ões Regionais Espíritas no Paraná, diri-gente do Centro Espírita Allan Kardece do Lar Infantil Marília Barbosa, emCambé, que declamou um poema emhomenagem ao presidente Francisco,destacando o seu papel de semeador.

Além de Hugo, pronunciaram-seAstolfo Olegário de Oliveira Filho, editordo jornal O Imortal e diretor da revistaeletrônica O Consolador; Jane MartinsVilela, de Cambé, dirigente do C. E. Al-vorada Nova, autora do livro “O GiganteDeitado”, homenagem ao extraordinárioJerônimo Mendonça, de Ituiutaba/MG;Marinei Ferreira Rezende, coordenadorada União das Sociedades Espíritas de Lon-drina (USEL), e Terezinha Demartino, re-presentando a Sociedade Espírita Paulo eEstêvão, de Londrina. Na oportunidade,ela deu entrada nos documentos para afiliação da Casa. Também fizeram uso dapalavra o confrade Paulo Fernando, atualpresidente do Centro Espírita Nosso Lar,e confrades diversos, que aproveitaram aoportunidade para enviar sua saudação aospresentes.

A necessidade da aproximaçãoentre os espíritas faz-se

imperativa em nosso meio

ria da Graça e Amélia Gomes): 23pessoasMEDIUNIDADE (Danilo Arruda eCésar Kloss): 35 pessoasESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRI-TA (Marcelo Garcia, Angelo de Paulae Marcio da Cruz): 42 pessoasORIENTAÇÃO DA INFÂNCIA EJUVENTUDE (Tatyanna Moraes /Nelson Silva/ Elis Toledo / MariaCristina): 55 pessoas

Trabalharam até 12h nesses gru-pos, de modo a revitalizarem seus âni-mos através da troca de experiênciase do intercâmbio fraterno de ideias ede aspirações. Em seguida, todosretornaram ao anfiteatro da Universi-dade Estadual de Londrina, que aco-lheu o evento da Federação, para o en-cerramento, feito pelo presidente daFederação que, fazendo uso da pala-vra, mais uma vez agradeceu a todospela presença muito importante e apre-sentou 2 faixas do DVD book Momen-to Espírita, que é um produto da FEP,à disposição de toda a comunidade.

O final foi demarcado com amensagem psicofonada pelo mé-dium Divaldo Franco, de autoria doEspírito de Bezerra de Menezes:“Viver Jesus... a única alternativa”.(Angélica Reis, de Londrina.

Com início às 9h15, depois deuma calorosa recepção feita pela equi-pe das URE, composta por colabora-dores simpáticos e acolhedores, foiformada a mesa responsável peloevento, com Gilson Ribeiro (5ª. URE)/ Allan Kardec Moreira (6ª. URE) /Maria de Lourdes Pedroso (4ª. URE)/Francisco Ferraz / Luiz Henrique /Daniel Dallagnol (Diretoria da FEP).

Em sua fala inicial, o presidenteda Federação destacou a necessidadeda aproximação entre os espíritas, quese faz imperativa em nosso meio.Apresentou, sob um clima de caloro-sa receptividade, os coordenadores dasdiversas áreas que acolheram os par-ticipantes do evento.

Francisco Ferraz Batista destacou apresença de muitos jovens, cerca de 50,o que corresponde a 25% do total departicipantes do encontro. Esse númeroelevado e surpreendente de jovens sedeve, inquestionavelmente, ao trabalhoque a 4ª., 5ª. e 6ª. URE fizeram no perí-odo do carnaval e que diz respeito aotradicional encontro entre jovens, aCONMEL 2010. 70% dos jovens parti-cipantes desse evento estiveram na Inter-Regional e ocuparam, notadamente, osetor de Infância e Juventude e o setorde Estudo da Doutrina Espírita.

Vale mencionar aqui que além dosjá citados líderes da região, no sába-do à noite, estiveram presentes no en-contro os amigos de Rolândia, a mé-dium Célia Xavier de Camargo e seucompanheiro sempre acolhedor, Joa-quim Norberto de Camargo.

Em seguida, Francisco apresentoualgumas recomendações aos CentrosEspíritas, enfatizando o aspecto religio-

so do Espiritismo, notadamente nestestempos em que alguns que se intitulamlivres-pensadores o contestam; dizendoque nenhuma área deve ser priorizada emdetrimento de outras, de tal modo que otrabalho, em si mesmo, tenha a mesmaimportância do que o estudo; estabele-cendo a urgente necessidade de qualifi-cação dos trabalhadores para os laboresdiretivos, ou seja, para se incluírem nasestruturas de poder das Casas;destacando a tarefa de Unificação eentrosamento com os demais Centros quecompõem o sistema federativo; incenti-vando à leitura de livros espíritas doutri-nariamente seguros, disponibilizando li-vraria e biblioteca espíritas; afirmando oimperativo da regular treinamento de tra-balhadores em todas as áreas de atuação.

“Viver Jesus... a única alternativa”,disse Bezerra de Menezes por

intermédio de Divaldo

Ato contínuo, os participantes fo-ram encaminhados para as salas espe-cíficas de trabalho, dividindo-se doseguinte modo:UNIFICAÇÃO (Daniel Dallagnol eJosé Virgílio Góes): 7 pessoasEXPANSÃO DO MOVIMENTO ES-PÍRITA (Paulo C. Melo): 8 pessoasCOMUNICAÇÃO SOCIAL ESPÍRI-TA (Maria H. Marcon e Mary Ishya-ma): 10 pessoasORIENTAÇÃO AO SERVIÇO SOCI-AL ESPÍRITA (Ilírio Kessler / MarcoNegrão):12 pessoasADMINISTRATIVA E INSTITUCIO-NAL (Francisco Ferraz e LuizHenrique): 14 pessoasATENDIMENTO ESPIRITUAL (Ma-

Mais de 200 pessoas de três regiões do Estado prestigiaram o evento, que foi presidido pelo presidente da Federação Espírita do Paraná

Aiglon Fasolo ............................. 15Celso Martins .............................. 15Crônicas de Além-Mar ............... 12De coração para coração .............. 4Divaldo responde ........................ 12Editorial ........................................ 2Emmanuel ..................................... 2Espiritismo para as crianças ....... 14Estudando a série André Luiz ...... 5Eugênia Pickina .......................... 10Grandes vultos do Espiritismo ..... 7Histórias que nos ensinam ......... 13Jane Martins Vilela ..................... 13Joanna de Ângelis ......................... 2José Soares Cardoso ................... 15Marcel Gonçalves ....................... 13Martha Rios Guimarães ................ 6Orson Peter Carrara ...................... 3Palestras, seminários e outros eventos ......................... 11Paulo da Silva Neto Sobrinho ... 8 e 9Tatyanna Braga de Moraes ......... 16

Ainda nesta edição

Francisco Ferraz presidiu o evento Público numeroso deu o tom ao encontro

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O IMORTALPÁGINA 2 MARÇO/2010

EditorialEMMANUEL

O palestrante equilibrado sem-pre falará aos corações ao fazer-seintermediário dos protetores espi-rituais que o auxiliam na tarefa eatuam sobre seu campo intuitivo,porque eles conhecem as necessi-dades de cada coração presente nopúblico. Só é preciso ter uma certabagagem e deixar-se levar pela in-tuição. Cumpre-se, então, aí a pro-messa do Cristo quando disse quenão devemos nos preocupar como que haveremos de falar; bastacrer e abrir a boca, e ela falará.

A mediunidade da intuição podeser desenvolvida por todos nós, masé preciso preparo, dispor de conhe-cimento e boa vontade para quenossas palavras sejam aproveitadaspelos benfeitores, uma vez que se-rão sempre as nossas palavras, nos-so modo de pensar e dizer, só queconduzidas por ideias que podem,às vezes, nos ser estranhas.

Quantas vezes, ao falarmos,nos damos conta de que dissemosalgo imprevisto, algo em que nãohavíamos pensado antes, ideiasque não cogitáramos no preparo daexplanação ou que nunca cogita-mos antes?

Assim é que somos conduzidospara dizer uma frase, ou mesmo

Surge, inesperada, com ou semmotivo que a justifique. Toma vul-to e leva às mais cruéis consequ-ências, se não é policiada a tempo.Tem início numa palavra destituí-da de maldade, num olhar de apa-rente reproche, numa negativa, ousimplesmente em nada...

A altercação é virose que con-tamina com facilidade. Perturba odiscernimento, desarmoniza a

Examina a própria aflição paraque não se converta a tua inquietu-de em arrasadora tempestadeemo-tiva.

Todas as aflições se caracteri-zam por tipos e nomes especiais.

A aflição do egoísmo chama-seegolatria.

A aflição do vício chama-sedelinquência.

A aflição da agressividade cha-ma-se cólera.

A aflição do crime chama-seremorso.

A aflição do fanatismo chama-se intolerância.

A aflição da fuga chama-se co-vardia.

A aflição da inveja chama-sedespeito.

A aflição da leviandade chama-se insensatez.

A aflição da indisciplina cha-ma-se desordem.

A aflição da brutalidade chama-se violência.

A aflição da preguiça chama-serebeldia.

A aflição da vaidade chama-seloucura.

A aflição do relaxamento cha-ma-se evasiva.

A aflição da indiferença chama-se desânimo.

Palavras aos coraçõesuma única palavra, que despertauma consciência. Não é verdadeque, vez por outra, alguém nos pro-cura e diz que o que dissemos foidestinado a ele ou direto ao seuproblema, dor ou dúvida? E é pre-cisamente esse despertamento sus-citado “por acaso” que constitui ofator mais importante de uma pa-lestra. Talvez mais importante doque a informação veiculada, con-siderada em si mesma.

Todos sabem que é durante apalestra que as consciências sãopreparadas para o atendimento es-piritual consecutivo ao trabalho,porque é durante ela que o indiví-duo modifica seu padrão mentalpara condições mais elevadas. Sóassim o passe faz sentido, porque,em si mesmo, ele exerce tão-so-mente uma ação mecânica.

Dissemos estas palavras parachamar a atenção do leitor para aimportância de eventos destinadosao grande público, nos quais a pa-lavra é ministrada para aedificação, como as palestras deRaul Teixeira e Divaldo Franco,que estarão em nossa região a par-tir do dia 8 de março. (Leia sobreo assunto o noticiário da pág. 11desta edição.)

Ninguém, por certo, ignora queDivaldo Franco fala a partir da in-tuição pura secundada por umaequipe de Espíritos elevados. Mé-dium, ele diz o que lhe é inspiradoe atinge, assim, mentes e coraçõesde centenas de pessoas, provocan-do o despertamento de mais deuma consciência.

Além disso, eventos como es-ses exercem duas funções impor-tantes. A primeira: reúne confradesde toda a região, os quais muitasvezes só têm essa oportunidadepara se encontrarem. A outra fun-ção é o consequente saneamentoda psicosfera espiritual da região,em face da presença de uma gran-de equipe espiritual de caráter ele-vado que o acompanha.

Como dito anteriormente, parafalar aos corações e despertar cons-ciências é preciso ter equilíbrio,pedir a proteção do alto, preparar-se através do estudo aprofundadodo Evangelho de Jesus e das obrasbasilares do Espiritismo, e confiarna intuição.

Agindo desse modo, podemoster a certeza de que nossas bocasse abrirão e diremos coisas queprovêm do Cristo ou dos seusprepostos.

Um minuto com Joanna de Ângelisemoção e deixa rastros significati-vos no comportamento alterado.

Os altercadores sempre encon-tram motivo para as suas discus-sões infrutíferas. Desarmonizadosem si mesmos, agradam-se quan-do ferem e encontram respostapara os duelos verbais que, nãoraro, levam a ações deploráveis.

A altercação é portadora de altacarga prejudicial de cólera, que atin-

Examina a própria afliçãoA aflição da inutilidade chama-

se queixa.A aflição do ciúme chama-se

desespero.A aflição da impaciência cha-

ma-se intemperança.A aflição da sovinice chama-se

miséria.A aflição da injustiça chama-se

crueldade.Cada criatura tem a aflição que

lhe é própria. A aflição do reinodoméstico e da esfera profissional,do raciocínio e do sentimento...

Os corações unidos ao SumoBem, contudo, sabem que suportaras aflições menores da estrada éevitar as aflições maiores da vidae, por isso, apenas eles, anônimosheróis da luta cotidiana, conseguemreceber e acumular em si mesmosos talentos de amor e paz reserva-dos por Jesus aos sofredores da Ter-ra, quando pronunciou no monte adivina promessa:

— “Bem-aventurados os aflitos!”

JOANNA DE ÂNGELIS,mentora espiritual de Divaldo P.Franco, é autora, entre outros li-vros, de Episódios Diários, doqual foi extraído o texto acima.

ge quem lhe tomba nas redes perver-sas e aquele com quem se debate.

*Provocado, e convidado dire-

tamente à altercação, desvia o as-sunto ou desvia-te do agressor. Eletalvez “nada tenha a perder”, con-forme alguns apregoam no auge dadiscussão.

Tu tens a paz que deves preser-var, o bem-estar que não podes tis-nar com a perturbação e os sagra-dos compromissos com a vida.

Não te detenhas, nunca, emaltercação, porquanto todos aque-les que se permitem induzir dei-xam-na arranhados, quando nãosaem vítimas de sutis mutilaçõesemocionais ou orgânicas, graçasaos golpes que sofrem.

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EMMANUEL, que foi omentor espiritual de FranciscoCândido Xavier e coordenador daobra mediúnica do saudoso mé-dium mineiro, é autor, entre outroslivros, de Religião dos Espíritos,do qual foi extraído o texto acima.

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O IMORTALMARÇO/2010 PÁGINA 3

Ele é muito querido e conhe-cido, reside na Grande São Pau-lo e tem compromisso quase di-ário, durante todo ano, com pa-lestras espíritas, levando o Evan-gelho ao público com simplici-dade, firmeza e inspiração. Se-bastião Miguel de Lima (foto), 75anos, nasceu no município dePirajuí, no estado de São Paulo.Tomou conhecimento da Doutri-na Espírita logo aos dez anos deidade, motivado pelas históriasde casas “mal-assombradas”, tí-picas das cidades do interior. Suacuriosidade o levou a buscar ex-plicações para esses “fenôme-nos” nos livros, nos acervos dediversas religiões e junto aosamigos e familiares, porém nun-ca se satisfez com respostas eva-sivas. Certa feita, entretanto, seupai lhe deu a revista espírita Re-formador, o maior tesouro querecebeu em sua existência, se-gundo ele mesmo. A partir deentão Sebastião de Lima passoua dedicar boa parte de sua vidaaos trabalhos relacionados àDoutrina Espírita.

Pai de três filhos, aposentadopor invalidez visual e com graude instrução primário, Sebastiãoé hoje um orador espírita quefaz aproximadamente 360 pales-tras por ano em todo o Brasil eque desenvolve os seus trabalhosdoutrinários guiando-se pelasinspirações dos amigos espiritu-ais. Recentemente publicou Exis-te algo Além, obra publicada pelaMythos abordando os prejuízosdo orgulho, as ilusões do ciúmee as bênçãos da imortalidade.

ORSON PETER [email protected]

De Matão, SP

“Devo tudo que tenho e sou à Doutrina Espírita”

60 anos que comecei, mas as pa-lestras nos centros se iniciaram em1964.

– Como sente durante a pa-lestra a influência dos Espíritos?

Sinto a influência dos Espíri-tos naturalmente. Minha única cer-teza é que, enquanto estou descre-vendo os fatos, as palavras surgemespontaneamente, como se alguémestivesse antecipando o desfechodo que estava sendo ministrado eo que eu devo falar, uma vez quetenho o vocabulário muito simples.Por exemplo: depois de 2 anos quemeu filho Saulo haviadesencarnado, eu estava fazendouma palestra e falava sobre desa-pego. Eu sabia que em determina-do trecho da abordagem haveriauma palavra que não saberia falar.Quando me chegou a palavra usu-frutuário, tentei por quatro vezesfalar e não consegui e, nesse mo-mento, vi meu filho com outrosjovens e ele cutucou no braço deum deles dando gargalhadas e dis-se: – Meu pai não consegue falarusufrutuário, e todos riram tam-bém. As coisas vão chegando aocérebro de uma forma natural.Ouço uma voz suave lá dentro queme fala as palavras, pois confioplenamente nos amigos espirituaise sempre tenho em mente que fiz

O conhecido palestrante paulista fala sobre seu trabalho na divulgação do Espiritismo e dizque simplicidade, inspiração e fidelidade ao Evangelho caracterizam o trabalhador do bem

ou tentei fazer o melhor.

– Como é conduzida ou comosente aquela costumeira conclu-são em que a inspiraçãodireciona um poema sobre umapalavra apresentada pelo públi-co?

Muitos dizem que é de impro-viso, mas nada é meu, pois os Es-píritos já sabem como fazer as coi-sas. Eu as sinto, e confio plenamen-te. Às vezes, nem sei o que estoufalando, mas no final eles sabem eé por isso que dá sempre certo.

– Como foi a recepção pelopúblico que o ouve quando dolançamento do livro?

Não me preocupo com isso,pois qualquer trabalho em nome daDoutrina Espírita, qualquer coisaboa que aconteça é para a Doutri-na Espírita e não para mim. Elogi-os não são para mim e sim para aDoutrina, pois não seria ninguémcomo Sebastião se não fosse pelaDoutrina, se não fosse espírita.Devo tudo que tenho e sou à Dou-trina Espírita e só acontece o me-lhor sempre por causa da Doutri-na.

– Como sente a vibração dopúblico durante as palestras?

Maravilhosamente bem. Sintoa vibração de uma forma espeta-cular. Volto a dizer que não é pramim, pois não falo nada do quetenho e sim do Evangelho de Je-sus, pois as pessoas estão sedentaspela palavra. Porque, se você co-loca coisas suas, no dia em que es-tiver triste, ruim das emoções, pas-sará tudo isso ao público. Quandofalar do Evangelho você poderáestar com a alma chagada de dor,como um dia em que fiz uma pa-lestra enquanto meu filho estava

Em encontro recente, conce-deu-nos a seguinte entrevista:

– Como tomou contato com oEspiritismo e quando?

Tomei os primeiros contatoscom o Espiritismo através de vári-os fatores, quando tinha entre 9 e10 anos. Morava na roça, não ti-nha televisão e então era costumeda família sentar na moradia paraconversar, e os casos mais faladosnas conversas eram sobre fantas-mas e assombrações, e eu sempreperguntava a meu pai por que aspessoas morriam e voltavam paraassustar as pessoas. Ele me davavárias revistas para ler, mas nuncaencontrei a resposta, até que um diame presenteou com a revista Re-formador e aí encontrei respostasaos meus questionamentos e umadelas foi que a gente não morre,mas sim sobrevive à morte. Tivecontato também por meio debenzedores e curandeiros que tira-vam as pragas e doenças das pes-soas e plantações onde morava;também via pessoas que ninguémvia, portanto desde muito cedo te-nho contato com as ideias apresen-tadas pelo Espiritismo.

– Como surgiu o dom de fa-lar em público? Faz tempo que osenhor faz palestras?

Não sei dizer como aconteceu,só sei que os fatos é que me leva-ram a isso. Com 17 anos, na roçaainda, numa festa de casamento,queriam alguém para fazer um dis-curso aos noivos, e então as pesso-as me apontaram para discursar.Após meu pronunciamento recebimuitos abraços e elogios. E foi aíque tudo começou. Sempre quan-do havia casamento, festas,batizados ou enterros, me chama-vam para discursar. Já faz mais de

sendo velado, mas eu não passa-va nada de mim e sim do Evan-gelho. Sinto o povo porque nun-ca saio do meio do povo, falo alíngua do povo, sinto do públicoo melhor e passo o melhor pra eletambém.

– Qual o aspecto do Espiri-tismo que mais o atrai?

O mundo sem Espiritismo éum mundo sem sol, o mundosem os Espíritos estaria às es-curas completamente. Enquan-to o mundo não assumir a deci-são de espiritualizar-se, vai fi-car ruim. A cada momento queuma pessoa assume uma reli-gião, seja ela qual for, e a tratacom verdade, ela ilumina o mun-do, como Jesus disse um dia:“Sois a luz do mundo”. “Sois salda terra”, e assim passaremos avivenciar a Doutrina dos Espíri-tos, porque não tem como se teruma religião se não for pelo es-pírito, pois o corpo não precisade religião, quem precisa é oEspírito, que é imortal. O corpoé apenas uma ferramenta, comoo uniforme escolar, mas o Espí-rito continuará para todo o sem-pre, com a necessidade de ilu-minar-se. O corpo veio do pó eao pó voltará. Um dos aspectosmais importante do Espiritismoé a reencarnação, pois sem elanão haveria justiça divina. (Con-tinua na pág. 10.)

Sebastião Miguel de Lima:

Sebastião Miguel de Lima

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O IMORTALPÁGINA 4 MARÇO/2010

De coração para coração

Antes do Espiritismo, errôneaou muito imprecisa, vaga e confu-sa era a ideia que se fazia da almahumana.

Erradamente consideradacomo efeito e não causa pelosmaterialistas, estes viam – econtinuam a ver – nos fenôme-nos psicológicos, dela depen-dentes, apenas o resultado daatividade funcional do sistemanervoso do homem. Um decan-tado mas mal compreendidoparalelismo psicofisiológicoparecia justificar esse modo dever, porquanto, lesado o cére-bro, ou a medula espinhal, ouos nervos, perturbam-se as fun-ções superiores da consciência,o pensamento lógico, o juízo, oraciocínio, a memória, as sen-sações e as percepções huma-nas, instalando-se a demência,os delírios, as alucinações, aamnésia, as paralisias, a afasia,a insensibilidade e mesmo ocoma.

Os homens de ciência, princi-palmente os fisiologistas, os psi-cólogos e os psiquiatras, foramdesse modo levados a um erro fun-damental, que é inverter os papéisdo corpo e da alma, dando prima-zia àquele, que, no entanto, é tão-somente um instrumento que oEspírito utiliza para a realização desuas atividades, enquanto encarna-do.

Os vitalistas não cometeram omesmo erro dos materialistas, mas,equivocadamente, confundiram aalma com o princípio vital da vidaorgânica, sem explicar o atributoessencial da alma, que é a consci-ência individual, resultante da fa-culdade cognitiva ou inteligente doser humano.

A inteligência nada tem que vercom a matéria, nem tampouco como princípio vital, que é tambémsubstância material, embora sutile dinâmica, donde emana a forçavital, mas não a inteligência e,menos ainda, a razão lógica, o sen-

so moral e todas as faculdades su-periores, inexistentes nos outrosseres vivos e organizados, vegetaisou animais, pelo menos no grau emque esplendem no homem racio-nal e moral.

Os espiritualistas, ao contráriodos materialistas, consideram aalma como um ser real e distinto,causa e não efeito de toda ativi-dade psicológica e moral do ho-mem.

Conceituando-a como umser distinto do corpo perecívele a ele sobrevivente, o espiritu-alismo clássico incorre, no en-tanto, no erro de considerar sejaa alma criada com o corpo, aoqual se liga durante a vida físi-ca e dele se desprende com amorte, para seguir um destinodo qual se fazem ideias muitovagas. A reencarnação, ensina-da por grandes vultos da filo-sof ia espi r i tual is ta , comoPitágoras, Sócrates e Platão,não é aceita pelo espiritualismo

Que seríamos nós se não tivéssemos alma?

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected] Londrina

clássico, que se alinha, nesseponto, à doutrina da Igreja.

Com Allan Kardec e a Doutri-na por ele codificada raiou no mun-do a aurora de uma Nova Era, aEra do Espírito, e a conceituaçãode alma humana recebeu, então,brilhante luz.

Eis o que os próprios Espíritosensinaram, no item 134 de “O Li-vro dos Espíritos”:

134. Que é a alma?“Um Espírito encarnado.”b) – Que seria o nosso corpo

se não tivesse alma?“Simples massa de carne sem

inteligência, tudo o que quiserdes,exceto um homem.”

É admirável no texto referidoa limpidez da Doutrina Espírita arespeito do que seja a alma do ho-mem: “A alma é um Espírito en-carnado.”

A alma é, pois, um ser real, in-dividual, independente e autôno-mo, de natureza puramente espi-ritual e que tem por destino gran-dioso progredir sempre, alteando-se cada vez mais em conhecimen-tos e em virtudes, o que ela logramediante múltiplas existências cor-porais, nas quais se depura e se ele-va gradualmente, até que, por fim,se liberta totalmente da necessida-de de encarnar ao tornar-se Espíri-to puro.

Considere estes textos e digaqual é o correto:

- Soou cinco badaladas nosino da catedral.

- Soaram cinco badaladas nosino da catedral.

O texto correto é o segundo,visto que a regra diz que, quandousados na indicação de horas, osverbos “soar”, “bater” e “dar”têm sujeito e com este devemconcordar.

Exemplos:- O relógio deu duas horas.

(Sujeito: o relógio).- Deram duas horas no reló-

gio do cinema. (Sujeito: duashoras.)

- Deu uma hora no relógio dapraça. (Sujeito: uma hora.)

- O sino da catedral bateu cin-co badaladas. (Sujeito: o sino.)

- Bateram cinco badaladasno sino da catedral. (Sujeito: cin-co badaladas.)

- Soaram oito badaladas norelógio da praça. (Sujeito: oito

Pílulas gramaticaisbadaladas.)

*O verbo aspirar muda de sen-

tido conforme seu complementona oração.

Se o complemento é direto,significa “absorver”, “sorver”.

Exemplos:- O jovem aspirou o suave

perfume da namorada.- O Espírito aspirou o ar a ple-

nos pulmões.- Na serra, as pessoas aspiram

o ar puro.- Aspiramos muito pó nessa

viagem ao interior.Se o complemento é indireto,

significa “pretender”, “desejar”.Exemplos:- O empregado aspirava a um

aumento no salário.- Todos nós aspiramos a um

futuro melhor.- Os jogadores aspiravam à

vitória.- A meta a que aspiramos exi-

ge muito esforço.

Um confrade do Rio de Janei-ro pergunta-nos se, de acordocom o Evangelho, o dízimo emdinheiro é obrigatório e qual é avisão do Espiritismo a respeito?

Primeiro, é bom que lembre-mos a conceituação da palavradízimo, que, de acordo com o di-cionário Aurélio, significa a dé-cima parte e, ainda, imposto equi-valente à décima parte do rendi-mento.

Instituído legalmente no An-tigo Testamento, o dízimo rece-beu em o Novo Testamento pou-cas referências. As mais impor-tantes estão em Mateus (23:23),Lucas (11:42 e 18:12) e na epís-tola de Paulo aos Hebreus.

Em sua epístola ao Hebreus,Paulo diz: “Os filhos de Levi, re-vestidos do sacerdócio, na quali-dade de filhos de Abraão, têm pormissão receber o dízimo legal dopovo, isto é, de seus irmãos”(Hebreus, 7:5).

Percebe-se, desse modo, que,ao menos indiretamente, o dízimofoi reconhecido como legítimopor Jesus. Na Doutrina Espírita,porém, ao que nos consta, nadaexiste sobre o assunto, embora amanutenção dos centros espíritasconstitua uma obrigação de todosos que deles participam, comoqualquer associação de pessoas,que é a forma tradicional de or-ganização das casas espíritas.

O Espiritismo respondeO texto contido em Mateus

(23:23) reproduz estas palavras deJesus:

“Ai de vós, escribas e fariseus,hipócritas, porque dais o dízimo dahortelã, do endro e do cominho e ten-des negligenciado os preceitos maisimportantes da Lei: a justiça, a mise-ricórdia e a fé; devíeis, porém, fazerestas coisas, sem omitir aquelas!”

Em Lucas (11:42), a advertên-cia atribuída a Jesus é quase idênti-ca: “Ai de vós, fariseus, que pagaiso dízimo da hortelã, da arruda e dediversas ervas e desprezais a justi-ça e o amor de Deus. No entanto,era necessário praticar estas coisas,sem contudo deixar de fazer aque-las outras coisas”.

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O IMORTALMARÇO/2010 PÁGINA 5

serviço em Nosso Lar, onde seencontrava em tarefa ativa haviamais de duzentos anos. Era tam-bém a figura mais antiga do Go-verno e do Ministério em geral, aquem os ministros da Regeneraçãosempre ouviam antes de tomarqualquer providência de vulto.Veneranda e o Governador eram asduas únicas entidades, na Colônia,que haviam visto Jesus nas Esfe-ras Superiores. (Nosso Lar, cap. 32,págs. 178 e 179.)

D. Existem fantasmas em“Nosso Lar”?

R.: Claro que não. A perguntaorigina-se do seguinte fato: Andréobservava com surpresa as árvoresfrondosas e acolhedoras que cerca-vam o caminho que leva ao grandeportão das Câmaras de Retificação.De repente, viu dois vultos estra-nhos que lhe pareceram autênticosfantasmas. Cabelos eriçados, elevoltou correndo ao recinto e expôsa ocorrência a Narcisa, que malconteve o riso. André tinha vistodois companheiros encarnados e seassustou com isso. (Nosso Lar, cap.33, págs. 180 a 183.)

Texto para leitura65. Desequilibrados do sexo –

Quando ia atender a dois enfermosno Pavilhão 11, André escutou gri-taria próxima. Fez então instintivomovimento de aproximação, masNarcisa o deteve dizendo: “Nãoprossiga; localizam-se ali os dese-quilibrados do sexo. O quadro seriaextremamente doloroso para seusolhos. Guarde essa emoção paramais tarde”. (Cap. 31, pág. 168)

66. A profissional do infanticí-dio – Uma mulher pedia insistente-mente socorro, no grande portão quedá acesso aos campos de cultura.Coberta de andrajos, rosto horrendo,pernas em chaga viva, a infeliz de-notava necessidades extremas de seramparada. Narcisa rogou o auxíliode Irmão Paulo, orientador dos vigi-lantes, que informou que a mulhernão poderia, por enquanto, recebersocorro. “Trata-se de um dos maisfortes vampiros que tenho visto atéhoje. É preciso entregá-la à própriasorte”, acrescentou o orientador, es-clarecendo que estavam “numa casade trabalho, onde os doentes reco-nhecem o seu mal e tentam curar-

Continuamos a apresentar otexto condensado da obra “NossoLar”, de André Luiz, psicografadapelo médium Francisco CândidoXavier e publicada pela editora daFederação Espírita Brasileira.

Questões preliminaresA. Como a justiça divina en-

cara o infanticídio?R.: Severamente. E isso é com-

provado com o caso de uma ex-profissional de ginecologia que naTerra agiu a serviço do infanticí-dio. Viam-se no seu corpo espiri-tual 58 manchas escuras que, se-gundo André Luiz, representavamcrianças assassinadas ao nascerem,umas por golpes esmagadores, ou-tras por asfixia. A situação dela erapior que a dos suicidas e homici-das, porquanto nem mesmo remor-so sentia. Era preciso, então, deixá-la entregue à própria sorte, fora dosmuros da colônia espiritual. (Nos-so Lar, cap. 31, págs. 170 a 173.)

B. Qual a finalidade dos salõesverdes existentes em “Nosso Lar”?

R.. Os salões verdes foram cri-ados em Nosso Lar por iniciativade Veneranda. Entre fileiras de ár-vores, bancos naturais cobertos derelva formavam salas de aula ao arlivre. No Ministério do Esclareci-mento, Veneranda instalou um ver-dadeiro castelo de vegetação emforma de estrela, dentro do qual seabrigavam cinco numerosas clas-ses de aula e cinco instrutores di-ferentes. No centro, um enormeaparelho, que lembrava o cinemada Terra, permitia fazer cinco pro-jeções variadas, simultaneamente.O maior e o mais belo recinto doMinistério da Regeneração é o des-tinado às palestras do Governador,construído à maneira do gostohelênico e coberto de flores que serevezam de trinta em trinta dias.Nele cabem confortavelmentemais de trinta mil pessoas. (NossoLar, cap. 32, págs. 175 a 178.)

C. Quem é Veneranda?R.: Veneranda era, na época em

que este livro foi escrito, a entida-de com maior número de horas de

se”. Explicou-se então o significadodas 58 manchas escuras no corpo dainfeliz. Os pontos escuros represen-tavam crianças assassinadas ao nas-cerem, umas por golpes esmagado-res, outras por asfixia. A mulher forauma profissional de ginecologia, aserviço do infanticídio. A situaçãodela é pior que a dos suicidas e ho-micidas. Nem mesmo remorso elaapresentava e, ao ver que não seriaadmitida em “Nosso Lar”, começoua imprecar, a blasfemar e a ofenderos atendentes. Quando seu olhar pas-sou a destilar ódio e cólera, perdeu oaspecto de enferma ambulante, reti-rando-se a passo firme como quempermanece absolutamente senhor desi. (Cap. 31, pp. 170 a 173)

67. Os salões verdes – Por ini-ciativa de Veneranda, foram criadosem “Nosso Lar” os salões verdes, aserviço da educação. Entre fileirasde árvores, bancos naturais cober-tos de relva formavam salas de aulaao ar livre. Havia 40 anos que o pro-jeto fora iniciado e surgiram recin-tos de igual natureza em todos osMinistérios, inclusive no da UniãoDivina. No Esclarecimento,Veneranda instalou um verdadeirocastelo de vegetação em forma deestrela, dentro do qual se abrigavamcinco numerosas classes de aula ecinco instrutores diferentes. No cen-tro, um enorme aparelho, que lem-bra o cinema da Terra, permitia fa-zer cinco projeções variadas, simul-taneamente. O maior e o mais belorecinto do Ministério da Regenera-ção é o destinado às palestras doGovernador, construído à maneirado gosto helênico e coberto de flo-res que se revezam de trinta em trin-ta dias. Nele cabem confortavel-mente mais de trinta mil pessoas.(Cap. 32, pp. 175 a 178)

68. Veneranda – Veneranda é aentidade com maior número dehoras de serviço em “Nosso Lar”,

onde se encontra em tarefa ativa hámais de duzentos anos. É tambéma figura mais antiga do Governo edo Ministério em geral. Os Minis-tros da Regeneração sempre a ou-vem antes de tomar qualquer pro-vidência de vulto. Em numerososprocessos, a Governadoria tambémse socorre de seus pareceres.Veneranda e o Governador são asduas únicas entidades, em “NossoLar”, que já viram Jesus nas Esfe-ras Superiores. Há quatro anos, acolônia amanheceu em festa, por-que as Fraternidades da Luz, queregem os destinos cristãos da Amé-rica, a homenagearam conferindo-lhe a medalha do Mérito de Servi-ço, por haver completado um mi-lhão de horas de trabalho útil, seminterromper, sem reclamar e semesmorecer. Sua permanência em“Nosso Lar” se dá por espírito deamor e sacrifício. Veneranda vinhatrabalhando, havia mais de milanos, pelo grupo de corações bem-amados que ainda demoravam naTerra, e os esperava com paciên-cia. (Cap. 32, pp. 178 e 179)

69. Fantasmas em “NossoLar” – André observava com sur-presa as árvores frondosas e aco-lhedoras que cercavam o caminhoque leva ao grande portão das Câ-maras de Retificação. De repente,viu dois vultos estranhos que pa-reciam autênticos fantasmas. Ca-belos eriçados, ele voltou corren-do ao recinto e expôs a ocorrênciaa Narcisa, que mal conteve o riso.André tinha visto dois companhei-ros encarnados. O longo fio que seescapava da cabeça, nos dois vul-tos, era o que os diferencia dos de-sencarnados. Narcisa aproveitoupara dizer que os encarnados queconseguem atingir aquelas para-gens são criaturas extraordinaria-mente espiritualizadas, apesar de,às vezes, obscuras ou humildes na

MARCELO BORELA DEOLIVEIRA

[email protected] Londrina

Terra. Os companheiros estavamenvolvidos em claridade azul eisso, para Narcisa, significava si-nal de elevação. (Cap. 33, pp. 180a 183)

Frases e apontamentosimportantes

CXIX. Tabelas, quadros, paga-mentos são modalidades de expe-rimentação dos administradores, aque o Senhor concedeu a oportu-nidade de cooperar nas Obras Di-vinas da Vida, assim como conce-de à criatura o privilégio de ser paiou mãe, por algum tempo, na Ter-ra e noutros mundos. (Mãe deAndré Luiz, cap. 36, pág. 199)

CXX. Toda compensação ex-terior afeta a personalidade emexperiência; mas todo valor detempo interessa à personalidadeeterna, aquela que permanecerásempre em nossos círculos de vida,em marcha para a glória de Deus.É por essa razão que o Altíssimoconcede sabedoria ao que gastatempo em aprender e dá mais vidae mais alegria aos que sabem re-nunciar!... (Mãe de André Luiz,cap. 36, pág. 199)

CXXI. Essas aulas (referia-seà conferência de Veneranda) sãoouvidas somente pelos espíritossinceramente interessados. Os ins-trutores, aqui, não podem perdertempo. (Tobias, cap. 37, pág. 200)

CXXII. Aos administradoresem geral incumbe a obrigação decontar o tempo de serviços, mas,quanto ao valor essencial do apro-veitamento justo, só mesmo as For-ças Divinas podem determinar comexatidão. Há servidores que, depoisde quarenta anos de atividade es-pecial, dela se retiram com a mes-ma incipiência da primeira hora,provando que gastaram tempo semempregar dedicação espiritual.(Tobias, cap. 37, pág. 201) (Conti-nua na pág. 12 desta edição.)

Estudando a série André Luiz

Nosso LarAndré Luiz

(9ª Parte)

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O IMORTALPÁGINA 6 MARÇO/2010

O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

As dependências do CentroEspírita Gabriel Ferreira (locali-zado na zona norte paulista) fi-caram lotadas durante o Curso deFormação de Educadores Espí-ritas da Infância, promovidopela União das Sociedades Espí-ritas do Estado de São Paulo, nodia 21 de fevereiro último (fotos).

O local para realização da ati-vidade foi escolhido por oferecermelhor aproveitamento da ativida-de e por ser a instituição onde atuaa equipe que representa o depar-tamento de Infância do estadopaulista. Os participantes, em tor-no de 200 pessoas – provenientesdas cidades de São Paulo,Guarujá, Guarulhos, Jacareí, Li-meira, Praia Grande, Santo André,Santos, Taboão da Serra e, ainda,cidades do Vale do Ribeira – fo-ram divididos em duas turmas.

O abrangente programa, desti-nado ao grupo de pessoas que parti-cipavam da atividade pela primeiravez, incluiu os seguintes módulos:

A Atividade de Educação Es-pírita da Infância (definição e ob-jetivos)

Componentes do ProcessoEducativo (educador, educando, di-rigentes e pais: o papel de cada umno sucesso da atividade; exemplosde ações para interação do setor naestrutura da casa espírita e parasensibilização dos dirigentes e pais)

Estruturando o Departamen-to (divisão de turmas; local, aco-modações, materiais; criação debiblioteca infanto-juvenil; impor-tância de arquivos históricos; reu-niões de educadores; etc)

Planejamento (geral, de temase objetivos de temas; de aulas)

Curso de formação de educadoresespíritas atrai um público numeroso

Recursos Didáticos (música,literatura, jogos espíritas, etc) e

Elaboração de Aulas.

Mesmo em um dia extremamentequente, os participantes perma-neceram atentos e interessados

Um segundo grupo, compostode veteranos nesse curso, teve comoproposta a elaboração de ações paraintegrar e aprimorar a atividade den-tro das Casas Espíritas. Em relaçãoa esta atividade, os participantes (cer-ca de 55 pessoas) revelaram que adiscussão e a troca de informaçõesforam extremamente positivas, ge-rando novas ideias e estimulando otrabalho de conscientização do tra-balho dentro das sociedades em quecolaboram. “O curso superou todasas expectativas porque, além de umprograma completo e exemplos prá-ticos, ofereceu uma acolhida cari-nhosamente memorável”, afirmouSérgio Calderan, do Núcleo Espíri-ta Paz e Amor em Jesus (zona sul dacapital), referindo-se ao evento e àequipe de trabalho.

A qualidade do curso, sempremuito elogiada, foi uma vez maistestada e aprovada pelos partici-pantes que, mesmo em um dia ex-tremamente quente, permaneceramatentos e interessados durante todoo decorrer da atividade. Outro pon-to que mediu o sucesso da iniciati-va é o fato de que não apenas ascasas pertencentes aos órgãos da

USE São Paulo enviaram repre-sentantes. Educadores Espíritasda Infância que fazem parte deinstituições ligadas à Aliança Es-pírita, à Liga Espírita e à Federa-ção Espírita do Estado de SãoPaulo também marcaram presen-ça – fato que, aliás, vem se tor-nando bastante comum em todosos cursos ministrados.

Foi lançada na ocasião acampanha “Comece pelo

Comecinho” para valorizaçãodo trabalho com a infância

Adriana Machado, da Liga Es-pírita, mostrou entusiasmo com aexposição de materiais elaboradospela equipe e que constituem exce-lentes ferramentas para o desenvol-vimento das reuniões com os me-nores: “Eles elaboram jogos genui-namente espíritas, usam literaturae música de qualidade, criam brin-quedos com material reciclado etêm um arquivo histórico muito rico.É fantástico!” Ela não foi a única ase entusiasmar com a exposição eperceber que com criatividade, ca-rinho e muito trabalho é possível,sim, manter a criança e o jovem in-tegrados e interessados na Casa eCausa Espíritas.

Aproveitando a ocasião, oCentro Espírita Gabriel Ferreira(que abrigou o evento), através deseu departamento de infância emocidade, lançou a campanha“Comece pelo Comecinho” paravalorização da atividade de Infân-cia e Mocidade Espírita. Todas ascasas representadas levaram umkit, para implantação e divulgaçãoda iniciativa, contendo um cartazcolorido, folheto e uma sugestãode palestra (em power point) paraque o tema seja abordado e deba-tido dentro das instituições.

MARTHA RIOSGUIMARÃES

[email protected] São Paulo

Cerca de 200 pessoas participaram em São Paulo do curso promovido pela USE cujoobjetivo é incentivar a atividade de educação infanto-juvenil dentro das Casas Espíritas

Muita gente participou doevento em São Paulo

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O IMORTALMARÇO/2010 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Olympia Belém

No dia 20 de julho de 1880 nas-ceu em Muriaé, no Estado de Mi-nas Gerais, Olympia de Clevis Go-mes de Sousa, que ficou conhecidano meio espírita como OlympiaBelém (foto), um Espírito quereencarnou para uma grande mis-são de amor, em cumprimento dalei de Deus que estabelece para to-dos nós a necessidade de nascer,morrer, renascer e progredir sempre.

Filha de Herculano Gomes deSousa, advogado militante em di-versas comarcas mineiras,Olympia era a menina de seusolhos, como se costuma dizer, en-cantando-o não só pela beleza fí-sica, mas principalmente por suarara inteligência.

Ele gostava de ler para ela seustrabalhos e pedir-lhe a opinião. Amenina fazia, então, seus comen-tários não hesitando em discordardo pai quando assim lhe aprouves-se. Mal sabia o Dr. Herculano quenaquele corpinho frágil de uma jo-vem de quatorze anos encontrava-se um Espírito evoluído, de gran-de sabedoria.

Neném, como era chamada emfamília, desde cedo irradiava mui-ta paz e tranquilidade. Aluna do fa-moso educandário americanoGrambery, de Juiz de Fora (MG),onde fez com brilhantismo o cursoNormal, foi ali que conheceuOlindo Belém, também aluno domesmo colégio, com quem se ca-sou em 5 de maio de 1897. Dessecasamento nasceram quinze filhos,que tiveram a oportunidade de re-nascer num lar evangélico, mas dosquais apenas treze atingiram a ida-de adulta, porque dois morreramainda crianças, para tristeza deseus pais.

Foram, porém, esses Espíritos,que voltaram à Terra por curto pra-zo, que despertaram Olympia Belémpara o Espiritismo. Oralza, com ape-nas dois anos de idade, nos últimosmomentos de sua vida terrena, dis-sera à sua mãe em prantos: “Nãochore mamãe, eu vou para Jesus” ejá na pátria espiritual a menina lheaparecia sempre, dizendo-lhe coisasestranhas, o que a levou a estudar aDoutrina dos Espíritos.

Depois de residir em várias cida-des e lugarejos de Minas Gerais,como Cristais, Lafayete, Itabira doCampo, Sabará, Olympia Belém mu-dou-se para Belo Horizonte, onde as-sistiu à inauguração da nova Capitalmineira, pois seu sogro, AntônioBelém, foi um de seus fundadores. Alinasceram vários filhos do casal edesencarnaram Oralza e Oraldo.

Sem prejudicar os afazeres dolar, a jovem senhora passou a adqui-rir livros espíritas e espiritualistas,aproveitando todos os momentospossíveis para a leitura. Depois demuito ler e meditar, resolveu aderirao Espiritismo, em cuja doutrina en-controu plena satisfação para todasas suas indagações.

O marido, embora respeitassesuas novas ideias, não compartilha-va o mesmo ideal, mantendo-se fielà religião de berço — o protestan-tismo — e por vezes se exaltava edizia: “Que loucura, Neném, vocêcom tantos filhos para cuidar!”

A família Belém transferiu-separa o Rio de Janeiro, indo morar naRua Santa Alexandrina, 209, no RioComprido, onde D. Olympia iniciouseus trabalhos sociais com criançasmoradoras da Ladeira do Martins.Suas filhas mais velhas ajudavam-na no socorro aos enfermos e mori-bundos, inclusive com a confecçãode roupas e na busca de recursos paraque as famílias da região melhoras-sem as suas residências, em sua mai-oria barracos.

O esmero com o semelhante erasua bandeira. Em uma ocasião, umatempestade destruiu um casebre dalocalidade. D. Olympia recolheu emsua casa todos os desabrigados e, in-cansavelmente, trabalhou para re-construir a humilde casa. Aos seusfilhos que a acompanhavam, diziaem situações como essa: “Não bastadar uma esmola. É preciso que o as-sistido sinta que estamos dando tam-bém o nosso amor”.

Olympia Belém tornou-se mé-dium receitista, servindo demedianeira do Espírito do Dr. Bezer-ra de Menezes. Aos enfermos incapa-zes de comprar remédios, ela os for-necia já preparados em vidros gran-des, para serem ingeridos às colhera-das. A tarefa do preparo dos medica-mentos homeopatas foi confiada a umde seus filhos que a acompanhavasempre nas visitas aos enfermos.

Sua estrada era longa e seu ca-minho repleto de rosas e espinhos.D. Olympia intuía o que lhe reser-vava o destino. Dirigiu-se à Federa-ção Espírita Brasileira para obtermais informações sobre a DoutrinaEspírita. Indicaram-lhe o CentroEspírita Cristófilos, localizado naRua do Catete, cujo presidente erana época Porfírio Bezerra. Sua me-diunidade aflorou de forma extraor-dinária. Era médium vidente,audiente, curadora, receitista,psicógrafa, psicofônica, sonambúli-ca e de efeitos físicos.

No Rio de Janeiro, seu trabalhoexpandiu-se sobremodo, de formaque era requisitada para proferir pa-lestras e conferências em muitosCentros Espíritas do antigo DistritoFederal e passou a escrever paranumerosos órgãos da imprensa es-pírita brasileira. Muitos dos seus ar-tigos foram publicados nos tradici-onais órgãos “Aurora”, “Mundo Es-pírita”, “A Centelha” e outros.

Poetisa, produziu elevado núme-ro de poesias e sonetos, publicando-

os na imprensa espírita. Deixou ain-da quatro livros publicados, dentreeles dois romances mediúnicos:“Jerusa” e “Dolória”, além de doislivros inéditos, um de poesias e ou-tro de mensagens espirituais.

Passando a residir no bairro daTijuca, ali fundou o Centro EspíritaDiscípulos de Jesus, pelo qual pas-saram numerosos espíritas preemi-nentes, como João Torres, ArthurMachado, Daniel Cristóvão, DePaula Machado, Ruth Santana (di-retora da Casa de Lázaro), AurinoBarbosa Souto, Esmeralda Bitten-court e muitos outros.

De lá saíram também outras ins-tituições, tais como a União dos Dis-cípulos de Jesus, sociedade que al-cançou grande projeção quando foidirigida por Nélson Batista de Aze-vedo.

Em 18 de janeiro de 1937, fun-dou a obra assistencial de amparo àmenina órfã e abandonada, a cuja ta-refa Olympia Belém dedicou toda asua vida, tendo por lá passado, desdea sua fundação mais de 1000 jovens.

Prevendo a sua desencarnação,Olympia Belém escreveu e guar-dou dentro de um Evangelho umafolha de papel encontrada posteri-ormente por sua filha OmarizaBelém, hoje a substituta na dire-ção da Casa. No papel estavam es-critas as seguintes palavras: “Aomorrer, meu corpo ficará as horasde praxe em humilde caixão, so-bre a mesa do Centro dos meus tra-balhos, pelos quais a tudo renun-ciei, exposto à visitação dos que selembrarem de oferecer-me umaprece. Meu Espírito, por certo, es-tará bem longe, só Deus o sabe. Aminha família e minhas filhas ado-tivas não deverão prantear-me, masglorificar a Jesus, pela sua DivinaObra de Amor e Caridade, que per-mitiu à mais humilde criatura con-cretizar, em realidade, a grande ecolossal obra de fraternidade, da

qual fui idealizadora e para a qualrenunciei à vida, com amor edevotamento”.

Suas devotadas atividades deauxílio ao próximo representavamo regozijo de sua alma. No entan-to sua fé foi posta à prova quandosofreu um horrível acidente de car-ro no qual desencarnou sua amadanetinha, fato que lhe custou umamúltipla fratura em três lugares daperna esquerda. Foi submetida auma demorada cirurgia para apli-cação de uma placa de aço na per-na. Dali em diante, a bengala sus-tentaria seus passos. Aosinconsoláveis filhos diante da tra-gédia, a sábia e amável Olympiaconfortava a todos ao proferir:“Não é nada. Eu vou ficar boa.Confiemos em Deus.”

As provas ao longo da vida fo-ram muitas. Permanecia dias a fioretida no leito, vítima de crises deerisipela. Adoentada, certa vez,uma cardiologista chamou seus fi-lhos para uma conversa reservada.Disse-lhes que D. Olympia estavapróxima da desencarnação, masela, ao saber do vaticínio médico,recorreu à homeopatia. Estava cer-ta. As “aguinhas”, como ela sem-pre se referia aos remédios, pro-porcionaram-lhe mais trinta anosde vida.

Olympia Belém desencarnouno dia 26 de agosto de 1969. Emseu lugar, no comando da casa es-pírita assumiu sua filha OmarizaBelém.

Alguns dias antes de desencar-nar escreveu suas últimasquadrinhas:

“Ao mundo vim para sofrerSó vivo carpindo a dor,Mas me valerá morrer,Em pura missão de amor!Amor, que me santifica,Embora a outros contriste,A dor que me purifica,Para muitos não existe.”

Olympia Belém

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A comunicação entre os dois planos

Temos recebido de várias pes-soas seguidoras de outras corren-tes religiosas e-mails com textosou mensagens que, apesar de al-guns dos autores não admitirem,querem “abrir os nossos olhos”para a verdade, verdade deles, éclaro. Alguns buscam realçar aquestão dos “milagres” como basepara sustentar que Deus escolheua religião deles para os produzir.Isso não seria um privilégio?

Primeiro queremos dizer que nãoserão os “milagres” que irão nosconvencer, já que não acreditamosneles. Acreditamos, sim, que eles sãona verdade fatos naturais cujas leisainda desconhecemos, que aconte-cem desde os tempos primitivos, emtodos os lugares e a qualquer um.Não existe nenhum privilégio paraquem quer que seja, já que “Deusnão faz acepção de pessoas”, e prin-cipalmente porque, como está no li-vro Sabedoria (11,24): “Tu amastudo o que existe, e não desprezasnada do que criaste. Se odiasses al-guma coisa, não a terias criado”.

Mas queremos realçar um dospontos fundamentais da Doutrina Es-pírita, sobretudo por ter sido por eleque ela se formou, que é a comunica-ção com os mortos e sua interferênciano mundo dos chamados “vivos”.

O caso que iremos contar agoranão está devidamente relatadocomo acontecido, pois infelizmen-te a memória nos trai não retendotudo aquilo que queremos, mas éum fato real e relatado em reporta-gens televisivas, pouco tempo atrás.

Um casal comemorando as bo-das de ouro (ou seria de prata?), juntocom familiares e amigos, estavanuma Igreja participando de umamissa realizada em agradecimento

a Deus pelo convívio mútuo dos côn-juges até aquela data, fato que nos diasde hoje, diga-se de passagem, torna-se cada vez menos frequente, já que aseparação se tornou uma rotina paramuitos casais. Para guardar aqueleacontecimento, a belíssima cerimôniafoi filmada, visto que no futuro a lem-brança do que ocorreu naquele dia po-deria se perder completamente.

Nos dias que se sucederam, todosos familiares se juntaram para assistirao que foi gravado em videocassete,mas ninguém tinha atentado para cer-to detalhe, até que, num determinadodia, um dos que assistiam chamou aatenção de todos para duas pessoasque, bem ao fundo da Igreja, estavamindo de um lado para outro. Consegui-ram identificar uma delas. A surpresafoi geral, pois era a imagem de um pa-rente que havia morrido, ou seja, vol-tara para o mundo espiritual de ondeveio, assumindo sua verdadeira con-dição de ser espiritual.

Se não há nenhum tipo decomunicação com os mortos,qual o sentido de os católicos

fazerem preces e pedidos a eles?

Rebuliço muito grande, na épo-ca. O casal apareceu em vários ca-nais de TV exibindo a fita, da qualafirmava categoricamente reconhe-cer, entre aqueles dois que atraves-savam de um lado para outro na Igre-ja, um de seus parentes desencarna-dos. Num determinado canal de TV,chamaram “especialistas” para opi-nar sobre o ocorrido, e entre eles es-tava um padre católico. Esse padre,que se diz especialista em parapsi-cologia, na verdade um reconhecidoantiespírita, disse que tudo se trata-va de fruto da imaginação. Que teriasido o inconsciente das pessoas queteria produzido tal coisa. Desculpe-nos, mas foi bom ver o casal partin-do para cima desse referido padre,ao qual, se não fosse contido, talvez

esganasse ali diante de milhões detelespectadores.

O fato é que o padre, travestidode cientista, não explicou como o in-consciente consegue produzir a ima-gem de uma pessoa em que ninguémestaria pensando naquele momento,e que passou a ter vida própria paracaminhar de um lado a outro na Igre-ja. Entretanto, esse mesmo padre acei-ta, sem contestar, que aqueles aosquais os católicos chamam de santosaparecem aos chamados vivos. Citama aparição de vários deles e em mui-tas ocasiões, e até mesmo recorremaos anais da Igreja para comprovar talassertiva. Aí perguntamos: somente osEspíritos dos chamados santos cató-licos podem se manifestar?

Já que falamos em santos, pode-mos acrescentar: Se não há nenhumtipo de comunicação com os mortos,qual o sentido de os católicos faze-rem preces e pedidos a eles? E mais:como esses santos atendem aos pedi-dos sem que haja uma via de comu-nicação entre o mundo espiritual e omaterial? Como se vê, podemos en-contrar a maior prova de que os mor-tos se comunicam exatamente naqui-lo em que eles acreditam. Mas nãoqueremos ficar só nessa espécie deprova; vamos agora recorrer à Bíblia,livro dito sagrado que, segundocreem, é a palavra de Deus e tudo quenela se contém não apresenta erro.

Analisemos as seguintes passa-gens:

1Sm 10,6: E o espírito do Senhortomará conta de ti, de modo que en-trarás em transe com eles, sendotransformado num outro homem.

Aqui percebemos claramente aocorrência de uma pessoa em transe(mediúnico) recebendo a influência deum Espírito. Ora, você irá dizer que setrata de “o” espírito e não “um” espíri-to? Segundo afirmam vários estudio-sos da Bíblia, quando em grego nãoaparece o artigo definido é porque atradução correta deverá ser de “um” e

não “o” como se costuma colocar emalgumas traduções bíblicas. Ademais,perguntamos: se fosse realmente o es-pírito de Deus, ele iria “baixar” em al-guém? Mais à frente você entenderápor que colocamos “baixar”.

Ser Saul influenciado orapor um Espírito bom, ora por

um Espírito mau, é algoperfeitamente aceitável; é o

que realmente acontece

Será que existe um ser humanocom tamanha elevação para poderreceber no seu corpo a influência di-reta do Criador? Pode ser que alguémacredite nisso, mas nós não, já quenão conseguimos enxergar Deuscomo o simples Criador da Terra,mas o Criador do Universo infinito,do qual não temos ainda capacidadede compreender a magnitude.

1Sm 11,6: Quando Saul ou-viu estas palavras, o espírito deDeus tomou conta dele, e foi pos-suído de violenta cólera.

Essa passagem é para comprovarque Deus não influencia as pessoas daforma que os Espíritos fazem. Os queaceitam isso deverão admitir também

PÁGINA 8 PÁGINA 9O IMORTAL MARÇO/2010MARÇO/2010

PAULO DA SILVA NETOSOBRINHO

[email protected] Guanhães, MG

livro há de induzir os seus leitoresa uma meditação profunda”.(ALBERTINI, 1989, contracapa.)

O livro de que dispomos foi tra-duzido da 12ª edição italiana (umbest-seller?), por uma editora deorientação estritamente católica queé a “Edições Loyola”, mas, infeliz-mente, quando depararam com oque realmente tinham editado, nãose publicou mais nenhuma novaedição. Assim, a verdade mais umavez foi para debaixo do tapete.

A morte é apenas umapassagem. Nossa vida continua,

sem qualquer interrupção,até o fim dos tempos

O segundo livro é mais inte-ressante porque o seu autor é umpadre católico. Seu nome é PadreFrançois Brune, do qual se diz:

O Pe. François CharlesAntoine Brune é bacharelado emLatim, Grego e Filosofia. Cursouseis anos de “Grand Seminaire”,sendo cinco no Instituto Católicode Paris e um na Universidade deTubingen. Tem cinco anos de cur-so superior de Latim e Grego naUniversidade de Sorbonne. Estu-dou as línguas assírio-babilônico,hebreu e hierógrafos egípcios. Foilicenciado em Teologia no Insti-tuto Católico de Paris em 1960, eem Escritura Sagrada, no Institu-to Bíblico de Roma, em 1964. Foiprofessor de diversos “Seminai-res” durante sete anos. Estudou atradição dos cristãos do Oriente ededica-se a estudos dos fenôme-nos paranormais. (BRUNE, 1991,orelha da contracapa.)

Segundo temos notícias, o Pa-dre Brune é o representante doVaticano para assuntos deTranscomunicação Instrumental(Comunicação dos mortos poraparelhos eletrônicos). (Continuana pág. 10.)

Em seu livro Os Mortos nos Falam, o Padre François Brune afirma categoricamente que nós podemos nos comunicar com aqueles que chamamos de mortos

que Deus ao influenciar alguém possafazer com que a pessoa se tome de “vi-olenta cólera”, conforme narrado nes-ta passagem. Somente um fanáticopoderá aceitar um absurdo desse.

1Sm 16,14-16.23: O espírito doSenhor se tinha retirado de Saul ecada vez mais frequentemente o as-saltava um mau espírito da partedo Senhor. Então os cortesãos deSaul lhe disseram: “Está bem cla-ro que o espírito mau de Deus teassalta. Ordene nosso senhor – nósteus servos estamos às tuas ordens– que procuremos um homem quesaiba tocar cítara. Quanto vier so-bre ti o mau espírito de Deus, elevai tocar com sua mão e te sentirásmelhor”. Quando o mau espíritode Deus se apoderava de Saul, Davitomava a cítara, sua mão dedilha-va as cordas e Saul se sentia alivi-ado e melhorava, e o espírito mause afastava dele.

Ser Saul influenciado ora por umEspírito bom (espírito do Senhor), orapor um Espírito mau (espírito mau deDeus), é perfeitamente aceitável, é oque realmente acontece. Não há comocontestar, para aqueles que não pos-suem espírito sectário, de egoísmo

eclesiástico ou fanatizados por seuslíderes religiosos.

1Sm 19,9-10: Um dia um espíri-to mau do Senhor baixou sobre Saul;ele estava sentado em casa com alança na mão, enquanto Davi dedi-lhava a cítara. Em dado momentoSaul quis espetar a Davi na paredecom a lança, mas Davi conseguiu es-quivar-se de Saul, de modo que esteacertou a lança apenas na parede.Davi fugiu, escapando ileso.

1Sm 19,19-20: Quando comu-nicaram a Saul que Davi estava emNaiote em Rama, ele enviou men-sageiros para prender a Davi. Es-tes viram a comunidade dos profe-tas, presidida por Samuel, falandoem transe profético. Então o espí-rito de Deus baixou sobre os men-sageiros de Saul, de modo que tam-bém eles entraram em transe pro-fético. Quando referiram isto aSaul, ele mandou outros mensagei-ros, mas também estes foram toma-dos de transe profético. Saul aindamandou uma terceira vez outrosmensageiros, os quais também en-traram em transe. Então ele mes-mo se pôs a caminho de Rama.Quando chegou à grande cisterna,

situada em Soco, perguntou:“Onde estão Samuel e Davi?” Al-guém respondeu: “Eles estão emNaiote em Rama”. Quando se pôsa caminho para lá, para Naiote emRama, baixou também sobre ele oespírito de Deus, de modo que du-rante todo o caminho até chegar aNaiote em Rama, estava em transeprofético. Também ele tirou a rou-pa e ficou em transe diante deSamuel; caiu no chão e ficou semroupa todo este dia e toda a noite.Por isso dizem: “Então tambémSaul é do número dos profetas?”

As provas mais incontestáveis dacomunicação com os mortos

encontramos, uma no Antigo eoutra no Novo Testamento

Observemos nas duas narrativasacima as expressões “um espíritomau do Senhor baixou” e “o espíri-to de Deus baixou”. É tal e qual sefala normalmente quando, não co-nhecendo o fenômeno mediúnico,as pessoas dizem: “o espírito bai-xou” em fulano, ao verem alguémque está sob a influência de um Es-pírito. Qual a diferença?

As duas provas mais incontestáveisda comunicação com os mortos vamosencontrar, uma no Antigo Testamentoe outra no Novo Testamento.

A primeira é velha conhecidados nossos adversários que queremde todas as maneiras buscar umaoutra interpretação para ela, demodo que não fique evidenciado ofato de que houve uma comunica-ção com o Espírito de uma pessoaque já havia falecido. Está narradoem 1 Samuel 28, que iremos resu-mir: Saul, cercado pelos filisteus,querendo saber o que ia acontecerao povo no caso da guerra contraeles, busca uma pitonisa de Endorpara que ela lhe adivinhe o que es-taria para acontecer no futuro. Pedeà médium, no caso é uma mulher,

para que evoque o Espírito deSamuel, para que ele possaconsultá-lo a respeito do que o afli-gia. O Espírito de Samuel aparecee, incorporado, ou seja, depois de“baixar” na médium, diz a Saul queele iria morrer naquela guerra, o quede fato acabou ocorrendo.

Na que encontramos no NovoTestamento, devemos realçar que ofato acontece, nada mais nada menos,de que com Jesus. Na ocasião, Ele,acompanhado de Pedro, Tiago e João,sobe ao Monte Tabor, lá se transfigu-ra e lhe aparecem os Espíritos deMoisés e Elias que conversam comEle (Mt 17,1-9). Não há como a coi-sa ficar mais clara que isso. Repeti-mos, somente os fanáticos é que nãoveem, ou não querem ver.

Poderíamos colocar várias pes-quisas realizadas sobre a comunica-ção dos mortos, feitas por pessoasidôneas e de reconhecido saber ci-entífico. Mas não iremos colocá-laspor dois motivos. O primeiro porquecertas coisas, apesar de serem fatosreais, não necessitam de comprova-ção, até mesmo porque em algumassituações as condições de provas sãomuito difíceis, a exemplo da crençaem Deus, cuja existência até hojeninguém conseguiu provar, apesar detodos nós aceitá-la tranquilamente.O segundo porque os atuais donosda verdade, que ao menos se pro-põem a fazer a pesquisa com o mes-mo rigor científico desses pesquisa-dores, irão afirmar: as condições deépoca..., Freud ainda não havia tra-zido a hipótese do inconsciente etc.Aliás, essa tal hipótese do inconsci-ente é falada, mas nunca ninguémprovou sua existência, como e emque condições esse inconsciente pro-duz os fatos a ele atribuídos.

No livro O Além Existe, LinoSardos Albertini relata o caso dacomunicação que teve com seu

filho já desencarnado

Vamos falar de testemunhos depessoas que não pertencem às hostesespíritas, para que não falem queestamos puxando a “brasa para anossa sardinha”. Novamente citare-mos dois casos.

O primeiro deles está relata-do no livro O Além Existe, ondeo autor relata o caso da comuni-cação que teve com seu filho jádesencarnado. O autor chama-seLino Sardos Albertini, de cujabiografia extraímos estes dados:advogado, profissional liberal,exerce atividade em Trieste,onde reside na Rua Piccardi, 43.Foi presidente da Academia deEstudos Jurídicos e Econômicos“Cenáculo Triestino” e presiden-te da Junta Diocesana de AçãoCatólica de Trieste. Foi – e tal-vez ainda seja – vice-presidentenacional da União Pan-europeiaI ta l iana e pres idente daArqueoclube de Trieste. É autorde vários ensaios. Na contracapase diz:

“Este livro é a crônica de umdiálogo incomum, entre duas dife-rentes dimensões, entre o aquém e oalém, entre o pai que chama e umfilho, morto em circunstâncias dra-máticas, que responde. O diálogoocorre através de uma sensitiva quecategoricamente exclui qualquer re-compensa e se recusa a desenvolveruma atividade pública”.

“Ela pratica um tipo de escritaautomática por meio da qual dese-maranha o fio que mantém unidos oadvogado e seu filho, André”.

“Crítico e descrente no começo,Lino Sardos Albertini teve de resig-nar-se aos fatos inexplicáveis queAndré apresentava, a lógica severadas respostas, a sua coerência. Ex-traordinária é a maneira de transmis-são das mensagens”.

“Envolvente como um roman-ce, impregnado – mesmo na situa-ção dolorosa – de fé e esperança, este

Padre François BruneO livro em que Padre Brunediz que os mortos nos falam

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O IMORTALPÁGINA 10 MARÇO/2010

A Doutrina Espírita, ao revigo-rar a ética-afetiva do Cristo, ilumi-na a noite da ignorância e apontaos meios para a transcendência dasferidas anímicas.

Joanna de Ângelis informa queo ser humano contemporâneo éatacado por cinco verdugos daalma, que são o medo, a ansieda-de, a depressão, a angústia e a so-lidão. Para a reversão deste qua-dro sintomático, é preciso que bus-quemos o remédio dentro de nósmesmos.

Desse modo, o Consolador

Prometido faculta ao ser huma-no roteiros que asseguram a au-tovalorização e o bem viver, poistanto instrui sobre os motivos quefavorecem o mal viver e as cau-sas ocultas das enfermidades edesequilíbrios, como orienta osrecursos preciosos que contribu-em para o êxito do programa per-tencente a cada ser humano emexperiência corpórea neste Plane-ta-escola.

Como passantes, não estamosaqui somente para aprender a co-nhecer e a fazer, mas, principal-mente, para aprender a conviveramorosa e fraternalmente, pois esteé um itinerário essencial paraaprender a ser. Não nascemos, en-

tão, simplesmente para sofrer e fin-dar, porém experimentamos o re-torno à carne para amar e flores-cer.

Cristo nos revelou a importân-cia do cuidado com a vida interior(a busca do Reino) e, por isso, si-nalizou a necessidade da aliançadiária com as manifestações dobem, que exigem o interesse ho-nesto pela conquista dos valoresimperecíveis do Espírito.

Assim, como é o Espírito oagente das perturbações, em qual-quer processo de desarmonia, abusca do reequilíbrio deve seracompanhada pelo esforço de mo-dificar a conduta para melhor, oque implica atenção face ao que

pensamos, sentimos e, principal-mente, sobre a maneira como agi-mos e reagimos – a disciplina co-tidiana que procura corrigir as for-mas equivocadas de tratar a si mes-mo e a vida de relação.

Roberto Crema, um dosterapeutas da Unipaz, contou que nainfância observou o mundo muitomal frequentado. Então, ele aderiua uma atitude de sobrevivência: pro-curou enxergar o que há de positi-vo nas pessoas e, ao mesmo tempo,a sombra dentro dele, contudo deuma maneira acolhedora e amoro-sa. “Pesquisai tudo e retende obem”, aconselhava Paulo de Tarso.Para viver serenamente entre emcontato com tudo, mas guarde parasi somente o bem e o belo.

Constitui, então, sinal de inte-ligência emocional optar pelo cui-dado com a vida interior, pois naraiz da desarmonia, da perda da

“Devo tudo que tenho e sou àDoutrina Espírita”

(Conclusão da entrevista publicada na pág. 3.)– Como o senhor vê as difi-

culdades atuais enfrentadas pe-los seres humanos?

No momento vejo que o mun-do é como a torre de Babel. Nestemomento estão todos querendo irpro céu, mas não sabem como.Entendo que, como está escrito nabandeira do Brasil “Ordem e pro-gresso”, para o mundo progredirtem de haver ordem e organiza-ção, pois manda quem pode, obe-dece quem tem juízo, ou seja, Je-sus manda e se tivermos juízo obe-deceremos. Vejo o mundo na es-cala maior dos planetas e na esca-la menor os continentes, naçõescomo Brasil. E no Brasil a famí-lia, e na família cada um de nós.Não devo esperar por leis e decre-tos para saber o que é certo ou er-rado. Para ser bom, para ter disci-plina, ordem, respeito, tenho defazer ao próximo aquilo que euaprendi. Se é bom pra mim, é bompara os outros. Quando toda a hu-manidade pensar assim, o mundoserá maravilhoso.

– Na sua opinião qual o mai-or desafio do ser humano atual?

É o de expulsar de dentro desi mesmo o ódio, a ignorância,pois, em sendo ignorante, torna-se orgulhoso, prepotente, ciumen-

me possibilite a oportunidade decontinuar fazendo isso, pois comojá disse não acredito na morte.Estou fazendo 66 anos e sei que aqualquer hora retornarei à pátriaverdadeira, mas quero continuarsempre nesse projeto, pois melembro de alguém que um dia veioe falou grandes maravilhas, masnão foi entendido e acabou cruci-ficado. Então não desejo, nada amais e nada a menos, que umapessoa continue na escuridão de-pois de ouvir o Evangelho da mi-nha boca e de outras pessoas tam-bém. Meu desejo é um só, de umdia saber que a humanidade é fe-liz e eu também estarei bem felizno meio dela, pois a ela pertençoe a Doutrina Espírita só me ensi-na isso. Eu não acredito que Deuscriou o mundo para sermos infe-lizes, e não acredito que Ele tenhame colocado no mundo só para re-clamar dele, pois a grande razãode estar vivo, estar em um corpo,é semear o bem. Espero que omundo seja de paz. Para mim asconquistas materiais dependemmuito dos valores do espírito, poisvocê pode ter muitos bens mate-riais e não dar valor a si próprio, oque o levará à falência, com cer-teza. (Orson Peter Carrara, deMatão-SP.)

Sebastião Miguel de Lima:

Espiritismo e libertação

Em seu livro, após afirmar,categoricamente, que “O apósvida existe e nós podemos nos co-municar com aqueles que chama-mos de mortos” (BRUNE, 1991,p. 15), o Pe. François Brune ar-remata dizendo:

Escrevi este livro para tentarderrubar o espesso muro de silên-cio, de incompreensão, de ostra-cismo, erigido pela maior partedos meios intelectuais do ociden-te. Para eles, dissertar sobre a eter-nidade é tolerável; dizer que sepode entrar em comunicação comela é considerado insuportável.

[...]Tomem este livro como um

itinerário. Abandonem, tantoquanto possível, suas ideias pre-concebidas. Não tenham medo;se este livro não os transformar,logo se aperceberão. Em todocaso, leiam esta obra como a his-tória de uma descoberta fabulosae verdadeira.

Progressivamente então, sur-

girão essas verdades essenciaisque se tornarão, assim eu lhesdesejo, a matéria de suas vidas.A morte é apenas uma passagem.Nossa vida continua, sem qual-quer interrupção, até o fim dostempos. Levaremos conosco parao além nossa personalidade, nos-sas lembranças, nosso caráter.(BRUNE, 1991, p. 15-17.)

Fica aí a título de conclusão afala do Padre Brune, cujo conteú-do sugerimos para reflexão dosque tentam dizer que tudo no Es-piritismo é superstição, fruto daimaginação ou coisa que o valha.(Paulo da Silva Neto Sobrinho,de Guanhães-MG.)

Referências bibliográficas:BRUNE, F. Os Mortos nos

Falam. Sobradinho, DF: Edicel,1991.

ALBERTINI, L. S. O AlémExiste. São Paulo: Loyola, 1989

Bíblia Sagrada – 8ª ed.Petrópolis, RJ: Vozes, 1989.

A comunicaçãoentre os dois planos

Em seu livro Os Mortos nos Falam, o Padre FrançoisBrune afirma categoricamente que nós podemos nos

comunicar com aqueles que chamamos de mortos(Conclusão do artigo

publicado nas págs. 8 e 9.)

to, egoísta, e essas doenças todas le-vam o ser humano e a humanidadeao caos. O maior perigo do momen-to de hoje não são as guerras, epi-demias ou a fome, mas sim o can-saço dos bons, daqueles que nãousam o que já sabem, porque o bemsempre vence. Ser honesto, digno,respeitador, educado, isto é que le-vará o mundo ao bem comum.

– Pela sua experiência compalestras em diferentes lugares,qual a sensação, qual a impres-são ou que ensinos podem ser ti-rados da variedade de institui-ções e atividades inspiradas peloEspiritismo?

Concluí que, se eu pegar o pou-co que sei e colocar em uma caixa eguardá-la, só terei aquela quantida-de. É como se você tiver um punha-do de semente e, por preguiça, nãoplantar e, portanto, não colherá. En-tão na minha cabeça é preciso levaro pouco que eu sei a locais diferen-tes, como alguém que semeia paraque os outros possam colher.

– Há algo mais que gostariade dizer?

Eu espero, e isso vai acontecer,pode demorar muitos séculos, queo pouquinho que eu estou dando decolaboração no meio em que vivo

EUGÊNIA PICKINA [email protected]

De Londrina

autoestima, reside a necessidade doreajuste ético e afetivo do Espíri-to, sendo remédio apoiar-se no bema fim de que o bem sejainternalizado nas atitudes, pensa-mentos e sentimentos.

Por estarmos fadados à evolu-ção, à transcendência plena de nos-sos verdugos e carências, a fé érecurso indispensável aoenfrentamento das dificuldadesdiárias, assim como o dever é ins-trumento precioso para a manuten-ção da paz interior. Além disso,como a mensagem espírita estácalcada no amor, e não no temor,na esperança, e não no desespero,podemos viver em confiançairrestrita do Pai, pois a vida sem-pre é generosa e se inclina a favo-recer os meios para o nosso pro-gresso – gradual, mas ininterrupto,segundo uma herança de luz, poissomos filhos de Deus.

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O IMORTALMARÇO/2010 PÁGINA 11

Cambé – Todas as quartas-feiras, às20h30, o Centro Espírita Allan Kar-dec promove em sua sede, na RuaPará, 292, um ciclo de palestras, compalestrantes especialmente convida-dos. Eis a programação de março: dia3, Pedro Garcia (Arapongas); dia 10,Izabel Fátima Andrian (Sarandi-PR);dia 17, José Antônio Vieira de Paula(Cambé); dia 24, José Samorano(Santo Anastácio-SP); dia 31, EliseuMota Junior (Franca-SP).

Curitiba – No dia 7 de março, às10h, “Alegria” será o tema da pales-tra a ser realizada no Teatro da Fe-deração Espírita do Paraná, sob a co-ordenação do CEPE.– Realiza-se de 12 a 14 de março emPinhais, na região metropolitana deCuritiba, mais uma Conferência Esta-dual Espírita, que terá como tema ge-ral “Vida, desafios e soluções”. (Leianesta seção, nas notícias de Pinhais,mais informações sobre o evento.)

Londrina – Terá início no dia 5 de mar-ço o ciclo mensal de palestras organiza-do pela União das Sociedades Espíritasde Londrina (USEL). Eis o programacompleto a ser cumprido no mês:

Palestras, seminários e outros eventos– No dia 8 de março, às 20h, Di-valdo P. Franco profere palestra noLondrina Country Clube, situadona Rua Fernando de Noronha, 977,com entrada franca, numa promo-ção da Federação Espí r i ta doParaná e 5ª. União Regional Espí-rita.– Serão inauguradas no próximodia 3 de abril, sábado, às 19h, asnovas cadeiras do Centro EspíritaNosso Lar. A cor escolhida, porvotos dos frequentadores da Casa,é marrom. Haverá números musi-cais no dia do evento e provavel-mente a presença de FranciscoFerraz Batista, presidente da Fede-ração Espírita do Paraná, como pa-lestrante convidado especialmentepara a ocasião.– O Curso de Iniciação ao Espiritis-mo promovido pelo Centro EspíritaNosso Lar (Rua Santa Catarina,429), recomeçou depois do carnaval.Os estudos são realizados em duasturmas, às quintas-feiras e aos sába-dos. As aulas de quinta começaramno dia 18 de fevereiro, às 20h, e asda turma de sábado, no dia 20, às14h. O curso é gratuito e aberto àcomunidade em geral.

– Inaugura-se no dia 8 de março,às 16h, uma nova Casa Espírita emLondrina, a S.E.P.E. – SociedadeEspírita Paulo e Estêvão, situadana Rua Rosa Siqueira , 129-A,Bairro do Aeroporto. A nova so-ciedade tem em sua direção pro-visória nossa confreira TerezinhaDemartino.

Assaí – A Sociedade Espírita Luz eVida promoveu em fevereiro maisum Mês Espírita de Assaí com pa-lestras às quintas-feiras, a partir das20h. Os palestrantes foram: dia 4,Lílian Madi (Cornélio Procópio); dia11, Júpiter Villoz Silveira (Londri-na); dia 18, Davi José de Oliveira(Ibiporã); dia 25, Milton Brito(Uraí). As palestras realizaram-se naRua Washington Luiz, ao lado daantena da TIM.

Cascavel – Sandra Borba falará nodia 11 de março na cidade de Casca-vel.

Francisco Beltrão – Realiza-se nodia 6 de março, sobre coordenaçãodo DIJ da FEP, o seminário“Evangelizador: Servidor de Jesus”.O evento ocorrerá no Centro Espíri-ta Mensageiros da Paz e abordará as-suntos ligados ao compromisso doevangelizador, a atuação individuale da equipe, motivação individual eda equipe.

Guarapuava – O confrade Dival-do Franco profere no dia 10 demarço, às 20h, palestra no SalãoSocial do Guarapuava Esporte Clu-be, situado na Rua Brigadeiro Ro-cha nº 1000. A entrada será fran-ca.

Jacarezinho – Eis a programação depalestras do Centro Espírita João Ba-tista no mês de março, com início sem-pre às 20h:

01.03.2010 – José Aparecido Sanches- Tema: Não perturbes.05.03.2010 – José Lázaro Boberg- Tema: Técnicas e Curas espiritu-ais08.03.2010 – Maria Luíza Boberg -Tema: Na fonte do bem12.03.2010 – José Aparecido Sanches- Tema: Sempre vivos

1 5 . 0 3 . 2 0 1 0 – J o s é L á z a r oBoberg - Tema: Fidelidades di-vididas1 9 . 0 3 . 2 0 1 0 – M a r i a L u í z aBoberg - Tema: Confiemos ale-gremente22.03.2010 – José Aparecido Sanches- Tema: Olhai2 6 . 0 3 . 2 0 1 0 – J o s é L á z a r oBoberg - Tema: Não estrague oseu dia29.03.2010 – Maria Luíza Boberg -Tema: Evita contender.– O Centro Espírita Nosso Larpromoverá em março, com iní-cio às 20h, as seguintes pales-tras:03.03.2010 – José Lázaro Boberg- Tema: Técnicas e Curas espiritu-ais10.03.2010 - José Aparecido Sanches- Tema: Não perturbes17.03.2010 – Maria Luiza Boberg -Tema: Confiemos alegremente2 4 . 0 3 . 2 0 1 0 – J o s é L á z a r oBoberg - Tema: Fidelidades di-vididas31.03.2010 – José Aparecido Sanches- Tema: Sempre vivos.

Maringá – O confrade Raul Teixeiraprofere no dia 9 de março, às 20h30,palestra no Teatro Marista, situado naAvenida Itororó, 99. A entrada seráfranca.– O Cen t ro Esp í r i t a Je sus deNazaré, localizado na Rua Vere-ador David Rabelo de Oliveira,7 0 6 - J a r d i m S e m i n á r i o , e mMaringá, promove palestras to-das as segundas-feiras e sábados.Na segunda-feira a palestra ocor-re às 20h; no sábado, a partir das15h.

Paranavaí – A conferencista espí-rita Sandra Borba realiza palestrano Teatro Municipal Dr. AltinoAfonso Costa , s i tuado na RuaGuaporé, 2080, no dia 10 de mar-ço, às 20h.

Pinhais – Realiza-se na cidade nosdias 12 a 14 de março a XII Confe-rência Estadual Espírita, que terácomo tema “Vida, desafios e solu-ções”. O evento é promovido pelaFederação Espírita do Paraná (FEP)e contará com a participação de Di-valdo Franco, Raul Teixeira, NestorMasotti, Sandra Borba e AlbertoAlmeida. O local será o ExpotradePinhais. A entrada será franca. Maisinformações no (41) 3223-6174.

Ponta Grossa – Uma conferência acargo de Divaldo Franco está pro-gramada para o dia 11 de março,quinta-feira, no ShoppingPalladium, na Rua Ermelino Leão,703 – Olarias. O evento acontece apartir das 20h. Outras informaçõesno (42) 9926-1111.

Rolândia – O orador Raul Teixeiraprofere palestra no dia 11 de março,às 20h, no Rolândia Country Clube,situado na Rua Estilac Leal, 401. Aentrada é franca.

Rio Negro – O conferencista e mé-dium Divaldo Pereira Franco proferepalestra no dia 9 de março, terça-fei-ra, na Sociedade de Agricultura União(Rua Ignácio Schelbauer, 4). O even-to acontece a partir das 20h. Mais in-formações no (42) 9917-6892.

Santo Antônio da Platina – O ora-dor espírita Raul Teixeira proferepalestra no Clube Platinense Entida-de Social e Recreativa (Avenida Co-ronel Oliveira Mota, 985), no dia 10de março, quarta-feira. O evento co-meça a partir das 20h. Informações:(43) 3534-3580 ou 9618-3462.

Umuarama – Está programada paraesta segunda-feira, dia 8 de março,uma conferência com o orador RaulTeixeira. A palestra acontece no Cen-tro Cultural Schubert, às 20h. Maisinformações no (44) 9976-2641.

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O IMORTALPÁGINA 12 MARÇO/2010

ELSA [email protected]

De Londres (Reino Unido)

Mais um dia de forte nevasca naregião de Londres. Europa sob aneve em janeiro. Trânsito difícil nascidades, atenção total dos pedestresao caminhar nas calcadas escorre-gadias da capital britânica, os tom-bos quase inevitáveis, se desatentos.

Londres foi abençoada com abrancura da neve, cobrindo total-mente a cidade. Uma beleza paramuitos olhos que viam a neve pelaprimeira vez. Os fotógrafos anda-vam com suas câmeras penduradasno pescoço, ou na mão, e os cliquesse ouviam a cada instante. Valeu apena o passeio de ônibus vermelho,com a animação dos turistas, algunsainda despreparados para o frio quese fazia mas que a ninguém impe-dia de sair de seus hotéis.

Era uma quarta-feira abençoada.Como de costume, prepara-se a salade estudos espíritas em inglês, quejá vem acontecendo há alguns anos,na Oxford House, em BethnalGreen, na Zona Leste de Londres, a

10 minutos da estação LiverpoolStreet, próximo do rio Tâmisa.

No ambiente com calefação,quentinho, local de tarefas espíritas,onde a oração no trabalho diário ilu-mina todo o prédio secular daOxford House e todo o quarteirão,há sempre um “cup of tea” esperan-do os amigos que vem estudar asobras de Allan Kardec. A maioriabritânicos. Não somos muitos, àsvezes 12 pessoas, às vezes 8. Éra-mos, na ultima quarta-feira de feve-reiro, apenas duas brasileiras, eu eMicheline, e os demais britânicos euma alemã. A língua falada semprea inglesa, para que a comunicaçãoflua e seja bem entendida. JanetDuncan tem vindo a essas reuniões.

No dia da nevasca maior, peloimpedimento normal de transporteem algumas áreas e rodovias impra-ticáveis, apareceu somente o Mr.Stevens, encontrando na sala de es-tudos, no pequeno escritório daBUSS, a Micheline, que lá já esta-va, sorridente e feliz....

Eis que aparece o Mr. Stevensresmungando algo assim, muito co-mum nos britânicos: “Miserable day,

miserable weather....” (dia miserá-vel, tempo miserável) e encontra aMicheline com um sorriso enorme,feliz, olhos brilhantes, uma alegriaimensa, porque era a primeira vezque ela estava vendo a neve, um so-nho que já acalentava desde sua ter-ra mineira no Brasil. Ele, ao ver aalegria dela apontando o parque emfrente à janela da sala: Olha, Mr.Stevens, que coisa mais linda, isso émaravilhoso, etc... E nessa alegriacontagiante, fizeram os estudos, e eleretornou à sua casa, pensando mui-to no que sentira ao ver a neve comos olhos da Micheline.

Na reunião de 17 de fevereiro,

Crônicas de Além-Mar

Mr. Stevens e a nevasca em Londres

ELSA ROSSI, escritora e pales-trante espírita brasileira radicada emLondres, é 2ª Secretária do Conse-lho Espírita Internacional, diretorado Departamento de Unificação paraos Países da Europa, organismo doConselho Espírita Internacionale secretária da British Union ofSpiritist Societies (BUSS).

eu já havia retornado do Brasil,quando ele me confessou que até odia daquela nevasca nunca tinhapensado por outra ótica, mas ao vero estado de alegria da Micheline,mudou a maneira de ver a chuva, aneve, o frio, e pretende não maispronunciar esse jargão tão comumno temperamento britânico. A pala-vra miserable aqui não tem aconotação que temos no Brasil, mas,ainda assim, é um desagrado.

Olhei para Mr. Stevens e perce-bi a luz que brilhava em seus olhos,os seus cabelos brancos são neveeternas, e a sua musicalidade interi-or desponta ao confessar: “Micheline

me fez pensar de outra forma”.Assim, queridos irmãos leitores

de nosso O Imortal, a recompensavem de todos os cantos das terras dealém-mar. Nossa recompensa é a ale-gria do dever cumprido, fazendo adiferença para melhor.

CXXIII. Cada filho acerta con-tas com o Pai, conforme o empregoda oportunidade, ou segundo suasobras. (Tobias, cap. 37, pág. 201)

CXXIV. O pensamento é a basedas relações espirituais dos seres en-tre si, mas não olvidemos que somosmilhões de almas dentro do Universo,algo insubmissas ainda às leis univer-sais. (Veneranda, cap. 37, pág. 203)

CXXV. Uma existência secular,na carne terrestre, representa perío-do demasiadamente curto para aspi-rarmos à posição de cooperadoresessencialmente divinos. (Veneranda,cap. 37, pp. 203 e 204)

CXXVI. Somos admitidos aoscursos de espiritualização nas diver-sas escolas religiosas do mundo, mascom frequência agimos exclusiva-mente no terreno das afirmativasverbais. Ninguém, todavia, atende-rá ao dever apenas com palavras.(Veneranda, cap. 37, pág. 204)

CXXVII. Uma ideia criminosaproduzirá gerações mentais da mes-ma natureza; um princípio elevadoobedecerá à mesma lei. Recorramosa símbolo mais simples. Após elevar-se às alturas, a água volta purificada,veiculando vigorosos fluidos vitais,

no orvalho protetor ou na chuva bené-fica; conservemo-la com os detritos daterra e fá-la-emos habitação de micró-bios destruidores. O pensamento é for-ça viva, em toda parte; é atmosfera cri-adora que envolve o Pai e os filhos, aCausa e os Efeitos, no Lar Universal.(Veneranda, cap. 37, pág. 204)

CXXVIII. Nas mentes evolvidas,entre os desencarnados e encarnados,basta o intercâmbio mental sem neces-sidade das formas, e é justo destacarque o pensamento em si é a base detodas as mensagens silenciosas daideia, nos maravilhosos planos da in-tuição, entre os seres de toda espécie.Dentro desse princípio, o espírito quehaja vivido exclusivamente em Fran-ça poderá comunicar-se no Brasil, pen-samento a pensamento, prescindindode forma verbalista especial, que, nes-se caso, será sempre a do receptor; masisso também exige a afinidade pura.Não estamos, porém, nas esferas de ab-soluta pureza mental, onde todas as cri-aturas têm afinidades entre si.(Veneranda, cap. 37, pág. 205)

CXXIX. Veneranda costuma afir-mar que as preleções evangélicas co-meçaram com Jesus, mas ninguémpode saber quando e como termina-

rão. (Narcisa, cap. 37, pág. 206)CXXX. Entre o irracional e o ho-

mem há enorme série gradativa deposições. Assim, também, entre nósoutros, o caminho até o anjo representaimensa distância a percorrer. Ora,como podemos aspirar à companhiade seres angélicos, se ainda não so-mos nem mesmo fraternos uns com osoutros? (Tobias, cap. 38, pág. 209)

CXXXI. Graças a Jesus e aHilda, aprendi que há casamento deamor, de fraternidade, de provação,de dever... O matrimônio espiritualrealiza-se alma com alma, represen-tando os demais simples concilia-ções indispensáveis à solução denecessidades ou processos retifica-dores, embora todos sejam sagrados.(Luciana, cap. 38, pág. 212)

CXXXII. O casamento, aqui, seprocessa pela combinação vibrató-ria, ou, para ser mais explícito, pelaafinidade máxima ou completa.(Tobias, cap. 38, pág. 212)

CXXXIII. Se os consortes pade-cem inquietação, desentendimento,tristeza, estão unidos fisicamente, masnão integrados no matrimônio espiri-tual. (Luciana, cap. 38, pp. 212 e213) (Continua no próximo número.)

Divaldo responde– Nota-se que há no meio espí-

rita um verdadeiro movimentoiconoclasta que tem tachado pejo-rativamente de conservadores, dedonos da verdade e de censores to-dos aqueles que se preocupam coma manutenção do nível de equilíbrio,de sobriedade, de fidelidade doutri-nária. Será que esse movimentomundial de questionamento de pa-drões éticos, que surgiu nas últimasdécadas do século vinte, está che-gando ao Movimento Espírita?

Divaldo Franco: Vivemos omomento da grande transição e énatural que ocorram fenômenos des-sa natureza, especialmente quandose trata da preservação dos valoresético-morais da sociedade. O tédioemocional decorrente da exaustãodos sentidos no gozo da inutilidade

e das paixões subalternas rebela-secontra tudo quanto invita à reflexão,à preservação do bom, do nobre, dobelo, convidando à rebelião, às mu-danças, na busca de novos estímu-los para a sobrevivência daquelesque se lhe fazem vítimas.

O Espiritismo é doutrina gravee profunda, que não se adapta àsnovidades com que muitos desejammascará-lo, de modo a permanece-rem na futilidade e no sensaciona-lismo.

Aqueles espíritas sérios que ze-lam pela preservação dos valoresdoutrinários sobreviverão aos mo-dismos, porque a Doutrina perma-necerá conforme a recebemos deAllan Kardec e dos nobres Espíri-tos que a Codificaram e a desdobra-ram através dos anos.

(Extraído de entrevista concedida ao jornal O Imortal, publicada emmaio de 2008.)

Estudando a série André Luiz

Nosso LarAndré Luiz

(Conclusão do estudo da página 5.)

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O IMORTALMARÇO/2010 PÁGINA 13

“... Se soubéssemos quão terrívelé o resultado de nosso desrespeito

às leis divinas, jamais nosafastaríamos do caminho reto.“Perdoa, pois, a quem te fere e

calunia...“Em verdade, quantos se rendem

às sugestões perturbadoras domal, não sabem o que fazem.” –

Emmanuel, Fonte Viva.

Não há ninguém que não passepelo cadinho de dores e sofrimen-tos na Terra. Em verdade, temos vis-to um avolumar de dores, e o co-nhecimento espírita dá, a quem tema fé racional, a compreensão parasuportar ou a dor física, ou a dormoral, com dignidade, compreen-dendo que nenhuma experiênciapela qual se passe ocorre sem umarazão. Há um motivo – crescimen-to, resgate de débitos anteriores,aprendizado, o que seja, mas aque-le que suporta com resignação temmuito valor e, por certo, muito am-paro do mundo espiritual.

Uma mãezinha desesperada, emlágrimas, veio nos procurar. Quan-do vemos uma mãe assim, sofren-

do, o coração aperta, pois compre-endemos quão grande é esse sofri-mento. Lembramos da dor de Mariae de sua presença na hora do martí-rio de seu filho amado. Uma espadalhe transpassava o peito, como ha-via sido predito a ela, ao apresentaro seu Jesus, ainda bebê, no templode Jerusalém.

Essa mãe que citamos choravapela sua filha, uma jovem de 17anos. Relatou-nos que este ano elafoi operada, tendo sido retirado umtumor de cerca de quatro quilos desua região abdominal. Não sabia, emsua simplicidade, fazer um relatomais preciso, mas disse que em vir-tude da medicação pesada, que teveque enfrentar, fez microúlceras noestômago, que precisaram sercorrigidas cirurgicamente.

Depois disso, ainda comsequelas, fez estenose no esôfago –o alimento não passava, e os médi-cos indicaram nova cirurgia, dessavez de alto risco, podendo ocasio-nar-lhe a morte. Era um impasse:morrer sem a cirurgia ou poder mor-rer devido à cirurgia.

A mãe disse que a jovem entrouem desespero, dizendo-lhe que elahavia prometido que não permiti-ria que a “cortassem” mais. Na horado sofrimento, a mãe, cedendo à

filha, assinou um termo de respon-sabilidade, pedindo alta do hospi-tal. Agora estavam em casa. A jo-vem, não conseguindo engolir oalimento, definhando e não queren-do voltar para nova cirurgia, come-çou a falar em suicídio, dizia queia suicidar. Ali estava a mãe, de-sesperada, com medo da filha sui-cidar. O que a filha havia feito parapassar uma dor assim, tão jovem?– perguntava ela.

Nessas horas, temos de esclare-cer, sem delongas, porque a urgên-cia pede. Mobilizamos os socorrosnecessários: psicólogos, Centro Es-pírita... Orientamos a mãe sobre ador de hoje como consequência doontem, dentro dos processos de re-ajuste, das leis de causa e efeito.

Pedimos que levasse sua filhapara receber uma orientação urgen-te no Centro Espírita, pois a mãe dis-se que ela estava revoltada comDeus, não aceitava religiões, masera preciso que ela entendesse oporquê de sua dor para tirar a ideiade suicídio de uma vez por todas desua cabeça.

Pobre mãe! Como sofrem asmães deste mundo por seus filhos!Mas também, como são felizes asmães deste mundo devido aos seusfilhos!

A jovem foi amparada e, até omomento, não cometeu outros de-satinos.

Soubemos, em conversa com apsicóloga, que o caso era outro. Elanão queria nova cirurgia não porquenão quisesse ser “cortada” de novo,mas porque não queria ficar comoutra cicatriz no corpo! É o impériodo corpo que estamos vendo na Ter-ra, mais ainda aqui no Brasil, a pá-tria do Evangelho.

Prefere a jovem morrer a teruma nova cicatriz no corpo, nãocompreendendo que o corpo aestá libertando das terríveis cha-gas que traz na alma, curando-lhelesões no perispírito. Pobre jo-vem! Como ela, milhares por aí.Bendita Doutr ina Espír i ta ,esclarecedora, que mostra ao Es-pírito que passa pela dor que, sesereno, resignado, um dia será

Almas em resgateJANE MARTINS VILELA

[email protected] Cambé

Histórias que nos ensinam

No mundo em que vivemos, mui-tas vezes somos obrigados a dar teste-munhos difíceis, de variadas ordens,quer ligados à nossa evolução,redimindo-nos de um passado culposo,quer ligado às próprias vicissitudescausadas pela condição moral em quenosso orbe se encontra.

Nessas horas, quando busca-mos a proteção Divina para melhorsuportarmos esses momentos,Deus, nosso misericordioso Pai,sempre encontra uma boa almapara, através dela, nos amparar.

Há aproximadamente uma dé-cada passamos por um momentobastante delicado. Tivemos queredirecionar drasticamente nossavida profissional, em virtude decircunstâncias delicadas, surgidasde forma inesperada.

Fomos obrigados, então, de for-ma súbita, a desfazer-nos de nossopequeno patrimônio (um aparta-mento e um carro, já pagos) e en-

JOSÉ ANTÔNIOV. DE PAULA

[email protected] Cambé

trarmos na ciranda dos empréstimos.Os anos foram se passando, e um

veneno foi-se instalando em nossaalma: “Não tenho nada! Que será dofuturo para os meus?”.

Era um pensamento que me ator-mentava diariamente. Só me esque-cia dele quando estava nas tarefasespíritas, das quais nunca me per-miti afastar, embora, quando diantedas adversidades da vida, seja mui-to comum debandarmos.

Um dia, passou por nossa regiãoo médium e orador espírita DivaldoPereira Franco e fui convidado aapresentá-lo para o público local.Assim que terminou sua conferên-cia, ficamos por um instante à mesa,aguardando se formar a fila para osautógrafos dos livros. E, nesse pe-queno momento livre, espontanea-mente ele se voltou para mim e co-meçou a narrar o seguinte fato:

“Sabe, um dia Humberto de Cam-pos escreveu por minha mediunidadeum texto onde descrevia uma entrevis-ta que teria feito com Francisco de As-sis, no mundo espiritual. Disse ter per-guntado a ele se abraçaria novamentea pobreza caso voltasse à Terra, atra-

vés da reencarnação. E Francisco te-ria respondido que não. Que usariatudo o que o mundo tem de modernopara melhor divulgar a mensagem doEvangelho, mas que não precisariapossuir aquilo que usasse. Que pre-garia o ‘Despojamento’. Usar, sem serdono”.

Divaldo olhou-me quase pater-nalmente e, no mesmo instante, afila começou a se formar.

Senti um profundo alívio den-tro de minha alma. Trabalhava emum confortável local que não mepertencia, mas onde estou há qua-se vinte anos pagando o alugueldevido pelo espaço. Moro em umacasa que facilita a vida de todos deminha família, sem que ela sejaminha, mas que nos proporcionamuito bem-estar. Tenho um carromuito seguro, que pertence ao ban-co, mas que me possibilita e aosmeus a facilidade da locomoção.

Quedei-me em silêncio, e agra-deci a Deus a mensagem daquelemomento. Como não pensei nissoantes: “Nós não precisamos serproprietários para podermos viverem paz no mundo que nos acolhe”.

beleza, será luz, sem lesões noseu corpo espiritual.

“Vós sois a luz do mundo”, dis-se Jesus.

Somos luz em mescla com som-bras, mas somos luz. Libertos dassombras, seremos luz completa.

Como dizia nosso querido Jerô-nimo Mendonça, o Gigante Deita-do, campeão de resignação, hoje umfarol de luz: “Que beleza!” Sim, quebeleza, um dia seremos luz comple-ta, quando libertos de toda ignorân-cia, repletos de sabedoria, repletosde amor.

“Que beleza!”Em vez de revolta, queridos lei-

tores, se alguém passa por uma dorque acha que é gigante, que penseconsigo: “Obrigado, meu Deus, poresse cadinho de purificação que meajudará a subir os degraus de luz daevolução, rumo às estrelas!”

O homem e o Espiritismo

Ainda era século XIX, décadade 1850 quando o homem, na suamais simples ignorância, passoua ter maior contato com o mundoespiritual que os rodeava. Eram osfenômenos das mesas girantesque, na época, chamavam a aten-ção da sociedade parisiense. Foinessa época, por meio deHippolyte Léon Denizard Rivail,mais conhecido como Allan Kar-dec, que o mundo deu seus primei-ros passos no estudo aprofundadoda Doutrina Espírita, procurandoentender o significado da vida,mostrando para a sociedade a im-portância da fé raciocinada, res-gatando os valores religiosos à luzda ciência, tão valorizada na épo-ca. Uma época complexa, mas quetrazia, junto desta codificação, oestudo das três faces: filosofia,ciência e religião.

De acordo com o Espiritismo,o Espírito de Verdade nos diz que“os Espíritos do Senhor, que sãoas virtudes dos Céus, qual imen-so exército que se movimenta aoreceber as ordens do seu coman-do, espalham-se por toda a super-fície da Terra e, semelhantes aestrelas cadentes, vêm iluminar oscaminhos e abrir os olhos aos ce-gos”.

Hoje, mais de 150 anos apósesses fenômenos, o homem, cri-ado simples e ignorante, passou

a entender que a Doutrina Espí-rita vem nos mostrar os signifi-cados da vida, nos responder to-dos os “porquês” das alegrias etristezas que enfrentamos nestemundo terreno. Um mundo cheiode rancor, inveja, ambição e mui-tos outros fatores que o homemsozinho não conseguiu assimilare nem sequer enfrentar, pois ahumanidade necessita de maisatenção para com os ensinamen-tos que Jesus, por meio do Espi-ritismo, nos envia. O Espiritismoé o Consolador Prometido queveio complementar o que Jesus,na sua simplicidade, ensinou emsua vida terrena. São ensinamen-tos que revelam conceitos e in-terpretações sobre Deus, o Uni-verso, os Espíritos, o homem e asleis que regem a vida. Revela ain-da o que somos, de onde viemos,para onde vamos, qual o objeti-vo da existência terrena.

Portanto, é necessário que otrabalho seja feito, que a doutrinaespírita seja levada a todos os co-rações humanos, a todos os Espí-ritos que sofrem em decorrênciadas más tendências que cada umcarrega consigo, que os ensina-mentos do Cristo sejam postos àprova, ou seja, que os conheci-mentos adquiridos sejam aplica-dos no decorrer das nossas vidasatravés desta ferramenta ofertadapor Deus, que é o nosso corpo,para que um dia nós consigamosalcançar a mais pura elevação es-piritual.

MARCEL GONÇ[email protected]

De Ibiporã, PR

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O IMORTALPÁGINA 14 MARÇO/2010

Aprendendo com o ventoEra um tormento que se repetia a

cada dia na hora de fazer os deveresde casa: eram as continhas, a leiturade um livro, as tabuadas.

Carla detestava tudo isso e erasempre com má vontade que se senta-va à mesa para fazer as tarefas.

A mãezinha procurava orientá-la:— Carla, minha filha, tudo o que

fazemos de boa vontade nos pesa me-nos. Aproveite a ocasião para apren-der e aceite o que deve ser feito comdisposição e bom ânimo.

Mas ela respondia mal-humorada:— Não gosto de fazer tabuadas,

nem continhas. Nada. Detesto estudar.— Mas é preciso, minha filha.

Tem coisas das quais não podemosfugir, e quanto mais cedo as aceitar-mos, melhor.

No entanto, a dificuldade persis-tia. Certa ocasião, Carla estava muitoirritada porque teria que ler um livrode história, como dever escolar daque-le dia.

Com o livro nas mãos, a meninachorou, esperneou, e não conseguiuler.

A mãe, que a observava de longee viu que naquelas condições a filhanão conseguiria fazer a tarefa, disse:

Sabe o que é VONTADE?É a principal das potências da

alma, que a leva a fazer ou deixar defazer alguma coisa.

Quando desejamos realmentealgo, nos esforçamos de todas asmaneiras para conseguir aquilo quequeremos.

Essa energia, essa firmeza deânimo, esse impulso que nos leva aagir com perseverança, chama-seVONTADE.

Na vida, é necessário sabermosdirecionar nossa vontade.

Nem tudo o que desejamos ébom para nós. Por exemplo: só co-mer sanduíches, batatas fritas e re-frigerantes.

O que não queremos, pode ser asolução para nossa existência. Porexemplo: levantar cedo e ir para aescola. Gostaríamos de ficar em casasó brincando com o “vídeo-game”,mas isso não é bom para nós. Preci-samos aprender, para desenvolvernossas aptidões e mais tarde termosuma profissão.

Allan Kardec, o Codificador daDoutrina Espírita, é um exemplo deforça de vontade e desejo de vencer.

Nasceu em Lyon, na França, eseu verdadeiro nome era HippolyteLéon Denizard Rivail.

Criança ainda, ele foi estudar emYverdun, na Suíça, num colégio mui-to famoso de Pestalozzi, um grandeeducador que existia no século XIX,conhecido mundialmente e até hojeum nome sempre lembrado.

Hippolyte Léon, mais conhecidohoje como Allan Kardec, dotado deinteligência notável, aplicado aosestudos, tão bem se conduziu que empouco tempo suplantava os outrosalunos.

E com apenas quatorze anos,Kardec já substituía seu mestre, dan-

Vontade

— Está bem, Carla. Se não querfazer a tarefa agora, vá fazer outracoisa. Depois você termina de ler olivro. Vá varrer o quintal para mim.

— Que bom, mamãe! Ufa! Quecoisa mais desagradável é ter que lerhistória. Prefiro varrer o quintal.

Em seguida, toda satisfeita, Carla

pegou uma vassoura e foi para o quin-tal que se encontrava cheio de folhassecas.

Estava ventando muito naqueledia e a alegria de Carla logo terminou.Por mais que ela se esforçasse, nãoconseguia terminar o serviço. O ven-

do aulas aos alunos menores, quan-do este precisava viajar.

Dá para acreditar? Pois é a maispura verdade!

Já pensou você, com essa idade,dando aulas? Nem pensar, não é? MasKardec tinha conhecimento para isso.

Então, vamos utilizar a vontade,que todos têm, porque é atributo es-sencial do Espírito, para aprender epara realizar coisas boas?

Você gostaria de saber andar debicicleta, mas tem medo? Esforce-se e — pode até levar alguns tombos—, mas conseguirá!

Você gostaria de aprender a jo-gar basquete, mas acha que é difí-cil? Moleza! Nada que os exercíciose a prática não resolvam. Para issoexiste o treinador.

Você gostaria de ser médico, en-genheiro ou advogado quando cres-cer, mas sente-se desanimado porqueacha que é muito difícil?

Bobagem! Estude com firmeza,perseverança e coragem, que conse-guirá.

Podemos fazer tudo o que dese-jarmos. Basta que coloquemos nos-sa vontade a serviço de nosso obje-tivo.

Jesus ensinou que se tivermos fédo tamanho de um grão de mostardaconseguiremos fazer tudo o que de-sejarmos.

Não basta, porém, a fé em Deus.O Pai está sempre disposto a nos aju-dar, mas é preciso que façamos nos-sa parte, confiando também em nósmesmos, trabalhando e nos esforçan-do para atingir nosso objetivo.

É necessário que essa fé sejaimpulsionada pela vontade. Pelo de-sejo de vencer e de progredir.

Então, vamos lá!Tenha certeza de que você ven-

cerá!

— Grande parte das vezes, as coi-sas não são tão ruins quanto nos pare-cem. Depende muito da nossa manei-ra de enxergá-las.

Carla lembrou-se da tarefa quenão tinha conseguido realizar e achouque sua mãe tinha razão. Com umpouco de boa vontade ela consegui-ria.

Calada, pegou novamente o livrode história e sentou-se para ler. Aospoucos foi se interessando pelo assun-to e, não demorou muito, já tinha ter-

to esparramava as folhas novamente.Tentou, tentou, e não conseguiu.

Afinal, muito descontente, entrouem casa reclamando:

— Que droga! O vento não medeixa limpar o quintal! Desisto.

Sua mãe, mais experiente, ponde-rou:

— É só um a questão de saber li-dar com os problemas, filha. Temosque aceitar os obstáculos que a vidanos impõe e aprender a superá-los comboa-vontade e disposição. Quer ver?Venha, vou lhe mostrar.

Levou a menina até o quintal emostrou-lhe que, já que não poderiavencer o vento, deveria usá-lo em seubenefício.

— Como? – perguntou a garota,surpresa.

— É simples. Em vez de varrercontra o vento, varra a favor do vento– explicou a mãe.

E assim Carla fez. Logo ela per-cebeu que a tarefa tornou-se fácil,agradável e rapidamente foi concluí-da. Juntando as folhas num canto, amenina recolheu-as com uma pá apro-priada.

Dando por terminado o serviço, amenina limpou as mãos, exclamandosatisfeita:

— Puxa! Mamãe, nem acredito!Como foi fácil. Você é um gênio!

A mãe sorriu contente, completan-do:

— Nem tanto, minha filha. Ape-nas sou uma pessoa mais experiente eque já aprendeu que não adianta irmoscontra os problemas da vida. Temosque enfrentá-los com coragem e de-terminação. Fugir das situações difí-ceis não nos ajudará a resolvê-las. Setivermos boa-vontade, resolveremosqualquer problema em nossa vida.

Fez uma pausa e concluiu:

minado.Fechou o livro e foi correndo con-

tar para a mãe:— Terminei de ler o livro, mamãe.

Sabe que não foi tão difícil assim? Aocontrário, a história era até bem inte-ressante! Você tinha razão, com mávontade nada conseguiremos realizar.

A mãe abraçou a filha, feliz, agra-decendo a Deus por ver que ela haviaaprendido a lição.

Tia Célia

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O IMORTALMARÇO/2010 PÁGINA 15

A consciência e o Condensado de Bose-Einstein(conclusão)

Nós, seres conscientes, evidente-mente partilhamos algo de nossa na-tureza consciente com todas as outrascriaturas conscientes. Num nível maiselementar, partilhamos a física bási-ca de nossa consciência com todas asoutras coisas vivas e todos temos emcomum um diálogo criativo com oambiente material. Mas a questão in-teressante é se a vida em si tem al-gum antecedente. Será o mundo vivoapenas um ramo aleatório de brutaisprocessos universais que são em si to-talmente estranhos à vida, ou há al-gum primeiro ancestral da física quese torna a física da vida? Poderemostraçar nossa ancestralidade conscien-te até o mundo não vivo?

Argumentei anteriormente que,em última instância, podemos traçaras origens de nossa consciência atésuas raízes no tipo especial de relaci-onamento existente entre dois bósonsque se encontram, até sua propensãoa se unir, a se sobrepor e partilhar amesma identidade. É essa propensãoque possibilita a ordenação muitomais coerente de sistemas quânticosmais complexos (os da vida e da cons-ciência humana) - em que milhões debósons se sobrepõem e partilham umaidentidade, comportando-se como um

AIGLON [email protected]

De Londrina

Entrevistando André Luiz

Quem quer que tenha lido o meuMinhas Memórias Alheias, lançadopelo confrade esperantista César Reis,em nome do Instituto de Cultura Es-pírita do Brasil em maio de 2008 (pe-didos pelo telefone (21) 3071 9815 –a renda é metade para as inúmerascasas assistenciais do Lar Fabiano deCristo em todo o Brasil, e metade parao centro ou livraria ou clube do livroespíritas que o revende), vai encon-trar detalhes sobre a vida e sobretudoa influência de Newton de Barros(Cachoeira Paulista, 1915 – NovaIguaçu, 1997) em meu viver entre1958 e 1972. Pois bem, este cunhadode Leopoldo Machado (Cepa Forte,1891 – Nova Iguaçu, 1957), pois ca-sado com Dona Leopoldina (Bahia,1910 – Nova Iguaçu, 2000), com seusarroubos de entusiasmo de um dosfundadores da OSCAL, dizia – e nin-guém com ele concordava – ser AndréLuiz o autor da Quarta Revelação dasLeis de Deus.

Lembro-me de que, em 1964,rapazola de 22 anos, li de uma sen-

tada o seu Sexo e Destino. Depois, emEsperanto, li o Nia Hejmo (NossoLar). Por alto, doente, o Obreiros daVida Eterna. No entanto, o que meleva a elaborar este comentário é o li-vro que a Editora Mensagem de Es-perança lançou em 2008, da pesquisacriteriosa do Jamiro dos Santos Filhosob o título expressivo EntrevistandoAndré Luiz, lembrando a obra da SuelyCaldas Schubert, Entrevistando AllanKardec. Elaborando o Sexo, Amor eEducação, ora reeditado pela EME,citei trechos esparsos de outros com-pêndios da lavra do André Luiz pelapsicografia de Chico Xavier (PedroLeopoldo, 1910 – Uberaba, 2002),sobretudo a parte biológica de NoMundo Maior.

André Luiz não é, repito, comoqueria o entusiasmo de Newton deBarros, a Quarta Revelação. Não! Ameu tosco ver as coisas, ele desdobrouos ensinamentos contidos nos funda-mentos de Kardec, que, aliás, em AGênese, deixou bem claro ser o Espi-ritismo uma doutrina progressiva, querdizer, acompanha a marcha inexoráveldas ciências. Jamiro foi feliz nestacompilação. À maneira de Jesus, Kar-dec não podia, à sua época, entre 1857

e 1869, dizer tudo. Não entendería-mos. Jamiro didaticamente analisou,então, a linguagem dos Espíritos(salve o Esperanto!), a gravidez, osanjos da guarda, a mediunidade, ob-jeto de O Livro dos Médiuns (1860).

Tudo vem a seu tempo, lemos emO Livro dos Espíritos, questão 18.Ler Jamiro é reler Kardec maisaprofundado. Ao tempo doCodificador, andava-se, no Rio deJaneiro de Machado de Assis, detílburi. Hoje, o brasileiro, e mesmoo estrangeiro, usamos o metrô, qualminhoca no solo das agitadasmegalópolis. É o progresso...

Dentre outros, muitos outros, omeu amigo Milton Menezes faz –para fins terapêuticos com critério –a recordação de vida passada, quenão era possível aos dias do MestreLionês que, inclusive, foi, de certaforma, complementado pelo GabrielDelanne e pelo De Rochas (pronun-cia-se Rochá). Fico-me por aqui, re-comendando Entrevistando AndréLuiz (pedidos pelo telefone (19)3491 5449).

Cartas: Caixa Postal 61003, VilaMilitar, Rio de Janeiro, RJ, CEP21615-970.

CELSO [email protected]

Do Rio de Janeiro

grande bóson - mas em sua forma pri-mitiva ela está presente sempre quedois bósons se encontram. Os físicosque trabalham com fótons o chamamde “efeito de agrupamento defótons”,” ao observar que os fótonsemitidos de qualquer fonte não-coe-rente de fótons chegam ao detectoragrupados. É de sua natureza “fazeramizades”.

O efeito de agrupamento levou ofísico alemão Fritz Popp a concluirque a diferença entre um sistema vivoe um sistema não-vivo é o aumentoradical (de uma ordem de magnitudevinte vezes maior) no número de ocu-pação dos níveis eletrônicos. Isto é,nos sistemas vivos, os fótons são mui-to mais (exponencialmente mais)agrupados, estando literalmente “es-premidos” num condensado de Bose-Einstein, ao passo que nos sistemasnão vivos estão menos aglomerados.Mas esta é uma diferença de grau, nãode princípio. No processo do agrupa-mento de fótons, vemos o antecessororiginal da coerência que se tornavida, mas ela é em si atemporal - nãotem sentido de direção. A direção sur-ge através do processo descrito pelafísica “dos sistemas abertos auto-

organizadores”, a física de IlyaPrigogine - através do fato de que nossistemas abertos, diferente daquelesmovidos pela entropia, a ordem sem-pre aumenta. Os sistemas vivos são

sistemas abertos desse tipo, mas suafísica estende-se mais para trás, até omundo do não vivo.

Um sistema aberto Prigogine,como uma cachoeira, precisa ser im-pulsionado por um fluxo de matéria oude energia que o atravessa. Ele nãoconseguiria manter seu impulso emdireção a mais

ordem num universo estático ouhomogêneo, um universo em equilí-brio. Lembremo-nos de que acriatividade ocorre em condições bemdistantes do equilíbrio.

Mas nosso Universo não é homo-gêneo nem estático. Basta contemplaro céu noturno para ver amontoados degaláxias e bandos de estrelas, todosdotados de vastas reservas de energiagravitacional, energia que pode impul-sionar sistemas auto-organizadores dePrigogine. Como diz o colega dePrigogine, Gregoire Nicolis: “A gra-vidade pode, portanto, ser considera-da como fator organizador básico noUniverso, mediando a passagem doequilíbrio para o não-equilíbrio”. Aprópria gravidade é um campo de for-ça bosônico. Assim, os bósons(grávitons) são uma força motriz degrande escala que promovem mais or-denação no Universo. Num nível ain-da mais básico, podem ainda ser res-ponsável pelo colapso da função deonda quântica, o problema ressaltadopelo enigma do gato de Schroedinger.

Aparentemente, segundo um tra-balho muito recente, a função de ondapode sofrer um colapso sempre quedois bósons se sobreponham ou parti-lhem uma identidade (ou deixem defazê-lo).

Nesse sentido estrito e limitado,em que as raízes da consciência po-dem ser traçadas no ponto em quedois bósons se encontram, poderá afi-nal ser exato dizer que a consciênciafaz o colapso da função de onda. Estecolapso é o mais básico dos proces-sos irreversíveis da natureza. Estaseria uma outra maneira, ainda maiselementar, pela qual os bósons (asunidades constituintes da consciên-cia) introduzem um sentido de dire-ção à física (a teleologia deAristóteles) desde o início, um senti-do de direção necessariamente alia-do ao mundo material. s bósons são,fundamentalmente, “partículas de re-lacionamento’ ‘. Eles são as unida-des constituintes fundamentais de to-das as forças da Natureza - interaçãonuclear fraca e forte, eletromagnéti-ca e gravitacional. Eles são osantecessores mais primários da cons-ciência, mas também mantêm a coe-são do mundo material.

As unidades constitutivas funda-mentais do mundo material em si sãoos férmions (por exemplo, elétronse prótons), aquelas partículas “anti-sociais” que preferem se isolar. Na

ausência de bósons, os férmions ra-ramente se uniriam construindo al-guma coisa;” na ausência deférmions, os bósons não teriam nadapara relacionar e, assim, nada como qual estruturar e ordenar sua pró-pria coerência mais complexa. Des-de o início, portanto, desde o nívelmais elementar daquilo que mais tar-de se tornou o mundo material e omundo da consciência, as unidadesconstituintes da matéria (férmions)e as unidades constituintes da cons-ciência (bósons) estão necessaria-mente envolvidas num diálogo cri-ativo.

Aquilo que, numa forma muitomais complexa, tornou-se mais tardeno ser humano é parte da dinâmicabásica através da qual o Universo seexpande. Com essa compreensão dasorigens da consciência - que ela prin-cipia sempre que dois bósons se en-contram - talvez não seja muita lou-cura especular no sentido de que umaevolução gradual da consciência sejaa força motriz por trás dessa expan-são. Isso não chega a ser tão fortequanto dizer que a mente criou o mun-do, mas sugere que as unidadesconstitutivas elementares da mente(bósons) existiam desde o início, sen-do parceiras necessárias da criação.Ao criar a si mesmas (cumprindo suanatureza de “relacionamento”), elasevocam o mundo.

Onde está Deus?e sinto Deus na lágrima do aflito...Percebo Deus na frase que perdoa,

contemplo Deusna mão que acaricia,

encontro Deus na criatura boae sinto Deus na paz e na alegria!

Eu vejo Deus no médico salvando,pressinto Deus na

dor que nos irmana,descubro Deus nosábio procurando

compreender a natureza humana...Eu vejo Deus no gesto de bondade,escuto Deus nos cânticos do crente,percebo Deus no sol, na liberdade

e vejo Deus na plantae na semente...

Eu vejo Deus enfim por toda a parte,

que tudo fala dos poderes seus,descubro Deus nasexpressões da Arte,

no amor dos homenstambém sinto Deus!Mas onde eu sinto

Deus com mais beleza,na sua mais sublime vibração,não é no coração da Natureza,

É dentro do meu próprio coração

JOSÉ SOARES CARDOSO

Onde está Deus? - perguntao cientista.

Ninguém o viu jamais.Quem é ele?

Responde às pressas o materialista:- Deus é somente

uma invenção da Fé.O pensador dirá sensatamente:

- Não vejo Deus,mas sinto que ele existe,

a Natureza mostra claramenteonde o poder do criador consiste!Mas o poeta dirá, com a segurança

de quem afirmaporque tem certeza:

- Eu vejo Deus no riso da criança,no céu, no mar, na luz da Natureza!

Contemplo Deus,brilhando nas estrelas,

no olhar das mãesfitando os filhos seus;

nas noites de luar claras e belas,em tudo pulsa o coração de Deus!

Eu vejo Deus nasflores e nos prados,

nos astros a olhar pelo infinito,escuto Deus na

voz dos namorados,

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O IMORTALPÁGINA 16

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Dos dias 13 a 16 de feverei-ro de 2010, numa pousadabucólica, na cidade de Londri-na, aconteceu a 16ª edição daCONMEL (fotos). O evento foipromovido pelo Departamentode Infância e Juventude (DIJ) da5ª URE e teve participação eapoio das 4ª e 6ª UREs. Partici-param do evento um total de 57jovens, sendo 36 meninas e 21meninos, com idade entre 14 e21 anos, frequentadores dosgrupos de juventudes das casasespíritas das 5ª e 6ª UREs. Umaequipe constituída por 12 jo-vens com faixa etária entre 22e 26 anos formou um grupo es-pecial, que foi capacitado paraque possam tornar-se futurostrabalhadores de encontros.

As seguintes cidades foramrepresentadas: Londrina,Cambé, Ibiporã, Apucarana,Arapongas, Faxinal, Lidianópo-lis, Ponta Grossa, Cornélio Pro-cópio e Rolândia.

A equipe de trabalhadoresfoi formada por 16 integrantes:11 da região e 5 que vieram es-pecialmente de Curitiba, daSELF (Sociedade Espírita La-ços Fraternos), inclusive o co-ordenador geral, Marcio Cruz;além da presença da Diretora doDIJ da FEP, Tatyanna Braga deMoraes.

Aproveitando o feriado paraabordar o tema “Brilhe a vossaluz” (Mateus 5:16), várias ati-vidades foram desenvolvidasnos diversos momentos, para re-flexão sobre o tema. As ativi-dades de grupo foram propos-tas para que os jovens pudessemvivenciar no grupo menor o

TATYANNA BRAGADE MORAES

[email protected] De Curitiba

MARÇO/2010

“Brilhe a vossa luz” foi o tema central da CONMELA Confraternização das Mocidades Espíritas de Londrina, realizada pela 16ª vez, realizou-se nos dias do carnaval

Pela foto percebe-se a beleza do local onde se realizou o evento

comportamento que geralmentedesenvolvem nas relações soci-ais. Desta forma, os grupos pas-saram por momentos de inclusão,controle e afeto, segundo a teo-ria que embasa essa dinâmica. Ocronograma do evento tambémcontou com atividades comtikung, yoga , sarau e apresenta-ção da Banda Self, de Curitiba.

Os jovens foram distribuídos deacordo com a faixa etária paratrabalhar nos grupos de estudo

Os dias transcorreram destaforma:

O evento começou no sába-do 13. Houve a abertura do en-contro com a apresentação daequipe de trabalho, tanto da re-gião como a que veio de Curitiba,a discussão do contrato socialentre o coordenador de estudoMarcio Cruz e os jovens do even-to, momento no qual foi discuti-do em plenária o regimento in-terno do evento e realizados osajustes necessários de acordocom as votações.

Após esse momento houve olanche e, em seguida, uma divi-são dos jovens de acordo com afaixa etária para trabalhar nosgrupos de estudo. Foi utilizada atécnica de grupos de encontros enesse momento as atividades

propostas foram de inclusão,momento em que o jovem conhe-ce o grupo e procura se incluir.Foram utilizadas, assim, dinâmi-cas de inclusão. Após a ativida-de em grupo, com o término porvolta das dezoito horas, houve,para quem quisesse participar,atividade de yoga, e no períododa noite houve um momentomusical com a Banda Self, deCuritiba.

No domingo 14, as atividadescomeçaram com o despertar dosjovens, às oito horas. Para quemquisesse participar, houve umaatividade de tikung e, após o caféda manhã, os jovens sedirecionaram para o plenáriopara cantar e realizar a prece damanhã. Em seguida, todos sedirecionaram para seus grupos deestudo, onde puderam continuaro trabalho do dia anterior com asatividades de inclusão durante operíodo matutino.

No período da tarde, após oalmoço, as atividades trabalhadasforam a de controle, visando nes-ta atividade que o jovem se per-ceba como age diante dos emba-tes da vida e qual postura ocupadiante das discussões, momentosde escolha. No período da noite,houve um sarau, no qual os jo-vens puderam apresentar as mú-sicas que cantam em suas moci-

dades e mostrar seu talento. Hou-ve também a participação daBanda Self junto com os jovens.

As dinâmicas trabalhadasvisaram aproximar e

proporcionar aos jovensmomentos afetivos entre eles

Na segunda-feira 15, as ati-vidades da manhã começaramcom tikung, e nos grupos nova-mente houve a atividade de con-trole, que foi finalizada nessamanhã. Após o almoço inicia-ram-se as atividades de afeto, emque o jovem já está incluso nogrupo e pode demonstrar afetoaos amigos. As dinâmicas traba-lhadas tiveram por objetivo apro-ximar e proporcionar aos jovensmomentos afetivos entre eles. Ànoite, ocorreu a segunda parte doafeto, sendo as atividades encer-radas com a leitura do Evange-lho nos dormitórios.

Na terça-feira 16, último diado encontro, as atividades foram,logo após o despertar e o café damanhã: tikung, integração/ mú-sica, atividade de afeto, conclu-são final coordenação. Depois daplenária, todos se direcionarampara o almoço, que encerrou asatividades da CONMEL 2010.

A impressão dos jovens queparticiparam da CONMEL foi fa-

vorável, como pode ser aferidopelos depoimentos seguintes.Deuzeli Dias de Toledo, 22 anos,que veio de Apucarana e parti-cipou do grupo dos jovens maisvelhos com o intuito de se tor-nar futura trabalhadora do even-to, disse o seguinte: “EstaCONMEL foi muito importantepara mim, principalmente o gru-po de estudo, pois através delepude expressar meus sentimen-tos e observar meus erros. Es-ses dias que passei na CONMELpude trocar experiência com ou-tras pessoas e perceber que nósjovens temos muito que apren-der e passar o que sabemos paraoutros jovens, para procurarmudar o mundo através de nos-sas atitudes”.

Ana Cristina Dias deToledo, 17 anos, disse: “Encon-tros espíritas para mim são umsonho em que todos estão aovivo e a cores. O amor que eurecebi na CONMEL é totalmen-te inexplicável! Amor esse quefaz de um encontro algo perfei-to e inesquecível! Só tenho queagradecer a todos que lutarampara o realizar e pela dedicaçãototal para nós jovens”.

Colaborou Elisângela DiasToledo, do Setor deJuventude DIJ/FEP.

Um dos momentos de descontração no encontro de jovens