O império das mentiras
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O império das mentiras – parte I ESCRITO POR JEFFREY NYQUIST | 21 MAIO 2014
ARTIGOS - GLOBALISMO
HTTP:/ /WWW.MIDIASEMMASCARA.ORG/ARTIGOS/GLOBALISMO/15206-2014-05-21-19-09-26.HTML
Como sempre ensinou a literatura estratégica soviética, a preparação mais importante
é a preparação psicológica da população.
A invasão russa à Crimeia não foi o primeiro caso da Rússia tomando um pedaço da
Ucrânia.
Recentemente entrevistei três pessoas diferentes que falaram respectivamente sobre
a luta pela liberdade na Ucrânia, na Venezuela e na Romênia. Do escritor e analista
político Sammy Eppel, aprendi como os comunistas estão lidando com as poderosas
forças de oposição na Venezuela. Também conversei novamente com o ativista
ucraniano Boris Chykulay, que me passou uma atualização dos eventos na Ucrânia e
ofereceu uma análise da situação. E também entrevistei Anca Marie Cernea, que foi
bondosa o bastante para explicar a crise ucraniana desde um ponto de vista romeno.
A Romênia, por sinal, é um país que mesmo nos dias de hoje luta para romper seus
velhos grilhões comunistas.
Mas primeiro, antes de oferecer trechos escolhidos dessas entrevistas, gostaria de
tocar em outro assunto: a propaganda anti-ucraniana e anti-americana perpetrada pela
mídia russa. A enxurrada de mentiras transmitidas pelos meios de comunicação
russos estão além de qualquer coisa vista nos últimos anos. Os telespectadores
russos estão expostos a um bombardeio alucinante de distorções que visam preparar
o país para a guerra. Como dito recentemente em um artigo no site Economist.com,
“os russos estão expostos a uma intensa, agressiva e grosseira campanha de
desinformação a qual eles são bombardeados com imagens de violência, caos e
fascismo na Ucrânia, sinistras maquinações dos países ocidentais e amostras da força
e nobreza russas como a única resposta possível a tudo isso”. Desde que essas
palavras foram escritas, as transmissões russas desse tipo aumentaram na frequência
e na grosseria. Vale a pena lembrar também como o czar midiático do Kremlin, Dmitry
Kiselyov, disse em transmissão do Canal 1 sobre porquê o cabelo do Presidente
Obama se tornaria cinza após conversar por telefone com o Presidente Putin. “A
Rússia é o único país no mundo que pode verdadeiramente transformar os EUA em pó
radioativo”, disse Kiselyov. Essa arrogância casou com as astutas alusões à fraqueza
de Obama e de fato sugere que a intenção russa é invadir o leste da Ucrânia. Por qual
outro motivo seria veiculado na TV russa um acinte desses? A necessidade de apoio
público em qualquer confronto militar está bem claro às mentes do Kremlin e é de total
apreciação dos generais russos.
Como sempre ensinou a literatura estratégica soviética, a preparação mais importante
é a preparação psicológica da população. No capítulo 7 do clássico Estratégia Militar
Soviética, do Almirante V. D. Sokolovskii, lê-se que “a vitória na guerra é assaz
impensável sem uma total e oportuna preparação do país e das forças armadas”. Mais
adiante é dito no texto que “a preparação política e moral do povo é de suma
importância [...] dado que o uso de armas de destruição em massa impõe demandas
políticas e morais excepcionalmente altas e sem precedentes no seio da população”.
Portanto, não é preciso nem dizer o quão necessário é ensinar ao povo o “amor pela
pátria-mãe”. Simultaneamente, também deve-se culpar os Estados Unidos por
colaborar com a destruição da Rússia. Como explica o texto de Estratégia Militar
Soviética, “O ódio pelo inimigo deve incitar o desejo de destruir as forças armadas e o
potencial militar-industrial do agressor e conquistar a vitória total em uma guerra justa”.
Considerando as crescentes tensões no Leste Europeu, pedi à escritora romena e
analista, Anca Maria Cernea, que comentasse as manobras estratégicas russas ao
longo da região que compreende as fronteiras romena-ucranianas e logo em seguida
perguntei se os romenos temem a Rússia. Em resposta ela descreveu a posição russa
na Transnístria, que é “majoritariamente habitada por pessoas de etnia russa e
extremamente militarizada”. Acrescentou Cernea que “A 14ª divisão do Exército russo
está estabelecida lá, embora já faz duas décadas que o governo russo vem
repetidamente prometendo sair de lá. A Transnístria é uma espécie de enclave
controlado pelos russos, um para-Estado que segue o mesmo padrão da Abecásia
[em relação à Geórgia], Ossétia do Sul e Nagorno-Karabakh”. Cernea enfatiza o fato
de que “esses mecanismos já estavam em funcionamento muito antes de Putin
ascender ao poder na Rússia. Além disso, provocações na Transnístria causaram a
morte de centenas na década de 1990”.
O fato de a Transnístria ter sido historicamente território ucraniano não causou o
mínimo constrangimento para Moscou e tampouco a OTAN exigiu uma explicação da
contínua presença militar russa naquela área. Com efeito, a invasão russa à Crimeia
não foi o primeiro caso da Rússia tomando um pedaço da Ucrânia. E àqueles que
pensam que o rigor russo não é uma coisa tão ruim assim, considerem a situação
daqueles de etnia romena vivendo na Transnístria, conforme descrito por Cernea: “a
existência deles é uma sequência ininterrupta de terror e humilhação...”. Conforme
afirma Cernea, é de interesse da Romênia — e deveria ser de interesse do mundo —
“que a Rússia não conseguisse construir reconstruir o Império Soviético e sua esfera
de influência. A Rússia sozinha sem a Ucrânia não pode se tornar um império. É de
vital interesse na Romênia que nossos vizinhos consigam repelir a invasão russa. [E
também], a Romênia precisa da Ucrânia na União Européia, e não na União Eurasiana
ou seja lá como eles chamem esse novo império russo”.
“Recentemente”, continuou Cernea, “na Duma, Vladimir Zhirinovsky enviou uma
proposta para Polônia, Hungria e Romênia sugerindo que eles tomassem de volta
partes da Ucrânia que historicamente pertenceram a esses países. A despeito de
esses três países serem atualmente governados por políticos que mantêm variadas
conexões com Moscou, a resposta oficial deles foi negativa. Todos eles afirmaram
apoio à integridade territorial ucraniana”. As ofertas para dividir o território ucraniano
não param por aí. Forças especiais russas unidas à gangues de criminosos locais
incitaram os separatistas no leste ucraniano. Desde então houve matanças e mais
está por vir.
No domingo conversei com o pesquisador e advogado que luta na causa da lustração
[N.T.: medidas socio-políticas tomadas em alguns países do Leste Europeu que visam
limitar a participação no poder dos “ex”-integrantes do poder soviético], Boris
Chykulay, que explicou a mentalidade dos líderes russos da seguinte maneira: “Esses
caras do governo russo não pensam no futuro. Eles foram garotos pobres uma vez e
sabem o que significa a pobreza. Então eles estão prontos para lutar contra o mundo
inteiro sem pensar nas consequências. Sanções para eles não significam nada. Eles
estão jogando um jogo e as sanções fazem parte dele. Para salvar a propriedade
privada ou alguma tradição, pessoas normais evitariam a guerra. Contudo, esses que
estão no poder russo não dão a mínima se Moscou for reduzida a uma vila por causa
de sanções. Eles vivem como se estivessem num filme dramático; como se
estivessem sob o efeito de drogas. Era assim na União Soviética e ainda é assim
hoje”.
Sobre a blitz midiática russa, Chykulay disse: “Não tenho televisão porque odeio a TV
russa. Vi alguns pequenos clipes na internet e tenho alguns parentes que assistem à
programação russa. Quando os visito acabo vendo um pouco dessa propaganda. A
mídia russa está tentando transformar pessoas em zumbis por meio de mensagens
que começam logo cedo e vão até tarde da noite. É dificílimo discutir essas coisas
com pessoas que aceitam assistir esse tipo de programação. Tenho um amigo que é
um diretor de filmes e viveu em Praga na mesma época que eu, em 2004. Depois
daquela época, ele foi a Moscou após receber um convite para produzir uma série de
TV. Alguns de seus trabalhos foram populares. Ele disse que todos os roteiros devem
passar pela FSB/KGB. Eles colocam notas nas páginas dos roteiros perguntando
'Onde está o retrato de Putin? Onde está a bandeira russa? Onde está o velho
veterano de guerra?'. Eles queriam roteiros ingênuos para que pudessem inserir
propaganda ali. Eles começaram isso no começo dos anos 2000. É um grande
investimento. É mais dinheiro investido do que os investimentos de Google e
Facebook somados. Então se você perguntar se eles temem sanções. Não, eles têm
algo ruim em mente”.
Há sempre algo ruim rondando a mente deles e a Ucrânia não é a única vítima.
Durante a entrevista de quinta-feira com o jornalista venezuelano e analista político
Sammy Eppel, tive um vislumbre do futuro da América ao ouvir sobre o colapso da
Venezuela na mão dos comunistas. A Venezuela está sendo sistematicamente
destruída, aqui mesmo no hemisfério ocidental, sob o nariz dos Estados Unidos. “Para
a Rússia, a Venezuela é um grande cliente comprador de armamentos”, disse Eppel.
“A China enviou alguns armamentos, tais como aeronaves de treino militar e pilotos.
Por isso, a China recebeu como pagamento petróleo. Atualmente a Venezuela aceitou
dar aproximadamente metade da sua produção para exportação — um milhão de
barris por dia — para a China, que por sinal já pagou adiantado. E é aí que entra o
problema. A China conseguiu pagar um bom preço por isso: a metade dos preços
exercidos atualmente”.
Após descrever o processo em que os comunistas burlaram as eleições na Venezuela
usando as máquinas eletrônicas de votação, Eppel disse: “Direi a você como eles
farão aí na América. No momento em que Chávez percebeu que a votação eletrônica
seria a tendência do futuro, ele fundou uma companhia aí mesmo nos Estados Unidos.
Ela chama Smartmatic e tem 20% das máquinas de votação do país sob o controle
dela. Estamos falando de uma companhia do governo venezuelano. Esse tipo de coisa
deveria ser proibida. Mas eles dizem 'Não, é apenas o livre empreendedorismo'. Essa
é a companhia que tem organizado todas as eleições venezuelanas nos últimos 15
anos e eles irão ganhar eleições por aí, onde se vence por uma margem de 2% e,
matematicamente, é necessário bem menos manipulação”.
Por todo o tabuleiro, onde quer que você olhe, o Império das Mentiras avança. Com
enclaves militares em lugares como a Transnístria e colônias como a Venezuela, e
companhias de fachada como a Smartmatic, não podemos deixar de pensar que
estamos perdendo um perigoso jogo que sequer admitimos a existência dele. Pois
bem,ele existe e é melhor que acordemos antes que seja tarde.
O império das mentiras – parte II: A mentira nos alicerces da direita atual ESCRITO POR JEFFREY NYQUIST | 26 MAIO 2014
ARTIGOS - GLOBALISMO
HTTP:/ /WWW.MIDIASEMMASCARA.ORG/ARTIGOS/GLOBALISMO/15217-2014-05-26-18-53-57.HTML
Para um agente de influência guiar políticos e analistas rumo à direção “correta”, basta
que se use corretamente as fraquezas humanas.
A contínua e fracassada tentativa direitista de conter a onda socialista que divide
politicamente a própria direita em subgrupos antagonistas é indício do fato de que os
agentes foram enviados há muito tempo para essa operação de infiltração ― e eles já
cumpriram a missão.
Você talvez já tenha tentando imaginar por qual razão a União Soviética e a
Internacional Comunista nunca pensaram em se infiltrar na direita americana. Mas, e
se eles já fizeram isso? Com efeito, eles já devem ter feito isso, pois os comunistas
sempre se infiltram e pervertem seus inimigos, e a direita americana é o coração do
lado capitalista. Sendo assim, é inconcebível que eles não tenham se infiltrado na
direita. Isso significa que eles estão aqui e agora no meio de nós (dado que os
comunistas nunca foram embora, a despeito do que aconteceu entre 1989 e 1990).
Esta última afirmação não deve ser feita em uma sociedade de pessoas melindradas,
tendo em vista que poucos estão informados o bastante para saber o quão válida ela
é. Noventa e nove por cento das pessoas preferem acreditar que tudo isso seja uma
mentira, da mesma forma que um ex-primeiro ministro disse ao alcance dos meus
ouvidos: “Reagan e Thatcher salvaram o Ocidente do socialismo”. Mas eis que um
russo e ex-coronel da GRU, que sentado próximo a mim, sussurra em meu ouvido:
“Mas a América é o paraíso marxista”.
No império da mentiras, o conservadorismo tornou-se uma província distante que foi
há muito colonizada pelo inimigo. A prova disso não está longe do nosso alcance. O
“conservador” Kissinger foi à China; o “conservador” Nixon foi à China; e o
“conservador” Reagan negociou com a China; agora a China destruiu nossas
exportações, nossas indústrias e agora nossa moeda. A isso os conservadores deram
o nome de “livre comércio”. Citaram Milton Friedman. Mas aqui neste pequeno blog
sabemos que a Guerra Fria nunca acabou e que Milton Friedman estava errado.
Sabemos que a China adotou uma estratégia a qual Deng Xiaoping disse: “os
capitalistas não sabem nada”. Podemos dar o nosso testemunho, se ninguém mais se
atrever, e dizer que os “conservadores” ajudaram os comunistas russos e chineses
mais do que qualquer outro grupo ou pessoa. E se o mundo pensar que somos loucos
ao dizer isso, podemos responder dizendo que o próprio mundo também é louco.
Enquanto isso, não vi um único artigo sobre a infiltração comunista na direita. Ninguém
se atreveu a falar publicamente sobre esse assunto. É um não-assunto ao qual ressoa
um silêncio ensurdecedor.
A quê devemos esse silêncio? A subversão tem sua própria sociologia do
conhecimento onde as vítimas da subversão preferem o silêncio. Eles preferem não
saber. O silêncio faz sentido neste caso, e homens públicos agarrar-se-ão a ele
quando a alternativa for desagradável. Ridículo, você diria? Senso comum, respondo
eu. No regime de shopping center ao qual vivemos, a conveniência impera e a
subversão é um tópico assaz inconveniente. Todos nós somos diariamente
sugestionados a tomar essa posição. O dever de perguntar certas coisas e ir atrás de
checar certas afirmações não está mais habitando a nossa vontade. Estamos
demasiadamente ocupados se divertindo. Também sabemos que há um risco pessoal
se cutucarmos a colmeia com vara curta. O Senador Joseph McCarthy se atreveu e foi
condenado.
O inimigo, por outro lado, tem um trabalho bem mais fácil. Tendências recentes
indicam um favorecimento à subversão e à corrupção. Para um agente de influência
guiar políticos e analistas rumo à direção “correta”, basta que se use corretamente as
fraquezas humanas. O staff de elite da KGB já está pronto e tem orientação
profissional. Já aqueles que querem combater a subversão simplesmente não têm os
recursos ou a vantagem sociológica. A própria direita jamais adivinhará o que está
acontecendo, pois continuará a acreditar que só os liberais [N.T.: a esquerda
americana] estão suscetíveis a esse tipo de coisa.
Para mostrar o quão ingênua a direita tem se tornado a respeito do que foi abordado
acima, o leitor está convidado a pesquisar no Google “communist infiltration of”. A
pesquisa, por sinal, trará escritos acerca da infiltração comunista em praticamente
tudo, exceto na direita ou em organizações de direita. Não achamos o equivalente de
direita de Alger Hiss ou Harry Dexter White em lugar algum no lado republicano da
ilha. Não obstante, o fato de não se ter descoberto ou não ter aparecido um infiltrador
neste caso não é prova que a direita está incorrupta. Na verdade, a contínua e
fracassada tentativa direitista de conter a onda socialista que divide politicamente a
própria direita em subgrupos antagonistas é indício do fato de que os agentes foram
enviados há muito tempo para essa operação de infiltração ― e eles já cumpriram a
missão. Hoje pode-se dizer que a direita está sendo enganada da mesma forma que a
administração de Roosevelt foi enganada por agentes soviéticos como Harry Hopkins,
Alger Hiss e Harry Dexter White. É assim o método comunista, que já infiltrou e
ocupou há muito a esquerda. É, portanto, lógico que o comunismo tenha empreendido
um projeto para fazer o mesmo com a direita. Na verdade, temos todas as razões para
acreditar que ele será espetacularmente bem sucedido na direita, pois ninguém fez um
único murmúrio suspeito ainda.
Há, entretanto, um problema em identificar quem seriam esses agentes de influência.
Como os infiltrados na direita tendem a falar e agir como anti-comunistas ― pelo
menos até certo grau ― como poderíamos identificá-los como agentes de influência?
Mas ao pensar nisso chegamos neste momento já crítico a outro problema igualmente
grande: dado que tantos direitistas falam como se fossem de esquerda e efetivamente
dão andamento à agenda esquerdista em tantos aspectos, como distinguir os idiotas
úteis dos subversivos conscientes?
Imagino que o infiltrado comunista na direita seria um instigador cuja desorientação
sutil não teria precedentes. Não estamos falando de um simples sujeito que chegou
sem ser convidado. Estamos falando daqueles que aparentemente são os
originadores dos temas e políticas mais danosos. Por exemplo, Henry Kissinger e
aqueles que foram seus pupilos e cresceram nas barras dele devem ser tidos como os
nossos maiores suspeitos; também precisamos incluir aqueles analistas que
atualmente adotam uma linha pró-Moscou, ou que apoiam comércio com a China ou
que usam o nome de Joseph McCarthy como se fosse uma adjetivação negativa. Mas
neste caso a lista incluiria quase todos da direita e, neste caso, isso mostra até que
ponto é verdadeira essa infiltração.
Como as coisas chegaram a esse ponto? Como o Império das Mentiras colonizou a
direita americana? A seguir, o leitor terá uma lista explorando quais pontos os
estrategistas comunistas podem ter usado para que se efetivasse tal infiltração:
(1) Usar a direita para ajudar a esquerda – A infiltração comunista na direita
efetivamente proporciona uma infiltração mais profunda e mais bem sucedida na
esquerda, pois suaviza as posições da direita em vários assuntos e faz com que ela, a
direita, conceda terreno estratégico.
(2) Comprometer e restringir os capitalistas – Estabelecer relações comerciais com
países comunistas, especialmente com a China, para que assim efetivamente sejam
neutralizadas as correntes da direita anti-comunista e também sejam comprometidos
os meios de arrecadação da direita.
(3) Balcanizar a direita – Agentes de influência, colocados dentro da direita, podem
efetivamente dividir a direita em pequenos grupos mutuamente hostis. Em vez de
conquistar o consenso por meio da síntese ideológica, cada elemento é encorajado a
atacar o outro, impossibilitando assim a unidade entre várias partes constituintes e,
principalmente, a unidade do todo.
(4) Explorar os neoconservadores no campo do livre comércio – Neoconservadores
são idiotas úteis quando se trata de livre comércio, assunto esse que é um elemento
de grande importância na estratégia comunista. É importante notar que a posição
neoconservadora em relação ao livre comércio torna o Partido Republicado suscetível
à aventuras militares estrangeiras instigadas por provocações terroristas.
(5) Tornar os paleoconservadores idiotas úteis de Moscou – Isolados e
desmoralizados pela debandada de todas as facções para uma posição mais
progressista e pela crescente imoralidade sexual, os paleoconservadores caem
inevitavelmente na cínica retórica moscovita pró-cristã e pró-conservadora.
(6) Aliar-se aos libertários para dividir a direita e atacar o complexo militar-industrial
americano – Os libertários são o pior tipo de idiotas úteis quando se trata de negociar
com os comunistas, mas diferente dos neocons, eles são defensores dos cortes
drásticos de gastos. Em termos de guerra cultural, os libertários não têm problemas
com a união homossexual ― assunto que pode ser usado para dividir a direita anti-
socialista.
(7) Fundir a direita populista com a esquerda revolucionária – Timothy McVeigh disse
que a extrema direita e a extrema esquerda deveriam unir-se, porque, no fim das
contas, eles estão combatendo o mesmo inimigo (i.e., o governo americano). Uma
elite corporativa opositora do livre comércio que criou milhões de empregos no
estrangeiro, a direita populista tem boas razões para apoiar uma reforma dos seus
ideais. Mas se fizerem isso, estão fadados a encontrar uma sórdida surpresa
esperando por eles.
(8) Usar a direita conspiracionista para desacreditar o anti-comunismo e confundir
aqueles que estudam o comunismo e têm nele o nosso atual inimigo – Além de
estabelecer uma forma esquizofrênica de anti-comunismo, os teóricos da conspiração
estão em constante animosidade com o mesmo inimigo aos quais os comunistas
querem destruir, isto é, os próprios capitalistas.
(9) Usar a esquerda para induzir a direita à violência – Conforme cresce cada vez mais
a esquerda, e a direita cada vez mais sofre com a incoerência, chegará a hora da
grande provocação. Quando chegar essa hora, não há dúvidas sobre qual lado será
aniquilado.
(10) Massacrar os macartistas – Não permita que ninguém faça uma investigação que
lembre a de McCarthy. Esse tipo de coisa tem de se impedir desde o começo.
(11) Destruir a carreira de qualquer escritor ou político que sair dos propósitos e
programas listados acima – Estratégias bem sucedidas sempre buscam limitar as
opções dos oponentes. Em termos de guerra de informações, é necessário que
também seja limitado o campo de pensamento do inimigo. Não se deve permitir o
enraizamento de certas ideias na mente do público; e os escritores devem ser
instintivamente condicionados a evitar discutir implicações estratégicas de posições
ideológicas.
Os candidatos ideais para infiltrar a direita são aqueles organizadores de esquerda
que têm experiência comprovada como escritores, editores, organizadores ou gestores
de pessoas. Sendo assim, poderíamos concluir que pessoas que mudaram sua
aliança da Esquerda para a Direita seriam, na verdade, suspeitos principais. Com
efeito, é lógico que o infiltrador deve começar na esquerda antes de tudo, para que
assim ele seja considerado um agente leal. De que outro lugar viria tamanho
contingente para ocupar os postos de infiltração?
Evidentemente é sempre possível ganhar agentes por meio de chantagem ou suborno.
Há sempre também a possibilidade de recrutamentos de tipo “bandeira falsa” (que têm
valor limitado)[1]. Mas para recrutar esses agentes e para empreender chantagens, é
necessário que exista uma base de operações, e isso requer, pelo menos em algum
grau, o emprego de “ex” esquerdistas infiltrados no campo direito. Eles formarão os
alicerces necessários.
Conservadores tendem a assumir que os esquerdistas que desertam para a direita são
pessoas honestas que “viram a luz”. Eles também tendem a assumir que poucos
mudarão da direita para a esquerda por não existir luz alguma para ver do outro lado,
ou seja, acreditam não haver uma razão válida para um direitista virar um esquerdista.
Mas pode haver uma explicação mais sinistra sobre o porquê mais esquerdistas
mudam de lado do que direitistas. Fato é que as pessoas geralmente não mudam tão
facilmente sua ideologia ou religião. Normalmente há um comprometimento para a
vida inteira nesses casos. A escassez de deserções da direita para a esquerda sugere
que a direita não tem um centro equivalente a Moscou ordenando que agentes da
direita mudem suas alianças para a esquerda como parte de uma missão de
infiltração. Por uma questão própria da política, a direita não se infiltra. Subversão não
está na tradição da direita dos Estados Unidos ou de outros países do Ocidente. Por
outro lado, a Rússia e os partidos comunistas ao redor do mundo têm tradição em
empreender tais coisas.
A hipótese apresentada aqui é nova. Evidentemente é necessário testá-la para
sabermos se há verdade nela. Usando as diretrizes acima expostas, eu desafiaria os
pesquisadores a compilarem suas próprias listas de suspeitos e ver o que surgiu dali.
Pergunte seriamente a si mesmo: De onde originam os problemas na direita? Qual
bagagem carrega seus originadores? Quais escritores de direita estão atacando outros
escritores de direita?
Livros que serviram de referência para este ensaio:
Anatoliy Golitsyn – The Prestroika Deception p. 85
Frank A. Capell – Henry Kissinger: Soviet Agent
Diana West – The Rebuttal
[1] N.T.: “bandeira falsa” faz referência a um tipo de operação secreta empreendida
com o fim de enganar de tal forma os inimigos que fique parecendo que os
perpetradores das ações são parte de um grupo completamente distinto daquele que
realmente está agindo. Nesse caso, pode acontecer de os próprios agentes serem
enganados pelo alto escalão, para que uma vez descobertos, eles não consigam
revelar com exatidão quem eram os verdadeiros mandantes da ação.
O império das mentiras – parte III: a corrupção da retórica ESCRITO POR JEFFREY NYQUIST | 12 JUNHO 2014
ARTIGOS - CULTURA
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Hoje em dia, a nova encarnação rebelde de Satã é apresentável, engraçada e
musicalmente talentosa como artista.
A derrocada da instituição familiar está muito evidente para que se possa negar, e
essa derrocada é o prenúncio da destruição de uma sociedade que estará
demasiadamente fraca para exercer resistência.
Em Diálogo sobre os oradores ou: Causas da corrupção da retórica, o historiador
romano Públio Cornélio Tácito repassa as observações de um orador sobre a queda
de Roma pela cultura do entretenimento durante o primeiro século d.C.: “As causas da
decadência da retórica não são, de maneira alguma, difíceis de serem sondadas”,
explicou o orador. “Dentre as verdadeiras causas [da decadência] estão a indolência
dos jovens, a negligência dos pais, a ignorância daqueles que pretendem nos ensinar
algo e a total negligência em relação à antiga disciplina”.
Evidentemente, a antiga disciplina era algo moralmente sério. Uma seriedade que
inspirava paixão. Por volta do início do primeiro século, o historiador romano Tito Lívio
lamentou “a aurora sombria dos tempos modernos [1]”, e observou: “Nestes últimos
anos a riqueza trouxe consigo a avareza; e a completa submissão aos prazeres criou
no homem uma paixão pela ruína própria e pela ruína de tudo o mais por meio da
autoindulgência e da licenciosidade”.
Nesse distante espelho sustentado por Lívio dois mil anos atrás é possível que
vejamos nossos próprios reflexos, porquanto estamos repetindo a história social do
primeiro século. Temos todas essas baixas paixões e mais algumas coisas. Tácito
usou as seguintes palavras para descrever a antiga disciplina que era o oposto à
licenciosidade que começava a imperar naqueles dias: “Nossos ancestrais buscaram
um plano diferente: Eles encheram seus espíritos dos bons juízos sobre o bem e o
mal, das regras de diferenciação do honesto do torpe, e da diferenciação do justo do
injusto nos tratos entre as pessoas. Esta é sem dúvida, em todas as matérias de
controvérsia, a limítrofe do orador”. (XXX.1)
Para quê mais deveria servir um poderoso discurso?
Imagine uma retórica corrompida com o fim de seduzir, persuadir e conjurar algo
inatural – como é o caso da glamourização da confusão, da idealização da perversão
e da romantização da rebelião metafísica. Dê a isso uma voz musical e uma letra.
Talvez se parecerá com algo próximo disso:
Waking in the rubble [Acordando nos escombros]
Walking over glass [Andando sobre o vidro]
Neighbors say we’re trouble [Os vizinhos dizem que somos um problema]
Well that time has passed [Bem, esse tempo passou]
Peering from the mirror [Mirando o espelho]
No, that isn’t me [Não, esse não é eu]
Stranger getting nearer [Um estranho se aproximando]
Who can this person be
[Quem poderia ser?]
You wouldn’t know me at all today [Você não me reconheceria nos dias de hoje]
From the fading light I fly [Da luz que desvanece eu voo]
Rise like a Pheonix [Surjo como uma fênix]
Out of the ashes [Das cinzas]
Seeking rather than vengeance [Buscando em vez de vingança]
Retribution [Retribuição]
You were warned [Você foi avisado]
Once I’m transformed [Assim que eu me transformar]
Once I’m reborn [Assim que eu renascer]
You know I will rise like a Phoenix [Você saberá que eu surgirei como uma fênix]
But you’re my flame [Mas você é minha chama]
A letra é da música “Rise Like a Phoenix” [Surjo como uma fênix] – vencedora do
concurso musical de Eurovision 2014 – escrita e interpretada pela drag queen
“Conchita Wurst” (nome fantasia do austríaco Thomas Neuwirth, nascido em 16 de
novembro de 1988). Diz-se na Wikipédia que Neuwirth usa pronomes femininos para
descrever sua persona drag queen “embora ao mesmo tempo use pronomes
masculinos para se referir à sua pessoa”. Ele se identifica como “gay”, apresenta uma
imagem completamente feminina ao mesmo tempo que mostra uma consolidada
barba. Conforme explicou em uma entrevista recente, o nome artístico “Conchita” se
refere “’as partes íntimas de uma mulher” e “Wurst”, é claro, é a palavra alemã para
salsicha.
Para mostrar o quanto a Roma do primeiro século é um espelho da Europa do século
XXI, vejamos o relato de Tácito sobre o Imperador Nero, que também foi um famoso
cantor, e vencedor do concurso musical equivalente ao “Eurovision” daqueles dias.
Como Neuwirth da Áustria, Nero era também uma drag queen, e isso não deveria nos
surpreender, dados os paralelos entre a “crise da modernidade” romana e a nossa.
Tácito escreveu:
Nero já estava corrompido por todo tipo de concupiscência, fosse natural ou inatural.
Mas ele agora mostrou que não existem limites para sua degradação. Alguns dias
depois ele fez uma cerimônia solene de casamento com um membro de uma gangue
pervertida (o nome dele era Pitágoras). O imperador, na presença de testemunhas,
vestiu o véu nupcial. Dotes, cama nupcial, tochas nupciais, estava tudo lá. Sem
dúvidas tudo estava público para que fosse igual em uma união natural, onde até a
escuridão cessa quando uma mulher casa.
Há definitivamente semelhança entre a modernidade no primeiro século e a
modernidade no vigésimo primeiro século. Essa semelhança pode ser tomada como
um alerta e como um desafio às crenças populares acerca do progresso e para onde
estamos indo; porquanto sabemos para qual direção foi Roma. No momento podemos
congratularmo-nos como pessoas de mente aberta; contudo, somos inteligentes o
bastante para distinguirmos uma mudança de moda de um sintoma fatal? Como
mostra a história de Nero, união gay não é algo novo. E agora isso volta
sorrateiramente ao nosso meio por não sabermos o precipício ao qual estamos para
cair. Muitos analistas políticos contemporâneos, que agora estão entre os 70 e 80
anos, mostraram em privado surpresa pelo fato de a união gay – ou o próprio sujeito
homossexual – ter ganhado um status popular nos dias de hoje. “Eu jamais teria
previsto isso vinte e cinco anos atrás”, confidenciou um velho clérigo para mim. “Não
esperava por essa”. (Peço que note o papel que desempenha hoje a união
homossexual, especialmente no crescente cisma entre conservadores econômicos e
conservadores culturais – e pergunte com um olhar estratégico: cui bono?)
É evidente que há algo mais profundo nisso tudo do que apenas política. O gayzista
[2] é rebelde metafisicamente e moralmente. Como se fosse para destruir os grilhões
da realidade, como se fosse para negar os limites da existência humana (do próprio
DNA), somos agora incitados a aplaudir quando um homem quer tornar-se uma
mulher e vice-versa. A imoralidade do projeto passa despercebida em uma geração
que não reconhece a verdade objetiva ou a realidade. Dizem-nos que a verdade é
subjetiva. Mas isso é verdade? Se dizermos “preto é branco”, ofendemos a razão. Se
um homem veste um vestido e refere-se a si mesmo como uma mulher, um tipo mais
profundo de ofensa é promulgado: uma ofensa metafísica contra a existência humana
e a moralidade que a integra. Aqui o império das mentiras encontra uma fissura pela
qual ela pode entrar e destruir de maneira espetacular nossos débeis suportes à
“verdade”, embora essa infiltração destrutiva não signifique que o resultado significará
vitória para alguém.
Ao confrontarmos essas motivações mais profundas que subjazem nesses slogans
“descolados” e nessas causas queridas, devemos lembrar a fórmula secreta que
inspirou o império das mentiras desde o seu começo. Aqueles que destroem a
moralidade estão querendo reconstruir o mundo. Aqueles que estão querendo
reconstruir o mundo estão tentando usurpar o emprego do próprio Deus. “A
moralidade é o aspecto derradeiro de Deus que deve ser destruído antes que se
possa recomeçar a reconstrução”, escreveu Albert Camus em O homem rebelde.
Camus intui que “O herói romântico [...] considera-se obrigado a cometer o mal pela
sua nostalgia de um bem que não se realizou”. No caso de Thomas Neuwirth, o
suposto herói romântico (Conchita Wurst) faz o mal a partir de uma equivocada
nostalgia de uma impossibilidade ontológica. Nesse mesmo ato o sujeito afirma sua
própria divindade ao jogar sua luva no chão em frente ao criador [3] e dizer: “Eu não
preciso ser aquilo que você me criou para ser”. Eis uma negação do próprio eu que se
alia à adoração de um falso eu; É a revelação do niilismo e do narcisismo. Esse ato
compartilha com o comunismo a negação da nossa humanidade como ela é e nos
envolve em um pesadelo monstruoso – seja um homem em um vestido ou um soviete.
Nessas duas instâncias, a tentativa de tiranizar a natureza e de negar os dados
ontológicos resulta em confusão e perdas trágicas. A confusão nesse caso se estende
cada vez mais adiante por meio de círculos concêntricos, uma expansão perniciosa
pela própria natureza equivocada. É assim que Milton retrata a queda do anjo rebelde
em O paraíso perdido [4]:
“Eis a região, o solo, a estância, o clima,
E o lúgubre crepúsculo por que hoje
Os Céus, a empírea luz, trocado havemos!
(O perdido anjo diz). Troque-se embora,
Já que esse, que ficou dos Céus monarca,
O que bem lhe aprouver mandar-nos pode.
É-nos melhor estar mui longe dele:
Se a sublime razão a nós o iguala,
Suprema força o põe de nós acima.
Adeus, felizes campos, onde mora
Nunca interrupta paz, júbilo eterno!
Salve, perene horror! Inferno, salve!
Recebe o novo rei cujo intelecto
Mudar não podem tempos, nem lugares;”
De acordo com Milton, o primeiro rebelde metafísico
encorajou a ideia “Melhor reinar no inferno do que
servir no Céu”. Os rebeldes metafísicos de hoje
proclamam “o paraíso na terra” junto da tolerância
universal. Isso não é apenas semelhança, é a própria
incorporação do tipo. Em um ensaio exposto no blog
The Contemplative Observer, constatamos a ideia de
que Thomas Neuwirth (ou Conchita Wurst) não é
simplesmente um homem barbado em um vestido. Sua
aparência exterior é perturbadoramente similar aos
retratos popularizados de Jesus Cristo. O autor
observa: “E, com efeito, circula [...] uma imagem que mostra a face de cristo
substituída pela face de Conchita Wurst...”
Enquanto a cristandade sofre um ataque após o outro, uma afronta após a outra, uma
derrota após a outra, uma nova religião se move para tomar seu lugar. A grande e
ascendente facção da nossa era, o socialismo, tem três grandes objetivos conforme
nos disse o dissidente soviético Vladimir Bukovsky. Primeiro: o socialismo quer
destruir o capitalismo (i.e., destruir a propriedade privada de todos aqueles
considerados possuidores dos meios de produção); Segundo: o socialismo quer
destruir a família; E terceiro: o socialismo quer destruir os Estados-nação. Como
observou Bukovsky, os socialistas fracassaram ao tentar destruir a ideia de
propriedade privada, mas eles foram parcialmente bem sucedidos contra a família e os
Estados nacionais. A derrocada da instituição familiar está muito evidente para que se
possa negar, e essa derrocada é o prenúncio da destruição de uma sociedade que
estará demasiadamente fraca para exercer resistência.
Para termos uma ideia mais ampla dessa dita derrocada, o The Contemplative
Observer cita integralmente um inominado amigo americano (adivinhe quem) para
responder à ideia de ser rotulado como “intolerante” por um fã no site de Neuwirth cujo
codinome é andiamo24:
Percebo que em meu dicionário a definição da palavra ‘intolerância’ foi mudada para
‘fanatismo’. Mas não é fanatismo se constatarmos que um assassinato é intolerável.
Também não é fanatismo se constatarmos que a depravação e a perversão sexual
são intoleráveis. Isso é prudência e é um instinto saudável de se ter.
Eu gostaria de perguntar a essa andiamo24 se ela acharia que está tudo bem expor
um garoto de 10 anos à ‘maravilhosa’ Conchita Wurst (e por que ela é maravilhosa?)
Algo tão maravilhoso como um jovem sexualmente confuso que adota a personalidade
de uma mulher não poderia significar um contágio de perversidade – exceto quando
essa perversidade é tão sedutora. E então devemos nos perguntar se um jovem
garoto instintivamente achar perturbadora a personalidade de Conchita Wurst se
andiamo24 acharia esse garoto ‘intolerável’. Ou então, e se o garoto decidir se tornar
uma mulher por conta do carisma verdadeiramente avassalador de Conchita? E se
todos os garotos acharem Conchita irresistível e quiserem se tornar como ela?
Digamos que a glorificação de Conchita – que é maravilhosamente poderosa –
converta todos humanos ao glamoroso caminho do transgenerismo. Nesse caso você
terá conquistado a destruição da raça humana, pois ela morreria, uma última Rainha
anciã morrendo sozinha sem um público. Cada vez que cada indivíduo decidir quebrar
a grande corrente que torna a raça humana possível, andiamo24 tem de aplaudir.
Bem, ela já está aplaudindo. Ela já comemora nossa extinção e a nossa condenação
sob o estandarte da tolerância. E ela chama isso de ‘maravilhoso’.
Na verdade isso é perverso, pois uma pessoa que apoia a destruição da sua própria
espécie e a degradação dos dados ontológicos (i.e. a sexualidade) é um monstro
corrupto até seu âmago, venenoso até para si mesmo. E se nossa posteridade
sobreviver ao nosso presente flerte com a morte (com a negação da nossa
posteridade), eles se horrorizarão com tipos como andiamo24 assim como se
horrorizarão com o assassinato. Eles estariam justificados para condenar tão doentios
progenitores (ou não-progenitores) e ficariam maravilhados em saber que a
humanidade sobreviveu, que a Europa sobreviveu. Mas não irá sobreviver, certo? Pois
muçulmanos e russos já rondam os portões da Europa e estão prontos para tomá-la
de posse enquanto ela se ajoelha perante um homem que adota a personalidade de
uma mulher.
O que eu digo aqui não é fanatismo. O que eu digo é prudência, e prudência é uma
das quatro virtudes cardeais. E aqui, sem dúvida, intolerância se torna um adjunto
necessário.
A perversão, que traz a um término toda a inocência e que normaliza tudo que é
danoso ao ciclo vital não deve ter uma louvação heroica ou uma romantização como
se fosse algo nobre. Quando a perversão é normalizada devemos nos perguntar o que
mais tem de ser normalizado, especialmente com o advento de uma revolução tão
abrangente. “Com efeito, o assassinato está a caminho de se tornar aceitável”,
escreveu Albert Camus acerca do caminho niilista. “Basta comparar o Lúcifer dos
pintores da Idade Média com o Satã dos românticos. Um adolescente ‘jovem, triste e
charmoso’ (Vigny) toma o lugar da besta chifruda’.
Hoje em dia, a nova encarnação rebelde de Satã é apresentável, engraçada e
musicalmente talentosa como artista. Para preencher essa fascinação perturbadora,
adicione uma irresistível feminidade – e uma barba como se fosse do Novo
Testamento. “O dândi cria sua própria harmonia por meios estéticos”, observou
Camus. “Mas é uma estética da negação. ‘Viver e morrer perante um espelho’; que, de
acordo com Baudelaire, era o slogan do dândi. É de fato um slogan coerente. O dândi,
pelo seu próprio ofício, está sempre em oposição”.
Agora ele veste um vestido, faz sexo com homens e canta.
Notas:
[1] NT.: referência aos tempos correntes de então, e não à modernidade pós-medieval.
[2] NT.: o autor usa o termo ‘homossexualist’, cujo equivalente em português é o
gayzista, ou seja, o sujeito, que não necessariamente ele mesmo homossexual –
como por exemplo, Marta Suplicy – faz uma defesa ferrenha da agenda gay
[3] NT.: O ato de jogar a luva no chão era a forma pela qual um cavaleiro na era
medieval desafiava o outro para um duelo. O ato ficou imortalizado na primeira cena
do primeiro ato da peça Ricardo II de Shakespeare.
[4] Tradução de Antônio José de Lima Leitão
O império das mentiras – parte IV: Explorando a dialética esquerda-direita ESCRITO POR JEFFREY NYQUIST | 17 JUNHO 2014
ARTIGOS - CULTURA
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Os indivíduos que possuem em maior quantidade aspectos da Classe I são as
“raposas” da Maquiavel. Eles vivem de maquinações; colocam toda a confiança na
fraude, na enganação e na própria astúcia. Eles não têm apego à família, à igreja, à
nação e às tradições (embora eles possam vir a explorar esse apego que os demais
possuem). Eles vivem no presente, pouco pensam do futuro e estão sempre prontos
para mudanças, novidades e aventuras. Em assuntos econômicos, eles tendem à
especulação, à promoção e à inovação. Por via de regra, eles não são adeptos ao uso
da força. São inventivos e oportunistas.
James Burnham, The Machiavellians (p. 237-8)
Nas três partes vimos como o Império das Mentiras avança em todos os fronts, seja
aqui ou no estrangeiro. O grande Estado socialista é evidentemente o cerne da
Grande Mentira moderna, pois a morte de Deus e o poder político desenfreado
formam a base dessa nova religião monstruosa que se disfarça de “ciência”. Essa
nova religião cresce por todos os lados. Seus asseclas dominam os meios de
comunicação, a educação, o governo e as artes. Essa religião taxa como mau todo
aquele que se afasta da consciência social, todo aquele que avança a “sombria
ciência” do princípio econômico e todo aquele que adere a Deus e à pátria.
Os amaldiçoados dessa nova religião são os seguintes: o Estado-nação, os costumes
tradicionais, a economia de mercado e a liberdade a qual essas mesmas formações
orgânicas tendem. No lugar de Deus eles colocam um número de candidatos: o
primeiro dentre eles é (1) povo; (2) proletariado; (3) não-brancos; (4) mulheres; (5)
planeta; (6) homossexuais. Cada um desses falsos deuses é descrito como uma
vítima crucificada de um perverso patriarcado capitalista, de modo que cada um deles
passa então a ser recebido com terna honra, como se fossem heróis vitimados cujo
clamor justifica a Grande Revolução.
Diz-se que o socialista chora, assim como Jesus chorou. Mas esse crocodilo
socialista, com fileiras de dentes afiados, pode destilar suas lágrimas da maneira que
lhe aprouver; ainda assim essas lágrimas de crocodilo são as mesmas destiladas
quando se tem a promessa de um delicioso bocado. Porquanto o socialista promete
que o crocodilo deitar-se-á com o cordeiro – e aí também há a promessa de
prosperidade –, embora seja sabido que essa política (no final) trará como resultado o
exato oposto. O cordeiro, é claro, será devorado, pois o crocodilo tem de seguir sua
natureza.
Foi Eric Voegelin quem comparou a religião política com o gnosticismo ao dizer que
ambos são “um tipo de pensamento que reivindica a absoluta maestria cognitiva sobre
a realidade. Ao considerar de forma pretensiosa ter posse da gnosis, o gnosticismo
considera o conhecimento que possui algo imune à críticas”. Primeiro vem a
especulação política de tipo revolucionário. Logo após, essa especulação transforma-
se em ação e política – cujo fim é criar um paraíso terrestre. Ao fazer isso, escreveu
Voegelin, os gnósticos rejeitam a religião tradicional e o Reino de Deus, pois esse
Reino é substituído pelo reino político da Terra. Ao tentar construir tal reino, os pobres
tolos imanentizam o escathon [1].
Voegelin escreveu:
Todos os movimentos gnósticos estão envolvidos no projeto de abolição da
constituição do ser – que tem sua origem no divino e advém de um ser transcendente
– para pôr no lugar uma ordem de existência mundano-imanente cuja perfeição reside
na ação humana. Essa é uma questão que altera de tal maneira a estrutura da
realidade – que é percebida por eles como inadequada –, que um mundo novo e
satisfatório acaba aparecendo como opção.
Mas o mundo, disse Voegelin, “continua da mesma forma pela qual o encontramos, de
modo que não está na esfera do poder humano alterar sua estrutura”. Por
conseguinte, o homem barbado de vestido não pode se tornar uma mulher. Uma
criatura tribal não pode, num sentido verdadeiro, tornar-se um cidadão global. Da
mesma forma, um tolo não pode tornar-se um sábio. Sejam esquerdistas ou socialistas
os princípios aos quais você defende, a estrutura do mundo já está dada. Suas “ideias”
não podem mudar o que ele é:
Para dar à mudança uma aparência aceitável, todo intelectual gnóstico que formula
um programa para mudar o mundo, deve primeiro construir um retrato do mundo em
que os aspectos essenciais da constituição existencial do mundo, que fariam o
programa parecer incorrigível e insensato fossem eliminados.
Em outras palavras, é necessário que ele construa uma mentira sobre a outra. Assim
vem sendo construído o Império das Mentiras, que pressupõe uma nova religião de
mentiras. De acordo com Voegelin, “podemos falar então da condição
pneumopatológica de um pensador que, em sua revolta contra um mondo que foi
criado por Deus, omite arbitrariamente um elemento da realidade com o fim de criar
um novo mundo fantasioso”. Para conseguir isso, aquele que engana deve possuir um
grande séquito de estúpidos. Assim, o Império das Mentiras é simultaneamente o
Império da Estupidez – ou uma confederação de ignorantes, por assim dizer. Para
perceber esse fenômeno com maior acuidade, veja a palestra proferida em 1937 por
Robert Musil cujo título é On Stupidity [Sobre a estupidez], que afirma que as pessoas
não querem parecer inteligentes demais, dado que isso é um sinal de estupidez. É
indubitável que o homem médio acredita na sua própria inteligência, mas ele a
mantém escondida enquanto alguém que desempenha um papel público (como o seu
político favorito) “diz – ou foi dito sobre ele mesmo – que ele é extraordinariamente
inteligente, inspirado, digno, gracioso, escolhido por Deus, e destinado a História”.
Dessa maneira, o maior, mais brutal e mais idiota dos megalomaníacos se apropria da
sabedoria, da virtude, da coragem, da nobreza, etc. E como as massas odeiam
mostrar o quão inteligente elas realmente são, as massas se sentem obrigadas a ir
adiante com esse tipo mencionado de megalomaníaco.
Veja o homem que lidera nosso país hoje, depois leve em conta as pessoas que
votaram nele e quem o reverencia de modo incondicional. De fato entrou em cena uma
nova religião: um Império das Mentiras, um Império do Engano, um Império da
estupidez incondicional. Estamos agora condicionados a pensar que as coisas teriam
sido melhores se os índios nativos tivessem mandado os colonizadores europeus de
volta para os mares. Estamos condicionados a acreditar que a Califórnia na verdade
pertence ao México. Estamos condicionados a eliminar os automóveis, pois eles estão
derretendo as geleiras e destruindo o habitat dos ursos polares. Tudo sobre nosso
passado, tudo sobre quem somos e tudo o que precisamos deve cessar de existir. Nós
mesmos devemos cessar de existir. É essa a sabedoria da ordem do dia. É assim que
imanentizamos o eschaton, trazendo o lagar do furor de Deus enquanto
estupidamente acreditamos ter anunciado a Nova Jerusalém.
Evidentemente você pode zombar e dizer que o comunismo está morto; ou você pode
zombar e dizer que o nazismo está morto. Se o socialismo (nacional ou internacional)
parece morto para você, ele estará de qualquer forma chegando até você e ele quer
devorá-lo. Do demoníaco Karl Marx ao paranoico Stálin, nós modernos descemos até
o pernicioso Obama e o dúbio Putin (isso para não mencionar os desastrosos líderes
da Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha, etc.). O que começou como um ousado
manifesto revolucionário com Karl Marx, agora arrasta ou se joga para cima de nós de
modo subterfugioso sob os auspícios da falsa propaganda. Como a velha demagogia
morreu, é necessário agora que os socialistas mintam sobre seus verdadeiros
objetivos. O novo “herói” socialista está identificado com os próprios objetos (e
crenças) que ele pretende destruir – assim Obama finge defender o capitalismo e a
América enquanto Putin finge defender a Igreja Ortodoxa e a Rússia. O poder
destrutivo dessas respectivas maquinações reside na dialética que manipula tanto a
esquerda quanto a direita, pois essa é a síntese a qual a tese e a antítese deles
tende: o abjeto niilismo, o igualitarismo total e o desprezo pela
humanidade. (Parafraseando a reação de Chapeuzinho Vermelho: “Vovó, que dentes
grandes você tem!” — dispostos em duas fileiras, dialeticamente posicionados para
mastigar.)
Nenhuma imagem retrata melhor a essência da vanguarda lupina hodierna que aquela
do Presidente Obama mascando chiclete na comemoração do Dia D dia 6 de junho.
No caso de Putin, considere qualquer imagem da violência que se passa no leste
ucraniano. Ambos os homens se promovem como não-socialistas ou não-comunistas.
Trevor Loundon demonstrou amplamente as ligações comunistas e socialistas de
Obama. O oficial da KGB que está no Kremlin não precisa nenhuma prova adicional
das suas credenciais que aquela sua resposta a um jornalista cubano, que alguns
anos atrás perguntou se ele era um comunista. “Se for, não preciso ficar dizendo”
[N.T.: “Call me a pot, but heat me not”, já citado em outro artigo]. Essa é agora parte
da fórmula do poder comunista: negar qualquer partícula de comunismo.
No teatro político europeu há uma nova tendência: o ressurgimento do nacionalismo.
Não podemos chamar essa tendência de “conservadora” em qualquer sentido
econômico ou estritamente cultural. Às vezes tememos que ela possa vir a ser
“conservadora” no sentido Nacional Socialista, que nesse caso não significaria de
maneira alguma um conservadorismo. Uma vez a bússola política da esquerda
apontava para Moscou. Hoje a bússola política da direita europeia também aponta
para Moscou. O pesquisador Torsten Mann, autor deWeltoktober, escreveu
recentemente a mim falando sobre as mudanças políticas que estão acontecendo na
Europa. Ele começou sua explicação com uma longa citação do desertor Jan Sejna,
da Tchecoslováquia:
A Europa foi a principal área do mundo livre a qual buscou-se reduzir a influência
americana. Os russos planejavam jogar sobre os nacionalistas os preconceitos
burgueses dos principais países europeus a fim de convencê-los de que a
Europa deve esforçar-se para tornar-se uma entidade distinta, independente dos
Estados Unidos. Esse estado de espírito deve ir além de qualquer debate sobre a
união política da Europa tal como previsto no Tratado de Roma. A primeira vítima
desse novo nacionalismo seria a OTAN. A retirada das forças americanas
provavelmente será adiada por tratados separados com Alemanha e Grã-Bretanha,
mas no final os russos esperam que os americanos se retirem completamente. Os
russos previram que essa retirada terá um efeito profundamente perturbador nos
Estados Unidos, de modo que ela encorajaria o aumento do isolacionismo. (We Will
Bury You, p. 154f)
Então mais adiante ele mostra a importância da mensagem de Sejna:
Sejna escreveu isso em 1982 e evidentemente essa afirmação tem como base o plano
estratégico ao qual ele teve conhecimento em 1968. Ao meu ver, essa citação prova
que há décadas existe uma sub-estratégia pela qual os soviéticos querem controlar a
Europa usando um expediente direitista. Provavelmente eles perceberam que eles não
conseguiriam convencer o povo europeu a revogar sua aliança transatlântica usando
um expediente esquerdista. Conforme disse-lhe da última vez, estou convencido que a
União Europeia foi um projeto soviético desde a sua concepção. A UE é a
implementação da “Casa Europeia Comum” de Gorbachev e Vitaly Shurkin é a
principal testemunha disso; Isso corresponde ao fato de que a atual União Europeia é
esquerdista em essência. Sejna também escreveu que os soviéticos não estavam
certos sobre qual direção as massas tenderiam assim que os Estados Unidos
entrassem numa depressão. [Konstantin] Katushev disse que a sociedade poderia
também “mudar violentamente para a direita”. Penso que isso é também verdadeiro no
caso da Europa. Não sabendo qual caminho a sociedade tomaria no final, é
absolutamente lógico desenvolver uma abordagem bivalente que signifique não
apenas preparar um escalão político esquerdista, mas também um direitista, para que
ambos fossem usados dialeticamente. Deixe então o escalão esquerdista começar a
ofensiva política, espere a reação defensiva dos conservadores europeus [...] que
estarão enojados pela subversão socialista da sociedade, e então, antes que qualquer
oposição verdadeira se forme, ofereça-lhes uma alternativa política direitista
controlada [pela Rússia] que prometerá a solução para os problemas causados pela
abordagem esquerdista, tais como a corrupção moral, a imigração, a perda da
soberania nacional, a ruína econômica, etc. Assim que o público estiver
completamente enojado, a oposição direitista controlada [pela Rússia] entra em ação,
ganha popularidade e toma o poder. Essa oposição direitista discursará sobre os
problemas e solucionará alguns deles (ou talvez até reforçará alguns, e.g. tensões
étnicas) criando uma cortina de fumaça de popularidade que ajudará a esconder a
agenda oculta enquanto ela avança cada vez mais. O objetivo derradeiro será a
anulação da aliança transatlântica e a reaproximação da Europa Ocidental e a Rússia.
Os comunistas sempre trabalham dialeticamente.
É inegável o fato de que a Europa é assombrada por vários problemas e me parece
que nossa atual elite política – tanto “conservadores” quanto socialistas – sequer tenta
fazer algo para resolvê-los. Por exemplo, há um problema de imigração. A Europa está
importando criminosos em grandes quantidades que fraudam a previdência social,
assaltam e cometem crimes violentos [...] e ninguém parece se preocupar com isso. A
taxa excepcionalmente alta de muçulmanos cometendo crimes na Alemanha é
deliberadamente escondida pela mídia e pelos políticos. Além disso, há a já conhecida
crise financeira que não é abordada da maneira adequada. Em vez disso, eles
parecem agravá-la de maneira deliberada. De modo artificial, a Alemanha se fez
dependente energética de outros estados. Somos especialmente dependentes do gás
russo e há rumores que também nos tornamos dependentes da energia nuclear russa.
Grande parte da nossa indústria foi há muito tempo para o Leste Europeu ou para a
China comunista, deixando uma hábil mão-de-obra desempregada para trás. Apenas
uma diminuta minoria pervertida da Alemanha é entusiasta da união gay e do
“destaque da agenda de gênero” e assim por diante; mas nossos políticos, inclusive
nossos “conservadores”, tornam o assunto um tópico político de destaque principal. O
povo fica enojado com essas coisas, então eis que a propaganda russa entra e
oferece uma alternativa à predominante “decadência liberal do Ocidente”. Aleksandr
Dugin (o ideólogo russo) promove essa propaganda, e nossos ditos “direitistas” e
conservadores caem. Compare isso ao sucesso de Alex Jones nos EUA. Se houvesse
alguém como Ronald Reagan hoje, Jones não conseguiria enganar tantas pessoas.
Nossos conservadores ocidentais estão corrompidos e esse é o terreno fértil para os
pseudo-conservadores controlados pela Rússia que seguem uma agenda soviética
oculta. Então por que nossos conservadores tradicionais estão corrompidos? Andrei
Sakharov escreveu em 1968 em seu manifesto “Reflexões sobre o progresso,
coexistência pacífica e liberdade intelectual” que os povos ocidentais devem ser
reeducados para mudarem a “atitude psicológica” em relação às atitudes socialistas.
Foi exatamente isso que aconteceu. Na Alemanha ele é chamado de “Kampf gegen
Rechts”. Nos EUA essa reeducação foi implementada por meio do “politicamente
correto”. Esse ataque psico-político minou o apoio aos políticos verdadeiramente
conservadores nas duas últimas décadas e a lacuna que se abriu agora está sendo
preenchida por pseudo-conservadores controlados pela Rússia.
Além do mais, o avanço em curso da direita europeia deve ser considerado em
relação aos [vários] fatos geopolíticos de escala abrangente. No Leste, a “União
Eurasiana” de Putin está se formando enquanto a Rússia e a China estão assinando
um acordo energético que exclui o uso de dólares americanos. Parece que o ouro
ocidental vai embora para a China Vermelha e para a Rússia enquanto que a
recuperação econômica na América parece frágil. Kevin Freeman alerta para o
esperado ataque contra o dólar americano, que está cada vez mais próximo, e,
portanto, um crash como o de 2008 está próximo. Esse pode ser o exato momento em
que Rússia e China, junto dos outros países do BRICS anunciem a introdução de uma
nova moeda de reserva lastreada em ouro. Se qualquer coisa próxima a isso
acontecer e a Rússia exigir moedas lastreadas em ouro para negócios em óleo e gás,
a tentação política de levar a UE em direção leste pode tornar-se irresistível. Em
outras palavras, os russos podem recorrer a algum tipo de chantagem que vise a
cooperação ao exigir concessões políticas para entregar a energia. Ao meu ver, os
“direitistas” que agora estão na vanguarda são os colaboradores adequados para as
ambições “eurasianas” do Kremlin.
Há tantas jóias na análise de Torsten Mann que, com a permissão dele, apresentei-a
na íntegra. Por favor leia-a e releia-a. Em um texto subsequente, Torsten afirmou que
a corrupção do Ocidente é exatamente o que os soviéticos buscaram desde o começo.
Ele citou novamente Sejna: “O principal propósito político da ‘Fase Três’, ‘O período de
mudança social dinâmica’, foi, nas palavras da diretiva soviética, ‘esmagar a
esperança da falsa democracia’ e trazer à tona a total desmoralização do Ocidente”.
(We Will Burry You, p. 107) Ele então comentou o seguinte:
É exatamente isso que experimentamos nos dias de hoje: a total desmoralização das
sociedades ocidentais. Certamente isso é causado pelas estruturas comunistas
ocultas e que estrategistas soviéticos (e.g. Dugin) exploram com o fim de promover
suas estratégias. Sempre encorajo meus caros compatriotas a lerem o livro de Sejna.
É de tirar o fôlego ver como a história das últimas três décadas corresponde aos
planos estratégicos soviéticos conforme foram revelados por Sejna em 1982.
Infelizmente, muitos dos meus caros compatriotas se recusam a perceber isso e
admitir que houve algum tipo de coordenação comunista por trás desses eventos.
Portanto, tenho de concordar com o que você escreveu uma vez, que o público é de
fato estúpido.
Agora retornamos mais uma vez ao problema da estupidez – e a supracitada
confederação de ignorantes que constituem o corpo do Império das Mentiras. Suponho
que a coisa toda culmine no entendimento de que o estrategista político que está em
busca do poder puro, para começo de conversa, não acredita em nada. Se ele falou
como um socialista durante o ano passado, é possível que o encontremos apregoando
o conservadorismo ano que vem. É necessário, portanto, que fiquemos de olho.
Temos de ver o que essas pessoas fazem para evitarmos sermos enganados por
aquilo que eles alegam “acreditar”. Não se pode medir a crença de uma pessoa; Não
há como sentir o gosto; Não há como fotografar. Conquanto, se for permitido que um
político nos engane, haverá um considerável número de mortes e devastação que
poderão ser objetivamente contados.
Jamais devemos esquecer que a ânsia de poder que habita no âmago desse
fenômeno origina-se no desejo de reordenar o Universo, isto é, desafiar – ou tornar-se
– Deus. A motivação central, portanto, é sempre revolucionária em essência, mesmo
quando veste uma máscara “conservadora”.
Tradução: Leonildo Trombela Junior
http://jrnyquist.com/