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O Jardim de Outono
O Solo
Coordenação
Dolores Alveirinho
Helena Tomás
Lurdes Cardoso
Margarida Afonso
Paulo Silveira
Semana Nacional da Ciência e da Tecnologia
Castelo Branco, 21 – 27 Novembro 2005
Semana da Ciência e Tecnologia 2
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 3
PARTE I
- O SOLO (Texto de apoio)
4
PARTE II
- ORGANIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES
14
PARTE III
- POSSÍVEIS INTER-RELAÇÕES COM A MATEMÁTICA
28
BIBLIOGRAFIA 35
Semana da Ciência e Tecnologia 3
INTRODUÇÃO
O programa Ciência Viva promove a nível nacional, durante a semana de 21 a 27
de Novembro, a dinamização de acções no âmbito do ensino experimental das ciências
- o dia 24 de Novembro é o dia Nacional da Cultura Científica.
A Semana da Ciência e da Tecnologia, em Castelo Branco, é subordinada ao tema
O Jardim de Outono – O Solo de Outono e, entre os objectivos do trabalho que se
propõe desenvolver, salienta-se a valorização dos aspectos multi e interculturais, bem
como o desenvolvimento global e integrado de conhecimentos, de capacidades, de
atitudes e de valores que conduzam a uma melhoria da Educação Científica.
O trabalho envolve crianças e educadores do Pré-Escolar, crianças e professores
do 1º ciclo do Ensino Básico e alunos dos cursos de Educação de Infância e de
Professores do 1º Ciclo do Ensino Básico da Escola Superior de Educação (ESECB)
da nossa cidade.
As actividades propostas, indo ao encontro dos programas do pré-escolar e da
escolaridade básica, bem como da formação de professores deste nível de ensino,
envolveram os investigadores e docentes de diferentes áreas da ESECB do
Departamento de Ciências e Matemática dessa escola: Dolores Alveirinho, Helena
Tomás, Lurdes Cardoso, Margarida Afonso e Paulo Silveira.
Semana da Ciência e Tecnologia 4
PARTE I
O SOLO
Texto de apoio
Semana da Ciência e Tecnologia 5
O SOLO
Características gerais
O solo é um factor do ambiente que contribui para a existência de vida na
Terra. As suas características influenciam fortemente o tipo e a quantidade de seres
vivos que nele se encontram.
O solo é a camada fértil da crosta terrestre acima do sub-solo ou rocha-mãe.
A estrutura geral dos solos maduros é, frequentemente, caracterizada pela
presença de várias camadas (horizontes) de dimensões e de características variáveis,
mas com alguns aspectos comuns, que designamos por perfil do solo.
O perfil dos solos maduros tem, então, os seguintes horizontes:
Horizonte 0
(manta morta)
Restos de seres vivos ou em decomposição.
Horizonte A
(solo superficial)
Camada rica em matéria orgânica resultante da decomposição dos seres vivos. Apresenta também alguma matéria inorgânica.
Horizonte B
(subsolo)
Rocha-mãe muito alterada. Camada rica em substâncias minerais.
Horizonte C
(rocha-mãe)
Rocha-mãe intacta ou desagregada.
A fotografia seguinte mostra os horizontes 0, A e B de um solo.
A fotografia seguinte mostra o horizonte 0, em pormenor, observando-se restos
de seres animais (casca de caracol, por exemplo) e de vegetais (folhas, sementes,
pequenos ramos em diferentes estados de decomposição).
Semana da Ciência e Tecnologia 6
As características da rocha-mãe determinam fortemente as características do
solo a que dá origem. Porém, não é apenas a natureza da rocha-mãe que influencia as
características do solo. A acção do clima é, por exemplo, também muito importante
pois em certos locais é superior à influência da natureza da rocha-mãe.
Os solos podem diferir uns dos outros em várias características:
(1) Textura – A textura do solo está relacionada com a proporção relativa de
partículas minerais de diferentes dimensões que apresenta.
A textura do solo influencia fortemente a sua fertilidade, devido à capacidade
de retenção da água e de nutrientes. Uma textura média (por exemplo, franco-argilosa)
é melhor que uma textura muito arenosa (pobre em nutrientes pois, como tem uma
elevada permeabilidade, os nutrientes são arrastados com a água) ou muito argilosa
(muito difíceis de trabalhar) devido à sua grande compactação.
(2) Porosidade – Entre as partículas do solo existem espaços – poros – que
podem estar preenchidos por água, por ar ou por seres vivos.
A dimensão dos poros é uma característica muito importante e influencia
várias outras características do solo, tais como:
(a) a permeabilidade – poros grandes permitem maior passagem de água e,
consequentemente, menor retenção.
(b) a quantidade de ar – poros maiores permitem maior quantidade de ar o que
também é importante para os seres vivos que nele se encontram.
Semana da Ciência e Tecnologia 7
(c) os seres vivos – forma, número e tamanho – poros de dimensões grandes
permitem maior número e maior dimensão dos seres vivos. De uma forma geral, o
diâmetro dos seres vivos que se encontram num determinado solo é igual ou inferior
ao dos espaços entre as partículas.
A circulação da água, do ar e dos seres vivos depende também da porosidade.
Se um solo é compacto e, portanto, pouco poroso não permite a deslocação dos seres
sensíveis a variações de temperatura, de humidade ou de pH, pelo que impede a sua
própria sobrevivência. Se os animais não são tão sensíveis às variações do ambiente do
solo e/ou se são escavadores, como é o caso das minhocas e das formigas, a
porosidade do solo já não é tão importante. Mas estes seres vivos acabam também por
alterar a própria porosidade dos solos.
A forma dos grãos também influencia a porosidade dos solos. Grãos formados
por arestas angulosas deixam espaços maiores entre si, grãos com arestas mais
arredondadas deixam entre si espaços mais pequenos/menores.
(3) Estrutura – Os constituintes mais abundantes dos solos são, sem dúvida, as
partículas minerais. O tamanho das partículas varia muito. Embora a proporção dos
diferentes constituintes (minerais, matéria orgânica morta em decomposição,
organismos vivos, ar e água) possa diferir de solo para solo, a matéria mineral é
sempre mais abundante.
Os solos muito arenosos têm em geral mais de 80% de partículas entre 0,05mm
a 2mm e possuem, por isso, muitos espaços cheios de ar, são porosos e a água passa
facilmente através deles. Os solos muito arenosos são solos pouco produtivos devido à
grande permeabilidade que apresentam.
Os solos francos têm partículas de dimensões diversas em proporção
equilibrada o que conduz a uma drenagem da água fácil mas não excessiva e a um
bom arejamento.
Os solos argilosos têm partículas de dimensões muito reduzidas, inferiores a
0,002mm, o que os torna muito compactos, pouco permeáveis à água e, por isso,
pouco produtivos.
Semana da Ciência e Tecnologia 8
Uma forma relativamente fácil de identificar o tipo de solos consiste em fazer
com ele algumas actividades como as descritas na chave dicotómica seguinte.
Determinação do tipo de solo
■ Não se consegue formar um cilindro de 3mm…………………………….…………
■ Forma-se um cilindro……………………………………………………………….……
■ Ao trabalhá-lo entre os dedos predomina um tactoarenoso……………………………………………...………………………………….
■ Ao trabalhá-lo entre os dedos predomina um tactosuave...……………………..….
■ Não predomina nem o tacto suave nem arenoso……………………………………
■ Ao tentar fazer um anel com o cilindro este rompe-se…………………………………………....…………………………………………..
■ Consegue-se fazer um anel com facilidade…………………………………….…….
2
3
Solo arenoso
Solo limoso
Solo franco
Solo franco-argiloso
Solo argiloso
2
3
1
(4) pH – O pH está relacionado com a quantidade de hidrogénio em solução
aquosa. Quanto maior a quantidade de iões de hidrogénio em solução menor o pH e
vice-versa.
A maior parte das espécies desenvolve-se em solos próximos do pH neutro
(pH=7), entre 6 e 8 (ver Tabela).
No nosso dia-a-dia contactamos com valores de pH de soluções. Quanto mais
ácido ou mais básico for o valor do pH do solo menor a diversidade de organismos
nele existente. Isto porque os organismos possuem uma estreita faixa de tolerância às
mudanças do pH.
Semana da Ciência e Tecnologia 9
O pH é influenciado pela quantidade de matéria orgânica a ser decomposta.
Quanto maior a quantidade de matéria orgânica disponível, menor é o valor de pH
resultante da decomposição desse material são produzidos ácidos (como o ácido
húmico). A acidez dos solos é, em parte, devida à matéria orgânica em decomposição
mas também se deve à presença de alguns minerais de argila.
pH dos solos preferidos por certas plantas Abeto branco 5.0-6.0
Abeto fraser 4.5-5.0
Alface 6.0-7.0
Algodoeiro 6.5-7.5
Ameixeira americana 6.5-8.5
Azálea nativa 4.5-5.5
Azevinho 4.5-5.5
Batata 4.8-6.5
Batata doce 5.2-6.0
Brócolos 6.0-7.0
Carvalho negro/preto 6.0-7.0
Carvalho vermelho 4.5-5.5
Cebola 6.0-7.0
Cenoura 5.5-7.0
Cerejeira 6.5-8.0
Couve 6.0-7.5
Espinafre 6.0-7.5
Faia americana 5.0-6.5
Feijão/Fava 6.0-7.0
Framboeseira preta 5.5-7.0
Freixo europeu 6.0-7.0
Hortênsia 6.0-7.0
Loureiro 5.0-6.0
Macieira 5.5-6.5
Magnólia 5.0-6.0
Milho 5.5-7.5
Morangueiro 5.5-6.5
Pereira comum 6.5-7.5
Pinheiro 5.0-6.0
Rododendro 4.5-7.0
Salgueiro daninho/silvestre/selvagem 5.0-6.0
Tomateiro 5.5-7.5
Videira 5.5-7.0
Vidoeiro 5.0-6.0
Semana da Ciência e Tecnologia 10
Formação do solo
A formação do solo é um processo demorado e complexo. Como já foi referido
anteriormente, a acção do clima é tão importante que chega, em certos locais, a ser
superior à influência da natureza da rocha-mãe. Por outro lado, quando o clima muda,
como acontece, por exemplo, ao longo das estações do ano, também podem alterar-se
as características e a composição do solo.
A tabela e os gráficos seguintes mostram a alteração da composição de um solo
ao longo das quatro estações do ano.
Estações do ano
Primavera Verão Outono Inverno
Água 25 10 40 45
Ar 25 40 10 5
Matéria orgânica 5 3 10 7
Com
pone
ntes
Matéria mineral/inorgânica
45 47 40 43
Primavera
Água25%
Ar25%
Matéria orgânica5%
Matéria mineral45%
Verão
Água10%
Ar40%
Matéria orgânica3%
Matéria mineral47%
Semana da Ciência e Tecnologia 11
Outono
Água40%
Ar10%
Matéria orgânica10%
Matéria mineral40%
Inverno
Água45%
Ar5%
Matéria orgânica7%
Matéria mineral43%
A rocha-mãe, até ser transformada em solo, é submetida à acção de vários
factores do ambiente tais como a água, a temperatura, o vento e mesmo os seres vivos.
Estes factores provocam modificações no aspecto físico e na composição química da
rocha fazendo com que ela se fraccione em porções cada vez mais pequenas,
conduzindo à formação de partículas minerais.
Como já foi sendo referido, o solo é constituído essencialmente por material
mineral e inorgânico (areias, argilas, calcário…), material orgânico (restos de seres
vivos tais como animais e plantas), água e ar, em diferentes proporções consoante o
tipo de solo e consoante a estação do ano.
Um solo fértil é o resultado da combinação de três grandes propriedades:
- Propriedades físicas (arejamento, humidade, facilidade de trabalho, etc.);
- Propriedades químicas (boa fixação dos elementos nutritivos e boa
capacidade de troca entre o solo e a planta);
Semana da Ciência e Tecnologia 12
- Propriedades biológicas (vida intensa participando activamente na nutrição
das plantas).
O quadro seguinte mostra a relação de algumas características/propriedades do
solo.
Características do solo Propriedades/Efeito
Permeabilidade/drenagem Fácil circulação e infiltração da água
Arejamento Suficiente arejamento das raízes e organismos do solo
Compactação e mobilização A mobilização diminui a compactação e facilita a sua utilização
Germinação e crescimento das
raízes
Favorece a exploração máxima dos nutrientes do solo e a
alteração das suas características
Seres Vivos
São vários os seres vivos que estão adaptados à vida nos solos. A classificação
dos seres vivos que vivem no solo em termos de tamanho não é uma classificação com
valor científico, mas tem a vantagem de ser uma classificação prática e funcional.
Em termos gerais podemos agrupar os seres vivos, de acordo com as suas
dimensões, em quatro grandes categorias:
Categoria Dimensão Grupos mais representativos
Microfauna < 0,2 mm Protozoários, Nemátodos
Mesofauna 0,2 - 4 mm
Nemátodos, Microartrópodes (Colêmbolos,
Ácaros), Oligoquetas, Miriápodes, Insectos de
pequenas dimensões e Larvas
Macrofauna 4 - 80 mm Oligoquetas, Miriápodes, Insectos, Aracnídeos,
Moluscos, Crustáceos
Megafauna > 80 mm Mamíferos (Ratos, Toupeiras…)
Podemos, também, agrupar os seres vivos do solo considerando a sua
dependência da água.
Categoria Características
Hidrobiontes Seres vivos de reduzidas dimensões que dependem da água capilar ou
da água livre no solo.
Higrófilos Seres vivos muito abundantes nos solos e que dependem de uma
atmosfera húmida.
Xerófilos Seres vivos que sobrevivem em solos com reduzido teor de água.
Semana da Ciência e Tecnologia 13
De entre os diversos organismos que se encontram no solo, os fungos
desempenham um papel essencial porque intervêm sobretudo:
- Na degradação da celulose e da lenhina dos restos dos vegetais;
- Na degradação de matérias orgânicas azotadas que podem, posteriormente,
ser utilizados pelas plantas ou por bactérias nitrificantes;
- Na absorção de nutrientes minerais e água pelas raízes;
- No controlo de inimigos das culturas.
A figura seguinte mostra o horizonte 0 com seres vivos, como por exemplo
fungos do tipo cogumelos.
Semana da Ciência e Tecnologia 14
PARTE II
ORGANIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES
Semana da Ciência e Tecnologia 15
Actividade 1
DEMARCAÇÃO DO TERRENO
Material:
4 Estacas
Fio
Termómetro
Procedimento:
1. Escolhe uma parcela de terreno de onde possas retirar solo.
2. Espeta quatro estacas para que constituam um quadrado com cerca de um
metro de lado.
3. Limita a área com um fio.
4. Faz um pequeno orifício no solo.
5. Mede a temperatura do solo.
Semana da Ciência e Tecnologia 16
Actividade 2
OS HORIZONTES DO SOLO
Parte A - O Perfil do Solo
Material:
Pá
Tábua
Cola
Régua
Procedimento:
1. Com a ajuda de uma pá faz um corte vertical o mais profundo possível.
Afasta o solo com a ajuda da pá.
2. Numa tábua (ou outro material rígido) deita cola num dos lados.
3. Encosta a parte da tábua com cola a um dos lados do solo. Comprime-a
bem a contra o solo de modo a que as partículas deste fiquem bem coladas à
tábua.
6. Retira a tábua. Enche os espaços vazios com partículas retiradas do respectivo
horizonte e deixa secar bem.
7. Analisa a tábua. Desenha o que observas.
Notas:
- O professor deve chamar a tenção dos alunos para a camada abaixo da manta morta.
- Possíveis tópicos de discussão/exploração:
Consegues identificar diferentes zonas na tábua? Quantas? Como são? Como é o
material de cada uma dessas zonas? Que altura tem cada uma das zonas que identificaste na
tábua?
Semana da Ciência e Tecnologia 17
Parte B – O Porquê dos Horizontes do Solo
Material:
1 Frasco de vidro
Solo
Rolha de cortiça
Água
Régua
Relógio
Procedimento:
1. Coloca uma amostra de solo no frasco de vidro até metade.
2. Coloca água até encher o frasco.
3. Tapa o frasco com a rolha e agita bem a mistura de água e de solo.
4. Deixa repousar cerca de uma hora.
5. Observa com atenção o que aconteceu ao solo e faz um desenho.
6. Discute os resultados com os teus colegas.
Nota:
- Possíveis tópicos de discussão/exploração:
Consegues identificar diferentes zonas no frasco? Quantas? Como são? Como é o material de
cada uma dessas zonas? Que altura tem cada uma das zonas que identificaste no frasco? Será
que o que observaste no frasco de vidro se passa no solo? Porquê?
Semana da Ciência e Tecnologia 18
Actividade 3
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO SOLO (COR, CHEIRO, TEXTURA)
Material:
Amostra de um perfil de solo
Tabuleiro
2 Lupas
2 Pinças
1 Colher de sopa
2 Placas de Petri
Água
Procedimento:
1. Observa com atenção o perfil de solo que tens na tua mesa.
2. Separa o solo das diferentes zonas que encontraste.
3. Estuda agora as características cor e cheiro de cada uma dessas zonas
indicadas.
4. Podes também estudares a característica textura. Sabes o que é a textura?
Mistura uma colher de sopa de solo com um pouco de água. O que sentes? É
macio? É áspero? Consegues moldar um cilindro de diâmetro igual ao teu dedo?
5. Analisa outras características que aches que são importantes.
6. Regista os dados numa tabela.
Semana da Ciência e Tecnologia 19
Actividade 4
OS ANIMAIS DO SOLO
Parte A – Extracção dos animais do solo - Funil de Tullgren
Material:
Funil de Tullgren
Procedimento:
1. Monta o funil de Tullgren como mostra a figura.
2. Coloca uma amostra de solo na rede. Se o solo tiver torrões deves desfazê-
los suavemente antes de colocares o solo no funil.
3. Incidir a luz do candeeiro sobre o solo.
4. Espera cerca de 24-48 horas. Não te esqueças de desligar o candeeiro
quando saíres da escola.
5. Desenha os animais recolhidos no frasco.
Nota para o professor: Os seres vivos na tentativa de escapar à luz e à temperatura elevada vão-se
deslocando para baixo, acabando por cair no frasco colector. Ao fim de algumas horas começam a
aparecer no frasco os primeiros animais, mas só depois de dois ou três dias é que se pode considerar a
recolha terminada.
Semana da Ciência e Tecnologia 20
Parte B – Observação e identificação dos animais recolhidos
Material:
Animais recolhidos
2 Lupas
2 Pinças
Tabela de identificação de seres vivos
Procedimento:
1. Observa com atenção os animais que recolheste. Utiliza a lupa.
2. Separa, com cuidado, os animais que encontraste formando grupos.
3. Identifica os diferentes tipos de seres vivos que encontraste com a ajuda da
figura.
Principais grupos de animais representados na fauna do solo (adaptado de Hickman, 2004).
Semana da Ciência e Tecnologia 21
Actividade 5
O CASTELO DAS MINHOCAS
Material:
Minhocas
Solo
Tábuas de madeira casa uma com duas ranhuras
2 Placas de acrílico (ou vidro) transparente
2 Pinças
Papel autocolante transparente (ou parafilm)
Pano opaco (ou caixa de cartão)
Procedimento:
1. Monta o castelo das minhocas como mostra a figura.
2. Coloca solo no seu interior e seis minhocas.
3. Tapa a parte superior das placas com papel autocolante perfurado.
4. Coloca o castelo das minhocas num local escuro ou tapa-o. Se na sala não
houver nenhum local escuro coloca um pano ou uma caixa por cima do castelo.
O que pensas que vai acontecer? Porquê?
5. Espera pelo menos um dia. Observa e regista os resultados.
6. Discute com os teus colegas a importância das minhocas no solo.
7. Será que outros animais do solo têm funções semelhantes às das minhocas?
Porquê?
Semana da Ciência e Tecnologia 22
Actividade 6
POROSIDADE E PERMEABILIDADE DO SOLO
Material:
Solo da superfície (manta morta)
Solo da profundidade
2 Gobelés
2 Funis
Algodão hidrófilo
1 Colher de sopa
Água
1 cronómetro ou relógio com segundos
Procedimento:
1. Observa com atenção a figura.
Solo da superfície Solo da profundidade
2. Faz a montagem representada na figura mas, antes de deitares as amostras
de solo nos funis, deves colocar um pouco de algodão hidrófilo em cada um
deles. Certifica-te, também, de que colocas igual quantidade de solo em
ambos os funis e que o comprimes da mesma forma.
3. Adiciona, ao mesmo tempo, igual quantidade de água a cada funil.
4. Regista o tempo que demora a água a passar por cada um dos solos e o
volume de água recolhido nos gobelés.
Nota:
Possíveis tópicos de discussão/exploração: Qual dos solos se deixa atravessar mais facilmente
pela água? Qual dos solos retém mais água? Quais as consequências da permeabilidade dos solos
(em termos de fertilidade e agricultura)?
Semana da Ciência e Tecnologia 23
Actividade 7
O PH DO SOLO E AS PLANTAS
Material:
Solo da superfície (manta morta)
Solo da profundidade
1 Colher de sopa
1 Colher de chá
2 Frascos
Caixa com papel de tornesol
Água destilada
Tabela do valor de pH tolerado por algumas plantas
Relógio
Parte A – Determinação do pH do solo
Procedimento:
1. Coloca duas colheres de sopa de amostra de solo da superfície num frasco e
outras duas colheres de sopa de solo da profundidade no outro frasco.
2. Adiciona a cada um dos frascos água destilada até que a mesma atinja três
dedos acima da superfície do solo.
3. Com a ajuda da colher de chá, mistura bem cada um dos solos com a água.
4. Deixa repousar cerca de dez minutos. O que observas? Retira uma colher de
chá de líquido de cada um dos frascos e molha uma tira de papel de tornesol.
5. Observa a cor da tira de papel e compara-a com as registadas na caixa.
Qual o valor do pH das duas amostras de solo?
Semana da Ciência e Tecnologia 24
Parte B – Selecção das plantas de acordo com o pH do solo
1. Analisa cuidadosamente a tabela. Que plantas escolherias para o solo do
teu jardim de Outono?
Planta pH preferido
Pinheiro 5-6
Sobreiro 5-7
Laranjeira 6-8
Morangueiro 5-7
Magnólia 5 -6
Gardénias 5 -7
Rododendros 4-5
Azáleas 4-5
Cerejeira 6.5-8
Trevo 6-8
Azálea 4.5-5.5.
Salsa 6-7
Nota para o professor: Com crianças muito pequenas, que não dominem a leitura, poderá substituir-se
o nome das plantas por uma fotografia e o pH por uma tira de tornesol com a cor do pH do solo no qual
a respectiva planta se desenvolve.
Semana da Ciência e Tecnologia 25
Actividade 8
A ÁGUA NO SOLO
Material:
Solo da superfície (manta morta)
Solo da profundidade
3 Frascos de vidro
Candeeiro
Parafilm
Colher de sopa
Colher de café
Sulfato de cobre anidro
Água
Procedimento:
1. Coloca duas colheres de sopa de amostra de solo da manta morta num frasco e
outras duas da outra amostra no outro frasco.
2. Tapa, com parafilm, os dois frascos e coloca-os sob o candeeiro, a igual
distância do mesmo.
3. Enche metade de outro frasco com água e adiciona-lhe meia colher de café de
sulfato de cobre anidro. Regista o que observas.
4. Ao fim de 10 minutos desliga o candeeiro. O que observas no parafilm?
5. Com a ajuda do sulfato de cobre anidro identifica as gotas que se formam no
parafilm.
Semana da Ciência e Tecnologia 26
Actividade 9
O AR NO SOLO
Material:
Solo da superfície (manta morta)
Solo da profundidade
2 Frascos de vidro
2 Copos de plástico
Água
Colher de sopa
Procedimento:
1. Coloca cinco colheres de sopa de amostra de solo da manta morta num frasco e
cinco da outra amostra no outro frasco.
2. Enche um copo de plástico com água e verte num dos frascos com solo. O que
observas?
3. Repete este procedimento com o solo da outra amostra.
Nota:
Possíveis tópicos de discussão/exploração: Saíu dos frascos igual quantidade de bolhas?
Porquê? De que serão as bolhas que saíram dos frascos com solo?
Semana da Ciência e Tecnologia 27
Actividade 10
A TRANSFORMAÇÃO DA MANTA MORTA EM HÚMUS
Material:
Solo da superfície (manta morta e húmus)
Pinças
Lupas
Procedimento:
1. Analisa com cuidado a camada superficial do solo (manta morta e a
camada abaixo desta - húmus).
2. Descreve-as e regista.
3. Como se terá formado o húmus?
Nota:
Possíveis tópicos de discussão/exploração:
- Consegues observar a alteração dos materiais (folhas, ramos de árvores, animais…) à medida
que vais analisando as camadas cada vez mais inferiores?
- Consegues identificar o material (se é uma folha, se é um ramo…) na parte superior da manta
morta? E na parte inferior?
- Por que será que os restos dos seres – plantas e animais, se vão alterando à medida que os
observamos nas camadas mais inferiores?
- Quem são os responsáveis por estas alterações nos restos das plantas e dos animais?
- Estas alterações serão importantes para o solo e para os seres vivos? Porquê?
Semana da Ciência e Tecnologia 28
PARTE III
POSSÍVEIS INTER-RELAÇÕES COM A
MATEMÁTICA
Orientações ao professor
Objectivos presentes nas orientações curriculares da área disciplinar da
matemática e que podem ser valorizados em cada uma das actividades
propostas
Actividade n.º
Ano de
Escolaridade
Orientações curriculares 1 2 3 4 5 6
Estabelecer relações de grandeza entre objectos; × × ×
Conhecer e utilizar o vocabulário corrente utilizado nestas relações; × × ×
Fazer experiências utilizando diferentes materiais e objectos que conduzam à comparação: de
comprimentos; de capacidade e volumes; de massa;
× ×
Ordenar objectos segundo um critério que envolva a noção de: comprimento, capacidade e massa; × ×
Estabelecer relações entre factos e acções que envolvem a distinção de noções temporais: antes
/entre / depois; ontem / hoje / amanhã; agora /já; muito tempo / pouco tempo; a o mesmo tempo;
×
1º Ano
Reconhecer o carácter cíclico de alguns fenómenos e actividades; × ×
Reconhecer a necessidade de escolha de uma unidade para efectuar medições; × ×
Recobrir uma superfície, após a escolha prévia de uma unidade; × × ×
Determinar o número de unidades necessárias para recobrir uma superfície; × × ×
Desenhar, em papel quadriculado, figuras com uma determinada área; × ×
Comparar capacidades; × ×
Identificar recipientes com a mesma capacidade; ×
Relacionar hora/dia/semana/mês/ano; ×
Reconhecer o carácter cíclico de algumas actividades. × ×
2º Ano
Assinalar, no calendário, datas e acontecimentos; ×
Semana da Ciência e Tecnologia 30
Actividade n.º
Ano de
Escolaridade
Orientações curriculares 1 2 3 4 5 6
Relacionar o metro, o decímetro e o centímetro; × ×
Medir o perímetro de polígonos; × ×
Calcular o perímetro de polígonos; × ×
Desenhar quadrados em papel quadriculado a partir de um perímetro dado; × ×
Comparar volumes de objectos por empilhamento de objectos de igual volume; × ×
Ler e escrever números referentes às medições realizadas; ×
Comparar os resultados obtidos em medições que fez com os resultados obtidos pelos
colegas;
×
Relacionar a hora, o minuto e o segundo; × ×
Ler e escrever as horas; ×
Registar e comparar a duração de algumas actividades; ×
Fazer medições utilizando o metro, a fita métrica, a régua e registá-las; × ×
Medir a capacidade de recipientes (usando o litro e o decilitro); × ×
3º Ano
Fazer estimativas de medidas com base em unidades familiares; ×
Semana da Ciência e Tecnologia 31
Actividade n.º
Ano de
Escolaridade
Orientações curriculares 1 2 3 4 5 6
Calcular o perímetro de polígonos; × ×
Construir colectivamente o metro quadrado com quadrados de 1 dm de lado feitos em papel
quadriculado;
× ×
Calcular áreas de quadrados e de rectângulos utilizando a fórmula; × ×
Medir a capacidade de recipientes; × ×
Relacionar as unidades de medida de capacidade: kl, hl, dal, l, dl, cl, ml; × ×
Medir o perímetro da base circular de um objecto;
Medir o perímetro da base circular de um objecto; ×
Medir o diâmetro e o raio de uma circunferência; ×
Utilizar instrumentos da vida corrente relacionados com o tempo: relógios, calendários, horários; ×
4º Ano
Fazer estimativas de medidas com base em unidades familiares; ×
Semana da Ciência e Tecnologia 32
Actividade n.º
Ano de
Escolaridade
Orientações curriculares 7 8 9 10
Estabelecer relações de grandeza entre objectos;
Conhecer e utilizar o vocabulário corrente utilizado nestas relações;
Fazer experiências utilizando diferentes materiais e objectos que conduzam à comparação: de
comprimentos; de capacidade e volumes; de massa;
x x
Ordenar objectos segundo um critério que envolva a noção de: comprimento, capacidade e massa; x x
Estabelecer relações entre factos e acções que envolvem a distinção de noções temporais: antes
/entre / depois; ontem / hoje / amanhã; agora /já; muito tempo / pouco tempo; a o mesmo tempo;
x
1º Ano
Reconhecer o carácter cíclico de alguns fenómenos e actividades;
Reconhecer a necessidade de escolha de uma unidade para efectuar medições; x x
Recobrir uma superfície, após a escolha prévia de uma unidade;
Determinar o número de unidades necessárias para recobrir uma superfície;
Desenhar, em papel quadriculado, figuras com uma determinada área;
Comparar capacidades; x
Identificar recipientes com a mesma capacidade; x
Relacionar hora/dia/semana/mês/ano;
Reconhecer o carácter cíclico de algumas actividades.
2º Ano
Assinalar, no calendário, datas e acontecimentos;
Semana da Ciência e Tecnologia 33
Actividade n.º
Ano de
Escolaridade
Orientações curriculares 7 8 9 10
Relacionar o metro, o decímetro e o centímetro; x
Medir o perímetro de polígonos;
Calcular o perímetro de polígonos;
Desenhar quadrados em papel quadriculado a partir de um perímetro dado;
Comparar volumes de objectos por empilhamento de objectos de igual volume;
Ler e escrever números referentes às medições realizadas; x
Comparar os resultados obtidos em medições que fez com os resultados obtidos pelos
colegas;
x x
Relacionar a hora, o minuto e o segundo; x
Ler e escrever as horas;
Registar e comparar a duração de algumas actividades;
Fazer medições utilizando o metro, a fita métrica, a régua e registá-las;
Medir a capacidade de recipientes (usando o litro e o decilitro);
3º Ano
Fazer estimativas de medidas com base em unidades familiares;
Semana da Ciência e Tecnologia 34
Actividade n.º
Ano de
Escolaridade
Orientações curriculares 7 8 9 10
Calcular o perímetro de polígonos;
Construir colectivamente o metro quadrado com quadrados de 1 dm de lado feitos em papel
quadriculado;
Calcular áreas de quadrados e de rectângulos utilizando a fórmula;
Medir a capacidade de recipientes; x x
Relacionar as unidades de medida de capacidade: kl, hl, dal, l, dl, cl, ml;
Medir o perímetro da base circular de um objecto;
Medir o perímetro da base circular de um objecto;
Medir o diâmetro e o raio de uma circunferência;
Utilizar instrumentos da vida corrente relacionados com o tempo: relógios, calendários, horários; x x
4º Ano
Fazer estimativas de medidas com base em unidades familiares;
Fonte: DEB (2004). Currículo Nacional do Ensino Básico. Competências Essenciais. Departamento de Educação Básica, Ministério da Educação.
BIBLIOGRAFIA
- Campbbell, S. (2005). Deixe apodrecer: A reciclagem natural na horta e no jardim.
Lisboa: Publicações Europa América, Colecção Euroagro (63).
- Costa, J. (1975). Caracterização e constituição do solo. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian.
- Fanning, D. et al (1989). Soil: Morphology. Génesis and classification. New York:
John Wiley.
- Hickman, P. (2004). La naturaleza y tú. Barcelona: Editora Oniro.
- Oliveira, J. (1976). Ecologia do solo. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa.