O jardim do avô e da avó

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— E os girassóis fazem-me lembrar o sorriso da avó. Parece que a estou a ver — sorriu a Lucy abertamente. O avô tinha agora lágrimas de felicidade nos olhos e abraçou a neta. — Tens razão! Também consigo vê-la. Vem daí! Temos coisas a fazer! A Lucy passou todo o seu tempo livre dos anos seguintes a tomar conta do jardim com o avô. Num fim de tarde tranquilo, enquanto tomavam uma chávena de cacau na varanda, cansados mas felizes com o trabalho que tinham feito, a Lucy disse: — O jardim também me fará lembrar de ti. O avô sorriu, apertou a mão da neta e fechou os olhos, com a certeza de que o jardim deles estaria sempre em boas mãos. Neil Griffiths Grandma and Grandpa’s garden Wiltshire, Red Robin books, 2007 (Tradução) O jardim do avô e da avó A Lucy adorava visitar o avô e a avó. Viviam numa casinha no campo, rodeada de um grande e bonito jardim. O avô e a avó adoravam estar juntos no seu jardim e estavam sempre lá, ocupados a cavar, a tirar ervas daninhas, a podar e a plantar. Também gostavam muito das visitas da neta, a Lucy, porque era uma menina muito interessada e trabalhadora. A avó gostava de tratar dos canteiros, enquanto o avô adorava tratar dos legumes. A avó tinha flores de todos os tipos: margaridas, girassóis e miosótis.

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conto infanto juvenil para a biblioteca escolar

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Page 1: O jardim do avô e da avó

— E os girassóis fazem-me lembrar o sorriso da avó. Parece que a

estou a ver — sorriu a Lucy abertamente.

O avô tinha agora lágrimas de felicidade nos olhos e abraçou a

neta.

— Tens razão! Também consigo vê-la. Vem daí! Temos coisas a

fazer!

A Lucy passou todo o seu tempo livre dos anos seguintes a tomar

conta do jardim com o avô.

Num fim de tarde tranquilo, enquanto tomavam uma chávena de

cacau na varanda, cansados mas felizes com o trabalho que tinham

feito, a Lucy disse:

— O jardim também me fará lembrar de ti.

O avô sorriu, apertou a mão da neta e fechou os olhos, com a

certeza de que o jardim deles estaria sempre em boas mãos.

Neil GriffithsGrandma and Grandpa’s gardenWiltshire, Red Robin books, 2007

(Tradução)

O jardim do avô e da avó

A Lucy adorava visitar o avô e a avó. Viviam numa casinha no

campo, rodeada de um grande e bonito jardim.

O avô e a avó adoravam estar juntos no seu jardim e estavam

sempre lá, ocupados a cavar, a tirar ervas daninhas, a podar e a

plantar.

Também gostavam muito das visitas da neta, a Lucy, porque era

uma menina muito interessada e trabalhadora.

A avó gostava de tratar dos canteiros, enquanto o avô adorava

tratar dos legumes.

A avó tinha flores de todos os tipos: margaridas, girassóis e

miosótis.

Page 2: O jardim do avô e da avó

Mas as suas flores favoritas eram as rosas. Adorava as suas

cores, as suas pétalas delicadas e o seu perfume maravilhoso.

O avô cultivava legumes de todos os tipos em fiadas muito

direitas. Tinha cenouras, couves, beterrabas, ervilhas e favas.

Ficavam no jardim o dia todo, do nascer ao pôr-do-sol, parando

apenas para tomar uma chávena de chá e comer uma fatia do bolo de

frutas delicioso que a avó fazia.

O avô elogiava as flores da avó e esta admirava os legumes do avô.

Viviam felizes juntos, e ficavam ainda mais contentes quando a

Lucy os vinha ajudar. Ensinavam-na a semear, a tomar conta de

rebentos novos, a podar, a tirar ervas daninhas, e a colher os legumes e

flores frescas.

No entanto, estes dias felizes não duraram para sempre.

Infelizmente, a avó ficou doente. Estava tão debilitada que nem sequer

podia sair da cama e ir até ao seu adorado jardim.

O avô colocou a cama deles junto da janela, para que ela pudesse

ver as suas flores maravilhosas. Também lhe cortava um raminho todos

os dias e colocava-o numa jarra junto dela, para que pudesse cheirar o

seu perfume.

E foi nessa cama que,

numa manhã tranquila, a avó

olhou pela última vez o seu

jardim adorado. Sorriu, fechou

os olhos e morreu nos braços do

avô.

A Lucy não pôde ir logo ver

o avô. A mãe disse que era melhor esperar um pouco.

Quando finalmente o foi ver, ficou muito triste por o ver na

varanda, sentado na cadeira de baloiço.

O jardim também parecia triste, com ervas daninhas a crescer por

entre as flores, e os legumes tinham, entretanto, secado e mirrado.

O avô disse à Lucy que se sentia triste quando ia ao jardim e que

tinha muitas saudades da avó.

A Lucy ficou a olhar para o jardim abandonado.

— Avô, o jardim não te recorda os tempos felizes que passaste

com a avó?

O avô continuava triste. Lucy pegou na mão dele com gentileza.

— As rosas não te fazem lembrar as faces rosadas da avó? —

sussurrou.

O avô sorriu ligeiramente.

— E os miosótis não te lembram os seus olhos azuis?

O avô sorriu mais.