O jornal do Berto

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Este é um trabalho sobre a vida e obra do poeta moderno Al Berto (Alberto Raposo Pidwell Tavares). Alimente o seu gosto pela poesia do século XX !

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O jornal do Berto

(baseado na vida de Alberto Raposo Pidwell Tavares)

Escola Secundária de Albufeira

Ano lectivo 2012/2013

24.05.2013

Recolha e redação por:

Ana Mira nº2 10ºD

Cristiana Von Rekowski nº11 10ºD

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Ana Mira e Cristiana Von Rekowski

(nº2 e nº11 da turma 10D)

O jornal do Berto

(baseado na vida de Alberto Raposo Pidwell Tavares)

16 Páginas

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Índice

Apresentação……………………………………………………………………………….………………………………. 6

Mini-biografia…………………………………………………………………………………………………………..…. 7

Obras marcantes……………………………………………………………………………………………………….… 8

Poesia……………………………………………………………………………………………………………………..... 9/11

Influências e temáticas………………………………………………………………………………………..…..…. 12

Baú…………………………………………………………………………………………………………….……………… 13/14

Artigo técnico-científico………………………………………………………………………………………………15

Nota final…………………………………………………………………………………………………………..…….… 16

Referências…………………………………………………………………………………………………………………. 17

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Apresentação

No âmbito da disciplina de português foi-nos proposto pela professora Maria de Jesus Pinto um trabalho com tema “Poetas do século XX”, em que o objetivo era explorar a vida e obra de um deles, à escolha. A nossa foi Alberto Raposo Pidwell Tavares, mais conhecido por Al Berto. Escolhemo-lo pelo facto de ter um nome original e pouco protagonismo, pelo menos no nosso ambiente social e escolar.

Após a realização de algumas pesquisas pensámos em reunir toda a informação que tínhamos adquirido num documento informativo, que pudesse ser apresentado oralmente, mas também divulgado à comunidade escolar, quer em formato manual, quer em formato digital. Na altura não foi possível partilhá-lo com a turma, no entanto tivemos a oportunidade de finalizá-lo a tempo de ser publicado online. Até obtermos uma versão que agradasse tanto a nós como à professora, com os padrões de uma boa publicação e devidamente preparada, alterámo-la inúmeras vezes, atendendo a todos os pormenores. Foi uma experiência árdua mas interessante que nos tirou da nossa zona de conforto por ser nova e diferente daquilo a que estamos habituados.

Esperamos que o nosso documento seja utilizado não só como exemplo de boa prática de trabalho, mas também como fonte de informação para todos aqueles que necessitarem dela. Podemos desta forma apelar ao gosto pela poesia ou simplesmente transformar parte dela em algo que não seja tão misterioso e obscuro como se parece a muitos. Podemos transformá-la num agradável e construtivo momento de leitura ou até lazer.

Desde já agradecemos ao leitor,

Ana Mira e Cristiana Von Rekowski

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Mini- Biografia

Alberto Raposo Pidwell Tavares, nascido a 11 de Janeiro de 1948, foi um poeta especial do século XX.

Pertencia a uma família da alta burguesia, natural de Sines, local onde passou a sua juventude. Frequentou a escola António Arroio, em Lisboa.

Tornou-se refratário militar no ano de 1967, tendo-se exilado na Bélgica. Foi aí que estudou em La Cambre e se dedicou à pintura. Deixou por terra este primeiro sonho, em 1971, para enveredar pela área da escrita.

Regressou a Portugal a 17 de Novembro de 1974, e escreveu na totalidade À procura do Vento num Jardim de Agosto, a sua obra de estreia na língua Portuguesa.

No dia 10 de Junho de 1992 tornou-se oficial da ordem militar de Sant’lago da Espada.

Deixou várias obras incompletas, tendo morrido a 13 de Junho de 1997, em Lisboa, vítima de linfoma.

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Salsugem (1984) “Visita-me enquanto não envelheço toma estas palavras cheias de medo e surpreende-me com teu rosto de Modigliani suicidado…”

Obras Marcantes

À Procura do Vento num Jardim d’Agosto (1977) “Sei que darei ao meu corpo os prazeres que ele me exigir. Vou usá-lo, desgastá-lo até ao limite suportável, para que a morte nada encontre de mim quando vier.”

O Último habitante (1983) “partir de novo seria tudo esquecer/ mesmo a ave que de manhã vem dar asas à boca recente do sonho/ mas decidi ficar aqui a olhar sem paixão o lixo dos espelhos/ onde a vida e os barcos se cobrem de lodo…”

Canto do Amigo Morto (1991) “vejo-te do meio da longínqua morte, pelo tacto e pelo cheiro, pelo sentir teu corpo contra a minha pele que se dilata e rasga - deixando em redor de tua boca um halo doloroso de zinabre. sem mim, a pouco e pouco, transformar-te-ás em corpo mineral. lugar onde se ergue o ouro e a luz, sepultura à medida da tua imagem.” Horto de Incêndio (1997) “ouve-me que o dia te seja limpo e a cada esquina de luz possas recolher alimento suficiente para a tua morte”

O Medo (1987-1998) “correr a cidade duma ponta a outra só para te dizer boa noite ou talvez tocar-te e morrer”

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Poesia

Recado

ouve-me que o dia te seja limpo e a cada esquina de luz possas recolher alimento suficiente para a tua morte vai até onde ninguém te possa falar ou reconhecer - vai por esse campo de crateras extintas - vai por essa porta da água tão vasta quanto a noite deixa a árvore de cassiopeias cobrir-te e as loucas aveias que o ácido enferrujou erguerem na vertigem do voo - deixa que o outono traga os pássaros e as abelhas para pernoitarem na doçura do teu breve coração - ouve-me que o dia te seja limpo e para lá da pele constrói o arco de sal a morada - o mar por onde fugirá o eterno visitante desta noite não esqueças o navio carregado de lumes de desejos em poeira - não esqueças o ouro o marfim - os sessenta comprimidos letais ao pequeno almoço

Análise O poema divide-se em duas partes lógicas, em que o autor dirige-se a alguém mostrando as etapas para uma morte calma, como é o caso dos versos “vai até onde ninguém te possa falar ou reconhecer” e “deixa a árvore de cassiopeias cobrir-te”, dando-nos a ideia da preparação involuntária de uma morte (própria). Os versos são soltos e a rima é branca. Isto prende-se com o facto de o poeta ser moderno, tendo a liberdade de escrever de todas as formas desejadas por si, não obrigando a qualquer tipo de regra. O poema é constituído por duas quadras, uma sextilha, dois dísticos e uma última quadra. Podemos encontrar ao longo do mesmo, várias enumerações, anástrofes e eufemismos.

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Incêndio se conseguires entrar em casa e alguém estiver em fogo na tua cama e a sombra duma cidade surgir na cera do soalho e do tecto cair uma chuva brilhante contínua e miudinha - não te assustes são os teus antepassados que por um momento se levantaram da inércia dos séculos e vêm visitar-te diz-lhes que vives junto ao mar onde zarpam navios carregados com medos do fim do mundo - diz-lhes que se consumiu a morada de uma vida inteira e pede-lhes para murmurarem uma última canção para os olhos e adormece sem lágrimas - com eles no chão"

Análise O poema divide-se em duas partes

lógicas. A primeira consiste na revivência de uma passao, aparentemente já conhecido pelo autor. A segunda funde o presente, o passado e o futuro e mostra e necessidade e em simultâneo o medo, de seguir em frente.

Tal como em Recado, a rima é branca e os versos são soltos.

O poema é constituído por uma quintilha, um terceto e uma sextilha, onde podemos encontrar vários recursos estilísticos, como a enumeração, a hipérbole e a metáfora.

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Foram Breves e Medonhas as Noites de Amor foram breves e medonhas as noites de amor e regressar do âmago delas esfiapava-lhe o corpo habitado ainda por flutuantes mãos estava nu sem água e sem luz que lhe mostrasse como era ou como poderia construir a perfeição os dias foram-se sumindo cor de chumbo na procura incessante doutra amizade que lhe prolongasse a vida e uma vez acordou caminhou lentamente por cima da idade tão longe quanto pôde onde era possível inventar outra infância que não lhe ferisse o coração in O Medo

Pintura: Robert Liberace

A Invisibilidade de Deus dizem que em sua boca se realiza a flor outros afirmam: a sua invisibilidade é aparente mas nunca toquei deus nesta escama de peixe onde podemos compreender todos os oceanos nunca tive a visão de sua bondosa mão o certo é que por vezes morremos magros até ao osso sem amparo e sem deus apenas um rosto muito belo surge etéreo na vasta insónia que nos isolou do mundo e sorri dizendo que nos amou algumas vezes mas não é o rosto de deus nem o teu nem aquele outro que durante anos permaneceu ausente e o tempo revelou não ser o meu

in O Medo

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Influências e temáticas

Al Berto escrevia com bastante agressividade, quer a nível metafórico, quer a nível da construção do discurso. Era com esta agressividade que o autor expressava a sua opinião sobre as atitudes do Homem num universo que lhe é hostil. A sua poesia foi comparada à de Michaux e à de Rimbaud (dois poetas de expressão francesa) pelo facto de se refletir numa luta contra o mal, utilizando o próprio mal e o poder exorcizante das palavras. A fusão da prosa com a poesia era uma das principais características da sua obra. Possuía ainda um caráter fragmentário, surrealista e permanente e intemporal, simultaneamente.

Michaux (1899-1984) e Rimbaud (1854)-1891)

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O baú

Golgona Anghel é uma jovem mulher

licenciada em Línguas e Literaturas

Modernas, entre tantas outras áreas, sendo

as suas zonas de destaque, a Literatura

Portuguesa e a Filosofia Contemporânea.

Escreveu Eis-me acordado muito tempo

depois de mim, uma particular biografia de

Al Berto, editada em 2006, da qual foram

retirados os seguintes excertos:

“(…)Na Primavera de 1967 troca Portugal pela Bélgica: «nunca esqueceu esse 14 de Abril. Exila-se em Bruxelas, primeiro na qualidade de estudante [...] e, mais para contornar escolhos burocráticos de índole xenófoba, como refugiado político.» Depressa mandou às urtigas o curso de pintura monumental na École Nationale Supérieure d'Architecture et des Arts Visuels... Colabora em publicações marginais, redigindo sempre em francês. Um dos capítulos da biografia,História dum desencontro intermitente, dá conta desses anos de diáspora: descoberta de Genet, viagens ao sul de França e a Espanha, etc. O regresso a Portugal e à quinta dos avós ocorre em Novembro de 1975. Abre uma livraria, funda uma editora que leva o seu nome, publica À procura do vento num jardim d’Agosto (1977), primeiro livro escrito em português. Entretanto, Joaquim Manuel Magalhães dá por ele e chama a atenção para o seu nome. Colaborador da autarquia (1981-86) e, mais tarde, director do Centro Cultural Emmerico Nunes, acabará por deixar Sines em Janeiro de 1987. (…)Surgido numa época propícia à nomeação de todos os interditos, Al Berto trouxe à poesia portuguesa um conjunto de temas que configuram desvios da ordem falocêntrica: intercurso anal, homossexualidade, sexo em grupo, etc., os quais, associados à deriva libertária e ao imaginário hippie (amor

livre, travestismo, drogas, prostituição masculina, rock, etc.), imediatamente fixaram um padrão que o afastava tanto do aticismo semântico dos poetas dos anos 1960 como do “regresso ao real” que caracterizou a poesia dos anos 1970, na medida em que o retorno ao sentido se fez, nos melhores casos, com recurso ao diálogo culturalista. Pelo contrário, Al Berto, contaminando a escrita com os acidentes biográficos, sem excessivas preocupações de genealogia literária, conseguiu impor a imagem de marca de uma certa contracultura. E pode-se dizer que o fez com a arrogância dos que não temem afirmar identidade própria.”

Al Berto, a biografia, in MIL FOLHAS, 1-12-2006, p. 14.

Al Berto 13

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Lucila Nogueira, 63 anos, escritora

brasileira de origem luso-galega, tem já

publicados vinte e dois livros de poesia e

cinco ensaios. Também ela juntou algumas

letras para falar e relembrar Al Berto:

“Enquanto manuseava os livros de uma prateleira de poesia, senti um impacto como há muito não me acontecia. De uma capa em preto e branco um olhar de um só olho fulminante me reduziu a cinzas. O livro: Horto de Incêndio. O autor: Al Berto. (Ed. Assírio & Alvim, Lisboa, 1997).

Da foto tirada por Paulo Nozolino em 1990, passei às páginas que tiveram o dom de me confundir e me arremessar em perplexidades. De repente um poeta português mexia com o meu espírito de modo mais contundente do que aqueles que me acostumara à sua frequentação. Que autor era esse que falava do essencial sem retóricas ultrapassadas ou cacoetes cerebralistas ainda duros na queda em meu País do Carnaval?

De um poeta não pretendemos outra coisa que não esse mergulho na fonte primordial da consciência humana. Uma experiência nítida e nova revelada com lucidez e ternura. Uma inquietação que nos acalma, embora nos perturbe. Poesia como imagem além da memória, filme editado em palavras que deixam marcas permanentes na paisagem cotidiana. Estranha forma de serenidade, essa cultivada no desespero e na desordem. Estranha forma de imortalidade, essa conquistada na pulsação da morte e da loucura. Estranha forma de realidade, essa que emerge fantástica do abismo em direção vertical ao coração dos homens.”

Al Berto

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Artigo científico-técnico Al Berto, o poeta maldito Al Berto, nascido Alberto Raposo Pidwell Tavares, a 11 de Janeiro de 1948, é um dos poetas especiais do séc. XX, muitas vezes designado/por alguns designado poeta maldito. Pertencia a uma família da alta burguesia natural de Sines (local onde passou grande parte da sua juventude). Frequentou a escola António Arroio, em Lisboa. Tornou-se refratário militar em 1967, tendo-se exilado na Bélgica. Foi aí que surgiu a sua dedicação à pintura, possivelmente inspirada em La Cambre (Escola Superior de Artes Visuais). Passados 4 anos, deixou por terra este primeiro sonho, para enveredar pela área da escrita. Regressou a Portugal a 17 de Novembro de 1974, onde escreveu a sua obra de estreia, totalmente em português, À procura do vento num jardim de Agosto. No dia 10 de Junho de 1992 tornou-se oficial da Ordem Militar de Sant’lago da Espada (Ordem Honorífica Portuguesa). Deixou-nos as suas profundas reflexões em várias obras, entre elas, Horto de Incêndio (1997), O Último Habitante (1984) e Canto do Amigo Morto (1991). No teatro, chegou a ter lugar uma peça sua intitulada Apresentação da noite. Foi ainda premiado com o Pen Club de poesia, pela publicação de O Medo (obra considerada a mais marcante). Al Berto escrevia com bastante agressividade, quer a nível metafórico, quer a nível da construção do discurso, expressando assim, a sua opinião acerca das atitudes do Homem num universo que o autor dizia ser-lhe hostil. Uma das mais particulares características da sua obra era fundir a prosa com a poesia. Além do mais, por ter sido um poeta moderno, não se via obrigado a respeitar um determinado esquema rimático, mas em vez

disso, a sua vontade, tendo preferido os versos soltos. O misto de temas abordados também se prende com este facto. Aquilo que escrevia possuía um caráter fragmentário, surrealista, permanente e intemporal. O autor usava constantemente o mal, para lutar contra o próprio mal, tornando exorcizantes as suas palavras, o que lhe conferiu várias comparações à escrita de Michaux e Rimbaud (poetas de expressão francesa do século XIX). Al Berto faleceu a 13 de Junho de 1997, na capital portuguesa, vítima de linfoma, tendo deixado inúmeras obras incompletas, algumas delas publicadas postumamente, como o caso de Degredo no Sul (organizado por Paulo Barriga).

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Nota final

Alberto Raposo Pidwell Tavares foi muito mais do que um simples poeta. Enquanto organizávamos a informação recolhida e redigíamos os textos, íamos descobrindo cada vez mais acerca da sua personalidade escondida e desvendando detalhes pouco conhecidos sobre a sua vida. Consideramos que o trabalho foi produtivo na medida em que nos levou a tentar um novo formato de apresentação e disposição de informação, imaginado desde o início por nós mesmas. Foi algo que surgiu ao longe e aos poucos foi sendo alcançado.

Achámos curioso “desenterrar” tesouros acerca da vida de uma figura pública, conteúdo ao qual não teríamos acesso em ambiente de sala de aula, conteúdo que exigiria procura mais intensa e persistente.

Com os feedback’s que fomos recebendo tanto a nível de formato de apresentação como a nível de escrita, conseguimos realizar um trabalho favorável e bastante construtivo.

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Referências

http://www.astormentas.com/din/biogra

fia.asp?autor=Al+Berto http://www.citador.pt/poemas/a/alberto

-raposo-pidwell-tavares https://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Mich

aux http://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Rim

baud http://cfcul.fc.ul.pt/equipa/2_cfcul_nao_e

legiveis/golgona/golgonaanghel.htm http://daliteratura.blogspot.pt/2006/12/

al-berto.html http://www.tumblr.com/tagged/al%20b

erto?language=ru_RU

http://www.citador.pt/poemas/foram-breves-e-medonhas-as-noites-de-amor-alberto-raposo-pidwell-tavares

http://nescritas.com/homenagemalberto/

https://www.facebook.com/pages/Al-Berto/159082257567173

http://www.revista.agulha.nom.br/ag44berto.htm

http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/brasil/lucila_nogueira.html

http://olhares.sapo.pt/o-ultimo-habitante-foto2201256.html

http://wwwdejanito.blogspot.pt/2013/01/al-berto.html?zx=84ccb7f5b359b4d5

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“Por mais atento que se seja, há sempre coisas que nos escapam e que só podemos conhecer de outra

maneira, através dos outros sentidos, que estão menos treinados…”

Al Berto, in Entrevista à revista Ler (1989)

“Quanto a Horto de Incêndio (…) achei-o surpreendentemente belo e...triste. Escrito muito pouco tempo antes

da sua morte, ele antecipa-a e prepassa por todo o livro uma atmosfera de desapego da vida e a preparação

para enfrentar o destino que estava próximo.

Poderia escolher variados poemas, pois o tema, com variações, está claro, está sempre presente…”

João Roque (leitor)