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ANO I | N.º 7 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | QUINZENAL | 16 maio 2012 Peniche Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar organiza primeiro Festival de Cinema Flutuante Óbidos Seleção das quinas volta a escolher a região para estágio antes do Europeu Caldas da Rainha Funcionárias de bomba de gasolina acusadas de desviar cerca de 100 mil euros // P 4 // P 5 // P 7 // P 9 Telma Santos nos Jogos Olímpicos JÁ IMAGINOU UM JORNAL GRATUITO QUE LHE DÁ DESCONTOS? Caldas em festa Um concerto a assinalar os 15 anos de carreira da cantora caldense Rebeca, entrega de cabazes a famílias carenciadas, homenagem ao Banco Alimentar e recados aos representantes do Governo presentes nas comemorações marca- ram o feriado municipal das Caldas da Rainha. // centrais

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Jornal da Região Oeste

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16 maio 2012

ANO I | N.º 7 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | QUINZENAL | 16 maio 2012

PenicheEscola Superior de Turismo eTecnologia do Mar organiza primeiro Festival de Cinema Flutuante

ÓbidosSeleção das quinas volta aescolher a região para estágio antes do Europeu

Caldas da RainhaFuncionárias de bomba de gasolina acusadas de desviar cerca de 100 mil euros

// P 4

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TelmaSantosnos Jogos Olímpicos

JÁ IMAGINOU UM JORNAL GRATUITO QUE LHE DÁ DESCONTOS?

Caldasem festa

Um concerto a assinalar os 15 anos de carreira da cantora caldense Rebeca, entrega de cabazes a famílias carenciadas, homenagem ao Banco Alimentar e recados aos representantes do Governo presentes nas comemorações marca-ram o feriado municipal das Caldas da Rainha. // centrais

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| abertura

Quando a época balnear tiver iní-cio na cidade de Peniche, de 1 de junho a 15 de setembro – o mesmo período que nas Caldas da Rainha – os banhistas das praias do Baleal Norte, Baleal Sul, Cova de Alfar-rôba, Gambôa, Medão/Supertubos e Consolação sabem que estão em

Peniche tem as praias mais azuis da regiãoCom um total de seis praias galardoadas, o concelho de Peniche é o que mais bandeiras azuis vai ostentar nos seus areais em toda a região oeste durante este verão

Em 1985 teve início, em França, o Programa Bandeira Azul. Passados dois anos foi alargado a todo o continente euro-

território certificado pelo Programa Bandeira Azul que elege, anual-mente, as melhores praias de todas as regiões balneares da Europa. As praias escolhidas foram divulgadas no passado dia 5 de maio, coinci-dente com as comemorações dos 25 anos da Bandeira Azul.Nas Caldas da Rainha a Praia do Mar, na Foz do Arelho, mantém a

distinção. Este ano a região oeste conta com a Bandeira Azul hasteada em 20 praias. De fora nos últimos dois anos, a reentrada do concelho de Alcobaça na lista das praias ga-lardoadas e o aumento do número de zonas balneares distinguidas no concelho de Torres Vedras permi-tiram o aumento de bandeiras azuis nesta região.

Bandeira Azulpeu e em 2001 estendeu-se ao resto do mundo, abrangendo atualmente mais de 40 países. Num total de 74 bandeiras azuis, o Algarve é a região portuguesa com maior distinção. O nosso país consegue este ano arrecadar a Bandeira Azul em 271 praias, seguindo-se, depois do Algarve, a região do Norte com 63, do Tejo - onde se insere a zona Oeste – com 45, do Alentejo com 22 e por fim a do Centro conseguiu 18.

Nas ilhas, os Açores conquistaram 33 Bandeiras Azuis e a Madeira 14. Dos 32 critérios usados para avaliar a qualida-de das praias estão, entre outros, a presença de nadadores--salvadores, de equipamentos de primeiros socorros e a se-gurança dos acessos à zona balnear, a limpeza da praia e a existência de equipamentos de recolha seletiva de resíduos e a afixação das análises realizadas à água.

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A sessão liderada pelo Padre Pedro Silva serviu também para anunciar a constituição da Comissão Pró--Memorial que irá promover um

Comunidade não deixaesquecer Padre BastosO auditório do Stella Maris em Peniche foi palco, no passado dia 5 de maio, daapresentação pública do memorial em homenagem a Monsenhor Manuel Bastos

conjunto de iniciativas para angariar fundos com vista à construção do memorial erguido pela comunidade paroquial de Peniche, cidade onde

exerceu funções sacerdotais durante mais de seis décadas. “A ideia de se fazer um memorial em homenagem ao Padre Monse-nhor Manuel Bastos nasceu de uma exigência do povo de Peniche, de cristãos e não cristãos, para que a sua memória não ficasse esqueci-da.” Explica o prior da Paróquia de Peniche, acrescentando que “esta é uma homenagem dos cristãos e da Paróquia pela necessidade de não fazer esquecer a vida deste grande homem e a obra feita na terra a que dedicou grande parte da sua vida.” O memorial em honra do Padre Monsenhor Manuel Bastos, falecido há cerca de dois anos, será colocado junto ao Lar de Santa Maria, em Pe-niche, com um comprimento apro-ximado de seis metros e dois metros de altura, tem um custo a rondar os 45 mil euros, totalmente suportados pela comunidade paroquial. A peça é criada pelo escultor Carlos Olivei-ra, das Caldas da Rainha. A inauguração está prevista para o dia 14 de setembro de 2013, data que assinala o aniversário em que o sacerdote iniciou funções como pá-roco de Peniche.

De 7 a 11 deste mês foi dinami-zada a “Semana da Europa” que inclui uma exposição de figuras relacionadas com as capitais eu-ropeias e a disponibilização aos alunos, gratuitamente, de publi-cações oficiais – como folhetins, revistas e jornais - produzidas pe-las Instituições da União Europeia com sede no Luxemburgo e da Representação Jean Monnet em Portugal. A escola teve acesso a esta docu-mentação através dos contactos estabelecidos pela docente de eco-nomia Alda Gouveia com as ins-tituições sediadas no nosso país, o Centro de Informação Europeia Jacques Delors e a Representação Jean Monnet. A professora biblio-tecária Marisa Mendes explica as diferentes finalidades desta ativi-

“Cimeira” europeia na Escola Secundária de PenicheO Dia da Europa é assinalado a 9 de maio mas a Es-cola Secundária de Peniche dedicou toda essa semana ao velho continente

dade. “Não nos limitamos a come-morar o dia da Europa, a bibliote-ca/Centro de Recursos da Escola Secundária de Peniche tem um es-paço dedicado à informação euro-peia onde podem ser consultadas, ao longo do ano, promulgações atuais produzidas pelas Institui-ções da UE.” A exposição fornece aos seus visitantes dados estatísti-cos que permitem fazer uma aná-lise comparativa entre Portugal e os outros países no mundo, mas também exibe ‘Os Cartoons de António’ e de ‘Capital de Risco’ de Rodrigo de Matos, publicados no semanário Expresso, procuran-do assim “retratar aos alunos os acontecimentos políticos e eco-nómicos da União Europeia e do Mundo durante este ano letivo.”

A Boundi, em conjunto com a As-sociação Bandeira Azul da Europa (ABAE) promoveu, no passado dia 12, a ação ‘Maré Humana’ em 20 concelhos de Portugal Continental e ilhas. A praia dos Supertubos foi a escolhida de Peniche.O principal objetivo desta “maré” é chamar a atenção para um conjun-to de ameaças ao litoral e a neces-sidade de alterar comportamentos menos próprios dos frequentado-res das praias portuguesas. Susana Silva, coordenadora da educação ambiental da Eco-Escola Básica de Santa Catarina, nas Caldas da Rai-

“Maré Humana” varre Supertubos

nha, - única participante - revela o entusiasmo dos alunos na participa-ção deste evento. “Quando a ABAE nos convidou, apresentei o projeto às várias turmas e os interessados foram tantos que até tínhamos uma lista de espera para participar na ati-vidade. Não sei precisar, mas desde 1999 que participamos e ganhamos o galardão Eco-Escolas.” O presidente da Câmara Municipal de Peniche, António José Correia, esteve presente na atividade e não se cansou de elogiar a importância desta “pela transmissão às pessoas da importância dos ecossistemas,

da limpeza das praias e de como se deve fruir dos espaços da praia.” Disponibilizando os meios de apoio logístico aos participantes, a CMP sente-se – pelas palavras do presi-dente- “orgulhosa por Peniche ter sido um dos 20 concelhos escolhi-dos para esta iniciativa. Especial-mente pelo facto desta praia, Su-pertubos, ser uma das finalistas do concurso 7 Maravilhas – Praias de Portugal.”Os 100 alunos participantes proce-deram a uma recolha dos resíduos existentes na praia seguidos de uma deposição seletiva, a uma represen-tação da biodiversidade existente no litoral através de construções em areia e uma chamada de atenção para a importância da utilização dos chapéus de sol e protetor solar, entre outras atividades. No final realizou--se um flashmob e um cordão hu-mano simbólico, “hands across the sand”, com alguns surfistas.

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| concelhos // peniche

Incluída na categoria de ‘Praias de Uso Desportivo’, Supertubos é a única praia da região a concurso depois de terem sido entregues 25 candidaturas, entre elas as da praia do Baleal, da Berlenga e da Alma-greira, em Peniche, da praia da Na-zaré e da Lagoa de Óbidos – Foz do Arelho, nas Caldas da Rainha. As zonas balneares finalistas foram se-lecionadas pelo Conselho Científico do evento que no passado dia 6 de maio divulgou as praias que estão em votação até dia 7 de setembro, sendo os vencedores divulgados a 8 do mesmo mês numa gala a rea-lizar em Troia, Setúbal. Em declara-ções ao sítio na internet da Câmara Municipal de Peniche, o ator Pedro Lima, “padrinho” da praia palco da prova Rip Curl Pro, confessa que

Supertubos finalista das 7 MaravilhasA praia dos Supertubos, em Peniche, é uma das 21 finalistas do concurso“7 Maravilhas – Praias de Portugal”

“vale a pena viajar para Peniche e usufruir das condições perfeitas ofe-recidas pela praia de Supertubos. É frequente depois de uma surfada em Supertubos não conseguir adorme-cer devido à beleza da imagem das ondas que fiz continuar a projetar-se no meu pensamento.”

A votação pública já começou e pode escolher a sua praia favori-ta no site oficial do concurso em www.7maravilhas.pt, no Facebook, por chamada telefónica e SMS . Para votar na praia dos Supertubos, o número é 760 207 721.

O festival a bordo de um navio de cruzeiro inicia-se a 11 de novem-bro em Génova, Itália, tem uma paragem em Barcelona, Espanha, e termina no dia 14 do mesmo mês em Lisboa. Para o diretor do festi-val, Fernando Santos, “o objetivo é juntar as vertentes da ecologia, do turismo em geral e do turismo de cruzeiros em particular para fazer pela primeira vez um festival flutu-ante a nível mundial. Sendo este um festival itinerante há a particularida-de de se deslocar às cidades e não o oposto.” Para além da componente turística, “o evento é uma com-petição de talentos realizado num ambiente temático, estando criadas as condições para a partilha de ex-

O Odisseia – Tourism & Ecology Film é organizado pela Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) de Peniche, em parceria com outras duas entidades inter-nacionais

ESTM organiza primeiro Festival de Cinema Flutuante

periências, permitindo aos partici-pantes obter conhecimentos sobre novas tendências, criar novas redes de colaboração e dar a conhecer os seus próprios projetos a novos par-ceiros.” Aquando da sua apresenta-ção na ESTM durante a Conferência Internacional ‘Ciência, Turismo e Marcas de Destino’, nos passados dias 10 e 11 de maio, o professor Francisco Dias, responsável pelo GITUR – Grupo de Investigação em Turismo da ESTM, assegurou que este “será um grande cineclube, associando os espectadores cinéfilos

e os produtores e realizadores de ci-nema, aos turistas habituais de um navio de cruzeiros. Esta mostra de cinema em pleno mar decorrerá a bordo de um dos maiores navios do mundo, o MSC Fantasia, com 333 metros de comprimento e capacida-de para 4.000 turistas.” O painel de júris é constituído por personalidades ligadas ao cinema e à televisão, vindos desde a Aus-trália, Brasil, Inglaterra, Espanha a Cabo Verde. O Grande Prémio do Festival é a “Grande Bússola de Ouro.”

Um grupo Parlamentar do Partido Socialista questionou o Governo sobre o interesse na instalação, por parte das Pousadas de Portu-gal, de uma unidade hoteleira na Fortaleza de Peniche. Depois da inauguração da Pousada da Cida-dela de Cascais e da abertura da Pousada da Serra da Estrela estar prevista até final do ano, os depu-tados Basílio Horta, João Paulo Pedrosa, Odete João e Hortense Martins interrogaram o Governo no sentido de saber se está man-tido o interesse no investimen-to projetado há uma década. “O forte está num estado precário de conservação, agravado pelo des-

PS quer saber se há Pousada na Fortalezamoronamento de parte da mura-lha em 2010. Ganha assim maior urgência a recuperação do edifi-cado para um novo uso”, alertam os socialistas. O Museu da Resis-tência, que funciona na antiga pri-são política, é outra preocupação do PS mas a Câmara de Peniche garante que estes espaços “estão salvaguardados nas intenções do Grupo Pestana”, responsável pelo projeto. O Turismo do Oeste de-fende que o investimento superior a dez milhões de euros, incluído no Plano de Expansão de Pousa-das de Portugal, “vai contribuir para o reforço qualitativo da oferta hoteleira na região.”

O Ministério Publico de Peniche pediu ao Tribunal de Peniche uma pena nunca inferior a 17 anos para a mulher, de 64 anos, acusada do homicídio de Paulo Martins em plena via pública de Peniche. Nas alegações finais do julgamento, a 4 de maio, o procurador do MP, Calado Lopes, considerou que o crime foi cometido com “elevado grau de maldade, e que a arguida, que disparou dois tiros sobre a ví-tima, merece uma severa punibi-lidade.” A mulher é acusada dos

MP pede 17 anos de prisão para acusada de homicídio de Ferrel

crimes de homicídio qualificado e de detenção de arma ilegal, en-quanto o marido, de 69 anos, tam-bém arguido no processo, é acusa-do do crime de omissão de auxílio à vítima. A família da vítima pede uma indemnização de 254 mil euros para colmatar o sofrimento causado e a quebra dos rendimen-tos do agregado familiar, que afeta a educação dos dois filhos meno-res. A leitura do acórdão ficou agendada para dia 23 de maio.

Valter Fernando Cardin, de 35 anos, natural de Peniche, esta-va desaparecido desde o dia 1 de maio depois de ter ido a Aveiro mostrar um BMW X3 a um poten-cial cliente e logo nessa noite foi reportado o seu desaparecimento. Na manhã seguinte a viatura foi encontrada perto da antiga lota depois de ter caído na ria de Avei-ro, onde numa estrada secundária, sem saída nem iluminação, as au-toridades acreditam se ter tratado de um despiste. Seis dias depois do desaparecimento, o corpo do camionista foi encontrado já sem vida por três pescadores junto à Marinha do Campo Grande, a três quilómetros onde tinha sido

Corpo de camionista desaparecidodescoberto na ria de Aveiro

recuperada a viatura. Citado pelo Correio da Manhã, Rui Oliveira explica que “inicialmente pensá-vamos que era alguém a pescar, porque vimos uma pessoa vestida junto à margem. Só quando nos aproximámos é que vimos que se tratava de um cadáver já em de-composição.” O cadáver foi reti-rado pelos Bombeiros Novos de Aveiro e Polícia Marítima e trans-portado para o cais da antiga lota de Aveiro, local onde a delegada de saúde certificou o óbito, tendo a autópsia sido realizada no Insti-tuto de Medicina Legal de Aveiro. O corpo foi transportado para Pe-niche a 10 de maio e sepultado no mesmo dia.

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Está a decorrer um programa de Atividade Física da Junta de Freguesia da Amoreira, que tem como objetivo promover estilos de vida saudáveis junto da popu-lação, através da realização de ati-vidades físicas ao ar livre.O programa surge de uma par-ceria com o núcleo de Atividade Física da Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Centros Educativos de A-dos-Ne-gros e Gaeiras, onde, para além da dinamização desportiva, o projeto tem como objetivo efetuar algu-mas campanhas de sensibilização para a monitorização dos valores físicos padrão, estimados pela Organização Mundial de Saúde à população do concelho de Óbi-dos.Foi feito um rastreio inicial aos inscritos no programa, através do preenchimento de um questio-nário e de uma avaliação física, onde se procedeu à medição de valores para despistagem de al-guns fatores de risco, tais como a

Atividade física em Amoreira

obesidade, problemas cardíacos, hipertensos e a diabetes.De seguida, os grupos foram or-ganizados de acordo com o grau de risco obtido, tendo a atividade física sido prescrita de forma a adequar-se aos grupos, segundo os valores da American College of Sports Medicine – ACSM.As atividades, por enquanto, de-correm no Parque de Lazer da Junta de Freguesia da Amoreira, aos domingos, no período da ma-nhã, com dois horários possíveis: das 09h00 às 10h30 e das 10h30 às 12h00, e têm uma grande com-ponente lúdica e social.Em virtude de o número de inte-ressados neste programa ter ultra-passado as expectativas, a Junta de Freguesia da Amoreira estima que, num futuro próximo, a ini-ciativa irá estender-se a outros espaços livres, com outros horá-rios, de forma a poder abranger o maior número de interessados eajudar a população na orientação da atividade física.

Convocados para o Euro2012 anunciados em Óbidos

O selecionador nacional, Paulo Ben-to, anunciou na segunda-feira, dia 14, em Óbidos, os 23 convocados para o Euro 2012, que irá decorrer na Ucrâ-nia e na Polónia entre 8 de junho e 1 de julho.Os guarda-redes da baliza portugue-sa são Rui Patrício, Eduardo e Beto. Bruno Alves, Fábio Coentrão, João Pereira, Pepe, Rolando, Ricardo Cos-ta e Miguel Lopes – estreante numa convocatória da seleção A - são os eleitos para o setor defensivo. Os mé-dios escolhidos são Carlos Martins, João Moutinho, Miguel Veloso, Raul Meireles, Rúben Micael e Custódio.

Cristiano Ronaldo, capitão de equipa, encabeça a lista de avançados que in-clui Hugo Almeida, Hélder Postiga, Nani, Quaresma, Varela e Nelson Oliveira – o mais jovem do plantel.Esta é a quarta participação conse-cutiva de Portugal em campeonatos europeus e a seleção nacional parte, segundo Paulo Bento, com “um ob-jetivo muito claro: primeiro alcançar os quartos de final desta grande com-petição que é o Euro 2012, e então, naturalmente, tentar ir o mais longe possível”. A equipa das quinas, que integra o grupo B, tem estreia mar-cada na competição a 9 de junho, na

Ucrânia, frente à Alemanha e quatro dias depois defronta a seleção da Dinamarca. Dia 17 de junho joga a última ronda do grupo frente à Ho-landa. Depois de um segundo lugar em 2004 – jogado em casa - e de duas terceiras posições em 1984 e 2000, Portugal foi eliminado em 2008 pela Alemanha logo nos quartos de final da prova.O estágio de preparação para o Eu-ropeu de Futebol será cumprido em Óbidos, no hotel Marriot, na Praia D’El Rey, onde jogadores e equipa técnica se concentram entre 21 de maio e 02 de junho.

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Durante todas as sextas-feiras do mês de maio estão a decorrer de-monstrações gratuitas do projeto Creative Breaks, no âmbito do evento Maio Criativo.O projeto consiste na oferta de experiências criativas para os que visitam Óbidos e pretendem alar-gar a sua experiência para além do Castelo.São várias as áreas de atividade disponíveis, desde a literatura, ao teatro, música, dança, cerâmica, joalharia, gastronomia, doçaria, fotografia, vídeo, artes plásticas e as denominadas experiências contemplativas.Na primeira sexta-feira decorre-ram as experiências “Lightpain-

Demonstrações de Creative Breaks

ting”, “Oficina My Jewel” e “Oficina de Cerâmica Livre e Criativa”, onde os participantes puderam aprender a pintar com a luz, a criar uma peça de joalharia e a produzir peças de cerâmica.A 11 de maio realizaram-se ou-tras experiências, nomeadamente “Oficina do biscoito”, “Ser enólo-go por um dia”, “Mãos no barro” e “Experimenta teatro”. As atividades decorrem no EPIC - Espaço Promoção da Inovação e Criatividade, das 18h00 às 19h00 e as inscrições para as próximas sessões podem ser feitas em www.obidoscreativebreaks.pt e www.maiocriativo.com.

No âmbito do evento Maio Criati-vo, o Parque Tecnológico de Óbidos está a organizar um dia de trabalho que inclui um encontro de empre-sas, no dia 19 de maio. Para além da mostra de empresas, que viram

Encontro de empresas no evento Maio Criativono evento mais uma oportunidade para aumentar o seu network e pro-mover os seus serviços, o evento conta com uma sessão de apresenta-ção de ideias de negócio, associadas ao concurso Arrisca C; o seminário

“facebook for business”, promovido pela empresa do Parque 262 Media, e também uma sessão com Rui Mar-celino, da empresa Almadesign, que irá falar sobre “Empreendedorismo e inovação através do design”.

A agência criativa de marketing e comunicação digital WIZ Interacti-ve (WIZ), empresa do Parque Tec-nológico de Óbidos, foi responsável pelo desenvolvimento do novo site da Johnson’s Baby (www.johnsons-baby.pt). “Com um look & feel mui-to afetivo, que marca claramente a ligação entre a marca e os universos da maternidade, puericultura e in-fância, este é um site que consolida o posicionamento da marca enquan-to expert em cuidados neonatais e infantis”, informa uma nota enviada

Novo site Jonhson’s Baby desenvolvido em Óbidos

à imprensa.Considerado “ um site mais emocio-nal e menos institucional”, a página é mais apelativa em termos visuais e com uma estrutura de conteúdos mais simples que facilita a navega-ção, transmitindo uma ideia mais real do que é a marca Johnson’s Baby e a variedade de produtos que esta oferece.“Durante o processo criativo, a WIZ teve como principal preocupação a experiência de cada utilizador em visita ao site promovendo a organi-

zação dos conteúdos de forma fácil e intuitiva, fomentando o entendi-mento do site como uma “enciclo-pédia” para pais e mães, com tudo o que é necessário saber sobre ba-bycare e puericultura”, revela a nota de imprensa.Do ponto de vista técnico, o site foi construído em HTML5, podendo ser acedido através de dispositivos móveis que não lêem flash como o iPhone, o iPad ou o iPod e tendo em conta as regras da usabilidade, aces-sibilidade e navegação.O projeto de desenvolvimento do novo site, ganho em concurso, foi desenvolvido pela designer Julia-na Freitas, o programador Ricardo Pina e diretora de contas Inês Car-valho. A WIZ Interactive (WIZ) é uma agência criativa de marketing e comunicação digital. Está focada em trabalhar marcas de forma integrada, criando con-ceitos, conteúdos e desenvolvendo plataformas/aplicações no universo digital com o objetivo de propor-cionar experiências que aproximem e envolvam as marcas com os seus consumidores. Em 2010 foi considerada a ‘Agência Digital do Ano’ nos Prémios da pu-blicação Meios & Publicidade.

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O tribunal das Caldas da Rainha começou, no dia 10, a julgar seis funcionárias de um posto de abastecimento de combustíveis, acusadas de peculato e abuso de confiança por alegadamente terem desviado perto de 100 mil euros.De acordo com a acusação a que “O Jornal” teve acesso os factos aconteceram depois de outubro de 2005 e até novembro de 2006, período durante o qual o Ministério Públi-co acusa as arguidas de se terem apoderado “de parte das quantias pagas pelos clientes do posto”.No entanto, o processo inclui outros desvios de verbas alegadamente efetuados depois destas datas.O posto de abastecimento era, à data, explo-rado pelo Caldas Sport Clube, uma entidade de utilidade pública, que reclama prejuízos de 66.386 euros e passou, a partir de abril de 2007, a ser explorado pela PetroCaldas - Comércio de Combustível, que cifra os pre-juízos em 33.332 euros.Segundo a acusação as seis funcionárias

Funcionárias de bomba degasolina julgadas por desviode quase100 mil eurosSeis funcionárias de uma bomba de combustível são acusadas pelo Ministério Público de terem desviado verbas que poderão chegar aos 100 mil euros, lesando numa primeira fase o Caldas Sport Clube e numa segunda a PetroCaldas, firma que passou a gerir o posto

“aproveitando-se da existência de dois pos-tos de pagamento (denominados consolas), começaram a registar parte das vendas re-alizadas a dinheiro na consola secundária, conhecida como consola “filha”, a qual se destinava na ser utilizada apenas em caso de grande afluência de clientes”.Segundo o MP “as arguidas fechavam a con-sola, retiravam o dinheiro recebido e volta-vam a abri-la, destruindo o relatório de ope-rador desse período, como se ela não tivesse estado em funcionamento e as vendas nelas registadas não tivessem existido”.O Ministério Público estima que esta ação fosse realizada “uma ou várias vezes durante cada turno diário”, dependendo do “núme-ro de vendas a dinheiro e das necessidades financeiras” das arguidas que terão alegada-mente retirado, individualmente, quantias entre os dois mil euros e os 30 mil euros, perfazendo um total de quase 100 mil euros.O coletivo de juízes presidido por Paulo Coelho ouviu durante a manhã aquela que à data dos factos era a funcionária mais antiga

(admitida em 1994), Sara Coelho, e que ne-gou ter-se apropriado de qualquer verba ou destruído relatórios do movimento da con-sola.Sara Coelho explicou ao tribunal como eram feitos os registos de vendas do posto de com-bustível e assegurou que “os relatórios das duas consolas batiam certo com o registo di-ário”, mas não soube explicar as diferenças de verbas apuradas por uma perícia junta ao processo e que aponta para uma faturação superior aos valores entregues pelas funcio-nárias no final dos turnos.Durante a tarde estava prevista a audição das restantes arguidas.O MP considera que a conduta de todas as arguidas relativamente ao Caldas configura um crime de peculato e, relativamente à Pe-troCaldas, de abuso de confiança, por parte de quatro funcionárias que se mantiveram em funções após a saída do clube.O julgamento prossegue a 29 de maio com a audição de um perito e de testemunhas de acusação.

O deputado do Bloco de Esquerda (BE), Lino Romão, apresentou na última assembleia Mu-nicipal das Caldas da Rainha, uma proposta à Câmara para que “lance um evento devidamente pensado e adequado a ter lugar no CCC – Centro Cultural e de Congressos, com o objetivo central de incrementar o Termalismo nas Caldas da Rai-nha, e assim estimular a economia local”.A proposta que acabou por ser chumbada com os votos contra do PSD pretendia contribuir para a câmara se “retratar de décadas de inércia, demonstrando agora alguma capacidade de tra-balho” em relação ao termalismo que, segundo o BE, não tem conhecido investimento nos úl-timos anos.“A Câmara Municipal quer aliviar responsabi-lidades pela inércia em que deixou cair a cida-de e o concelho. Mas os factos falam por si: o Hospital Termal está funcionar, e apenas a uns poucos milhares de utentes para atingir o ponto de sustentabilidade. O número de utentes a atrair anualmente para as Termas das Caldas da Rai-nha já foram alcançados no decorrer da década de 1990 e pode rapidamente ser recuperado, se para isso forem desencadeados os processos e os meios necessários”, sustenta a proposta do BE, para quem “da sustentabilidade do Hospi-tal Termal depende fortemente a vitalidade do comércio tradicional, a começar pela hotelaria e restauração, e a pujança da economia local no geral, impulsionada pelo fluxo de aquistas que assumem também a condição de turistas, em es-tadias médias de duas a três semanas de perma-nência na cidade”.Apesar da importância económica do termalis-mo, para a cidade e para o concelho, o BE con-sidera que a câmara “ foi incapaz, até agora, de recuperar os aquistas perdidos”, não tendo per-cebido “ a tempo a importância deste recurso termal para o nosso desenvolvimento coletivo enquanto comunidade”.O BE considera no entanto que a câmara “ainda vai a tempo de emendar a mão e inverter esta situação”, desafiando o executivo a “ lançar uma ação na área da medicina e do termalismo: um congresso dirigido à classe médica, p. ex., ou um colóquio sobre termalismo, eventualmente umas jornadas de saúde pública. Qualquer coisa que revele capacidade de agir para contrariar a tendência de encolhimento económico que vi-vemos nas Caldas da Rainha”, pode ler-se no documento.

Bloco de Esquerda propõe ação para po-tenciar o termalismo

Uma embarcação de recreio, com cinco metros de comprimento virou, no sábado passado, na Foz do Arelho, quando os seus tripulantes se encontravam a praticar pesca submarina.O acidente, do qual não resultaram quais-quer vitimas, ocorreu às 12h45, num altura em que os três ocupantes tinham mergulha-do e, segundo o comandante da Capitania do Porto de Peniche, Luís Patrocínio Tomás “quando voltaram à superfície encontraram o barco virado”.

Naufrágio na Foz do Arelho não causou vítimas“Normalmente os barcos ficam presos com uma âncora ou pedra enquanto os ocupan-tes mergulham e, neste caso, o que prendia o barco deve ter-se soltado”, explicou o co-mandante do porto.Os três homens, com idades entre os 20 e os 35 anos, encontravam-se a uma distância de cerca de 200 a 300 metros da costa e, de acordo com a mesma fonte um deles “veio a nado até à praia pedir socorro”, enquanto os outros dois ficaram junto ao barco, um semi--rígido com cinco metros de comprimento.

Os dois tripulantes contaram com o apoio psicológico dos Bombeiros das Caldas da Rainha, que se deslocaram para junto da em-barcação numa mota de água e aí permane-ceram até à chegada do salva-vidas que os resgatou.O barco, que sofreu danos materiais, tendo o motor ficado dentro de água, foi rebocado para o Porto de Peniche, para onde o salva--vidas transportou igualmente os tripulantes que não necessitaram de assistência médica.

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O número de crianças em risco sina-lizadas nas Caldas da Rainha quase duplicou no último ano, de acordo com o relatório da Comissão de Pro-teção de Crianças e Jovens, apresen-tado na última sessão da Assembleia Municipal.“Entrámos em 2010 com 95 pro-cessos, em 2010 com 97 e agora, em 2012, começamos o ano com 162 processos, o que nos preocupa porque representa quase o dobro de crianças sinalizadas”, afirmou Jor-ge Varela, presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) das Caldas da Rainha.O relatório apresentado aos deputa-dos, dá conta da instauração de 138 novos processos em 2011 (mais 10 do que em 2010) e da reabertura de 32, “mantendo-se a tendência de su-bida já verificada no ano transato”, refere o documento.O número global de processos trata-dos pela CPCJ em 2011 cifra-se em 267, dos quais 162 transitaram para este ano.Dos restantes, 105 foram arquiva-dos, sendo que desses, 65 foram arquivados liminarmente, 33 após intervenção e sete remetidos para outras comissões de proteção.De acordo com o documento, houve ainda “17 processos remetidos para o Ministério Público”, continuando a verificar-se “uma subida significa-tiva face ao ano anterior”.A problemática mais sinalizada o ano passado foi a negligência (com 46 casos), seguida do abandono

Crianças em risco aumentaram em 2011O relatório da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens das Caldas da Rainha, apre-sentado na última sessão da Assembleia Municipal, aponta para a quase duplicação dos processos, aumento que está a preocupar os responsáveis

escolar (18 casos) e a assunção de comportamentos desviantes por par-te dos próprios jovens e a prática de crimes (ambos com 12 casos).“Quando um adolescente pratica um ato que é considerado crime é porque alguma coisa não está certa e houve ali, quanto mais não seja, uma falha no processo socializa-ção”, explica Jorge Varela, subli-nhado o risco a que estão expostos estes adolescentes. “O adolescente pré-delinquente corre um risco sério de ser tornar um adulto criminoso e é exatamente isso que nós temos que prevenir”, concretiza.A comissão registou ainda nove ca-sos de maus-tratos físicos, seis casos de maus-tratos psicológicos, outros tantos de abandono e ainda um caso de abuso sexual.As entidades que sinali-zaram mais situações no decorrer do ano passado foram as forças de segu-rança, seguidas dos esta-belecimentos de ensino e registando-se ainda uma número expressivo de si-nalizações por parte da co-munidade.Já os casos sinalizados por parte dos estabelecimentos de saúde conheceram um decréscimo.O agravamento das condi-ções económicas das famí-lias é um dos fatores que,

segundo Jorge Varela, “poderá estar a contribuir para um aumento do nú-mero de crianças em perigo, não só por se atingir um limiar de pobreza que seja já considerado situação de perigo, mas também porque muitas vezes essa pobreza leva a um agra-vamento da instabilidade emocional que faz com que os cuidadores aca-bem por propiciar mais situações de perigo”.Embora defenda que “as comissões não devem ser profissionalizadas” Jorge Varela lamenta que “ao au-mento dos casos tenha correspondi-do [no último ano] uma diminuição dos reforços técnicos” por parte da Segurança Social.

O presidente da Câmara das Cal-das da Rainha, Fernando Costa, defendeu esta semana que o Go-verno deve ajudar as autarquias em situação financeira crítica, para evitar a falência das empresas fornecedoras de serviços, mas res-ponsabilizar, simultaneamente, os autarcas infratores.“O Governo deve ajudar urgente-mente os municípios em situação de falência para evitar a conse-quente falência das empresas que lhes fornecem serviços”, afirmou o presidente em declarações à Agên-cia Lusa Fernando Costa, ressal-vando, no entanto, que a medida não pode trazer “benefícios para os autarcas infratores, que têm que ser chamados à responsabilidade por essas falências” e “muito me-nos permitir a continuação do en-dividamento das câmaras”.A posição de Fernando Costa foi expressa após a resolução aprova-da pela Associação Nacional de Municípios, no sentido de pedir reuniões ao Presidente da Repú-blica e ao primeiro-ministro para debater medidas do Governo que poderão levar à “asfixia financei-ra” das autarquias.Em causa está a lei dos compro-missos, aprovada a 3 de fevereiro e que regula a assunção de compro-missos e pagamentos em atraso,

Fernando Costa defendenecessidade de Lei dos Compromissos

impõe sanções e proíbe as entida-des públicas, como as autarquias, de assumirem compromissos para os quais não tenham prevista uma receita nos noventa dias seguintes.Para Fernando Costa, a Lei dos Compromissos “já devia ter pe-los menos 10 anos, para evitar o descalabro financeiro que se está a assistir em muitos municípios”, embora reconheça a necessidade de algumas alterações à legislação que considera de “aplicação muito dificultosa”.O presidente da Câmara conside-ra a legislação “muito necessária para evitar que continuem a haver câmaras a endividar-se acima dos 20 por cento ao ano” e mostra-se favorável à “criminalização ou penalização nos vencimentos” dos autarcas que ultrapassem esse vo-lume de endividamento.O autarca defendeu ainda urgen-te a redução de chefias de de-partamento nas câmaras do país: “independentemente da questão económica, é escandaloso que Câ-maras pequenas tenham dúzias de chefias”. A lei permite que a câmara das Caldas possa ter oito chefes de divisão, mas segundo o autarca, “tem apenas três e chegam muito bem”.

Zona Económica Exclusiva – Que vigilância? É o tema de uma pales-tra a realizar na Escola de Hotela-ria e Turismo do Oeste, nas Caldas das Rainha, no próximo dia 21 de maio, e que terá como orador o Al-mirante Cavaleiro de Ferreira.Integrada nas comemorações do Centenário do Turismo em Portu-gal a palestra terá lugar às 20H30 e, segundo nota enviada à impren-sa “destina-se realçar a importân-cia do acesso às razões técnicas que estão na base de muitas de-cisões – problemáticas às vezes pelos interesses que movimentam – e da contribuição para a reflexão dos cidadãos, e da sua participa-ção e intervenção na sociedade; quando formos conhecedores das razões técnicas e dos estudos uti-lizados para justificar algumas das decisões politicas mais polémicas, deixaremos – provavelmente – de alimentar as guerras partidárias, que os media são mestres em ma-nipular e alguns políticos alimen-tam à procura de protagonismos pontuais e quase sempre eféme-

Palestra “Zona Económica Exclusiva – Que vigilância?”

ros”.O Almirante Cavaleiro de Ferreira fez, desde 2001, parte das várias comissões que estudaram o dos-sier para a compra dos submarinos e foi presidente do programa que aconselhou tecnicamente a com-pra, tendo participado em várias histórias muito interessantes sobre o tema da ZEE (Zona Económica Exclusiva) e a “inveja” que esta levanta junto de alguns países co-munitários.A entrada é livre.

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gente |

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Telma Santos natural da cidade de Peniche e finalista do curso de Desporto e Bem-Estar no Instituto Politécnico de Leiria, vai repre-sentar Portugal na modalidade de badminton nos Jogos Olímpicos de Londres’2012. A jogadora de bad-minton, de 28 anos, começou a ves-tir as cores da seleção nacional aos 11 e representa atualmente o Che--Lagoense, no Parchal, treinando regularmente no pavilhão Poliva-lente de Peniche e no Centro de Alto Rendimento das Caldas da Rainha. Telma Santos assegurou o 71.º posto do ranking mundial de singulares fe-mininos, tendo garantido o 36.º pos-to depois de aplicados os critérios de apuramento olímpico.

Qual é o sentimento de participar nos Jogos Olímpicos?O sentimento é indescritível. É o culminar de muitos anos de dedica-ção à modalidade, de inúmeras horas

Telma Santosnos Jogos Olímpicos

de treino, de muitos sacrifícios como por exemplo ficar longe da família e amigos, abandonar o curso que esta-va a tirar em Lisboa para conseguir treinar. Não haver muitas ou quase nenhumas saídas à noite. E muitas outras privações!

Era uma meta a alcançar? Sempre foi. Eu gosto de sonhar alto e trabalhar para atingir os meus ob-jetivos, hoje sinto que tudo valeu a pena.

Como é conciliar os estudos com a prática desportiva a alto nível? É muito complicado e foi por isso que tive de abandonar o meu curso em Lisboa e ir para Leiria tirar o cur-so de desporto. Em Lisboa era-me impossível treinar ao mais alto nível e estudar, só me permitia treinar uma vez por dia e para chegar ao pavilhão demorava uma hora e por vezes hora e meia. Em Leiria deu para conciliar

tudo, os meus colegas foram fan-tásticos! Ajudavam-me, davam-me os apontamentos e eu estudava nas viagens. Hoje a felicidade é a dobrar porque no mesmo ano acabo o curso e qualifico-me para os JO.

Vê este resultado como um exem-plo para os mais jovens?Espero que sim. A vida é comanda-da por sonhos e como tal temos de lutar por eles. Não podemos baixar os braços mas também não podemos achar que as coisas no caiam do ar. Temos de trabalhar!

De certo modo representa a cidade de Peniche. Isto tem algum sabor especial, sendo raro um atleta da cidade conseguir um feito desta dimensão?Representar a minha cidade é sem-pre bom como é óbvio. É a cidade que amo, são as pessoas que fazem parte da minha vida e o local onde peguei pela primeira vez na raquete. Contudo não é a primeira vez que este feito acontece na cidade. Em 1992 o meu tio Fernando Silva foi aos Jogos Olímpicos de Barcelona na mesma modalidade e não teve a homenagem que tanto merecia. FOTO: VITOR ROCHA

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DESCONTO NÃO ACUMULÁVEL

O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, pre-sidiu, na terça-feira, 15 de maio à sessão solene das celebrações do dia da cidade, defendendo a criação de uma parceria entre o Estado a autar-quia e privados para garantir o futu-ro do Hospital Termal.“Temos que encontrar uma forma de garantir o futuro desta unidade” afirmou Miguel Relvas, durante o discurso em que deixou a promessa de que o Ministério da Saúde “se irá empenhar, em conjunto com a Ad-ministração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) em desenhar um modelo funcional para que esta infraestrutura tenha futuro”.Relvas falava depois de um discur-so em que o presidente da câmara, Fernando Costa exaltou a origem histórica da cidade nascida torno

Miguel Relvas incentiva a procura de soluções para o Hospital Termal

do Hospital Termal que “foi sempre a matriz das Caldas da Rainha e, como tal, onde reside a nossa alma, pelo que não devem ser tomadas medidas que não tenham pondera-ção e que ofendam a honra da popu-lação das Caldas”.Salientando a importância econó-mica, turística e cultural do hos-pital, Costa reiterou o apelo para que aquela unidade se mantenha no Serviço Nacional de Saúde, ao con-trário da proposta da ARSLVT que defende a concessão do mesmo à iniciativa privada.Sem responder ao apelo do autarca o ministro sublinhou a necessidade de “procurar alternativas” e não apenas “esperar que seja o SNS a conseguir encontrar soluções”.O governante reconheceu a “impor-tância” do hospital considerando--o “um marco a nível nacional” e

com “a grande vantagem de estar a menos de uma hora de uma grande área metropolitana, onde existe uma grande população e um aeroporto internacional”, fatores que aumen-tam as possibilidades de afirmar a aposta no turismo termal.“É uma aposta em que nós temos uma área de crescimento muito sig-nificativo e potencialidades”, frisou desafiando o Governo e a autarquia a desenhar em conjunto “soluções que nos permitam ultrapassar este problema”.A sessão solene em que partici-param igualmente o Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa e o presidente da ARSLVT ficou ainda marcada pela intervenção do presi-dente do conselho de administração do Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON), Carlos Sá, que assinalou

as diferenças entre a realidade da saúde há 500 anos, quando a Rainha D. Leonor assinou o livro do com-promisso, e os dias de hoje.“Os desafios colocados a este centro hospitalar têm sido constantes e es-timulantes” afirmou o administrador apontando como exemplos a inte-gração funcional dos hospitais que integram o CHON e a necessidade de consolidação financeira da ins-tituição que o ano passado reduziu os custos em quatro por cento e este ano perspetiva uma descida de nove por cento.A melhoria da qualidade dos servi-ços prestados à população e das con-dições de trabalho dos profissionais

A saúde, e em concreto o futuro do Hospital Termal, foram os temas dominantes da sessão solene do 15 de maio, este ano marcada pela presença de um ministro e dois secretários de Estado

são outros dos objetivos que, se-gundo Carlos Sá, norteiam a admi-nistração que deixou aos presentes uma resenha das intervenções que têm sido efetuadas no CHON e um agradecimento aos trabalhadores dos hospitais que o integram.A sessão foi ainda marcada pela en-trega, por parte da diretora do ser-viço de hidrologia do Hospital Ter-mal, Conceição Camacho, de uma carta dirigida ao ministro da Saúde, pedindo que o hospital se mante-nha no SNS e os resultados de um inquérito a utentes que demonstra que as terapêuticas termais permi-tem reduzir a medicação em várias patologias.

A entrega da medalha de honra do município ao Banco Alimentar foi um dos pontos altos das comemorações do dia da cidade, este ano sob a égide da solidariedade.A medalha foi entregue a Ana Bessa, respon-sável pelo Banco Alimentar do Oeste (BAO), mas a cerimónia, presidida pelo secretário de Estado da Administração Local, Paulo Júlio, contou igualmente com a presença de Isabel Jonet, presidente da federação Portuguesa dos bancos alimentares, que conta atualmen-

Banco Alimentar recebe medalha de honra do municípiote com 19 bancos que ajudam a alimentar 320 mil pessoas por dia, o que equivale a três por cento da população.Além desta instituição, o município distinguiu este ano, pela dedicação pública a Associação de Barrantes e o Rancho Folclórico os Oleiros.No grau Industrial, a medalha coube este ano à empresa Frigosto e no grau Gestão Agrícola à Frutalvor.Na área do desporto foram distinguidos Tiago Évora e Joaquim Damas e, na área cultural,

António Maria Leão, o ator José Eduardo, Jaime Costa, José Pires, Pedro Bernardo, Adelaide Ferreira e o escritor Luiz Pacheco, a título póstumo.Finalmente por intervenção cívica e car-reira foram distinguidos António Augusto Alexandre, Coronel Rocha Nunes Silvino Roque e Valentim Alves.A cerimónia de atribuição de medalhas foi antecedida pela atuação da pianista Patrícia Costa e encerrada, por Adelaide Ferreira.

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Porque, segundo o presidente da câmara, Fernando Costa, as festas da cidade não podem ser apenas “música e foguetes” a câmara deliberou este ano marcar as fes-tividades com a entrega de cerca de 200 cabazes de mantimentos a famílias caren-ciadas do concelho.Numa iniciativa que passará a integrar o programa das celebrações nos próximos anos, a câmara reduziu o orçamento des-tinado às habituais comemorações e ca-bimentou uma verba de cerca de dez mil euros para distribuir alimentos por quem mais precisa.Os cabazes, que se estima que beneficiem cerca de 1200 pessoas, começaram a ser entregues na segunda-feira, no supermer-cado Pão de Açúcar, no Centro Comercial Vivaci, que se associou a esta iniciativa da autarquia fornecendo os produtos a um preço mais competitivo que outros estabe-lecimentos.Os cabazes pequenos contêm alimentos no valor de 20 euros; os médios representam 39 euros e os maiores 46 euros e são distri-buídos de acordo com o número de pessoas do agregado familiar.A vereadora da ação social Conceição Pe-reira, explicou que os cabazes estão ser entregues a famílias que já estavam a ser acompanhadas pelos serviços e a outras que se inscreveram e cuja situação está a ser avaliada.

Famílias carenciadas recebem cabazes de compras

A cantora caldense Rebeca, que este ano co-memora os 15 anos de carreira, foi a escolha da autarquia para o arranque das festas da cidade, assinalado tradicionalmente com um concerto gratuito, em frente ao edifício da câmara.A primeira parte do espetáculo foi assegu-rada pela Banda Costa Verde e a assistência teve ainda direito a assistir à atuação dos

Prata da casa nos festejosPlant, banda de jovens caldenses, à perfor-mance de JC que interpretou o seu hino à Seleção Nacional e ao desempenho futurista do produtor e DJ Kokab. A noite culminou num espetáculo piromu-sical.José Pires, um pintor local, foi outro dos es-colhidos para abrilhantar as festas da cidade que este ano contaram também com a inau-

guração da exposição “Sementes da Prima-vera”. A mostra pode ser vista no CCC até dez de junho junta vários quadros do pintor que, segundo Matilde Tomaz Couto, direto-ra do Museu José Malhoa, “pinta a vida en-quanto colorido vibrante ou suave, a alegria e a luz ou as angústias e a melancolia”.

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A Pastelaria Arcadas do Jardim, a funcionar há 14 anos em Atouguia da Baleia, oferece todo o tipo de padaria, pastelaria e geladaria de fabrico pró-prio. Conta também com uma exposi-ção de vinhos, idealizando o serviço do estabelecimento da Serra d’el Rei. “Nas Arcadas d’el Rei, no ativo há 5 anos, temos um serviço gourmet para além de muitos outros produtos. Em todos os estabelecimentos temos os nossos produtos de fabrico próprio, como o pão com chouriço, todo o

Arcadas do Jardimtipo de bolos e de gelataria”, revela a proprietária Laura Ganhão que no ano passado abriu outro estabelecimento em Peniche, a Arcadas do Mar. Para tentar fintar a crise, é disponibilizado um serviço de catering para casamen-tos, batizados e todo o tipo de festas. “Temos a oferta, mas as pessoas estão numa situação que não podem gastar o dinheiro de qualquer maneira, mas temos de levar o barco para a frente e tentar chegar a bom porto.”

“Restaurante com ambiente familiar dedicado à cozinha tradicional por-tuguesa com algumas inovações.” É assim que Luís Sousa define o seu es-tabelecimento Real Taberna, com ano e meio de atividade e capacidade para 44 pessoas. E para comprovar as ino-vações tem uma ementa de abrir o ape-tite: Bife Real Taberna, Bife à Taberna com molho de chocolate, Bacalhau Real Taberna, Bacalhau com migas e

Real TabernaCoelho no forno, por encomenda. Se visitar o Real Taberna pode completar a refeição com sobremesas “já premia-das no âmbito de concursos gastronó-micos da cidade das Caldas da Rainha. Temos o Doce Real Taberna - creme de chocolate com frutos silvestres - e o Suspiro que pode ter varias cobertu-ras.” Qual é o segredo para este suces-so? “O segredo está com a cozinheira, que é a alma do negócio.”

Situada nas Caldas da Rainha, a Glo-bal Funerária Low-Cost quer ajudar as pessoas nesta época de crise. “Este conceito surgiu com a má situação económica que o país e as pessoas atravessam e como tal acho fazer senti-do proporcionar à população o mesmo tipo de serviço e até de melhor quali-dade, mas reduzir substancialmente os custos” explica Vítor Maia, proprie-

Global Funerária Low-Costtário do estabelecimento. Aberto há cerca de um mês, este só foi possível criar porque “a gerência da empresa tem outras funerárias na região e como tal dispõe de alguns meios técnicos, humanos e materiais para se conseguir fazer o aproveitamento de todos estes meios e usá-los neste serviço de quali-dade a um preço mais reduzido.”

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região |

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A1ª edição da Feira de Artesanato, Velharias e Colecionismo do Mu-nicípio do Cadaval, realizada a 28 de abril, apesar da chuva que se fez sentir, juntou, no centro da vila, mais de 30 expositores, provindos não só do Cadaval mas de diversos concelhos dos distritos de Lisboa e Leiria, em especial da região Oeste. A iniciativa realiza-se mensalmente, ao quarto sábado de cada mês.Uma multiplicidade de artigos de artesanato, velharias, antiguidades e colecionismo puderam ser encon-trados na primeira edição desta nova feira cadavalense, que pretende va-lorizar os referidos géneros enquan-to “exemplos vivos do passado”, vindo, ao mesmo tempo, proporcio-nar a exposição, troca e venda oca-sional dos mesmos.

Artesanato e velhariasno Cadaval

O centro da vila do Cadaval, mais precisamente a Praça da República e zona envolvente, passou a acolher mensalmente este evento, cuja or-ganização e gestão estão a cargo do município.Sendo realizada ao quarto sábado de cada mês, a próxima feira acon-tece dia 26 de maio, prosseguindo, depois, na referida periodicidade. Somente em dezembro haverá uma edição excecional no dia 8, conci-liada com a tradicional Feira dos Pinhões.Esta atividade é aberta a artesãos, empresários, associações/coletivi-dades, entre outros interessados.A inscrição pressupõe preenchi-mento de requerimento, disponível na secção Mercados e Feiras do site municipal (www.cm-cadaval.

pt). Deverá ainda juntar-se fotocó-pia do BI/CC e do NIF, bem como fotografias dos artigos para venda (neste caso, para eventual critério de desempate).Segundo o regulamento, a entrega dos pedidos de inscrição deverá ser feita até à primeira quarta-feira de cada mês, no Balcão Único de Aten-dimento da autarquia ou via correio postal para: Câmara Municipal do Cadaval, Divisão de Planeamento Estratégico e Recursos Humanos, Av. Dr. Francisco Sá Carneiro, 2550-103 Cadaval. Pode ainda o en-vio dos elementos ser feito via cor-reio eletrónico para [email protected]. Para algum esclarecimento adicional, poderá a referida divisão municipal ser con-tactada pelo telefone 262 690 100.

Mais de centena e meia de po-pulares viajaram no sábado, 5 de maio, de comboio entre S. Marti-nho do Porto e a Figueira da Foz, em protesto contra a intenção do Governo encerrar o serviço de passageiros na Linha do Oeste.“Queremos a continuidade do transporte ferroviário neste per-curso, que hoje efetuamos mas que nos querem tirar”, afirmou Manuel Rodrigues, da organiza-ção durante o almoço que reuniu todos os participantes, na Figuei-ra da Foz.O protesto juntou mais de 160 pessoas de vários concelhos da região que se concentraram em S. Martinho do Porto, para embarcar no comboio das 08:45, rumo à Fi-gueira da Foz.A composição, com 164 lugares sentados, não comportou a tota-lidade dos manifestantes e pas-sageiros, alguns do quais tiveram que viajar de pé.O elevado número de passageiros já tinha, durante a aquisição dos bilhetes, provocado “uma situa-ção de indignação” quando, subli-nhou Manuel Rodrigues, “fomos informados que como o comboio em que pretendíamos viajar era formado por apenas uma carrua-gem Allan (uma composição com 94 lugares) teríamos que pagar uma sobretaxa para que o com-boio fosse reforçado”.A cobrança da sobretaxa acabou por não se realizar, mas, em con-trapartida, os bilhetes vendidos na manhã do protesto, na estação das Caldas da Rainha, com destino a norte, foram carimbados com o aviso “Circulação fortemente perturbada”.A viagem animada com cânticos culminou com um almoço na Figueira da Foz, onde uma dele-gação de dez dirigentes do Sin-

Oestinos viajam até àFigueira em protesto

dicato Nacional dos Ferroviários se juntou ao protesto em solida-riedade “com todas as comissões de defesa das linhas férreas, pela importância que tem para o de-senvolvimento do país e pelo que representa na redução de assime-trias”, explicou Álvaro Pinto da direção nacional do sindicato.O mesmo dirigente expressou igualmente preocupação “pelos muitos trabalhadores ferroviários desta zona” que correm o risco de engrossar os números do desem-prego.A iniciativa contou ainda com o apoio da Comissão para a Defe-sa da Linha do Oeste para a qual “retirar o serviço de passageiros, a norte das Caldas da Rainha, é virar as costas à caraterísticas úni-cas que o traçado da linha tem”.A comissão considera “injusta e penalizadora do bem-estar das populações” a intenção anuncia-da pelo Governo de encerrar o serviço de passageiros naquela linha, entre as Caldas da Rainha e a Figueira da Foz.A intenção tem sido contestada por partidos e movimentos cí-vicos da região e a câmara das Caldas da Rainha encomendou a um especialista em transportes um estudo que conclui pela via-bilidade da linha, sem aumento de custos de exploração, caso os comboios passem a ser direciona-dos para Coimbra em vez de para a Figueira da Foz, como acontece atualmente.O estudo está a ser analisado pela Secretaria de Estado dos Trans-portes, mas, “até que seja assu-mida a decisão de manter o ser-viços de passageiros é preciso dar continuidade a esta luta”, disse à Lusa José Rui Raposo, da Comis-são de Defesa.

“Sem provas.” Este foi o ar-gumento dado pela defesa de Francisco Leitão ao Tribunal de Torres Vedras para recorrer da sentença que condena o “Rei Ghob” a 25 anos de prisão pelos três crimes de homicídio e outros três de ocultação de cadáver. Se-gundo a agência lusa, que teve acesso ao processo, o advogado de defesa afirmou que o acórdão “padece de nulidade por falta de provas e de fundamentação para a condenação, que é desajusta-da”, pedindo assim a repetição do julgamento. Para Fernando Carvalhal, advogado de defesa,

Defesa de Rei Ghob recorre da sentençahouve “erro notório na aprecia-ção da prova e na insuficiência da matéria de facto para a decisão”, uma vez que “nunca foi colhida qualquer prova direta ou indici-ária para indicar que as vítimas estejam sequer mortas.” O argui-do foi condenado, em cúmulo ju-rídico, à pena máxima permitida em Portugal, pelos homicídios e ocultação de cadáveres de Tâ-nia Ramos, Ivo Delgado e Joana Correia por questões passionais e absolvido do homicídio de um idoso sem-abrigo, conhecido por ‘Pisa Lagartos’.

Certifico narrativamente para efeitos de publica-

ção, que por escritura de vinte e seis de abril de

dois mil e doze, exarada de folhas oitenta e uma a

folhas oitenta e três, do livro de notas para escri-

turas diversas, número VINTE E SEIS – A com-

pareceram como outorgantes: JOÃO CARDOSO

DA SILVA e mulher PIEDADE NOBRE BORDA

DE ÁGUA, casados sob regime de comunhão ge-

ral de bens, ambos naturais da freguesia de Cercal,

Dr.ª Katerina LeãoCARTÓRIO NOTARIAL DO CADAVALA CARGO DA NOTÁRIA KATERINAEMILOVA KOSTOVA LEÃO

concelho de Cadaval, onde residem na Rua Gastão

Mendes Barata, número 25, justificam por usucapião,

invocando a propriedade do prédio a seguir descrito;

URBANO, sito Rua Comendador Gastão Mendes

Barata, número 16, no lugar e freguesia de CERCAL,

concelho de CADAVAL, composto de casa de habita-

ção de dois pisos com seis divisões, com área cober-

ta de cento e quarenta e sete ví rgula quarenta e três

metros quadrados, com área descoberta de cinquenta

e sete vírgula sessenta e sete metros quadrados, com a

área total de duzentos e cinco vírgula dez metros qua-

drados, a confrontar do norte com Alfredo Ferreira Ri-

beiro, do sul e poente com estrada pública, do nascente

com Luís Fonseca da Silva, omisso na Conservatória

do Registo Predial de Cadaval, inscrito na matriz pre-

dial urbana sob o artigo 958, da freguesia de Cercal,

com o valor patrimonial tributário de 42.500,00€, ao

qual atribuem o mesmo valor.

Que o referido prédio veio à posse dos justificantes,

por compra não titulada, feita no ano de mil nove-

centos e cinquenta e quatro, à Junta de Freguesia do

Cercal, autarquia local deste Concelho, os quais

desde a referida data passaram a exercer a sua pos-

se sem a menor oposição de quem quer que seja,

desde o seu início, posse que sempre exerceram

sem interrupção e ostensivamente, com o conhe-

cimento de toda a gente da freguesia, respectivos

lugares e freguesias vizinhas, traduzida em actos

materiais de fruição, conservação e defesa, usu-

fruindo do prédio com a convicção de não lesar

o direito de ninguém, agindo sempre pela forma

correspondente ao exercício do direito de proprie-

dade, sendo por isso uma posse em nome próprio,

pública, pacífica, contínua e de boa fé, pratican-

do os demais actos que definem a qualidade dos

proprietários.

Está conforme o original

Cartório Notarial de Cadaval, vinte e seis de abril

de 2012

A Notária, Katerina Emilova Kostova Leão

Conta registada sob o n.º 161/21012

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16 maio 201214

| necrologia

José Luís Venâncio Eustáquio

22.09.1946 | 13.05.2012PENICHE Sua esposa, filhas, netos e restan-

tes familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio, com eterna gratidão e profundo reconhecimento, enalte-cer e dar graças a todos quantos lhes deram conforto, acompa-nhando o seu ente querido até à sua última morada, ou que, de qualquer forma lhes apresentaram condolências.Que a sua alma descanse em Paz!

Agência Funerária D. Pedro I, Lda. | Serra D’El Rei - Peniche | Tel 262 909 618 - Tlm. 965 663 679

Francisco Augusto Dias Batista

02.11.1943 | 12.05.2012PENICHE Seus irmãos, sobrinhas e restantes

familiares, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, vem por este meio, com eterna gratidão e profundo reconhecimento, enalte-cer e dar graças a todos quantos lhes deram conforto, acompa-nhando o seu ente querido até à sua última morada, ou que, de qualquer forma lhes apresentaram condolências.Que a sua alma descanse em Paz!

Agência Funerária D. Pedro I, Lda. | Serra D’El Rei - Peniche | Tel 262 909 618 - Tlm. 965 663 679

Francisco Guilhermeda Glória Rodrigues

Francisco Manuel Serrano Santos

27.09.1937 | 02.05.2012 25.05.1961 | 02.05.2012PENICHE PENICHESua esposa, filha, genro, neto e res-

tante família, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente como seria sua vontade, servem-se deste meio para agradecer a todas as pessoas que se incorporaram no funeral da sua ente querida e a acompanharam à última morada bem como todos aqueles que de outra forma lhe ma-nifestaram o seu pesar.Agradecimento especial aos funcio-nários do Hospital de Peniche por todos os cuidados prestados com onosso ente querido.Bem hajam.

Sua esposa, filho e restante famí-lia, na impossibilidade de o faze-rem pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pesso-as que acompanharam o seu ente querido à sua última morada, bem como a todos aqueles que de qualquer outra forma lhe ma-nifestaram o seu pesar.Descansa em paz!

João José Guinhenhas

22.12.1924 | 17.04.2012PENICHE Sua esposa, filhos e restante família,

na impossibilidade de o fazerem pes-soalmente como seria sua vontade, servem-se deste meio para agradecer a todas as pessoas que se incorpora-ram no funeral da sua ente querida e a acompanharam à última morada bem como todos aqueles que de outra for-ma lhe manifestaram o seu pesar.Agradecimento especial aos funcio-nários do Hospital de Peniche por to-dos os cuidados prestados com onos-so ente querido.Bem hajam.

Agência Funerária de Peniche | T. 262 782 368 Agência Funerária de Peniche | T. 262 782 368 Agência Funerária de Peniche | T. 262 782 368

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16 maio 2012

eventos |

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O dia de Nossa Senhora de Fátima voltou a comemorar-se em Peniche com a procissão das velas na noite de 12 para 13 de maio. Com grande afluência de fiéis, o cortejo percorreu as ruas da cidade, desde a Igreja de São Pedro ao Bairro do Visconde, onde o Padre Pedro procedeu à cerimónia da Celebração da Palavra.

Procissão das Velas

Fotos: Carlos Tiago

Fotos: Carlos Tiago

No dia 13 de maio realizou-se o 1º Passeio de Clássicos – Villa de Atouguia da Baleia. Com início no Largo de Nossa Senhora da Conceição, os cerca de 80 veículos percorrerem as artérias mais importantes do concelho, terminando o passeio com um almoço convívio na Sociedade Filarmónica União 1º de De-zembro 1902. No final foram atribuídos, entre outros, prémios para o condutor mais jovem, mais idoso e carro mais antigo.

1º Passeio de ClássicosVilla de Atouguia da Baleia

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16 maio 201216

| opinião

Ninguém morre de fome, pelo menos segundo os atestados de óbito, que registam apenas as doenças e problemas causados por ela, como infecções ou falência de órgãos vitais. A mor-te, no entanto, é apenas o fim de uma agonia que apresenta diversos sintomas.Após um dia sem comer, a pessoa tende a apresentar apatia, cansaço e fraqueza. O meta-

A fome,esse flagelo maior que

está a minar as famílias mais carenciadas

António Marques

bolismo e a pressão tendem a cair, resultando em sonolência e sensação de frio. O organismo começa a produzir cetonas, o que causa maus odores. Após uma semana sem se alimentar, a pessoa começa a ter cãibras, redução da ac-tividade cerebral, perda de peso e de massa muscular e diminuição do volume sanguíneo, o que dá à pele um tom amarelado.Quatro semanas sem comer levam, entre ou-tros sintomas, a arritmias cardíacas, por falta de potássio, confusão mental, infecções na pele e nos intestinos, queda de cabelo, insufi-ciência renal e riscos de entrar em coma, caso a temperatura corporal caia a menos de 35º centigrados. É a antecâmara da morte.A fome prolongada, portanto, afecta, de uma maneira ou de outra, todos os órgãos do corpo humano.O conceito de Segurança Alimentar e Nutri-cional tem sido difundido no mundo desde o início do século XX, e significa “garantia, a todos, de condições de acesso a alimentos bá-sicos de qualidade, em quantidade suficiente,

de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis, con-tribuindo, assim, para uma existência digna, num contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana”.É um conceito muito abrangente que implica olharmos á nossa volta, sem esconder a cabe-ça na areia para afirmarmos que a questão da fome em Portugal está na ordem do dia. A pre-ocupação com o tema, no entanto, é motivo de estudo para pesquisadores, organizações não--governamentais, igrejas, sindicatos, municí-pios e governantes. No entanto ainda se fala a medo e não abertamente sobre o assunto.Quais são os factores ocultos desta verdadei-ra conspiração de silêncio em torno da fome? Trata-se de um silêncio premeditado pela pró-pria natureza da nossa cultura. São por um lado os interesses mesquinhos e rasteiros e por outro os preconceitos de ordem moral e de ordem política e económica de nossa civili-zação ocidental que tornaram a fome um tema proibido, ou pelo menos pouco aconselhável de ser abordado publicamente. Alguma coisa tem que mudar para fazer cair o tabu.O problema é sensível em Portugal mas o aler-ta sobre a fome só se tornou visível com a cri-se que atravessamos.Os efeitos da fome obrigam-nos a procurar no-ções que nos levem a compreender melhor o processo alimentar e nutricional. Teremos que considerar os aspectos do acesso aos alimen-tos e da sua disponibilidade em termos de su-ficiência, continuidade e preços estáveis, com-patíveis com o poder aquisitivo da população. Ressalta aqui a importância da qualidade ali-mentar e importa ainda valorizar os hábitos adequados, colocando a segurança e o direito nutricional como uma prerrogativa básica para a condição de cidadania.O termo Segurança Alimentar surge após a Primeira Guerra Mundial, por causa da preo-

cupação de que um país pudesse dominar ou-tro, por meio do controle sobre o fornecimento de alimentos. Originariamente, portanto, a ideia de Seguran-ça Alimentar fazia parte do conceito de Segu-rança Nacional e apontava para a necessidade de auto-suficiência na produção e de formação de stocks estratégicos de alimentos.Em Portugal, a principal causa para a insegu-rança alimentar é a dificuldade de acesso aos produtos alimentícios, principalmente em ra-zão dos danos colaterais causados pela doença e pelo desemprego que minam o poder aquisi-tivo de uma grande parcela da população que luta pela sobrevivência.Teremos que assumir o fracasso de um siste-ma dominante que não é capaz de trazer bem--estar e felicidade a todos os habitantes de um País. A reunião Mundial da Alimentação, rea-lizada em 1996, foi palco de um compromisso firmado entre 186 países, entre os quais Por-tugal, para reduzir o número de desnutridos no mundo até ao ano de 2015. Infelizmente, muito pouco ou praticamente nada se tem feito para se alcançar a meta desejada. Para muitos, o facto de a questão da fome estar a chegar á Comunicação Social é uma pedra no sapato e nas consciências e mostra uma de-terminação crescente da sociedade, que se pre-ocupa com o que pode ser caracterizado como o maior problema que afecta as famílias portu-gueses mais carenciadas. Mais do que nunca, importa desenvolver urgentemente programas voltados para o combate ao flagelo da miséria e da fome.De forma simbólica mas exemplar, o Municí-pio das Caldas da Rainha, distinguiu no pro-grama oficial do dia da cidade celebrado a 15 de Maio, o Banco Alimentar, com a Medalha de Honra, o seu mais alto Galardão. Aplauso.

* O autor deste texto escreve de acordo com a ortografia antiga.

Uma questão de comichões …

Rogério CaçãoHá histórias que, de tão ridículas, dariam boas anedotas, não fora o caso de envolverem coi-sas sérias como a razoabilidade e o bom senso dos adultos, que às vezes parecem andar mui-to arredados de certas cabeças. A história já tem algum tempo e parece que terá sido ob-jeto de arquivamento pelas autoridades com competência pedagógica, mas ainda assim, não resisto a trazê-la a estas linhas. Numa es-cola pré primária da Ericeira, uma educadora, certamente benfiquista, resolveu adulterar a conhecida canção do “atirei o pau ao gato”, incluindo no final um “viva o Benfica”, em vez do tradicional “vai-te embora pulga mal-dita”. Também acho que não o devia fazer ou, fazendo-o, deveria ir trocando com o viva o

Porto, viva o Sporting ou viva o Ericeirense, já que, como se verá, é importante não ferir suscetibilidades. Não das crianças, que essas, claro, estão-se borrifando para essas coisas, mas de certos pais que, no seu fanatismo clu-bista, são capazes de transformar uma coisa destas, sem importância rigorosamente ne-nhuma, numa participação à Inspeção Geral de Ensino. Valha-nos pelo menos sabermos que este pai, portista ferrenho, está atento às canções infantis que lhe canta a sua filha de 4 anos. Espero que se mantenha atento noutras coisas realmente importantes para o futuro da sua filha. Claro que, beliscada nos seus glo-riosos pergaminhos, a SAD do Porto também veio a terreiro manifestar-se contra esta au-têntica perversão da mente das criancinhas, que fará certamente com que, mal cheguem à idade adulta, todas corram a inscrever-se na claque dos “diabos vermelhos”. Tenham pa-ciência, mas esta indignação deste senhor da Ericeira, faz todo o sentido. E devemos ir mui-to mais longe. Proibir imediatamente o filme o Rei Leão, porque é uma vergonhosa forma de propagandear o Sporting Clube de Portugal e, agora que penso nisso, quando o filme es-treou dispararam as adesões a sócios daquele

clube, de crianças entre os seis e os dez anos. E que dizer do filme, igualmente de animação “Como treinar o seu dragão”? Cá para mim, foi patrocinado pelo perverso Pinto da Cos-ta, para iludir as criancinhas com um dragão simpático e bonzinho. Como avô benfiquista zeloso, exijo a imediata retirada deste perni-cioso filme das salas de cinema e dos clubes de vídeo. Mas há mais. Como pretendo afirmar a minha imparcialidade nestas coisas, acho que o Capuchinho Vermelho também deveria mu-dar de cor, talvez para Capuchinho Lilás, para não dar azo a manipulações clubísticas das mentes infantis. E o Robin dos Bosques que se vista de outra cor também, já que a que usa é descaradamente leonina. O amarelo está bem, uma vez que, julgo eu, poucos se lembrarão de o associar ao Paços de Ferreira ou ao Beira--Mar. E para finalizar, que se bana também de tudo o que é publicação o incrível Hulk, que é duplamente perigoso: é todo verde, o que con-venhamos poderia não ser inocente, não fora o caso do nome fazer lembrar um certo joga-dor que joga numa equipa do norte. Se é que me entendem… Quanto ao resto, é tudo uma questão de comichões, nada mais que isso. Eu cá, dispensava a pulga, claro.

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opinião |

A Assembleia da República aprovou no dia 13 de Abril com os votos favoráveis do PSD e CDS a PL nº 44/XII que aponta para a extin-ção de centenas de freguesias.Esta legislação a ser promulgada pelo Presi-dente da República, e a ser aplicada, represen-taria um grave atentado contra o poder local democrático, os interesses das populações e o desenvolvimento local.Ao contrário do anunciado «reforço da coe-são» o que daí resultará será mais assimetrias e desigualdades. Juntar os territórios mais for-tes, mais ricos ou com mais população com os mais fracos ou menos populosos – em áre-as urbanas ou rurais – traduzir-se-á em mais atração para os primeiros (os que sobreviverão como freguesias) e mais abandono dos segun-dos (os que verão as suas freguesias liquida-das). Ou seja, mais abandono, menos investi-mento local, menos serviços públicos, menos coesão para quem menos tem e menos pode.Ao contrário dos «ganhos de eficiência e de escala» que resultariam da «libertação de re-cursos financeiros» o que se teria era menos proximidade e resposta direta aos problemas locais com menos verbas e recursos disponí-veis. Para além do novo corte de verbas do OE prevista para 2013, as chamadas majorações de 15% para as freguesias ”agregadas” sairiam do montante global do FFF, ou seja, seriam retiradas ao montante destinado ao conjunto das freguesias, e mesmo as prometidas novas competências seriam construídas à custa das verbas dos municípios.Qualquer reforma administrativa do território que se pretendesse séria, deveria, ao contrário da liquidação de centenas de freguesias, criar as condições e afetação dos meios indispensá-veis ao exercício das atribuições e competên-

Em defesa do poderlocal democrático.Não à extinção de freguesias

cias, que hoje lhe são negados, e ao mesmo tempo concretizar a regionalização como a Constituição da República determina, indis-pensável a um processo de descentralização que se pretenda coerente, a uma reforma da administração pública racional, ao desenvol-vimento económico regional e à defesa da au-tonomia municipal.As freguesias representam em termos do Or-çamento do Estado - 0,1% do total – e em nada contribuem para a dívida pública, mais clara fica a intenção do governo – atacar o poder lo-cal e os direitos das populações ao bem-estar e à satisfação das suas necessidades locais.A liquidação de centenas de freguesias repre-sentaria um enorme empobrecimento demo-crático (traduzido na redução de mais 20 mil eleitos); enfraquecimento da afirmação, defe-sa e representação dos interesses e aspirações das populações que a presença de órgãos au-tárquicos assegura.A manifestação nacional de freguesias do dia 31 de Março convocada pela ANAFRE e por Plataformas contra a liquidação das fregue-sias, constituiu uma inapagável resposta das populações em defesa da sua identidade e raízes, uma poderosa expressão de afirmação dos seus direitos e identificação com as suas freguesias e respectivos órgãos autárquicos, tal como já o fora o Congresso da ANAFRE em 2 e 3 de Dezembro de 2011, o Encontro Nacional de Freguesias de 10 de Março de 2012, assim como as múltiplas manifestações de descontentamento, conjuntas ou de cada freguesia e município.

Por tudo o que foi dito é importante:1 – Manifestar a oposição a qualquer proposta de liquidação de freguesias e afirmar a defesa

do actual número de freguesias, por aquilo que representam para as populações, com reforço das suas competências e meios financeiros. 2 – Apelar às Câmaras e Assembleias Muni-cipais para recusarem ser cúmplices da liqui-dação de freguesias nos seus concelhos, não aceitando a chantagem da eventual redução de 20% das freguesias a extinguir, como se duma promoção comercial se tratasse.Como já se insinua, hoje é a liquidação de fre-guesias, amanhã serão os municípios.3 – Exortar a ANAFRE e ANMP a não pactu-arem com este processo, não indicando repre-sentantes para a chamada “Unidade Técnica”.4 – Exigir do Presidente da República a não promulgação desta legislação em conformi-dade com as suas responsabilidades constitu-cionais e em consonância com as suas decla-rações contra o agravamento das assimetrias regionais, a desertificação e o despovoamento do interior, e em defesa da identidade local. 5 – Apelar a todos os autarcas, aos trabalha-dores das autarquias, ao movimento associa-

tivo e à população para o prosseguimento da luta e das diversas acções, contra a extinção de freguesias e em defesa do poder local de-mocrático.

* O autor deste texto escreve de acordo com a ortografia antiga.

Vitor Fernandes

Ademar Vala Marques

Na sequência do convite que me foi feito para escrever esta coluna neste novo jornal regio-nal, começo precisamente por dar os parabéns pela iniciativa dos seus proprietários ao inicia-rem a sua publicação. Num momento em que a imprensa escrita atravessa dificuldades por todo o país, o facto de haver entre nós mais um órgão de comunicação social é um sinal de coragem e de serviço público que merece ser destacado. Neste primeiro texto e no especial momento que o nosso país atravessa, não quero perder a oportunidade de destacar a importância da intervenção pública e cívica de todos os cida-dãos para ultrapassarmos as dificuldades. O envolvimento em instituições locais, em mo-vimentos cívicos ou em partidos políticos, a título voluntário, tem de ser visto como uma forma de contribuir para a sociedade e deixar de ser encarado de forma negativa. Devemos recusar a ideia de que os políticos são inevitavelmente maus. Haverá uns melho-res e uns piores, como em tudo na vida. Mas a generalidade dos que conheço na política lo-cal, independentemente do partido, têm uma

A exigência comomoralização da política

genuína vontade de contribuir para o desen-volvimento local. Não devemos duvidar, por isso, das boas in-tenções dos nossos autarcas. Podemos discor-dar democraticamente das suas ideias, apontar os resultados da sua governação quando não correspondem às expectativas que criaram ou às promessas que fizeram, ou quando são in-consequentes com as suas atitudes no passado. Enquanto Presidente da Comissão Política do PSD Peniche, procuro que as intervenções dos autarcas do PSD, quer na Câmara, quer na As-sembleia Municipal, sejam feitas num sentido construtivo, mas de absoluta exigência, pe-rante uma governação por parte da CDU que, no nosso entender, se tem afastado cada vez mais do que foram as promessas de 2005 ou de 2009.Não se estranhe, pois, quando for apontado o dedo a quem incumpre, a quem prometeu o que não podia cumprir e a quem tem sido apenas consistente na incongruência. Não é ‘politiquice’: é precisamente a moralização da política, com a exigência de que sejam presta-das contas pelo trabalho feito e pelo que ficou

por fazer. É com essa exigência que podem contar da parte do PSD Peniche.O PSD está empenhado na defesa de qualidade de vida da população do Concelho de Peniche. Não basta promover Peniche como destino na comunicação social. É preciso dar condições aos que nos visitam para que não fiquem mal impressionados e é sobretudo importante que não se esqueçam as pessoas de Peniche e que se lhes dê a qualidade de vida que legitima-mente esperam.

* O autor deste texto escreve de acordo com a ortografia antiga.

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| agenda

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Peniche

“43 PEIXES” NA FORTALEZA

Entre 6 de agosto e 16 de Setembro vai estar patente ao público, na Sala do Governador da Fortaleza de Peniche a exposição “43 peixes” da autoria de Pedro Salgado.A mostra de ilustração científica inclui diversos trabalhos ori-ginais em aguarela e tinta-da-china em exposição pela primeira vez, tendo algumas dessas obras sido premiadas internacional-mente.No total estarão expostos “43 peixes” que muitos de nós es-tão habituados a ver nos nossos pratos, como é caso do robalo, do sargo, do carapau, do peixe-galo (alfaquique) ou da nossa rainha – a sardinha. O modo artístico como estão retratados, enaltece de modo muito especial a beleza associada a um dos maiores recursos de Peniche – O Peixe. Os trabalhos originais apresentados nesta exposição constituem parte das ilustrações de peixes, sua especialidade, realizados desde 1992, para a Expo’98, Oceanário de Lisboa, Aquário da Madeira, Fluviário de Mora e CTT- Correios de Portugal. As ilustrações a Preto e Branco foram realizadas com aparo e tinta-da-china sobre scratchboard. As ilustrações a cores foram realizadas em aguarela.

GOLFE URBANO

O Curso de Gestão Turística e Hoteleira em regime Pós La-boral da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar de Peniche realiza, no próximo dia 19 de maio, entre as 14h00 e as 17h00, a iniciativa Historic Urban Golf, na fortaleza de Peniche.O golfe urbano tem como base o golfe tradicional, mas é prati-cado num ambiente citadino com algumas adaptações ao local onde este é realizado, ou seja, espaços urbanos, tais como ruas, edifícios abandonados, parques de estacionamento ou locais em construção.O evento tem como objetivo dar a conhecer e promover através da modalidade a Fortaleza de Peniche.Podem participar jogadores com mais de 8 anos.

Óbidos

EXPOSIÇÃO DE PINTURA

Até 17 de junho está patente na Galeria Casa do Pelourinho,em Óbidos, a exposição “Pensar Colorido – da Janela dos Meus Olhos, um Caleidoscópio para o Universo da Pintura”. Integrada no evento Maio Criativo a exposição revela ao pú-blico os trabalhos desenvolvidos pela Pintora Romarina Passos com todas as crianças dos jardins de infância do concelho de Óbidos. A mostra pode ser visitada das 10h00 às 13h00 e das14h00 às 18h00. Encerra às terças-feiras.

O DIA EM QUE A ILUSTRAÇÃOSUBIU PELAS PAREDES

Uma mostra ortogonal de cores e imagens pensada e projetada por um homem que um dia habitou folhas de papel gigantes, sonhou pisar a lua e pintar o mundo com marcadores e lápis de cor está patente, até 20 de agosto, na livraria Bichinho de Conto, nos Casais Brancos, em Óbidos.A mostra pode ser vista de terça a sexta das 14h00 às 19h00 e aos sábados das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 19h00.Encerra aos domingos, segundas e feriados.

Caldas da RainhaVENCEDOR DA VOZ DE PORTUGAL NO CENTRO DA JUVENTUDE

Denis Filipe, vencedor do concurso “Voz de Portugal”, da RTP, vai atuar no Centro da Juventude das Caldas da Rainha, no próximo dia 31 de maio.A iniciativa partiu de cinco alunos do curso de Som e Imagem da Escola Superior Arte e Design das Caldas da Rainha e trata--se de um evento no âmbito da cadeira “Práticas de Reforço Acústico”.A tarefa consistia em organizar um evento musical, desde con-tactos com agentes e artistas, passando pela organização da sala e sonorização.O evento não tem fim lucrativo servindo apenas de projeto final da cadeira, mas para pagar a deslocação do músico, serão co-brados três euros pela entrada.

RE.WINE - EXPOSIÇÃO DE RÓTULOS DE VINHOS

Está patente, até 31 de maio, na Casa Antero, nas Caldas da Rainha, RE.WINE - exposição de rótulos de vinhos criados pelo 3º ano do curso de Design Gráfico da ESAD. A iniciativa tem vindo a acontecer anualmente sendo que, este ano, o tema se centra na re-interpretação de um rótulo já exis-tente no mercado.

BombarralPINTURAS DE FERNANDO PASCOAL

As obras do bombarralense Fernando Pascoal estão de regresso ao Museu Municipal do Bombarral, onde vão estar patentes até ao próximo dia 20 de maio.A mostra é composta por 33 quadros, dos quais 27, como fri-sou, se encontram sem moldura, algo inédito relativamente às exposições que já teve oportunidade de realizar.A mostra pode ser visitada de terça a domingo, das 10 às 12:30 e das 14 às 18 horas.

CadavalROTA DO JAVALI

Pelo quinto ano consecutivo, a Junta de Freguesia de Lamas está a organizar um passeio pedestre, aberto a toda a população.O passeio será no dia 27 de maio, com partida marcada para as 09h00 junto do edifício sede da Junta de Freguesia de Lamas em Chão de Sapo.O percurso denominado Rota do Javali, passará pela Quinta do Brigadeiro, Póvoa, pela Serra de Montejunto e terminará em Rocha Forte.Durante o percurso, de cerca de 10 km, haverá água e pausas para comer fruta e descansar.Depois da caminhada será servido almoço a todos os partici-pantes no Centro Cultural Desportivo e Recreativo de Rocha Forte.Inscrições e Informações pelo telefone: 262695421ou E-mail: [email protected]

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solidariedade |

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A 4ª edição da Caminhada Solidária, no passa-do dia 5 de maio, deu o mote para o arranque da Campanha Pirilampo Mágico 2012. A cam-panha que decorre até 27 deste mês pretende angariar fundos para a construção do Lar Re-sidencial Porto de Abrigo, que teve início em fevereiro passado. Este projeto decorre da necessidade de serem localmente encontradas soluções residenciais para pessoas com graves défices de autonomia e sem enquadramento familiar suscetível de poder garantir condições mínimas de segu-rança, conforto e dignidade. Para facilitar esta angariação decorrem atividades como o Con-curso “Arte Mágica 2012” e a habitual venda de artigos promocionais, como o tradicional Pirilampo, Pin`s, Tshirt`s, Canecas e CD`s nas valências e serviços da Cercipeniche, na Praça Jacob Rodrigues Pereira, no Mercado Munici-pal de Peniche, no Pingo Doce e Continente. A celebrar o seu 26º aniversário, Campanha Pirilampo Mágico é uma iniciativa da FENA-CERCI (Federação Nacional das Cooperativas de Solidariedade Social).

Pirilampo Mágicoilumina

quemprecisa

As crianças conseguem despertar nas pesso-as emoções por vezes difíceis de expressar. Veja-se o caso Maddie, o caso Rui Pedro, o drama do Gustavo Martins (filho do futebo-lista Carlos Martins). O João Brilhante é um desses casos.A doença que o impede, aos 18 meses, de segurar a cabeça, não lhe tirou o sorriso. A polimicrogiria, descoberta aos 2 meses de idade, deixou de rastos os pais, que mesmo assim ainda tiveram esperança que a mal-

formação ao nível do cérebro não fosse tão extensa. A falta de sinais de melhoria aos 6 meses levou os pais a procurarem uma solu-ção para o caso. Sem uma cura efetiva ainda disponível, tomaram conhecimento de um tratamento feito em Cuba, que minimiza os efeitos da doença, através de fisioterapia es-pecializada, uma perspetiva promissora mas dispendiosa, com custos a rondar os 10000 euros.Elsa e Carlos Brilhante, pais do pequeno

João, não baixaram os braços e começaram a criar formas de angariar os fundos necessá-rios. O primeiro passo foi a criação do grupo “Vamos ajudar o João” no Facebook, com o intuito de juntar amigos, familiares e conhe-cidos, mas depressa o grupo foi crescendo e a causa do João foi chegando cada vez mais longe. O facto de viver no Porto não impediu que se gerasse uma onda de solidariedade que percorre o país de norte a sul. Desde ini-ciativas de recolha de tampinhas, a vendas de biscoitos e chocolates personalizados, muitas foram as formas que os membros do grupo, agora já com quase 9000 membros, arranjaram para angariar fundos.Um desses membros, Miguel Martins, só-cio-gerente de uma empresa de informática nas Caldas da Rainha, a Createinfor, teve a ideia de oferecer um Galaxy Tab 10.1, um gadget que custa cerca de 500 euros a uma das pessoas que ajudasse com apenas 1 euro na causa do João, bastando para isso que a pessoa faça a transferência da quantia para o NIB 0035 0152 00001742630 02, envian-do o comprovativo para [email protected], por forma a validar a sua participação. Quem contribuir com mais do que 1 euro multiplica as suas possibilidades de ganhar o prémio. A 102 FM Rádio associou-se a esta campanha, promovendo-a nas suas emissões, para que a mesma ganhe outra vi-sibilidade.Neste momento, com todas as campanhas a decorrer, a quantia necessária já reduziu para metade, o que mostra a solidariedade que se gerou.

E você? Vai ajudar o João?

João Brilhante

PONTO DE ENCONTROPASTELARIARua do Montepio, 26CALDAS DA RAINHA

CONTRADIÇÃO PASTELARIARua Dr. Miguel Bombarda, 30CALDAS DA RAINHA

E ainda...

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Um Encontro Nacional de Juízes trouxe a Caldas da Rainha a Ministra da Justiça, Pau-la Teixeira da Cruz, que no CCC explicou as principais alterações do sistema de justiça e anunciou para breve a divulgação dos tribu-nais que irão encerrar.O programa reformista que está a ser prepara-do pelo Ministério da Justiça foi o tema abor-dado pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, nas Caldas da Rainha, onde no pas-sada sexta-feira abriu o III Encontro Nacional de Juízes.Sob o lema “Perspetivas para a Judicatura na Próxima Década” o encontro reuniu juízes de todo o país que no CCC ouviram a ministra falar sobre a reforma penal e a reforma judi-ciária.“A reforma penal é, na verdade, uma reforma intercalar que se destina a dar resposta ime-diata a um conjunto de problemas claramente identificados pela generalidade dos profissio-

Ministra da justiça explica reformas no CCCnais do direito, e que se encontra numa se-gunda fase de audições pública “ afirmou a governante explicando que a mesma “levará a alterações ao código de processo penal, ao có-digo penal e ao código de execução de penas”.No processo penal as alterações prendem-se com as medidas de coação, na Validade das declarações do arguido em fase anterior à de julgamento, no processo sumário e no direito de recurso.

Em relação ao recurso a ministra deixou claro que “o tempo da impunidade chegou ao fim”, assegurando que com a reforma do Código de Processo Penal deixarão de ser possíveis “ex-pedientes dilatórios” que levem à prescrição dos crimes. “Vamos ter uma nova legislação que vai ao encontro da solução daquilo que podiam ser expedientes dilatórios, ou que podiam ser usados como tal”, afirmou Paula Teixeira da Cruz.Escusando comentar diretamente o caso de Isaltino Morais (cujo crime de corrupção de que é acusado terá prescrito - segundo o sema-nário Sol -, impedindo a realização de parte do julgamento que o Tribunal da Relação man-dou repetir), a ministra lembrou a alteração in-tercalar ao código de processo penal que está a ser preparada e que determina que “a partir de uma decisão condenatória em primeira instân-cia há suspensão da prescrição por um conjun-

to de anos, em função das molduras penais”.Se houver recurso para o Tribunal Consti-tucional, disse aos jornalistas, “os prazos de suspensão de prescrição duplicam e, portanto, os processos deixarão de prescrever por mero recurso às interposição de recursos”, uma cir-cunstância que atualmente permite “uma justi-ça para ricos e uma justiça para pobres”.Convicta de que “todos os profissionais foren-ses estão fortemente empenhados” na aplica-ção das reformas do sistema de justiça que o Governo pretende implementar, Paula Teixei-ra da Cruz reiterou o objetivo de acabar com “tudo quanto está identificado e é consensuali-zado entre todos os operadores judiciais e que só serve como expediente dilatório”.A ministra anunciou ainda que deveria conhe-cer, no início desta semana, a nova versão do Mapa Judiciário, com propostas concretas so-bre os tribunais a encerrar.“Vou receber no início da próxima semana o documento de revisão do Ensaio, anterior-mente elaborado pela Direção Geral da Ad-ministração da Justiça [DGAJ], que está a ser ultimado pelo Grupo de Trabalho que nomeei para a coordenação do projeto do Mapa Judi-ciário”, disse.O documento “afinará os conceitos” que es-tão na base da reorganização judiciária, e “terá propostas concretas sobre os tribunais a fechar”, afirmou a ministra durante a sessão assegurando que, após a divulgação pública

do documento, dará “o tempo necessário para que possa haver uma nova reflexão acerca do modelo proposto”, que aponta para a criação de “uma rede de tribunais cada vez mais es-pecializados”, e de “um sistema partilhado de resolução de litígios, que seja compatível com a ampliação dos meios alternativos de resolu-ção de litígios”.O modelo, recordou Paula Teixeira da Cruz, fará coincidir as comarcas com os distritos administrativos, havendo um único tribunal de primeira instância por comarca, e “secções lo-cais em todos os municípios onde exista pen-dência processual que as justifique”.A reforma prevê ainda a criação de extensões judiciais integradas no próprio tribunal, onde será possível aceder a informação sobre os processos a correr na comarca.“Os tribunais têm de existir onde exista procu-ra do serviço público de Justiça”, sublinhou a governante, reafirmando que não se manterão abertos tribunais onde o número de processos entrados por ano seja inferior a 250.O momento vivido pelo país “de crise, mas também de oportunidade”, justifica, segundo a ministra “o programa reformista que temos em curso” mas “a reforma não é – nem pode ser vista – como um fim em si mesmo”.Trata-se sim de “um meio para alcançar um objetivo, que se traduz numa palavra – JUS-TIÇA, entendida como o valor do Direito”, concluiu Paula Teixeira da Cruz.