o Lar Segundo Deus - Lições Bíblicas Da Ipb

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REVISTA DO ALUNO 13 roteiros de estudos bíblicos para células, grupos de estudo, grupos familiares, classes de discipulado ou classes de escola dominical ^ T^V 4 Deus

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A Bíblia nos ensina que entre Deus e o homem foi estabelecido um pacto, uma aliança. Neste caso, porém, o acordo foi firmado pelo próprio Deus, Senhor soberano e criador de todas as coisas. E por ser dono de sua criação,Deus estabeleceu as condições de relacionamento entre ele mesmo e suas criaturas. O evidente objetivo do Senhor era que todas as coisas criadas louvassem o seu nome por existirem. A exaltação ao Criador era o fim último de toda existência.

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  • REVISTA DO ALUNO

    13 roteiros de estudos bblicos para clulas, grupos de estudo, gruposfamiliares, classes de discipulado ou classes de escola dominical

    T^^V 4Deus

  • PRENDENDO DA ALIANAEfsiosl.3-14

    LEITURA DIRIA[] x 33.17-23-Vendo a glria de Deus[S~| x 34.29-35 - Impregnado pela glria de Deuspf| Pt 6.4-9 - O ensino da aliana[] Pt 7.6-11_- O pacto da obedincia[] Jo 10.1-18-A aliana reafirmada[S~] Rrn 8.1-39 - Efeitos prticos da aliana[T] Jo 14.15 -AJinaldade da aliana

    INTRODUOUma aliana um contrato firmado entre

    duas partes. Espera-se, dos contratantes, fide-lidade ao que foi contratado, de modo que aviolao de um aspecto do contrato represen-ta perda do todo. Ningum fica satisfeito quan-do um acordo quebrado. Quando combina-mos algo com algum, sempre esperamos quea pessoa cumpra o que foi prometido. Os fi-lhos, por exemplo, quando ouvem dos paispromessas, esperam que eles as cumpram.Caso contrrio, haver decepo, tristeza e, svezes, revolta. Toda quebra de contrato resul-ta tambm em sanes, como multas, restri-es de crdito e at mesmo a perda total doque foi contratado.

    No plano relacional firmado entre Deus e ohomem tambm funcionou assim. Houve vio-lao de contrato, Ado rompeu a sua parte eignorou a clusula divina. A consequncia foi aperda completa do acesso presena de Deuse a deteriorao das criaturas. Deus, porm, ela-borou um plano de salvao efetivo parareintroduzir o homem na presena de Deus.

    Voc deseja a presena de Deus? Vejamoscomo as Escrituras apresentam esta nica pos-sibilidade.

    I. A ALIANA DO TRABALHOA Bblia nos ensina que entre Deus e o ho-

    mem foi estabelecido um pacto, uma aliana.Neste caso, porm, o acordo foi firmado peloprprio Deus, Senhor soberano e criador detodas as coisas. E por ser dono de sua criao,Deus estabeleceu as condies de relacionamen-to entre ele mesmo e suas criaturas. O evidenteobjetivo do Senhor era que todas as coisas cri-adas louvassem o seu nome por existirem. Aexaltao ao Criador era o fim ltimo de todaexistncia.

    Todavia, o homem violou esse pacto. Emvez de glorificar a Deus, como as demais cria-turas faziam, ele rompeu a aliana e desobede-ceu o mandamento contratual e a prova-testeque havia sido estabelecida pelo Senhor. Destemodo, o homem resolveu, de livre vontade,obedecer a outro senhor, seu prprio desejo,em vez de glorificar o Deus que lhe havia cria-do.

    O sentimento desesperador do erro, to co-mum nos estados de remorso do ser humano,veio a Ado e Eva no momento em que perce-beram que estavam nus. A nudez fsica no eranada se comparada nudez espiritual que, na-quele momento, ultrapassou o limite do corpoe modificou a relao estabelecida entre Deuse o homem. O que era para ser felicidade eter-na tornou-se desespero, A angstia ao ouvir avoz de Deus chamando-os no Jardim trouxeconsigo a certeza da reprovao de Deus pelaindesculpvel rebeldia.

    A ordem era clara: no comer do fruto darvore do conhecimento do bem e do mal. Estafoi a primeira aliana de Deus para com o serhumano, representado em Ado. Deus haviadeixado o primeiro casal sua prpria vontade.Entretanto, ao ouvir Satans, Eva foi enganada

    l

  • pelo falseamento da verdade, trocando a ver-dade de Deus pela mentira, sentindo-se maiorque o prprio Deus, na condio de estabele-cer sua prpria lei e, consequentemente, cons-truir sua verdade.

    Antes de Ado quebrar a aliana havia pazentre ele e Deus. Aquele ambiente era muitoagradvel. Era um lugar santo, reservado parao bem-estar do ser humano. O Jardim foi dadopor Deus ao homem como um belo presente, oqual ele deveria cuidar, cultivar e usufruir. Masa ambio humana de querer mais do que Deuslhe havia dado traduziu-se em pecado. Sua co-bia o conduziu morte e o homem, ento,quebrou a aliana e transformou aquele lugarde bno e paz, cuja presena divina era dese-jada, num lugar tenebroso, no qual a presenade Deus era temida e evitada. Eles estavam nus.Tudo era vergonha.

    A atitude rebelde de Ado resultou numareao de perda em cadeia na criao. No so-mente o ser humano, mas todas as demais coi-sas criadas sofreram a perda do relacionamen-to com Deus, o que ocasionou, portanto, a de-teriorao. Por isso, a natureza ainda sangra egeme, esperando a redeno completa no re-torno de Cristo, para voltar a glorificar seu Cri-ador (Rm 8.20-23).

    II. A ALIANA DA GRAAAps a Queda, ern razo de seu amor e

    misericrdia, Deus preparou um meio pelo qualos homens deveriam ser redimidos de seus pe-cados e reinseridos na comunho divina. Noera preciso que Deus fizesse nada pelo ser hu-mano. Deus poderia ter abandonado tudo edeixado o homem revelia. No sabemos oque aconteceria, pois as especulaes humanasso sempre falhas diante da grandeza do planode Deus. Mas poderamos imaginar que talvezno existssemos mais, devido a uma possvelexterminao do prprio Deus, ou que talvezfssemos todos condenados definitivamente aoinferno, caso no houvesse a interveno divi-na ao que Ado ps a perder na aliana.

    Entretanto, somos informados pelas Escri-turas de que Deus tinha um plano elaborado,

    chamado plano da redeno, segundo o qualele rnesmo estabeleceu nova aliana. O que oSenhor resolveu fazer foi trazer de volta aoJardim Ado e Eva. Os portes haviam sidofechados. Deus entregou as chaves nica pes-soa que poderia abri-los novamente, seu pr-prio Filho, Jesus.

    O mtodo divino foi surpreendente. O mes-mo que ele fez com Ado e Eva no den, aovesti-los com as folhas, ele o fez conosco, aovestir-nos, novamente, com o sangue de Cristo.O que Deus fez foi restabelecer a entrada emsua presena. Se na quebra da primeira aliana,o homem perdeu completamente a comunhocom o Senhor, na segunda aliana, Deus se re-velou a fim de que o homem se achegue a elenovamente. No primeiro pacto, Ado fo o re-presentante que quebrou a aliana; no segundo,Cristo cumpriu cabalmente o contrato e, por-tanto, garantiu o acesso presena de Deus.

    Em Cristo, a graa se manifestou. EmGnesis 3.15, o Senhor apresentou o seu plano,de modo ainda embrionrio, mas bem definido:o descendente da mulher pisar a cabea dodescendente da serpente. Aqui est mostradoque Deus j havia determinado o cumprimen-to do plano de redeno.

    l II. CARACTERSTICASDAALIANA

    As Escrituras tambm nos mostram algu-mas caractersticas da aliana, que demonstramo complexo e extenso plano de Deus na remis-so do ser humano pecador.

    A aliana relacional significa que ela es-tabelece um vnculo entre Deus e o homem.Como j dissemos, Deus poderia ter tomadooutra atitude em relao ao pecado do homem,como t-lo expulsado definitivamente do Jar-dim ou mesmo ter reconstrudo sua criaturaou talvez se ausentado do mundo. Ele no pre-cisava fazer o que fez. Entretanto, por sua gra-a, resolveu se revelar com o homem. Estarevelao foi o modo de relacionamento en-contrado por Deus para buscar o homem emanter com ele um vnculo de paternidade.

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  • Em xodo 6.7 lemos: "Tomar-vos-ei por meupovo, e serei vosso Deus; e sabereis que eusou o SENHOR vosso Deus, que vos tiro dedebaixo das cargas do Egito". E emDeuteronmio 14.1-2: "Filhos sois do SENHORvosso Deus... porque sois povo santo ao SE-NHOR, vosso Deus, e o SENHOR vos escolheude todos os povos que h sobre a face da ter-ra, para lhe serdes seu povo prprio".

    A aliana eternamente sustentada significaque ningum mais poder quebrar o pacto.Aquilo que foi estabelecido pelo Senhor sermantido pelo prprio Senhor, ainda que os ho-mens sejam vacilantes como foi Ado. A razodessa certeza eterna que o contrato no estmais firmado com homem comum, mas comCristo, que foi capaz de mante-lo at o final.Trata-se da preservao dos santos. No have-r perdas nem excluses. Todos aqueles adqui-ridos pelo Pa, em Cristo, mantero seu cami-nho at o fim e sero glorificados. Em Joo10.27-30 lemos: "As minhas ovelhas ouvem aminha voz; eu as conheo, e elas me seguem.Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecero,eternamente, e ningum as arrebatar da mi-nha mo. Aquilo que meu Pai me deu maiordo que tudo; e da mo do Pai ningum podearrebatar. Eu e o Pai somos um". No h maisriscos de a serpente enganar os escolhidos paraa salvao. O diabo tentou fazer isso, mas Cris-to o venceu definitivamente (Mt 4.1-11).

    A aliana tnnitra significa que houve, pri-meiramente, um pacto entre as pessoas da Trin-dade; fo estabelecido um conselho eterno segun-do o qual o plano deveria ser infalvel. Pai, Filho eEsprito Santo entraram em acordo sobre o modode operao da consumao do pacto. E assimfoi: Deus Pai props a Cristo o pacto (Rm 3.25) eescolheu as pessoas antes da fundao do mundo;Deus Filho realizou a redeno, morrendo na cruzpelo seu povo, ressuscitando dentre os mortos paravencer a morte deles; e o Espirito Santo a aplicouem nossos coraes, convencendo-nos do nossopecado, da exigncia pactuai, a morte, e do juzoexercido em Cristo (Ef 1.3-14).

    A aliana corporativa significa que o pac-to nunca individual. A aliana foi sempre re-presentativa. Um precisou assumir a dimensode todos. Ado representava toda a humanida-de; enquanto Cristo representou todos os elei-tos. Em Ado e em Cristo estavam representa-dos os demais (Rm 5.17-18). A dimenso dauniversalidade enfatizada nas Escrituras. EmGnesis 12.2 lemos: "... de ti farei uma grandenao.,". E em Mateus 1.21 lemos: "... ele salva-r o seu povo dos pecados deles". Embora acompreenso do plano seja individual cadaum dar conta de si a Deus (Ez 18.20) oplano de redeno no pode ser compreendidofora da coletvidade. Somos reunidos em igreja,em famlia. Em Efsios 2.12-13,19 lemos: "...naquele tempo, estveis sem Cristo, separadosda comunidade de Israel, e estranhos s alian-as da promessa, no tendo esperana, e semDeus no mundo. Mas agora, em Cristo Jesus,vs, que antes estveis longe, fostes aproxima-dos pelo sangue de Cristo. Assim j no soisestrangeiros e peregrinos, mas concidados aossantos, e sois da famlia de Deus".

    A aliana de gerao a gerao significaque a aliana deve ser ensinada de gerao emgerao. Ela no est restrita a urn tempo, nema urn espao. Ela deve ser comunicada a todasas pessoas em todas as pocas e lugares. EmAtos 2.39 lemos: "Pois para vs outros apromessa, para vossos filhos, e para todos osque ainda esto longe, Isto , para quantos oSenhor nosso Deus chamar". Neste sentido,em Provrbios 22.6 lemos: "Ensina a crianano caminho ern que deve andar, e ainda quan-do for velho no se desviar dele". A comuni-cao da aliana deve ser passada a todas aspessoas, enquanto ainda crianas, a fim de queelas assimilem seu contedo e vivenciem suapromessa.

    A aliana compassiva significa que a mani-festao da graa de Deus e de sua glria sempre um exerccio da verdadeira compaixo.Quem o nosso prximo? Jesus respondeu queso todos aqueles que se aproximam de ns com

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  • alguma necessidade especfica. Devemos de-monstrar graa nos relacionamentos. A glriade Deus se manifesta no exerccio da miseri-crdia. Em Mateus 25.31-46 lemos que h duasatitudes possveis no plano de misericrdia: aincluso do outro ou sua rejeio. Jesus nosensina que a incluso do outro nos nossos pla-nos o caminho da graa.

    A aliana integradora significa que deve-mos ver o mundo como urna ntegralidade. Estafoi uma perspectiva recuperada pela Reforma.Os reformadores pregaram que no h nada queno deva ser compreendido a partir da perspec-tiva de Deus. No existe a separao entre mun-dos. O mundo o mundo de Deus. Cado,maculado pelo pecado, mas permanece de Deus.Portanto, a misso do eleito, que est sob a alian-a em Cristo, recuperar o significado cristo nomundo e restabelecer as verdades onde as men-tiras foram colocadas pelos homens. Assim, em2Corntios 5.18-20 lemos: "Ora, tudo provmde Deus que nos reconciliou consigo mesmo pormeio de Cristo, e nos deu o ministrio da recon-ciliao, a saber, que Deus estava em Cristo, re-conciliando consigo o mundo, no imputando aoshomens as suas transgresses, e nos confiou apalavra da reconciliao. De sorte que somosembaixadores em nome de Cristo, como se Deusexortasse por nosso intermdio. Em nome deCristo, pois, rogamos que vos reconcilieis comDeus". Fomos chamados para dar um novo sig-nificado s perverses dos homens. Devemosdar ao mundo a leitura real da realidade confor-me construda por Deus.

    A aliana exclusiva significa que no po-demos servir a dois senhores. Deus no podeser comparado a nenhum outro deus, at por-que no h outro deus que possa ser chamadoDeus, seno o verdadeiro Deus de Israel. Emxodo 20.3 lemos: "No ters outros deusesdiante de mim". sempre uma grande ofensaa Deus compar-lo a qualquer outro. O 'BreveCatecismo de Westminster afirma, ern sua resposta48, o seguinte: "As palavras 'diante de mim3 noprimeiro mandamento nos ensinam que Deus,

    que v todas as coisas, toma conhecimento emuito se ofende do pecado de ter-se em seulugar outro deus - (l Cr 28.9; SI 44.20,21)".

    A aliana inclusiva significa que a prega-o do evangelho universal. O anncio dasboas novas deve incluir todas as naes, lnguase povos (Ap 5.9). No podemos discriminar ouescolher aqueles que devem ouvir a Palavra.Todos devem ouvir a Palavra (Mc 10.15). Elacumprir nos ouvintes a obrigao pactuai ne-cessria (Hb 4.12-13).

    CONCLUSONa lio de hoje aprendemos o conceito de

    aliana, conforme ensinado pelas Escrituras. Vi-mos que Deus, primeiramente, estabeleceu umpacto de trabalho com o homem, segundo o qualele deveria cuidar do Jardim e da criao queDeus lhe dera. Mas o homem violou este pactoe ignorou a ordenana de Deus. No passou naprova-teste e, ento, foi expulso do Jardim. MasDeus, sendo rico em misericrdia, estabeleceuuma segunda aliana, segundo a qual o homemseria reinserido no Jardim, por meio de um re-presentante nico e capaz de cumprir e vencer asentena de morte imposta pelo primeiro pacto:Cristo. Em Cristo, esta aliana se apresentou cornoa nica soluo para o homem.

    Virnos, tambm, algumas das principais ca-ractersticas da aliana. Essas caractersticasdevem fazer parte de nossa vida prtica, a fimde manifestarmos o pacto firmado entre Deuse ns, por meio de Cristo.

    APLICAOVoc tem um relacionamento com Deus por

    meio da f em Jesus Cristo? O nico modo deser reinserido no Jardim crer no pacto firmadoentre Deus e ns, por meio de Cristo. Sem Cristo,no podemos retornar ao Jardim e estamos, por-tanto, eternamente perdidos. Ern Cristo, porm,recuperamos a alegria do den e vislumbramosa beleza da criao. A partir das caractersticas daaliana presentes nesta lio, elabore uma lista deaes que voc pode fazer para vivenciar efeti-vamente estas verdades. Use xodo 33 e 34.

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  • CONTEDO DA ALIANAA presena de Deus junto ao seu povo

    Apocalipse 21.3

    LEITURA DIRIAr~) i f~7n 171 -Q Eu serei o seu

    |"S~i Lv 26.3-13 - Deus andando no meio do seu povo[j]_x 33.12-J 6 -_Um pedido essencial[Q] MtJ J8-23 - Jrnanuel, Deus conosco[Q] 2Co 6.14-18 j- Osanturio de Deus[T] Ef 1.4-6 - Beneffc[os_cla aliana[s] SI 27.1-14 - Buscando a presena de Deus

    INTRODUONo raiar da histria humana, Deus disse:

    "Haja luz". E houve luz. Ele criou. proprie-dade dele. Ele o rei. O restante da criaoseguiu o mesmo padro. Deus falou e aconte-ceu. Ento, ele criou o homem e a mulher (Gn1.26-28). O relato da criao do homem estrepleto de intensa ternura, vibrante emoo epropsito familiares.

    A criao era a casa. Ado e Eva eram osfilhos. Deus no preparou o lugar e se ausen-tou. Ele visitava o lugar que preparou para Adoe Eva. Ele conversava com eles. O lugar eramagnificamente belo, mas o seu esplendor era apresena de Deus. Sua presena conferia pro-psito ao lugar. Sua presena o tornava seguro.Sua presena o enchia de alegria e amor e lhedava vida. Sua presena nos completa.

    I. A DESOBEDINCIAGERA SEPARAO

    Ao criar Ado, Deus fez uma aliana comele. A promessa era a presena de Deus. Isso fantstico porque o criador assumiu um com-promisso com a criatura assegurando-lhe di-reitos. A condio era perfeita obedincia. Adoapenas no poderia comer o fruto da rvoredo conhecimento do bem e do mal. Esse era o

    teste. A atitude de Ado demonstraria asua aceitao consciente da promessa con-tida na aliana. Deus soberanamente ini-ciou esse relacionamento e Ado deveriaescolher permanecer na presena deDeus e sujeitar-se sua autoridade.

    Enquanto Ado e Eva viviam na pre-sena de Deus, eles refletiam a glria di-vina entre si e diante da criao. Portanto,viviam harmoniosamente entre si e coma criao.

    Contudo, "vendo a mulher que a rvore eraboa para se comer, agradvel aos olhos e rvo-re desejvel para dar entendimento, tomou-lhedo fruto e comeu e deu tambm ao marido, eele comeu" (Gn 3.6). Assim o homem quebroua aliana. Essa atitude rompeu seu perfeito re-lacionamento com Deus. "O SENHOR Deus, porisso, o lanou fora do jardim do den... E, ex-pulso o homem, colocou querubins ao orientedo jardim do den e o refulgir de uma espadaque se revolvia, para guardar o caminho da r-vore da vida" (Gn 3.23-24).

    Porque Deus santo, nada que seja mpiopode subsistir diante dele. Sua santidade consu-mir toda impiedade. Quando Ado e Eva en-cararam um ao outro e se defrontaram com acriao, eles refletiram o seu prprio egosmo.Ado era o representante de toda a humanida-de no acordo da aliana. As consequncias dasua quebra da aliana ribombaram pela criao,atravs da Histria e em todos os coraes hu-manos. A penalidade para o pecador a morte.E os mortos no podem fazer nada para recu-perar a vida.

    II. A G RAA G ERA RESTAURAODeus, em sua infinita graa e misericrdia,

    providenciou um meio para que o homem vol-

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  • tasse a sua presena. Ele no era obrigado afazer nada. Simplesmente poderia ter se ausen-tado de sua criatura e da criao. Em vez disso,ele interveio. O Senhor voltou ao jardim e cha-mou o homem. Ele vestiu Ado e Eva comvestimentas de pele (Gn 3.8-9, 21). Aqui est aessncia da aliana da graa Deus veio, elechamou, ele vestiu. Deus vem a ns quandons estamos mortos em nossos pecados e trans-gresses (Ef 2.1-9). Ele nos chama para umrelacionamento pactuai com ele (At 2.38-39). Eele cobre a nossa culpa com a perfeita retidode Cristo, de modo que, mais uma vez, pode-mos viver na sua presena (Is 61.10) graasoberana, gloriosa do comeo ao fim.

    Quando Deus foi ao jardim, ele fez umapromessa ao homem e pronunciou uma maldi-o sobre Satans: "Porei inimizade entre ti e amulher, entre a tua descendncia e o seu des-cendente. Este te ferir a cabea, e tu lhe feri-rs o calcanhar" (Gn 3.15). Essa promessa nofoi o estabelecimento da aliana da graa, foi arevelao dessa aliana. A aliana da graa nofoi estabelecida com Ado, mas com Cristo, Essaaliana no foi uma deciso posterior. No foifeita em resposta ao pecado do homem. O acor-do divino para redimir a humanidade estavaassentado antes da criao do homem. Jesus, omediador e cabea dessa aliana o "Cordeiroque fo morto desde a fundao do mundo"(Ap 13. 8). Como a redeno era parte da von-tade de Deus, era como se ela j estivesse cum-prida. "Este te ferir a cabea" no um acon-tecimento que deve ser esperado no futuro, masum fato consumado. Nem tampouco osbeneficirios da aliana foi uma deciso poste-rior (Ef 1.4-6).

    Deus revela Jesus como mediador que feri-r a cabea de Satans e conquistar a vitriasobre o pecado e a morte. J quando Ado eEva tentavam esconder a sua nudez, Deus lhesfalou sobre Jesus. Apesar das atitudes do ho-mem, Deus voltou ao jardim e disse: "Eu aindaserei o seu Deus, vocs ainda sero o meu povo.Eu providenciarei o meio para vocs viveremna minha presena; eu habitarei com vocs".Isso graa. imerecida.

    Ao longo do restante das Escrituras, demaneira progressiva, Deus desenvolve a sua pro-messa pactuai de que ele o nosso Deus e nssomos o seu povo e vivemos na sua presena(Gn 17.7; x 6.7; Dt 29.10,12-13; 2Cr 5.1,13-14; 6.1-2; Jr 24.7; Zc 8.8; Jo 1.14; Mt 1.23; Jo14.2-3; Mt 28.19-20; ICo 6.19; 2Co 6.16; Ap21.1-5). Os vrios relacionamentos de alianacom No, Abrao, Moiss e Davi, no substitu-em uns aos outros. Eles suplementam uns aosoutros. E a revelao desse relacionamento di-vinamente institudo atinge o clmax do seu cum-primento na nova aliana, quando a sementeda mulher esmaga a cabea da serpente.

    III. CRISTO: GARANTIA DAPRESENA DE DEUS

    Jesus conquistou para o seu povo o fants-tico privilgio de viver na presena de Deus.Momento a momento, dia a dia, ano aps ano,o povo de Deus vive na sua presena.

    A compreenso da promessa pactuai doSenhor de ser o nosso Deus, e a compreensode que isso no depende do nosso desempe-nho, mas da sua proviso, nos apresenta a glori-osa verdade de que vivemos na sua presena.Sua presena nos confere propsito, sua pre-sena nos traz segurana e nos enche de alegriae amor. Sua presena a nossa vida.

    Moiss compreendeu bem essa verdade eno aceitaria nada inferior a isso. Em xodo 3lemos que ele se encontrava no desertopastoreando o rebanho do seu sogro quandoapareceu-lhe o anjo do Senhor numa chama defogo, no meio de uma sara... Deus, do meio dasara, o chamou... Deus continuou... tira as san-dlias dos ps, porque o lugar em que ests terra santa... Eu sou o Deus de teu pai, o Deusde Abrao, o Deus de Isaque e o Deus de Jac(x 3.2-6).

    Moiss estava trabalhando no deserto, mas -ele se encontrava num lugar santo porque Deusestava l. Viver na presena de Deus significaque estamos sempre em terra santa. Sua pre-sena torna toda a vida sagrada. Para o cristo,no existe diviso entre sagrado e secular. Ototal da vida sagrado porque vivido para a

  • glria do Senhor e na sua presena. Toda a vidadeve ser colocada sob a sua soberania.

    Depois de liderar a sada dos israelitas do Egitoe depois de receber os Dez Mandamentos,Moiss desceu do monte e encontrou o povoadorando o bezerro de ouro. Deus havia orde-nado a Moiss que sasse e levasse o povo para aterra prometida. "Mas...", disse Deus, e o que seseguiu a esta conjuno faz uma diferena crucial."Eu no subirei no melo de ti, porque s povode dura cerviz, para que te no consuma eu nocaminho. Ouvindo o povo estas ms notcias, ps-se a prantear..." (x. 33.3-4).

    O fato de Deus retirar a sua presena erarazo para tristeza e lamentao. Moiss colo-cou-se diante de Deus no porque o povo omerecesse, mas por causa da promessa pactuaido Senhor: "Moiss disse ao SENHOR: Tu rnedizes: Faze subk este povo, porm no me des-te a saber a quem hs de enviar comigo; contu-do disseste: Conheo-te pelo teu nome; tam-bm achaste graa aos meus olhos. Agora, pois,se achei graa aos teus olhos, rogo-te que mefaas saber neste momento o teu caminho, paraque eu te conhea e ache graa aos teus olhos;e considera que esta nao o teu povo" (x33.12-13).

    Moiss sabia que a linha de demarcao eraa presena ou a ausncia de Deus. O lugar esta-ria vazio sem a presena dele. A nica esperan-a da contnua presena de Deus era a sua pro-messa de que ele seria o seu Deus e eles seriamo seu povo. A confiana de Moiss era a suacerteza de que Deus era o guardador da alian-a: "Respondeu-lhe: A minha presena ir con-tigo e eu te darei descanso. Ento lhe disseMoiss: Se a tua presena no vai comigo, nonos faa subir deste lugar. Pois como se h desaber que achamos graa aos teus olhos, eu e oteu povo? No , porventura, em andaresconosco, de maneira que somos separados, eue o teu povo, de todos os povos da terra?" (x33.14-16).

    No decorrer desse incrvel encontro, Moisspede para ver a glria de Deus. Deus o colocanuma fenda da rocha, cobre-o com sua mo e

    passa diante dele (x 34.5-11). Ento, Deus ins-tituiu responsabilidades concernentes aliana.O povo deveria limpar a terra de falsos cultos efalsos adoradores. Eles no deveriam entrar emcontato com a incredulidade. Moiss permane-ceu na montanha durante quarenta dias e Deusescreveu os Dez Mandamentos sobre as tbu-as de pedra.

    A concluso desse drama definitiva."Quando desceu Moiss do monte Sinai, tendonas mos as duas tbuas do Testemunho... nosabia Moiss que a pele de seu rosto resplande-cia, depois de haver Deus falado com ele" (x34.29). O privilgio de viver na presena deDeus resulta numa vida radiante que no podeser negada. Viver na sua presena nos permiterefletir a glria do Deus glorioso. Que formid-vel privilgio!

    CONCLUSOA atitude de manter a aliana evidencia o

    nosso relacionamento pactuai com Deus e necessria para que possamos gozar as bnosda aliana. No adquirimos o direito de entrarna presena de Deus pela obedincia. A obedi-ncia ratifica a realidade desse relacionamentoGO 14.15).

    Deus soberanamente nos atraiu para umrelacionamento com ele. Temos o glorioso pri-vilgio de viver na sua presena. Gozar desseprivilgio requer uma busca intencional e disci-plinada. Viver na sua presena nos distinguirde todas as outras pessoas na face da terra.Quando vivemos na presena de Deus contem-plamos o seu carter. Ento, ao encararmostodos os relacionamentos e situaes humanas,irradiaremos o seu carter.

    APLICAOO que significa para voc saber que Deus

    prometeu ser o nosso Deus e nos aceitar comoseus filhos? Que sentido tem para voc o fatode que Deus prometeu viver entre ns e quens vivemos na sua presena? Que diferenaisso faz no seu trabalho, nas suas diverses e nasua escolha de prioridades?

  • O CONTEXTO DA ALIANAA comunidade da aliana

    Efsios 1.4-5 \A DIRIA

    p Gn 12.1-3 - De ti farei uma grande naogjJjDt 7.6-11 - Teu Deus te escolheuHH Jo 17.20-23 - Que todos sejam urn|HJ Jo 13.31-35 - Ameis uns aos outrosH At 2.42-47 - A vida_comunitria^_Ef_2-1-h2l~rnLia_^e DeusHJ| Cl 2.1-3 ^Jespuro familiar

    INTRODUOAs Escrituras claramente ensinam que o

    contedo da aliana de Deus deve sercontextualizado na comunidade da aliana. Sea aliana for ensinada de modo puramente aca-dmico, ela se tornar anmica. Deus nuncatencionou legar-nos a aliana para que ela setornasse apenas um exerccio mental. A aliana corporativa. O nosso relacionamento comDeus pessoal e individual, mas quando esserelacionamento se estabelece, somos imediata-mente colocados em comunidade com outrosque gozam do mesmo relacionamento com ele.Seu relacionamento de graa para conosco opoder que nos transfere da condenao para acomunidade da f, e o padro segundo o qualdevemos nos relacionar com os outros nessacomunidade.

    I. A ENTRADA PARA ACOMUNIDADE DAALIANA

    O plano de adoao de Deus foi assentadoantes do incio dos tempos. "Assim como nosescolheu, nele, antes da fundao do mundo, parasermos santos e irrepreensveis perante ele; e emamor nos predestinou para ele, para a adoao defilhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o bene-plcito de sua vontade..." (Ef 1.4-5).

    Quando Deus nos adota na sua famlia,tornamo-nos co-herdelros com o seu filhounignito, Jesus, e com os outros filhos adotados.Somos urna famlia. Deus nos adota na sua fa-mlia com base na obra realizada por Jesus Cris-to em nosso favor. No h nada em ns que otenha forado a escolher-nos para levar o seunome. A vida comunitria na igreja ser to intile vazia quanto a vida em qualquer outra comu-nidade a no ser que esteja fundamentada nanossa adoao,

    Em resposta pergunta "O que adoao?",o Breve Catecismo de Westminster declara:"Adoao um ato livre da graa de Deus, peloqual somos recebidos no nmero dos filhosde Deus, e temos direito a todos os seus privi-lgios".

    A Confisso de Westminster afirma: "A to-dos os que so justificados, Deus se digna fazerparticipantes da graa da adoao em seu nicofilho Jesus Cristo e por ele. Por essa graa, elesso recebidos no nmero e gozam a liberdade eos privilgios dos filhos de Deus, tm sobre si onome dele, e recebem o Esprito de adoao, tmacesso, com ousadia, ao trono da graa, e sohabilitados a clamar Abba, Pai5; so tratadoscom piedade, protegidos, providos e corrigidospor ele, corno por um pai; nunca, porm, aban-donados, mas selados para o dia da redeno, erecebem as promessas como herdeiros da eter-na salvao".

    A comunidade da aliana no urna tentati-va egosta de satisfazer s minhas necessidades.Ela a reunio dos filhos de Deus, a maioriados quais provavelmente tem pouco em comumexceto o nosso parentesco com o nosso irmomais velho, Jesus. Mas esse parentesco quenos mantm juntos num vnculo eterno. Deusestabelece essa comunidade. Ns temos o pri-vilgio e a responsabilidade de manter, nutrir e

  • cultivar uma vida comunitria que seja umaevidncia forte da nossa adoo.

    Quando ns percebemos que a nossa ado-o permanente, temos a coragem de cele-brar a nossa identidade por sermos semelhan-tes ao nosso Pai e agirmos como ele. Reconhe-cemos e amamos os nossos irmos e irmsporque eles tambm se parecem com ele e agemcomo ele. Porm, mesmo quando eles falhamem parecer que fazem parte da famlia, ns osamamos porque o nosso Pai nos ama quandons falhamos em assemelhar-nos a ele.

    II. A COMUNIDADE DA ALIANANO ANTIGO TESTAMENTO

    Desde o incio Deus trabalhou com famlias.Quando chamou Abrao ele prometeu: 'De ti fareiuma grande nao... em ti sero benditas todas asfamlias da terra" (Gn 12.2-3). O Israel do AntigoTestamento a imagem fsica da realidade espiritualda igreja. As histrias e as celebraes do AntigoTestamento nos ensinam a respeito do modo pactuaidevida.

    Uma dessas celebraes era o sinal da aliana dadoaos crentes e aos seus filhos. Deus disse a Abrao:"Guardars a minha aliana, tu e a tua descendnciano decurso das suas geraes... todo macho entrevs ser circuncidado... ser isso por sinal de alianaentre mim e vs. O que tem oito dias ser circuncida-do entre vs, todo macho nas vossas geraes... aminha aliana estar na vossa carne e ser alianaperptua. O incircunciso, que no for circuncidadona carne do prepcio, essa vida ser eliminada do seupovo; quebrou aminha aliana" (Gn 17.9-14).

    Essa marca de identificao um sinal que apon-ta para apromessa-de que o Senhor sena o Deus deAbrao, Abrao e seus descendentes seriam o povode Deus e Deus viveria no meio deles - e o selo deque essa promessa traz consigo a autoridade do Rei, lambem, sinal de uma solidariedade comunitria.Qualquer pessoa que no fosse circuncidada era ex-cluda da comunidade. A partir da ressurreio de Je-sus, o sinal e selo de nossa participao com Cristo o batismo.

    Outra celebrao era a Pscoa. Quando, nodesenrolar da histria de Israel, o povo atingiuo tempo do seu livramento da escravido no

    Egito, Deus no apressou o processo. Ele o pla-nejou de modo que o povo se alongassedeliberadamente em cada detalhe do aconteci-mento de modo que eles o pudessem reencenarpara as geraes vindouras. Cada famlia dacomunidade da aliana passou pelo mesmo exatoritual e na mesma hora (Ex 12.3-27).

    A reencenao simultnea dessa celebraopelas famlias certamente contribua para umasolidariedade comunitria. Desde a ressurrei-o de Jesus, nosso cordeiro pascal, esse sinale selo da promessa pactuai de Deus a Ceiado Senhor.

    Durante a peregrinao pelo deserto, at mesmo oarranjo das tendas familiares era uma lembrana, umaevocao da promessa:c TEu sou o seu Deus, vocs soo rneu povo, eu habito com vocs''. Deus deu a Moissinstrues explcitas para a construo do tabernculo.Toda a sua estrutura representa uma ilustrao da men-sagem evanglica. Moiss cuidou de cada detalhe daconstruo como Deus lhe ordenara. Eno, a nu-vem cobriu a tenda da congregao, e a glria do SE-NHOR encheu o tabernculo... De dia anuvem do SE-NHOR repousava sobre o tabernculo, e, de noite haviafogo nela, vista de toda a casa de Israel, em todas assuas jornadas" (Ex 40.34-38).

    O Senhor ordenou que o tabernculo fossecolocado no centro do acampamento. Onde querque a pessoa morasse, ao sair da sua tenda elacontemplaria a glria divina. A centralidade dapresena de Deus dominava a vida comunitria.

    Depois que Israel se estabeleceu na terra dapromessa, o templo substituiu o tabernculo.Salomo construiu o templo exatamente no lu-gar onde, muitos sculos antes, Abrao havia sepreparado, buscando coragem para sacrificar oseu filho Isaque, tendo recebido no lugar deleum substituto um cordeiro preso numa moi-ta. Durante a cerimnia de dedicao do tem-plo, Salomo orou, e ento "desceu fogo do cue consumiu o holocausto e os sacrifcios; e aglria do SENHOR encheu a casa" (2Cr 7.1).

    Depois de quase um ms de celebrao, opovo retornou aos seus lares e Deus conversoucom Salomo (2Cr 7.12-16).

    A realidade gloriosa que hoje no precisa-mos mais sair da nossa tenda para sermos

  • relembrados da presena de Deus. Precisamosapenas olhar para o nosso corao. "Acaso nosabeis que o vosso corpo santurio do Espri-to Santo, que est em vs, o qual tendes daparte de Deus?" (l Co 6.19). O templo no selocaliza mais sobre um monte. Ele est nos co-raes do povo de Deus.

    A promessa a mesma: "Escolhi e santifi-quei esta casa para que nela esteja o meu nomeperpetuamente; nela, estaro fixos os meus olhose o meu corao todos os dias".

    Por causa da aliana, os olhos e o coraodo Rei esto continuamente sobre a sua igreja...se... se o povo de Deus viver humildemente emcomunho uns corn os outros, se orar e buscara sua face e se converter de seus maus cami-nhos, ento a glria da sua presena repousarsobre ns e nos distinguir de todos os outrospovos da face da terra (ver Ex 33.16).

    Os olhos e o corao do Pai esto sobre nsindividualmente, mas quando nos reunimoscomo sua igreja, essa glria deveria se tornarum espetculo to maravilhoso da graa, que aprpria cultura na qual vivemos seria tocadapor essa graa.

    Deus, ento, disse a Salomo: "se andaresdiante de mim.... e fizeres segundo tudo o quete ordenei, e guardares os rneus estatutos e osmeus juzos" (2Cr 7.17). Estas so questesinstruconais. Decretos e leis devem ser ensina-dos ao povo de Deus. Todos devem aprendercomo viver no contexto da aliana diante doPai e uns com os outros.

    Ill, ACOMUNIDADE DA ALIANANO NOVO TESTAMENTO

    O Novo Testamento o cumprimento dapromessa feita no Antigo Testamento. Jesus amensagem de ambos os testamentos. Ele omediador da aliana. Ele o nosso parente-re-dentor que paga o preo da redeno a fim denos comprar para o seu Pai. Ele o nosso ir-mo mais velho que reparte conosco a sua he-rana. O Novo Testamento fala sobre a nossaredeno pessoal, mas tambm nos ensina arespeito da nossa identidade corporativa.

    Jesus deixou absolutamente claro que a

    marca identificadora dessa comunidade oamor. "Novo mandamento vos dou: que vosameis uns aos outros; assim como eu vos amei,que tambm vos ameis uns aos outros. Nistoconhecero todos que sois meus discpulos: setiverdes amor uns aos outros" (Jo 13.34-35).

    Logo depois que Pedro terminou o seu ser-mo do Pentecoste, diante de uma grande mul-tido (At 2.37-39,41), imediatamente teve in-cio a vida comunitria: "E perseveravam nadoutrina dos apstolos e na comunho, no par-tir do po e nas oraes. Em cada alma haviatemor; e muitos prodgios e sinais eram feitospor intermdio dos apstolos. Todos os quecreram estavam juntos e tinham tudo em co-mum. Vendiam as suas propriedades e bens,distribuindo o produto entre todos, medidaque algum tinha necessidade. Diariamente per-severavam unnimes no templo, partiam pode casa em casa e tomavam as suas refeiescom alegria e singeleza de corao, louvando aDeus e contando com a simpatia de todo o povo(Atos 2.42-47). Havia ensino e comunho con-tedo e contexto e o resultado foi fantstico,"Enquanto isto, acrescentava-lhes o Senhor, diaa dia, os que iam sendo salvos" (At 2.47).

    Paulo escreveu igreja em feso: "... As-sim, j no sois estrangeiros e peregrinos, masconcidados dos santos, e sois da famlia de Deus,edificados sobre o fundamento dos apstolos eprofetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pe-dra angular; no qual todo o edifcio, bem ajusta-do, cresce para santurio dedicado ao Senhor,no qual estais sendo edificados para a habita-o de Deus no Esprito" (Ef 2.19-22).

    Aps uma magnfica doxologia de louvor supremacia de Cristo, Paulo escreveu igrejaem Colossos: "Gostaria, pois, que soubsseisquo grande luta venho mantendo por vs, pe-los laodicenses e por quantos no me viram facea face, para que o corao deles seja conforta-do e vinculado juntamente em amor, e eles te-nham toda a riqueza da forte convico do en-tendimento, para compreenderem plenamenteo mistrio de Deus, Cristo, em quem todos ostesouros da sabedoria e do conhecimento estoocultos" (Cl 2.1-3). Essa uma afirmao clara

    10

  • da necessidade de um envolvimento da mentee do corao na vida da Igreja.

    Paulo deseja que os colossenses cultivem umambiente de encorajamento e unidade que refli-ta a realidade de Cristo de maneira que eles pos-sam descobrir esses tesouros. Os tesouros serocompreendidos num nvel mais profundo quan-do o nosso corao se sentir encorajado e unidoaos outros em arnor. Quando h altercaes fa-miliares ou mesmo insensvel indiferena, ns nosprivamos de parte da nossa herana,

    Aprender a compartilhar as nossas bnose ddivas uns com os outros, de maneira queos membros da famlia da igreja sintam seuscoraes encorajados e sejam unidos em amor um processo instruconal. Assim como preci-samos ensinar aos nossos filhos corno eles de-vem tratar uns aos outros, o nosso Pai Celestenos ensina, na sua Palavra, que devemos serviruns aos outros (f o 13.1-15), a "amar-nos cordi-almente uns aos outros" (Rm 12.10), a "ser-mos uns para com os outros benignos, compas-sivos, perdoando-nos uns aos outros" (Ef 4.32),"exortando-nos mutuamente cada dia" (Hb3.13), e "orando uns pelos outros" (Tg 5.16).

    Mas Deus no nos d apenas urna lista deregras familiares. Ele nos d a graa para seguiras suas regras. Seu Esprito produz em ns ofruto de amor, alegria, paz, longanimidade, be-nignidade, bondade, fidelidade, mansido e do-mnio prprio (Gl 5.22-23) e nos capacita a agircomo o nosso Pai. E o nosso irmo mais velhointercede por ns diante do trono do Pai.

    Pedro escreveu igreja espalhada pelo Pon-to, Galcia, Capadcia, sia e Bitnia: "Vs,porm, sois raa eleita, sacerdcio real, naosanta, povo de propriedade exclusiva de Deus,a fim de proclamardes as virtudes daquele quevos chamou das trevas para sua maravilhosaluz; vs, sim, que, antes, no reis povo, mas,agora, sois povo de Deus, que no tnheis al-canado misericrdia, mas, agora, alcanastemisericrdia" (IPe 2.9-10).

    Ser membro da comunidade no algoopcional para os filhos de Deus. Somos parteda famlia. Entretanto, alguns consideram essaparticipao preciosa, enquanto outros a igno-ram ou. so indiferentes a ela. O valor que da-mos aos nossos privilgios e responsabilidadescomo membros da comunidade um forte in-dicador da qualidade do nosso relacionamentocom o Rei deste reino.

    CONCLUSOMuitas circunstncias da vida acuai dificul-

    tam a nossa comunho e convivncia pactuai,mas sempre houve barreiras para uma experi-ncia de vida no contexto da aliana. Os nossosdesejos pecaminosos unem foras com umacultura estranha para travar uma incessantebatalha pela nossa lealdade e submisso. H,tambm, as realidades da vida moderna. Vive-mos em locais onde as nossas vidas no se cru-zam, a no ser na igreja. No encontramos ou-tros kmos da nossa comunidade nos super-mercados, no trabalho ou nos campos de fute-bol. Junte-se a isso os ministrios especializadosdas igrejas para faixas etrias especficas, e avida comunitria fica marginalizada.

    Os obstculos no nos desculpam. Eles sig-nificam simplesmente que devemos confront-los decididamente e cultivar entusiasticamentea vida comunitria na nossa igreja. Mas nodevemos nunca estabelecer estruturas comuni-trias sem ensinar cuidadosamente porque faze-mos o que fazemos. A coroa e a aliana de Cris-to devem ser o incentivo, a viso e o tesouro danossa vida comunitria pactuai.

    APLICAOO que voc pode fazer para preservar a

    unidade da comunidade da aliana? Procurecompartilhar suas lutas, dificuldades e bnoscom outros membros desta comunidade, lem-brando-se tambm de estar atento realidadevivencada por eles.

  • NSINANDO A ALIANASalmo 127

    LEITURA DIRIA[1J] x 33._1_7-23 ^ Vendp_a glria de Deus\S] x 34.29-35 - Impregnado pela glria de Deus[J] Dt_6.4-9 - O ensino da aliana[0] Dt 7.6-11 - O pacto da obedincia[^j Jo 1Q.1-18-A aliana reafirmada.83 Rm 8.1-39 - Efeitos prticos da aliana|g3 Jo 14.15 ~ A finalidade da aliana

    INTRODUOSocilogos, psiclogos e lderes educacionais

    esto cada vez mais preocupados com os ru-mos comportamentais de nossas crianas e ado-lescentes. Eles tm destacado as inverses devalores. Crianas que saem de casa sem dar sa-tisfao para seus pais, que portam celulares efalam com qualquer pessoa, que acessam aInternet sem nenhuma censura. Adolescentesque bebem e fumam cada vez mais cedo, e quetm se envolvido com o crime em larga escala.Identificar a falta de valores muito importan-te e um grande avano. Mas que valores? Quemos determina? neste ponto que os cristosso radicalmente contrrios s teorias moder-nas. E a razo simples: tais teorias esto emtotal desarmonia com os princpios bblicos. Assolues que eles propem so humanistas de-mais para serem bblicas.

    Entretanto, sendo responsveis, enquantoherdeiros da aliana, por repassar para nossascrianas os verdadeiros valores que devem fun-damentar nossa prtica, somos chamados porDeus, como pais, mes e educadores em gerala exercermos forte influncia sobre suas vi-das. No h dvidas de que precisamos, rapi-damente, retornar aos princpios bblicos.Corno podemos fazer isso? O que devemosconsiderar primeiramente?

    I. OS FILHOS SO BNOSDO SENHOR

    Devemos comear pelo entendimento deque os filhos so bnos. O Salmo 127.3-5 um texto importantssimo para essa compreen-so. Nele, lemos: "Herana do SENHOR so osfilhos; o fruto do ventre, seu galardo. Comoflechas na mo do guerreiro, assim os filhos damocidade. Feliz o homem que enche deles asua aljava; no ser envergonhado, quando plei-tear com os inimigos porta".

    No h dvidas de que o salmista est ex-pressando a alegria de poder ter filhos. Eles sonossa prpria herana, aquilo que temos de maisimportante, Eles valem mais do que ouro. Sonossa alegria; nosso galardo. So um presentemagnfico e insubstituvel de Deus. So comoflechas, porque eles se tornam nossa principalproteo diante do ataque dos inimigos. So nossaprincipal arma. Eles so capazes de nos guar-dar e de cuidar de ns em nossa velhice. Nopassaremos vergonha sem ter quem nos defen-da, porque nossos filhos estaro ali quando pre-cisarmos deles. Sim, os filhos so bnos gran-diosas do Senhor para ns.

    Mesmo no mundo cado, onde reina o peca-do, a gerao de filhos no amaldioada e con-tinua sendo uma bno. Esta bno univer-sal, porque resultado da graa universal de Deuspara com todos os homens. Lemos, por exem-plo, no Gnesis que Deus puniu Eva pelo seupecado, dando-lhe dores no parto, mas isso noimplicou problemas na gerao (Gn 3.16). Deusno a tornou estril, por exemplo. Ao contrrio,a primeira ordem, de multiplicao, permaneceu(Gn 1.28). Tanto que, em Gnesis 4.1, vemosque Ado e Eva se deleitaram na bno da pro-criao: "Coabitou o homem com Eva, sua mu-lher. Esta concebeu e deu luz a Caim; ento,

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  • disse: Adquiri um varo com o auxlio do SE-NHOR". E assim, tambm, em Gnesis 4.25.

    Mesmo entre os incrdulos, Deus manifes-ta sua graa e lhes d a bno da gerao defilhos. Em Gnesis 17.20, por exemplo, lemosque Deus abenoou Ismael dando-lhe filhos:"Quanto a Ismael, eu te ouvi: abeno-lo-ei, f-lo-ei fecundo e o rnultiplicarei extraordinaria-mente; gerar doze prncipes, e dele farei umagrande nao".

    Os filhos so sempre bnos do Senhor.Independentemente de estarem ou no numafamlia crist, os filhos devem ser recebidoscomo bnos. Constitui-se pecado, portanto, nolouvarmos a Deus pelos nossos filhos. Apre-sentar seus filhos a Deus era uma prtica co-mum na vida de J, grande servo do Senhor,que, pela manh, bem cedo, sacrificava ao Se-nhor por eles (f 1.5).

    Pais e educadores em geral devem receberas crianas com alegria, porque elas so bn-os de Deus para ns. O futuro de nossa ge-rao depende da educao que oferecemos aelas. Os valores que repassamos certamenteserviro de base para que elas sejam mais pr-ximas de Deus,

    II. A EDUCAO DEVE SEREXERCIDA COM ALEGRIA

    No nenhuma novidade que todo proces-so de educao rduo. Quem pai ou me outrabalha nesta rea sabe o quo difcil educai-as pessoas. s vezes, desanimador. Voc falae fala e fala e parece no ser ouvido nunca. Hsempre um ar de desprezo por parte de quemrecebe a instruo. Quanto a isso, no podemosnos esquecer de que todos somos pecadores.No estamos lidando com pessoas neutras queesto abertas para receber a educao. Pelocontrrio, falamos a pessoas que j nasceramem pecado e que, portanto, sem que as ensine-mos, rejeitaro os princpios bblicos.

    Mas, o educador cristo sabe que esta tare-fa de reconduo Palavra o exerccio daobedincia que Deus requer dele. Portanto, oseducadores cristos sabem que esta tarefa, em-bora difcil, no para ser vista como um obs-

    tculo ou peso, mas um grande privilgio querecebemos do Senhor.

    Toda dificuldade na educao comea, naverdade, quando ns mesmos negligenciamosos princpios claros expostos nas Escrituras. Secomeamos mal em nossos princpios, claroque teremos problemas ao transmitirmos isso aoutras pessoas. Urn desses princpios claros ne-gligenciados a gerncia do pai sobre a famlia.Deus chamou os homens, pais, para serem l-deres em suas casas. A mulher, e me, auxiliadora. Assim foi ordenado por Deus. Po-rm, muitos pais negligenciam sua tarefa de gerira educao dos filhos deixando-a completamentesob autoridade das mes. No deve ser assim.As mes so auxiliadoras, companheiras leais eso instrumentos riqussimos nas mos de Deuspara a educao dos filhos, mas a responsabili-dade primeira do homem, do pai. Se o ldernegligencia esta tarefa, ele comea muito mal.Se a adorao no lar no ordenada pelo pai,os filhos tero muita dificuldade em observarisso ao longo da vida, principalmente quandotambm forem pais.

    A disciplina outro problema quando vistade modo errado. Pais que negligenciam a disci-plina pecam contra o Senhor e contribuem parao desvirtuamento de seus filhos. Obviamente, no esta uma tarefa fcil. Mas, necessria. Deve-mos disciplinar as crianas no porque temos quemanter nossa autoridade ou mostrar que somos"maches". Devemos disciplin-las porque Deusrequer de ns isso (Pv 29.17).

    As Escrituras mostram que Deus planejouo modo de educar nossas crianas. Tudo o queDeus ordenou born. No devemos questio-nar os mtodos divinos. Devemos nos subme-ter a eles, com gratido em nossos coraes,por ter Deus, ern seu amor, nos provido deinstrues seguras para a educao. Educar ascrianas obedecer ao Senhor, e isso deve sermotivo de alegria para ns.

    III. O SUCESSO NA EDUCAO MEDIDO PELAAO DOS PAIS

    Provrbios 22.6 afirma: "Ensina a crianano caminho em que deve andar, e, ainda quan-

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  • do for velho, no se desviar dele". Muitos paise educadores erram na interpretao desteversculo. Normalmente, ele usado para darnfase ao fato de que o filho no se desviar dejeito nenhum se a instruo dada a ele for cor-reta. Ento, o versculo interpretado como umapromessa. Mas a est o equvoco, pois no setrata de uma promessa, assim como a maioriados escritos de Provrbios.

    Na verdade, o texto d nfase a uma esta-tstica interessante: normalmente, os filhos quereceberam instrues seguras na infncia, quan-do velhos se lembraram deles e no se desvia-ram para outros caminhos. No se trata de umacerteza, como j dissemos, mas de uma pers-pectiva, ou, dito de outro modo, uma hiptesebem provvel. Regra geral seria: os pais queseguirem princpios bblicos na educao de seusfilhos podero v-los, mais velhos, seguindoessas instrues.

    Portanto, a nfase est na qualidade do ensi-no e no no resultado dele, necessariamente.Nossa tarefa principal educarmos nossos fi-lhos e nossas crianas com os princpios verda-deiros e claros das Escrituras. E isso que Deusnos ordena. Devemos fazer isso com toda nos-sa fora. Obviamente, nada do que fizermosresultar na salvao de nossos filhos, porqueesta uma questo que no nos compete, poisdepende da relao de Deus para com eles. Mas,por outro lado, bvio tambm que, tudo oque fazemos por nosso esforo que os aproxi-mem de Deus resultar na bno de eles co-nhecerem as verdades do Senhor e de seremabenoados por elas.

    Devemos entender que nosso compromis-so na aliana estabelecida pelo Senhor de ser-mos gerentes de nossos lares, de modo que aeducao de nossos filhos depende de ns, in-teiramente, quer pelo exemplo, quer pela ins-truo direta que oferecemos a eles.

    Devemos, tambm, por outro lado, comopais, assumir a culpa de no seguirmos os prin-cpios das Escrituras na educao de nossos fi-lhos. H muitos pais que culpam a escola, asamizades do bairro, os amiguinhos da igreja afinal de contas, na casa de fulano, quem man-

    da so os filhos e, ento, assim como Ado eEva, desde o princpio, tentam transferir a cul-pa para os outros. Dos nossos filhos, somosresponsveis. Voc responsvel pelo seu filho,no a igreja, nem o pastor, nem a professora,nem ningum. Somente voc responsvel pe-los valores que ele adquiriu. Portanto, diaria-mente, coloque-se diante do Senhor e clame aele por sabedoria, a fim de que voc possa serbno comeando por seguir, voc mesmo, osprincpios bblicos na criao dos filhos.

    IV. ASSUMA A INFLUNCIAEDUCACIONAL SOBRE SEUS FILHOS

    Como adiantamos no tpico anterior, nopodemos negligenciar a tarefa exclusiva que nosfoi confiada por Deus de educarmos nossosfilhos. Os pais cristos precisam estar conscien-tes de que seremos responsabilizados por Deusse entregarmos a educao de nossos filhos paraterceiros.

    Em nossa cultura, competimos com muitosoutros educadores: a televiso, com seus dese-nhos animados que tm aderido ao politicamentecorreio e apresentado a viso distorcida dasEscrituras; os professores mpios com os quaisnossos filhos convivem boa parte do tempo, eque ensinam teorias antibblicas, como oevolucionismo, por exemplo, em detrimento docriacionismo, que visto como algo anticientficoe, portanto, sem valor algum; os colegas, quepor serem de mltiplas formaes educacionaisacabam por influenciar em muitas prticas en-ganosas, como os mais diversos vcios. E nopodemos desconsiderar, obviamente, a ao doprprio diabo, na tentativa, s vezes bem-suce-dida, de desestruturar a famlia, relativizandovalores e minimizando as verdades mais evi-dentes das Escrituras.

    Deus determinou que a educao dos nos-sos filhos fosse a tarefa mais importante denossas vidas. , porm, lamentvel quandopercebemos que estamos dedicando a maiorparte do nosso tempo com outras tarefas bemmenos importantes do que a formao edu-cacional de nossos filhos. Em Deuteronmio6.6-7, lemos: "Estas palavras que, hoje, te

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  • ordeno estaro no teu corao; tu as inculca-rs a teus filhos, e delas falars assentado emtua casa, e andando pelo caminho, e ao dei-tar-te, e ao levantar-te". Repare a nfase nacontinuidade das aes do ensino: inculcarse falars, assentado em casa, andando pelo ca-minho, ao deitar e ao levantar. Ou, resumida-mente, em todo o tempo. uma tarefa detempo integral e que no pode ser confiada aoutra pessoa.

    A negligncia a esse princpio claro e sim-ples das Escrituras pode nos legar uma gera-o completamente anticrista. Em Juizes 2.7,10 e 11, lemos: "Serviu o povo ao SENHORtodos os dias de Josu e todos os dias dosancios que ainda sobreviveram por muitotempo depois de Josu e que viram todas asgrandes obras feitas pelo SENHOR a Israel... Foitambm congregada a seus pais toda aquelagerao; e outra gerao aps eles se levantou,que no conhecia do SENHOR, nem tampoucoas obras que fizera a Israel... Ento, fizeramos filhos de Israel o que era mau perante oSENHOR, pois serviram aos baalins". E o finalda histria ns tambm sabemos: "... cada umfazia o que achava mais reto" Qz 21.25). Elestransformaram a cultura em algo absolutamen-te relativizada, sem princpios absolutos, excetoa anarquia.

    Se no queremos ver nossos filhos geraremfilhos e filhas que no conhecem o Senhor, de-vemos assumir nossa tarefa integral de, inte-gralmente, educ-los conforme nos ordenou oSenhor.

    CONCLUSONa lio de hoje aprendemos quatro princ-

    pios para a educao de nossos filhos confor-me a ordem da aliana promulgada pelo Se-nhor. Vimos que o nascimento dos filhos bn-o, que a educao deles por nossa parte umgrandioso privilgio, que no temos certeza dosresultados, mas, por outro lado, temos indciosfortssimos de que os mtodos de ensino bbli-co sero amplamente teis para suas vidas espi-rituais, e tambm que a educao de nossos fi-lhos uma tarefa exclusiva e integral, pois nopodemos confi-la a outras pessoas.

    APLICAOEstamos plantando valores corretos nos

    coraes de nossos filhos? A que tipo de expo-sio temos deixado nossos filhos? Quem ostem educado? Quanto tempo dedicamos a eles?E se ainda no pai ou me, como voc templanejado a educao de seus filhos? A partirdos princpios aprendidos hoje, elabore uma Us-ta de aes que podem ajudar a alcan-los.

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  • FAMLIA DA ALIANAGnesis l 7. 1-11

    LEITURA DIRIA|H Rm 12.9-21 -Virtudes recomendadasH Rm 14.1 3-1 8- Liberdade

    R 1 S -

    H ITs 5.11-15 -^Seguir_o beml. HJL3A3lL0-24 ^ Exortai-vosj^ [ Tg 4.1-10 -Sujeitai-vos a Deus

    INTRODUOA famlia uma instituio que existe tanto

    em sociedades constitudas sob a influncia e opadro do Cristianismo, como em sociedadesno crists. No entanto, a famlia estruturadaem bases crists totalmente diferente da fa-mlia que se fundamenta em outros valores, queno o preceito bblico. preciso pois entender-mos o contexto no qual se situa a famlia que seforma de acordo com a vontade de Deus.

    O contexto, no qual devem existir o casa-mento cristo e a criao (crist) de filhos, oda famlia pactuai, ou seja, a igreja. imperati-vo compreendermos esse contexto, porque nos-sas ideias sobre famlia em geral so configura-das mais pela cultura do que pela Escritura. Eno a famlia moldada pela cultura que va-mos estudar aqui, mas a famlia da Aliana; ouseja, a famlia segundo o Pacto.

    L A FAMLIA PACTUAIVivemos na cultura do individualismo, do

    egocentrismo e do materialismo, todos valoreshostis ao cultivo do meio ambiente da graa deDeus em nossos lares.

    Essa hostilidade foi agravada pela inverdadeda Teoria daJzvohio. O evolucionismo no aceitao Deus Criador, Provedor e Sustentador de

    todas as coisas. Desse modo, para os que pen-sam de acordo corn aquela corrente filosfica,a famlia no pode ser uma ideia de Deus eplano de Deus para o seu povo. Assim, expli-cam a famlia como uma inveno humana. Aconcluso a supremacia do interesse prprioe da consequente luta pelo poder e sobrevivn-cia do mais forte dentro do ambiente familiar.O resultado o da reduo gradativa do com-promisso de uns para com os outros, em bene-fcio do compromisso com a realizao prpria. o individualismo substituindo os laos da co-munho.

    Essa distoro tambm se reflete negativa-mente no ambiente das famlias crists sob aforma de individualismo familiar. A prpria fa-mlia torna-se uma ilha. Os membros so dedi-cados uns aos outros, mas separados da famliapactuai a igreja. A motivao o desejo deproteo dos membros entre si. Mas a estrat-gia o isolamento.

    Viver pactualmente, como famlia da f, ocaminho para a soluo. Nesse sentido, a gran-de expresso da famlia da aliana a Igreja. Aigreja invisvel e triunfante de Nosso SenhorJesus Cristo deve ser vista como famlia, e nos-sa igreja local deve buscar sempre expressar essepreceito divino.

    II. CONCEITO DE PACTO"A palavra aliana usada de vrias formas

    e aparece mais de 290 vezes na Bblia. Refere-se a um tratado envolvendo terras e posses-ses... (Gn 26)" ou "tratado poltico" (IRs 5.12e Am 1.9). (...)

    Quando consideramos aliana como um tra-tado, uma resoluo pessoal, um casamento,percebemos que ela se refere basicamente a umtipo de relacionamento. Num tratado ou num

    16

  • casamento h um acordo, entre as duas partes,que as levam a urn relacionamento vinculado.Em termos especficos, esse compromisso ...inclui promessas que so seguidas de regras. "Euprometo isso a voc, se voc fizer aquilo". Exi-gncias so sempre relacionadas a promessas.(...) Uma aliana sempre inclui provises paracontinuidade; isso o que ns vamos continuara fazer. A aliana: promessa, exigncias, resulta-do, sempre selada por uma palavra, por umjuramento. Moiss citou o que Deus fez paraAbrao e corno isso se perpetuou em seus des-cendentes (Dt 29.14-15). O juramento fez daaliana, no seu todo, uma realidade certa paraas geraes que viriam.

    A Aliana, como geralmente aparece nasEscrituras, a aliana que Deus iniciou unilate-ral e soberanamente com a criao e especial-mente com os que possuem a sua imagem. Deusestabeleceu um vnculo com aqueles que criou sua imagem. Deus estabeleceu esse vnculocomo um relacionamento real e vivo com am-bos, homem e mulher, a quem se refere cornoseus semelhantes. (...) A aliana, portanto, umvnculo de amor real, de vida de amor caracte-rizada pelo relacionamento indestrutvel entreduas partes, especialmente no contexto bblico,entre Deus e os seres humanos.

    III. CARACTERSTICAS DO PACTONs cremos no pacto da graa. Nosso com-

    portamento em famlia deve ser compatvelcom essa f: o que fazemos, por que fazemose como fazemos. A famlia existe dentro daesfera do pacto. Por isso, as caractersticas dopacto aplicam-se tambm famlia, corno ins-tituio divina. As caractersticas do pacto, esua aplicao famlia, so as seguintes:

    O pacto relacional. O Deus do cu e daterra pessoal, que estabelece um relaciona-mento pactuai ntimo com seu povo. Ele seliga a ns em fidelidade pactuai. Os nossos re-lacionamentos devem espelhar o relacionamen-to dele conosco. Esse modelo relacional estfundamentado em doutrinas tais como a justi-ficao e a adoo. Deus nos declara justosaos seus olhos com base nos mritos de Cris-

    to. Ele nos adota como seus filhos e nos aceitaern sua famlia, no por causa do nosso de-sempenho, mas por causa da sua graa.Nossos relacionamentos em famlia tm a vercom aceitar uns aos outros e com refietir agraa de Deus uns aos outros, medida quevamos sendo transformados pelo poder doEvangelho.

    O pacto iniciado soberanamente. No mere-cemos nada, mas tudo nos foi dado. No so-mos credores de Deus, mas seus eternos de-vedores das bnos graciosamente ofertadasa ns. Compreender isso produz a humildadeque gera a atitude de "considerar cada um osoutros superiores a si mesmo" e no ter "cadaum em vista o que propriamente seu, senocada qual o que dos outros" (Fp 2.3-4).

    O pacto sustentado soberanamente e por isso eternamente seguro. A confiana de crer no cui-dado do Senhor (SI 55.22) d segurana e pazao lar.

    O pacto trnitarano. A unidade da Trindadefica evidente na obra da criao, da redenoe da consolao. Tal unidade na Trindade devetambm se manifestar na famlia e no casa-mento, vividos de acordo com as leis do pacto.Esse princpio de unidade/diversidade deveficar evidente na comunidade pactuai.

    O pacto corporativo. A salvao pessoal,mas Deus no trata conosco somente comoindivduos. Ele nos adota em sua famlia. So-mos uma famlia da f, uma comunidadepactuai. Esses relacionamentos no so umaquesto de gosto, opo pessoal ou bom. julga-mento na escolha de uns aos outros. Eles soprojetados soberanamente.

    O pacto Ugado a geraes. A Bblia d muitanfase ao dever de uma gerao contar ou-tra os feitos do Senhor e suas maravilhas. Soordens dadas aos pais e comunidade pactuaipara que instruam e nutram seus filhos. As-sim, compete gerao anterior formar a ge-rao subsequente, sucessivamente. E dessemodo, estender, manter e continuar o pactoat a Segunda Vinda de Cristo, que nos reuni-r em um s rebanho; ou seja, em uma nicafamlia, a Famlia da Aliana.

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  • O pacto compassivo. Deus todo compaixoe seu povo deve ser assim tambm. Na famlia,os pais devem ensinar filhos e netos a se ama-rem e cuidarem uns dos outros, como expres-so prtica da nossa teologia. Na igreja, que nossa famlia da f, devemos reciprocamentenos compadecer das fraquezas uns dos outros,tal como Deus se compadece das nossas mis-rias.

    O pacto integrante, O pacto um dos com-ponentes do fio que une a Bblia toda. umaestrutura integrada. com base nessa estrutu-ra que devemos pensar na verdade de Deus eaplicar essa verdade a tudo na vida. O pactoda graa o ambiente que propicia a mudanade comportamentos necessria para a vida emfamlia.

    O pacto exclusivo. "No ters outros deu-ses diante de mim" (Ex 20.3-5). No podemosservir a dois senhores (Mt 6.24). A famliaprecisa ser vigilante em guardar seus filhos con-tra os dolos de hoje. Nosso entendimento enossos afetos devem estar postos no DeusTrino, que requer de ns essa exclusividade.S assim a famlia ter sua centralidade emdisto Jesus, Senhor da igreja, da famlia.

    O pacto inclusivo. Somos comissionados air "por todo o mundo e pregar o evangelho atoda criatura" (Mc 16.15). Nossos lares nodevem ser lugar da graa somente para nossafamlia, ou, no mximo, para aqueles que nosesto unidos por laos de parentesco; pelo con-trrio, devem ter portas abertas para receberos outros. No cabe igreja excluir ou discri-minar com base em pressuposies ou precon-ceitos. Assim, no deve haver judeu ou grego,mas Cristo em todos.

    Q pacto familiar. Desde o princpio Deus ope-rou por meio de famlias. Ele estabeleceu o casa-mento e ordenou que Ado e Eva fossem frteise se multiplicassem. Depois da queda, Deus cum-priu a promessa de salvao por meio da des-cendncia da mulher. Em Gnesis 12.1-2 vemoso chamado de Abro e a promessa de que Deusfaria dele uma grande nao. Quando Deus serevelou a Abro como o Deus pessoal da fideli-dade pactuai, estendeu sua promessa descen-

    dncia de Abro (Gn 13.14-16). Mais tarde ain-da, Deus mudou o nome de Abro para Abraoe esclareceu que o pacto familiar (Gn 17.3-7).Ao dar o sinal do pacto, Deus o fez no rgo deprocriao (Gn 17.11-14). "Algumas culturas doantigo Oriente Prximo circuncidavam seus fi-lhos na puberdade como um rito de passagemda infncia para a idade adulta. Deus empregouesse sinal para crianas, para mostrar que os fi-lhos de pais crentes so 'santos' eles so sepa-rados do mundo profano e pertencem, comu-nidade da aliana" (Rm 11.16; ICo 7.14) (Bbliade 'Estudo de Genebra, adaptado).

    IV. PRESSUPOSTOS DO PACTOO conceito da aliana pressupe a ideia de

    vnculo. Essa aliana e esse vnculo se esten-dem at ns. "O SENHOR nosso Deus fez ali-ana conosco em Horebe. No foi com nos-sos pais que fez o SENHOR esta aliana; e simconosco, todos os que hoje aqui estamos vi-vos" (Dt 5.2-3). Ora, a aliana de Deus com oseu. povo no um tratado antigo, mas um pac-to perptuo que gera os seus efeitos hoje nanossa vida individualmente e em famlia.

    O conceito de aliana tambm pressupe aideia de amor. Esse amor eterno porque estfundamentado em Deus, o Eterno, e no emns, criaturas finitas e imperfeitas: "No vosteve o SENHOR afeio, nem vos escolheu, por-que fosseis mais numerosos do que qualquerpovo, pois reis o menor de todos os povos,mas porque o SENHOR vos amava e para guar-dar o juramento que fizera a vossos pais, oSENHOR vos tirou com mo poderosa e vosresgatou da casa da servido, do poder deFara, rei do Egito. Sabers, pois, que o SE-NHOR, teu Deus, Deus, o Deus fiel, que guar-da a aliana e a misericrdia at mil geraesaos que o amam e cumprem os seus manda-mentos" (Dt 7.7-9). Assim, devemos entendera aliana como um vnculo de amor e fidelida-de. No amor por nossos mritos ou qualida-des, mas pelo profundo e insondvel amor deDeus, posto que Deus amor. E mais, umaaliana inabalvel, que no tem sua firmezaem ns, mas em Deus, o Deus fiel.

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  • V. DE FAMLIA A REINOA vida de uma famlia sob o pacto da

    graa promove sua transio para "reino desacerdotes e nao santa". Essa transio ocor-re mediante:

    a presena de Deus com a famlia;a adorao a Deus pela famlia;a unidade em Deus, da famlia.

    Nessa transio, as caractersticas familiarese corporativas se fundem:

    Deus vai com o povo, e vai com a famlia,por causa de sua misericrdia e graa;a presena de Deus tra2 descanso a nossasalmas e nossos lares;a presena de Deus nos capacita a refletirsua bondade;a presena de Deus produz nossa unidadeem Deus Joo 17.22-23.

    Quando o Senhor deu ao povo, por inter-mdio de Moiss, as instrues do pacto, queexplicavam como o povo deveria viver em ali-ana com ele, Deus comeou dizendo; "Tendesvisto... como vos levei sobre asas de guias evos cheguei a mim" (x 19.3-6), O relaciona-mento pactuai antecede as exigncias do pacto:graa antes de lei. Os termos do pacto so pos-sveis porque primeiro Deus chegou o povo aele.

    A esperana do povo, quanto ao pacto, eraa promessa que Deus fez de ser seu Deus e deviver entre o povo. A esperana do povo esta-va na graa e na misericrdia de Deus. A pre-sena de Deus a essncia da promessa pactuai:"A minha presena ir contigo, e eu te dareidescanso" (x 33.14).

    a presena de Deus que traz descanso anossas almas e nossos lares, e que nos capacitaa refletir uns aos outros a bondade dele. Isso intimamente pessoal, mas no Individualista.

    Depois de explicar com detalhes como de-veria ser a vida da comunidade pactuai, Deusdeu instrues completas e detalhadas a Moisspara a construo do tabernculo. At ento, atenda da congregao, lugar que representava a

    presena de Deus entre seu povo, estava forado acampamento. Quando a obra ficou pronta,"a nuvem cobriu a tenda da congregao, e aglria do SENHOR encheu o tabernculo" (x40.34).

    O tabernculo passou a ser a representaovisvel da presena de Deus entre o povo e noficou mais fora do acampamento. Ficou bemno centro. Isso se aplica ao povo pactuai deDeus, hoje Qo 17.22-23).

    Da mesma maneira, Jesus tabernaciihu entrens e "vimos a sua glria como do unignito doPai" 0o 1.14). E porque Jesus tabernaculoit en-tre ns e realizou a obra da redeno que eleagora reside em ns.

    Jesus mostra-nos a sua glria para que pos-samos ser um. Ele fala de ns como sendo oseu corpo (Ef 1.23) e sua famlia (Ef 2.19).Assim, a solidariedade da comunidade fortale-ce e protege cada famlia em particular e equi-pa cada famlia para ser santurio da graa deDeus. O fato de sermos um nos traz para maisperto da sua glria.

    CONCLUSOA caracterstica que define a comunidade

    pactuai a presena de Deus entre ns pelosvnculos da Aliana.

    APLICAOO qmfasgr? Por onde comea?-?1. Um perodo devocional sozinho, lendo a

    Palavra de Deus e orando.2. Devocionais em famlia so essenciais

    para que os lares sejam lugar da graa de Deus.3. Avalie seu relacionamento com a Igreja,

    luz dos ensinamentos da Palavra de Deus.4. Faa uma lista de suas responsabldades

    pactuais, conforme o ensino dos seguintes tex-tos:

    Romanos 12.10,13-18; 14.13,19; 15.5-7Efsios 4.2-3,32; 5.21ITessalonicenses 5.11-15Hebreus 3.13; 10.24-25Tiago 4.11; 5.9,16,19-20IPedro 4.8-10

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  • ILHOS HERDEIROSAtos2. 37-41

    LEITURA DIRIAPH Dt 7.12-26 - Bnos da obedinciafHJ_Dt 8.1-20 - Memoradas bnos|_Sl 127 - Herana do SenhorH|[ Lc_2.41-45_-3_Menino_entre doutoresffia.JTm 3.141_-17 ^Sbip para salvao|H Fp 2.19-22 -Carter_provadoH Ef 3.14-19 - Habite Cristo em vs

    INTRODUOO ambiente acolhedor de um lar baseado

    na f evanglica oferece consolo e condiespara a instruo na Palavra. Todo lar cristodeve ter uma histria espiritual centrada emDeus3 que contribua para o crescimentocorporativo da famlia na graa divina. Pensarcomo cristo deve ser o alvo, quer no discipular,quer no disciplinar.

    Quando nos referimos a lar cristo deve-mos considerar que ele sempre fruto de ou-tros lares cristos, seja numa sucesso de lares,produto de um mesmo tronco familiar, seja umlar que tornou-se cristo pelo contato com ou-tro lar cristo. Pois a bno de Abrao paraque nele sejam abenoadas todas as famlias daterra (Gn 12.3).

    Nesse sentido, toda famlia crist deve serfonte e canal de bnos para todas as famlias.Primordialmente, deve ser fonte de bno parasi prpria e transmissora de bnos para a ge-rao seguinte, conforme recebeu da geraoque lhe foi anterior. Alm disso, deve ser bn-o para todas as famlias que lhes so prxi-mas, sendo sal e luz, conforme o mandamentoque nos foi outorgado.

    I. HERDEIROS DA PROMESSADepois da ressurreio e ascenso de Nos-

    so Senhor, Pedro pregou um sermocomovente, ao qual as pessoas responderam:"Que faremos, irmos?". Pedro respondeu:"Arrependei-vos, e cada um de vs seja batiza-do em nome de Jesus Cristo para remisso dosvossos pecados, e recebereis o dom do EspritoSanto. Pois para vs outros a promessa, paravossos filhos, e para todos os que ainda estolonge, isto , para quantos o Senhor nosso Deuschamar" (At 2.37-39).

    Essa era a promessa do pacto feita a Abrao(Gn 17.1-7). Isso tem a ver conosco e comnossos filhos, pois tambm ns somos descen-dncia espiritual de Abrao (Gl 3.29). O reinofsico de Israel, do Antigo Testamento, prefigurao reino espiritual do Novo Testamento,

    Apegar-nos promessa pactuai para nossosfilhos no exerccio de arrogncia, ou nega-o da pecaminosdade deles. Pelo contrrio, um reconhecimento da condio indefesa delese da f inabalvel nas promessas de nosso Deus,o guardador da aliana, como a nica esperan-a desses filhos.

    O pacto de Deus com sua igreja d aos paiscrentes uma promessa de bnos espirituais esalvadoras para seus filhos. A promessa queele ser Deus para eles e para a semente deles.A graa prometida no pacto, a ser recebida demodo pactuai, rica e suficiente. suficientepara os pais e filhos. suficiente para santificarseus coraes e lev-los a colocar a esperanaem Deus.

    Esse princpio precisa ser posto em prtica.Nossos filhos precisam saber que so herdeirosda promessa e que vivem na esfera do pacto.Precisamos ajud-los a saber que so membrosvaliosos da comunidade pactuai, ensinando-os

    20

  • a valorizar a famlia e a igreja. Isso pode serfeito pelo aprendizado de prticas como a ora-o, a hospitalidade e a compaixo.

    Eles devem crescer ouvindo os pais orar pelafamlia de sangue e pela famlia da f. Desdecedo, devem ser ensinados a orar por seus ir-mos, primos, demais parentes, seus professo-res na Escola Dominical e pelo pastor.

    Eles devem aprender a alegria da hospitali-dade, ajudando a planejar reunies com famili-ares, a receber outras famlias da igreja em casae a estabelecer relacionamentos com vizinhosno crentes.

    Eles tambm devem aprender sobre com-paixo, ajudando a atender visitas que tenhamvindo igreja, ou a socorrer pessoas precisan-do de ajuda.

    Eles precisam ser ensinados a combater oesprito de competio e de cime, aprendendoa ter corao generoso, por serem co-herdeirosdas riquezas da graa de Deus.

    II. HERANA DO SENHOR"Herana do SENHOR so os filhos; o fruto

    do ventre, seu galardo" (SI 127.3). Os salmos120 a 134 so conhecidos como "Cnticos deRomagem", ou "Cnticos de Subida", ou"Cnticos de Peregrinao". Eram cantados porperegrinos que caminhavam at Jerusalm paraadorar. Esses salmos eram cantos da comuni-dade com vrios nveis de significado.

    O Salmo 127 ensina que os filhos so tam-bm filhos da aliana e, portanto, so recompen-sa, galardo para a comunidade pactuai. So cum-primento da promessa feita a Abrao, de queseus descendentes seriam uma nao poderosa.

    Nossos filhos so mesmo ddivas do Senhor.So incumbncia sagrada para os pais e para oReino. Precisamos ser bons mordomos dessetesouro. Precisamos cuidar de sua formao.

    Compreender o contexto desse salmo escla-rece duas outras passagens. Quando Maria eJos retornavam com Jesus da viagem a Jeru-salm, ele estava com doze anos de idade. Ma-ria e Jos viajaram um dia inteiro antes de per-ceberem que o filho tinha ficado em Jerusalm(Lc 2.41-46).

    O que explica esse fato a perspectiva co-munitria do pacto. Eles supuseram que Jesusestivesse seguro com seus companheiros deperegrinao. O ensino aqui o de que o sensode comunidade leva os pais a amarem outrosfilhos como se fossem deles.

    A outra passagem a do episdio em queJesus ensinava e algum lhe disse que sua mee irmos estavam l fora (Mc 3.33-35). Suaresposta mostra que Jesus estava ensinando queos relacionamentos da graa so para a eterni-dade: "Quem minha me e meus irmos? E,correndo o olhar pelos que estavam assentadosao redor, disse: Eis minha me e meus irmos.Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus,esse meu irmo, irm e me." Todo cristotem um lar. Somos parte da famlia de Deus.

    Esse princpio precisa ser posto em prticae isso pode ser feito por procedimentos rotinei-ros que dem s crianas a compreenso depertencerem famlia e de terem a identidadeda famlia pactuai. Trata-se de rituais simples edespretensiosos, ligados a alimentos, tradies,histrias, livros e conversas que faam parte dacultura da famlia.

    III. A HISTRIA DETIMTEOA histria de Timteo um exemplo genu-

    no do modelo pactuai. exemplo que ofereceesperana por causa do elemento inesperado o pai no era crente. No h famlia perfeita,mas a graa de Deus no limitada por nossasimperfeies. A me de Timteo era crente;portanto, ele era herdeiro da promessa. Sua mee av eram boas despenseiras dessa ddiva.Eram mulheres de f sincera (2Tm 1.5), queensinaram a Timteo as Escrituras Sagradasdesde a infncia (3.15).

    A comunidade pactuai tambm assumiu suaresponsabilidade com o pequeno Timteo.Quando Paulo visitou essa comunidade, os ir-mos na f "davam bom testemunho" de Ti-mteo (At 16.2). Falaram to bem dele, quePaulo o convidou a ir nas viagens missionrias.

    Paulo foi um pai espiritual para Timteo.Chamou Timteo de verdadeiro filho na f(ITm 1.2). Paulo investiu muito em Timteo. A

    21

  • descrio que Paulo d de Timteo, emFIipenscs 2.19-22, conta como esse investimen-to valeu a pena: "Espero, porm, no SenhorJesus, mandar-vos Timteo, o mais breve pos-svel, a fim de que eu me sinta animado tam-bm, tendo conhecimento da vossa situao.Porque a ningum tenho de igual sentimentoque, sinceramente, cuide dos vossos interesses;pois todos eles buscam o que seu prprio, noo que de Cristo Jesus. E conheceis o seu car-ter provado, pois serviu ao evangelho, juntocomigo, como filho ao pai."

    De fato, Timteo tinha interesse genunopelo bem-estar dos outros. No era movido porinteresse prprio, mas pelo interesse do Reino.No se preocupava com reconhecimento ourecompensa. Seu desejo era a glria de Deus.Aprendeu o caminho da sabedoria e foi apro-vado medida que aplicou o conhecimento deDeus a vrias situaes e relacionamentos. Ti-nha corao de servo e disposio para fa^er aobra do evangelho. No de admirar que Pau-lo tenha dito que no tinha ningum como ele,que sinceramente cuidasse dos interesses doscrentes em Filipos (Fp 2.20). Essas palavras re-velam tambm que esses dois homens haviamfeito a transio a partir de um relacionamentode pai para filho, para um relacionamento entreirmos. Paulo no conservou Timteo em po-sio dependente, subordinada. Compartilha-vam um s propsito e paixo a glria deDeus e a expanso cio seu reino.

    Todo pai e me devem orar por sabedoriapara faxer essa transio. Devemos nos prepa-rar de modo consciente e proposital para fave-la. Devemos soltar a criana e dar boas-vndasao adulto.

    Os Timteos no devem ser exceo na co-munidade pactuai. Os Timteos so o que pode-mos esperar quando pas, avs e comunidadeda aliana oram e trabalham juntos para ensi-nar a Bblia e mostrar o caminho da sabedoriaaos herdeiros da f.

    Paulo viu os resultados desse investimentoe desafiou Timteo ao mesmo tipo de minist-rio: "Tu, pois, filho meu, fortfica-te na graaque est em Cristo Jesus. E o que de minha

    parte ouviste atravs de muitas testemunhas,isso mesmo transmite a homens fiis e tambmidneos para instruir a outros" (2Tm 2.1,2).

    IV. A CONSAGRAO DOS FILHOSDOS CRENTES

    Se as crianas comearem a perceber adimenso tremenda do amor de Deus, sentir-se-o impulsionadas a viver para a glria dele. Umaformidvel compreenso de que nossos filhosso herdeiros da promessa reside no verdadeiroentendimento do modo como deve ser feita aconsagrao dos filhos dos crentes.

    "O batismo de crianas, filhos de crentes (pr-tica s vezes denominada pedobatismo), na con-vico de que esta prtica est de acordo com avontade revelada de Deus, tem sido a prticahistrica de muitas igrejas. Contudo, os batistas eoutros grupos discordam dessa prtica.

    Esses grupos insistem em que a filiao a umaigreja local s para aqueles que publicamentedeclararam sua f pessoal. O argumento frequen-temente inclui a alegao de que Cristo instituiuo batismo, primeiramente como uma profissopblica de f e que esta profisso parte da de-finio de batismo, resultando disto que o batis-mo infantil, na verdade, no realmente batis-mo. Com base nisto, as pessoas que nessas igre-jas professam a f e que j tenham sido batizadasna infncia so ali rebatxaclas, pois, desse pontode vista, elas nunca foram batizadas. A teologiahistrica Reformada, a partir do ensino bblico,contesta o ponto de vista de que somente o ba-tismo de crentes adultos verdadeiro batismo erejeita a excluso de filhos de crentes da comuni-dade visvel da f. Estas diferenas que con-sideram a naturexa da Igreja visvel constitu-em o fundo de todas as discusses sobre o batis-mo infantil.

    A prtica do batismo infantil no nem pres-crita nem proibida no Novo Testamento, nem explicitamente ilustrada (ainda que alguns defen-dam que a prtica de batismos nas casas, prova-velmente inclua batismos de crianas e recm-nascdos). Mais do que isto, o argumento bblicopara o batismo das crianas dos crentes se apoiasobre o paralelo entre a circunciso, do vYntigo

    22

  • Testamento, e o batismo, do Novo Testamento,como sinais e selos da aliana da graa (Gn 17.11;Rm 4.11; Cl 2,11-12), e sobre a alegao de queo princpio da solidariedade familiar na comuni-dade do pacto (a Igreja como agora chamada)no foi afetado pela transio da "velha" para a"nova" forma do pacto de Deus realizada pelavinda de Cristo. As crianas dos crentes gozamdo stattis de filhos do pacto e, portanto, deveraser batizadas, do mesmo modo que os filhosmeninos dos judeus eram anteriormente circun-cidados. O precedente do Antigo Testamentoexige essa prtica e no h instrues divinas re-vogando esse princpio.

    Que o princpio da solidariedade familiar con-tinua no perodo do Novo Testamento, fica evi-dente em ICorntios 7.14, em que Paulo nota quemesmo os filhos de apenas um cnjuge cristo, doponto de vista dos relacionamentos e do pactoso santos (isto , so separados para Deus juntocom a me ou pai cristo). Assim, o princpio desolidariedade entre pais e filhos ainda permanece,como Pedro declara no seu sermo, no dia doPentecoste (At 2.39). Se as crianas so conside-radas membros da comunidade visvel do pacto,junto com seus pais, apropriado dar-lhes o sinalde stattts do pacto, e do lugar deles na comunidadedo pacto; de fato, seria imprprio igreja negar-lhes esse sinal e essa filiao comunidade. A cor-reo dessa prtica demonstrada pelo fato de,quando a circunciso foi instituda como sinal destattis do pacto e sinal da incluso na comunidadeda aliana, Deus haver ordenado que ela fosseaplicada aos meninos (Gn 17.9-14).

    Contra esses argumentos, os batistas e ou-tros alegam primeiro que a circunciso era, pri-mariamente, um sinal da identidade tnica dosjudeus e, por isso, um paralelo entre a circunci-so e o batsmo cristo no correto; em segun-do lugar alegam que, sob o novo pacto, a exign-cia da f pessoal antes do batismo absoluta; emterceiro lugar alegam que prticas no reconhe-cidas e no aprovadas explicitamente nas Escri-turas, no devem ser adotadas na vida da Igreja.

    Certamente, todo membro adulto da Igrejadeve pessoalmente professar a f diante da igre-ja. As comunidades que batizam os filhos doscrentes providenciam para que isso ocorra. Aorientao crist das crianas batistas oupedobatistas semelhante: so dedicadas a Deusna infncia ou pelo batismo ou mediante rito deconsagrao; so orientadas a viverem para oSenhor e conduzidas a ponto de fazerem suapblica profisso de f, pela confirmao ou pelobatismo. Depois disto desfrutaro do statits depleno comungantes. O debate que se trava no sobre a preparao das crianas, mas sobre amaneira de Deus definir a Igreja.

    Diz-se, s vezes, que o batismo infantil leva falsa presuno de que o rito, por si mesmo, ga-rante a salvao da criana. Se no for dada ins-truo bblica sobre o significado do batismo, essainfeliz concluso possvel. Deve-se lembrar, noentanto, que tal m compreenso igualmentepossvel no caso de batismo de adulto crente."

    CONCLUSO por crermos que as promessas de Deus

    so para ns e nossos filhos que os levamos aobatismo logo aps seu nascimento. Isto, comovimos, longe de implicar urna crena errnea,como a dos catlicos romanos, de que o batis-mo salva por si s, implica f profunda nas pro-messas pactuais de Deus. E mais, representacompromisso pblico dos pais, perante a igrejae a sociedade, de que educaro seus filhos se-gundo os preceitos bblicos, formando assim umanova gerao de cristos evanglicos.

    APLICAO1. Leia Provrbios e faa uma lista dos

    versculos que voc quer que sua famlia de-core nos prximos doze meses.

    2. Leia Deuteronmio 6 a 8 e responda: O quevoc aprende sobre Deus nessa passagem?

    3. Leia Deuteronmio 29 e 30 e responda: Oque o pacto ensina sobre os filhos da comu-nidade pactuai?

    23

  • BEDINCIA A ALIANAIsaas 6.1-13

    LEITURA DIRIAgjH Is 7.1-9 - Um-Resto-VolverHH 1 P 3.13-17 - Sempre preparadosfll Is _8.1^ - Rpido-Despojo-Presa-SeguraHH Is 54 1-17- Futuro glorioso^ Lc 13J -5 - Arrependimento essencialmi Is 56.1-8 - Frutos de arrependimento

    [UJs_58/M4_7-J2. verdadeiro culto

    INTRODUOReconciliao com Deus e restaurao

    luz das Escrituras so necessidades urgentesde nossa cultura. E preciso investir na prxi-ma gerao. Para isso, precisamos nos com-prometer com uma agenda de fidelidade ali-ana que inclua o ensino da perspectiva cristada realidade, e sua aplicao na vida como umtodo, de modo que nossos jovens possam an-dar com alegria diante de Deus} como seusfiis discpulos. O profeta Isaas e seu livro nosapontam a Jesus. Seu encontro com a glriade Deus foi uma trajetria que lanou, a ele e sua famlia, em uma vida de justia, miseri-crdia e humildade.

    I. A VISO DE ISAASEm Isaas 6.1-4, no original em hebraico, dois

    nomes so empregados para Deus. Aone, quesignifica soberano. E Yahjveh, que o nome pes-soal da fidelidade pactuai de Deus. Ligado a"To do-Poderoso" e "Onipotente", o nome re-trata Deus como o guerreiro divino. A repetio"Santo, santo, santo", indica sua incomparvelsantidade.

    De acordo com Joo 12.37-41, Isaas viu Je-sus. A resposta de Isaas no causa surpresa: "A

    de mim! Estou perdido! porque sou homem delbios impuros, habito no meio de um povo deimpuros lbios..." (Is 6.5). A resposta de Deus,por sua vez, mostra sua misericrdia aos humil-des e arrependidos. Tomar uma brasa do altarsimboliza purificao. Quando Deus fez a per-gunta seguinte, Isaas nem titubeou: "Eis-me aqui,envia-me a mim" (v. 8).

    Mas o chamado de Isaas parece um contra-senso. Ele viu o Santo Soberano e, contudo, ou-viu que a mensagem desse santo Deus seria re-jeitada. Isaas fez mais uma pergunta: "At quan-do, Senhor?". E o Senhor respondeu; "At que..."(v.ll).

    Dessa resposta possvel concluir que haviauma esperana, porque haveria um remanescentefiel. De fato, sempre haver, porque Deus oguardador do pacto: "Como terebinto e comocarvalho, dos quais, depois de derribados, aindafica o toco, assim a santa semente o seu toco"(v.13). O remanescente a santa semente.

    M. A FAMLIA DE ISAASO aparente contra-senso na situao de Isaas

    no incomum. Muitas vezes pensamos que aspessoas iro nos amar e amar a mensagem queproclamamos, se vivermos vidas fiis que refli-tam a glria de Deus. Pensamos que, se nossafamlia refletir a glria de Deus, outras famliasviro perguntar "a razo da esperana que hem ns" (IPe 3.15). Na verdade, difcil viverna contracultura do mundo e no incomumsermos rejeitados.

    Isaas sabia desde o comeo que ele e suamensagem seriam rejeitados. Mesmo, assim nohesitou. Ele havia contemplado a glria de Deus.Ele havia visto o Santo Soberano ern seu trono.Isaas no foi chamado para ser bem-sucedido.Ele foi chamado para obedecer.

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  • Isaas fez mais. Ele levou sua famlia junto.De fato, ela tornou-se parte de sua mensagem.Quando Deus mandou Isaas levar sua mensa-gem ao rei Acaz, o Senhor disse a Isaas: "Ago-ra, sai tu com teu filho, que se chama UM-RES-TO-VOLVERA, ao encontro de Acaz, que estna outra extremidade do aqueduto do audesuperior, junto ao caminho do campo dolavadeiro" (Is 7.3). O nome desse filho, Sear-Jasube (AR.C), que significa TJm-Resto-Volve-r3, uma declarao da f que Isaas tinha napromessa pactuai de Deus. Acaz era um violadordo pacto; ele e o povo que o seguia seriam aban-donados. Mas o remanescente sobreviveria paracumprir a promessa pactuai de Deus, de salvarum povo para si.

    O nome do segundo filho de Isaas tambmfoi parte de sua mensagem. RAPIDO-DESPO-JO-PRESA-SEGURA (Is 8.1), ou Maer-Salal-Has-Baz (ARC), significa a rpida devastaoda Sria, de Israel e de Jud, mas tambm signi-fica a presena de Deus com o remanescente eo cumprimento iminente da palavra proferidapor Deus.

    Isaas sabia de antemo que teria um minis-trio difcil. Sua famlia no deve ter sido muitopopular. Teria sido compreensvel se ele tivessepreferido proteg-los do perigo e do desdm.Mas Isaas havia visto o Santo Soberano. Eleno teve medo de envolver sua famlia. Essaera uma famlia voltada para fora, que enfren-tava um mundo hostil com uma mensagem dejulgamento e de esperana.

    III. A MENSAGEM DE ISAASAps anunciar o juzo de Deus sobre Israel e

    o iminente exlio na Babilnia, Isaas fala da re-deno e do retorno. Isaas 54 e 55 so umarenovao do pacto. Essa mensagem de espe-rana tambm um chamado ao arrependimen-to: ceDeixe o perverso o seu caminho, o inquo osseus pensamentos; converta-se ao SENHOR, quese compadecer dele, e volte-se para o nossoDeus, porque rico em perdoar. Porque os meuspensamentos no so os vossos pensamentos,nem os vossos caminhos, os meus caminhos, dizo SENHOR" Cs 55.7-8).

    A renovao pactuai comea com a promes-sa de Deus e exige nosso arrependimento. O ar-rependimento um elemento essencial do evan-gelho da graa. Jesus deixou isso bem claro: "...se no vos arrependerdes, todos igualmenteperecereis" (Lc 13.5).

    Ento, no captulo 56, Isaas passa a mostrarcomo uma vida de arrependimento. Comeacom culto e segue em justia, misericrdia e hu-mildade. Trata-se de uma converso de mentese coraes, que transborda em frutos de arre-pendimento. Nesse trecho da mensagem deIsaas, h um contraste entre o verdadeiro e ofalso culto. "O culto a atividade de reconhecera grandeza de nosso Senhor pactuai. ... o culto homenagem, adorao. No realizado primor-dialmente para ns, mas sim para aquele quebuscamos honrar. ... O culto, pois, precisa sersempre centrado em Deus e centrado em Cristo.Deve enfocar o Senhor pactuai... a redeno omeio; o culto o alvo.... E o propsito da hist-ria, o alvo de toda a histria crist. O culto no um segmento da vida crist entre outros. O culto toda a vida crist vista como oferenda sacer-dotal a Deus.... ... o fim essencial de nossa exis-tncia como corpo de Cristo."

    Nos dias de Isaas, as pessoas estavam fazen-do tudo "certinho", simulando o culto, mas sempr nele a alma. O contraste que Isaas faz entrea verdadeira e a falsa adorao nos leva a ver arealidade de que o culto um estilo de vida; eleculmina na reunio da comunidade pactuai nodia do Senhor.

    Isaas tambm identifica trs das caractersti-cas do verdadeiro culto:

    1. O verdadeko culto caracteriza-se pelaguarda do sbado: "Se desviares o p de profa-nar o sbado, e de cuidar dos teus prprios inte-resses no meu santo dia, mas se chamares aosbado deleitoso e santo dia do SENHOR digno dehonra, e o honrares no seguindo os teus cami-nhos, no pretendendo fazer a tua prpria von-tade, nem falando palavras vs" (Is 58.13);

    2. O verdadeiro culto caracteriza-se pelahumildade: "Porque assim diz o Alto, o Sublime,

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  • que habita a eternidade, o qual tem o nome deSanto: Habito no alto e santo lugar, mas habitotambm com o contrito e abatido de esprito,para vivificar o esprito dos abatidos, e vivificaro corao dos contritos" (Is 57.15);

    3. O verdadeiro culto caracteriza-se por umavida de justia e misericrdia: 'Torventura no este o jejum que escolhi, que soltes as ligadurasda impiedade, desfaas as ataduras da servido,deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo?Porventura no tambm que repartas o teupo com o faminto, e recolhas em casa os po-bres desabrigados, e se vires o nu, o cubras, eno te escondas do teu semelhante?" (Is 58.6,7)

    Isaas relata os resultados do culto verdadei-ro: "Ento romper a tua luz como a alva, a tuacura brotar sem detena, a tua justia ir adian-te de ti, e a glria do SENHOR ser a tua retaguar-da; ento clamars, e o SENHOR te responder;gritars por socorro, e ele dir: Es-me aqui. Setirares do meio de ti o jugo, o dedo que ameaa,o falar injurioso; se abrires a tua alma ao famin-to, e fartares a alma aflita, ento a tua luz nasce-r nas trevas, e a tua escurido ser como o rneo-dia" (Is 58.8-10).

    O profeta Miquias, que foi contemporneode Isaas, deu a verso condensada dessa mensa-gem: "Ele te declarou, homem, o que bom; eo que que o SENHOR pede de ti, seno quepratiques a justia e arns a misericrdia, e andeshumildemente com o teu Deus?" (Mq 6.6-8).

    Esse um texto que trata do equilbrio bbli-co entre devoo e ao, ser e fazer. umainterao da vida interior e da exterior. O culto eo arrependimento so fonte de uma vida de jus-tia, misericrdia e humildade. Esse um estilode vida e um valor familiar. O corao da fam-lia que acolhe esse valor ter paixo pela justia eamor pela misericrdia, porque ela se curva hu-mildemente diante do Deus soberano.

    IV. ENSINANDO S CRIANAS OMANDATO ESPIRITUAL

    As crianas devem ser ensinadas a obedecerao mandato espiritual.