O Legado Educacional Educacional Brasileiro do Século XIX

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Instituto Federal do Paraná Campus Paranaguá Ciências Sociais Licenciatura em Sociologia 1º ano Tópicos Especiais de História da educação 13/03/2012 Aluna: Katia Monteiro Silva Com base na leitura do texto (O Legado educacional do “Longo Século XX” Brasileiro) de Demerval Saviani, elabore uma síntese, organizada de forma dissertativa ou esquemática. Demerval Saviani começa sua explanação atestando as diferentes formas de demarcações das fases históricas, mencionando que uma das principais questões para periodização da história é definir quais os critérios que devem presidi-la e se eles devem ser internos ou externos ao objeto. A forma de organização da história da educação brasileira abordava, em diferentes autores, ora a tônica política, ora a tônica econômica seguindo uma tendência mundial de autores como Giovanni Arrighi (1996) focado no aspecto econômico, situando o início desse contexto à partir do final da grande depressão continuando com a crise de 1930, e Eric Hobsbawm (1995), mais focado no eixo político, tratando século XX como breve e o XIX como longo subdividido em três momentos: a era das revoluções, a era do capital e a era dos impérios. As tendências econômicas, da história da educação brasileira, levam em conta que as transformações decisivas, ocorreram no final do século XIX para o século XX (até 1930), pois no último quartel do século XIX houve a explosão da monocultura cafeeira, monopólio exercido pelo Brasil, que propiciou alto grau de capitalização, mas que com a crise mundial ocasionou a industrialização substituindo o modelo agrário-exportador considerando os períodos “agrário exportador dependente”, “nacional desenvolvimentista de industrialização com base na substituição de importações” e “internacionalização do mercado interno”. Em contrapartida com as tendências políticas, que abordavam a queda da monarquia e instalação do regime republicano, dividindo-se em período colonial, Império e República. Essas tendências segundo o autor, apesar de abordarem diferentes aspectos influenciadores, eram similares ao adotarem o critério de estudo exterior ao objeto propriamente dito (educação brasileira). Por isso adotou uma forma diferenciada de organizar a história da escola pública no Brasil centrando a periodização em aspectos internos aos processos educativos. Dividida assim: 1ª. Etapa: Os Antecedentes Na pedagogia Jesuítica a escola pública usava de recursos públicos e o ensino era coletivo, mas a infra-estrutura, agentes pedagógicos, componentes curriculares, normas disciplinares e mecanismos de avaliação estavam sob o controle dos jesuítas (educação pública entendida no sentido amplo). No período das Aulas Régias, influenciada pelas idéias iluministas a reforma pombalina tenta organizar a educação como responsabilidade do poder público, mas deixava a cargo do próprio professor condições materiais, infra-estrutura e recursos pedagógicos. A terceira fase é demarcada por tentativas descontinuas e intermitentes de organizar a educação como responsabilidade do poder público e principalmente pela queda da monarquia e a instauração da República.

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Instituto Federal do Paraná – Campus Paranaguá

Ciências Sociais – Licenciatura em Sociologia – 1º ano

Tópicos Especiais de História da educação – 13/03/2012

Aluna: Katia Monteiro Silva

Com base na leitura do texto (O Legado educacional do “Longo Século XX” Brasileiro)

de Demerval Saviani, elabore uma síntese, organizada de forma dissertativa ou esquemática.

Demerval Saviani começa sua explanação atestando as diferentes formas de demarcações das

fases históricas, mencionando que uma das principais questões para periodização da história é

definir quais os critérios que devem presidi-la e se eles devem ser internos ou externos ao

objeto.

A forma de organização da história da educação brasileira abordava, em diferentes autores, ora a

tônica política, ora a tônica econômica seguindo uma tendência mundial de autores como

Giovanni Arrighi (1996) focado no aspecto econômico, situando o início desse contexto à partir

do final da grande depressão continuando com a crise de 1930, e Eric Hobsbawm (1995), mais

focado no eixo político, tratando século XX como breve e o XIX como longo subdividido em

três momentos: a era das revoluções, a era do capital e a era dos impérios.

As tendências econômicas, da história da educação brasileira, levam em conta que as

transformações decisivas, ocorreram no final do século XIX para o século XX (até 1930), pois

no último quartel do século XIX houve a explosão da monocultura cafeeira, monopólio exercido

pelo Brasil, que propiciou alto grau de capitalização, mas que com a crise mundial ocasionou a

industrialização substituindo o modelo agrário-exportador considerando os períodos “agrário

exportador dependente”, “nacional desenvolvimentista de industrialização com base na

substituição de importações” e “internacionalização do mercado interno”. Em contrapartida com

as tendências políticas, que abordavam a queda da monarquia e instalação do regime

republicano, dividindo-se em período colonial, Império e República.

Essas tendências segundo o autor, apesar de abordarem diferentes aspectos influenciadores,

eram similares ao adotarem o critério de estudo exterior ao objeto propriamente dito (educação

brasileira). Por isso adotou uma forma diferenciada de organizar a história da escola pública no

Brasil centrando a periodização em aspectos internos aos processos educativos. Dividida assim:

1ª. Etapa: Os Antecedentes

Na pedagogia Jesuítica a escola pública usava de recursos públicos e o ensino era coletivo, mas

a infra-estrutura, agentes pedagógicos, componentes curriculares, normas disciplinares e

mecanismos de avaliação estavam sob o controle dos jesuítas (educação pública entendida no

sentido amplo). No período das Aulas Régias, influenciada pelas idéias iluministas a reforma

pombalina tenta organizar a educação como responsabilidade do poder público, mas deixava a

cargo do próprio professor condições materiais, infra-estrutura e recursos pedagógicos. A

terceira fase é demarcada por tentativas descontinuas e intermitentes de organizar a educação

como responsabilidade do poder público e principalmente pela queda da monarquia e a

instauração da República.

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A segunda etapa redireciona a educação para o caminho dos princípios republicanos, sendo

dividida em 3períodos onde o primeiro é demarcado pela implantação progressiva e em ritmos

diferenciados nos estados, influenciados pelo iluminismo, das escolas primárias. O segundo

demarca a regulamentação no âmbito nacional de escolas superiores, secundárias e primárias,

iniciando com a reforma Francisco Campo passando pela reforma Capanema culminando com a

promulgação da LDB. O terceiro período destaca-se pela unificação da educação nacional e

aprovação da nova LDB. O primeiro e o segundo períodos dessa fase sofrem forte ressonância

do período de industrialização que o mundo estava vivendo e todas as influencias que isso

acarretava como: a sistematização do processo educacional, racionalização dos espaços,

obediência a critérios técnicos, econômicos e políticos.

A educação brasileira segue, mesmo que em tempos diametralmente diferentes, a tendência

mundial de organização econômica e social e, paradoxalmente, encontra muitas dificuldades

para aliar às mudanças adotadas a plenitude da eficiência de seu funcionamento, para atender,

mesmo que dentro de ideologias controversas, a toda a sua população.

2ª etapa: Escola pública propriamente dita (1890 em diante) início da República

Governo Imperial e

governo das Províncias

(1827-1890)

Aulas Régias (1759-1827)

Pedagogia jesuitica

(1549-1759)

Implantação progressiva e ritmos

diferenciados nos estados (1890-1931)

regulamentação em ambito nacional (1931-

1961)

unificação (pública e privada) da

regulamentação da educação nacional

(1961-1996)