O livro Apocalipse22 A visão do julgamento da grande prostituta

(17.1-18)

Jörg Garbers – Ms. de Teologia

Introdução 17.1-18

• As visões que seguem estão intimamente ligadas com as sete taças.

• Até o final do capítulo 20 as visões descrevem de forma geraljulgamentos e os últimos combates.

• Os textos, como os anteriores, não seguem uma ordem cronológicaou linear, mas de novo movimenta-se em círculos, voltando a oudetalhando passagens já mencionadas.detalhando passagens já mencionadas.

• Tudo está chegando ao fim.

• Na minha opinião João está inserido no contexto político da suaépoca e espera que o fim logo aconteça.

• Tudo indica que na visão do João com a queda do império romano ofim está eminente.

Estrutura 17.1-18

• 17.1-2 Anúncio da visão

• 17.3-6 Descrição da grande prostituta

• 17.7-14 Descrição e explicação da besta

• 17.15 Explicação da água

• 17.16-17 A derrota da prostituta

• 17.18 Explicação da mulher

17.1-2 Anuncio da visão

• 1 Um dos sete anjos que tinham as sete taças aproximou-se e medisse: "Venha, eu lhe mostrarei o julgamento da grande prostitutaque está sentada sobre muitas águas,

• Um dos sete anjos: João conecta os acontecimentos com as setetaças. Constatamos para o capítulo anterior que João descreve agoranão o período entre ascensão e fim de forma abrangente, mas osnão o período entre ascensão e fim de forma abrangente, mas osúltimos eventos que acabam com essa era.

• A grande prostituta: Tudo daqui para frente depende dainterpretação da prostituta. A quem João está se referindo com essametáfora. Sugestões existem suficientes. Partindo do nossopressuposto que João escreve para 7 comunidade ou para ascomunidades da sua época, muitos podem ser descartados. Tudoindica que ele está pensando no império romano e a sua culturabélica, econômica e de adoração cultual do imperador. Essa conjuntodepende dos reis que formam os detalhes do animal da besta.

17.1-2 Anuncio da visão

• 1 Um dos sete anjos que tinham as sete taças aproximou-se e medisse: "Venha, eu lhe mostrarei o julgamento da grande prostitutaque está sentada sobre muitas águas,

• Julgamento: a cultura, os conceitos, a ideologia do império romanovão ter julgados por aquilo que realizaram. João vê o império como oacusado e culpado frente ao evangelho. O sistema inteiro, nãoacusado e culpado frente ao evangelho. O sistema inteiro, nãosomente os seus representantes é visto como sendo culposo. Aspartes do sistema inteiro porém são corresponsáveis e por issoigualmente julgados.

• Muitas águas: As águas, conforme o versículo 15, são os povos quefazem parte do império romano.

17.1-2 Anuncio da visão

• 2 com quem os reis da terra se prostituíram; os habitantes da terra seembriagaram com o vinho da sua prostituição“.

• Os reis da terra: os muitos governadores e reis etc. que fizeramparte do império romano.

• Prostituíram: a palavra designa pecado de forma geral: idolatria,injustiça social, guerra, perseguição da igreja, etc. Os reis seguiraminjustiça social, guerra, perseguição da igreja, etc. Os reis seguiramsem questionar os princípios e conceitos do império romano.

• Vinho da prostituição: de certa forma cada um desses reis ficouobcecado com o poder, o dinheiro, a honra e o reconhecimento. Apalavra embriagado e vinho até deixam transparecer que eles nãopodem nesse momento agir mais de forma raciona. São fora de si.

17.3-6 Descrição da grande prostituta

• 3 Então o anjo me levou no Espírito para um deserto. Ali vi umamulher montada numa besta vermelha, que estava coberta de nomesblasfemos e que tinha sete cabeças e dez chifres.

• Deserto: lugar de julgamento e castigo.

• Montada: imagem de poder e reinado.

• Nomes blasfemos: o império tem como fundamento a auto-• Nomes blasfemos: o império tem como fundamento a auto-glorificação que expressa-se de forma concreta nos títulos usadospelos imperadores.

• Cabeças e chifres: símbolos de poder.

17.3-6 Descrição da grande prostituta

• 4 A mulher estava vestida de azul e vermelho, e adornada de ouro,pedras preciosas e pérolas. Segurava um cálice de ouro, cheio decoisas repugnantes e da impureza da sua prostituição.

• Azul e vermelho: literalmente púrpura e escarlate, cores reservadospara reis, representantes do reino e pessoas ricas.

• Ouro etc.: imagens de riqueza.• Ouro etc.: imagens de riqueza.

• Cálice: taça ou cálices servem de símbolo para a história em tempo eespaço, cheio de atos e acontecimentos concretos.

• Coisas repugnantes: pode-se pensar de forma bem concreta nosatos do império romano que estão em oposição ao evangelho e avontade de Deus.

17.3-6 Descrição da grande prostituta

• 5 Em sua testa havia esta inscrição: mistério: babilônia, a grande; amãe das prostitutas e das práticas repugnantes da terra.

• Inscrição na testa: a testa como símbolo do centro de uma pessoa.A inscrição descreve o núcleo da personalidade e a quem pertence apessoa (sinal da besta em capítulo 13 / sinal da cruz na testa duranteo batismo).o batismo).

• Mistério: faz parte da inscrição ou quer dizer que o nome ésimbólico e precisa de interpretação? Optamos pelo segundo.

• Babilônia: o nome é usado pelos judeus para referir-se a cidade deRoma, que simboliza o império completo. Não há motivos concretosno texto para pensar em outras possibilidades. Babilônia éhistoricamente aquele poder de riqueza e poder que acabou com opovo de Deus.

• Mãe das prostitutas: termo técnico para dizer que a maior de todasas prostitutas.

17.3-6 Descrição da grande prostituta

• 6 Vi que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos, osangue das testemunhas de Jesus. Quando a vi, fiquei muitoadmirado.

• Sangue: morte, combate contra a igreja. Não necessariamente aperseguição aberta e a matança de membros da igreja, mas aoposição ferrenha contra os princípios do evangelho e de Deus.oposição ferrenha contra os princípios do evangelho e de Deus.

• Admirado: no sentido de ficar de boca aberta e não compreender,estranhar, ficar constrangido.

17.7-14 Descrição e explicação da besta

• 7 Então o anjo me disse: "Por que você está admirado? Eu lheexplicarei o mistério dessa mulher e da besta sobre a qual ela estámontada, que tem sete cabeças e dez chifres. 8 A besta que você viu,era e já não é. Ela está para subir do Abismo e caminha para aperdição. Os habitantes da terra, cujos nomes não foram escritos nolivro da vida desde a criação do mundo, ficarão admirados quandolivro da vida desde a criação do mundo, ficarão admirados quandovirem a besta, porque ela era, agora não é, e entretanto virá.

• Era e já não é e virá: Se a mulher é a cultura do império romano abesta é o que? A propria cidade ou um imperador concreto? Pode-sepensar em Nero e a lenda do Nero redivivo (cap. 13 a primeira besta).Ele iria então representar o império de forma concreta a partir dosimperadores. Mas mesmo esse imperador somente caminha emdireção ao castigo. O esquema novamente lembra do anti emsentido do pseudo-cristo, aquele que finge ser o Messias, mas não é.

• Não foram escritos...: não fazem parte da igreja.

17.7-14 Descrição e explicação da besta

• 9 Aqui se requer mente sábia. As sete cabeças são sete colinas sobreas quais está sentada a mulher.

• Mente sabia: como em cap. 13 João parte da pressuposição quepessoas instruídas podem decifrar o segredo.

• Na antiguidade Roma era conhecida como a cidade que foiconstruída sobre sete colinas. Isso apoia a interpretação que aconstruída sobre sete colinas. Isso apoia a interpretação que amulher representa a ideologia de Roma e do império vasto que partedesse centro.

17.7-14 Descrição e explicação da besta

• 10 São também sete reis. Cinco já caíram, um ainda existe, e o outro ainda não surgiu; mas, quando surgir, deverá permanecer durante pouco tempo.

• Sete reis: aqui começam agora as especulações e fantasias e os cálculos...

• Cada autor tem a sua sequencia preferida.• Cada autor tem a sua sequencia preferida.

• A. Pohl defende a posição que João não refere-se a imperadores concretos, mas a todos os governos até o final do mundo. Ele interpreta o número das sete cabeças como sendo a totalidade dos reis e governadores e as 10 colinas como sendo um símbolo geográfico (todo mundo em extensão), já que os 10 parecem governar simultaneamente.

• Mesmo sendo questionável quem tem a melhor solução e mesmo sendo talvez impossível afirmar a sequencia certa, partimos do pressuposto que João está falando de imperadores concretos.

17.7-14 Descrição e explicação da besta

• Para uma melhor orientação seguem os imperadores:1. Gaio Julio Caesar 46-44 a.C.

2. Octavio (Augusto) 30 a.C. – 14 d.C. (1)

3. Tibério 14-37 (2)

4. Calígula 37-41 (3)

5. Cláudio 41-54 (4)

6. Nero 54-68 (5)

7. Galba 68-69 ()

8. Oto 68-69 ()

9. Vitélio 68-69 ()

10. Vespasiano 69-79 (6)

11. Tito 79-81 (7)

12. Domitiano 81-96 (8) {Nero redivivo}

13. Nerva 96-98

14. Trajano 98-117

17.7-14 Descrição e explicação da besta

• 11 A besta que era, e agora não é, é o oitavo rei. É um dos sete, ecaminha para a perdição. 12 "Os dez chifres que você viu são dez reisque ainda não receberam reino, mas que por uma hora receberãoautoridade como reis, junto com a besta. 13 Eles têm um únicopropósito, e darão seu poder e sua autoridade à besta. 14 Guerrearãocontra o Cordeiro, mas o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor doscontra o Cordeiro, mas o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dossenhores e o Rei dos reis; e vencerão com ele os seus chamados,escolhidos e fiéis“.

• 10 Reis: aparentemente imperadores o reis do futuro, porém porpouco tempo.

• Em breves palavras o futuro está sendo traçado sem detalhes, mas apartir do conflito e da vitória do Cordeiro.

• Chamado, escolhidos, fieis: adjetivos usados no NT para descreveros cristãos.

17.15-18 Explicação da água / A derrota da prostituta / Explicação da mulher

• 15 Então o anjo me disse: "As águas que você viu, onde está sentada aprostituta, são povos, multidões, nações e línguas. 16 A besta e osdez chifres que você viu odiarão a prostituta. Eles a levarão à ruína ea deixarão nua, comerão a sua carne e a destruirão com fogo, 17 poisDeus colocou no coração deles o desejo de realizar o propósito queele tem, levando-os a concordarem em dar à besta o poder que elesele tem, levando-os a concordarem em dar à besta o poder que elestêm para reinar até que se cumpram as palavras de Deus. 18 Amulher que você viu é a grande cidade que reina sobre os reis daterra".

• Odiarão: ao que parece João está profetizando que o próprioimpério romano vai estar responsável por sua ruína. Toda aganância, a corrupção a vida devassa dos líderes é castigo e fim doreino.

• Mulher: João claramente tem a ideologia de Roma na sua cabeça.

Resumo e lição

• Os comentaristas dificultam um tanto a interpretação ecompreensão dessas passagens. Claramente o fim ainda não chegou.Tendo o pressuposto que essas palavras são verídicas e não seenganam há a necessidade de encaixar as na história moderna. Tudofica um pouco mais fácil se admitimos que as palavras de João não secumpriram em todos os detalhes, mas mesmo assim eles podem darcumpriram em todos os detalhes, mas mesmo assim eles podem darcoordenadas para uma interpretação teológica e contextual para asituação de hoje.

• O sistema econômico, político e social está sob o olhar de João,sendo analisado e pesado.

• Não são apenas pessoas singulares, mas estruturas e sistemas quefornecem e mantém com a sua ideologia as pessoas presas.

• São conceitos que não podem ser questionados e que tornem-se tãorígidos ou tão sancionados que ocupam o lugar de Deus.

• O império romano pode torna-se símbolo para ideologias modernas.

O Apocalipse