O Livro Da Dança

134
Livro da Dança

description

de Gonçalo Tavares. Projeto para uma poética do movimento.

Transcript of O Livro Da Dança

  • 1 Livro da Dana

  • 2Editorialeditorial@editoradacasa.com.brwww.editoradacasa.com.brCaixa Postal 5.092CEP 88040-970Florianpolis/SC

    Distribuio e [email protected]/fax: 47 3372 3778

    Vendas pela internet www.livrariascuritiba.com.br

    Editora da Casa um selo daDesign Editora Ltda.CNPJ 07.855.644/0001-00www.designeditora.com.br

  • 3 Livro da Dana Gonalo M. Tavares

    Segunda verso

  • 4Coordenao editorialCarlos Henrique SchroederManoel Ricardo de Lima

    Coordenao da Srie Alpendre de PoesiaCarlos Augusto LimaManoel Ricardo de Lima

    Capa, projeto grfico e editorao eletrnicaDesign Editora

    Comit editorialCarlos Augusto Lima (For, CE)Edson Sousa (Porto Alegre, RS)Fabiana Macchi (Berna, SU)Gonalo M. Tavares (Lisboa, PT)Jlia Studart (Fpolis, SC)Leonardo Gandolfi (Rj, RJ)Maria Lcia de Barros (Fpolis, SC)Maurcio Santana Dias (Sp, SP)Tarso de Melo (Sbc, SP)

    Tavares, Gonalo M.,B645q Livro da Dana/ Gonalo M. Tavares. Florianpolis: Editora da casa, 2008. 120 p.

    ISBN 978-85-60332-23-6

    1. Poesia II. Ttulo.

    B869.3

  • 5Sumrio

    11.Confirmao12. Morte dos Antigos13. Velhice nova14. O segredo15. O importante17. Metodologia18. Comear a escultura, acabar noutro lado20. Museu21. Apario22. O ombro23. Sntese24. O ritmo25. De qualquer modo26. Pssaros e dana27. A tcnica28. Recordar o bvio29. Entre uma e outro30. Ser rpido31. Descrio pormenorizada33. Recomendaes34. Medidas do corpo

    Livro da Dana

  • 636. Projecto37. Sexualidade sem rosto38. Os velhos39. Danarino subtil40. Tarefa completa41. Salvao42. O problema43. Treinar44. Circunferncia perfeita45. Vocabulrio e alfabeto46. Inveno47. Substituio no exacta48. Evitar49. Sobreviver50. O corpo51. Psicanlise52. Esttica do tomo53. Beleza54. Quatro perguntas, quatro respostas55. Claro que h56. O erro57. Conselho consequncia da definio do erro58. A indstria59. Redundncia61. Orao62. Sobre a alegria63. Rapazes e raparigas dentro do corpo64. Sobre o osso

  • 765. fcil66. Ainda o exemplo67. Ainda, ainda o exemplo68. Exibio69. Esttica70. Pedido71. Vrias questes, vrias respostas73. Dilogo rigoroso76. Eis77. Uma frase78. Questionrio79. Um pedido80. Declarao de amor81. Um objecto exacto82. Perceber no corpo83. No ter vergonha84. Duas potncias86. Oubir e avanar87. Objectos a utilizar89. Movimento90. Definio de funo91. Exibio possvel92. Isso claro93. Depois sim, antes no94. Livro de cabeceira95. Mais um coelho96. evidente98. Penso que agora fica claro

  • 899. Exclamao100. Aprendizagem101. Obedincia102. No perder territrio (o pudor)104. Sobre memria e profecia106. Se107. Dois sistemas108. Duas sugestes109. Hoje fui ver o corpo110. Sobre o verdadeiro milagre112. Esse rudo a que alguns chama de morte113. Sobre o que fazer com o minsculo114. Indicaes quase gerais115. Planeamento e milagre116. Dimenses do movimento118. Biografia e prestgio119. De novo120. Descida rpida121. Recomendao til122. F e corpo123. Contabilidade dupla124. Aniversrios dessincronizados126. O punhal127. Lembrana nica128. No uma ideia129. Extremamente130. Exactamente aqui131. Corao e cicatriz132. realidade

  • 9Projecto para uma potica do movimento

  • 10

  • 11

    Confirmao

    Confirmar o Crculo com os ps.Comecei hoje a metafsica da casa: comecei por limpar apele.Comecei hoje a metafsica da casa.O PARTO no PALCO deve evitar o sangue mas no oSUSTO, espalhar a FISIOLOGIA dos anjos pelopblico, libertar a Religio e os animais no meio da Lgicado bvio e do Sensato.Confirmar Crculos com os ps.

  • 12

    Morte dos Antigos

    Coreografia da Morte. Inocncia.Material cnico com Pecados no Meio.Coreografia do Azar e do Imprevisto.A Morte dos antigos igual Contempornea. morre-se.

  • 13

    Velhice nova

    Intensidade errada alojada na Perfeio.Escolher Movimentos Racionais e Suicdios.Suicidar Possibilidades de Movimento aceitando a velhicecom o chapu na Mo e Desrespeito.

  • 14

    O Segredo

    a poesia dos terrestres e o Sagrado uso da verticalidade(herberto).Subir com os deuses estranhos, os bvios.a cincia o deus-bvio, o veneno come a madeira doescadote a as PERNAS da danarina da Frente so curtasenquanto atrs so longas.Quem dana deve usar as pernas (CURTAS) para alcanaro cu (alto). Assim que .RESUMO ou Sntese ou avanar 1 pouco:O Corpo deve produzir conferncias verticais cada vezmais altas e terminar no Projector que ilumina o Sol.A terra secreta o corpo e o corpo tem o segredo daTERRA.Provocar as cidades e as Pessoas.ATIR-LOS AO Segredo.(ATIRAR as Pessoas ao Segredo).

  • 15

    O importante

    o importante da respirao o modo como ela pareceno existir.a cabea deve respirar como a gua: so os outros oPeixe, por exemplo que respiram pela gua: a cabeadeve respirar como a gua, ou seja: os outros devemrespirar substituindo a cabea.Se a cabea Respira crebro. E no h Pacincia para ocrebro.Portanto: a cabea no deve respirar porque a inteligncia crime: pulmonar a matemtica dos pulmes e crimetornar abstracto um tendo.O corao (uma sntese de aurculas e Lixo e queremfaz-lo centro do Apaixonado) o corao belo e crimeainda tornar abstracta a Vagina, por exemplo, o PNIS,o nus, o esperma, a urina e a Saliva.a cabea no deve respirar.impedir que o Pensamento atravesse a PONTE.a cabea no deve respirar.a FRACTURA da Tbia dor porque algum o corpo

  • 16

    pensou antes como definitiva a Tbia, assim, completa,nica, compacta: A tbia.Impedir que os ossos pensem ou Respirem.aceitar a FRACTURA, a NEVROSE, o Psicopata, a dor,aceitar tudo isto como se fosse a ideia NOVA mostradapor quem dana.Deitar Sal na prpria CARNE e oferecer-se ao Banquete.Sem angstias.Se falarmos do que belo a botnica debaixo doMovimento MAGRA (falamos do que Belo).Respirar ou pensar no meio do Movimento ter as Razesgordas e todos sabem que se os anjos tivessem Razesgordas seriam HIPOPTAMOS, no anjos, isso no.

  • 17

    Metodologia

    Tornar o cho Louco.a importncia da ATMOSFERA a Psicanlise peranteo deitado (o cho).Tornar o cho Louco para que a ATMOSFERA possadar conselhos.Depois, a seguir, tornar a atmosfera louca.

  • 18

    Comear a escultura, acabar noutro lado

    O princpio escultura.O segundo o Murmrio por dentro da escultura aanunciar a hiptese do Lquido.a energia murmrio da MATRIA que a vem dentroda MATRIA que a est.No princpio a escultura.Simular com o corpo a IMOBILIDADE, ou seja simularo NO-CORPO com o CORPO.Depois da escultura imaginar Murmrios, multiplic-los.Como se o vrus Transmitisse Rudo e o RudoPROPAGADO como os lquidos cados do ALTO,conquistasse territrio at tornar significativa a molezano territrio duro.A escultura, com a quantidade de murmrios torna-selquida, bebe-se. alimento, SIM, mas tranquilo: noadormece quem no dorme j, no acorda quem no jacordado.O Corpo deve SER ento a botnica no limite da gua,UM POUCO acima apenas.

  • 19

    Deixar sede mas no se deixar beber (O corpo).a botnica geral sem TAXONOMIAS um metro acimada gua (o corpo).

  • 20

    Museu

    Descoberta do Museu.Deitar abaixo o Museu.No corpo as obras-primas resistem um quinto de segundoe menos de meio instinto.Descoberta do Museu.Deitar abaixo o Museu.O Museu dos Movimentos estragou-se.Destruio do lugar comum no lugar do corpo.Descoberta do Museu.Deitar abaixo o Museu.

  • 21

    Apario

    Apario.O corpo FANTASMA, esconde-se e depois Aparece.Planear pois a Apario.Planear o Fantasma.Criar ESTRUTURA, ou seja: ossos, para que oFANTASMA exista.Os ossos do Fantasma so a subtileza.Osso subtil.Osso imprevisto. Aparece no stio do corpo onde o corpono se sabia Existir.Osso surpreendente.

  • 22

    O ombro

    O ombro tem dentro um OMBRO Profundo.As palavras tm dentro um corpo Profundo.O estmago tem dentro 1 estmago Profundo.Esqueleto, Fezes e Filosofia. A vida Profunda simples.Esqueleto, Fezes e Filosofia.Mostrar a Filosofia com o Corpo mesmo quando o corpos Mostra os dejectos.EVITAR a camuflagem:o corpo Profundo o corpo entre as fezes e a beleza.Mscara Profunda.Apario sbita de deus no OMBRO.Mscara Profunda.No o OMBRO. deus.

  • 23

    Sntese

    Mesmo deus tem dentro dele um deus profundo

  • 24

    O ritmo

    De qualquer modo dana.De qualquer modo sente.De qualquer modo o corpo contm o dia.De qualquer modo as cores e o Msculo.De qualquer modo o corao.De qualquer modo sempre no Fundo a Memria.Mas de qualquer modo sem TEORIAS.De qualquer modo com a teoria da potica que noexistir teoria e s existir potica.De qualquer modo a cincia atrapalha 1 pouco mas nototalmente.De qualquer modo Curiosidade.De qualquer modo coleccionar montanhas.De qualquer modo acabar quando o ritmo exige que secontinue o ritmo exige coisas a que no devemos aceitarobedecer ser escravos.

  • 25

    De qualquer modo

    De qualquer modo a dana imaginar msica Produzidapelo corpo a ser entendida de maneira calma pelos Mortose pelo cu.

  • 26

    Pssaros e dana

    A histria da dana no no pode ser o Percurso dosMovimentos Traado no cho. (tem de ser) o Percurso dos Movimentos Traado noar.Acreditar que os Pssaros so restos deCOREOGRAFIAS. Imagens do corpo que ficaram atrs,suspensas.(As nuvens ainda, tudo o que alto, o cu.)Os pssaros so restos de COREOGRAFIAS.

  • 27

    A tcnica

    A tcnica a MQUINADesligar a Mquina e a Indstria.NO ANIMAL VERTEBRADO A TCNICA SO ASVRTEBRAS.Nos homens utilizar a alma como a NICA TCNICA.A alma a Tcnica.

  • 28

    Recordar o bvio

    Contar a MITOLOGIA pelos dedos.O corpo todo parado mas na extremidade da Mo aextremidade da Mo volta ao Incio; AOSARQUTIPOS.Comear o espao.At o DEDO pode comear o Espao.No comear no Espao. comear o Espao.At o dedo pode comear o Espao.

  • 29

    Entre uma e outro

    hesitar entre a perfeio e o desastre.

  • 30

    Ser rpido

    Dvidas no Tronco e na Cabea.Ser infotografado: impossvel fotograf-lo.ser INFOTOGRAFVEL

  • 31

    Descrio pormenorizada

    Pobreza nas Pernas.a perna do cisne Exagero.Leveza do toque que quase no toca.A perna do cisne gorda.Estico na 2 VRTEBRA.Estico na 3 Vrtebra.Estico na 4 Vrtebra.Estico nos Milagres.Fazer o Milagre Magro.Jejum da interpretao (o actor perde os actos. Ser aco.Perder o actor).No aparento, sou lento porque sou lento.Aproximar o movimento daquilo que CHEIRO.Movimento com aroma.Ser subtil no limite.Tornar indistintos, o lado esquerdo e o lado direito.O lado esquerdo do som.O lado esquerdo do Aroma.Intensificar o Aroma do lado direito.

  • 32

    1 bailarino. Acrobata dos Aromas, dizes.Dana (isto : cheira bonito do espao).Consigo tocar o Aroma de cima com o de baixo. Assim.Flexibilidade do Invisvel.Pobreza no Excesso.Transbordar de Mnimos.(apocalipse demorado e quase tranquilo)

  • 33

    Recomendaes

    dominar a natureza mas dominar primeiro o instinto dedominar a natureza.dominar a Natureza mas dominar depois o instinto dedominar a Natureza.No dominar a Natureza.

  • 34

    Medidas do corpo

    Meter na dana carne.a carne igual no Feminino e no Masculino.Descobrir o corpo anterior ao feminino e descobrir ocorpo anterior ao Masculino.A carne o corpo anterior ao sexo.Meter carne na dana.Deixar a dana ser primeiro que o corpo.Ao corpo anterior ao Feminino e ao corpo anterior aoMasculino impossvel acrescentar algo de novo.No abrir o exterior do corpo para a carne entrar; Noabrir o exterior do corpo para deixar sair a CARNE.No meter CARNE na Dana. No tirar CARNE dadana.Deixar a dana ser naturalmente Carne.a potica dos ossos e dos Mortos igual: CARNE.a Matria da Potica obedece aos instrumentos deMedida.Exibir as Medidas da Alma.A carne quando aparece apario antes do corpo exibe asMedidas da alma.

  • 35

    A carne quando aparece apario antes do corpo exibe asMedidas da alma.

  • 36

    Projecto

    A morte aumenta a alma.Projecto: Aumentar a alma sem MORRER.

  • 37

    Sexualidade sem rosto

    Fecundar o VAZIO.No FORNICAR. fecundar.Fazer filhos no vazio: possibilidade de o corpo ocuparespao.

  • 38

    Os velhos

    Deixar espao ao espao.O corpo no pode interromper o que existe primeiro.Deixar Espao ao Espaotempo ao tempoSer atencioso com os Velhos (espao e tempo).Ser atencioso com o espao e com o tempo.Dar ateno aos Sbios.

  • 39

    Danarino subtil

    O corpo no pode interromper o espao.CORPO inlocalizvel insituvelO corpo no pode interromper o tempo.CORPO INEXINSTANTE(Mais magro que o instante mais mnimo)Corpo inexinstantee INSITUVELNo interrompe os Velhos.(M educao: interromper os Velhos)Danarino Subtil: mais Magro que o instante maismnimo.

  • 40

    Tarefa complexa

    Mas o corpo tem ainda de comer todo o Espao; todo otempo.Comer a Me antes de nascer e depois nascer.Ocupar os ossos do espao.a pele do espao pouco; preciso ocupar os ossos doEspaoocupar a durao do espaoComer a me antes de nascer e depois nascer.

  • 41

    Salvao

    Quanto tempo dura o Espao?o corpo que dana a perfeita durao do EspaoDanar no durar (demorar) no espao, no sobreviverno Espao.danar durar o Espao fazer sobreviver o Espao, salv-lo.Libertar o Espao do Monotonia.Tempo com ossos e rgos.Tempo com imaginao.Salvao do espao.(O Meteoro no atravessa o Espaoo corpo meteoro leva atrs o Espao)

  • 42

    O problema

    executar o problema.esculpir o Problema.habilidade: esculpir tomos;pedra que se move s nossas ordens: corpo: pedra que semove s nossas ordens.A dor no obedece, se no a dor no existia, a dor noobedece se no a dor no existia.Proibir a dor.executar o problema da impossibilidade de proibir a doresculpir o problema da impossibilidade de proibir a dorProibir a doena.executar e esculpir o problema da impossibilidade deproibir a doenaProibir a morte.Alcanar o corpo e nele proibir a Morte.executar o grande Problemaesculpir nos tomos o grande Problemaexecutar o problema da impossibilidade de proibir aMorte.executar o Problemaesculpir o Problema

  • 43

    Treinar

    Treinar a nudez.Pintar de cu a nudez.Pintar de sexo a nudez.Desenhar na nudez a inocncia.Desenhar a Fornicao na nudez.a nudez clssica igual nudez actual.experimentar roupas nuas.confirmar que a nudez mais nua que a roupa nua.Treinar a nudez.Ser melhor NU que ontem se foi nu, ser melhor nu queontem se foi nu.Treinar a nudez.

  • 44

    Circunferncia perfeita

    Transformar o amor para melhorar o amorTransformar o corpo para melhorar o corpo.Transformar a poesia para melhorar a poesiaTransformar este stio para melhorar este stiomas transformar tambm este stio para melhorar aquelestio.Transformar o corpo para melhorar outros corpos.Transformar o amor para melhorar o amor

  • 45

    Vocabulrio e alfabeto

    Vocabulrio da mo e dos dedos.Vocabulrio das Pernas, do Corao.Vocabulrio do Espao e da Ansiedade.Vocabulrio do estmago, do tronco.Vocabulrio da inteligncia.Vocabulrio das no palavras.Vocabulrio da Potncia do corpo.Vocabulrio da Tristeza.alfabeto da alma.alfabeto do calor e das guas.alfabeto dos cabelos e do tero.alfabeto do tero.

  • 46

    Inveno

    inventar o Repouso.No meio do movimento o Repouso.No interrupo. No paragem. continuidade.O Movimento continua para o Repouso que continuapara o Movimento que continua para o Repouso quecontinua para o Movimento.inventar o movimento no repouso, inventar o repousono movimento.

  • 47

    Substituio no exacta

    Substituir no Msculo a confuso pela cor.Tocar no cho com a parte do EROTISMO e com aparte sonora dos ps.(O erotismo o Som)O universo abstracto abstracto e no universo.Ser universo no Msculo, no ser abstracto.Substituir a confuso pela cor.

  • 48

    Evitar

    Evitar Pitgoras. Evitar Pitgoras dos Nmeros.Evitar Pitgoras dos nmeros no centro do corpo.Entender PITGORASEntender PITGORAS para alm dos nmerosEntender PITGORAS para alm dos nmeros nocentro do corao no corao do corpo.PITGORAS fora do cotovelo da pele do movimentoda fasca do susto.Pitgoras fora da seduo do CORPO e da doena doCORPO.Pitgoras dentro do cu da cabea da Fria.Pitgoras dentro da luz que acende a noite por dentro daluz que acende a noite por dentro.Evitar amar entender PITGORAS.O corpo deve ao mesmo tempo, no mesmo momento,evitar amar e entender.

  • 49

    Sobreviver

    O Paradoxo abre o belo.Os stios claros permanecem claros:O stio que permanece no stio, permanecer.Mudar o Stio para o stio onde o corpo Melhor.O Paradoxo abre o belo.A sobrevivncia do belo: urgente tornar PARADOXOo belo: a sobrevivncia do belo.

  • 50

    O corpo

    a proporo morta.a geometria tem tristeza.a matemtica impossvela confirmao a insistncia do impossvela prova morder o fantstico e dar importncia aos dentesa proporo MORTA.Os ossos tm Crebro e apaixonam-se.a geometria tem tristezatodo o conceito tem buracos por onde se escapa vinho eo INSLITO.a proporo MORTAo corpo a biografia das ltimas horas da CARNE frente da tcnica o dia depois da geometria (a dana).As ltimas horas da carne frente da tcnica.

  • 51

    Psicanlise

    psicanlise do Movimento: quem louco e em que partedo Corpo.qual o espao louco?qual o rgo louco?

  • 52

    Esttica do tomo

    a esttica do tomo.a arte do tomo.Que importa a beleza daquilo que pode ser belo?Importante a beleza do Impossvel.a cincia encontrou muito, no encontrou nada, a cinciano encontrou nada. encontrou nomes.a esttica do tomo.a arte do tomo.a deusa do interior foi mudar a cor do cabelo e c fora osatentos elogiam a brusca mudana brusca mas acertadado cabelo da Mudana do cabelo, a deusa interior daanatomia exterior est de parabns porque mudou aesttica e a arte para azul claro, claro mas FUNDO.(Preocupaes estticas com o tomoPreocupar-se com a esttica do tomo)

  • 53

    Beleza

    a beleza do Fundo do Poo depois de retirada toda agua d a medida da beleza do dono do territrio.Tornar belo o escondido.Tornar belo o esconderijo.A beleza interior do esconderijo d a quantidade de belezade quem dana e de quem vive.A beleza interior do esconderijo.

  • 54

    Quatro perguntas, quatro respostas

    O que o danarino que falha?No se escondeu.O que o Mau danarino?Escondeu-se belo no esconderijo Feio.O que o bom danarino?Escondeu-se belo no esconderijo belo.O que o danarino que falha?No se escondeu.

  • 55

    Claro que h

    Claro que h tambm os pressupostos.Para o Lixo!Claro que h tambm o teatro: IMITAR mortos empalco.Para o Lixo!Claro que h tambm o Stio certo para os Mveis paraos tapetes e para a Msica.Para o Lixo!Claro que h tambm a Psicanlise: o meu ombro noanda bem. Claro que h tambm a Psicanlise.Para o Lixo! Para o Lixo!Claro ainda, h tambm os revolucionrios: construiruma estrutura para se opor a quem construiu umaestrutura para se opor a quem construiu uma estrutura.Lixo! Lixo! Lixo!Talvez, permitam-me, o pequeno erro junto s sementesseja visto por quem v l de cima, como um milagre: omilagre do pequeno milagre junto s sementes.

  • 56

    O erro

    Claro que podemos errar e no voltar atrs para corrigiro erro porque o erro no o ERRO o erro s comea nocorrigir, errar e avanar no errar: avanar; errar ecorrigir no corrigir: errar.

  • 57

    Conselho consequncia da definio de erro

    S voltar atrs se atrs for Frente.

  • 58

    A indstria

    a indstria dos Msculos no aceita a excepo doMsculo.a tecnologia sente, s que sente tecnologia.O corpo sente corpo.a ma sente ma.o vinho sente vinho.o calcanhar calcanhar.A neurose da nuvem desaparece com a chuva e a neurosedo Msculo desaparece com a Excepo.A indstria dos Msculos exige o bom tempo exige obom tempo exige o bom tempo.A indstria dos Msculos exige o bom tempo exige obom tempo exige o bom tempo.

  • 59

    Redundncia

    Percepo sensao FILOSOFIA e dor no estmago.Noo concepo pensamento e dor na Fenda dos Filhos,na fenda dos restos.(a URINA sai ao lado dos Filhos e os Filhos ao lado dasfezes)redundncia 2 olhos 2 ouvidos 2 narinasredundncia 2 ndegasredundncia 10 dedos9 vezes redundante10 dedos2 braos2 ombrosTanto cabeloredundnciaBasta 1 cabelo, o cabelo repetir muito um cabelorepetioredundncia2 testculos2 ovrios

  • 60

    2 seios2 pulmes2 Filhos2 amores na vida2 tristezas2 angstiasUma MorteRedundncia, repetioa morte, eis que uma nicaredundncia redundncia redundncia

  • 61

    Orao

    no repetir a orelha nem o Movimento.no repetir a ideia que cada orelha tem, cada orelha stem uma ideia, no repetir a ideia que cada orelha tem.No repetir o brao direito nem o Movimento.No repetir a ideia que cada brao direito tem, cada braodireito s tem uma ideia, no repetir a ideia que cadabrao direito tem.no repetir o corpo nem o Movimento.no repetir a ideia que cada corpo tem, cada corpo stem uma ideia, no repetir a ideia que cada corpo tem.deitar o corpo fora depois de cada corpo,no repetir o corpo.deitar o corpo fora depois de cada corpo,no repetir o corpo.

  • 62

    Sobre a alegria

    Contribuir para a alegria.Contribuir para o aumento do olho-te com PASMO,surpreendo-me e gosto.Contribuir para o: afinal deus e o anjo, a qualidade daexistncia, a dana na cave ser como as nuvens: ameaarcair e no cair.Contribuir para a populao dos AlegresFazer Filhos na populao dos AlegresNo o Alegre do Sorriso Maravilhado Parvo. o alegre alegre.O corao bate no meio do jogo. O corao aumenta asideias e o corao bate no meio do jogo, aumenta asideias dos alegres, as ideias dos alegres so o corao.No pensar. No o INSTINTO. a Proporo Metade transparente metade quadro.o corpo deixa ver para o outro lado e deixa-se ver.o corpo deixa-se ver e deixa ver para o outro Lado.Proporo entre o Transparente e o Quadro: o Corao.(as ideias dos alegres so o Corao).

  • 63

    Rapazes e raparigas dentro do corpo

    Corpo com Rapazes e Raparigas l dentro.a funo do indivduo ser Planeta e ser modesto.Corpo com dedos; cuidados atentos na festa dos adultosque so esticos de modo exagerado.festa sem barulhos nem VINHO.festa em silncio PURO.Corpo com Rapazes e Raparigas l dentro. Danar, isto: deix-los sair para o jardim, corpo com Rapazes eRaparigas l dentro.Festa em silncio PURO: dana onde se festeja e aomesmo tempo se recordam os ossos, o tmulo.Festejar o Osso.Festejar o que nos vai sobreviver, o que vai sobreviver aoMovimento.Festejar o Osso.Deixar sair os Rapazes e as Raparigas para o jardim.(a pele melhor do que o quarto)

  • 64

    Sobre o osso

    Quando o Movimento acaba o osso sobrevive.O movimento da dana, o potico no oxignio deveMOSTRAR que o osso SOBREVIVE, o osso permanecequando acaba o Movimento.

  • 65

    fcil

    fcil exemplificar a vida com a vida. potico exemplificar a vida com a Morte, a Morte coma vida. fcil exemplificar a Morte com a Morte. fcil exemplificar a vida com a vida. potico exemplificar o outro lado do que se exemplifica. fcil o exemplo ser exemplo. difcil o exemplo ser TUDO.

  • 66

    Ainda o exemplo

    o dedo tem de ser o exemplo do corpoo corpo tem de ser o exemplo do universoo universo tem de ser o exemplo do dedoo dedo tem de ser o exemplo do corpo.

  • 67

    Ainda, ainda o exemplo

    o dedo que s dedo nem sequer dedoo corpo que s corpo s tapa o espao s tapa o espaos tapa o espao. deixem-me ver o espaoou ento deixem-me ver tudo.(para que importa exibir o corpo se s para exibir ocorpo? S exibir o corpo se para exibir o que no corpo)Para que importa exibir o corpo se s para exibir ocorpo?

  • 68

    Exibio

    Exibio do que TAPA.Exibio da CORTINA.Exibio do PUDOR.Exibir o Pudor violncia.o corpo que s corpo e no tudo o resto um corpoque tapa que cortina e um corpo que exibe o Pudor. violento violento violento.

  • 69

    Esttica

    A esttica da potica da dana: a Rosa Rpida na VioletaLenta(Acelerar a Rapidez e a lentido no mesmo momento)

  • 70

    Pedido

    Pedidos para me tornar pior: Por favor torna-te claro.

  • 71

    Vrias questes, vrias respostas

    O Zen. SIM.danar beira dos abismos. SIM.A absoluta Qualidade do que no tem qualidades. SIM.Da cabea utilizar a guilhotina para s arrancar o crebro.SIM.a lua? SIM.Subir por 1 lado do cavalo para descer logo a seguir dooutro lado? SIM.INTIL? SIM. Muito intil? Sim.Outros FILSOFOS? Sim. Por exemplo o Zen que contahistrias:uma: ele levantava o brao sempre, para tudo.o que significa isso, perguntou o outro.O OUTRO, o aprendiz, pe na explicao muitaspalavras.ele, o mestre, por fim, depois de ouvir, levanta o brao.o outro diz: mas que significa isso?e o mestre no explica: levanta o brao, o mesmo brao,o brao.

  • 72

    Como a tua dana, a tua esttica, a tua potica?O brao. o Brao.Mas como, o qu? Explica!O brao, o brao, o brao.

  • 73

    Dilogo rigoroso

    Outros poetas e outras FILOSOFIAS?O Percalo na tese.A prova de que a tese existe o Percalo e o Percaloque torna inexistente a TESE.A existncia inexistente no existe.A inexistncia existente existe.Gostas mais dos ps ou das mos?Depende.O Corao VARIVEL. Depois da Morte, sim, osGRFICOS perdem validade. No h VARIAO.Ainda mais? SIM.Jogar s cartas com o corpo e fazer do corpo o Acaso quesurpreende os BATOTEIROS.Quem engana quem?Os olhos dos outros escravizam a potica do Msculo.Quando comea a potica?a potica comea quando imaginamos que os outros socegos.A exibio?

  • 74

    A melhor exibio perante os cegos, o corpo vem l dedentro c para fora e traz a NOVIDADE.O FIM?Quando disseram que a Alquimia era uma FARSA eesqueceram que tudo o que no Alquimia tambm uma FARSA.O que que no uma FARSA?O que impede a MORTE.O corpo que dana pode impedir a morte?No. Tudo FARSA. Mas o corpo que dana podeobrigar os OUTROS ao desejo.Uma explicao?O Prazer muito mais baixo que o Desejo.O Desejo alto, o que no se toca, queremos TOCAR.O Prazer baixo, o que se toca.Uma definio rpida?O Desejo uma Prateleira do Cu.Outra definio?O Cu uma prateleira de deus.Outra ainda?deus uma prateleira do homem.Uma correco?deus pode ser uma prateleira do homem.uma indicao final?O incio.a alma?a indicao final.Coreografias?

  • 75

    ocupar espao antes dele nos ocupar.O amor?no respondo Cincia, no sou capaz.O amor?a cincia a grande Cincia.

  • 76

    Eis

    a idade o que ?os dias a partir do encontro com deus.O resto?os dias antes do encontro com deus.a dana, o que deve ser?o dia, o dia!

  • 77

    Uma frase

    uma frase?as frases no tm importnciaInsisto. Uma frase?as frases no tm importnciaInsisto. Peo desculpas. Uma frase?as frases no tm importncia.

  • 78

    Questionrio

    Encontra o amor nos corpos que no suportam aimobilidade?No encontro o AMOR nos corpos que suportam aIMOBILIDADE.O movimento uma possibilidade, o amor a concluso.Danar para qu?Para chegar Concluso.H movimentos melhores que outros?O amor uma esfera geomtrica,o lado melhor o lado pior,o lado mais baixo o lado mais alto.H movimentos melhores que outros?H perguntas melhores que outras.

  • 79

    Um pedido

    Ouvi isto uma vez, c dentro, antes da dana (umpedido): Por favor, d-me um exemplar de deus.

  • 80

    Declarao de amor

    Que me dizes do crebro? Fao-lhe uma declarao de amor:O meu corao antigo mas tu tens a idade do meucorao.

  • 81

    Um objecto exacto

    Entreter o infinito.Tratar o infinito como objecto, atir-lo ao cho, partir-lhe a FACE,curar-lhe as feridas, chamar pelo pai e pela me; dar-lhepo boca no dia das doenas, contar-lhe os ossos e, porfim, desprez-lo.Entreter o infinito.Tratar o infinito como objecto.

  • 82

    Perceber no corpo

    as maneiras ETERNASPerceber no corpo as maneiras ETERNAS

  • 83

    No ter vergonha

    uma parte do movimento excremento.a outra desejo.Caem Fezes; atravessam o ar, roubam o AROMAescondido do invisvel e FAZEM-NO aparecer de modoFEIO, CLARO, MORTAL.uma parte do movimento esse excremento.a outra desejo.Caem dos Ps da bailarina que delicada e bailarina.No pode ter vergonha das fezes, a bailarina.Se o Mortal tem medo da Morte tem medo de si docorpo do Ego da conscincia de pensar, tem medo docorpo, Medo da Morte e do corpo e de tudo.No pode ter vergonha das fezes, a bailarina.

  • 84

    Duas potncias

    a cabea completa Transversal.O corpo completo Transversal.Atravessa a sala e atravessa geraes. quando atravessa asala atravessa geraes.a me do Movimento a Imobilidade.todos os movimentos se concentram no IMVELA Potncia sublime do SUSPENSO sublime e Potncia.A morte sublime porque algum a suspendeu umcentmetro acima de NS.TER no corpo o sublime do suspenso. Ter no corpo aameaa.a imobilidade ameaa. Provoca Medo, insegurana.a mo treme e chama pelo PAI.A Famlia urgente porque a Imobilidade do danarinotal como a invisibilidade da Morte se suspenderam acentmetros do Corao; e chamamos corao ao quecada corpo pensa em cada momento.A Morte foi suspensa desde o incio, no tecto do crebro;no se v.

  • 85

    Com a dana suspender outra Ameaa no Tecto docrebro; no se v.O corpo a 2 Potncia(mesmo quando se move deve ter imobilidades queameaam e se suspendem sobre o exterior)A Morte a Primeira Potncia.O corpo a 2 Potncia.

  • 86

    Ouvir e avanar

    Define exactamente a alma.Pedido feito ao louco.Define exactamente a alma.Ouvir resposta. Aplicar ao corpo, lig-lo correnteelctrica; danar.

  • 87

    Objectos a utilizar

    A esquizofrenia 1 dos objectos a utilizar.o outro pode ser a angstia.o Desejo, de to utilizado, perdeu a FUNO; servepara Pendurar o chapu.Esquecer agora o DESEJO,Relembrar a Tranquilidade que d no ter FUTURO.a doena outro movimento que di e normalmentedeita atira o corpo CAMA.o doente deitado na cama a gemer a coreografia dodoente deitado na cama a gemer.Cada dia a famlia dos Movimentos desse dia.A esquizofrenia um dos objectos a utilizar e pode parecermau mas afinal no.Di na Mo (ou seja na alma que tem a forma de Mo)di nas Mos quando se agarra o objecto com demasiadaFora.No agarrar, no pode. TOCAR e Fugir.ALTERNATIVA: Tocar, amar e Fugir.

  • 88

    a esquizofrenia 1 dos objectos a utilizar.o outro pode ser a angstia.definio: um bocado de MORTE.Angstia: um bocado de Morte.

  • 89

    Movimento

    O Movimento Porttil. Quem v leva-o para CASA,deixa-o na cadeira da Sala ou transporta-o at ao Quarto.Por vezes sobe ao Sonho e aos Pesadelos, mas quasesempre Fica no tapete onde, de manh, se procuram ossapatos e as MEIAS.Tem a utilidade de um DIA.Em tardes de Calor a CARNE perde o cheiro.Mudar de cheiro. A gua urgente.Vestir outro movimento.

    O Movimento PORTTIL mas MORTAL.O Movimento PORTTILmas MORTAL.

  • 90

    Definio de funo

    Pergunta: o que a dana que j no se deve danar? ajuizar os movimentos, cada movimento, comoimortal.O que o bom corpo que dana bem? O que odanarino? o COVEIRO! o COVEIRO!

  • 91

    Exibio possvel

    No h nenhum Corpo completo.Faltam sempre peas ou seja rgos ou sejaMOVIMENTOS.Ao corpo a que faltam Movimentos chamamosINcompleto.Ao outro chamamos deus.Deus no se exibe.

  • 92

    Isso claro

    a ideia vem de qualquer lado.Por exemplo: do osso.A avaria no osso pode ser evidente c fora e UMAIDEIA.Avaria no osso.danar e ter avarias nos ossos e continuar como se osossos permanecessem 253; intactos.Quanto ao curto-circuito na pele Fcil. A pele c forae mostra-se.Para qu MOSTRAR o que h muito tempo C-FORA?Avaria nos ossos.interferncia sbita de deus no tendo direito da PERNA.a ideia vem de qualquer Lado.As mais evidentes vm de FORA. So a pele a exibir-se.As mos Profundas vm de dentro, claro, do interior,claro, do Profundo, claro, de deus, claro, de deus.

  • 93

    Depois sim, antes no

    EPIFANIAS Localizadas.deus revelar-se inteiro ao corpo inteiro no acredito.acredito em deus revelar-se inteiro a parte do corpo.Exemplo: o nervo ptico.Outro exemplo: a tbia (osso Lindo, longo).Trs dedos da mo esquerda a entenderem a linguagemde Cristo, os outros 2 a exigirem os Prazeres do Sculo.De resto no acredito no Corao.O Corao o ltimo rgo.Depois a Morte.A Morte o ltimo rgo depois do Corao.Antes do Corao ver o sublime o sublime tem de rodearo Corao.O Corpo do Moribundo, de alguns Moribundos, tem odivino a cercar o Corao.Depois SIM o Corao.Depois morre-se.

  • 94

    Livro de cabeceira

    Explorar a electricidade prxima.Cada clula (todas as clulas) tem uma mquina dePRAZER no Quarto, junto ao Livro de Cabeceira.

  • 95

    Mais um conselho

    Dizer com o movimento: encontrei o stio do Corpoonde o corpo deixa de ser stio.A ENERGIA Pura no Stio, acima do Stio, abaixodo Stio, alm do Stio.a Energia no tem lugar, procura-o.Dizer aos outros com o movimento: encontrei o stio docorpo onde o corpo deixa de ser stio.Provocar inveja.8 stios por cotovelo.Cada lugar que o corpo ocupa um lugar a mais.Se o corpo encontrar dentro a clula que o TAPA o corpono deve sair da clula que o tapa se a encontrar.Cada lugar que o corpo ocupa 1 lugar a mais.Se o corpo encontrar dentro a clula que o TAPA o corpono deve sair da clula que o tapa se a encontrar.

  • 96

    evidente

    evidente que podemos explicar. evidente que podemos concluir. evidente que podemos curar. evidente que podemos abrir 1 consultrio e dizer:PAGA! evidente que podemos psicanalizar. evidente que podemos ter componentes. evidente que podemos comear pelo incio. evidente que podemos ter emoo e razo e cu emcima e terra por baixo. evidente que podemos comer e no dar por isso, defecare no dar por isso, fornicar e fecundar e no dar por isso. evidente que podemos Regressar. evidente que podemos enumerar e dar os nomes certoss coisas erradas. evidente que podemos acertar. evidente que podemos ter 1 corpo sem falhas excepto aFalha Grande que MORRER e as outras falhas pequenasque so a dor a doena e a velhice.

  • 97

    evidente que podemos fixar, explicar, concluir,exemplificar, comear, abrir 1 consultrio, curar, recebere pagar, estruturar, desenvolver, ter ideias claras e ideiasclaras, evidente que podemos pensar, danar e depois pensarou ento o contrrio evidente, enfim, de novo, insisto, que podemos explicar,mas melhor no.

  • 98

    Penso que agora fica claro

    Validar com a invalidao.Demonstrar com a indemonstrao.Substituir a demonstrao pela indemonstrao.

    demonstrar dizer: esta a verdade.a maior humildade da demonstrao (quando muito):no sou a verdade, levo-te at l.indemonstrar no dizer: esta a verdade, no sequerdizer.indemonstrar deixar andar e aceitar o deixar andar, no entender e entender o desentendimento geral quese possui acertar.Indemonstrar afinal e sempre aceitar.No respondo, mas tambm no fao perguntas.FAO.Algum me FAZ.Aconteo ou algum acontece por MIM.(ou algum me aconteo)

  • 99

    Exclamao

    Algum me aconteo.Algummeaconteo!

  • 100

    Aprendizagem

    Dobrar-se de modo a que o ouvido se encoste s prpriascostas e ao peito, ouvir o prprio corao com o prprioouvido.No acrobacia. No Flexibilidade. no tomo pr o conhece-te a ti mesmo.

  • 101

    Obedincia

    O corpo obediente e quem manda o oxignio.Danar agradecer ao invisvel que nos alimenta.O corpo o filho dependente do Espao.Danar o ritual de aceitao do Antepassado.O corpo obedece ao oxignio.

  • 102

    No perder territrio (o pudor)

    A carne no tem Pudor a no ser a carne do crebro quetem pudor toda a outra carne no tem pudor a no ser acarne do crebro que tem pudor.Explicao: a biologia UNIVERSAL: carne e desejo. Eapenas surge o pudor quando a biologia diz Eu masquando a biologia diz Eu a biologia deixa de ser biologia.O Eu diz Eu sozinho.Sntese: o meu territrio inaugura o meu Pudor.O territrio a Vergonha, o comeo do Envergonhado.Quem dana deve ser apenas biologia.No diz Eu, quem dana no deve dizer Eu,diz ou deve dizer todos, tudo tu tambm imperador, tutambm Multido.Perder territrio: ganhar o Fora e perder o dentro.Mas o mais dentro biologia e o Pudor esquecer abiologia e a memria esqueceu o mais dentro porque foiocupada por signos, a biologia anterior memria terperdido o mais dentro ea carne no tem pudor a no ser a carne do crebro que

  • 103

    tem pudor toda a outra carne no tem pudor a no ser acarne do crebro que tem pudor.

  • 104

    Sobre memria e profecia

    Interditar a memria.Tornar a inteligncia bela, voltar no inteligncia.S belo o que no inteligente; o inteligente o noimediato: um passo atrs ou frente, enquanto o belo o instante, a superfcie to fina que a frente igual sCOSTAS, o incio o mesmo que o FIM.Interditar a memria.a memria ocupao do espaoa memria o no imediato.a memria o inteligente.interditar pois a memria.O Corpo inteligente inteligente mas no corpo porquecorpo agora, por completo, e o inteligente repito ointeligente o no-imediato, um passo atrs ou Frente.A dana no tem Memria.A criatividade no tem Memria.O Corpo comea agora no momento em que acaba.O Corpo comea no mesmo stio que acaba.O corpo 1 stio e 1 tempo e depois 1 outro stio e 1

  • 105

    outro tempo que no recordam o stio e o tempoanteriores.CORPO AMNSICO.Esqueceu porqu aqui e agora.Aqui e agora e antes nada.Aqui e agora e depois nada.CORPO AMNSICO e sem projectos.Cortar a cadeira dos velhos e o monte de onde se v oFUTURO dos novos.Um CORPO sem cadeira (no h cansao porque antesno se existiu) e um CORPO sem viso.Sem viso no h lado onde chegar e sem cadeira no hstio onde descansar por isso s resta ao corpo danar eoutra vez danar.(Corpo a quem eliminaram cadeira e olhos).

  • 106

    Se

    Ter uma gruta no corpo isto uma casa sem porta UMabrigo para onde se possa escapar se o conforto e asegurana cansarem.

  • 107

    Dois sistemas

    Brincar de casa.Ser teatral na janela: fingir ser visto e afinal ver tudo; eoculto e escondido e Misterioso.Ser o sistema do desespero e o sistema da SALVAO.Aparelho que torna para quem v inevitvel o suicdio eaparelho que torna para quem v inevitvel a f.Terapeuta que fala em msculos e medica em contraces,SUSTOS Cientficos e SUSTO no cientfico.Brincar de casa.Ter no Corpo o sistema do desespero e ter no corpo osistema da salvao; ter no corpo um nico sistema quedesespera e salva.

  • 108

    Duas sugestes

    A alma deve encher todos os cantos da casa-corpo e aalma deve encher todos os cantos da casa-corpo.

  • 109

    Hoje fui ver o corpo

    Cobrir a pele com aquilo que na natureza incerto: oMusgo, algas, lama, o Corao, a VIDA, o Slido Mole,o lquido lento.Cobrir o Corpo com aquilo que faz escorregar osOUTROS: o musgo, algas, lama, o Corao, a vida, oSlido mole, o lquido lento.Escorregar no bom nem Mau o Susto de poder descerao baixo; ao Minsculo, ao incio da escada.Escorregar no Corao o mesmo que escorregar nasalgas ou na lama.Danar e obrigar os outros ao susto: qualquer momento possibilidade de voltar ao incio, descer Cave, Biologia, carne.Obrigar os corpos que vem o corpo que dana aregressarem Possibilidade imediata de Morte. Hoje fui ver o corpo e escorreguei.

  • 110

    Sobre o verdadeiro milagre

    Tapar a luz e os rudos: no deserto que a indstria dosMilagres comea.Primeiro ser como o MORTO: MORTO.Depois como o recm-nascido: aparecer.Aps 40 dias no deserto o corpo aparece.Porm os 40 dias no deserto no so necessariamente 40dias nem so necessariamente no deserto.40 dias no deserto e em jejum, mas no corpo, frente detodos, dos que vem, dos olhos; e mais: num instante,imediato, nico, pequeno at. assim: primeiro mostrar o CORPO que desaparece;Provocar a espera: os olhos esperam e aguardam o regressodaquele CORPO.A espera a suspenso do CORPO sobre o instante quea vem; todo o corpo inteiro est naquilo que se aprestaa aparecer. assim: no h reservas, no h rgos a pensarem direco distinta. O corpo que v todo no que aVEM.S assim, de resto, se pode acreditar no Milagre.

  • 111

    O cptico o que nunca todo por inteiro num certomomento e num certo acontecimento. O p ou qualqueroutro rgo atrs.Em sntese: o corpo deve desaparecer no deserto depoisde se ter mostrado vivo; e em sntese ainda: na esperavive a possibilidade de aceitar o Milagre: o corpo voltou:o visvel renasceu do invisvel.Quem dana deve, repito, possuir movimentos que so40 dias no deserto e depois voltar.No Regressar com Milagres, Regressar o Milagre.No trazer, depois do deserto, nmeros de Magia ( muitoo barulho).Trazer-se sim MILAGRE. (O milagre no o Rudo o enorme Rudo Suspenso; a enorme Suspenso do rudo enorme).

  • 112

    Esse rudo a que alguns chamam morte

    O corpo deve:a) ser.b) desaparecer (deserto: 40 dias).c) Provocar a Espera.d) Reaparecer Milagre. (Provocar a enorme suspenso do Rudo enorme).e) acabar.f ) agradecer os aplausos.g) deixar que o rudo enorme (a morte quando cai dentrodo corpo provoca o Rudo enorme) deixar que o Rudoenorme se faa l FORA, quando cada CARNE voltou acasa(a carne volta a casa quando a memria toda ocupadapela Morte).L fora, no exterior; nos sofs, no meio do CONFORTO,antes de dormir: o Rudo ENORME.

  • 113

    Sobre o que fazer com o minsculo

    Personagens instaladas no corpo, diferentes personagensinstaladas no corpo, diferentes personagens instaladas emdiferentes partes do corpo.Danar com os dedos teatrais, um para cada lado.Os dedos so personagens.Dez Personagens.Os dedos so personagens.Dez personagens.

  • 114

    Indicaes quase gerais

    Danar sendo Universal na aldeia.A arquitectura dos Msculos treme;o concerto dos NERVOS e a sinfonia na Direco daAlma.A bela Arte da Limpeza do Ar e da pele.Poesia em colaborao com o Invisvel (o corpo Move-se).Poesia em colaborao com o Invisvel.

  • 115

    Planeamento e milagre

    Planear Milagres e ensaiar.Ensaiar Milagres.Colaborar com deus na coreografia.O corpo estranho e FUNDO.Ser Profundo nos ENSAIOS e mostr-lo depois superfcie.SER PROFUNDO no dia da EXIBIO Profunda.Exibio interior.Planear Milagres e ensaiar.Exibio interior.

  • 116

    Dimenses do movimento

    Alimentar os animais.Alimentar a Cincia.Alimentar deus.Cair: o cho: alimentar os animais.Saltar: o cu: alimentar deus.Corpo imvel: a cincia: quantos ossos (tens) antes deMORRER?Anatomia a exibir-se ao laboratrio.Analisar o sangue do Salto. O sangue da Surpresa.Mas os movimentos tm comprimento, altura ePROFUNDIDADE.Aumentar a altura: alimentar deus.Diminuir a altura: alimentar os animais.(A altura a medida desde baixo at CIMA)Variar a altura alimentar deus e os animais.Os movimentos tm comprimento, altura ePROFUNDIDADE, mas falta ainda a outra dimenso:o Milagre.Comprimento, altura, profundidade e o Milagre.

  • 117

    Os movimentos tm comprimento, altura, profundidadee o Milagre.

  • 118

    Biografia e prestgio

    a biografia do Movimento deve comear no Equvoco eTERMINAR no PARADOXO.Pr Movimentos por entre gravatas, engravatar joelhos:o quotidiano se LEVITA porque esconde MOTORES.EVITAR o enforcamento da trajectria com o SALTOMESMO beira do FIM.Regressar ao infantil: no ter pacincia para as Clulas.(O corpo impaciente perante o lento crescimento dosprprios tomos).O tomo adolescente insuportvel, o tomo velho LENTO.No ser insuportvel nem lento.(o insuportvel o LENTO, o lento o insuportvel).A definio esta: a biografia de cada movimento deveaumentar o PRESTGIO do Corpo.Quem dana procura entender o que h para entender,por isso dana porque procura entender o que h paraentender.a biografia de cada movimento deve aumentar oPRESTGIO do CORPO.

  • 119

    De novo

    a biografia de cada movimento deve aumentar o Prestgiodo Corpo.

  • 120

    Descida rpida

    Portanto, em concluso: primeiro objectivo do corpo quese exibe: mostrar que a metafsica transversal: elaAtravessa todo o interior do Corpo e prova que o Ausente o MESMO para todos os rgos.Todo o ausente igual.O ausente o Divino.O Visvel Lixo.Desce at Provocao e PROVOCA.

  • 121

    Recomendao til

    O espao tem de ser sob os ps como o objecto frgil nasmos do bbado: devemos temer por ele, pela sade dassuas FORMAS.Cuidado: no partas o ESPAO.Cuidado no inclines demasiado a alma sobre o METROquadrado do quotidiano.O espao tem de ser sob os ps como o objecto Frgilnas mos do bbado.

  • 122

    F e corpo

    Massajar o Corpo com pedaos da Realidade.Massajar a Realidade com pedaos do Corpo.O Corpo delicado deve ajudar a descontrair os Msculosda Realidade.A Cincia j ofereceu o que tinha: TENSO em demasia;CONTRACES (COLAPSOS) nos stios deCRUZAMENTO.O Corpo delicado deve ajudar deus a descontrair-se. No Preciso de MILAGRES (a cientfica PROVA doincientfico), basta me a F.O Corpo demonstra a f. Ajudar deus (e a Realidade) adescontrair se.

  • 123

    Contabilidade dupla

    Os amantes tm mos a menos.No amor exibe-se o que FALTA ao CORPO.No Corpo deve exibir-se o que FALTA (mesma assim)ao AMOR.

  • 124

    Aniversrios dessincronizados

    Cada osso e cada movimento tm a intensidade que vemdos aniversrios.O osso envelhece e o movimento envelhece.Se gasto a emoo gasto a emoo.Se gasto o osso gasto o osso.Se gasto o movimento gasto o movimento.O aniversrio da trajectria do Msculo pode nocoincidir com a Idade do Portador dos Movimentos.No corpo possumos Movimentos com idades diferentesentre eles e entre eles e o Corao.O Movimento A infantil.O B adolescente.O C adulto e tem 4 Filhos.O D velho: av.No devemos nunca chamar em voz alta o nome doMsculo ou do Movimento recentemente falecidos.Os movimentos mortos caem com a queda daimaginao.A questo : ARRISCO ou COLECCIONO.

  • 125

    Coleccionar s coleccionar impossveis.O Corpo no deve coleccionar seno Centauros - filhosde Centauros.

  • 126

    O punhal

    Tocar na carne que nos toca, tocar e ser tocado o mesmo.Temer o abstracto pois violento;o PUNHAL pode interromper a Coreografia VIDA maso PUNHAL no pode interromper a coreografia-MORTE.

  • 127

    Lembrana nica

    Falar do amor.A cabea deve SITUAR-SE dentro da realidade com acabea cheia de Rapazes ou Raparigas conforme o desejoe a inclinao das razes.A suspenso do violento leva o Fraco e tudo FRACO leva o FRACO at junto do Corao.A casa quente e todo o exterior nocturno.ASSUSTAR a parte infantil do Corpo dos outros com aparte perversa do corpo prprio: o Projecto.Falar do amor utilizando a impresso digital do Desejo.Deslocar animais para a casa dos Filsofos.O Fraco e tudo FRACO quando se aproxima doCorao torna-se FORTE.A cabea do bailarino deve situar-se dentro da realidadecom a cabea cheia de Rapazes ou Raparigas conforme odesejo e a inclinao das razes.Mas s para lembrar a fraqueza essencial; exclusivamentepara lembrar a fraqueza.

  • 128

    No uma ideia

    Cortar no palco a parte do corpo que exibe o Passado;no a noo da Morte, a Morte que importa; afirmarque o morto ocupa a Morte como o vivo a habitaoprovisria; destruir a hiptese da Fotografia: o corpo deveser mais Rpido que a imagem.Cortar a parte do crebro que s Pensa: amputar o crebroaos Movimentos.No uma ideia, no uma palavra ou um raciocnio,no Imagem, no cheiro ou SOM, MOVIMENTO,movimento, movimento.

  • 129

    Extremamente

    Extremamente descalo.Extremamente no decifrvel.Extremamente FUNDO.Extremamente humano e BOTNICO e animal.Extremamente quase homicdio.Extremamente obrigar a mudar de vida.Extremamente fundo.

  • 130

    Exactamente aqui

    Prximo do longe, isto : no centro.Sempre.No sair de C. DAQUI. Hoje.

  • 131

    Corao e cicatriz

    Cicatriz porttil: levar a dor para onde se quer; os ossospara onde se quer.Bicho e Pessoa de Repente.Pessoa e Bicho de Repente.O corpo deve ser por vezes, algumas vezes, uma pedranascida do que lento.OUTRAS vezes no. Depende.Corao PORTTIL (todos os msculos tm direito asentir).Corao Porttil.

  • 132

    realidade

    a felicidade mais importante que a realidade, portanto

  • 133

  • 134

    Gonalo M. Tavares (Luanda, Angola, 1970). Ganhadordo prmio Portugal Telecom em 2007 com seu romanceJerusalm (Cia das Letras), que faz parte da srie OREINO, junto com A mquina de Joseph Walser, Umhomem: Klaus Klump e Aprender a rezar na era datcnica. Publicou tambm O homem ou tonto ou mulher (Casa da Palavra), gua, co, cavalo, cabea(Caminho) entre outros, e uma srie de senhores quemontam o seu projeto intitulado O BAIRRO: O SenhorHenri, O Senhor Brecht, O Senhor Kraus, O SenhorJuarroz, O Senhor Valry etc. O Livro da Dana temuma edio portuguesa pela Assrio Alvim, em 2001, e o primeiro livro de Gonalo M. Tavares. Vive em Lisboa,Portugal.