Laszlo Aromaterapia Ltda – www.laszlo.com.br – Copyright © 2013

Pág

ina 1

O Majestoso Óleo de

Nootka Tree

Cupresssus nootkatensis

Por Fabian Laszlo

Família: Cupressacea CAS: 1069136-34-0 Nome científico: Cupressus nootkatensis [sin.: Chamaecyparis nootkatensis (D.Don) Spach 1841, Callitropsis nootkatensis (D.Don) Oersted 1864, Xanthocyparis nootkatensis (D.Don) Farjon & Hiep 2002] Sinônimos populares: Cipreste do Alaska, Cedro amarelo, Cipreste nootka, cipreste amarelo, árvore de nootka Origem: Canadá Método de extração e rendimento do OE: Madeira/serragem 0.9%

34 ; folhas 0.7%-2%

34

Composição química do OE:

* Análise Laszlo Aromaterapia Ltda.

* Textos presentes na apostila do curso Aromatologia clínica na saúde módulo 2 do IBRA

www.ibraromatologia.com.br com previsão de publicação como livro em 2014.

Constituinte Porcentagem Variação Monoterpenóides

canfeno 0.2 -

limoneno 0.1 -

p-cimeno 0.2 -

terpinoleno 0.6 -

α-pineno 0.2 -

α-terpineol 0.5 -

Sesquiterpenóides

aromadendreno 0.2 -

-3-careno 1.1 -

β-cariofileno 0.5 -

β-selineno 0.1 -

δ-cadineno 2.9 -

nootkateno 54.1 50 - 60%

valenceno 10.0 10 - 15%

Fenóis

carvacrol 7.6 5 - 8%

cavicol 2.4 -

Cetonas

nootkatona 4.2 2 - 5%

Índio da tribo

Nootka no

canadá

Laszlo Aromaterapia Ltda – www.laszlo.com.br – Copyright © 2013

Pág

ina 2

Gravidade específica: 0.935 - 0.945 Ponto de evaporação: > 93ºC Cor do óleo: amarelo claro translúcido a âmbar. Indicações terapêuticas: - Repelente/inseticida de variados insetos ++ - Antimicrobial útil contra fungos e bactérias ++ - Antialergênico + - Antiinflamatório útil em bursites, artrites e reumatismos +++ - Analgésico moderado +. - Antiulcerativo ++ - Cicatrizante útil em feridas e queimaduras +++ - Útil em gengivite (sangramento das gengivas) ++ - Candidíase (Candida albicans), micoses e frieiras +++ Indicações psicológicas e oligoaromaterapia: Este óleo essencial traz à tona no indivíduo sua força interior perdida, resgatando a vontade de lutar pela vida, fortalecendo sua tomada de iniciativa, capacidade de se defender e preservar-se diante das adversidades e pessoas invasivas. Indicações estéticas: - Queima de gordura localizada contribuindo na redução de peso ++ - Regeneração e rejuvenescimento da pele +++ - Ação anti-acne e antisséptica da pele ++ - Ajuda a diminuir celulite e melhorar a aparência das estrias + Usos industriais/residenciais e agrícolas: Pode ser adicionado a gorduras para aplicação em móveis de madeira residenciais visando aumentar seu tempo de vida. Útil contra cupins e um produto excelente para eliminar fungos nas folhas de plantas (diluir em torno de 0,5-2%). Fixador de perfumes. Nota: base Descrição do aroma: Fortemente amadeirado com uma nota no topo tipo sândalo. Possui notas de couro, defumado, patchouli e vetiver. Considerado o óleo com aroma amadeirado mais intenso conhecido. Toxidade: Não testado, mas pela composição possui toxidade baixa. Comentários:

A nootka é uma majestosa árvore de até 25 metros de altura e

90cm de diâmetro predominante em Vancouver (Canadá) e Alaska. Esta árvore é de grande importância para as primeiras nações do pacífico noroeste que a utilizam para fazer esculturas.

O nome nootka provém da tribo nootka (Nootka, Nutka, Aht, Nuuchahnulth) que vivem em Vancouver no pacífico noroeste do Canadá. Quando James Cook encontrou pela primeira vez os moradores de Yuquot em 1778, eles direcionaram ele a “olhar ao redor” com o seu navio até o porto (Nuu-Chah-nulth nuutkaa significa "rodar ao redor"). Cook interpretou isso na sua chegada como um nome nativo, que acabou sendo aplicado aos habitantes da área, os nootkas

59.

Esta árvore passou e ainda passa por grandes conflitos botânicos de classificação. Inicialmente foi classificada como Cupressus nootkatensis em 1824, sendo transferida para Chamaecyparis nootkatensis em 1841 em base na sua folhagem ser achatada como em outros Chamaecyparis, mas diferente da maioria (mas não todas) as outras espécies de Cupressus. No entanto, este posicionamento não se encaixa com a morfologia e fenologia dos cones, que são muito mais parecidos com os dos Cupressus, que maturam em dois anos e não apenas um. A evidência genética, publicada por Gadek et al. (2000)

64, tem apoiado fortemente o seu retorno ao gênero Cupressus e

exclusão de Chamaecyparis. Mais recentemente, Farjon et al. (2002)

63 transferiu-a para um novo

Áreas onde nasce a

árvore de Nootka

Laszlo Aromaterapia Ltda – www.laszlo.com.br – Copyright © 2013

Pág

ina 3

gênero, Xanthocyparis, juntamente com o recém-descoberto cipreste dourado do Vietnã Xanthocyparis vietnamensis. Esta espécie é muito semelhante ao cipreste Nootka e esta alteração tem muitos argumentos a seu favor.

Little et al. (2004)62

, confirmando a relação acima, com mais uma prova, apontou que uma combinação nomenclatural recente do gênero Callitropsis existiu, como Callitropsis nootkatensis (D.Don) Oerst, publicado em 1864, mas esquecido ou ignorado por outros autores posteriores.

Em 2010, Mao et al60

. realizou uma análise molecular mais detalhada e colocou o cipreste Nootka de volta ao gênero Cupressus. No entanto, isso é contestado ainda, já que a árvore compõe um subgênero monofilético. Os nomes Thuja excelsa (Bong) e Thujopsis borealis (Carrière) também já foram propostos no p assado.

Esta árvore talvez gere tanta confusão na sua classificação botânica por que ela é uma das espécies de coníferas mais evoluídas que se conhece, um verdadeiro salto “quântico” na evolução destas espécies e teria surgido em período mais recente, talvez algo em torno de 150-200 milhões de anos. São poucas as coníferas que produzem em seu óleo essencial cetonas como a nootkatona e a tuiona (esta última existe na Thuja ocidentalis). Também são poucas as que produzem fenóis, neste caso o carvacrol. E ainda mais raro é ela conseguir fabricar isso tudo e evoluir para a rota do ácido shikímico, conseguindo produzir fenilpropanóides como o cavicol ou o metil cavicol (este último, éter encontrado no Pinus ponderosa), já que praticamente quase todas as coníferas seguem apenas a rota primária do mevalonato.

Unir nootkateno e valenceno (sesquiterpenóides) + nootkatona (cetona) + carvacrol (fenol terpênico) + cavicol (fenol fenilpropânico) permitiu que esta árvore gerasse um óleo essencial em sua madeira único e extremamente raro, com um potencial antimicrobial elevado de defesa, de ação cicatrizante em situações de lesão e de ampla capacidade conservadora e regeneradora de seus tecidos.

O tempo de vida da madeira da árvore de nootka é superior ao do cipreste comum que recebeu o termo “sempervivium” por sua resistência a deteriorização. Um estudo feito com árvores de nootka mortas em florestas demonstrou que elas podem ficar estáveis por mais de um século sem a madeira deteriorar-se

57.

A cetona sesquiterpênica nootkatona é responsável pelo aroma de fundo do óleo de grapefruit, sendo seu componente mais caro e importante

29. Em forma de spray, a nootkatona isolada tem se mostrado como um

repelente/inseticida eficaz contra carrapatos29,30,31,33

, repelindo inclusive o carrapato (Ixodes scapularis) causador da doença de Lyme. Este componente também têm sido utilizado como repelente/inseticida contra mosquitos

37, besouros,

piolhos e outros insetos32

. Não é um componente tóxico a seres humanos32

, sendo utilizado como um flavorizante alimentar

29. Igualmente, o óleo de nootka tree e também seus componentes valenceno e carvacrol isolados foram

repelentes/inseticidas eficazes33,37,39

e, extratos contendo o óleo essencial foi capaz de repelir e matar cupins36,40,42

. A nootkatona apresentou potencial de inibir a germinação de um número variado de ervas daninhas em hortas

41 e o óleo de nootka sobre bolor Phytophthora ramorum na porcentagem de 140m/kg

47 e outros fungos que

também matam árvores pelo apodrecimento da madeira46

, o que destaca seu potencial na área da agricultura orgânica e silvicultura.

A nootkatona também possui a capacidade de tratar úlceras estomacais (20m/kg)53

. Inibe de 17 a 24% da atividade da acetilcolinesterase

54, sendo portanto muito útil no tratamento do Alzheimer. Possui propriedades

antialergênicas55

e inibidoras da agregação das plaquetas contribuindo no tratamento de doenças cardiovasculares56.

Ambos os componentes nootkatona e carvacrol presentes neste óleo, formam uma sinergia única para emagrecimento podendo ser utilizados em géis ou cremes de massagem redutora. O carvacrol demonstrou ser capaz de reverter a atividade indutora de genes envolvidos com a obesidade e inflamação em ratos ingerindo dieta elevada em gorduras

48. Ele age emagrecendo e desinflamando os tecidos,

proporcionando redução de peso. Este componente também tem se mostrado um potente agente anticancerígeno em outros estudos

49,50,51 e

possui forte efeito antioxidante51

. A nootkatona já por outro lado, ativa o sistema AMPK que

Laszlo Aromaterapia Ltda – www.laszlo.com.br – Copyright © 2013

Pág

ina 4

controla o metabolismo de energia, tratando da síndrome metabólica que leva a obesidade. Seu uso na dieta demonstrou capacidade de aumentar a termogênese corporal, reduzindo o ganho de peso, acúmulo de gordura abdominal, hiperglicemia, hiperinsulinemia, hiperleptinemia em ratos ingerindo doses de 0,2% quando comparado ao grupo controle

52.

O óleo das folhas da nootka tree possui composição totalmente diferente da madeira. Ele apresenta cerca de 53% de limoneno, 21% de

-3-careno e 12% -pineno, com potencial antimicrobial frente ao Bacillus subtilis e Candida albicans com halos de inibição de 11 e 14mm respectivamente

36. Extratos da madeira contendo alto teor de óleo

essencial também foram muito eficazes frente a Candida albicans38

. Concentração de uso: Variam de 1-3% em formulações cosméticas/estéticas. Inalação (6-15 gotas em difusor ambiental). Como fitoterápico: 2-3 gotas em uma colher de sopa com mel ou cápsula.

Óleo disponível à venda em nossa loja virtual (www.emporiolaszlo.com.br) e nas revendas mais

próximas de você (www.laszlo.com.br)

Imagens exuberantes das regiões onde esta árvore nasce entre o norte dos Estados Unidos, Canadá e Alaska e

imagens dos índios Nootka e seus totens feitos com esta madeira e que resistem a séculos:

Laszlo Aromaterapia Ltda – www.laszlo.com.br – Copyright © 2013

Pág

ina 5

Laszlo Aromaterapia Ltda – www.laszlo.com.br – Copyright © 2013

Pág

ina 6

Referências:

29. Jan Suszkiw (January 2011). Lignin + Nootkatone = Dead Ticks. USDA. Agricultural Research, January 1, 2011 30. Dolan, MC.; et al. Ability of two natural products, nootkatone and carvacrol, to suppress Ixodes scapularis and Amblyomma americanum (Acari:

Ixodidae) in a Lyme disease endemic area of New Jersey. J Econ Entomol 2009, 102 (6): 2316–24.

31. Jordan, Robert A.; et al. Efficacy of Plant-Derived and Synthetic Compounds on Clothing as Repellents Against Ixodes scapularis and Amblyomma americanum (Acari: Ixodidae). Journal of Medical Entomology 2012, 49: 101–106.

32. Richard Knox (2011). "Repelling Bugs With The Essence Of Grapefruit". NPR. (em outubro de 2013:

http://www.npr.org/2011/04/18/135468567/repelling-bugs-with-the-essence-of-grapefruit) 33. Dietrich G, et al. Repellent activity of fractioned compounds from Chamaecyparis nootkatensis essential oil against nymphal Ixodes scapularis

(Acari: Ixodidae). J Med Entomol. 2006 Sep;43(5):957-61.

34. Lucas, Cameron Colin. The essential oil content of the Chamaecyparis nootkatensis. Master degree tesis of applied science - University of British Columbia, Apirl, 1926.

35. Liu, Yaojian. Study on the termiticidal components of Juniperus virginiana, Chamaecyparis nootkatensis and Chamaecyparis lawsoniana. Master of

Science thesis In the School of Renewable Natural Resources, South China University of Technology. 36. Palá-Paúl J, et al. Chemical composition, antifungal and antibacterial activity of the essential oil of Chamaecyparis nootkatensis from Spain. Nat

Prod Commun. 2009 Jul;4(7):1007-10.

37. Panella NA, et al. Use of novel compounds for pest control: insecticidal and acaricidal activity of essential oil components from heartwood of Alaska yellow cedar.J Med Entomol. 2005 May;42(3):352-8.

38. Johnston WH, et al. Antimicrobial activity of some Pacific Northwest woods against anaerobic bacteria and yeast. Phytother Res. 2001

Nov;15(7):586-8. 39. Vucinic, Marijana, et al. Carvacrol importance in veterinary and human medicine as ecologic insecticide and acaricide. Pregledni Rad DOI:

10.2298/VETGL1106433V

40. Ibrahim, Sanaa et al. Potential target site activity of nootkatone and tetrahydronootkatone on formosan subterranean termite (isoptera: Rhinotermitidae). African Crop Science Conference Proceedings vol. 8 pp 1125-1131

41. Mao, Lixin et al. Germination of Various Weed Species in Response to Vetiver Oil and Nootkatone1. Weed Technology: April 2004, Vol. 18, No. 2,

pp. 263-267. 42. Vetiver oil extracts as termite repellent and toxicant. Acessado em outubro 2013: http://osdir.com/patents/Drug-compositions/Vetiver-oil-extracts-

termite-repellent-toxicant-06890960.html

46. Du, Tianchuan et al. Antifungal activities of three supercritical fluid extracted cedar oils. Holzforschung. Volume 65, Issue 2, Pages 277–284 47. Manter D K, et al. The sporicidal activity of yellow-cedar heartwood, essential oil and wood constituents towards Phytophthora ramorum in culture.

Forest Pathology Volume 36, Issue 5, pages 297–308, October 2006

48. Cho S, et al. Carvacrol prevents diet-induced obesity by modulating gene expressions involved in adipogenesis and inflammation in mice fed with high-fat diet.

49. Arunasree KM. Anti-proliferative effects of carvacrol on a human metastatic breast cancer cell line, MDA-MB 231.Phytomedicine. 2010 Jul;17(8-

9):581-8. 50. Ait M'barek L, et al. Cytotoxic effect of essential oil of thyme (Thymus broussonettii) on the IGR-OV1 tumor cells resistant to chemotherapy. Braz J

Med Biol Res. 2007 Nov;40(11):1537-44.

51. Mastelić J, et al. Comparative study on the antioxidant and biological activities of carvacrol, thymol, and eugenol derivatives.J Agric Food Chem.

2008 Jun 11;56(11):3989-96.

52. Murase T, et al. Nootkatone, a characteristic constituent of grapefruit, stimulates energy metabolism and prevents diet-induced obesity by activating AMPK. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2010 Aug;299(2):E266-75.

53. Yamahara J, Li YH, Tamai Y. Anti-ulcer effect in rats of bitter cardamon constituents. Chem Pharm Bull (Tokyo). 1990 Nov;38(11):3053-4.

54. Miyazawa M, Tougo H, Ishihara M. Inhibition of acetylcholinesterase activity by essential oil from Citrus paradisi. Nat Prod Lett. 2001;15(3):205-10.

55. Jin JH, Lee DU, Kim YS, Kim HP. Anti-allergic activity of sesquiterpenes from the rhizomes of Cyperus rotundus. Arch Pharm Res. 2011

Feb;34(2):223-8. 56. Seo EJ, et al. Antiplatelet effects of Cyperus rotundus and its component (+)-nootkatone. J Ethnopharmacol. 2011 Apr 26;135(1):48-54.

57. Kelsey RG, et al. Changes in heartwood chemistry of dead yellow-cedar trees that remain standing for 80 years or more in southeast Alaska. J Chem

Ecol. 2005 Nov;31(11):2653-70. Epub 2005 Oct 25. 59. Campbell, Lyle (1997). American Indian Languages: The Historical Linguistics of Native America. Oxford: Oxford University Press, pg. 396 n.34

60. Mao, K., Hao, G., Liu, J., Adams, R. P. & Milne, R. I. 2010: Diversification and biogeography of Juniperus (Cupressaceae): variable diversification

rates and multiple intercontinental dispersals. - In New Phytologist. 188(1):254-272. 62. Little, D. P. et al. The circumscription and phylogenetic relationships of Callitropsis and the newly described genus Xanthocyparis (Cupressaceae).

American Journal of Botany 2004, 91 (11): 1872–1881.

63. Farjon, A., Hiep, N. T., Harder, D. K., Loc, P. K., & Averyanov, L. 2002. A new genus and species in the Cupressaceae (Coniferales) from northern Vietnam, Xanthocyparis vietnamensis. Novon 12: 179–189.

64. Gadek, P. A., Alpers, D. L., Heslewood, M. M., & Quinn, C. J. 2000. Relationships within Cupressaceae sensu lato: a combined morphological and

molecular approach. American Journal of Botany 87: 1044–1057.