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Outubro, 2019
O Marketing Estratégico nos Negócios
Internacionais: As Feiras e Eventos
Ana Maria Sagres de Oliveira
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Ana Maria Sagres de Oliveira
O Marketing Estratégico nos Negócios
Internacionais: As Feiras e Eventos
Outubro, 2019
Relatório de Estágio para obtenção de grau Mestre em Negócios Internacionais
Trabalho realizado sob orientação do Professor Doutor António Azevedo
Entidade de Acolhimento: Efacec Supervisor Profissional: Doutora Susana Dolores
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DIREITOS DE AUTOR E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO DO TRABALHO POR TERCEIROS
Este é um trabalho académico que pode ser utilizado por terceiros desde que respeitadas as
regras e boas práticas internacionalmente aceites, no que concerne aos direitos de autor e
direitos conexos.
Assim, o presente trabalho pode ser utilizado nos termos previstos na licença abaixo indicada.
Caso o utilizador necessite de permissão para poder fazer um uso do trabalho em condições não
previstas no licenciamento indicado, deverá contactar o autor, através do RepositóriUM da
Universidade do Minho.
Licença concedida aos utilizadores deste trabalho:
Atribuição-NãoComercial-SemDerivações
CC BY-NC-ND
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
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Agradecimentos
Agradeço ao meu orientador, o Professor Doutor António Azevedo, que apesar de não
ter sido meu Professor durante o Mestrado e, por isso, de não me conhecer como aluna,
mostrou-se desde inicio disponível para me orientar na elaboração deste relatório. Em seguida,
agradeço à Susana Dolores, minha orientadora durante estágio na entidade de acolhimento, que
sempre me apoiou e ajudou em todos os momentos. Foi exigente, paciente e mostrou-se sempre
disponível, mesmo em alturas que exigiam muito trabalho da sua parte. Susana, és para mim
um modelo a seguir.
De seguida, agradeço a toda a equipa do Marketing Estratégico, começando pelo
Miguel Vales e Duarte Ferreira, que acreditaram em mim para fazer parte desta equipa e que
sempre me explicaram as dúvidas durante este período e me auxiliaram em todos os pedidos
elaborados. À restante equipa, Cláudia Dias, Francisca Ferreira e José Tavares, não há palavras
para vos agradecer, integraram-me na equipa e auxiliaram-me diariamente em todo o trabalho
desenvolvido, ainda que não fizesse parte da vossa função. Dentro e fora do ambiente de
trabalho, foram espetaculares, o meu muito obrigada! À Sónia Vieira também o meu muito
obrigada pelo auxílio neste processo das Feiras, a tua experiência foi uma mais valia… obrigada
por todos os conselhos!
Agradeço também à equipa do Business Development pela disponibilidade
demonstrada sempre que precisava de esclarecimento de dúvidas pontuais e Catarina, muito
obrigada pelo auxilio na elaboração deste relatório.
Um obrigada à minha família, principalmente aos meus pais… obrigada por me
elucidarem nos momentos de dúvida e por me incentivarem nos momentos menos bons! Sem
vocês, chegar aqui não era possível. Espero orgulhar-vos sempre.
Deus… obrigada!
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DECLARAÇÃO DE INTEGRIDADE
Declaro ter atuado com integridade na elaboração do presente trabalho académico e
confirmo que não recorri à prática de plágio nem a qualquer forma de utilização
indevida ou falsificação de informações ou resultados em nenhuma das etapas
conducente à sua elaboração.
Mais declaro que conheço e que respeitei o Código de Conduta Ética da Universidade
do Minho.
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O Marketing Estratégico nos Negócios Internacionais: As Feiras e
Eventos
Resumo
Nos dias de hoje, a globalização mudou a forma como as empresas olham para os
negócios – tornou-se estratégico olhar para o mercado como uma oportunidade de criar
conhecimentos, contactos e procurar parceiros para a exponenciar a sua atividade comercial
além-fronteiras. Desta forma, os negócios internacionais são muito mais do que trocas
comerciais e os seus lucros.
É extremamente importante que as empresas façam um estudo intensivo do mercado
internacional, para boa gestão das relações com os parceiros e clientes e para, dessa forma,
obter outros ganhos como a imagem e reputação da marca ou o desenvolvimento de novos
produtos/ideias.
Assim, as Feiras no plano Business-to-business podem ajudar nesta construção do
conhecimento do mercado e na deteção de novas oportunidades de negócio, novos parceiros e
clientes. O mantimento de relações de longo prazo, um estudo das novas tendências e o
acompanhamento das inovações do mercado em primeira mão. O estudo desta matéria é muito
pertinente, pois as ferias comerciais são cada vez mais populares e estão diretamente ligadas à
vontade de entrar em novos mercados.
Este relatório incide sobre o estágio curricular realizado na Efacec, no departamento do
Marketing Estratégico, com a duração de 6 meses. Esta empresa portuguesa trata-se de um player com
um cariz extremamente internacional, que desenvolve o seu trabalho nas áreas de energia, engenharia,
ambiente, mobilidade elétrica e transportes. No relatório apresento conceitos do Marketing, do mercado
Business-to-business e das Feiras comerciais. Apresento trabalho desenvolvido ao longo do estágio, com
a gestão do processo de Feiras e Eventos internacionais, e apresentação de três estudos de caso, bem de
outros estudos realizados. No final do relatório, é apresentada uma avaliação do estágio e da empresa, e
dos principais desafios durante o mesmo.
Palavras-chave: Business-to-Business; Efacec; Feiras e Eventos; Marketing Estratégico; Negócios
Internacionais.
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Strategic Marketing in International Business: The Fairs and Events
Abstract
Nowadays, globalization has changed the way companies look at international business -
it has become strategic to look at the market as an opportunity to make network, with the
creation of contacts and partners that support the business activity. In this way, international
business is much more than trade and the profits that come from it.
It is extremely important that firms make an intensive study of the international market,
in order to manage relationships with partners and customers thus obtaining other gains in brand
image and reputation, or in new products/ideas development.
Trade Shows in the Business-to-Business context, can help firms to build market
knowledge and to identify new business opportunities, new partners and customers. They also
promote long-term relationships and provide information about new trends and market
innovations. The study of this topic is extremely pertinent, as trade fairs are increasingly popular
and are extremely linked to the desire to expose a new product in an international market.
This report describes a 6-month internship at Efacec, in the Strategic Marketing
department. This company is a Portuguese player focused on international market, which
develops its work in the areas such as energy, engineering, environment, electric mobility and
transport. Along this report, I will analyse the concepts of Marketing, business-to-business market
and trade fairs. I also present the work developed throughout the internship on the fairs and
events’ management process - and the presentation of three case studies, as well as other
studies carried out. At the end of this report, is presented an evaluation of the internship and the
company, as well as the main challenges.
Keywords: Business-to-Business; Efacec; Fairs and events; International Business; Strategic
Marketing.
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Índice
1. Enquadramento e Justificação do tema: .......................................................... 12
1.1. Introdução ..................................................................................................................... 12
1.2. Metodologia ................................................................................................................... 13
1.3. Estrutura do Relatório de Estágio ..................................................................................... 15
2. Apresentação da entidade de acolhimento ....................................................... 16
2.1. História da empresa ....................................................................................................... 16
2.2. Modelo de Governo ......................................................................................................... 17
2.3. Visão, Missão e Valores ................................................................................................... 19
2.4. Posição no mercado ....................................................................................................... 19
2.6. O Departamento de Marketing Estratégico ........................................................................ 24
3. Enquadramento Teórico ................................................................................. 27
3.1. Definição do Marketing ................................................................................................... 27
3.1.1. Marketing Tradicional .................................................................................................. 28
3.1.2. Marketing dos Serviços ............................................................................................... 28
3.1.3. Marketing Relacional ................................................................................................... 29
3.1.4. Marketing Estratégico e Marketing Operacional ............................................................. 29
3.1.5. Marketing B2B ........................................................................................................... 30
3.2. As Feiras e Eventos ........................................................................................................ 32
3.2.1. Definição e caraterísticas das Feiras............................................................................. 32
3.2.2. As várias formas de participação numa Feira ................................................................ 34
3.2.3. O planeamento e desempenho nas Feiras .................................................................... 36
3.2.4. Efeitos micro e macroeconómicos das Feiras ................................................................ 37
3.2.5. Fatores que influenciam a participação e os resultados das Feiras comerciais ................. 38
3.2.6. As Feiras como instrumento do Marketing .................................................................... 42
4. O estágio ...................................................................................................... 46
4.1. Objetivos do estágio ........................................................................................................ 46
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4.2. Fase da integração ......................................................................................................... 47
4.3. As Feiras e Eventos ........................................................................................................ 48
4.3.1. Exposição e interpretação da Instrução de Serviço das Feiras e Eventos.......................... 48
4.3.2. Processo prático da gestão interna nos Departamento do Business Development e do
Maketing Estratégico ................................................................................................................... 53
4.3.3. Exposição de estudos de caso ..................................................................................... 58
4.3.3.1. SG Tech Europe 2019 ............................................................................................ 58
4.3.3.2. Hannover Messe 2019 ............................................................................................ 61
4.3.3.3. Africa Energy Forum 2019 ...................................................................................... 62
4.4. Os estudos ..................................................................................................................... 64
4.4.2. Macroeconomic Outlook Argentina ............................................................................... 64
4.4.3. The Future of Mobility – Sector Outlook ........................................................................ 65
4.4.4. Brexit: As consequências para a economia e para as empresas portuguesas ................... 67
5. Avaliação do estágio e da empresa ................................................................. 68
5.1. Avaliação do estágio ....................................................................................................... 68
5.1.2. O que melhorava ........................................................................................................ 70
5.2. Avaliação da Efacec ........................................................................................................ 71
6. Conclusão ..................................................................................................... 74
7. Referências bibliográficas ............................................................................... 76
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Lista de abreviaturas
AMB – Ambiente
AMT – Aparelhagem
ASE – Automação
B2B – Business to Business
B2C – Business to Consumer
BCRA – Banco Central de La Republica Argentina
BD – Business Development
CG – Departamento do Controlo de Gestão
CRM - Customer Relationship Management
DBDMKE – Departamentos de Business Development e Marketing Estratégico
DCP – Diretor Comercial do Produto
DMC – Departamento de Marca e Comunicação
FMI – Fundo Monetário Internacional
EEM – Mobilidade Elétrica
ENE – Energia
EPS – Efacec Power Solutions
GdT – Gabinete de Tecnologia
I&D – Investigação e Desenvolvimento
MKE – Departamento de Marketing Estratégico
OEM – Original Equipment Manufacturer
SRV – Service
TRF - Transformadores
TRP – Transportes
UN – Unidade de Negócio ou Unidades de Negócio
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Lista de figuras:
Figura 1. Modelo de Governo Efacec.
Figura 2. Organograma Efacec.
Figura 3. Estrutura Societária Efacec.
Figura 4. Stakeholders e tópicos de pesquisa na literatura sobre Feiras comerciais.
Figura 5. Participação nas Feiras como parte do Marketing Mix.
Figura 6. Mesa redonda e conferências SG Tech Europe 2019.
Figura 7. Stand tipo – Feira Técnica.
Figura 8. Custos/Descontos da Inscrição SG Tech Europe 2019.
Figura 9. Plano do Evento Hannover Messe 2019.
Figura 10. Stand da Efacec Hannover Messe 2019.
Figura 11. Stand da Efacec Africa Energy Forum 2019.
Figura 12. Macroeconomic Outlook Argentina – Conclusões.
Figura 13. Veículo Autónomo (Canadá, 2018).
Lista de quadros:
Gráfico 1. EBITDA por Unidade de Negócio (M€) 2016, 2017 e 2018.
Gráfico 2. Volume de Negócios Produtos (M€) 2016, 2017, 2018.
Gráfico 3. Volume de Negócios Sistemas (M€) 2016, 2017, 2018.
Gráfico 4. Volume de Negócios Mobilidade Elétrica (M€) 2016, 2017, 2018.
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1. Enquadramento e Justificação do tema:
1.1. Introdução
Com a globalização, as empresas procuram cada vez mais adaptar as suas estratégias
àquilo que o mercado pede. Assim, este fenómeno cria novos desafios e oportunidades para as
empresas e para os seus negócios. Oportunidades que incluem acesso a novos mercados,
participar em redes globais de produção, acesso a capital, parceiros e clientes (Totonchi &
Kakamanshadi, 2011). Desta forma, a internacionalização das empresas é extremamente
importante para acompanhar a globalização da economia e a competitividade dos mercados.
Nesta perspetiva, o Marketing estratégico torna-se fulcral para ir de encontro ao que o
mercado pede, com estudos de mercado e de sectores, equacionando os drivers e as restrições
de uma nova oportunidade de negócio. Este Marketing permite estudar os mercados e a sua
evolução para detetar potenciais clientes e parceiros ao negócio (Lambin, 2000).
Também as Feiras e Eventos permitem desenvolver este estudo. As Feiras comerciais,
principalmente no plano business-to-business, representam uma oportunidade inigualável de
reunir sob o mesmo aglomerado, os maiores especialistas de um produto(os) ou serviço
(produtores, vendedores, clientes, compradores e outros parceiros de negócio) (Blythe, 2010).
Ao mesmo tempo, permite obter informações sobre as tendências da indústria, estar a par dos
novos produtos, e manter relações de maior qualidade e, por isso, de longo prazo (Sarmento,
Simões, & Farhangmehr, 2015).
O estágio curricular iniciou-se a 1 de Outubro de 2018 com a duração de 6 meses,
tendo terminado a 1 de Abril de 2019. Durante este período, integrei o Departamento de
Marketing Estratégico, contando com o apoio da minha supervisora de estágio Susana Dolores e,
com o orientador de estágio pela Universidade do Minho, Professor Doutor António Azevedo.
O objetivo inicial do estágio consistia em auxiliar o Departamento na realização de
estudos de mercado e de sector e, ao mesmo tempo, ajudar na gestão do processo de Feiras e
Eventos. No entanto, acabei por me dedicar quase a tempo integral à gestão deste processo.
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A participação nas Feiras e Eventos era um fenómeno controlado dentro das Unidades
de Negócio de forma individual. No ano de 2018, com a introdução da nova Instrução de Serviço
das Feiras e Eventos, o processo foi centralizado no Departamento de Marketing Estratégico.
Assim, os principais objetivos deste estágio passaram pela gestão global do processo,
com a execução de um Plano que continha todas as Feiras que as UN desejavam participar,
tornando a participação em Feiras e Eventos um fenómeno transversal a toda a empresa,
centralizado no MKE. A realização deste plano era importante, não só para o controlo e
maximização dos custos, mas para ajudar a promover a Efacec “como uma” no exterior e não
patrocinar a sua divisão por UN.
1.2. Metodologia
A elaboração da fundamentação teórica do relatório foi baseada na pesquisa de artigos
académicos e na recolha de documentação publicada internamente pela Efacec.
Relativamente à metodologia da gestão da participação em Feiras e Eventos, foram
aplicados os seguintes procedimentos, definidos pela direção da Efacec, explícitos na Instrução
De Serviço das Feiras e Eventos, conduzidos pelo Departamento do Marketing Estratégico:
1. Realização do plano tendo em conta os pedidos das Unidades de Negócio e o
aconselhamento do MKE: neste ponto incluímos os custos de inscrição, produção
(custos ligados à produção da multimédia, stand e equipamentos) e delegação
(que continha custos de alojamento e viagens). O aconselhamento do
Departamento tinha em conta a pertinência da feira para a estratégia da empresa,
o seu renome internacional e a quantidade de Feiras que cada Unidade de Negócio
iria participar, de forma a ser justa a redistribuição dos custos.
2. Planeamento da feira: depois de decidida a participação, começava o planeamento
das Feiras, que tinha duas vertentes – a vertente externa junto da organização da
feira e a vertente interna junto do Departamento de Marca e Comunicação e das
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UN que a indicaram, com reuniões antes do evento e depois do evento.
3. Operacionalização da feira: a operacionalização era o “fazer acontecer” da Feira –
após o seu planeamento e as decisões tomadas nas reuniões pré-feira,
prosseguíamos com a execução das tarefas técnicas, como negociação de
inscrição, negociação do local e área do stand, compra de passes, negociação de
participação nas conferências do evento, compra de viagens e aluguer de hotéis.
4. Considerações pós-feira: após a participação nas feiras, o objetivo era reunir os
participantes para perceber o impacto que a Feira teria para o negócio, com a
criação de contactos, aumento do prestigio da marca e retorno através da
participação em novos projetos internacionais. Depois de discutidos os pontos
anteriores, decidíamos se era para levar avante a participação na próxima edição.
Durante este período do estágio, foram também elaborados três estudos de mercado,
baseados nas respostas a um conjunto de questões “modelo”. Estas questões são transversais
aos vários estudos realizados e resultam da prática corrente do Departamento do Marketing
Estratégico:
1. Qual o objetivo do estudo? O entendimento de uma situação nova?; Uma
proposta que explore uma oportunidade de negócio?; A análise de uma empresa
concorrente?; Analisar o sector e quais as perspetivas de futuro?
2. Qual o público-alvo do estudo? Era necessário determinar qual o público-alvo –
se era uma empresa específica; um sector específico; um país específico; ou um
consumidor especifico.
3. Como vou contar a história? A quem será apresentado? Muitas vezes, os estudos
eram pedidos pelas Unidades de Negócio, por outros Departamentos, ou até
mesmo por membros do Conselho Executivo. Depois de determinar a quem
seria apresentado, tornávamos o estudo mais técnico e abrangente, ou mais
simples e direto. Sempre com a apresentação clara, de preferência com dados
numéricos.
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1.3. Estrutura do Relatório de Estágio
Este relatório encontra-se dividido em quatro partes, de forma a apresentar todas as
funções executadas com maior clareza. No primeiro ponto é realizado um enquadramento e
justificação do tema, com a introdução, metodologia, e estrutura do relatório. No segundo ponto
é apresentada a empresa, com a sua história, modelo de governo, visão, posição no mercado e
apresentação do Departamento de Marketing Estratégico.
Na terceira parte, é realizado o enquadramento teórico, onde desenvolvo, de forma
breve, várias vertentes do Marketing e, de forma mais extensiva, do Marketing Estratégico e do
Marketing no plano business-to-business dirigido ao negócio da Efacec. Neste enquadramento
teórico, defino também as Feiras e Eventos, nomeadamente as Feiras comerciais. Apresento as
suas caraterísticas, os métodos de participação, o seu planeamento e operacionalização, os seus
objetivos, os fatores que influenciam a sua participação e resultados e as Feiras como parte do
Marketing. Com este enquadramento procuro fazer um contexto daquilo que foi concretizado no
estágio.
Na quarta parte, exponho aquilo que foi realizado no estágio, aprofundando o processo
de Feiras e Eventos. Apresento a sua instrução de serviço, a sua gestão interna e 3 estudos de
caso de Feiras com caraterísticas diferentes: uma feira técnica, uma feira worldwide e uma feira
c-level1. Na terceira parte, apresento também, de forma sucinta, os 3 estudos que realizei.
Em forma de conclusão é realizada uma avaliação da Efacec e do estágio, com a
apresentação dos principais desafios e daquilo que melhorava.
1 Ao nível da alta gerência e da classe política.
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2. Apresentação da entidade de acolhimento
No seguinte capítulo será apresentada a Efacec: a sua história, o modelo de governo, a
sua missão e valores, o posicionamento no mercado, a análise financeira com apresentação de
valores e exposição do Departamento de Marketing Estratégico.
2.1. História da empresa
A Efacec é uma empresa multinacional presente em mais de 65 países com um perfil
extremamente exportador nos setores da Energia, Engenharia, Ambiente, Transportes e
Mobilidade Elétrica. Atua no setor Business-to-business, ou seja, direciona os seus
produtos/serviços para outras empresas no mercado.
Surgiu no mercado em 1905, com o nome “A Moderna”. Em 1921, já intitulada
“Electo-Moderna, Lda.”, dedicou-se à produção de motores, geradores, transformadores e
outros acessórios elétricos. Após uma partilha de capital entre a Electro-Moderna, os ACEC, a
CUF, entre outros, surge a EFME – Sociedade Empresa Fabril de Máquinas Eléctricas,
S.A.R.L.. Depois da saída da CUF, os ACEC tornaram-se os acionistas maioritários. Num
período marcado pelo crescimento económico, já com o nome Efacec - Empresa Fabril de
Máquinas Elétricas, torna-se uma das primeiras empresas portuguesas a estar presente na
bolsa de valores em Lisboa.
No final dos anos 90, a Têxtil Manuel Gonçalves toma posse de 10,682% do direito de
voto da Efacec e, em 2000 o Grupo José de Mello adquiriu 10,56% dos direitos de votos. Em
2007, é desenvolvido um novo modelo organizacional, considerando dez unidades de negócio:
os transformadores, a aparelhagem de média e alta tensão, o service de energia, a
engenharia, a automação, a manutenção, o ambiente, as energias renováveis, e os
transportes e logística. Em 2014, a EPS – EFACEC Power Solutions oferecia soluções de
energia, engenharia, ambiente, transportes e mobilidade elétrica, com uma grande
preocupação social e ambiental.
Em 2015, a sociedade Winterfell Industries comprou a maioria do capital da EPS,
detendo, atualmente 66,07% do capital social. O restante capital é detido pela MGI Capital,
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Figura 1-Modelo de Governo. Fonte: Efacec
SGPS, S.A. e, os anteriores acionistas detém uma posição menor, tendo formado novos
órgãos sociais na empresa.
Atualmente, as suas Unidades de Negócio desenvolvem os seguintes serviços: a
Energia, onde são desenhados, desenvolvidos e produzidos produtos como centrais elétricas
de energia solar, transformadores, redes e soluções de automação, juntamente com
manutenção, reforma e renovação de equipamentos próprios e de terceiros; o Ambiente e
Indústria que oferecem soluções integradas que vão desde o design e planeamento, serviço e
operação de sistemas para tratamento e abastecimento de água, irrigação e gestão de
resíduos sólidos; Os Transportes, com projetos chaves-na-mão para no setor ferroviário,
fornecendo desde a energia, sinalização, gestão da frota, informações de passageiros a outras
soluções de gestão de túneis e centrais e a Mobilidade, onde a Efacec resulta como um
leader mundial no que toca a estações de carreamento rápido e ultrarrápido para veículos
elétricos (Efacec, 2019).
2.2. Modelo de Governo
O conselho de administração da Efacec é atualmente constituído por: Mário Filipe
Moreira Leite da Silva (Presidente) e restantes vogais Manuel António Carvalho Gonçalves, Rui
Alexandre Pires Diniz, Miguel Maria Pereira Vilardebó Loureiro, Ângelo Manuel da Cruz Ramalho,
Francisco José Meira da Silva Nunes, Luís Henrique Marcelino Alves Delgado, Fernando Vaz,
Antonio José González Almela, Vanessa Ferreira Loureiro e José Manuel de Oliveira Henriques.
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A Comissão Executiva é constituída por Angêlo Ramalho (CEO), Francisco Nunes
(CFO), António Gonzales, Fernando Vaz, Luís Delgado e José Henriques. O presidente do
Conselho de Administração é decidido em Assembleia Geral, onde se decide também a
composição de remunerações, avaliações e nomeações da empresa. O Conselho de
Administração define as estratégias de negócios mais relevantes para a atividade da empresa e a
Comissão Executiva debruça-se sobre a sua execução juntamente com as Unidades de Negócio.
A Efacec Power Solutions, SA. possui um sistema operacional compartilhado pelo
Gabinete de Gestão e Tecnologia e pela Auditoria Interna. As Unidades de Negócios fazem-se
representar pelo seu Diretor, junto da Comissão Executiva. No sentido de dar apoio ao negócio
internacional, a empresa possui um Departamento de Business Development constituído por
colaboradores, que se encontram distribuídos por áreas geográficas, onde ficam responsáveis
por ganhar projetos e/ou clientes.
O Marketing Estratégico é um departamento extremamente recente que funciona sob a
alçada do BD, dando apoio, de forma transversal, a todas UN com o fornecimento de informação
muito importante, nomeadamente com estudos de mercado, company profiles, country profiles,
preparação dos dados para as reuniões de performance comercial, gestão do processo de Feiras
e Eventos, criação de newsletters, entre outros temas a desenvolver mais à frente.
Os serviços corporativos agregam todas as funções gerais da empresa, sendo que são
constituídos pelos seguintes Departamentos: Planeamento Estratégico, Controlo de Gestão,
Gestão de Risco e Contratos, Finanças Corporativas, Marca e Comunicação, Jurídico e
Compliance, Recursos Humanos e Organização, Administrativa e Financeira, Tesouraria,
Sistemas de Informação, Qualidade, Ambiente e Segurança, Compras e Logística, Infraestruturas
e Edifícios (Efacec, 2019).
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Figura 2- Organograma Efacec. Fonte: Elaboração Própria
2.3. Visão, Missão e Valores
A Efacec é uma empresa que procura, na sua visão, antecipar soluções para um mundo
sustentável. Esta ideia é apoiada por um perfil extremamente tecnológico que pretende, através
das competências dos seus Recursos Humanos, fornecer soluções Energéticas, de Ambiente e
de Transportes mais ecológicas, inovadoras e eficientes. Assim, o trabalho em conjunto entre as
várias UN é extremamente valorizado para uma aprendizagem e partilha de conhecimento que
permita a melhoria contínua.
O valores da empresa passam pela fiabilidade, pois procura o rigor em todas as etapas
da produção, para que possa ser uma empresa confiável; a Sustentabilidade, procurando
promover soluções com um impacto positivo na economia, sociedade e ambiente; a
Competência, através da conjunção da inovação e experiência dos seus Recursos Humanos; a
Audácia, pois procura sempre desafios novos que permitam estar um passo à frente e oferecer
soluções diversas que os distinguem dos restantes players no mercado e o Humanismo, pois as
pessoas têm um papel fulcral nesta empresa, e é em conjunto com os seus fornecedores,
clientes e utilizadores que podem avançar e trabalhar para um futuro melhor (Efacec, 2019).
2.4. Posição no mercado
A Efacec oferece três tipos de soluções: os produtos (os transformadores, a
aparelhagem, o service e a automação), os sistemas (a energia, o ambiente, a indústria e os
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Figura 3- Estrutura Societária Efacec. Fonte: Efacec.
transportes) e a Mobilidade Elétrica uma start-up que nasceu em 2009 e traduz-se numa grande
aposta da empresa desde então.
A empresa conta com um conjunto de outras filiais distribuídas pelos 4 continentes e
conta com 2330 trabalhadores, ainda que a maioria esteja sediada em Portugal (Efacec, 2019).
2.5. Informação financeira
Em 2016 nasceu o Programa de Transformação Efacec 2020. Este programa procura
gerar equilíbrio a nível económico e financeiro e voltar a colocar a Efacec como uma empresa de
renome a nível internacional até 2020. Esta estratégia está pensada em volta de seis pilares:
Inovação Tecnológica, Excelência Operacional, Proatividade Comercial, Foco no Cliente,
Desenvolvimento do Talento e Sustentabilidade (Efacec, 2019).
Para permitir um alinhamento das práticas da empresa em todas as geografias e
sociedades do Grupo Efacec, foi lançado também o projeto “One Efacec” em 2018, que procura
a otimização e automatização dos processos administrativos, de compras, financeiros, de
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Gráfico 1 – EBITDA por Unidade de Negócio (M€). Fonte: Elaboração Própria.
Gráfico 1 - EBITDA por Unidade de Negócio (M€) 2016, 2017 e 2018. Fonte: Elaboração Própria.
recursos humanos, comunicação e jurídicos.
As principais iniciativas da marca para 2019 são: apresentação do reposicionamento da
marca passando, de acordo com a política anterior, uma imagem mais homogénea da empresa;
a revisão de todos os materiais de comunicação core – foco na atividade comercial; a
continuação da aposta na parceria com a DS TECHEETAH da Fórmula E; o desenvolvimento de
campanha “Employer Branding” e a participação mais assertiva nos Eventos institucionais e
comerciais.
Como referi anteriormente, dado que a empresa sofreu uma restruturação desde 2016,
a análise que se segue será focada nos anos pós reforma: 2016, 2017 e 2018. Será realizada
por Unidades de Negócio para mostrar de forma mais concreta o “peso” que cada UN tem nas
contas da empresa, com a análise do EBITDA e do volume de negócio.
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Gráfico 2 -Volume de Negócio Produtos (M€) 2016, 2017 e 2018. Fonte: Elaboração Própria.
Apesar da maioria das UN obterem resultados crescentes de 2016 para 2017 (com a
exceção do Service e do Ambiente e Indústria) respondendo de forma positiva à restruturação da
empresa, os resultados variaram em 2018 (Efacec, 2019). Como podemos ver no gráfico 1, os
Transformadores, o Service e o Ambiente e Indústria mostraram resultados mais baixos de 2018
face a 2017; por outro lado, a Automação registou um crescimento substancial e Mobilidade
Elétrica, quase que quadruplicou o seu crescimento em 2018 face a 2017.
Ao analisarmos o gráfico 2 é possível constatar que os Transformadores e o Service
diminuíram o seu volume de negócio de 2016 para 2017. Por outro lado, a Automação e a
Aparelhagem registaram crescimento. Todavia, de modo geral, todas as as UN obtiveram, em
2018, resultados semelhantes aos de 2017, sendo notório um ligeiro decréscimo do volume de
negócio nas UN dos Transformadores e do Service.
No entanto, a Automação e Aparelhagem conseguiram resultados mais elevados em
2018 comparativamente a 2017, crescendo cerca de 4,9 M€ e 5,8 M€, respetivamente. O
crescimento da Automação deve-se, em parte, à penetração em novos mercados,
nomeadamente na América Latina - na Argentina através do parceiro Edenor, no Brasil através
do Light ou no Chile com a SAESA. O mercado da América Latina encontra-se em fase de
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Gráfico 3 -Volume de Negócio Sistemas (M€) 2016, 2017 e 2018. Fonte: Elaboração Própria.
desenvolvimento com uma grande aposta na conceção de Subestações Digitais, estando o ASE a
acompanhar esta tendência também no Perú.
Já o crescimento do AMT dá-se, grande parte, pela perfuração nos mercados da Europa
de Leste e pela introdução de produtos recentemente desenvolvidos nos mercados tradicionais,
nomeadamente o mercado francês. Todavia, continua a ser a UN dos Transformadores, a mais
relevante no que toca ao volume de negócio.
O volume de negócio nas UN do Ambiente e Indústria e dos Transportes cresceu em
2017 face a 2016. Todavia, em 2018 obtiveram resultados mais baixos face a 2017. No
entanto, a UN de Energia foi a exceção à regra denotando um crescimento em 2018 de 7,9 M€
de volume de negócio face a 2017. Este crescimento prende-se com a aposta nos projetos
greenfield em geografias do sul americano, como investimentos na geração hídrica,
nomeadamente na Colômbia e no México. Também em Portugal, a Efacec procura participar nos
processos de modernização das centrais hídricas.
A estratégia futura passa pela aposta nos projetos de geração de energias renováveis
nos mercados maduros, nomeadamente Portugal e no Norte da Europa; e na energia fotovoltaica
particularmente no Chile, Europa do Leste e algumas geografias de África, como o Magrebe.
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Gráfico 4- Volume de negócio Mobilidade Elétrica (M€) 2016, 2017 e 2018. Fonte: Elaboração Própria.
A diminuição do setor do Ambiente prende-se com a dificuldade que é lidar com a
concorrência europeia e ao mesmo tempo, com a falta de apoios na zona de África.
A Mobilidade Elétrica mais que duplicou o seu volume de negócio entre 2016 e 2018,
crescendo cerca de 23,2 M€. Este crescimento pode ser justificado pela instalação de
carregadores rápidos e de postos públicos na região de Macao, bem como o fornecimento de
equipamentos para um distribuidor local na Tailândia. Também em Portugal, se destacam os
projetos de alargamento de carregadores elétricos rápidos na rede de postos públicos.
2.6. O Departamento de Marketing Estratégico
A estratégia de uma organização é extremamente relevante no seu processo de gestão
pois engloba um variedade de parâmetros fundamentais para delinear o seu futuro. Esta
estratégia deve possuir uma série de medidas que permitam à organização atingir os seus
objetivos, seja a médio ou a longo prazo e deve ser realizada tenho em conta as características
internas e a envolvência externa.
Na Efacec, no sentido de delinear a estratégia podemos considerar dois departamentos
– o departamento do Planeamento Estratégico e do Marketing Estratégico. De facto, a estratégia
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deve incluir um diagnóstico interno, com a análise de processos produtivos, a segmentação de
clientes, análise da eficiência produtiva, dos recursos técnicos e humanos; e um diagnóstico
externo, com a avaliação de tendências macroeconómicas, a análise da relação com clientes,
estudos de mercado, company profiles e a participação em Feiras. Assim, podemos considerar
que o Departamento do Planeamento Estratégico se debruça mais sobre o diagnóstico interno e
que o Departamento do Marketing Estratégico incide mais na análise do envolvimento externo.
Assim, de forma muito geral, o Marketing Estratégico provida apoio nas seguintes funções:
1. Organização das reuniões de performance comercial: As reuniões de performance
comercial acontecem de 3 em 3 meses e reúnem a Comissão Executiva, os Diretores
de todas as UN, bem como o diretor do Business Development e do Marketing
Estratégico. O MKE tem a tarefa importante de extrair os dados em CRM2, organizá-los
e expô-los de forma clara, para que possam ser discutidos em reunião.
2. Gestão de parceiros: num cenário de uma empresa B2B é extremamente importante
gerir os parceiros. No MKE, esta gestão é realizada com o objetivo de fazer um follow
up dos parceiros atuais e detetar novas oportunidade de parceria.
3. Gestão do processo de Feiras e Eventos: neste processo, o MKE funciona como o
ponto de ligação entre as várias UN – no inicio do ano faz uma análise, junto das UN,
sobre as Feiras e Eventos em que pretendem participar para prosseguir com a
avaliação da pertinência da feira. De seguida, confirma a transcendência da feira a
mais do que uma UN e fica responsável pela sua inscrição, negociação, planeamento
e operacionalização – realizando reuniões periódicas com as UN e o Departamento de
Marca e Comunicação (responsável pela parte da promoção interna e externa da
nossa participação).
4. Realização de estudos: Neste departamento são realizados estudos de mercado,
company profiles, country profiles, estudos de sectores, entre outros. Estes estudos
são muitas vezes pedidos provenientes da Comissão Executiva e das UN, com o
objetivo de prever o mercado e agir em conformidade.
5. Realização de newsletters: o MKE lança de forma periódica o Market Watch e o
Market Flash, enviados através de email aos colaboradores internos, com várias
notícias/ tendências de mercado.
6. Gestão das Multilaterais: é realizado um acompanhamento de todas as oportunidades
2 Costumer Relationship Manager.
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e concursos públicos de financiamento de projetos, nomeadamente nas regiões
menos desenvolvidas.
7. Gestão das Plataformas: o objetivo é realizar uma otimização do uso das plataformas
cobradas. Faz-se uma análise das plataformas para perceber quais são as mais
estratégicas e que contêm informação mais pertinente.
8. O Marketing & Sales Community Day: por fim, o MKE é responsável pela realização do
evento Marketing and Sales Community Day, onde são apresentados resultados
anuais da empresa e algumas tendências de mercado.
Este departamento pretende, no futuro e de forma gradual, ter uma participação mais
ativa na análise do processo comercial e na análise e segmentação da carteira de clientes. No
sentido de fornecer apoio a estas atividades, o MKE utiliza as seguintes plataformas: Microsoft
(Teams, Excel, PowerPoint, Outlook, Sway), Skype, CRM, Global Tender, Global Data, The
economist, Forbes, The routers, entre outras plataformas online.
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3. Enquadramento Teórico
Neste capítulo será realizado um enquadramento teórico, com a história e apresentação
da definição do Marketing e das suas principais vertentes, nomeadamente do Marketing
Estratégico e do Marketing B2B. Será também realizada uma definição das Feiras e Eventos,
incidindo sobre as Feiras comerciais, as várias formas de participação, o seu planeamento e
objetivos, os fatores que, muitas vezes, determinam o sucesso da participação numa feira e as
feiras como parte do Marketing.
3.1. Definição do Marketing
As diferentes contribuições para a definição do Marketing exigem uma análise rigorosa,
uma vez que envolvem uma interpretação histórica aos olhos de vários autores. De facto, nos
anos 60, o mercado era visto como estático, sendo o conceito mais difuso e aceite do Marketing,
o conceito do Marketing Mix. Este conceito englobava os seguintes elementos: o Produto
(Product) – conjunto de elementos tangíveis e intangíveis que satisfazem o consumidor final
aquando da sua aquisição; o Preço (Price) – o valor monetário cobrado no momento da compra
de um produto/serviço; a Promoção (Promotion) – informação sobre produtos e serviços de
forma a promover a sua venda e a Distribuição (Place) - disponibilização ao mercado dos
produtos e serviços para clientes, fornecedores e todos os participantes da cadeia logística
(Cano, 2014).
Nos anos que se seguiram, os pensadores do Marketing procuraram estudar esta
disciplina à luz de outros aspetos, considerando as práticas de gestão e um estudo do mercado
mais alargado a longo prazo. Desta forma, começaram a entender que a disciplina devia
abranger as relações ou transações de trocas. Assim, os autores defendem o Marketing como
uma ciência comportamental, que procura explicar as relações entre compradores e vendedores.
Entre 1980 e 1990, a discussão regressaria à conexão com o consumidor e às suas
necessidades, centrado no Marketing Mix, acrescentando outros aspetos aos 4P’s, como a
procura de redes, o processo e o intercâmbio de experiências em geral (Cano, 2014).
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3.1.1. Marketing Tradicional
Como afirma Grönroos (1989), o Marketing tradicional era tido em conta como as
necessidades dos clientes e dos mercados-alvo para guiar as atividades da empresa. Ao mesmo
tempo, deviam ser consideradas todas as burocracias e leis dos mercados envolvidos. No
entanto, o autor considera esta definição do Marketing limitativa no estudo atual da área.
Grönroos (1989) alerta para a relevância do contributo nórdico na redefinição do conceito de
Marketing, graças ao envolvimento do mesmo nas áreas industriais e dos serviços, que vêm
quebrar barreiras às definições estáticas. Assim, na abordagem nórdica, é feita a separação
entre conceitos: o Marketing tradicional e o Marketing como função. Esta ideia do Marketing
como função defende que existem várias áreas das empresas que apoiam a disciplina do
Marketing, não ficando este cargo restrito aos estudiosos de mercado. Defende ainda, que o
marketeer deve possuir muito conhecimento sobre o produto ou serviço que vende.
Lindon, Lendrevie e Dionísio (2011), por sua vez, consideram que o Marketing são os
meios que a empresa dispõe para vender os seus produtos aos clientes com rentabilidade.
Lambin (2000) argumenta que no Marketing é necessário identificar as carências dos clientes,
para ir de acordo com a satisfação dos mesmos.
Assim, podemos considerar que a definição de Marketing ao longo dos anos tem vindo
a mudar, sendo que foram criados novos ramos do Marketing, como o Marketing de serviços, o
Marketing business-to-business, o Marketing relacional e o Marketing orientado (Grönroos,
2006).
3.1.2. Marketing dos Serviços
Grönroos (2006) fez a distinção entre o Marketing tradicional, que envolve atividades
tipicamente especializadas, como publicidade e pesquisa de mercado; e o Marketing interativo
ou Marketing dos serviços, que aproveita os recursos de outras funções na sua execução. O
Marketing interativo acontece, desta forma, durante as interações realizadas quando a produção
e o consumo se dão em simultâneo.
Nos serviços é extremamente importante interagir com os clientes para que o valor
seja criado. Assim, ao contrário dos bens que são recursos de apoio ao valor, os serviços são
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processos de suporte à criação de valor. Quando uma organização oferece um procedimento
que suporta a criação de valor dos clientes, o envolvimento dos clientes nesses processos
interativos faz com que as empresas sejam co-produtores e os clientes co-criadores de valor. O
Marketing de serviços é, segundo esta definição, convidar os clientes a aderir a um serviço,
convencendo-os da criação de valor que terá para o beneficiário. O objetivo final é que os
clientes passem a criar rotinas do uso de determinado serviço.
3.1.3. Marketing Relacional
Outro conceito que foi ganhando maior atenção na Europa foi o conceito do Marketing
Relacional. De acordo com esta abordagem, que foi desenvolvida no contexto do Grupo “The
Industrial Marketing and Purchasing” (IMP), existem quatro variáveis que influenciam a
interação: variáveis relacionadas com o processo de interação (produtos e serviços, formação,
finanças e social); variáveis que caracterizam as partes envolvidas (organização, indivíduos);
variáveis relacionadas com o ambiente (estrutura de mercado, dinamismo, internacionalização,
sistema social) e variáveis relacionadas com a atmosfera envolvente (poder / dependência, nível
de cooperação, distância social). A abordagem de interação não envolve apenas uma análise
desses grupos de variáveis, mas também alguns episódios de interação nas relações comerciais,
como é o caso das Feiras.
Paras os autores é importante distinguir os relacionamentos das interações. Com base
na teoria de Johanson e Mattsson, os primeiros envolvem ligações de longo prazo, enquanto que
as interações são de curto prazo, dinâmicas e associadas às trocas e adaptações entre
empresas (Sarmento, Farhangmehr, & Simões, 2015).
3.1.4. Marketing Estratégico e Marketing Operacional
A elaboração da estratégia numa empresa é um processo complexo, pois, ao mesmo
tempo deve ser coeso, mas também fragmentado. Assim, o Marketing estratégico apresenta-se a
diferentes níveis, de forma sistêmica, sendo que o nível corporativo envolve a estratégia de
negócio, que, por sua vez, envolve a parte operacional.
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Lambin (2000) propôs uma distinção entre o Marketing estratégico e o Marketing
operacional. O Marketing estratégico, é pelo autor, definido como o campo da análise e tem
como objetivo estudar os mercados e sua evolução para identificar atuais e potenciais
mercados/clientes. Por sua vez, o Marketing operacional é o campo da ação. Depois de fazer a
análise referida anteriormente, o marketeer deve agir em conformidade, definindo as quotas de
mercado, posicionamento, clientes-alvos; cujo objetivo é sempre aumentar o volume de
negócios.
A estratégia engloba vários níveis, dependendo dos seus objetivos, que normalmente
são de longo prazo. Segundo Toledo (2003) um dos objetivos do Marketing estratégico é o
crescimento, que engloba a rentabilidade, o aumento dos lucros, uma boa remuneração para os
acionistas, entre outros.
To que noca à estratégia do negócio, Toledo (2003) refere que os objetivos da estratégia
passam por adicionar valor ao cliente face à concorrência. Ao nível funcional, o objetivo prende-
se com o exercer bem as competências nas diferentes áreas da empresa: compras, sistemas de
informações, produção, Marketing, recursos humanos, etc.
Assim, o Marketing contribui de forma assertiva para as decisões das empresas,
envolvendo a parte estratégica e tática, bem como a parte cultural. Desta forma, o Marketing
permite definir os mercados atrativos, promover a organização e desenvolver e acrescentar valor
à empresa. Para orientar o negócio, esta função pode ajudar a decidir que atividades devem ser
compradas no mercado, quais os parceiros a reter e qual a concorrência a temer.
Ao nível operacional, o Marketing procura também, através dos recursos humanos,
produtivos, financeiros e das suas UN, definir se a estratégia é ou não viável (Toledo, 2003).
3.1.5. Marketing B2B
Também com a inclusão do Marketing na dimensão industrial, foi necessário o
desenvolvimento do estudo do Marketing Business-To-Business. Assim, é importante abordar a
diferença entre dois conceitos: Business-To-Business e Business-To-Consumer. Segundo o autor
Marc Lim (2018) fazer uma separação entre o Marketing direcionado para Business-To-Business
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e o Marketing Business-To-Consumer é importante para explicar as dinâmicas do Marketing em
cada um dos modelos de negócio, quebrando a ideia centrada na perspetiva dos P’s do
Marketing Mix.
Business-to-business refere-se ao comércio entre dois representantes de empresas
diferentes, ao invés do comércio realizado entre o vendedor e o consumidor individual. As
transações nas indústrias tecnológicas são geralmente business-to-business (B2B), enquanto as
indústrias de retalho são, na maioria das vezes, business-to-consumer (B2C). Num modelo de
negócio B2B, o marketer necessita de ter a informação necessária que lhe permita o
conhecimento rico e abrangente do produto/serviço que vai vender; bem como dos mercados
para o qual a empresa o pretende fazer. Por outro lado, no modelo Business-to-consumer, a
venda é feita diretamente ao consumidor. Desde 1990, as vendas online (e-commerce)
representam grande parte da categoria B2C. Atualmente, as empresas utilizam a internet para
grandes volumes de trocas por meio desses modelos.
Todavia, o que nos interessa, no estudo a realizar, é o modelo B2B, para compreender
a atuação da empresa. Davies e Brush (1997) alertam para a importância das alianças
estratégicas neste modelo de negócio. As empresas do setor industrial são cada vez mais
interdependentes devido ao alto nível tecnológico e à expansão industrial. Assim, as alianças
permitem expandir a linha de um produto, mover um produto para uma nova área, melhorar a
penetração de mercado, promover um melhor serviço noutras áreas geográficas e,
principalmente, expandir os seus produtos. Deste modo, o papel do marketeer é estudar o
mercado e as suas dinâmicas, para detetar as áreas e empresas de maior interesse para a
criação de parcerias. Os autores alertam para o risco das parcerias internacionais, pois
permitem que a outra empresa tenha um conhecimento partilhado da cultura, negócio, ética e
outras questões legais do concorrente.
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3.2. As Feiras e Eventos
3.2.1. Definição e caraterísticas das Feiras
Bonoma (1983) apresenta a definição de feira comercial como um evento no qual os
participantes, distribuidores e fornecedores expõem um produto ou descrevem um serviço a
pessoas convidadas, como clientes atuais ou potenciais, fornecedores e outros possíveis
parceiros de negócio e imprensa. Para Black (1986), as Feiras são mercados temporários em
que fornecedores de um setor ou produto se reúnem para mostrar os seus produtos e serviços a
possíveis compradores, aos media e a outros influenciadores de compras.
Florio (1994) refere que os economistas consideram as Feiras e Eventos como uma
aglomeração, ao mesmo tempo e no mesmo local, de um grande número de fornecedores e
compradores, que ao reduzir o tempo e os custos associados dos processos de compra,
melhoram as economias de transação. Por outro lado, considerando a origem geográfica dos
participantes e a sua influência no mercado, as Feiras também podem ser classificadas como
internacionais, nacionais e regionais (Seringhaus & Rosson, 1994).
Segundo Palumbo e Herbig (2002) existem dois tipos principais de Feiras, as horizontais
e as verticais. A feira horizontal exibe uma variedade ampla de produtos, já a exposição vertical
contém produtos ou serviços específicos, por exemplo, produtos eletrónicos, médicos, etc. Os
autores realçam também a diferença entre as Feiras que são patrocinadas por associações
comerciais especificas, e Eventos independentes, organizados por entidades do setor privado,
cuja especialização é a realização e gestão de Feiras. Os autores consideram também que
existem Feiras que constituem uma junção das últimas, e reúnem, por isso, visitantes
profissionais e consumidores finais; normalmente em diferentes horários.
Maskell, Bathelt e Malmberg (2006) consideram que as Feiras permitem que os
produtores locais se conectem com parceiros não locais. Nesta perspetiva, as Feiras comerciais
são aglomerados temporários, que permitem as empresas interagir e aprender com atores que
se encontram geograficamente distantes.
Por sua vez, Kirchgeorg, Springer e Kastner (2010) definem Feiras comerciais como
Eventos de mercado com uma duração especifica, que ocorrem em determinado local, e onde
um grande número de empresas apresenta os seus principais produtos de um ou mais sectores
industriais. Também Golfetto e Gibbert (2006), através da análise de uma entidade organizadora
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de Feiras, definiram estes Eventos como plataformas de Marketing coletivo para as redes
industriais.
Atualmente, estas Feiras são parte integral do Marketing industrial (Rinallo & Golfetto,
2017). Segundo Tafesse e Skallerud (2015) as Feiras comerciais são eventos que facilitam as
várias formas de negócio e trocas sociais, através da presença dos principais stakeholders de
determinada indústria.
Assim, o contexto comercial de uma feira pode ser B2B ou B2C. No primeiro caso,
restrito ao comércio, no segundo, aberto ao público em geral. Desta forma, representam, na
atualidade, um papel importante para o ambiente de negócio das empresas (Palumbo & Herbig,
2002). Os autores Dekimpe et al. (1997) e Geigenmüller (2010) referem que as Feiras
comerciais são extremamente relevantes no impacto económico, não só para as empresas, mas
para o mundo. O mercado global relativo a este tipo de Feiras, representa 31.000 exposições
por ano, envolvendo 4,4 milhões de expositores e 260 milhões de visitantes, sendo a Europa e
América do Norte, os locais mais relevantes no que toca a esta matéria.
Empresários, fornecedores, compradores, distribuidores, associações, reguladores do
comércio industrial e, até mesmo, departamentos de governo marcam presença nas Feiras
comerciais de renome, cada entidade com as suas motivações e objetivos (Rosson &
Seringhaus, 1995). Esta diversidade é o que permite a criação de um ambiente propicio para
troca de transações, partilha de informação e a criação de relações interorganizações, onde
redes de networking podem ser solidificadas ou criadas (Blythe, 2002).
De forma generalizada, estes Eventos permitem estar conectado sobre as tendências da
indústria e do mercado (Hansen, 1999; Smith, Hama, & Smith, 2003). Esta informação pode
gerar efeitos ao nível macro, mas também individual. O principal objetivo dos expositores nestes
Eventos comerciais é ir de encontro aos potenciais compradores (Godar & O'Connor, 2001;
Gopalakrishna & Williams, 1992). Do ponto de vista dos visitantes, o objetivo é procurar as novas
tendências e a inovação (Blythe, 2002; Munuera & Ruiz, 1999; Rosson & Seringhaus, 1995).
As caraterísticas das mesmas são: intangibilidade, inseparabilidade, heterogeneidade e
perecibilidade, o que proporciona uma experiência de qualidade tanto para os exibidores como
para os visitantes. Além do objetivo de mostrar e vender o seu produto, torna possível a criação
de laços com futuros parceiros e a proximidade com o cliente. Nesta última, o participante pode
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retirar informações que ache pertinentes no sentido de melhorar a estratégia de negócio. As
Feiras e Eventos têm ainda a capacidade de promover conhecimento sobre o país onde ocorrem,
com parcerias com empresas locais, governos regionais ou câmaras municipais (Munuera &
Ruiz, 1999).
No que toca aos estudos que abrangem as Feiras comerciais, de forma geral, os autores
Santos e Mendonça (2014) referem que são escassos, mas que tendem a focar-se na perspetiva
do expositor (59,1%), sendo que os restantes 23,5% dos estudos concentraram-se sob a
perspetiva do visitante, e apenas 5,2% sobre a perspetiva do organizador. Na perspetiva do
expositor são de maior relevância os seguintes tópicos: eficácia, objetivos, seleção e
participação. No que toca à eficácia procuram justificar os investimentos realizados nos Eventos
comerciais. Os objetivos prendem-se com aquilo que o participante espera alcançar, e por fim, a
seleção e participação envolvem os critérios que levam as empresas a decidir se vão ou não
participar em determinada feira.
Santos e Mendonça (2014) depois de uma revisão literária enfatizam a inovação como
um dos objetivos dos participantes. Assim, as Feiras comerciais são importantes ferramentas
para melhorar o desenvolvimento e a adoção de novos produtos, pois os potenciais usuários e
compradores participam nestes Eventos (Bello & Barczak, 1990; Chiou, Hsieh, & Shen, 2007).
3.2.2. As várias formas de participação numa Feira
Existem várias formas de participação numa feira, duma forma geral podemos dividi-las
nos seguintes grupos: expositores, visitantes e organizadores. As perspetivas dos visitantes e dos
organizadores são as menos abordadas na literatura. Não obstante, ambos têm um papel
fundamental no bom decorrer da feira - os visitantes podem representar os compradores,
fornecedores ou instituições políticas ou associativas; os organizadores (aqueles que projetam,
produzem e comercializam) são responsáveis pela projeção das estratégias de criação de valor
da Feiras, que levam à maximização do lucro dos expositores, tendo um grande papel no
sucesso da feira (Munuera & Ruiz, 1999).
Desta forma, é possível concluir que os artigos dedicados ao modo de exposição
ocupam a maior parte da literatura sobre o tema de Feiras, no entanto, os artigos sobre os
organizadores têm aumentado a sua importância na literatura atual (desde os anos 2000). Já a
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literatura relativa aos visitantes vem flutuando ao longo dos anos (Wondwesen & Kåre, 2017).
Estes constituem o lado da procura do sistema do mercado das Feiras comerciais (ou seja,
compradores, clientes, consumidores etc.) e desenvolvem parte do comportamento emocional e
criativo durante a visita à feira (Ahola, 2012; Borghini, Golfetto, & Rinallo, 2006).
Da mesma forma, os organizadores representam provedores de serviços que reúnem
recursos sofisticados de rede e parceria, além de uma conscientização mais profunda do setor
(Munuera & Ruiz, 1999; Tafesse, 2014). Os organizadores geralmente definem a agenda da
feira, os potenciais participantes e configuram o layout da exposição, dando-lhes imenso poder
na formação do ambiente da feira (Dawson et al., 2014; Tafesse, 2014). Essas dinâmicas
sugerem que os modos de visita e organização oferecem um cenário empírico importante para a
pesquisa de Marketing. Teorias do comportamento do consumidor, gestão de Marketing e
estudos organizacionais são ampliados com base nos modos de visita e organização
(Wondwesen & Kåre, 2017).
Também as associações industriais, consultores, reguladores, órgãos governamentais e
instituições de pesquisa, apesar de serem atores periféricos de mercado devido à falta de
envolvimento direto no mesmo, acrescentam uma dimensão útil ao o ambiente da feira (Tafesse
& Skallerud, 2015). Estes atores trazem conhecimento tácito e experimental da indústria que
serve para enriquecer o ambiente de interação nas Feiras (Rice, 1992; Rinallo & Golfetto, 2006).
Também a sua posição política aprimorada permite-os atuar como fontes de legitimidade e
recursos, especialmente em novos contextos de mercado (Tafesse, 2014).
Os expositores, por sua vez, procuram com a participação nas Feiras, entrar num
mercado novo, construir uma imagem de marca e manter relacionamentos já existentes (Rosson
& Seringhaus, 1995). Cada expositor tem também possibilidade de comparação direta com a
concorrência e a sua oferta, permitindo adquirir um conhecimento em tempo real através da
comparação com as outras empresas. O ambiente das feiras permite que ocorra em paralelo a
apresentação de informações e a partilha de conhecimento, com uma exploração do mercado e
das tendências (através do que é exposto por outras empresas) e a apresentação dos próprios
produtos e serviços.
No entanto, o papel das Feiras nos processos de gestão do conhecimento ainda não é
totalmente reconhecido. Até agora, a ênfase foi colocada na avaliação da eficiência das vendas
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como um dos os principais objetivos da participação dos expositores nas Feiras (Marinkovic,
Arsenijevic, & Danicic, 2018).
3.2.3. O planeamento e desempenho nas Feiras
Aquando à organização da participação nas feiras, as empresas consideram aspetos
estratégicos tal como a localização, o acesso à comunicação, informação e instalação, no
momento de decidir se é vantajoso participar em determinada feira ou evento. A maioria dos
expositores portugueses planeia a participação antes, durante e depois da feira, no entanto, o
retorno do investimento da feira só alcança o seu pico 1 a 6 meses depois da mesma. Portanto,
é crucial que as empresas expositoras tenham uma abordagem de longo prazo, além do mais, o
retorno pode ser intangível como a imagem/reputação da marca (Santos & Mendonça, 2014).
Os participantes da Feiras projetam e implementam as suas atividades usando os
seguintes estágios da participação: pré feira, durante a feira e o pós feira. O estágio pré feira é
aquele que é planeado antes do inicio do evento, o estágio durante a feira representa a fase de
ação/execução ao vivo e o estágio pós feira representa a fase de acompanhamento depois do
evento (Gopalakrishna et al., 1995).
Entre as principais áreas de ênfase estão o comportamento da equipa, a configuração e
a apresentação do produto (perspetiva dos expositores); a procura de informações, avaliação de
fornecedores e experiências com produtos (perspetiva dos visitantes). Cerca de 8% dos artigos
que estudaram atividades pré feira focaram-se nas questões como: objetivos, seleção, práticas
orçamentais, decisões de pessoal e promoção. Também é importante decidir táticas para atrair
um público-alvo. Na fase durante a feira, os estudos demonstram a importância do treinamento
do pessoal do stand, bem como o impacto do seu design e o momento no estabelecimento de
contactos com o público atraído. A fase pós feira emprega as táticas e acompanhamento dos
contactos estabelecidos, que culminam em leads3 qualificadas como resultado final quantificável
(Wondwesen & Kåre, 2017).
O desempenho procura quantificar o sucesso da feira e determinar os seus esforços e
benefícios económicos (Shoham, 1999). A medição do desempenho da feira é realizada através
do desenvolvimento de métricas quantitativas. Quando feito corretamente, o desempenho da
3 A lead é um campo do CRM que indica o início do interesse de um possível cliente num determinado produto ou serviço de uma empresa.
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feira gera dados importantes que auxilia os tomadores de decisão a desenvolver objetivos e a
mover os recursos organizacionais específicos para gerir as áreas de negócio (Sridhar &
Gopalakrishna, 2015).
O desempenho da feira pode ser medido em vendas ou resultados relacionados com o
comportamento (Hansen, 2004). O desempenho relacionado com as vendas depende de
métricas como eficiência de atração ao stand, contactos realizados e vendas reais (Dekimpe et
al., 1997; Gopalakrishna et al., 1995). Estes dados são calculados usando informações
recolhidas pelos participantes e são facilmente comparáveis entre empresas (Gopalakrishna &
Williams, 1992). Por outro lado, o desempenho relacionado com o comportamento avalia em
que medida a participação na feira permite obter informações do setor/mercado,
relacionamento cliente/fornecedor e a criação de imagem de marca, entre outros (Hansen,
2004; Kerin & Cron, 1987).
3.2.4. Efeitos micro e macroeconómicos das Feiras
As Feiras têm um caráter multifuncional e, por isso, permitem uma ampla gama de
funções do Marketing, que os expositores e visitantes usam para alcançar os seus objetivos.
Estes Eventos permitem a apresentação de novas produtos, tecnologias e serviços; bem como
mostrar o posicionamento da empresa. Através das mesmas, é possível aumentar o efeito sob
os média da empresa expositora, possibilitam benchmarking4 entre concorrentes, promovem a
motivação dos funcionários e aumentam o recrutamento dos funcionários (Miñana, 2017).
Assim, as Feiras aumentam o nível de conscientização da própria empresa e analisam a
situação competitiva. Funcionam, por isso, como um instrumento de pesquisa de mercado, pois
é num ambiente de feira que são, muitas vezes, apresentadas novas tendências.
Além de objetivos microeconómicos, as empresas possuem efeitos macro sobre as
economias das cidades onde acontecem, promovendo o desenvolvimento urbano, regional e
nacional por meio de investimentos em infraestruturas, de receitas, produção e criação de
emprego (Fedesarrollo & Jaramillo, 2005).
Santos e Mendonça (2014) num estudo realizado às PMEs portuguesas, referem que as
Feiras têm ganhos do ponto de vista de todos os participantes. Por exemplo, do ponto de vista 4 Benchmarking é o processo de procura das melhores práticas duma indústria, com o objetivo de aumentar o desempenho da empresa.
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do organizador, a feira é importante para analisar o perfil do visitante e a satisfação do expositor
e visitante, num sentido mais amplo. Do lado do expositor é importante, pois permite o acesso a
informações sobre o evento, a análise dos registros de visitantes, a avaliação do desempenho
dos concorrentes, a eficácia da publicidade para a feira (TV, imprensa, catálogos, etc.), a
eficiência da relação entre o número de convites enviados e o número de visitantes.
3.2.5. Fatores que influenciam a participação e os resultados das Feiras comerciais
No geral, a inovação afeta positivamente o desempenho das Feiras (Chiou, Hsieh, &
Shen, 2007). Assim, torna-se estratégico para as empresas apresentarem os seus produtos nos
diferentes estágios de desenvolvimento (Kim & Mazumdar, 2016). As Feiras comerciais facilitam
a aceitação do consumidor de produtos inovadores, pois a interação física com o produto e o
vendedor reduz as barreiras à adoção de novos produtos (Barczak, Bello, & Wallace, 1992).
No seguimento dos estudos sobre a inovação, os autores Boermans e Roelfsema (2014)
mostram que o caráter inovador por parte do fornecedor fortalece também uma rede de troca de
informações importantes. Esta partilha de informação gera comunicação frequente entre
compradores e fornecedores, o que contribui positivamente para a cadeia de negócio.
Portanto, quando os gestores tencionam escolher fornecedores, devem considerar a
inovação do mesmo como um indicador de escolha. Os fornecedores também devem
representar hipóteses de alargar outras oportunidades de colaboração, através da troca de
informação e partilha de redes. Todavia, não é só nesse sentido que os gestores devem
procurar um fornecedor que aposte na inovação. Outra das situações acontece quando um
colaborador é confrontado com fatores internos, aos quais não consegue dar uma resposta
clara. Neste caso pode optar, através do sourcing estratégico, por contactar fornecedores do
mesmo ramo, que também possuam conhecimento e o fator inovação, para conseguir
informação que desbloqueie o seu processo. Mais uma vez, este processo aumenta a agilidade
na cadeia de negócio.
Também, à luz dos estudos realizados por Sarmento e Simões (2018) a promoção/
internacionalização de exportação surge como um dos objetivos da participação em Feiras
comerciais, da perspetiva do vendedor num contexto B2B. As empresas participarem,
frequentemente, em Feiras que acontecem nos países para os quais exportam, faz parte da sua
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estratégia de Marketing. Por outro lado, a participação estratégica pode passar pela presença em
Feiras em mercados que integram o leque de países para os quais pretendem expandir
internacionalmente para estabelecer relações comerciais (Herbig, O' Hara, & Palumbo, 1998).
Assim, as oportunidades passam por fortalecer contatos comerciais e desenvolver novas
relações cujo objetivo é a expansão internacional (Nadège & Cambell-Hunt, 2015).
Evers e Knight (2008) referem que as Feiras comerciais são pertinentes para o
desenvolvimento internacional de pequenos exportadores, ainda que estas empresas tendam a
participar menos neste tipo de Feiras, quando comparadas com empresas de maior dimensão.
Esta teoria é explicada pelos elevados custos associados às participações nas Feiras comerciais
(Dekimpe, et al., 1997; Shipley, Egan, & Wong, 1993; Herbig, O' Hara, & Palumbo, 1997). O
estudo de Sarmento e Simões (2018) também demonstra que, quando comparada à
participação coletiva, a exposição individual é mais benéfica em termos de construção de
imagem e reputação (Skallerud, 2010). Santos e Mendonça (2014) em relação às empresas
portuguesas, prevê dois aspetos: uma parte das empresas consideram a participação conjunta
uma limitação à sua capacidade de venda e Marketing, a outra parte, consideram uma
oportunidade de reforçar a sua presença no mercado internacional.
As Feiras comerciais, podem também ser uma ferramenta integrada da comunicação e
do Marketing de uma empresa. Assim, o estudo revela que as empresas não devem focar
apenas nos expositores, mas também dar relevância às necessidades de comunicação dos
expositores e visitantes (Blythe, 2010). Desta forma, o sucesso da participação numa feira
comercial é melhor se combinada com outros instrumentos de comunicação e do Marketing
(Kirchgeorg, Springer, & Kästner, 2009). Assim, o estudo de Smith, Gopalakrishna e Smith
(2004) mostra que as vendas e os lucros melhoram, quando a participação na feira enquadra o
plano de comunicação.
No que toca à oferta de serviços intensivos, a qualidade do serviço desempenha um
papel muito importante para o sucesso do relacionamento na feira. Na qualidade do serviço da
perspetiva dos autores Lin e Lin (2013) são propostos seis critérios para classificar a avaliação
do expositor sobre a qualidade do serviço da organização: exposição do Marketing, design de
exposições, ambiente circundante, pessoal de serviço, gestão do stand e informação disponível.
Também o uso das plataformas virtuais e da internet nas Feiras é extramente importante
para permitir trocas de informação em tempo real. Gregory e Breiter (2001) citados por
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Figura 4 – Stakeholders e tópicos de pesquisa na literatura sobre Feiras Comerciais. Fonte: Tradução e adaptação de (Sarmento & Simões, 2018, p. 12)
Sarmento e Simões (2018), revelam a importância estratégica das novas tecnologias para a
gestão da atividade nestes Eventos. Os organizadores das Feiras usam a Internet no dia-a-dia
para interagir com fornecedores, expositores ou participantes. O uso da Internet torna-se, assim,
essencial para obter eficiência e eficácia das Feiras comerciais. Li (2010) por sua vez, indica o
uso da internet como uma poderosa influência no desempenho dos expositores nas diferentes
etapas do processo (pré feira, durante a feira e pós feira).
Ao nível cultural, o evento é visto como um ecossistema de várias partes interessadas,
exigindo uma abordagem integrada entre todos os atores de um mercado ou indústria, sendo
necessário estabelecer momentos de conhecimento cultural, semelhança, aprendizagem e troca
de informação.
Para captar o interesse dos visitantes, a recolha de informação com uma pesquisa
exaustiva de Marketing industrial é extremamente importante (Borghini, Golfetto, & Rinallo,
2006).
Os autores Sarmento, Simões, e Farhangmehr (2015) reportam que nas Feiras existe
um contexto de negócio diferente, muito menos formal, do que num escritório. Para explicar esta
situação, os mesmos, referem que os episódios de socialização neste contexto específico têm
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implicações diretas no negócio. Estes episódios podem ocorrer nos níveis formal e informal,
gerando aprendizagem e reduzindo distância/incerteza entre as partes. Estas relações também
permitem o estabelecimento de limites.
Assim, espera-se que uma mudança de cenário tenha impacto no modo como os grupos
de negócios interagem fora do escritório. As partes tendem a avaliar o relacionamento ao longo
de uma sequência de interações. Por serem capazes de identificar e medir episódios num
contexto e nível particulares, torna possível melhorar a qualidade do relacionamento. Ou seja, a
ideia geral do estudo é que a qualidade do relacionamento é afetada por interações (episódios de
socialização) que ocorrem num ambiente de feira comercial.
Em particular, as trocas de informações e trocas sociais que acontecem ao nível da
feira, aumentam a qualidade do relacionamento, incutindo valores de confiança, satisfação,
compromisso, confiabilidade na relação entre as partes, aumentando o desejo de manter o
relacionamento. Todavia, existem outras condições ou fatores situacionais (por exemplo,
importância do produto e idade da relação) que afetam a relação entre episódios de socialização
e qualidade de relacionamento. O intercâmbio social na feira é relevante para melhorar a
qualidade do relacionamento pois a atmosfera específica da feira facilita a obtenção de tais
ganhos.
No seguimento, a qualidade do relacionamento tem uma clara implicação na
antecipação de futuras interações, em particular sobre as intenções em relação a compras. Além
disso, no contexto da feira comercial B2B, o efeito dos episódios de socialização é muito
pertinente para gerar uma intenção de manter o relacionamento a longo prazo e para ajudar a
prever as tendências de mercado.
Tal ideia confirma a teoria, que quando as partes estão longe de sua rotina profissional,
há uma dedicação maior ao processo de interação. Este contexto também pode contribuir para
conhecer a pessoa por trás do profissional, o que é importante para gerar uma compreensão
holística do caminho em que o negócio e o relacionamento devem ser desenvolvidos.
Para além disso, os resultados mostram que a presença da alta gerência nas Feiras de
negócios, favorece positivamente a subida do preço das ações e fornece evidências empíricas de
que as Feiras acrescentam valor ao negócio das empresas, principalmente nesta situação. Ou
seja, quando a alta gerência participa nas atividades de Marketing, nomeadamente em Feiras, o
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retorno de investimentos é maior. Esses argumentos estão enraizados na teoria comportamental
da empresa e descrevem a atividade organizacional como motivada pela presença da alta
administração. Os resultados sugerem que o facto de existir um funcionário da alta gerência nas
Feiras promove também o incentivo dos funcionários com cargos mais baixos. Desta forma, os
colaboradores de cargo mais baixo, concentram-se sobre as oportunidades de relacionamento
(criação de contactos) presentes nas Feiras, ao invés de se preocuparem unicamente com
vendas ou outras trocas de resultado imediato.
3.2.6. As Feiras como instrumento do Marketing
As Feiras têm um grande papel no Marketing, são lugares onde uma variedade
diversificada de vendedores estão concentrados, bem como uma grande parte de clientes
(Wondwesen & Kåre, 2017). As Feiras apresentam-se, assim, como um componente do Mix
promocional do Marketing Industrial. As pesquisas na área do Marketing industrial concentram-
se sobretudo no processo de decisão de uma empresa participar numa feira, devido à
preocupação com os elevados custos. Assim, estes estudos permitem selecionar os melhores
eventos para participar, gerir a participação efetiva e maximizar o retorno dos investimentos
(Borghini, Golfetto, & Rinallo, 2006; Hansen, 1996).
Na geografia econômica, a literatura desenvolvida durante os anos 2000 diverge em
aspetos importantes das abordagens tradicionais do Marketing Industrial. É baseado nas
premissas de produção, comércio local e de cenário global, que os autores procuram perceber
como as empresas em aglomerados específicos (Feiras) obtêm acesso a mercados mais amplos
(Bathelt, Malmberg, & Maskell, 2004).
As empresas que operam nos mercados industriais normalmente investem grande parte
de seu orçamento promocional para exibir nesses eventos que são particularmente úteis para
contactar compradores nas principais etapas do processo de compra, onde avaliam soluções,
produtos e fornecedores alternativos (Gopalakrishna & Lilien, 1995).
Como tal, a pesquisa na área do Marketing Industrial tem-se concentrado em medir e
maximizar os resultados de Feiras, ao vincular as atividades pré feira, durante a feira e pós feira
dos expositores com indicadores de desempenho de comunicação e vendas. Estes autores,
incidem sobre como melhorar as práticas que maximizam os resultados da participação dos
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expositores nas Feiras, inicialmente focado nos resultados de vendas. Atualmente, a literatura
mais recente realça outros fatores importantes como a promoção da imagem de marca nos
mercados industriais e a promoção dos fluxos de comunicação (Hansen, 2004; Bettis-Outland,
Johnston, & Wilson, 2012).
A decisão de participação numa feira geralmente envolve um debate na organização –
más experiências, a dificuldade de obter resultados imediatos da participação, a preocupação
com a escolha do evento - são questões levam a ver a participação nas Feiras com algum
ceticismo, não sendo, por norma, uma atividade recorrente de uma empresa.
Para tornar esta atividade parte da rotina de uma organização é necessário programar a
participação com a recolha de dados sobre a feira, por exemplo: abrangência de produtos, os
clientes e concorrentes que estarão presentes, a pertinência do tema para a empresa, o timing
em que se realizará e dados internos sobre os interessados em participar e que produtos
apresentar. Baseado nesta informação, segue-se a avaliação da pertinência da participação. Este
processo é importante para perceber o quanto esta feira se pode revelar como um instrumento
importante do Marketing Mix (Association of the German Trade Fair Industry, 2014).
A comunicação
Aquando a participação de uma organização numa feira é extremamente importante a
troca de informação, tanto da parte do expositor, como da parte do visitante. Existe uma maior
proximidade entre as pessoas, sem a interferência dos media, sendo a comunicação face-a-face,
uma das maiores caraterísticas e vantagens da participação numa feira. Os instrumentos
clássicos de comunicação passam pela publicidade, promoções, relações públicas e comércio
direto. Duma forma mais subtil, também a pesquisa de mercado e o design empresarial podem
ser considerados instrumentos de comunicação. Assim, as Feiras não servem apenas para
promover um produto, mas também para retirar informação de mercado através da visita. Por
outro lado, o design corporativo deve refletir a imagem que a empresa procura passar para o
mercado.
Contudo, este estudo também mostra que a disposição de partilhar informações pode
ajudar os membros da cadeia de negócio a reagirem rapidamente às mudanças do mercado.
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Isto porque a partilha de informações cultiva o planeamento conjunto conseguido por uma
comunicação frequente.
Os preços e condições de venda
Outros fatores importantes são o estabelecimento dos preços da empresa e das
condições de venda: preço, crédito, descontos, formas de pagamento, entre outros serviços.
Estes últimos devem incluir o cliente-alvo, tamanho das empresas, localizações e distâncias de
envio. A presença numa feira permite-nos observar os preços que estão a ser praticados e as
condições de venda/compra oferecidas num ambiente comercial e, ao mesmo tempo, receber
junto dos clientes informação para determinar a estratégia de venda. Esta informação em tempo
real possibilita-nos abrir novas perspetivas, adequar as nossas condições de venda e preços ao
que o mercado pede e ao mesmo tempo, salvaguardar os lucros.
A distribuição
A distribuição como parte do Marketing mix inclui a organização das vendas, a criação
de canais de venda, o armazenamento e o transporte. Assim, as Feiras permitem à organização
determinar se a participação na feira pode ser ou não positiva. Previamente, a organização
estipula em que mercados pretende restruturar a força de vendas e em que mercados procura
entrar. As Feiras podem ser o ambiente ideal para procurar representativos de vendas e
parceiros de