o Meio Ambiente o Discurso Geográfico

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Revista Ponto de Vista – Vol.4 O MEIO AMBIENTE: O DISCURSO GEOGRÁFICO RUMO A TRANSDISCIPLINARIDADE Edson Soares Fialho Departamento de Artes e Humanidades - Geografia Universidade Federal de Viçosa (UFV) Campus Universitário – Viçosa – MG CEP – 36570-000 [email protected] Resumo: A produção do espaço geográfico sempre se faz através da apropriação da natureza que muitas vezes pode gerar um processo de degradação do meio ambiente, representando os valores da sociedade que o constrói e o reproduz. O olhar sobre os problemas socioambientais não é exclusividade dos campos disciplinares. Nesse sentido, esse trabalho pretende contribuir com a discussão sobre o meio ambiente, na perspectiva através da transdisciplinaridade. Palavras-chave: Geografia, Meio ambiente e Natureza. Abstract: The production of the geographical space is always made through the appropriation of the nature, that a lot of times, it can generate a process of degradation of the environment, that the values of the society that it builds it acts and it reproduces. In spite of that, the glance on the problem environmental and social is not exclusiveness of the fields disciplines. In that sense, that work intends to contribute with the discussion on the environment, through the transdisciplinar. Key-words: Geography, Environmental and Nature Introdução – A Geografia do admirável Mundo Novo Atualmente, a Geografia tem a tarefa de entender o espaço geográfico, cada vez mais dinâmico com uso de novas tecnologias, possibilitando a circulação de produtos e o incremento do consumo num mundo capitalista que entende a natureza como elemento passível de ser privatizado, portanto transformado em mercadoria. Em conseqüência disso, possibilita maior distanciamento entre o tempo do ser humano e o tempo da natureza. 37

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    O MEIO AMBIENTE: O DISCURSO GEOGRFICO RUMO A TRANSDISCIPLINARIDADE

    Edson Soares Fialho Departamento de Artes e Humanidades - Geografia Universidade Federal de Viosa (UFV) Campus Universitrio Viosa MG CEP 36570-000 [email protected] Resumo: A produo do espao geogrfico sempre se faz atravs da apropriao da natureza que muitas vezes pode gerar um processo de degradao do meio ambiente, representando os valores da sociedade que o constri e o reproduz. O olhar sobre os problemas socioambientais no exclusividade dos campos disciplinares. Nesse sentido, esse trabalho pretende contribuir com a discusso sobre o meio ambiente, na perspectiva atravs da transdisciplinaridade. Palavras-chave: Geografia, Meio ambiente e Natureza.

    Abstract: The production of the geographical space is always made through the appropriation of the nature, that a lot of times, it can generate a process of degradation of the environment, that the values of the society that it builds it acts and it reproduces. In spite of that, the glance on the problem environmental and social is not exclusiveness of the fields disciplines. In that sense, that work intends to contribute with the discussion on the environment, through the transdisciplinar. Key-words: Geography, Environmental and Nature Introduo A Geografia do admirvel Mundo Novo

    Atualmente, a Geografia tem a tarefa de entender o espao geogrfico, cada vez mais dinmico com uso de novas tecnologias, possibilitando a circulao de produtos e o incremento do consumo num mundo capitalista que entende a natureza como elemento passvel de ser privatizado, portanto transformado em mercadoria. Em conseqncia disso, possibilita maior distanciamento entre o tempo do ser humano e o tempo da natureza.

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    mailto:[email protected]
  • A reduo das distncias geogrficas potencializa e amplifica os problemas socioambientais, tornando-os de ordem mundial. Na tentativa de reverter o descompasso entre necessidades e demandas de mercadorias, elemento catalisador de uma identidade ou condio de status-quo, acaba por pressionar a natureza, que cada vez mais, torna-se fragmentada.

    A conseqncia disso o aumento dos problemas sociais e ambientais. Nesse sentido, Layrargues [1] procura introduzir na discusso da problemtica socioambiental, o papel dos servios ambientais prestados pela natureza, tais como: produo de gua, conteno das encostas, manuteno dos ciclos de nutrientes no solo, dentre outros e seus benefcios, distribudos pela natureza, indistintamente humanidade, com objetivo de criar uma nova percepo que abala o princpio da propriedade privada, pois os servios ambientais, enquanto externalidades positivas, so, por excelncia, um patrimnio coletivo.

    Considerar a natureza enquanto um patrimnio coletivo implica na redefinio do conceito de propriedade. Nessa questo, o sistema jurdico, quando envolvido em pendncias ambientais, confronta diretamente o proprietrio de um bem contra os interesses da coletividade. Na medida em que, o servio ambiental se dissemina de modo aleatrio pela sociedade, o sistema jurdico no teria outra possibilidade que no interpret-lo como de interesse difuso. Este est em funo de um nmero indeterminado de sujeitos, revelando a recente vulnerabilidade do statusquo neoliberal centrado no indivduo.

    Nessa perspectiva, a Cincia Geogrfica reaparece no cenrio das cincias como uma ferramenta de auxlio no entendimento dos problemas do nosso cotidiano e dos problemas mundiais, que so colocados pelos meios de telecomunicaes. Em razo disso, os professores de Geografia so cada vez mais requisitados, aps a Rio-92, em suas prticas pedaggicas, a responderem questes relacionadas ao meio ambiente.

    Nesse momento, o professor deve ser cuidadoso no direcionamento do tema permitindo a construo de um frum de debate de idias, de modo que o mediador (professor) possibilite o desenvolvimento do entendimento dos acontecimentos numa lgica crtica e coerente dos fatos relatados. necessrio cautela para evitar o risco do tema ser abordado de forma superficial, o que pode gerar

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    discursos inflamados sem reflexo adequada. Para isso, torna-se importante ensinar o aluno a duvidar. Essa a chave para desencadear a construo do pensamento.

    A insegurana dessa dvida a nossa fora motriz, que deve ser acompanhada da prtica do reaprender, com vistas a superar o mito do Bom Professor, indivduo capaz de satisfazer apenas a estrutura burocrtica da Escola, deixando de lado o aprendizado dos alunos. Entretanto, a proposta, em muitos momentos, torna-se difcil de ser aplicada, pois a maioria das Escolas esto pautadas ainda, no paradigma do positivismo, que define o bem e o mal, o certo ou errado, no admitindo nuana.

    Contudo, no se pode deixar de se tentar algo novo. Mesmo porque, os nmeros da evaso escolar so assustadores. A Escola, nos tempos de hoje, desinteressante para o aluno, porque no discute os valores e os problemas do mundo do aluno, que tambm o nosso. Isso verificado quando inicialmente os alunos, ao ingressarem no Ensino Fundamental, vem a Geografia como uma disciplina atraente, contudo, essa viso muda significativamente. O que acontece? Percebe-se que a resposta pode ser encontrada nas estratgias e nos instrumentos que ns professores utilizamos. Deixamos de observar o cotidiano, contamos o final do filme e, ainda supervalorizamos o texto formal como se esse encerrasse todo o conhecimento e o saber da Geografia. A utilizao de outras formas de linguagens e outras possibilidades pedaggicas para o ensino de Geografia se torna necessrio. Nesse contexto, o resgate das prticas de trabalhos de campo, busca despertar a curiosidade do aluno em fazer algo novo, contribuindo para que a dicotomia entre os campos do saber, identificada em vrios livros didticos do Ensino Fundamental e Mdio, se torne ultrapassada. Esclarecendo conceitos

    Antes de iniciarmos a discusso, preciso esclarecer alguns

    conceitos que cercam o tema. Ao fazer isso, encontro a palavra disciplinaridade, adotada a partir de um contexto histrico no qual a construo do saber tomou o caminho da especializao. Resultado desse processo de compartimentao ocorreu uma notvel diviso do

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  • trabalho acadmico, de modo que cada disciplina passou a responder por um segmento do conhecimento.

    No entanto, nas ltimas dcadas vem se intensificando a percepo de que, na maior parte dos vrios ramos da cincia e da tecnologia, a abordagem analticoreducionaista no considera um aspecto essencial do mundo em que vivemos.

    Aps a dcada de 1970, a conscientizao de que os estudos de degradao ambiental no deveriam ser realizados somente sob o ponto de vista fsico ou atravs de uma disciplina especfica, se torna latente [2].

    Na realidade, para se compreender as causas dos problemas socioambientais, deveria ser levado em considerao as relaes existentes entre a degradao ambiental e a sociedade. Nesse sentido, a cooperao entre os especialistas e os pesquisadores de diversas reas, embora necessria, parece insuficiente, na medida em que, muitas vezes apenas h um somatrio de resultados parciais do saber sem uma coerncia, que nos aproxime da realidade ambiental. Pois, quando analisamos estudos multidisciplinares, identifica-se a reunio de vrias disciplinas para analisar um determinado problema, sem que haja interpelaes entre estas, ou seja, o estabelecimento de intercmbios entre os diversos enfoques. Cada profissional acaba por oferecer uma resposta linear e limitada demanda contida em um determinado projeto e a simples justaposio de anlises e possveis solues no garantem que os resultados dos trabalhos desenvolvidos pelos diferentes campos disciplinares sero transformados num conjunto coerente e vivel de respostas operacionais e relevantes.

    A interdisciplinaridade surge como uma necessidade prtica de articulao das vrias reas do conhecimento, mas constitui um dos efeitos ideolgicos mais importantes sobre o atual desenvolvimento das cincias, justamente por apresentar-se como o fundamento de uma articulao terica.

    Portanto, a abordagem interdisciplinar se diferencia da multidisciplinaridade, pois h intercmbio das diferentes reas do conhecimento que se estabelece entre os diferentes profissionais. Vale salientar que ainda no est muito clara tal distino no mbito acadmico nem fora deste.

    Milton Santos [3] comenta a respeito:

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    "...A confuso que se estabeleceu entre a multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade foi ajudada pelas prprias condies de organizao e funcionamento de certas universidades, sobretudo nos Estados Unidos. E isso por duas razes. De um lado, a vocao, consciente ou no, de apresentar pedaos da realidade, colocados com esparadrapos numa espcie de caleidoscpio, com se fosse a realidade una, ou seja, a prpria realidade: no h interdisciplinaridade que possa ser aplicada a uma colcha de retalhos. Mas houve tambm um certo nmero de universidades norte-americanas ou que seguem seu modelo uma ntida preocupao de ordem comercial que se sobrepem aos objetivos pedaggicos. Os chamados cursos interdisciplinares passam a ser uma frmula para aumentar a rentabilidade do negcio, permitindo fazer sentar numa sala um grande nmero de estudantes sob a conduo de um s professor. Assim, a receita sobe sem que a despesa aumente..."

    Observa-se ento que h uma vulgarizao do conceito de

    interdisciplinaridade, com objetivos claros de transform-lo em uma isca para pessoas menos esclarecidas de seu significado. O mesmo autor, ainda alerta que uma interdisciplinaridade mercantil, ao invs de fazer a cincia progredir, pode contribuir para sua regresso.

    No que tange s equipes interdisciplinares, Souza [4] aponta a existncia de grandes obstculos para a real efetivao dessas, que raramente conseguem ultrapassar a cooperao entre os especialistas. Cada um assume a sua condio de Senhor Feudal exclusivo de um pedao da realidade teoricamente autnomo perante os demais, reforado pela diviso dos departamentos. Isso por sua vez, gera outras dificuldades, a primeira delas, se refere comunicao entre as cincias, ou seja, a linguagem acaba por representar um veculo de entrave do entendimento entre reas afins da cincia. A segunda est ligado aos nveis de pertinncia que cada profissional ir atribuir aos elementos selecionados para anlise. Com isso, a instituio passa representar o lugar da incomunicabilidade das cincias, decorrente das questes egolgicas.

    Nesse contexto, o discurso interdisciplinar decepciona, uma vez que demonstra um abismo entre a teoria e a prtica. Neste caso a interdisciplinaridade seria transformada em mais um discurso vago,

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  • ao invs de estratgia de proximidade entre pesquisadores de diferentes formaes acadmicas, com o propsito de desenvolver estudos que apresentassem como objetivo superao gradual de condicionantes monodisciplinares assim como da mentalidade compartimentada da cincia.

    Numa tentativa de superar tais dificuldades, a transdisciplinaridade significa uma forma de evoluo em relao a abordagem interdisciplinar, pois elege como preocupao algo que vai alm da compreenso da dinmica das transformaes ambientais, atravs do conhecimento das intercalaes entre os elementos presentes na paisagem.

    Esta abordagem transcende a viso integrada dos saberes para anlise do ambiente em si, aprofunda as discusses de ordem poltica, econmica e tica. Portanto, a transdisciplinaridade supera as relaes tcnicas, dirigindo-se s reais causas que promoveram as transformaes ambientais. Tornando, assim, difcil de ser colocada em prtica. Isso se justifica, devido aos inerentes conflitos que seriam gerados entre os diversos atores envolvidos na organizao do espao. Alm disso, outra limitao inerente a dificuldade de se conjugar as metodologias de anlise. Esta dificuldade, segundo alguns crticos poderia reduzir o carter cientfico.

    Apesar das dificuldades inerentes s metodologias inter e transdisciplinares, atualmente, percebe-se um grande esforo de alguns setores da instituio, os quais promovem fruns, onde cientistas de diferentes formaes acadmicas buscam estabelecer dilogos entorno dos problemas comuns.

    Alguns eventos vm sendo organizados nesta perspectiva, no seio da Geografia, como o SENISA Seminrio Nacional de Impactos Socioambientais Urbanos em Curitiba, em 2002, promovido pelo Departamento de Geografia da UFPR, onde a temtica urbana, representou o eixo condutor/agregador de pesquisadores de vrios campos do saber, dentre eles arquitetos, engenheiros, urbanistas e gegrafos que pensam a cidade.

    O SIBRADEN Simpsio Nacional Brasileiro de Desastres Naturais realizado em 2004, em Florianpolis e 2007 em Santos. Nesse contexto, nota-se cada vez mais a necessidade de integrar e produzir uma viso de mundo una, valorizando a relao entre a

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    sociedade e a natureza, o que vem reforar a ruptura das dicotomias ainda promovidas pelo pensamento cientfico moderno.

    O trabalho de campo: um esforo transdisciplinar?

    Decorrente da viso disciplinar fragmentada Leff [2] verifica

    o agravamento dos problemas ambientais, pois gera a falsa certeza de domnio da natureza e de um conhecimento econmico sem limites, que no mais representa a realidade.

    Partindo desse princpio, o estudo sobre o meio ambiente, atualmente, requer uma nova alternativa, contrapondo-se ao que hoje ainda se faz. Portanto, os pesquisadores devem trabalhar em prol do entendimento da complexidade ambiental. E nesse momento, se faz necessrio a desconstruo do pensamento predominante, pois a cincia perdeu suas certezas [5]. Sua capacidade preditiva foi eliminada, inviabilizando a possibilidade de se construir um mundo planejado de maneira centralizada e com base numa racionalidade cientfica e numa racionalizao dos processos sociais.

    Nesse contexto, a educao deve preparar as novas geraes no apenas para aceitarem a incerteza, mas prepar-las tambm, para novas mentalidades, capazes de compreender as complexas inter-relaes entre os processos objetivos e subjetivos que constituem seus mundos. Trata-se de uma educao que permita aos indivduos vencer a cultura de desesperana e alienao. A fim de conquistar a emancipao que permita o surgimento de novas formas de reapropriao do mundo.

    Nesse sentido, o trabalho de campo, ao trabalhar com as observaes sensveis (percepo, sensao, olhar, audio e o odor) do indivduo, cria condies de despertar o interesse pelo novo saber, ressurge como uma prtica pedaggica, capaz de produzir como conseqncia o surgimento de uma pessoa mais comprometida com os ideais coletivos, um cidado consciente dos seus direitos e deveres, na medida em que, o dilogo entre os campos dos saberes disciplinares cria uma conscincia comum que procura compreender os problemas socioambientais dentro de uma perspectiva integrada.

    Diante disso, o trabalho de campo se insere na pedagogia da complexidade ambiental, pois no se identifica com o conformismo,

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  • com o viver ao sabor do momento, com a sobrevivncia. Ao contrrio, trata-se da induo da imaginao criativa e da ao solidria, da viso prospectiva de uma utopia fundada na construo de um novo saber e de uma nova racionalidade [2].

    Aps consideraes tecidas, destaca-se algumas preocupaes relativas aos bancos escolares. Nesse caso, levanta-se a seguinte pergunta:

    A Escola est preparada para adotar uma metodologia Transdisciplinar?

    Ao pensar que uma instituio apresenta problemas semelhantes ao da Escola, apenas se diferenciado em relao ao prestgio social, nota-se que as duas instituies tm as mesmas chances de adotarem a metodologia transdisciplinar, tornando-se um centro produtor de conhecimento.

    Nesse sentido, como pensar a Transdisciplinaridade na Escola?

    O grande esforo de tornar a Escola um lugar de formao do cidado consciente, fez com que os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs) [6] procurassem inserir as preocupaes ambientais, sob o rtulo de Educao Ambiental, na perspectiva da transversalidade, de modo a incorporar a prtica educativa, exigindo do professor uma readaptao dos contedos abordados na sua disciplina.

    Os professores, por sua vez, com objetivo de se adaptar s novas exigncias reproduzem as informaes da mdia sem qualquer reflexo sobre a questo apresentada em sala. No se pode desmerecer a questo ambiental, mas a forma como o professor, formado por uma universidade disciplinar, vem desenvolvendo sua funo luz de um paradigma (inter ou transdisciplinar) ainda pouco discutido pelos mesmos.

    Emerge outra pergunta. Do jeito que vem sendo feito pode dar certo? Acredita-se que no. necessrio algo a mais, como por

    exemplo, a reorganizao dos contedos, valorizando as observaes sensveis.

    O aluno pode vir a ser um sujeito da construo do conhecimento e no mais um objeto de recepo do conhecimento pronto. Com isso, pode-se dizer que, h necessidade de uma

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    mudana na orientao dos alunos do Ensino Fundamental e Mdio, que tm em mente a aula como um espao de exerccio do monlogo, na qual o aluno o ba que adquiri ou guarda conhecimento e o professor apenas fala. Faz-se necessrio melhorar a relao de intercmbio entre professor e aluno para que ocorra aprendizagem e o fluir da criatividade indisciplinar do aluno.

    Consideraes Finais Para refletir...

    A Escola, com os seus problemas relacionados a infra-

    estrutura e de composio dos quadros de horrios das disciplinas, pode vir a possibilitar o surgimento de duas Escolas distintas em uma nica instituio, na qual no h um dilogo. A Escola ainda o local, na qual se planta a semente da curiosidade, deve ser o ambiente dos profissionais de mentalidade Inter e Transdisciplinar, fugindo, assim, de preconceitos e corporativismos, usados como forma de repelir as invases em campos do conhecimento que j possuem pseudo-donos.

    Afinal, a pulsao do saber indisciplinar e por isso no devemos tolir os pensamentos e os absurdos, pois eles s existem na medida em que educamos com as amarras do positivismo clssico. Vivemos hoje a incerteza, naturalmente estamos buscando por um caminho transdisciplinar, mesmo no sabendo, porque cada vez mais percebemos o quanto difcil adquirir a viso do todo por meio de suas partes.

    REFERNCIAS 1. LAYARGUES, Philippe Pomier. Educao para Gesto

    Ambiental: A cidadania no enfrentamento poltico dos conflitos scioambientais. in: LOUREIRO, C. F. B.; LAYARGUES, P. P.; CASTRO, R. S. de. (orgs.).: Sociedade e Meio Ambiente: A educao ambiental em debate. 3. ed. So Paulo: Cortez, 2002, p. 87-155, 182 p.

    2. LEFF, Enrique. Epistemologia Ambiental. Traduzido por

    Sandra Valenzuela. 3 ed. So Paulo: Cortez, 2002, 240 p.

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  • 3. SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova. So Paulo:

    HucitecUSP, 1978, 236 p. 4. SOUZA, Marcelo Jos Lopes de. Planejamento Integrado de

    Desenvolvimento: Natureza, Validade e Limites. Revista Terra Livre. So Paulo, AGBSP, n. 10, p. 123-139, 1992.

    5. PRIGOGINE, Ilya. O Fim das certezas: Tempo, Caos e as Leis

    da Natureza. Traduzido por Roberto Leal Ferreira. So Paulo: Unesp, 1996, 199 p.

    6. BRASIL. Secretaria de Educao Fundamental. Parmetros

    curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentao dos temas transversais / Secretaria de Educao Fundamental. Braslia: MEC/SEF, 1998, 436 p.

    Agradecimentos.... A Letcia Maria do Bomfim Fialho, pelo seu nascimento proporcionar uma nova luz em meu caminho. E a minha Esposa, Edmar Maria do Bomfim Fialho, pela pacincia, compreenso e confiana.

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