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1 PROJETO PEDAGÓGICO O MENINO QUE QUERIA SER CELULAR Rua Tito, 479 – Lapa – São Paulo – SP CEP 05051-000 DIVULGAÇÃO ESCOLAR (11) 3874-0884 [email protected] www.editoramelhoramentos.com.br www.facebook.com/melhoramentos

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PROJETO PEDAGÓGICO

O MENINO QUE QUERIA SER CELULAR

Rua Tito, 479 – Lapa – São Paulo – SP

CEP 05051-000

DIVULGAÇÃO ESCOLAR

(11) 3874-0884

[email protected]

www.editoramelhoramentos.com.brwww.facebook.com/melhoramentos

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Marcelo Pires é gaúcho, de Porto Ale-gre, e tem 44 anos. Publicou, com os ami-gos Camila Franco e Jarbas Agnelli, o livro infantil Liga-Desliga. Com a esposa, Letí-cia Wierzchowski, publicou o livro infantil O Menino Paciente e o livreto de troca de e-mails euteamo.com.br. Além de escritor, é publicitário e torcedor do Internacional.O ilustrador Roberto Lautert é artista plástico, tem 51 anos, e é pai de três me-ninos: Eduardo (17 anos), Bruno (7 anos) e Otto (3 anos). Ele é de Porto Alegre, mas mora em São Paulo há muitos anos. Este é o seu primeiro livro. Também atua como fotógrafo e tem uma agência de publicidade.

O Autor e o ilustrador A história O Menino Que Queria Ser

Celular, de Marcelo Pires e Roberto Lau-tert, trata da relação entre pais e fi-lhos. Narrada em primeira pessoa, traz o ponto de vista de uma criança sobre seus pais em relação ao tempo gasto com as tarefas cotidianas exigidas pela sociedade moderna e a atenção dispen-sada a ele.

O menino expressa o desejo de ser um celular porque, na visão dele, é o ob-jeto mais próximo dos pais, que com ele interagem o tempo todo. Assim, se ele fosse tal objeto seria visto, ouvido e se sentiria membro participante daque-la família.

A narrativa é instigante porque leva o leitor a refletir sobre o espaço que ocu-pa na família, a sua maneira de interagir nesse meio e a importância do respeito ao outro.

ResenhaAutor: Marcelo PiresTítulo: O Menino Que Queria Ser CelularIlustrador: Roberto LautertFormato: 20,5 x 27,5 cm

No de páginas: 56Elaboração: Shirley Bragança

Ficha

Temas principais: Relação familiar e respeito à criança

Temas transversais: Ética, trabalho e consumo

Interdisciplinaridade: Artes, História e Língua Portuguesa

Quadro sinóptico

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INDICAÇÃO:

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A obra possui um projeto gráfico colo-rido que chama a atenção do leitor pe-los tons fortes, a cada página. Essa es-colha insinua uma provocação e certo impacto no leitor, ao passar de uma pá-gina para outra, impedindo que a sua atenção seja desviada.

A exploração do tamanho das letras no decorrer da história e a diagrama-ção do texto contribuem, também, para manter o leitor preso à história, além de ampliar a significação da situação vivida pelo narrador-personagem. O ilustrador brinca com os números, sugerindo di-ferentes contornos de meninos e celu-lares, como se eles acompanhassem a trajetória do garoto na história.

É importante explorar a ilustração nesta obra porque o olhar do aluno e do professor será aguçado, ampliando sua visão e percepção de mundo e de si mesmo. Como eu, sujeito-leitor, me vejo em relação às coisas que me cer-cam (livros, escola, moda, alimentação etc.) e às pessoas com quem me rela-ciono (pai, mãe, irmãos, amigos, cole-gas de classe, professores etc.). Como as pessoas me percebem nos meus há-bitos, na minha maneira de ser, na apa-rência. Segundo Vygotsky, a aprendiza-gem humana se dá com base na convi-vência social, na apropriação das ativi-dades historicamente engendradas pe-

los homens, pela internalização dos sig-nificados sociais. Desse modo, o homem vai conhecendo o mundo por meio das atividades simbolizadas nas relações so-ciais (Caiado, 2006).

A tecnologia e a modernização da so-ciedade interferem na construção dessas atividades, em especial nas relações in-terpessoais e no desempenho dos papéis sociais. Podemos, por exemplo, estar mais próximos de pessoas que nunca vimos pessoalmente, por meio da internet, con-versando sobre vários assuntos, dando-nos a conhecer, do que das pessoas que estão fisicamente perto de nós. Talvez por considerarmos que a nossa presença no mesmo ambiente é suficiente para que a amizade seja estabelecida e, sem per-cebermos, nos limitamos a um jogo de perguntas e respostas corriqueiras do dia a dia, sem qualquer aprofundamento.

Para desfazer esse equívoco é necessá-rio compreender que estar próximo é in-vestir tempo no outro para que haja tro-ca, “pois todo conhecimento é construí-do na partilha, com o outro. É pelo outro que vou percebendo o mundo ao meu redor e construindo a partir dele o meu próprio” (Freitas in Paiva, 2000 p. 186).

Para isso, a escola pode desenvolver estratégias que levem a comunidade à reflexão, propondo debates sobre a in-terferência e a contribuição da tecnolo-

Conversa com o professor

gia na construção da amizade entre pais e filhos, o espaço que cada um ocupa nessa relação e as suas responsabilida-des. O resultado certamente implicará a qualidade da relação entre pais, filhos e escola. Esse trabalho pode ser iniciado a partir da leitura da obra, explorando o texto verbal e o não verbal, discutindo sob a perspectiva do menino da histó-ria, que não tem voz na família e, ávido por ser notado, faz peripécias para al-cançar seu objetivo.

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“Papai foi pro quarto, checou os re-cados da secretária eletrônica, colocou roupa esportiva, e eu tropecei numa mesinha na tentativa de simular uma atitude natural e descompromissada. Papai foi dar uma corridinha na estei-ra, eu sentei ao lado dele, lendo relaxa-damente o guia telefônico (é que não achei nada melhor por perto para simu-lar uma atitude natural e descompro-missada). Daí, ele tomou um banho, co-meu um sanduíche e foi ver TV. Cansa-do daquele jogo de gato e rato, menino e celular, adormeci. Papai dormiu bem mais tarde, depois de assistir a todos os filmes do madrugadão” (p. 36).

Na ótica do personagem, pai e mãe es-tão muito preocupados com eles mes-mos: seus programas, amigos, diversão, trabalho, o que impede que eles perce-bam as necessidades do filho.

Dramatizar partes da história, bem como levantar causas e consequências da situação vivenciada pelo narrador-personagem, pode ser outra maneira de ampliar a discussão proposta ante-riormente, permitindo que a comunida-de escolar compreenda melhor as situ-ações semelhantes vividas pelos alunos, levando a família a buscar caminhos que a transformem em um espaço mais solidário e comprometido com a alteri-dade.

A obra suscita duas temáticas que merecem a nossa atenção: a família na sociedade moderna, ressaltando o cui-dado com o outro; e a tecnologia, em especial o celular, como instrumento preferencial de comunicação da comu-nidade. Para fomentar e enriquecer a discussão em sala de aula, apresenta-mos os comentários abaixo:

Entre laços de famíliaO nosso cotidiano é recheado de no-

tícias, de acontecimentos que mere-cem ser partilhados com alguém para crescermos juntos, buscarmos soluções adequadas, nos posicionarmos diante das questões e nutrirmos sentimentos de pertencimento.

Para isso, é importante eleger em nos-sa casa um lugar e um horário para es-ses momentos, porque é nesse espaço que desenvolveremos a nossa manei-ra de perceber uns aos outros. A troca de olhares, sorrisos, abraços não ocor-re sempre do mesmo modo, mas, por serem gestos corriqueiros, só notare-mos a diferença do abraço triste para um abraço de contentamento, do olhar de novidade para o olhar de quem está escondendo alguma coisa, percebendo os detalhes da pessoa com quem convi-vemos, o que exige empenho e investi-mento de tempo e espaço.

A mesa de refeições pode ser um des-ses espaços. Fazemos várias refeições ao dia e muitas durante o ano, o que abre possibilidades de muitos encontros en-tre os familiares. Nessa mesa, aprende-mos a partilha do pão, as preferências de cada um, o tom de voz, a ouvir as novidades, tudo isso envolto pela esco-lha da louça e o carinho de quem pro-porcionou o momento.

À mesa de refeições há espaço, tam-bém, para tratamentos especiais: esco-riações, machucados ocorridos no traba-lho, no colégio, transformando-a, mui-tas vezes, numa mesa de cirurgia, cujos instrumentos e medicamentos utilizados são o olhar, o falar e o carinho, capazes de fechar as feridas e fortalecer as pes-soas para prosseguirem no caminho.

Ali, há a oportunidade de aprender com a fartura e a ausência, pois a estrada da vida é sinuosa e, às vezes numa curva sem visibilidade, traz surpresas amargas, mas ao mesmo tempo faz brotar senti-mentos como a solidariedade e o com-promisso com o outro.

Descobrir espaços de troca na nossa casa em tempos de correria é um desa-fio que devemos aceitar, porque ele fa-vorecerá o estreitamento dos laços, fun-damental para todos aqueles que opta-ram por formar uma família. Nesse es-paço, pais, mães, filhos, amigos e aque-

Ampliando o tema

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les “mais chegados que um irmão” de-vem ser nutridos com alimento físico, psicológico e espiritual, o que desem-bocará em uma sociedade com equida-de e plural.

A escola pode ser um instrumento propulsor no incentivo da criação des-ses ambientes, sugerindo estratégias e promovendo atividades em que a par-ticipação da família seja fundamental. Com esse trabalho estaremos cami-nhando para o sucesso da construção de uma comunidade solidária.

No Brasil a telefonia móvel está em ple-na expansão e hoje conta com cerca de 175 milhões de assinantes no Serviço Móvel Pes-soal (SMP), segundo a Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel). Com a evolução dessa tecnologia de comunicação, os usuá-rios têm acesso a um maior número de ser-viços que facilitam e agilizam as suas ativi-dades cotidianas, como: acesso à internet, aos serviços de banco, envio de mensagens, downloads de fotos e vídeos, MP3, entre outros, além de os telefonemas estarem na ponta dos dedos, a qualquer hora.

Esses serviços foram disponibilizados ao consumidor a partir da introdução da tecno-logia 3.G (terceira geração), que utiliza uma banda de frequência maior, de 1.900 MHz a 2.100 MHz, aumentando a taxa de trans-missão, que permite que até 100 usuários fa-lem ao mesmo tempo no mesmo canal. O seu método de acesso é por código e supor-ta voz e dados de até 2 Mbps.

Um dos fatores que contribuíram para o crescimento da qualidade de transmissão e recepção de dados foi a abertura de merca-do para o capital privado, que obrigou as antigas estatais e as novas em-presas que se instalavam a fa-zer um grande investimen-

to no setor. Com isso, houve um aumento na oferta de novos serviços ao consumidor, acirrando a disputa por novos clientes.

O caminho dessa expansão da telefonia móvel iniciou-se nos anos 1990 com a in-trodução da 1G (primeira geração), que contava com a tecnologia AMPS (sistema analógico de telefonia móvel), cuja taxa de transmissão era baixa, permitindo apenas o serviço de voz. O total de aparelhos no Bra-sil, que nessa época era de apenas 667, sal-tou para 6.700 unidades no ano seguinte. Em seguida, surgiu a 2G (segunda ge-ração) com a tecnologia CDMA, em que todos os assinantes transmi-tiam e recebiam informações usando o mesmo canal, ao mesmo tempo, e cada usuário ti-nha um código exc lus ivo. A s s im , para

Telefonia móvel

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receber as informações de um assinante es-pecífico, era necessário o conhecimento do código. Os telefones celulares CDMA po-dem receber vários sinais ao mesmo tempo porque comparam e aproveitam o melhor sinal de cada um deles. A tecnologia GSM trouxe a vantagem da segurança, garantida através do chip, onde ficam armazenadas as informações dos assinantes, dificultando a clonagem de telefones.

Hoje o celular é o objeto mais presente nos lares do país, depois da TV e do rádio, seja na área urbana ou rural, e nesta últi-ma, apesar de problemas de infraestrutu-ra e de falta de cobertura, os celulares já chegam a 62% da população. Atualmente, com a “portabilidade numérica”, acredita-mos que haverá um aumento significativo, pois a disputa por clientes entre as opera-

doras ficará mais acirrada, o que pode im-plicar preços mais acessíveis. Esse sistema concede ao assinante o “direito de exercer o domínio sobre o seu número de telefone, ainda que mude de operadora, de endere-ço ou de plano de serviço”, o que estimu-lará as operadoras a aperfeiçoar seus ca-nais de comunicação com os clientes, de-senvolvendo novos produtos e facilidades com preços mais atraentes.

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LAPreparando a leitura

empresas estrangeiras no mercado brasileiro) e social (o acesso da popu-lação a essa tecnologia e a mudança no comportamento do brasileiro).

5. Peça aos alunos para entrevistarem os pais, a fim de conhecer suas opini-ões sobre o assunto e assim estreitar laços.

a) Quando vocês (pai/mãe) adquiriram o primeiro celular?

b) Nessa época, qual era a principal preo-cupação? (Linha? Aparelho? Sinal? Outros?)

c) O que modificou na roti-na da família a utilização dessa tecnologia?

d) Quanto tempo o pai ou a mãe gasta falando ao celu-lar?

e) Quais os assuntos tratados no celular? Quando fala com os filhos, quais os assuntos mais comuns? (Recomendações? Mo-nitoramento? Notícias?)

f) Quando estão juntos, um ao lado do outro, quais os assuntos das conver-sas? São os mesmos?

6. Por fim, solicite aos alunos que co-mentem com os pais o livro que es-tão lendo. Oriente-os para que leiam algumas páginas e, com os pais, es-

tabeleçam paralelos entre a família da história e a sua família. Depois disso, abra um espaço na aula para

ouvir os relatos da entre-vista e discuta com os alunos os aspec-tos que você julgar

importantes.

1. Leve para a sala de aula um celular. Comente com os alunos como você utiliza essa tecnologia, destacando funcionalidade, praticidade, modelo, moda, problemas enfrentados com a operadora e as suas reais necessida-des como consumidor(a) desse pro-duto. Compare suas respostas com as que serão dadas pelos alunos.

2. Faça uma linha do tempo em retros-pectiva sobre os aparelhos de telefo-ne, abordando os temas destacados no item anterior. A seguir, afixe acima da linha do tempo o primeiro cartaz com gravuras contendo modelos de celular bem modernos. Pergunte aos alunos quais daqueles aparelhos eles conhecem, quais os modelos que eles gostariam de ter e o porquê etc.

3. Em seguida apresente o segundo cartaz com aparelhos celulares mais antigos. Compare os dois cartazes e acrescente aos itens discutidos ante-riormente a classe social refletida no modelo de aparelho.

4. O terceiro cartaz conterá aparelhos de telefones fixos (vários modelos). Nesse momento, aborde a questão histórica da telefonia celular no Brasil, explorando os aspectos: político (pre-sidentes e principais ações na área da telefonia), econômico (a entrada de

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1. Explore a ilustração da capa do livro, instigando no aluno um olhar curio-so. Leve-o a perceber que dentro da letra “O” o ilustrador sugere um apa-relho celular e, acima dele, uma mão feita de números.

2. Abra o livro na página 24 e proponha a leitura até a página 31, da seguin-te maneira: um aluno lerá o discurso indireto (narrador); outro aluno lerá o discurso direto do narrador-persona-gem, mas terá o seu nome incluído na história, e um terceiro aluno lerá a fala do personagem “Celular”.

3. Pergunte ao aluno que emprestou o nome para o narrador-persona-gem como ele se sentiu no papel da criança.

4. Na página 27 chame a atenção dos alunos para a exploração que o autor faz do signo linguístico e a interfe-rência semântica que isso provoca no texto. Ressalte as siglas que aparecem no texto e a alusão que elas fazem ao sistema utilizado na telefonia móvel (CDMA, GSM, TDMA etc.).

5. Escolha mais três crianças e proceda do mesmo modo na leitura das pági-nas 38 a 41. Teça comentários sobre os pronomes de tratamento utiliza-dos pelo garoto e sobre o trocadilho “celular / Seu Lular”.

Trabalhando a leitura

6. Como a narrativa fala sobre com-portamento humano, é impossível deixar de refletir sobre atitudes e procedimento dos personagens e de nós mesmos como personagens sociais. Enumere, com os alunos, as atitudes dos personagens (o garoto, a mãe, a tia, o pai e o “Seu Lular”) que mais chamaram a atenção. Co-mente cada uma delas, ressaltando as emoções despertadas nos alunos: tristeza, chateação, revolta, angús-tia, indignação etc. Acrescente à dis-cussão os Direitos da Criança, lendo com ênfase o Princípio 6 (ver Refe-rências bibliográficas).

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Etapa 11. Peça aos alunos para registrarem, por

meio do celular, momentos vividos com os membros da família. Em seguida, soli-cite aos alunos que compartilhem as fo-tos enviando-as para um dos colegas da sala que ainda não conheça a família.

2. Comente com os alunos se as fotos con-ferem com a imagem que eles faziam dos membros da família (alto, baixo, mo-reno, loiro, cabelos encaracolados etc.).

3. Selecione, com os alunos, algumas fo-tos e imprima cada uma na metade de uma folha A4. Ao lado, o aluno deverá narrar a história da fotografia escolhi-da, expondo o motivo da escolha, as

circunstâncias em que ela foi registra-da, ano, dia, local e qual a importância da foto para aquele álbum.

4. Peça aos alunos que escolham um dos membros da família e fotografe-o da seguinte maneira: close do rosto da pessoa escolhida, close dos pés ou mãos e uma foto no plano médio.

5. Ao lado de cada foto os alunos des-creverão a pessoa escolhida, citarão o signo do zodíaco a que ela pertence e, para exercitar a fantasia, traçarão o seu futuro utilizando o gênero horóscopo.

6. Ao final, junte todo o material e soli-cite a cada aluno que confeccione um álbum.

TEMA: “Fatos e fotos de família narrados através do celular” O garoto da nossa história solicita ao “Seu Lular” que o transforme em um apare-

lho de telefonia móvel para que ele possa acompanhar os pais em todos os lugares. E o aluno-leitor, já parou para pensar em quantos momentos importantes ele e os pais estiveram juntos? Registrou? Aproveite esta oportunidade para refletir sobre esses momentos e realize esta atividade.

Etapa 21. Exponha os álbuns na sala de aula. Para

apresentá-los ao público, promova um desfile.

2. Caracterize o aluno com roupas ou aces-sórios da pessoa escolhida na etapa 1, mas sem informá-la sobre o evento, o que causará surpresa durante o desfile.

3. Convide as pessoas escolhidas pelos alu-nos para assistir ao desfile. Faça breves

comentários na hora em que o aluno estiver desfilando. Destaque a escolha do aluno, a sua importância, o perfil que ele traçou da pessoa escolhida, o signo dela e as reações do público. De-pois, deixe os convidados à vontade para conferir as fotos dos álbuns.

4. Publique todo o trabalho no fotoblog da turma.

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Inegáveis são as mudanças sofridas pela sociedade brasileira em meio ao di-namismo do mundo globalizado. Nessa esteira, está a família patriarcal que dá lugar a uma nova concepção de família, cujo eixo central está na afetividade em detrimento da sexualidade e dos víncu-los puramente genéticos.

A partir da publicação do Código Ci-vil de 2002, observa-se uma crescente tendência ao reconhecimento, pela so-ciedade e pelo próprio Estado, das varia-das formas de família: aquelas formadas pelo casamento civil ou religioso, união estável ou comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes (família com apenas um dos pais e os fi-lhos, uniões conjugais entre pessoas do mesmo sexo, indivíduos sozinhos e uni-ões cujos membros consideram-se fami-liares).

A família, hoje, deixou de ser uma ins-tituição fechada e individualista para ser definida modernamente como uma co-munidade de afeto e entreajuda, am-biente propício à realização da dignida-de da pessoa humana e, por isso mes-mo, caracterizada como um ente volta-do para o próprio homem, plural como ele mesmo é, democrática, aberta, mul-tifacetária, não discriminatória, natural e verdadeira.

Quer saber mais?

dugnani, Patrício. O Seu Lugar. São Paulo: Paulinas, 2006.Cooke, Trish. Tanto, Tanto. São Paulo: Áti-ca, 2004.Furnari, Eva. Nós. São Paulo: Global, 2003.Furnari, Eva. Os Problemas da Família Gor-gonzola. São Paulo: Global, 2004. abreu, Aline. Cada Família É de um Jeito. São Paulo: DCL, 2006. Pinto, Ziraldo Alves. O Menino e Seu Ami-go. São Paulo: Melhoramentos, 2007.

Música: “Família“ CD Titãs 84/94 – Um CD Acústico MTV – Titãs.

www.jus2.uol.com.br Wald, Arnold. Curso de Direito Civil

Brasileiro: O novo direito de família. 15.ª São Paulo: Saraiva, 2004.

Outras obras

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CONo Dicionário Michaelis, a palavra lei-

tura (do latim medievo lectura) significa ação ou efeito de ler, mas também ato de olhar e tomar conhecimento da indi-cação de um instrumento de medição ou de quaisquer sinais que indiquem medi-das ou aos quais se atribui alguma signi-ficação. O verbete “leitura” da Enciclo-pédia Einaudi assinala que o termo leitu-ra não remete a um conceito e sim a um conjunto de práticas que regem as for-mas de utilização que a sociedade, par-ticularmente através da instituição esco-lar, faz dele. Leitura é, pois, conforme acentuam Barthes e Compagnon nessa enciclopédia, uma palavra de significa-do vago, deslizante, que é preciso ocupar “por meio de sondagens sucessivas e di-versas”, segundo os muitos fios que te-cem sua trama.

Apesar do questionamento ao conceito fechado de leitura, vale refletir um pouco sobre a etimologia da palavra ler, do latim legere, que pode nos ajudar a compreen-der um pouco melhor essa prática. Numa primeira instância ler significava contar,

enumerar letras; numa segunda, signifi-cava colher e, por último, roubar. Ob-serve-se que em sua raiz a pa-lavra já traduz pelo menos três maneiras, não excludentes, de fazer leitura. Na primeira, so-letramos, repetimos fonemas, agrupando-os em sílabas, palavras e frases. É o pri-meiro ato da leitura, o pri-meiro estágio, corresponden-te à alfabetização. Já no se-gundo momento, o verbo co-lher implica a ideia de algo pronto, correspondendo a uma tradicional interpretação de texto, em que se busca um sentido predetermina-do. Ao leitor caberia ape-nas descobrir que senti-do o autor quis dar a seu texto. Ele colheria o sen-tido como se colhe uma laranja no pé.

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CONesse tipo de leitura é que se busca so-

bretudo a mensagem do texto, seu tema. Aparentemente, o leitor não teria poder algum, a não ser o de traduzir o sentido que estaria pronto no texto. Entretanto, o texto não se apresenta ao leitor senão como uma proposta de produção de sen-tido, que pode ou não ser aceita. Trata- -se de um pacto de leitura que constitui o que denominamos interação leitor/texto.

Há ainda uma terceira instância, cor-respondente ao verbo roubar, que traz uma ideia de subversão, de clandesti-nidade. Não se rouba algo com conhe-cimento e autorização do proprietário, logo essa leitura do texto vai se construir à revelia do autor, ou melhor, vai acres-centar ao texto outros sentidos, a partir de sinais que nele estão presentes, mes-mo que o autor não tivesse consciên-cia disso. Nesse tipo de leitura, o leitor tem mais poder e vai, como diz Umber-to Eco, construir suas próprias trilhas no texto/bosque.

Considerando a ideia de leitura como transgressão, De Certeau também com-para o leitor a um viajante:

Referências bibliográficas

Caiado, Kátia Regina Moreno. Aluno Defi-ciente Visual na Escola – Lembranças e de-poimentos. Campinas, SP: Autores Asso-ciados, 2006.Correio Braziliense. Suplemento Projeto Es-pecial – Portabilidade. Brasília, 9 de feverei-ro de 2009.Paulino, Graça e outros. Tipos de Textos, Modos de Leitura. Belo Horizonte: Formato, 2001.ribeiro, Jonas. Colcha de Leituras – Unindo amores, alinhavando leitores. São Paulo: Elementar, 2002. Manguel, Alberto. Lendo Imagens: Uma his-tória de amor e ódio; tradução de Rubens Fi-gueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudia Strau-ch. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.siMonati, Aline Fagnani. Teatrando – Aplica-ção do teatro na escola – Com uma abor-dagem psicopedagógica. São Paulo: Ele-mentar, 2001. Chalita, Gabriel. A Educação Está no Afeto. São Paulo: Gente, 2006.nani. Jornal do Menininho. Rio de Janeiro: Record, 1998.Os Direitos da Criança. Adaptação do texto da Declaração dos Direitos da Criança, pro-clamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 20 de novembro de 1959. São Paulo: Ática, 2001.

Sitewww.anatel.gov.br

Bem longe de serem escritores, fun-dadores de um lugar próprio, herdeiros dos lavradores de antanho – mas, so-bre o solo da linguagem, cavadores de poços e construtores de casa –, os lei-tores são viajantes; eles circulam sobre terras de outrem, caçam, furtivamente, como nômades através de campos que não escreveram, arrebatam os bens do Egito para com eles se regalar.

Como se vê, embora não tenha um sentido fixo, a palavra carrega significa-ções que nos levam a encarar “sonda-gens sucessivas e diversas”.

(Paulino, Graça e outros. Tipos de Textos, Mo-dos de Leitura. Belo Horizonte: Formato, 2001, p. 11-13.)Paiva, Aparecida e outros. No Fim do Século: A diversidade – O jogo do livro infantil e juvenil. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.