O MES DE JUNHO NA NOSSA TERRA - catalonia.com.br · Solsona, saem para acordar a festa rodeando as...

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1 Nº 45 Junho de 2009 O MES DE JUNHO NA NOSSA TERRA O mês de junho é também prolífico em festas na nossa terra, e dado que neste ano se celebra, durante este mês, a festividade do Corpus (dia 11) julgamos de interesse destacar as seguintes: A Patum de Berga (Berguedà): A UNESCO declarou em 25/11/2005 a “festa da Patum de Berga”, Obra Mestra do Patrimônio oral e imaterial da Humanidade. Esta celebração coincide, todos os anos, com o dia de “Corpus Christi” A Patum A festa mais mítica de Catalunha De Quarta -feira até Domingo de Corpus Uma das festas de Corpus mais emblemáticas e míticas do calendário catalão. No decorrer dos dias que o cristianismo consagra à plenitude, os “plens”, o “tabal”, e os Gigantes, a “Àliga” (águia), a “Guita”, os “Nans” e todos os demais personagens, junto com a população de Berga e os forasteiros, dançam ao ritmo frenético de toda uma população. Se bem que com toda probabilidade a Patum iniciou-se bem antes, os primeiros indícios escritos da festa de Berga são da Idade Media e estão relacionados com a procissão de Corpus, celebração do mistério do Corpo de Jesus Sacramentado, instituída pelo Papa Urbano IV no ano 1264 e popularizada nos inícios do século XIV por uma disposição do Papa Joan XX. Com o passar do tempo, em Berga, a festa foi evoluindo e a participação popular a transformou numa Festa Maior de primavera. O pessoal encontrou na celebração um motivo para dar assas à imaginação e iniciou um recheio da procissão com personagens e figuras com as quais pretendiam representar plàsticamente o triunfo do Sacramento. O ritual “patumaire” (dos participantes do ato), passo a passo Atualmente, a Patum faz seu primeiro passo no dia da Ascensão com a “Ronda do Tabal” que anuncia a festa e a nomeação dos administradores. Na vigília de Corpus, quarta- feira ao meio dia, os sinos marcam o inicio da festa na rua. O “Tabal” acompanhando os quatro gigantes sai para fazer a tradicional passeata, convidando todos a participar da festa. Ao entardecer da mesma quarta-feira as “Maces” e as “Guites” unem-se aos Gigantes Velhos e ao “Tabal” a fim de efetuar os “Salts” correspondentes pelas ruas da vila e em frente dos domicílios das autoridades locais. A primeira Patum Completa No dia de Corpus, quinta-feira, e após finalizar a Missa Maior faz-se a Patum de Luzimento na Praça de São Pedro que tem o seu encerramento com o baile dos “Nans Nous”. Finalizada a Patum de Luzimento são dançadas sardanas na Praça Viladomat, com música de cobla. Veja neste Boletim: O mês de Junho na nossa terra: A Patum de Berga - pag. 1 Festas de Corpus em Solsona –pag.3 Alcatifas (alfombras) em Sitges (5) e em La Garriga – pag.6 Notícias da “Associação Cultural Catalonia” – pag. 7 Catalão na cozinha - 8 Outras notícias – pag. 9 Curiosidades – 11 O Baile da “Àliga” O Baile dos Gigantes A “Guita”, cuspindo fogo

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Nº 45 Junho de 2009

O MES DE JUNHO NA NOSSA TERRA

O mês de junho é também prolífico em festas na nossa terra, e dado que neste ano se celebra, durante este mês, a festividade do Corpus (dia 11) julgamos de interesse destacar as seguintes: A Patum de Berga (Berguedà): A UNESCO declarou em 25/11/2005 a “festa da Patum de Berga”, Obra Mestra do Patrimônio oral e imaterial da Humanidade. Esta celebração coincide, todos os anos, com o dia de “Corpus Christi” A Patum A festa mais mítica de Catalunha De Quarta -feira até Domingo de Corpus

Uma das festas de Corpus mais emblemáticas e míticas do calendário catalão. No decorrer dos dias que o cristianismo consagra à plenitude, os “plens”, o “tabal”, e os Gigantes, a “Àliga” (águia), a “Guita”, os “Nans” e todos os demais personagens, junto com a população de Berga e os forasteiros, dançam ao ritmo frenético de toda uma população. Se bem que com toda probabilidade a Patum iniciou-se bem antes, os primeiros indícios escritos da festa de Berga são da Idade Media e estão relacionados com a procissão de Corpus, celebração do mistério do Corpo de Jesus Sacramentado, instituída pelo Papa Urbano IV no ano 1264 e popularizada nos inícios do século XIV por uma disposição do Papa Joan XX. Com o passar do tempo, em Berga, a festa foi evoluindo e a participação popular a transformou numa Festa Maior de primavera. O pessoal encontrou na celebração um motivo para dar assas à imaginação e iniciou um recheio da procissão com personagens e figuras com as quais pretendiam representar plàsticamente o triunfo do Sacramento. O ritual “patumaire” (dos participantes do ato), pa sso a passo Atualmente, a Patum faz seu primeiro passo no dia da Ascensão com a “Ronda do Tabal” que anuncia a festa e a nomeação dos administradores. Na vigília de Corpus, quarta- feira ao meio dia, os sinos marcam o inicio da festa na rua. O “Tabal”

acompanhando os quatro gigantes sai para fazer a tradicional passeata, convidando todos a participar da festa. Ao entardecer da mesma quarta-feira as “Maces” e as “Guites” unem-se aos Gigantes Velhos e ao “Tabal” a fim de efetuar os “Salts” correspondentes pelas ruas da vila e em frente dos domicílios das autoridades locais. A primeira Patum Completa No dia de Corpus, quinta-feira, e após finalizar a Missa Maior faz-se a Patum de Luzimento na Praça de São Pedro que tem o seu encerramento com o baile dos “Nans Nous”. Finalizada a Patum de Luzimento são dançadas sardanas na Praça Viladomat, com música de cobla.

Veja neste Boletim : � O mês de Junho na nossa terra: A

Patum de Berga - pag. 1 Festas de Corpus em Solsona –pag.3 Alcatifas (alfombras) em Sitges (5) e em La Garriga – pag.6

� Notícias da “Associação Cultural Catalonia” – pag. 7

� Catalão na cozinha - 8 � Outras notícias – pag. 9 � Curiosidades – 11

O Baile da “Àliga”

O Baile dos Gigantes

A “Guita”, cuspindo fogo

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Ao entardecer chega a primeira Patum completa que se inicia com o salto dos “Turcs” e “Cavallets”, uma dança que representa a luta entre mouros e cristãos. O grupo de dançarinos é formado por quatro cavaleiros cristãos que se enfrentam a quatro cavaleiros turcos. Os turcos armados com cimitarras perseguem os cavaleiros cristãos pela praça, contudo fracassam no seu intento e são vencidos. Antigamente, a dança evoluía ao som do “Tabal”, mas hoje, é dançada com a toada que o músico de Berga, Quim Serra, compôs a final do século XIX. Logo após chega a hora da “Guita”, uma besta fantástica com um longo pescoço que cospe fogo para todos os lados enquanto evolui pela Praça de São Pedro ao ritmo do “Tabal”. Atualmente existem duas “guites”: a “Guita Grossa”, que é a mais antiga, e a “Guita Xica”, que foi criada no século XIX. Os “Plens” – nome que tem como origem a expressão “plens de foc” (cheios de fogo) –. são uns personagens vestidos de demônios e com uma máscara rodeada de grama que é acesa por cima. Antigamente o “salt de Plens” era integrado ao das “Maces”, que é uma representação do confronto entre o Arcanjo e os Demônios. Os “Plens” são a apoteose da festa, uma autêntica orgia de fogo e fumaça onde os demônios saltam ao som do “Tabal” e misturam-se com a multidão que avança frenética e em espiral ao ritmo da música, transformando a Praça de São Pedro num autêntico inferno. A cada salto se acendem mais de 100 “plens” que são convenientemente preparados pelos assessores de figurino a fim de protegê-los do fogo. No salto de “plens”, o participante deixa de ser ele mesmo para passar a formar parte de um todo que avança implacável em circulo. Ao finalizar a Patum, jovens e mesmo não tão jovens dançam sardanas na praça Viladomat, com música de cobla. A Patum infantil Na sexta-feira é celebrada a “Patum Infantil”. Iniciada, no ano de 1956, tem crescido paulatinamente até se transformar numa festa paralela muito completa que serve para formar os futuros “patumaires”. De manhã bem cedo, a rapaziada vai a procura dos administradores de casa em casa, ao meio-dia é celebrada a “Patum” de Luzimento e, na parte da tarde, tanto a rapaziada como os adultos desfrutam com a representação da sua “Patum infantil Completa”. Segunda “Patum Completa” No sábado de manhã, Missa Maior com distribuição de cravos e “panellets” (doces especiais) e logo após audição e baile de sardanas na Praça Viladomat. Ao entardecer são repetidos os “Salts de Patum” em frente as casas dos administradores da festa e nas praças da cidade. Atualmente é este o dia em que se celebram os “Tirabols”, a antiga rematada final da Patum. Anos passados, os espectadores aguardavam o “Tirabol” para misturar-se com os grupos da Patum para dançar todos

juntos sem nenhuma ordem até bem entrada a madrugada. No domingo, ao meio-dia, celebra-se a Missa Maior com a presença da corporação municipal, os e os grupos da Patum. Após o oficio religioso é novamente executada na Praça de São Pedro a “Patum de Luzimento” e logo após, são dançadas sardanas na Praça Viladomat. Finalmente, na noite do domingo, é executada novamente a “Patum Completa”, nesta ocasião dedicada aos forasteiros e dançam-se novamente sardanas para encerrar a festa.

Texto: Redacció festes.org

Fotografias: AFTDAO, Arxius Sobrevias i Juan Fernandez Tardução: Miquel Serra Rosanas (Catalonia

Um “ple” aceso

Os pequenos “patumaires”

A Praça de São Pedro, durante o salto dos “plens”

Acendendo um “ple”

As “Maces”

O movimento circular

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Festa de Corpus Solsona (el Solsonès), A cidade celebra uma de suas festas mais antigas e estimadas De Quinta a Domingo de Corpus O fogo e a pólvora de “trabucaires” (homens que disparam o trabuco) e “tronades” (petardos de grande carga), juntamente com os impropérios, a Custódia e outros componentes são o eixo da festa de Corpus de Solsona, uma data que vem sendo celebrada no mínimo desde o ano 1331 e que tem, nos conjuntos de dança de domingo de Corpus e na Roda de Fogo os seus atos mais destacados. História da festa

A primeira referência escrita da Festa de Corpus em Solsona é do ano 1331, fato que situa esta festa entre as celebrações pioneiras na Catalunha e na Europa. Nesta data encontramos referencias da Capela do Corpus Christi que se encontra dentro da Catedral (naquela época Mosteiro de Santa Maria) onde já consta a organização da procissão. Desta capela resta ainda um extraordinário painel gótico do altar que representa a Santa Ceia, atribuído a Jaume Ferrer, formando parte de um dos melhores retábulos da época.

Cem anos depois, em 1431, encontramos a primeira citação sobre os bailes que se efetuavam ao finalizar a procissão de Corpus na Praça da Igreja e que deram origem aos atos que hoje são a base da Festa Maior do Corpus de Solsona. Estes "Jocs de Corpus" criaram uma grande rivalidade entre diversas cidades da Catalunha tais como Berga, Solsona, Olot ou Cardona e originaram uma grande profusão de bestiário extraordinário. Em Solsona a procissão do Corpus estava formada por comparsas. No século XV os primeiros comparsas eram a de São Martín com a capa e o pobre, São Jorge, São Julian e o urso. Esta última chegou até nossos dias.

A festa hoje A festa se inicia na quinta-feira de Corpus, quando às 13:00 horas os “trabucaires” acendem a tronada bem no centro do Casco Antigo. Na véspera, sábado ao meio-dia, os onze sinos da Catedral anunciam que a festa está perto de seu início. A seguir, na Praça Maior, os “trabucaires” acendem a segunda tronada das festas que anuncia o desfile dos gigantes e os comparsas, que acompanham o pregoeiro para anunciar a festa para toda Solsona. Há também o pregão, atuação da banda de música e todos os elementos folclóricos, exceto o “Ball de Bastons”.

No domingo de Corpus cedo os “trabucaires”, eixo central das festas de Solsona, saem para acordar a festa rodeando as antigas muralhas de Solsona. As 10h30min, a corporação municipal acompanhada por todas as comparsas desce da prefeitura para assistir ao Oficio de Corpus na Catedral. O cortejo conta com a presença dos gigantes, os anões, o boi, a “mulassa”, o dragão, os ursos, a “àliga” (águia), os “cavallets”, os “trabucaires” e o “Ball de Bastons”. Ao finalizar o oficio religioso inicia-se a procissão com a Custodia, os comparsas festivos e as autoridades que sai pela porta de Santo Agostinho, sobe a Rua de São Miguel, Praça Maior e Praça Palau. Lá, num grande tapete com um altar tem lugar a benção do Corpus. Finalizado este ato a custodia volta novamente para a Catedral. Com o consentimento dos clérigos, a comitiva retoma rua acima para a Praça Maior. Lá é realizado o ato mais esperado de toda a festa, as séries de danças. A enorme emoção e a vivacidade da música enchem todos os cantos da Praça Maior. Com a dança dos gigantes finaliza a série das danças que será seguida pela terceira “tronada” das festas. Enquanto na praça

La processó amb la Custòdia

La Roda de Foc Preparant la tronada

El ball dels gegants

El gegant de Solsona

El ball dels cavallets

El ball de la mulassa

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são dançadas sardanas, a comitiva e os gigantes retornam para a Prefeitura. Este ato, denominado “la Pujada” (a subida), é um dos mais compridos e mais importantes da festa. A Roda de Fogo Contudo, se existe de fato um elemento que diferencie a Festa de Corpus de Solsona das outras festas esse é a Roda de Fogo, um ato pirotécnico que realiza-se à noite do Domingo de Corpus na Praça Maior. Tudo tem início pouco antes das onze horas da noite com a “Baixada del Drac, a Mulassa e o Bou” um desfile com estes três elementos ao som de música

de orquestra, da “Casa de la Vila” (prefeitura) até a Praça Maior. Nas ruas do casco antigo da vila é desligada a iluminação pública e acendem-se as “teieres” com incendiários. Ao chegar à Praça Maior, a “Cobla Juvenil Ciutat de Solsona” toca o “Ball del Drac”, uma peça musical própria deste elemento da imaginaria local que durante alguns momentos dança sozinho e de forma solene. Finalizado o Baile, o Bou e a Mulassa começam a girar no seu entorno no sentido das agulhas do relógio. Durante meia hora os três animais cospem fogo sem parar e o pessoal dança ao seu entorno. A Roda de Fogo foi realizada por primeira vez a princípios dos anos 1980, com o desejo de incorporar o fogo à festa, um pouco à semelhança dos “salts de plens” da Patum de Berga. Como é lógico os arquivos vinculados ao Corpus de Solsona não citam em lugar algum a presença deste ato novo, a pesar de que ninguém preocupou-se até o momento em procurar o que falam os arquivos das festas dos antigos rituais agrários do solstício de verão.

Texto: Redacció festes.org, en base a un text del Consell de la Festa Major de Solsona Fotografias: Consell de la Festa Major de Solsona

Tardução: Miquel Serra Rosanas (Catalonia) Podemos ainda indicar:

Sitges (el Garraf) De sexta-feira a domingo de Corpus

Um estouro de floresUm estouro de floresUm estouro de floresUm estouro de flores Estendidos no chão formando parte de um tapete, numa sacada

embelezando uma fachada ou cultivados dentro de vasos, os cravos formam parte da idiossincrasia das Festas de Corpus de Sitges, uma festa na qual os moradores de Sitges misturam o culto religioso com a paixão que sentem por esta flor. De há já muitos anos, ao chegar as Festas de Corpus, a vila de Sitges exterioriza o seu amor incondicional pelas flores e, de forma especial, pelos cravos. Enquanto perdura a festa esta flor é a protagonista de enfeites de todos os tipos e atos culturais bem diversos que colocam de manifesto a paixão que os moradores da vila professam pelos cravos. A celebração do Corpus, que é uma das festas de Sitges que registram uma maior incidência de visitantes, foi declarada primeira Festa de Interesse Artístico Nacional e posteriormente também Festa de Interesse Turístico Nacional pelo Ministério de Indústria, Turismo e Comercio espanhol. A Exposição Nacional de Cravos A festividade do Corpus em Sitges se celebra coincidindo sempre com a mesma semana da Exposição Nacional de Cravos, uma amostra de cravos não competitiva nascida no ano 1918 quando dois aficionados ao cultivo desta flor decidiram expor suas coleções mais seletas no oitocentista, mas já desaparecido “Pavelló del Mar”.

L'encesa de la tronada

O cravo, o protagonista

Os cravos de Sitges A exposição de cravos

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A partir deste momento, a Exposição tem-se organizado sempre, exceto no longo período da guerra civil e alguns anos do pós-guerra (foi retomada, de fato em 1950). Na atualidade, a Exposição de Cravos pode ser visitada nos jardins “Hort de Can Falç”. La estão presentes os melhores exemplares de cravos cultivados com paixão pelos artesões locais durante o ano inteiro. Em 2006 houve um total de 36 expositores, que apresentaram mais de 3.500 vasos e mais de 200 variedades de cravos. A exposição é de caráter amador e somente são concedidos prêmios honoríficos, sem qualquer dotação econômica. A partir de 1991, ao mesmo tempo em que se celebra a Exposição Nacional de Cravos tem lugar também a Amostra de Bonsais, uma amostra do tipo de plantas cultivadas pelos Amigos do Bonsai. Entre os atos da Exposição que merecem destaque podemos citar o “Pregó del Clavell” que se realiza na sexta-feira da inauguração e é feito sempre por uma personalidade relacionada com o mundo das flores ou de Sitges, e a oferenda dos cravos expostos para a Verge del Vinyet, que é celebrada após o ato de encerramento. Os proprietários dos cravos vão até o santuário que a Virgem possui a um quilômetro da Vila e colocam aos pés da sua imagem os cravos que produziram. Os tapetes de flores

A tradição de fazer tapetes de flores em Sitges perde-se no tempo. O impulso definitivo à festa começou, contudo no ano 1952 quando o Fomento do Turismo de Sitges organizou pela primeira vez o Concurso de “Catifes de Flors”, no qual participavam os cidadãos residentes no percurso realizado pela procissão de Corpus, e de ruas próximas. Para fazer os tapetes de flores são utilizados cerca de 360.000 cravos, nas cores: vermelho, amarelo, branco e rosa, além de outras espécies de flores, que descansam sobre uma base de grama e todo tipo de outros materiais, tais como serragem de pinho, galhos de pinheiro, “ginesta”, casca de arroz, ou café. O custo do tapete fica a cargo dos habitantes locais,

mas, a prefeitura concede ajudas às ruas participantes. O tapete da Praça “Cap de la Vila”, que cada ano é feito por uma entidade diferente, é uma das mais esperadas do Corpus pela sua grandeza e pelo fato de ser o cenário central do ato religioso, com um enorme conjunto artístico floral e um altar que por um momento acolhe o Santíssimo Sacramento no seu passo com a procissão. O Concurso de Ornamentação Floral de Fachadas e Sacadas

A partir de 1959, no transcurso dos mesmos dias em que tem lugar a Exposição Nacional de Cravos e o Concurso de Tapetes de Flores de Corpus, é celebrado também um concurso que consiste em enfeitar sacadas e casas utilizando como base os cravos, geranios e outras variedades de flores. O certame é organizado pelo Fomento do Turismo de Sitges e participam os habitantes locais. Outro dos elementos mais característicos da festividade de Corpus em Sitges é “l’ou com

balla”, (um ovo dançando num chafariz) que pode ser visto o domingo de Corpus no Palau Maricel.

Texto: Manel Carrera i Escudé

Fotografias: Foment del Turisme de Sitges Tardução: Miquel Serra Rosanas (Catalonia)

Detalhe de uma rua enfeitada

O tapete de “Cap de la Vila”

Também as sacadas recebem enfeites

Passando por cima das alfombras

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Preparando as alfombras

Também na cidade de La Garriga (el Vallès Oriental) O Domingo de Corpus

Esta localidade do vallès oriental celebra a Festa de Corpus confeccionando diversos tapetes de cravos estendidos ao longo de suas ruas mais centrais, fazendo uma procissão religiosa e uma grande batalha festiva com os cravos que coloca o ponto final às celebrações. A festa, contudo, tem início na semana anterior com diversas atividades organizadas pelas entidades culturais do município, assim como a “Trobada de Gegants” (encontro de Gigantes). A festa do Corpus na La Garriga é uma das mais

especiais que se realizam na Catalunha pelo seu aspecto popular, já que na mesma participam todos os habitantes locais, seja qual for a sua idade ou a condição social. A festa iniciou-se no século XIV e é realizada ininterruptamente desde os anos 30 do século XX com a realização de tapetes de flores para receber a procissão. É por isso que, os tapetes de la Garriga são considerados uns dos mais antigos da Catalunha. A festa passou por uma crise nos anos 80 e quase desapareceu, mas com a ajuda e participação das escolas da vila, que iniciaram sua participação na confecção dos tapetes, voltou a tomar força e hoje é a festa mais popular de la Garriga e muito querida por todos os habitantes da vila. Tapetes naturais

A diferença de outros lugares, o pessoal de La Garriga faz seus tapetes somente com elementos naturais. A base é o cravo, que colocam inteiro, e complementam com outras flores, tais com rosas, gérberas e giesta, e outros elementos vegetais: casca de arroz, esteva, grama, cipreste (que chamam de cuprer) e terra (apodrecido de castanho ou terra de pinhão). Uma das particularidades da arte da confecção de tapetes de La Garriga é que seus desenhos variados são elaborados com moldes previamente definidos, que servem para marcar o chão que, a seguir, vai sendo recheado com cravos e outras flores.

Ruas, entidades e escolas são os responsáveis pela construção dos tapetes. Na atualidade, a festa está muito viva e conta com a participação, de uma ou outra forma, de grande parte dos 15 mil habitantes de La Garriga. Além dos tapetes é feito também um mural vertical de flores, dois altares de flores e folhagens na Praça da Igreja, onde a procissão dá uma parada no seu percurso. Atualmente, os tapetes não fazem parte de uma competição. Em 1956 foi convocado o primeiro concurso de tapetes, com prêmios em dinheiro, até que no ano 1961 foi substituído por uma placa comemorativa. Os habitantes dedicavam muito esforço em organizar excursões para coletar giesta e verde, que era armazenado para ser cortado durante diversas noites fazendo sarau ou indo até o Maresme para recolher os cravos. Atualmente parou-se de sair à procura de cravos na comarca vizinha, pois diminuiu muito a área cultivada. Como alternativa são usadas outras flores e a compra de cravos e efetuada no sul do Estado Espanhol.

Pode-se encontrar ainda mais informação, na página internet: http://www.festes.org/directori.php?id=156

Foto antiga da alfombra de rua Cardedeu

Preparando os tapetes

Um tapete concluído

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Notícias do “Casal” Associação Cultural Catalonia Nossas atividades no decorrer do passado mês de Maio:

A “Penya Barcelonista de São Paulo”, fundada em agosto de 2004 na sede do Catalonia, viveu momentos de grande euforia com as três copas conquistadas pelo Barça durante o mês de maio. Vejam mais informações na página web: http://www.penyabarcelonistasp.com.br O “triplet” do Barça teve o seguinte desenvolvimento: Iniciou-se no dia 2 com 6 x 2 sobre o Real Madrid no Santiago Bernabéu, confirmando a conquista do campeonato espanhol. No dia 13, na final da Copa do Rei , foram 4 X 2 sobre o Athletic de Bilbao no Mestalla em Valencia. Finalmente, no dia 27, foram 2 x 0 , na final da copa dos campeões da Europa, em Roma, contra os ingleses do Manchester United .

O Barça nos encheu de felicidade e orgulho com este feito inédito em sua história, a conquista simultânea dos três campeonatos.

O Canto Coral Catalonia também aderiu à festa barcelonista, fazendo uma apresentação para o canal de TV ESPN Brasil, vejam os momentos antes da apresentação e das entrevistas

Ao Barça, que realmente é mais que um clube, os nossos

parabéns mais sinceros assim como a todos seus torcedores.

Os “culés” da “Penya Barcelonista” no “Bar 90 minutos”

Imortalizados com as três copas

Beguiristain, Guardiola, Laporta e Puyol

Ferran Royo, conversando com a Karin, maestrina do

Coral Catalonia

Entrevista a Ferran Royo, membro do coral e presidente da Penya, Barcelonista. A nossa direita o presidente da Associação Cultural Catalonia, Màrius Vendrell, observa os acontecimentos.

Alguns membros do Coral, aguardando o momento da atuação.

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Outras Noticias Os acontecimentos de Maio nos conduzem a falar um pouco deste Senhor Josep Guardiola i Sala, mais conhecido como Pep Guardiola (Santpedor, Bages, 18 de janeiro de 1971), foi, como jogador, um dos meio-campistas mais importantes do “Futbol Club Barcelona”, onde atou de cérebro do dream team azul-grana. Dotado de uma técnica sofisticada, Guardiola era o "4" (tinha este número na camiseta) que organizava a equipe, que distribuía o jogo, que lhe dava velocidade e, se necessário, o acalmava. Numa segunda etapa, como treinador do time principal, obteve o tripleto histórico (copa, liga e “champions”) no seu primeiro ano como responsável na temporada 2008-2009. Jogou 47 vezes com a seleção espanhola e tem sido também o capitão da seleção catalã durante muitos anos. ESPETÁCULO "DA RAZÃO DAS COISAS" Peça teatral baseada no livro "El Perquè de Tot Plegat" do escritor catalão Quim Monzó . “Da razão das coisas" expõem, numa escrita contemporânea e vigorosa, recortes de perfis de seres humanos muito próximos de nós, como se fosse uma lâmina cortante em sentimentos que perpassam nossos organismos e mentes, mas que raras vezes confessamos, nem a nós mesmos DIREÇÃO: Antonio Januzelli ELENCO: Eliana Teruel e José Dornellas TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Eliana Teruel PRODUÇÃO: Fabiane Camargo ILUMINAÇÃO: José Dornellas FIGURINO e ESPAÇO CÊNICO: Antonio Janezelli SERVIÇO: Sescc Pinheiros - Auditório/3o. andar De 03 de julho a 01 de agosto (sexta-feira as 21h e sábado as 18h30) Quem é Quim Monzó?

Nasceu em Barcelona em 1952. Ganhou o premio Nacional de literatura, o de narrativa Cidade de Barcelona, o de novela Prudenci Bertrana, o de novela El Temps, o “Lletra d'Or”, o dos Escritores Catalães, o Maria Àngels Anglada, o “Trajectòria” e, por quatro vezes, o premio da Crítica, que outorga

Foto: Pedro Madueño Serra d'Or. Escreveu, com Cuca Canals, os diálogos de Jamón, jamón de Bigas Luna. Escreveu também El tango de Don Joan, com Jérôme Savary. É colaborador habitual do diário La Vanguardia. Publicou livros em diversas línguas, daremos, aqui, destaque aos publicados em Catalão e em Português:

Livros em catalão Mil cretins | Barcelona: Quaderns Crema, 2007 (8a impressió: 2008). Premi de Narrativa Maria Àngels Anglada 2008. Catorze ciutats comptant-hi Brooklyn | Barcelona: Quaderns Crema, 2004 (2a impressió: 2004).

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Tres Nadals | Barcelona: Quaderns Crema, 2003 | Inclou "Nadal blanc", de Del tot indefens davant dels hostils imperis alienígenes, "La venedora de mistos", d'El millor dels mons, i "La comissió". Amb il�lustracions de Ramon Enrich. El tema del tema | Barcelona: Quaderns Crema, 2003 (2a impressió. 2003).

El millor dels mons | Barcelona: Quaderns Crema, 2001 (3a impressió: 2001).

Tot és mentida | Barcelona: Quaderns Crema, 2000 (2a impressió: 2000). Vuitanta-sis contes | (Uf, va dir ell, Olivetti, Moulinex, Chaffoteaux et Maury, L'illa de Maians, El perquè de tot plegat i Guadalajara). Barcelona: Quaderns Crema, 1999 (10a impressió: 2008). Premi Nacional de Literatura 2000, Premi Lletra d'Or 2000. Del tot indefens davant dels hostils imperis alienígenes | Barcelona: Quaderns Crema, 1998 (5a impressió: 1998).

Guadalajara | Barcelona: Quaderns Crema, 1996 (9 impressions) i 2000 (4a impressió: 2007). Premi de la Crítica Serra d'Or 1997. No plantaré cap arbre | Barcelona: Quaderns Crema, 1994 (6a impressió: 2002). El perquè de tot plegat | Barcelona: Quaderns Crema, 1993 (25 impressions) i 1999 (10a impressió: 2007). Premi Ciutat de Barcelona 1993, Premi de la Crítica Serra d'Or 1994. Hotel Intercontinental | Barcelona: Quaderns Crema, 1991 (6a impressió: 1999). La maleta turca | Barcelona: Quaderns Crema, 1990 (7a impressió: 1997). La magnitud de la tragèdia | Barcelona: Quaderns Crema, 1989 (21 impressions) i 2005. Premi de Novel�la El Temps 1989. Zzzzzzzz | Barcelona: Quaderns Crema, 1987 (9a impressió: 2002). L'illa de Maians | Barcelona: Quaderns Crema, 1985 (15 impressions) i 2000 (3a impressió: 2007). Premi de la Crítica Serra d'Or 1986. El dia del senyor | Barcelona: Quaderns Crema, 1984 (7a impressió: 1995). Benzina | Barcelona: Quaderns Crema, 1983 (9 impressions) i 2005. Olivetti, Moulinex, Chaffoteaux et Maury | Barcelona: Quaderns Crema, 1980 (18 impressions) i 2001 (12a impressió: 2006). Premi de la Crítica Serra d'Or 1981. Uf, va dir ell | Barcelona: Quaderns Crema, 1978 (21 impressions) i 1999 (6a impressió: 2008). Self Service | Barcelona: Iniciativas Editoriales SA, 1977. En col�laboració amb Biel Mesquida L'udol del griso al caire de les clavegueres | Barcelona: Edicions 62, 1976. Premi de Novel�la Prudenci Bertrana 1976

Livros em Português Gasolina | (Benzina). Lisboa: Editorial Teorema. Será publicado em 2010.

O porquê de todas as coisas | (El perquè de tot plegat). São Paulo: Editora Globo, 2004. Traduzido por Ronald Polito.

Mais informação: http://www.monzo.info/index.htm

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Curiosidades

ONOMATOPÉIAS Há, em qualquer língua, muitas palavras que imitam os sons que nos rodeiam ou que produzimos. Estas palavras são denominadas onomatopéias. Muitas pessoas têm conhecimento de onomatopéias em inglês, tais como: “bang” (explosão), “splash” (impacto na água), ou “ring” (campainha do telefone), que em catalão correspondem a bum, pataplaf e ning-nang . Equivalentes ao pum , txibum e tring , do português. Para o som de uma explosão temos também (no catalão) a palavra esclat (e o verbo esclatar), e esquitx para o impacto de água (e o verbo esquitxar). Onomatopéias habituais em qualquer língua são as que imitam animais. Em catalão temos, entre outras: bup bup (do cachorro) em português (uau uau ), mèu (do gato) em português (miau ) e piu piu (do pintinho ou passarinho), neste caso é igual em português. As onomatopéias alem de imitar os sons, mostram quais são os sons naturais do ponto de vista daqueles que falam uma língua. Aprender onomatopéias é uma maneira divertida de adquirir vocabulário, ao mesmo tempo em que um se acostuma aos sons próprios de uma língua. Vejamos alguns outros exemplos de onomatopéias catalãs e o seu uso em frases: Hem de fixar l’armari, perquè està molt nyigui-nyogui . Precisamos fixar o armário, porque está fazendo um nheco nheco. Per a que ningú no ens senti, et faré xiu-xiu a cau d’orella. Para que ninguém nos ouça, vou cochichar ao pé do ouvido. Caminant xip-xap sota la pluja, vaig acabar tot xop. Andando chapiscando sob a chuva, fiquei uma sopa. Nen, si no et portes bé la mare et farà pam pam al cul. Menino, se não te comportas a mamãe vai fazer pum pum no traseiro. El menjar és a punt. És hora de nyam nyam . A comida está pronta. É hora de papar. La panxa em fa rau-rau perquè tinc gana. A barriga esta fazendo rum rum porque estou com fome. Va acabar la feina en un instant, en un tris-tras . Finalizou a tarefa num instante, num vapti-vupti. El nen cridava fent grans brams . O menino gritava com fortes berros. Va caminar a poc a poc, tot xino-xano . Caminhou devagar, passo-a-passo És un tiquis-miquis. A tot li troba defectes. É um crica. Para ele tudo tem defeito Existem muitas mais onomatopéias, e até poderíamos inventar outras. Você se atreve a inventar alguma? De Jordi Ferré Pela tradução, Miquel Serra i Rosanas Per a fer contacte amb nosaltres podeu fer-ho mitjançant les següents adreces: [email protected] - per assumptes en general, [email protected] – per a preguntes sobre assumptes culturals, [email protected] – per assumptes relacionats amb el curs de català, i encara per mitja del telèfon (11) 5549-3840.