O modelo de oração

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1 O MODELO DE ORAÇÃO (Mateus 6:9-13) Portanto, vós orareis assim: 1 - Pai nosso, que estás nos céus, - O RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO 2 - santificado seja o teu nome; - A ADORAÇÃO 3 - venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; - O RECONHECIMENTO DA SOBERANIA 4 - o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; - A APRESENTAÇÃO DAS NECESSIDADES 5 - e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; - A APRESENTAÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS 6 - e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal - A APRESENTAÇÃO DA RELAÇÃO COM O KOSMOS (MUNDO) 7 - (pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém) NOVA ADORAÇÃO E RECONHECIMENTO DA SOBERANIA ------------------------------------------------------------------------------------------- Resumo : 1 - RELAÇÃO 2 - ADORAÇÃO 3 - SUBMISSÃO 4 - PÃO 5 - PAZ 6 LIVRAMENTO 7 ADORAÇÃO E SUBMISSÃO ------------------------------------------------------------------------------------------- Observações : 1, 2 e 3 caracterizam a relação vertical

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O MODELO DE ORAÇÃO (Mateus 6:9-13) Portanto, vós orareis assim: 1 - Pai nosso, que estás nos céus, - O RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO 2 - santificado seja o teu nome; - A ADORAÇÃO 3 - venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; - O RECONHECIMENTO DA SOBERANIA

4 - o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; - A APRESENTAÇÃO DAS NECESSIDADES 5 - e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; - A APRESENTAÇÃO DAS

RELAÇÕES SOCIAIS 6 - e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal - A APRESENTAÇÃO DA RELAÇÃO COM O KOSMOS (MUNDO) 7 - (pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém) – NOVA ADORAÇÃO E RECONHECIMENTO DA SOBERANIA ------------------------------------------------------------------------------------------- Resumo: 1 - RELAÇÃO 2 - ADORAÇÃO 3 - SUBMISSÃO 4 - PÃO 5 - PAZ 6 – LIVRAMENTO 7 – ADORAÇÃO E SUBMISSÃO ------------------------------------------------------------------------------------------- Observações: 1, 2 e 3 caracterizam a relação vertical

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4, 5 e 6 caracterizam a relação horizontal 7 enfatiza o aspecto primordial da oração: adoração e humildade O pão é garantido pela relação (1 x 4) A paz é garantida pela adoração (2 x 5) O livramento é garantido pela submissão (3 x 6) -------------------------------------------------------------------------------------------

Esta é uma passagem bíblica muito mal compreendida das

Escrituras, pois a maioria dos cristão creem que aqui O Senhor está ensinando uma oração que deve ser usada e repetida como um mantra por aquele que se dirige a Deus, o que seria muito limitante em termos de conteúdo.

Que esta oração não é para ser usada de usada de forma repetida é obvio pelo próprio contexto em que ela se encontra (Mateus 5:1 a 8:1), onde é dito: “E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos.” (Mateus 6:7)

Na realidade, pelo tema (apresentar a Jesus Cristo como o esperado Messias e Rei de Israel aos seus contemporâneos judeus) e pela progressividade da apresentação que o apóstolo Mateus faz em seu evangelho aprendemos que Aquele que nascera para reinar sobre e a partir de Israel (“E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” - Lucas 1:31-33) iniciou seu ministério pregando “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus.” (Mateus 4:17), pois esta era sua proposta: dar cumprimento as inúmeras profecias dadas pelo profetas relativas ao estabelecimento do governo de Deus na terra a partir de Jerusalém. (Romanos 15:8 / João 18:37)

Esta era a mesma pregação de seu precursor, João Batista (Mateus 3:1-6), que preparava os potenciais súditos do reino a ser estabelecido para as adequações há muito exigidas (Salmos 24). Foi com este mesmo intuito que o Senhor apresentou, neste seu discurso de Mateus 5 a 7, estas mesmas exigências como sine qua non para se participar deste reino de justiça.

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Ainda que muita aplicações podem ser extraídas hoje deste discurso também conhecido como sermão do monte, ele tinha como público alvo os judeus candidatos ao reino messiânico, ou seja o remanescente judaico temente e fiel, que se diferenciava daquela geração incrédula com seus líderes soberbos e auto suficientes.

Este reino porém foi rejeitado e adiado em sua instalação para uma data no futuro (Lucas 13:35 / 19:11,12 / João 18:36 // Daniel 7:13,14,18,27 / Romanos 11:26,27 / Mateus 24:29-31 / 25:31 / Apocalipse 20:4) e juntamente com ele o conteúdo e a proposta deste discurso.

A escatologia bíblica ensina que haverá no futuro um período de angústia e tribulação que assolará todo o planeta (Mateus 24:21,22) e neste período os santos, que compreendem os gentios escolhidos tementes a Deus e o remanescente judaico temente e fiel, serão odiados e perseguidos (Daniel 7:21,25 / Mateus 24:9 / Apocalipse 7:14 / 11:7 / 13:7 / 14:13).

É a este remanescente futuro que esta oração apetece, pois sob intensa perseguição e ódio clamarão com desejo e urgência “venha o teu reino”, e pedirão “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”, no que serão atendidos por meio de gentios que os servirão (Mateus 25:35-40) e rogarão diante da face do mal que os assola “e não nos deixes cair em tentação;* mas livra-nos do mal” (Mateus 24:9-13,22 / Apocalipse 13:16,17 / 14:9-12), enquanto o anúncio da proximidade da vinda de Jesus Cristo e de seu reino messiânico são anunciados (Mateus 24:14) tal qual fora quando esta oração foi ensinada.

[ * - a palavra no grego aqui (Πειρασμον) é “julgamentos doloridos ou cruéis” ou seja, torturas que não se possa suportar, (vem da raiz πειρω , para perfurar, como com uma lança). Isto é bastante relevante porque torna a oração bastante apropriada para alguém que certamente sofreria este tipo de perseguição por se identificar com o Messias (como foi o caso da igreja nascente, perseguida pelos fariseus e por Saulo – Atos 26:11) e que também será o caso daqueles que se identificarão com o Messias no período de perseguição tribulacional futuro: "Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vosão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome." Mateus 24:9]

Então, se você não faz parte da futura geração dos remanescentes judaicos tribulacionais esta oração não te é adequada! Não a reze!!!

Mas o que podemos aprender dela já que toda Escritura inspirada é proveitosa (2 Timóteo 3:16) e que tudo o que foi escrito para o nosso ensino foi escrito (Romanos 15:4)?

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O que podemos aproveitar desta oração é o seu MODELO. Nela aprendemos com o Senhor Jesus a forma como

devemos apresentar nossas orações a Deus. 1 - O RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO A primeira coisa que deve ser considerada em nossas

orações é a nossa relação com Deus: nós podemos nos dirigir a Ele como um filho se dirige a um pai. Esta é uma relação que repousa em total segurança e tranquilidade, uma relação que descansa na certeza do carinho e do cuidado da bondade paterna:

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.

Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?” Mateus 7:7-11

É assim que devemos iniciar nossas orações, com a intimidade e o aconchego que um vínculo familiar concede.

2 – A ADORAÇÃO Mas ainda que Deus seja o nosso Pai, não devemos

prescindir da glória e da adoração que lhe é devida: “Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor

na beleza da santidade.” Salmos 29:2 Neste ponto nossa oração se transforma em louvor e ele é

conveniente aos retos de coração (Salmos 33:1 / Colossenses 4:2), isto quebra em nós a atitude de autocomiseração e nos coloca na esfera da gratidão e da alegria de ser o que somos, de ter o que temos e de estar onde estamos.

Aos inserirmos em nossa oração elogios (etimologicamente adorar é a mesma coisa que reconhecer e elogiar) a pessoa de Deus, ao seu caráter e a sua ação em nossas vidas tiramos os olhos de nós mesmos, de nossas fraquezas e problemas e contemplamos apenas a Ele ("Olhando para Jesus, autor e consumador da fé" Hebreus 12:2) e nisto podemos contar com a condução do Espírito que ora conosco e através de nós (Romanos 8:26 / João 16:13,14 / Efésios 6:18).

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3 – O RECONHECIMENTO DA SOBERANIA Depois de nos aproximamos com confiança e tranquilidade

(Hebreus 10:19 / 2:11 / Efésios 2:19 / Romanos 8:16 / 1 João 3:2) e o adorarmos, antes que apresentemos qualquer petição, é imprescindível que reconheçamos que Ele "faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade" (Efésios 1:11), para que não nos frustremos caso a resposta a qualquer petição seja um sim, um não ou um aguarde, Ele é soberano e sabe o que faz.

Como posso servir e pedir algo a alguém que não confio? E como posso dizer que confio se não creio que Ele saiba o que está fazendo?

A demonstração de confiança no governo, no controle e na soberania do Pai se expressa pela sincera oração: “seja feita a sua vontade”, foi desta forma que o Senhor Jesus orou. (Mateus 26:39,42).

4 – A APRESENTAÇÃO DAS NECESSIDADES Agora chegamos ao momento em que efetivamente nos

dirigimos ao Senhor para apresentar aquilo do que estamos precisando ou querendo pessoalmente, a petição.

Pedir é estimulado pelas Escrituras: “nada tendes, porque não pedis.” (Tiago 4:2), “Pedi, e dar-se-vos-á” (Mateus 7:7,11), “pedi, e recebereis, para que o vosso gozo se cumpra.” (João 16:24), “E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.” (1 João 5:15), “E, tudo o

que pedirdes em oração, crendo, o recebereis.” Mateus 21:22 Mas temos que ter sabedoria ao pedirmos, pois nossas

petições não devem ser orientadas por egoísmo ou cobiça: “Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.” (Tiago 4:2,3) ou, pior ainda, pela insistência de algo que discernimos que não seja a vontade de Deus para nós no momento: “Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma.” Salmos 106:15 aliás, a própria sabedoria é algo que tem garantia de concessão se pedida: “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” (Tiago 1:5)

É interessante a cláusula “de cada dia”, ela revela a necessidade de um contato frequente, diário. Isto estreita o nosso vínculo, a nossa comunhão e a nossa dependência dEle.

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Raramente Deus permite que tenhamos tesouros acumulados (Mateus 6:19-21 / Provérbios 30:8) pois estes potencializam a auto suficiência e o nosso afastamento dEle, na realidade “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” (1 Timóteo 6:8)

Ele se agrada que nos contentemos com o básico (Romanos 12:16), pois este contentamento revela que cremos que “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Filipenses 4:19), por isso “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei.” (Hebreus 13:5) pois “Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua semente a mendigar o pão.” (Salmos 37:25).

As vezes passamos necessidades aqui para nos lembrarmos que não estamos em casa.

“Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestuário, por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham nem fiam;

E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos?

Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” (Mateus 6:25-34)

Afinal, Ele “é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Efésios 3:20).

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5 - A APRESENTAÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS Nossas orações não devem ser ocupadas apenas com as

nossas necessidades, as necessidades dos outros também devem nos importar, esta é a parte da oração que se ocupa com a intersessão e a súplica.

“Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 2:1-3)

Nesta passagem temos o objeto destas orações: todos os homens. Neste alvo de oração com certeza estão incluídos nossos próximos e suas necessidades específicas o que não é excepcional espiritualmente falando (Mateus 5:46), mas prioritariamente (“antes de tudo”) também devemos incluir as autoridades no sentido que eles governem de maneira a conceder um contexto social condescendente ao evangelho e a vida cristã.

Foi neste mesmo sentido que Deus instruiu os exilados judeus na Babilônia. O ambiente cósmico é hostil ao santo, pois ele é gerenciado por Satanás que nos odeia, daí a extrema necessidade que roguemos por um contexto social de paz: "E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz."(Jeremias 29:7)

“Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.” (Romanos 12:18,19) e “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5:44) isto sim é espiritualmente excepcional e louvado pelas Escrituras, esta é a atitude que o Senhor espera que permitamos que o Espírito frutifique em nossas vidas “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” (Mateus 5:48), pois foi esta a oração do Senhor por aqueles que o assassinaram: “E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lucas 23:34) e foi assim também que orou Estevão cheio do Espírito: “E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu.” (Atos 7:60)

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E em função de que está essa oração tão prioritária pela paz? Qual a necessidade dos outros que é tão importante e até acima das minhas próprias necessidades? Qual é o grande desejo de Deus que faz com que orar assim seja bom e agradável?

A compaixão pela alma do próximo, a compaixão pelas almas perdidas, o amor pelo evangelho e sua divulgação:

“E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara.” (Mateus 9:36-38), isto é buscar o reino de Deus em primeiro lugar. O resto é resto!

E o mais importante: não evangelizo porque amo os perdidos, evangelizo porque amo a Cristo que nos mandou evangelizar, “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (João 15:14), “não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.” (João 13:16) e "o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido." (Lucas 19:10)

6 - A APRESENTAÇÃO DA RELAÇÃO COM O KOSMOS Como foi dito anteriormente, o mundo nos odeia. O mundo

odeia Israel porque o mundo odeia a Deus e o mundo odeia o cristão porque o mundo odeia a Jesus Cristo:

"Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo." (João 17:14)

"Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou." (João 15:18-21)

Não é o verdadeiro evangelho a pregação que fala de prosperidade material, perfeita saúde e entente com o mundo. O verdadeiro evangelho diz:

"no mundo tereis aflições" (João 16:33) “sofre as aflições como bom soldado de Jesus Cristo” 2

Timóteo 2:3 “todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus

padecerão perseguições” 2 Timóteo 3:12

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Em sua didática divina, sábia e soberana o Senhor sabe que “Foi-me bom ter passado por aflições, para que aprendesse os teus decretos.” (Salmos 119:71), pois Ele “corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.” (Hebreus 12:6) e ainda “Portanto também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem-lhe as suas almas, como ao fiel Criador, fazendo o bem.” (1 Pedro 4:19). Sofrer segundo a vontade de Deus, que ensino forte e extremamente rejeitado como politicamente incorreto pela geração atual e sua ênfase religiosa do Deus curandeiro, dono do ouro e da prata que a igreja tem comercializado...pode-se até argumentar que é um caso de disciplina pelo pecado, mas nem sempre pois muitas vezes "Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus." (João 9:3)

Então se Satanás, seus agentes e seu sistema nos oprimem e perseguem, e isso pode ser feito de forma explícita e agressiva ou sutil e insinuante, é porque Deus permite e tem um objetivo proveitoso para nosso crescimento no conhecimento dEle e a demonstração de sua graça.

São inúmeros os casos de permissão divina ao sofrimento dos santos: Jó, Israel sob os juízes e no cativeiro babilônico, a igreja perseguida pelas autoridades judaicas e romanas, Paulo e seu espinho na carne...e o próprio Filho de Deus: “Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles.” (Hebreus 2:10) e “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.” (Hebreus 5:8)

Mas conforme esta oração ensina, temos o direito de rogar ao Pai que nos livre do mal como tantas vezes outros já fizeram:

“Até quando consultarei com a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando se exaltará sobre mim o meu inimigo?” (Salmos 13:2)

"Olha para a minha aflição e para a minha dor" (Salmos 25:18) “Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do

fel.” (Lamentações 3:19) No que Deus pode tanto nos atender: “E de fato esteve doente, e quase à morte; mas Deus se

apiedou dele, e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza.” (Filipenses 2:27)

Ou não: “Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se

desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 Coríntios 12:8,9)

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7 - NOVA ADORAÇÃO E RECONHECIMENTO DA SOBERANIA

É exatamente por isso que a oração deve terminar da

forma que começou: com adoração e reconhecimento da soberania de Deus: “pois teu é o reino, o poder e a glória para

sempre”.

- Dele é o reino: Ele governa como quiser. - Dele é o poder: Ele socorre ou exalta quem Ele quiser. - Dele é a glória: pois esta será o fim de tudo aquilo que Ele faz ou escolhe. -------------------------------------------------------------------------------------------