O Mundo Espiritual - Divaldo Franco

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O MUNDO ESPIRITUAL Divaldo Pereira Franco Ao apreciarmos a matéria, constataremos que só há uma realidade: a energia, que é a realidade básica de todas as coisas. Quando se condensa, aparece a matéria; quando se dissocia, volta ao seu estado primitivo. Há uma explanação científica, apresentada por um físico moderno, que Nos oferece - aos menos eruditos que reconhecemos ser - uma idéia a esse respeito. Diz ele: "Consideremos o Universo como se fosse um oceano. De repente, o oceano levanta uma onda. A onda é feita pela água do oceano, O oceano é também a onda, mas essa não é aquele do qual surge, é somente uma partícula. Em seguida, a onda bate nos penhascos e fragmenta-se em miríades de gotas. Cada gota, cada bola pequenina é do oceano, mas não é o oceano, embora o oceano seja constituído de gotas. Esta gota bate e nela se forma um pequeno orifício; vem o sol e a suga, transformando-a em vapor d'água. Esse vapor d'água é do oceano, mas não é o oceano, que se constitui de vapor d'água. Então, o vapor d'água vai levado pela nuvem e defronta uma frente fria. Ele se condensa. No choque com a atmosfera quente que se ergue da Terra, assume a forma de granizo. Faz-se milhares de pedras. São do oceano, mas não são o oceano, que tem granizo na sua constituição. Surge o Sol que derrete o granizo. A pedra volta a ser vapor d'água, gota d'água que o vento carrega nas suas correntes novamente. Outra frente fria transforma-o em chuva que outra vez cai no oceano... É do oceano essa água, do oceano é aquela chuva..." Os seres humanos viemos de um campo de energia pensante, que é Deus. Esta energia constitui o mundo real, que forma o mundo aparente. Foi necessário que, a partir de Jesus, passássemos por várias escolas De pensamento, como a Neoplatônica, de Alexandria; por Newton, Descartes, os pensadores materialistas, chegando até John Dalton, no século XIX e, conhecendo os grandes pioneiros da libertação cultural, para que viesse Allan Kardec e colocasse o microscópio da mediunidade sobre a organização material, a fim de descobrir o Mundo Espiritual, assim como utilizando-nos do microscópio eletrônico, detectamos os espaços intermoleculares da matéria. Allan Kardec, na maravilhosa Doutrina Espírita, ressaltou que o mundo Real não é este, físico e tangível, mas outro, imaterial, energético, do qual este é somente uma projeção, quase ilusória. O Budismo, também assevera a mesma coisa há muitos séculos, quando afirma que "este é o mundo da ilusão, da paixão, do sofrimento", no qual estamos para nos aprimorarmos como um diamante, que tem

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Livro espírita. Divaldo franco

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  • O MUNDO ESPIRITUAL Divaldo Pereira Franco

    Ao apreciarmos a matria, constataremos que s h uma realidade: a energia, que a realidade bsica de todas as coisas. Quando se condensa, aparece a matria; quando se dissocia, volta ao seu estado primitivo.

    H uma explanao cientfica, apresentada por um fsico moderno, que Nos oferece - aos menos eruditos que reconhecemos ser - uma idia a esse respeito. Diz ele: "Consideremos o Universo como se fosse um oceano. De repente, o oceano levanta uma onda. A onda feita pela gua do oceano, O oceano tambm a onda, mas essa no aquele do qual surge, somente uma partcula. Em seguida, a onda bate nos penhascos e fragmenta-se em mirades de gotas. Cada gota, cada bola pequenina do oceano, mas no o oceano, embora o oceano seja constitudo de gotas. Esta gota bate e nela se forma um pequeno orifcio; vem o sol e a suga, transformando-a em vapor d'gua. Esse vapor d'gua do oceano, mas no o oceano, que se constitui de vapor d'gua. Ento, o vapor d'gua vai levado pela nuvem e defronta uma frente fria. Ele se condensa. No choque com a atmosfera quente que se ergue da Terra, assume a forma de granizo. Faz-se milhares de pedras. So do oceano, mas no so o oceano, que tem granizo na sua constituio. Surge o Sol que derrete o granizo. A pedra volta a ser vapor d'gua, gota d'gua que o vento carrega nas suas correntes novamente. Outra frente fria transforma-o em chuva que outra vez cai no oceano... do oceano essa gua, do oceano aquela chuva..."

    Os seres humanos viemos de um campo de energia pensante, que Deus. Esta energia constitui o mundo real, que forma o mundo aparente.

    Foi necessrio que, a partir de Jesus, passssemos por vrias escolas De pensamento, como a Neoplatnica, de Alexandria; por Newton, Descartes, os pensadores materialistas, chegando at John Dalton, no sculo XIX e, conhecendo os grandes pioneiros da libertao cultural, para que viesse Allan Kardec e colocasse o microscpio da mediunidade sobre a organizao material, a fim de descobrir o Mundo Espiritual, assim como utilizando-nos do microscpio eletrnico, detectamos os espaos intermoleculares da matria.

    Allan Kardec, na maravilhosa Doutrina Esprita, ressaltou que o mundo Real no este, fsico e tangvel, mas outro, imaterial, energtico, do qual este somente uma projeo, quase ilusria. O Budismo, tambm assevera a mesma coisa h muitos sculos, quando afirma que "este o mundo da iluso, da paixo, do sofrimento", no qual estamos para nos aprimorarmos como um diamante, que tem

  • de sofrer a lapidao para poder refletir a luz solar. Somos um tipo de diamante bruto, aguardando ser trabalhado para refletir a Luz Divina, o Mundo Espiritual.

    Allan Kardec demonstrou que o Universo povoado de seres pensantes, inteligentes, no necessariamente materiais. Mostrou-nos que esse Mundo Espiritual absolutamente real, constitudo de molculas, de micropartculas de tal natureza infinitamente pequenas que se fazem invisveis, tornando-se um laboratrio de aes e reaes, do qual nosso plano fsico uma condensao algo ainda grosseira.

    O Mundo Espiritual , portanto, o mundo causal, de onde viemos, para Onde retornaremos e onde permaneceremos. Foi atravs das experincias medinicas que Allan Kardec pde constatar a legitimidade desse Mundo Espiritual.

    Certo dia, perguntei a um Esprito muito querido como poderia explicar Essa realidade a uma pessoa que tivesse dificuldade em compreender. Respondeu-me:

    - "Fcil, fcil! Leve-a a visitar uma taba de ndios. L chegando, fale ao indgena sobre televiso.

    Dir-lhe- que onde voc mora existe televiso que, ao ser acionada atravs de pequeno boto, apresenta imagens do outro lado da Terra, de diferentes lugares ao mesmo tempo..."

    O silvcola ir olh-la, surpreso, e depois de meditar bastante, respondera:

    - "No consigo entender..."

    Continuaramos informando-o:

    - "Ento, venha c!"

    Cheguemos margem da lagoa. Faamos movimentos que sero refletidos no espelho das guas.

    - "A televiso assim!"

    O autctone meditar e, aps raciocinar, poder dizer:

    - "Agora compreendi!"

    Em verdade, a televiso no assim; mas, para aquele silvcola seria Dessa forma. Ningum levaria uma lagoa para dentro do quarto para ligar num boto e ver as imagens imprecisas e repetitivas das guas...

  • Desse modo, o Mundo Espiritual pode ser definido como nos informam os Espritos:

    "Tudo quanto vocs tm a, ns temos c, mas o de que dispomos aqui, vocs no tm a".

    Na civilizao, possumos tudo o que existe na taba do homem primitivo, mas l, no se tem tudo o que existe na civilizao. Isto d uma idia do Mundo Espiritual, que o mundo causal em relao ao Mundo fsico.