O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio...

16
Publicidade Publicidade Publicidade Semanário Sexta-feira | 19 de março 2021 | Ano XIV | N.º 430 Diretora: Joana Rosa COMÉRCIO E SESIMBRA DO SEIXAL DR O PAI

Transcript of O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio...

Page 1: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

Publicidade

PublicidadePublicidade

SemanárioSexta-feira | 19 de março 2021 | Ano XIV | N.º 430 Diretora: Joana Rosa

COMÉRCIOE SESIMBRA

DO SEIXAL

DR

O PAI

Page 2: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

EDITOR, REDAÇÃO E PUBLICIDADERua Bernardim Ribeiro, nº 392840-270 SeixalTelm. 969 856 802 Telf. 210 991 683 [email protected] Estatuto Editorial em:http://jornalcomerciodoseixalesesimbra.wordpress.comFacebook: Comércio do Seixal e Sesimbra

Diretora Comercial: Ângela RosaPaginação: Sofia RosaRepórter: Fernando Soares Reis 4164 AColaboradores: Agostinho António Cunha, Carmen Ezequiel, Dário Codinha, Fernando Fitas 1843A, Ivo Lebre CO-1010 A, José Mantas, José Sarmento, Manuel Matias, Margarida Vale, Maria Vitória Afonso, Mário Barradas, Miguel Boieiro, Paulo António CO-924A, Paulo Geraldo, Paulo Nascimento, Pinhal Dias, Rui Hélder Feio, Vitor Sarmento.

Impressão: Funchalense – Empresa Gráfica, S.A.Rua da Capela N. S.ª da Conceição, 50 – Morelena – Pêro PinheiroTiragem: 15.000 exemplaresO «Comércio» não se responsabiliza nem pode ser responsabilizado pelos artigos assinados pelos colaboradores. Todo o conteúdo dos mesmos é da inteira responsabilidade dos res-petivos autores.

Diretora: Joana Rosa TE-544ARegisto do título: 125282 Depósito Legal: N.º 267646/07Propriedade: Ângela RosaEditor: Cruzada de Letras, Lda.Contribuinte N.º 514 867 060

2 | ENTREVISTA

mos de ser apenas dois adultos e passa-mos a ter em mãos um pequeno ser que depende totalmente nós, e isso muda a nossa vida. Devido à minha atividade, nem sempre os posso levar ou buscar à escola, ou assistir a todas as suas ativi-dades, mas faço um esforço para estar o mais presente possível. É preciso equi-librar a vertente profissional e pessoal e esse é um grande desafio, pois o dia só tem 24 horas que não são suficientes para estar em todos os lugares e fazer

De que forma um cargo político como a presidência da CMS , mudou a sua vida?

Assumir um cargo político na Câma-ra Municipal do Seixal é um grande desafio e uma grande responsabilidade, mas também é um voto de confiança por parte da população e do PCP que tem acreditado no trabalho das equipas que tenho integrado, um trabalho cole-tivo que tem ajudado a fazer do conce-lho do Seixal um local onde dá gosto viver.

Comecei este percurso no concelho do Seixal como vereador da autarquia em 2002, já com muitas responsabili-dades nos pelouros pelos quais fui res-ponsável, mas quando, em 2013, assumi a presidência, foi, de facto, uma grande mudança. Em termos de agenda, em ter-mos de decisões e em termos de tempo.

Também tudo mudou para a minha família, que passou a ter de partilhar o meu tempo com os 170 mil habitan-tes do concelho. Estou como presidente da câmara municipal a 100 por cento, não tenho horários, fins de semana ou feriados, pelo que conciliar a vida pes-soal com a vida profissional é também um desafio diário.

Podemos comparar a gestão de uma

casa com filhos, à gestão do município?Em casa somos quatro, no concelho

somos quase 170 mil habitantes, há uma grande diferença numérica. Mas os princípios na gestão em alguns momen-tos são os mesmos: analisar a situação, perceber o sentimento de cada um e tentar obter o melhor resultado possí-vel seja nos afetos ou nos objetivos que definimos.

Em que aspetos a paternidade

influenciou a sua vida profissional?Ao sermos pais, as nossas perspetivas

mudam, isso é uma realidade. Deixa-

tudo o que gostaria e com a certeza de que os momentos que perco no cresci-mento deles dificilmente os recupero.

Numa fase em que o tempo em

casa com os filhos aumentou, mas não necessariamente o tempo útil passado com estes, que estratégias utiliza com os seus, para aproveitar o tempo livre?

Apesar da pandemia que estamos a viver, no meu caso pessoal, o tempo em casa não aumentou, pois continuo a desempenhar as mesmas funções e o trabalho aumentou, pois além de tudo o que temos para fazer, temos que enfren-tar uma situação nova e que requer toda a disponibilidade para a enfren-tar. Quando consigo estar em casa, ten-to dedicar-me o mais possível aos meus filhos e às atividades e jogos que estes gostam, ajudá-los nos trabalhos de casa ou simplesmente vê-los crescer.

Para um futuro pai, como descreve-

ria a paternidade? Que conselho ful-cral lhe daria?

Se me permitem, primeiro gostaria de incentivar os nossos jovens a não

desistirem do sonho da paternidade. Infelizmente o nosso país atravessa uma grave crise demográfica, o concelho do Seixal é uma das poucas exceções, mas é com preocupação que todos nós conhecemos jovens casais que adiam ou desistem mesmo do sonho de virem a ser pais, porque a sociedade que alguns pretendem impor acha que o traba-lho com direitos, remunerações justas e horários de trabalho condignos são privilégios, quando deviam ser a regra. Nesse sentido, temos de persistir e con-tinuar a lutar por uma vida melhor para todos e para que todos aqueles que o desejem possam ter direito a serem pais.

Eu tenho dois filhos, um menino e uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem cada momento, porque os filhos cres-cem demasiado rápido e é dos melhores sonhos que podemos transformar em vida.

Ivo Lebre

| 19 de março de 2021

O “Comércio” esteve à conversa com Joaquim Santos, Presidente da Câmara Municipal do Seixal. Quisemos perceber como é que o autarca consegue equilibrar a sua vida profissional e pessoal.

“(…)dos melhores sonhos que podemos transformar em vida.”

DR

DR

Page 3: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

Publicidade

| 19 de março de 2021 SOCIEDADE | 3

Centro de Vacinação da Quinta do CondeA Junta de Freguesia da Quinta do

Conde foi contactada pelos serviços Municipais de Proteção Civil na tarde desta segunda-feira no sentido de colo-car alguns chapéus-de-sol (sombreiros grandes) para proteger do sol as muitas pessoas de todo o concelho que aguar-davam na fila para entrar no Pavilhão Municipal da Quinta do Conde, agora transformado em Centro de Vacinação.

A Junta comunicou não ter os cha-péus solicitados, mas em alternativa sugeriu colocar algumas das tendas 3x3, o que foi aceite. Passada sensivel-mente uma hora do pedido e da sua aceitação, 5 tendas já se encontravam

DR

A Junta de Freguesia colocou tendas à entrada do Centro de Vacinação da Quinta do Conde, para proteger os cidadãos do sol.

devidamente montadas no local para garantir que as enumeras pessoas que se encontravam na fila ficavam prote-gidas do sol.

Face a alguma incompreensão obser-vada no local, a Junta esclareceu que “o processo de vacinação é da total respon-sabilidade das estruturas do Ministério da Saúde (neste caso do Agrupamento de Centros de Saúde Arrábida) e que o papel das autarquias, neste caso a Jun-ta de Freguesia, é de mero colaborante. Aconteceu agora com as tendas, acon-tece com o transporte de pessoas para vacina.”

“Não há Liberdade sem Igualdade!”É este o mote para a preparação do

Festival Liberdade 2021, que se irá rea-lizar a 2 e 3 de Julho, na Quinta do Conde e em Sesimbra. A campanha é dinamizada pelo Comité Organizador do Festival Liberdade, onde partici-pam diversas estruturas do Movimento Associativo Juvenil e técnicos de Juven-tude dos vários municípios associados da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS). Esta avança com o anúncio público de uma Carta Aberta

onde apela às Organizações de Juven-tude da Região para a subscrição desta campanha, que levará a diversas ini-ciativas, com destaque para as seguin-tes, um ciclo de conversas online, um documento dirigido aos jovens e uma exposição, tudo sob o mote “Não há Liberdade sem Igualdade!” que terá também reflexos no Festival.

Do ciclo de conversas, realizou-se já dia 12 de Março uma sobre as come-morações do 8 de Março - Dia Inter-

nacional da Mulher e as questões da Igualdade, que foi transmitida em streaming nas redes sociais do Festival e irá realizar-se ainda dia 28 de Março, às 21 horas, uma conversa sobre o Dia Nacional da Juventude e as questões da Igualdade na vida, e no trabalho.

O Festival da Liberdade, é um pro-jeto da região de Setúbal, assumido pela AMRS e municípios seus asso-ciados, em parceria com o Movimen-to Associativo Juvenil da Região de

Setúbal, que visa, tal como se pode ler no site da AMRS, “criar espaços de discussão e participação de jovens em nome individual, associações juve-nis e de grupos informais de jovens, numa visão de esperança e confiança na capacidade transformadora de que a Juventude é natural portadora.”

Page 4: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

4 | CULTURA | 19 de março de 2021

Perguntas e respostas

P. – Fui eleito administrador do con-domínio, mesmo sem ter estado pre-sente na Assembleia de condóminos, sou obrigado a aceitar?R. – Esse é uma questão que tem di-vidido opiniões e que tem dois enten-dimentos. Por um lado, é dever de todos os condóminos aceitarem uma série de obrigações que advêm do facto de se tornarem proprietários da fracção de um prédio, no qual as partes comuns também lhe dizem respeito. Não se trata só de pagar as despesas comuns, mas também a de gerir em conjunto com os demais condóminos, todo o imóvel. Por outro lado, não parece correcto que se imponha uma obrigação por parte de outros condóminos sem que haja uma aceitação inequívoca do eleito, porque este pode, por exem-plo, encontrar-se doente e incapaz de assumir essa função. Logo de início, existindo uma Assembleia onde se vai eleger uma administração, deverá existir uma ou mais candidaturas, sob pena de ilega-lidade na eleição de alguém que não se candidatou. Não existindo candi-daturas, podem sempre recorrer à contratação de empresa externa, a um advogado ou solicitador, ou até a um condómino que aceite a função mediante o pagamento do seu tra-balho. Não sendo possível, deverá a administração ser entregue ao(s) condómino(s) que tenha a maior per-milagem do condomínio.P. – Dado o actual estado de restri-ções derivadas da pandemia, podem ser efectuadas assembleias de condó-minos?R. – Sim. Efectivamente com o agra-vamento da situação epidemiológi-ca, o confinamento e a proibição de ajuntamentos, nomeadamente reu-niões de condomínios elevam o risco de contágio. Desta forma, o governo abriu a possibilidade de realização de assembleias de condomínio através meios telemáticos. Segundo a lei 4-B/2021 de 1 de Fe-vereiro, administração do condomí-nio pode convocar a Assembleia a ser realizada através de videoconferên-cia ou num modelo misto onde uns marquem presença e outros utilizem o vídeo.Caso o condómino não possua meios técnicos para a realização da video-conferência, deve este comunicar à administração para que esta provi-dencie os meios necessários para o efeito.Para a assinatura das actas, tanto vale a assinatura presencial pelo punho do condómino, como a assinatura di-gital através da chave móvel do car-tão de cidadão, ou ainda, através de comunicação posterior e por escrito, onde o condómino manifeste a sua concordância pelo conteúdo da acta.

Escolha os serviços de um profissio-nal, contacte o Solicitador.Envie a sua questão para: [email protected]

Rostos do SeixalJOSÉ MANUEL DE NORONHA E BRITO

MENESES DE ALARCÃO (1889-1984)

instituiu em Caparica um morgado de capela, aprovado em 1570, tendo a Quin-ta da Torre como principal propriedade e sendo constituído pelos bens imóveis que possuía na freguesia.

Colaborador em jornais e revistas, o Conde dos Arcos foi autor de dois livros de interesse para o estudo desta parcela da margem sul do Tejo: Caparica através dos séculos I (1972) e Caparica através dos séculos II - Roteiro (1974), publicados pela Câmara Municipal de Almada.

O Conde dos Arcos foi o grande impulsionador do Grémio da Lavoura de Almada e Seixal, situado no Fogueteiro. Esta instituição dedicava-se à comerciali-zação de matérias-primas e combustíveis agrícolas para os seus associados, desta-cando-se o seu lagar de azeite, sendo o elo de ligação entre os sócios e as respeti-

Mário Barradas

Foi o 12.° Conde dos Arcos de Valde-vez, 11.° Conde de São Miguel e 4.° Vis-conde de Trancoso, nasceu em Lisboa. Foi um importante investigador etnográ-fico e publicista, que muito contribuiu com os seus trabalhos para um melhor conhecimento dos concelhos de Almada e Seixal.

Filho de Maria do Carmo Giraldes Borba de Noronha e Brito de Meneses e de Henrique José Brito de Meneses e Alarcão, foi-lhe atribuído o título de Con-de dos Arcos, nomeação criada pelo Rei D. Filipe II de Portugal, a favor de D. Luís de Lima e Brito Nogueira.

Descendente duma nobre família proprietária da Quinta da Torre de Caparica, foi no século XVI que seu antepassado, D. Tomás de Noronha, aio do príncipe D. João, filho de D. João llI,

Os PREGUEIROS, os homens que antigamente faziam os pregos artesa-nalmente, um a um, aquecendo varas de metal na forja as quais, posterior-mente, com o auxílio de uma bigorna e um malho de aço, eram moldadas, agu-çadas e cortadas. As cabeças dos pregos eram obtidas numa operação final, por machucamento da parte não aguçada.

Porque eram muito utilizados na construção naval tradicional, em madeira, uma das indústrias seculares do nosso Município, as oficinas de pro-dução de pregos devem ter surgido no território do Seixal em tempos muito recuados.

O que se sabe ao certo é que em 1890 já por aqui existia uma pequena unida-de industrial de produção de pregos e em 1910 existiam duas oficinas de pre-garia na então vila do Seixal, uma delas pertencente a Joaquim dos Santos e outra a José Xavier dos Santos.

Esta indústria viria a manter-se no Seixal pelo menos até 1968, sendo refe-ridas como existentes nesta última data

DR

DR

DR

PREGUEIROSRui Hélder FeioSolicitador

O VOZEIRO

DR

três fábricas de pregos, relativamente pequenas, pertencentes a Italo Cordei-ro, a José António Silveira e aos herdei-ros de José Xavier dos Santos. Como podemos constatar esta última famí-lia exerceu esta indústria dos pregos durante mais de meio século.

Em tempos recuados, para além da construção naval, os pregos eram apli-cados também noutras obras de madei-ra, como por exemplo na construção dos carros de tracção animal.

Nas imagens podemos ver vários tipos e tamanhos de pregos de fabrico artesanal que tenho encontrado nas muitas saídas de campo que faço. Na imagem de baixo à direita eu mostro quatro pregos, com cerca de 30 a 40 cm de comprimento, que encontrei num antigo estaleiro naval do Seixal. Em baixo à esquerda um pregueiro a mol-dar um prego na bigorna, vendo-se a forja à esquerda.

Manuel Lima

vas corporações (Federação Nacional dos Produtores de Trigo e a Junta Nacional do Vinho) com o intuito de facilitar o escoamento dos produtos produzidos nas

quintas seixalenses e almadenses, bem como, dos produtos hortícolas produzi-dos por pequenos e médio agricultores para os mercados de Lisboa.

Encontra-se atualmente em obras promovidas pela Câmara Municipal do Seixal para nele funcionar a Casa do Educador do Concelho do Seixal, pre-servando o lagar de azeite como peça museológica de interesse público.

Page 5: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

| 19 de março de 2021 PUBLICIDADE | 5

Page 6: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

6 | OPINIÃO | 19 de março de 2021

O paiO meu pai, pessoa que já tinha guarda-

dos em si mais de 92 anos repletos de sabe-doria e vivências extraordinárias, apagou a sua chama e deixou de estar connosco. Agora já não se aborrece, já não tropeça nos tapetes, já não reclama do que não considera bem, já não se incomoda com coisa alguma, já está mais que tranquilo. Atingiu o seu nirvana. Não que ele acredi-tasse em céus ou infernos e muitos menos em religiões mas tinha a sua forma de encontrar o equilíbrio para se sentir bem.

Quem não teve a oportunidade de o conhecer não sabe o tipo de pessoa que perdeu. Aquela fibra era das boas, das que não se gastam com o tempo nem se dete-rioram com as mudanças de modernidade que acabam por morrer. Foi sempre um homem de princípios e de causas e não deixou o trabalho para os outros pois era ele o militante e o dirigente. Ou melhor, era ele quem ajudava a orientar e ensinava os passos de dança de uma sociedade que precisava de muitos ajustes.

Certamente que as memórias não me deixarão órfã, e ainda bem, mas já não pos-so acrescentar mais nada ao nosso álbum de recordações. Esse fica sempre bem arru-mado, numa gaveta especial que se abre de cada vez que a saudade começa a inco-modar e a fazer aquelas comichões muito complicadas. Ninguém é eterno mas o seu legado consegue chegar a esse patamar. Eleva-se e eterniza-se. Nós somos mortais mas os ensinamentos são de outro nível.

A única possibilidade de viver muitos anos é envelhecer e esse estado não será

para todos uma vez que perceber que o cor-po e a mente perdem faculdades, torna-se penoso e complexo. Há poucos que aceitam esse estado e muitos menos são os que têm a dignidade de o glorificar. Era o caso do meu pai que soube sempre estar em qualquer momento da vida com distinção e fair play.

Apesar de me custar escrever sobre ele, pois tudo ainda está muito fresquinho, sin-to que é uma maneira de manter o nosso contacto e a postura que sempre lhe deu o direito a ser como era. Talvez as palavras não sejam as mais sábias, que ainda estão encolhidas, mas certamente que saem com a mesma vontade com que ele andou por estas bandas, livres.

Gostava particularmente dos mais novos e tinha uma paciência infinita para com todos. Chegava a abrir contas em cafés e mercearias para que pudessem ir comprar pastilhas e rebuçados sempre que assim o entendessem. Claro que todos gostavam dele mas não era só por isso, as suas histórias cativavam-nos e tinha sem-pre o auditório cheio. Para eles era sim-plesmente o Guegué.

Sempre foi diplomata e tinha uma for-ma certa de resolver contendas sem que alguém ficasse magoado. Uma habilidade maior que não lhe consegui herdar pois a minha frontalidade não me permite estes artifícios que servem para enganar os tolos. Para ele era mesmo piece of cake. Delicado e cortês, com um sorriso aberto, cumprimentava sempre quem lhe falava mesmo que não soubesse quem era. Cha-ma-se educação.

AS BIZARRIAS DA NOSSA HISTÓRIAA nossa história tem acontecimentos

extraordinários e bizarros que fazem qualquer mortal abrir a boca de espanto. Vou contar duas delas mas para começar digo já que ambas ocorreram durante a Monarquia e ambas na mesma época embora em datas diferentes, a primeira em Moçambique e a segunda no Algarve, vejamos:

1 – A República Militar da Maganja da CostaA vila da Maganja da Costa fica na

província de Quelimane, em Moçambique e existiu aí uma república militar, em pleno reinado dos nossos reis Dom Luís (31-10-1839 – 19-10-1889) e Dom Carlos (28-9-1863 – 1-2-1908), estou a descrever uma época em que parte do território de Moçambique teve e tinha as explorações africanas precedidas por Artur de Paiva; Hermenegildo Carlos de Brito Capelo; Roberto Ivens; António Francisco Ferreira da Silva Porto; Alexandre Alberto da Rocha de Serpa Pinto; Henrique Mitchell de Paiva Cabral Couceiro; João de Andrade Corvo e depois em Moçambique as expedições africanas com o planeamento de António José Ennes e Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque. Estavam a explorar a terra companhias legalmente instaladas, como a Companhia do Boror, fundada por escritura pública, como prazo, em 6-8-1899, pelo suíço Joseph Émile Stuck de Quay; Companhia de Moçambique (1892); Companhia do Niassa (1898); estas últimas 2 que até emitiam selos de correio próprios, e tinham guardas da administração, armados e regras

próprias de controlo e exploração de espaços maiores que o reino de Portugal, se atendermos aos seus 89.015 Km2 do nosso território continental. A Maganja da Costa era um vasto território com exército próprio (de cipaios) que inicialmente serviu para controlar as incursões na província de Quelimane mas depois tornou-se um pesadelo para o Governador de Quelimane. Os Governadores acabaram por conseguir que essa republica se finasse. O curioso desta república é o facto de Portugal ser nessa época uma Monarquia.

2 – José Joaquim de Sousa Reis (Remexido ou Remechido)

Nascido em (Estombar – Lagoa 19-10-1796 – Faro 2-8-1838) foi Capitão de ordenanças e cobrador de impostos em Albufeira, juiz da vintena da mitra e Marechal de campo. Antigo seminarista, que abandonou, entrou ao serviço das forças lealistas de Dom Miguel (26-10-1801 – 14-11-1866). Recusou ser Alferes no Batalhão Lealista de Faro por ficar longe de sua casa.

Com as forças liberais a tomarem as vilas e cidades do Algarve, o Remexido pede apoio ao General absolutista Francisco de Paula Vieira da Silva Tovar de Albuquerque (8-2-1774 – 7-12-1852), 10º Sr. de Molelos e 1º Barão e 1º Visconde de Molelos. Foi um militar muito respeitado pelo seu passado, como a conquista da Banda Oriental (actual Republica Oriental do Uruguai). Como este lhe recusou apoio veio a criar o seu próprio exército.

Infringe uma derrota ao exército liberal de Dom Pedro IV (12-10-1798 – 24-9-1834), em 24 de abril de 1834, na batalha de Sant’Ana a poucos quilómetros de São Braz de Alportel.

Com o seu exército tinha atacado e atacou ainda Albufeira (23-7-1833), Grândola, Sabóia, Santa Clara a Velha, São Martinho das Amoreiras, Serpa, Ourique (19-7-1936) onde liberta 11 apoiantes, São Bartolomeu de Messines (23-7-1836) onde mata 11 Guardas Nacionais, Salir, Bensafrim, Santana da Serra, Boliqueime, Alvalade Sado, Aljezur, Porto Covo, Odeceixe, Martim Longo, Santa Catarina, Vila Nova de Milfontes, Moncarapacho, Santiago do Escoural, etc. Não devemos ocultar que o Remexido tinha sido nomeado por Dom Miguel Governador do Reino do Algarve e seu Comandante Interino das Operações do Sul.

Com os massacres em Albufeira que apelidaram de Vila Negra, e os ataques a Lagos e Portimão, começou a ser visto como um perigo para todos os quadrantes. Com a derrota das forças absolutistas em 23 de julho de 1833, (na Cova da Piedade e o massacre de Cacilhas) ele veio a ser perseguido e odiado de tal forma que foi sentenciado à pena capital a 1 de agosto e assassinado a 2 de agosto de 1838, em Faro (actual Jardim João de Deus), apesar das condições estabelecidas na Convenção de Évora-Monte.

A sua captura foi na Portela da Corte das Velhas – Monte do Grou próximo de São Marcos da Serra onde chefiava um

Manuel Matias

Margarida Vale

Teve uma vida grande, gigante em todos os sentidos. Viveu várias vidas, com nomes diferentes e soube sempre dar a volta por cima. Não, não foi nenhum ator profissio-nal. Teve um papel de maior relevo, esteve na clandestinidade, numa época em que respirar podia ser considerado suspeito e grande parte dos que por cá andam nem sabem o que isso é. Se temos uma maior liberdade é devida a vários como ele. Nun-ca vacilou nas suas convicções e essa era mais uma das suas características.

Gostava imenso de gatos e eles gosta-vam dele. Agora tinha dois que eram a sua grande companhia. Merecem um deta-lhe especial pois a sua chegada nada teve de vulgar. Fica para outras calendas. A minha cadela Rita nasceu no mesmo dia que ele, com um ligeiro intervalo de 82 anos. Eram uns grandes compinchas. Os gatos sentem a sua falta mas vão perceber, a seu tempo, o significado da ausência.

Pensou em tudo e a morte para ele era apenas mais uma etapa a conquistar. Ofereceu o corpo para a ciência, para ser estudado e por isso não houve lugar a qualquer funeral. Tivemos a oportunida-de de lhe dizer adeus, de ficar ainda mais uns momentos com ele antes de deixar de ser nosso. Agora é de todos. Um altruísmo que praticou durante toda a sua vida.

Como era bem disposto, brincalhão e trocista, arrisco a dizer que, depois de ter dado lugar aos outros para estudarem, para seguirem os seus sonhos, chegou a vez dele e entrou para a universidade de

medicina. Vai agora continuar a sua mis-são de ajudar quem precisa, de esclarecer dúvidas, de mostrar como se chega aos 92 anos com uma imensa saúde que lhe per-mitiu ultrapassar certas barreiras compli-cadas com a maior das facilidades.

A mão que me deu jamais se soltará. Agora sei bem atravessar as ruas e andar de cabeça erguida mas os alicerces foram muito importantes. Saber olhar, saber ver e saber escutar são a base dum prédio que se vai construindo e que nunca terá a festa do pau de bandeira. Aumenta tanto que é uma obra infinda.

Ainda tentei que visse as últimas fotos feitas num país que ele tinha imensa von-tade de conhecer mas quem encontrei foi apenas um invólucro, um corpo que estava destituído de caráter e de essência. Estava perdido dentro de si e mesmo que fosse eu a dar-lhe a mão, a travessia que tinha de fazer era apenas dele. Senti que tinha chegado ao fim do percurso.

Quero recordá-lo como o meu herói, aquele que tinha sempre resposta para tudo e que conhecia toda a gente. Não posso dizer que não me deixa saudade, que deixa e muita, mas sei que cumpriu a sua função e que soube sempre estar em todas as situações. Já não nos voltaremos a ver mas os seus ensinamentos e as nossas conversas não se esgotam e, na verdade, sabendo que foi poupado a estes tempos conturbados, até sinto um certo alívio por ter ido de forma tão suave e pacífica.

grupo de 248 guerrilheiros dos quais 56 foram mortos.

Analisando as declarações proferidas durante o seu julgamento permite perceber que ele não era o ferino bandoleiro como os liberais o retratavam, bem pelo contrário, era um chefe militar de arreigados princípios políticos, com boa instrução, leal às causas que jurara defender, profundamente crente na superioridade da fé católica.

Não só o grupo do Remexido actuava em nome do absolutismo, pois outros grupos tiveram actividade relevante como o do Padre Marçal José Espada; Os Baianos; Alferes Ventura; Silvestre Joaquim Cabrita; Joaquim Nogueira Camacho, por exemplo. Onde os três últimos foram caçados em finais de 1840 perto de Mértola.

A casa de José Joaquim de Sousa Reis (Remexido ou Remechido) ainda hoje existe, numa rua bem perto da igreja de São Bartolomeu de Messines. A sua alcunha deve-se ao facto de ser um andarilho nato que não estava parado por causa nenhuma.

São Braz de Alportel é um dos 308 Municípios Portugueses instalado em 1 de junho de 1914, o que também se deve um pouco ao Remexido ou Remechido.

Há na nossa história outras personagens com interesse em se conhecer, refiro-me a, por exemplo: - João Brandão – O herói da Beira; - José do Telhado que talvez um dia destes venha a revisitá-los.

DR

Page 7: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

| 19 de março de 2021 PUBLICIDADE | 7

Page 8: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

8 | SOCIEDADE | 19 de março de 2021

O referido trabalho, editado em 2012, constitui o resultado de uma atu-rada e persistente reunião de documen-tos, coligidos ao longo de várias décadas e a anotação de um vasto número de acontecimentos e vicissitudes históricas que conduziram ao aparecimento de um dos maiores aglomerados popula-cionais do Concelho de Sesimbra e da própria Península de Setúbal.

Por outro lado, lê-se na nota introdu-tória da aludida obra, “ante a ausência de trabalhos de natureza histórica sobre a localidade, a publicação deste volume, poderá ainda constituir um instrumen-to de apoio à comunidade educativa da freguesia, no domínio do conhecimen-to da historiografia local, assim como a todos quantos se interessam por este tipo de matérias, quer por mera curiosi-dade pessoal, quer para a realização de trabalhos académicos”.

Para o historiador Alexandre Flores,

Na Quinta do Conde as dádivas benévolas de sangue têm sido organiza-das, desde há quase três décadas, pelo Grupo Folclórico e Humanitário do Concelho de Sesimbra, em colaboração com o IPST – Instituto Português do Sangue e da Transplantação.

Esta associação tem desenvolvido anualmente várias sessões de colheitas. Observamos que a partir de 2018 se

no prefácio a referido volume, “este tra-balho é um importante documento da história, de figuras e factos singulares desta terra, que um trabalho árduo e paciente de recolha, pesquisa e consulta, será, sem dúvida, referência e contribu-to para melhor conhecermos as origens da ruralidade da Quinta do Conde, de compreendermos os fatores determi-nantes no processo de transformação de dinâmicas endógenas e exógenas no território, inerentes na evolução da fre-guesia e da sua população heterogénea, resultado de vários fluxos migratórios”.

Por isso, sustenta ainda o conhecido historiador, “ao longo da publicação sobre o percurso desta terra, hoje vila, sentimos o sentimento do Autor em res-gatar o passado e arrastá-lo para o pre-sente e futuro. As vidas, as vivências e as atribulações de gentes vinculadas a esta freguesia do concelho de Sesimbra são testemunhos de história e histórias que

começou a verificar novo aumento de inscritos para as dádivas, registando o Grupo Folclórico e Humanitário, mais de 100 inscritos na sua base de dados. Mas observamos também que a partici-pação nas sessões de colheita não refle-te o número de habitantes da Quinta do Conde.

Consequentemente, ciente da impor-tância do envolvimento cívico nesta

Junta de Freguesia reedita livro“Quinta do Conde - Origens e Percurso”

Dê sangue, este sábado, 20 de março

prática humanitária, a Junta de Fre-guesia associa-se no apelo à participa-ção dos quintacondenses, já no próximo sábado 20 de Março, na Voz do Alentejo (Rua Senhor das Chagas, lote 808, Boa Água 1, perto da Igreja da Nª Srª da Boa Água), entre as 15h00 e as 19h00. Para participar basta ter idade igual ou superior a 18 anos, ter pelo menos 50kg e apresentar o documento de identifi-cação.

A Junta de Freguesia acaba de proceder à reedição da obra “Quinta do Conde - Origens e Percurso”, da autoria de Vítor Antunes, em resultado da 1ª edição ter entretanto esgotado e se tratar de um volume de inegável interesse, procurado por estudantes, historiadores ou interessados por assuntos relacionados com a história local.

Pode fazê-lo na Quinta do Conde, este sábado, 20 de março, entre as 15h00 e as 19h00, na Voz do Alentejo.

Prisão às rimas – A esquisita democracia

da coroa espanhola

Pablo Hasél tem 32 anos e é um ra-pper espanhol mas tem um proble-ma: a sua liberdade de expressão num país onde umas pessoas que lá mandam, se não gostarem dessa liber-dade, prendem pessoas.Hasél, estando numa democracia, deve ser livre para dizer o que quiser (ou quase, mas já lá vamos). Por mais horrível que sejam as suas afirmações, elas podem ser ditas. Pode dizer que a terra é plana, que as vacinas são vene-nosas, que o rei é um porco e até que o porco é um rei. São palavras e, se as quisermos atacar devemos atacá-las com desprezo ou com palavras.Usar o poder que temos para mandar calar forçosamente alguém é péssimo por dois motivos:

1- Se a pessoa estiver errada ninguém a vai corrigir, apenas irá ser silenciada sem que ela seja instruída.

2- Se a pessoa que diz coisas estiver certa, não haverá correcção pois ela foi silenciada. Além disso, calar al-guém é uma demonstração de que esse alguém poderá ter mesmo razão e, também, demonstra falta de argu-mentação por parte de quem silencia.

Algumas das frases de Hasél são estas:

"O carro do Patxi López merece ex-plodir!"- "Não tenho pena por teres sido ba-leado no pescoço, socialista"- "Alguém espete um machado de gelo na cabeça do José Bono"- " Pena de morte para as Infantas pa-téticas, que gastam o nosso dinheiro em operações plásticas"

Por mais execrável que sejam, elas po-dem ser ditas. Se não gostarmos pode-mos desprezá-las ou argumentar con-tra elas. Mas há um limite à liberdade de expressão? Sim, quando se sai do limite dessa liberdade e passamos a impedir a liberdade de outros com o alargar do meu limite. Eu tenho liber-dade para dizer: “aquele preto é feio”. É uma frase que eu não gosto mas é uma frase. Mas eu posso achar que tenho liberdade para dizer a mesma frase a um grupo de pessoas nervo-sas e com ódio e facas, mas essa frase vai, com certeza, limitar a liberdade e a vida daquele preto feio, mesmo que ele não seja feio.Se vamos prender uma pessoa por es-crever coisas que alguém com poder não gosta, então vamos prender, por ignorância geográfica, a cantora Sade, que na sua balada “Smooth operator” canta “de costa a costa, de Los Ange-les a Chicago”, sendo que Chicago não fica na outra costa dos Estados Unidos. Isto pode irritar muito as pessoas de Chicago. Outro exemplo é a letra da música “War song”, dos Culture Club que começa com a frase “Guerra, guerra é estúpida e as pes-soas são estúpidas”.A liberdade não é o que o vizinho acha que eu posso fazer. A liberdade é o que eu posso fazer até ao limite em que posso fazer mal ao meu vizinho.

OPINIÃO

Dário Codinha

ainda resistem ao fluir do tempo.”DR

DR

Page 9: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

| 19 de março de 2021 PUBLICIDADE | 9

Page 10: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

| 19 de março de 202110 | SAÚDE

Fitoterapia

Miguel Boieiro

num hipermercado local, tendo visto a seguir que as mesmas eram oriundas do Chile. Há semanas, foi a vez do grão-de--bico. Comprou-se dois meios quilos em diferentes embalagens. Mais tarde, con-seguimos ler as letras miudinhas meias escondidas no recôndito de cada pacote. Lá se descobriram as proveniências: EUA e México. Cremos não ser necessário adu-zir mais comentários!

Nesta altura já os estimados leito-res perguntarão. – Mas o que é que esta ladainha tem a ver com o título da presen-te croniqueta? Já lá vamos!

As Cistaceae constituem uma pequena família botânica concentrada nas regiões temperadas do globo, mas com acentuada diversidade nos países da bacia mediter-rânica ocidental, realçando-se a sua abun-dância na parte meridional do nosso país. Englobam apenas oito géneros que pouco ultrapassam as 200 espécies. São plantas que toleram a secura e a exposição maríti-ma, medrando espontaneamente em ter-renos incultos, matagais e charnecas. Em Portugal são predominantes os géneros Cistus, Halimium e Tuberaria.

Nesta croniqueta vamos abordar a roselha-grande (Cistus albidus), a roselha--pequena (Cistus crispus) e um híbrido que deriva destas duas, a Cistus X inca-nus. Todas elas são providas de lindas e abundantes flores rosadas dispostas em atraentes cimeiras. A verdade é que embo-ra sendo endémicas em Portugal, não necessitando de cuidados especiais, pou-

A insatisfação permanente, o querer sempre mais e mais, o considerar que “a galinha da minha vizinha é sempre mais gorda do que a minha” são atributos do comum dos mortais. Esta ânsia de preten-der o que ainda não se alcançou, mesmo que isso não nos resolva problemas, deter-mina egocentrismos, às vezes ferozes, que tendem a fazer esquecer que vivemos em coletivo, que somos comunistas (atenção: nada de confusões; não me refiro a políti-cas, mas à essência do termo) e que só em comunhão de esforços logramos alcançar alguma felicidade.

Esta conversa fiada tem a ver com o facto de, graças a uma suposta fartura de bens que a natureza nos proporciona, dei-xarmos de os considerar, arredando-os por completo do nosso febril quotidiano.

Vivemos num país em que, apesar de tudo, a natureza se revela pujante e nos proporciona nutrimentos, utilidades e encantos sem par. Mas não tomamos isso em devida conta. Vamos à procura de árvores e arbustos oriundos de distan-tes paragens que obrigam a apreciáveis dispêndios para os manter. No entanto, temos à nossa disposição espécies naturais endógenas que, sem favor, e com reduzi-dos custos, embelezariam melhor os espa-ços verdes urbanos. Insistimos e abusamos na aquisição de géneros alimentícios pro-venientes da estranja, quando podemos dispor deles na nossa região. Numa das croniquetas anteriores referimos o epi-sódio caricato da aquisição de castanhas

DR cos as estimam e muitos as desprezam.

A roselha-grande, como o nome indica, é maior do que a sua mana. Pode atingir 2 metros de altura, enquanto a roselha--pequena se apresenta mais atarracada, não ultrapassando meio metro. As folhas e as flores têm também maior dimensão. No resto são semelhantes. São espécies persistentes, hermafroditas e tomentosas, de folhas simples, elípticas e rugosas. As flores, de cor-de-rosa atraente com pisti-los de amarelo vivo, possuem cinco péta-las que surgem amarrotadas e só duram um dia. Felizmente as roselhas são pro-líferas e todos os dias há novas flores a desabrochar se não estiverem em zonas sombreadas. Os frutos secos formam cáp-sulas ovoides segmentadas em que cada compartimento possui uma semente. Julga-se, aliás, que a palavra latina cistus significa cesto ou caixa aludindo ao reci-piente onde as sementes permanecem.

Embora imerecidamente pouco estu-dadas no que concerne a constituintes, menciona-se a existência de resinas bal-sâmicas (entre as quais um verniz indus-trial denominado lábdano), taninos, óleos essenciais e polifenóis os quais têm o condão de reforçar o sistema imunitário, defendendo-nos de infeções provocadas por bactérias, fungos… e vírus. Na Argé-lia, onde as roselhas são estimadas, usam a decocção das folhas para prevenir pro-blemas cardiovasculares e auxiliar nas digestões difíceis e nas dores gástricas. Em cataplasmas, servem para tratar arre-

liadores abcessos. Porém, são quase ine-xistentes as indicações fitoterápicas nos autores portugueses. Excetuam-se Ana Luisa Simões e Ana Carla Cabrita. Em “200 Plantas do SW Alentejano & Cos-ta Vicentina”, as autoras escrevem que, na medicina popular local, as flores da roselha-pequena proporcionam um “chá” para acalmar tosses e febres.

Em registos anglo-saxónicos surge a indicação homeopática da essência das flores da híbrida Cistus X incanus, em conta-gotas, na cura da malfadada doen-ça de lyme, provocada pela picada das carraças.

Finalmente há ainda a apontar a utili-dade destas cistáceas na apicultura e no combate à erosão dos solos, sem esquecer os aspetos ornamentais que, a nosso ver, embelezariam vantajosamente os jardins e parques das urbes.

Roselhas

A doença rara (DR) é aquela que tem uma incidência de 1 caso em cada 2000 pessoas. Estão identificadas cerca de sete mil doenças, cerca de 80% tem carater genético, existe capacidade de confirmação diagnóstica laboratorial precisa para cerca de 3.600 e terapêutica específica para 10% das entidades.

Existem 300 milhões de pessoas no mundo com estas doenças, 36 milhões de Europeus e estima-se que em Portugal existam cerca de 800,000 pessoas portadoras destas patologias.

A carga epidemiológica destas doenças constitui um problema sério para a saúde pública. De elevada complexidade e muitas vezes incapacitantes são um desafio assistencial e para as ciências Biomédicas com necessidades ainda não atingidas a vários níveis.

Atualmente o enquadramento desta subpopulação de pacientes em Portugal está protegida por uma Estratégia Integrada para as Doenças Raras em implementação através de uma abordagem integrada dos Ministérios da Saúde, Segurança Social e Educação, que pretende responder as necessidades sanitárias, sociais e educativas destes doentes.

Do ponto de vista sanitário a espinha dorsal assistencial assenta no estabelecimento de uma Rede

de Referenciação (RR) eficaz e da consolidação de Centros de Referência (CR) que prestem cuidados diferenciados, de elevada especialização, dispensa de medicamentos órfãos, capacidade formativa específica de profissionais de saúde, organização de registos e Investigação médica, e integração em redes de conhecimento europeias (ERN – European Reference Network).

Todo este processo está em curso e estão já designados no País CR para 8 áreas de DR pelo Ministério da Saúde (MS). Ainda um número restrito de intervenção, mas que abrange já algumas centenas de DR. Estes CR são necessariamente Unidades Hospitalares Centrais da Carta Hospitalar portuguesa e são constituídos por equipes pluridisciplinares certificadas pelo MS, algumas delas também já integradas em ERN.

A estratégia organizativa de uma Rede de referenciação beneficia já de Normas de referenciação estabelecidas pela Direção Geral da Saude (DGS) para vários CR que estão publicadas e em divulgação nos serviços de saúde, desde os cuidados primários.

Na outra face desta estratégia estão os cuidados de proximidade, a articulação adequada com os cuidados primários, o desenvolvimento da hospitalização e terapêuticas domiciliárias, a prestação de

cuidados continuados apropriados a estas patologias.

Os apoios ao cuidador, o empoderamento do doente no processo da decisão clínico-terapêutica e a literacia sanitária da população, a colaboração do doente na investigação clínica e farmacológica são áreas em que as Associações de Doentes desempenham um papel fundamental sendo fulcral o seu empenho em todo o processo assistencial.

Foram estabelecidos pela Comissão Europeia e IRDIRC (Consórcio Internacional de caracter mundial para as DR) que até 2020 se conseguissem testes de diagnóstico para grande parte das DR conhecidas – atualmente já possível para cerca de 3.600, e terapêutica específica para 200 DR – objetivos que foram atingidos. Até 2027 pretende-se o diagnóstico no espaço de 1 ano para a totalidade das DR que estiverem descritas e terapêuticas para 1000 DR.

Considerando-se a saúde como um estado de pleno bem-estar para além da ausência de doença, as políticas de apoio social quer nos suportes económicos, integração socioprofissional e emprego, quer no reconhecimento do estatuto de cuidador informal são pedras basilares na estratégia de apoio a doentes e famílias. É também fundamental atender a necessidades de integração escolar e

ensino especial assim como de ocupação de tempos livres, particularmente para as camadas mais jovens.

Numa época de Pandemia em que o acesso aos cuidados de saúde atravessa dificuldades verificaram-se atrasos nas consultas, procedimentos, exames complementares e até na dispensa de terapêuticas. Foi necessário readaptar a orgânica de Hospitais de dia e recurso á telemedicina para repor eficácia na prestação de cuidados. O NEDR/SPMI publicou um Guia informativo para Pessoas com Doença Rara e seus Cuidadores – COVID 19, e recomenda-se que os portadores de doença rara com deficiência significativa, sejam considerados grupo prioritário para a vacinação em curso.

Numa época de evolução das ciências biomédicas, em que a Medicina de precisão, personalizada, centrada no doente em todas as suas vertentes biopsicossociais, em que a relação médico – doente, associada a uma extraordinária evolução tecnológica da intervenção biomédica, volta a ser pedra angular no sucesso dos cuidados de saúde, a posição da medicina interna gestora do doente e da utilização criteriosa dos meios complementares e terapêuticos detém enorme responsabilidade na prestação dos cuidados de saúde, incluído na área das DR.

OPINIÃO

Portadores de doença rara devem ser considerados grupo prioritário para vacinação

Dr. Luís Brito Avô Internista do Hospital de Santa Maria e membro da equipe do Centro de Referência de Doenças Hereditárias Metabólicas; Coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Raras da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna

Page 11: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

PUBLICIDADE | 11 | 19 de março de 2021

Page 12: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

| 19 de março de 202112 | HISTÓRIA DE AMOR

Que os dois países lusófonos Portu-gal e Brasil fazem parte da história um do outro, já há muito tempo que o sabe-mos, desde os descobrimentos no sécu-lo XVI que o cordão umbilical atlântico nunca mais se separou. Hoje em dia, a ligação está seguramente mais curta, devido à proximidade implementada pelas redes sociais.

Esta história de amor e partilha, começa numa rede social com um simples “oi, tudo bem?” diretamente de Brasília para o Seixal, onde a res-posta, que demorou um dia, foi igual, mas com fado no sotaque: “Olá, estou bem e tu?”. A conversa, envergonhada e tímida ia desenrolando entre curiosi-dades e apresentações dos dois países. Primeiro a partilha da terra de Vera Cruz: o conhecimento dos usos e cos-tumes de Brasília e do dia-a-dia de um brasileiro que dividia o seu tempo entre os estudos e o trabalho no Ministério da Agricultura. Formado em Ciências Contábeis (equivalente ao nosso Con-tabilista), onde terminou com a média de 20 valores, participou em trabalhos diretos com o governo de então. Como hobby, jogava o famoso Pokémon Go, um jogo eletrónico free-to-play de rea-lidade aumentada voltado para smar-tphones, criando equipas com os seus amigos e participando em eventos onde ajudava a movimentar os adolescentes da cidade.

A apresentação da nossa cidade e do nosso país, teve um sabor a saudade, daquele que só nós sabemos deixar. O Maykon descende de família portugue-sa. A sua bisavó saiu de Portugal em busca de uma vida melhor no Brasil. A recente implantação da república em

Portugal e as complicações seguidas à revolução de 1910, onde se chegou até a matar o presidente da república, foram o mote para milhares de portugueses viajarem até à terra do café, numa via-gem longa, de vários dias, onde até os móveis seguiam pelo oceano atlântico.

A decisão da viagem até Portugal foi tomada. Um misto de surpresa, medo, alegria e prosperidade passava pela cabeça de ambos. A entrada na União Europeia aconteceu, como sempre, através de um visto de turista, que pode ser renovado, entre muita burocracia, tratada a priori aquém e além-mar, sempre célere em ambos os países, onde a documentação necessária da União de Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires foi sempre facul-tada e profissionalmente organizada pelos assistentes técnicos e presidente Dr. António Santos, demonstrando a utilidade basilar das juntas de freguesia na proximidade com os cidadãos.

Meses depois, foi tomada a deci-são de casar. O casamento foi marca-do e, após mais alguns procedimentos burocráticos entre o Registo Civil e a Embaixada do Brasil em Lisboa, rea-lizou-se numa fria manhã de fevereiro na Conservatória do Registo Civil do Seixal, situada no Palácio da Justiça da Quinta dos Franceses.

O exemplo de que o amor vence bar-reiras é a prova viva deste casal que demonstra a felicidade em cada ação, lembrando que cada qual escolhe a sua vida e o seu destino, não havendo leis que impeçam a humanidade de evoluir, sendo as leis feitas por pessoas e para pessoas.

Da história da modernização tecnológica da humanidade, nascem novos mundos dentro daquele que faz parte do nosso dia-a-dia. As redes sociais são hoje o principal meio de comunicação mundial, tendo o seu lado positivo na partilha de experiências e no conhecimento de novas pessoas. Esta é a história de Maykon e Mário que, após conhecerem-se informaticamente, uniram os seus mundos num só, tendo como principal elo de ligação a língua portuguesa.

A UNIÃO ATLÂNTICA - DAS REDES SOCIAIS AO CASAMENTO

Publicidade

Page 13: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

PUBLICIDADE | 13 | 19 de março de 2021

Page 14: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

14 | LAZER

SU DO KU

21-03 a 20-04

21-06 a 23-07

21-04 a 21-05

21-04 a 21-05

24-07 a 23-08

24-09 a 23-10

24-08 a 23-09

24-10 a 22-11

23-11 a 21-12

22-12 a 20-01

21-01 a 19-02

20-02 a 20-03

SOLUÇÃO

OBESIDADE

filme

Carneiro

Touro

Gémeos

Caranguejo

Leão

Virgem

Balança

Escorpião

Sagitário

Capricórnio

Aquário

Peixes

19 a 25 de março

| 19 de março de 2021

Quando se percorre a poesia escrita por mulheres ao longo do século XX português, o nome de Natália Correia continua a surgir como um dos que causaram uma repercussão mais duradoura, quer pela sua personalidade forte e polémica, quer pelo alcance da sua obra literária", diz Fernando Pinto do Amaral no prefácio a esta obra.

O dia da poesia celebra-se a 21 de março e este livro é um convite a uma viagem que não chega nunca ao destino. Os temas são tratados com delicadeza e humor, com pertinência e ar-dor, com a pena de quem sabe o que está a fa-zer. Esta é uma forma que poderá facultar, aos leitores do século XXI, uma visão de conjunto da grande poetisa Natália Correia.

Ninguém fica indiferente a uma mulher como a Natália Correia e a sua escrita revela os seus muitos viveres e experiências, em luta pelo lugar das mulheres e de todas as pessoas, numa sociedade mais justa.

livro

ÁGUA – ALIMENTAÇÃO – BALANÇA – DIETA – DOENÇA EXERCÍCIO – GORDURA – IMC – METABOLISMO

MORTALIDADE – PATOLOGIA -PERÍMETRO – PESO PREVENÇÃO – SAÚDE – SEDENTARISMO Amor: A amizade estará agora muito evidenciada. Saberá

com quem pode contar.Saúde: Possíveis problemas de intestinos.Dinheiro: Não seja pessimista e lute por atingir os seus ob-jetivos. Números da Sorte: 7, 19, 25, 27, 39, 41

Amor: Notará um afastamento da pessoa amada, mas não será nada com que deva preocupar-se. Saúde: Combata o sedentarismo e pratique exercício físico.Dinheiro: O seu esforço a nível de trabalho será recompensado.Números da Sorte: 3, 7, 11, 15, 29, 47

Amor: Para os que não tiverem par, há a possibilidade de se apaixonarem. Saúde: Cuidado com a alimentação desequilibrada e os es-forços excessivos.Dinheiro: Será ajudado na sua profissão. Números da Sorte: 2, 5, 22, 27, 29, 38

Amor: Não desespere, porque quando menos esperar surgi-rá um novo romance na sua vida.Saúde: Estamos neste momento a passar um período difícil, procure manter o equilíbrio.Dinheiro: Não invista dinheiro, seja mais prudente.Números da Sorte: 20, 30, 40, 47, 48, 49

Amor: Momento em que conseguirá manter um clima de equilíbrio nas suas relações familiares. Saúde: Possíveis problemas no sistema nervoso.Dinheiro: Dedique-se mais para poder alcançar os seus objetivos.Números da Sorte: 9, 14, 20, 33, 39, 49

Amor: Viverá momentos felizes com uma pessoa especial. Saúde: O cansaço e o stress podem prejudicar a sua saúde física e mental. Dinheiro: Conseguirá manter o equilíbrio a este nível.Números da Sorte: 1, 4, 6, 17, 22, 29

Amor: O ambiente familiar encontra-se em alta, aproveite a boa disposição que vos rodeia. Saúde: Andará um pouco em baixo, faça exercício físico.Dinheiro: Se pretende comprar casa, aguarde por tempos melhores.Números da Sorte: 2, 14, 17, 39, 42, 48

Amor: Não sofra por antecipação! O que tiver de ser, será!Saúde: Descanse mais, olhe pela sua saúde.Dinheiro: Não gaste mais do que pode.Números da Sorte: 11, 25, 27, 33, 45, 46

Amor: Uma relação passada e que julgava já estar esquecida poderá novamente invadir o seu coração. Saúde: Seja mais seletivo com a sua alimentação.Dinheiro: Período em que terá de fazer um maior esforço para cumprir com as suas metas.Números da Sorte: 8, 17, 22, 39, 44, 48

Amor: Estará muito sensível. Evite levar tudo tão a peito. Saúde: Imponha mais disciplina alimentar a si próprio.Dinheiro: Modere a tendência para gastos excessivos. Números da Sorte: 4, 17, 25, 33, 2, 23

Amor: Este é um bom período para compreender aquilo de que realmente precisa. Saúde: Aparelho respiratório fragilizado, seja prudente. Dinheiro: Poderá sofrer uma mudança repentina no seu trabalho, esteja atento. Números da Sorte: 1, 6, 11, 19, 22, 30

Amor: Não se deixe influenciar por terceiros, pode sair pre-judicado.Saúde: Tenha mais cuidados com os seus ouvidos. Dinheiro: Não se precipite e pense bem antes de investir as suas economias. Números da Sorte: 9, 16, 22, 27, 33, 45

FILHO DE UM DEUS MENOR

ANTOLOGIA POÉTICA

sopa de letras

dr

Sarah Norman é uma jovem que trabalha numa escola para surdos sendo ela portadora de deficiência auditiva. Para ela a vida é linear e não precisa de sons. Com a chegada de um professor, cheio de ideia e de energia, James Leeds, a sua vida muda.

Para ele todos devem emitir sons que são for-mas de se mostrarem, de expressarem os seus sentimentos e emoções. Incentiva-a a largar o seu mundo de silêncio e a entrar no caminho que a assusta e que ela não quer admitir. Vai ser um verdadeiro desafio.

Entre os dois nasce um sentimento mais for-te e a sua relação passa ao patamar seguinte e acabam por viver juntos. O amor de ambos vai ser colocado à prova por inúmeras vezes. Ao mesmo tempo faz as pazes com o passado e en-contra o equilíbrio.

James não desiste dela e, mesmo com tantas batalhas ainda por serem travadas, decidem que o que os une é mais poderoso e forte do que os afasta. Um filme emocionante e terno, onde se mostram as vidas de silêncio que mui-tos são forçados a viver.

dr

Page 15: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

DESPORTO | 15 | 19 de março de 2021

A Sara encontra-se nos Estados Uni-dos desde agosto de 2020, a representar a equipa feminina de basquetebol da University of South Florida, da 1ª Divi-são da NCAA, conjugando uma carrei-ra universitária com o seu desporto de eleição.

A atleta iniciou o seu percurso no basquetebol aos 9 anos com as cores do Seixal, contando com cerca de 50 inter-nacionalizações ao serviço da Seleção Nacional.

O concelho do Seixal vai receber o Campeonato Nacional de Corta-Mato, no Parque Municipal do Serrado, em Amora, no próximo dia 21 de março (domingo). A prova marcada para as 10:30, destina-se a atletas federados seniores masculinos e femininos, sen-do expectável que estejam presentes os melhores atletas nacionais da espe-cialidade. A organização está a cargo da Associação de Atletismo de Setúbal e da Federação Portuguesa de Atletis-

Publicidade

A atleta Sara Barata, portuguesa de 19 anos formada no Seixal Futebol Clube, sagrou-se na passada semana Campeã da Conferência AAC (American Athletic Conference).

Sara Barata

Concelho do Seixal recebe Campeonato Nacional de Corta-Mato

A sua adaptação à realidade ameri-cana foi muito positiva, tendo atual-mente condições excelentes, quer para praticar o seu desporto de eleição, quer para prosseguir o sonho de se licenciar em Engenharia Mecânica, curso que iniciou ainda em Portugal, no Institu-to Superior Técnico, no ano letivo de 2019/2020.

Em declarações ao “Comércio” o atual presidente do emblema do nosso concelho felicita a atleta, " A direção do

mo, contando com o apoio da Câmara Municipal do Seixal e da Junta de Fre-guesia de Amora.

Desta vez e como forma de preven-ção à COVID-19, o público ficará de fora, não haverá entrega de prémios e a partida será feita por vagas (20 atletas de cada vez) e em horários específicos, para realizarem um percurso de 8 qui-lómetros (no caso da prova feminina) e 10 quilómetros (na prova masculina).

Numa altura em que a prática de

clube está super orgulhosa e felicita o feito da Sara. O seu êxito particular também é o sucesso da formação de excelência do nosso basquetebol, somos os únicos representantes da modalida-de no Concelho. A conquista da Sara, também é o comprovativo da excelência de atletas que há no nosso Concelho, e também tem que obrigatoriamente ser uma satisfação para a Cidade e para o Concelho."

desporto se tornou essencial, para com-pensar os longos periodos parados em casa, Joaquim Santos, presidente da Câmara Municipal do Seixal, salien-tou que "é uma honra recebermos uma competição desta dimensão. Sendo o Seixal um município onde o desporto é efetivamente para todos, a realização desta prova no concelho é um sinal de reconhecimento da excelência da orga-nização das coletividades locais e das nossas autarquias, ainda para mais nes-

ta fase de retoma da normalidade que todos ambicionamos. Será uma exce-lente prova para o desporto nacional e para os clubes e atletas que há muito queriam retomar as competições".

DR

DR

Page 16: O PAIe uma menina e julgo que ser pai fez de mim uma pessoa melhor. É uma aprendizagem e um desafio constante, mas vale cada instante. Se é que posso dar um conselho, diria que aproveitem

16 | PUBLICIDADE | 19 de março de 2021