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O Papel de uma Incubadora de Empreendimentos Solidários nos Processos de Autogestão de uma Associação Camponesa de Uberlândia/MG Marcela Ferreira Oliveira - [email protected] Universidade Federal de Uberlândia - UFU Murilo Silva Junqueira - [email protected] Universidade Federal de Uberlândia UFU Área temática: Gestão da Inovação e Empreendedorismo Resumo O administrador possui diversos conceitos à sua disposição para exercitar a ciência de gerir um negócio, como, por exemplo, o princípio da autogestão. Tal conceito é definido por Cançado (2004) como um modo de organização do trabalho em que não há, efetivamente, uma separação entre a concepção e a execução do trabalho, e que, além disso, o modo de produção é realizado de forma coletiva. A autogestão é geralmente aplicada em cooperativas e associações que utilizam a Economia Solidária como preceito de suas ações, e é de fato uma inovação disponível para os gestores. Assim, considera-se que estes dois conceitos estão altamente conectados, haja vista que a Economia Solidária sugere uma visão de produção e comercialização diferente do atual praticado no capitalismo, visando o cooperativismo, união e horizontalidade nas decisões. As incubadoras solidárias surgiram para apoiar os empreendimentos que pretendem praticar a autogestão tendo como alicerce a Economia Solidária. A fim de retratar o processo de incubação de uma associação, realizou-se um estudo de caso no Centro de Incubação de Empreendimentos Populares e Solidários (Cieps), uma incubadora vinculada à Universidade Federal de Uberlândia (UFU) que oferece assessoria a empreendimentos da Economia Solidária e autogestão. O processo de incubação descrito foi o da Associação Camponesa de Produção da Reforma Agrária de Uberlândia/MG (Acampra), que está incubada no Cieps e tem como objetivo alcançar a autogestão de seus processos. Desta forma, a pesquisa se caracteriza como um estudo de caso qualitativo e descritivo, em que utilizou-se como metodologia duas entrevistas de roteiro não estruturado, com o coordenador do Cieps e com o presidente da Acampra. Portanto, conclui-se que o objetivo geral da pesquisa, de descrever o processo de incubação de um empreendimento, foi alcançado com sucesso, e como sugestão para próximos estudos recomenda-se a ampliação do foco da pesquisa, analisando outras modalidades de incubadoras e outros tipos de empreendimentos, por exemplo. Palavras-chave: Incubação. Gestão. Economia Solidária Anais do Encontro de Gestão e Negócios - EGEN2014 Uberlândia, MG, 20 a 22 de outubro de 2014 508

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O Papel de uma Incubadora de Empreendimentos Solidários nos Processos de Autogestão de uma Associação Camponesa de Uberlândia/MG

Marcela Ferreira Oliveira - [email protected]

Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Murilo Silva Junqueira - [email protected] Universidade Federal de Uberlândia – UFU

Área temática: Gestão da Inovação e Empreendedorismo

Resumo O administrador possui diversos conceitos à sua disposição para exercitar a ciência de gerir um negócio, como, por exemplo, o princípio da autogestão. Tal conceito é definido por Cançado (2004) como um modo de organização do trabalho em que não há, efetivamente, uma separação entre a concepção e a execução do trabalho, e que, além disso, o modo de produção é realizado de forma coletiva. A autogestão é geralmente aplicada em cooperativas e associações que utilizam a Economia Solidária como preceito de suas ações, e é de fato uma inovação disponível para os gestores. Assim, considera-se que estes dois conceitos estão altamente conectados, haja vista que a Economia Solidária sugere uma visão de produção e comercialização diferente do atual praticado no capitalismo, visando o cooperativismo, união e horizontalidade nas decisões. As incubadoras solidárias surgiram para apoiar os empreendimentos que pretendem praticar a autogestão tendo como alicerce a Economia Solidária. A fim de retratar o processo de incubação de uma associação, realizou-se um estudo de caso no Centro de Incubação de Empreendimentos Populares e Solidários (Cieps), uma incubadora vinculada à Universidade Federal de Uberlândia (UFU) que oferece assessoria a empreendimentos da Economia Solidária e autogestão. O processo de incubação descrito foi o da Associação Camponesa de Produção da Reforma Agrária de Uberlândia/MG (Acampra), que está incubada no Cieps e tem como objetivo alcançar a autogestão de seus processos. Desta forma, a pesquisa se caracteriza como um estudo de caso qualitativo e descritivo, em que utilizou-se como metodologia duas entrevistas de roteiro não estruturado, com o coordenador do Cieps e com o presidente da Acampra. Portanto, conclui-se que o objetivo geral da pesquisa, de descrever o processo de incubação de um empreendimento, foi alcançado com sucesso, e como sugestão para próximos estudos recomenda-se a ampliação do foco da pesquisa, analisando outras modalidades de incubadoras e outros tipos de empreendimentos, por exemplo.

Palavras-chave: Incubação. Gestão. Economia Solidária

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1. Introdução A Economia Solidária é um elemento consideravelmente novo para o cenário social e

econômico no Brasil, principalmente quando une-se este conceito ao tema de autogestão de empreendimentos. De fato é uma perspectiva inovadora para a área de administração, que requer pesquisas e estudos à aqueles que porventura decidam ingressar na perspectiva da autogestão econômica solidária.

Porém, as dificuldades não inibiram associações e cooperativas de buscarem uma forma de produção, gestão e comercialização de seus produtos diferente do convencional, do capitalismo. Conceitos tradicionais de administração podem ser aplicados à esta modalidade, desde que contenham uma adaptação ao viés da Economia Solidária. É sem dúvidas um desafio, porém, há quem apoie esta perspectiva inovadora, são as incubadoras de Economia Solidária.

Apesar de não possuírem uma expressiva presença em território nacional, as incubadoras de Economia Solidária estão presentes inclusive em cidades do interior, como é o caso do Centro de Incubação de Empreendimentos Populares Solidários (Cieps), de Uberlândia, Minas Gerais.

Atuando desde 2008, o Cieps apoia associações e cooperativas que buscam a autogestão apoiada à Economia Solidária. O papel da Incubadora é fundamental para que estes empreendimentos ergam-se e continuem de forma autônoma e solidária sua gestão. A fim de descrever e exemplificar como uma incubadora auxilia um empreendimento, buscou-se uma Associação Camponesa que é incubada pelo Cieps.

A Associação Camponesa de Reforma Agrária de Uberlânda/MG (Acampra) passou pelo processo de pré-incubação e hoje enfrenta os desafios da autogestão. Composta por 21 famílias de camponeses assentados da Reforma Agrária de Uberlândia, a Associação já possui parceria com a Prefeitura Municipal de Uberlândia e com o Restaurante Universitário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

O objeto de estudo do artigo, é, portanto, o Centro de Incubação de Empreendimentos Populares Solidários (Cieps) e busca-se, com esse trabalho, descrever o processo de incubação de uma Associação Camponesa, que teve a Economia Solidária como alicerce de suas diretrizes de autogestão. Para que os objetivos propostos fossem atingidos, construiu-se uma pesquisa estruturada em quatro etapas: levantamento teórico, metodologia, estudo de caso e considerações finais.

2. Levantamento teórico A Economia Solidária surgiu como uma alternativa ao modelo econômico capitalista

que vivenciamos hoje. Segundo o autor Singer (2002), este conceito considera a existência de outro modo de produção, que tem como preceitos básicos a propriedade coletiva ou associada do capital e o direito que todos temos à liberdade individual. Bertucci (2010) amplia a discussão a respeito do conceito e explica:

(...) “a Economia Solidária como sendo formada por um conjunto de organizações econômicas, caracterizadas pela propriedade coletiva dos meios de produção, pela autogestão do trabalho por meio de mecanismos de tomada coletiva de decisões e pelo engajamento comunitário. Nesta definição, a unidade mais simples da Economia Solidária é o Empreendimento Econômico Solidário, que pode ser uma cooperativa, uma associação ou mesmo um grupo informal.” (BERTUCCI, 2010, p.52).

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A partir da reflexão desses conceitos, o autor Junqueira (2014) acrescenta que os autores desta temática econômica possuem, em comum, a certeza de que há a necessidade para a existência de empreendimentos coletivos, organizados na forma de cooperativas ou associações, sejam elas de produção, consumo, de compra e venda ou de crédito. Singer (2002) acrescenta ainda que as cooperativas de produção são consideradas associações de trabalhadores que têm como objetivo produzir e comercializar bens e serviços. Essas cooperativas, por sua vez, aplicam aos seus membros princípios que garantam para eles a democracia e igualdade. Esta democracia decisória e participativa utilizada nessas cooperativas é denominada por Singer como “autogestão”.

Mas antes de conceituar o termo autogestão, é importante definir o histórico deste conceito, e para isso, é necessário primeiramente, entender como as relações capitalistas influenciam na gestão. Assim, a sociedade hoje vive em uma heterogestão, que é, segundo Cançado (2004), um modelo gestão que possui separação entre a execução e concepção do trabalho, em outras palavras, existe uma hierarquia para a realização do trabalho.

O trabalho hierarquizado, por sua vez, é aceito como uma situação normal de trabalho. Em um serviço na sociedade capitalista, geralmente há quem manda (patrão) e quem obedece (empregado), e aqueles que fogem deste padrão recorrem a trabalhos autônomos ou criam algum negócio reproduzindo a hererogestão. O nível do desemprego fez emergir discussões para a criação de novos modelos de organização de produção e trabalho. A Economia Solidária aparece então, como uma alternativa para impulsionar estes novos modelos de trabalho (CANÇADO, 2004, SILVA, 2006).

A partir disso, surgiram estudos e experiências sobre o viabilidade de implementar uma nova proposta de gestão empresarial na qual as relações internas de trabalho e os processos de decisão seriam definidos democraticamente entre os trabalhadores. Essa nova proposta é autogestão, que foi definida por Cançado (2004) como uma forma de organização do trabalho em que não há separação efetiva entre concepção e execução do trabalho, e, além disso, o modo de produção é coletivo. O autor Albuquerque (2003) acrescenta que a autogestão é o poder compartilhado e que, acima de tudo, qualifica as relações sociais pelo cooperativismo entre o grupo de trabalho organizado horizontalmente.

Assim, a autogestão parte do princípio de que é possível estabelecer o controle direto da economia pelos próprios trabalhos, quando os mesmos assumem a capacidade e o poder de tomar decisões sobre tudo que acontece na empresa/associação: política de investimento e modernização, metas e modo de produção, etc (SILVA, 2006).

Apesar de não ser um tema um novo, há diversas visões sobre autogestão, o que dificulta a formalização de modelos para as associações ou organizações autogestionárias. Para amenizar esta dificuldade, o autor Dorneles (2005) elaborou uma tabela de proposta geral com as principais características das organizações autogestionárias.

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Imagem 1. Características das organizações autogestionárias

Fonte: Dorneles (2005).

Nesse sentido, o autor Albuquerque (2003) acrescenta que a autogestão surgiu e concretizou-se a partir de uma forma de organização coletiva, que possui um caráter multidimensional, ou seja, com a união de aspectos políticos, social, técnico e econômico. Assim, Nascimento (2004) expõe que a autogestão não é apenas uma ideia, mas sim uma prática social e política. Uma sociedade autogestionária é uma sociedade que busca a experimentação social, e administra cada elemento por si-mesma. Ainda segundo Nascimento, para que a autogestão se efetive, é necessário vê-la como um método e uma perspectiva capaz

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de transformar a sociedade, visto que esta modalidade de gestão também é um amplo processo de experiências e trocas com o conjunto da vida social.

É em função dessa experimentação que a autogestão possibilita que as cooperativas e associações que utilizam este outro viés de administração apoiem-se nos pilares da Economia Solidária. O grande desafio para esses grupos é ciar formas diretas de gerir pessoas em vários níveis: no campo profissional e industrial, a fim de desenvolver uma democracia interna no ambiente de trabalho pautada na economia, educação, cultura e política social (NASCIMENTO, 2004).

Pode-se inferir, com base nos pesquisadores supracitados, que administrar uma associação, por exemplo, seguindo os preceitos da autogestão e da Economia Solidária requer conhecimento multidimensional, organização cautelosa das ideias e um planejamento refinado. Como dito anteriormente, é um grande desafio.

Associações autogestionárias pautadas nos preceitos da Economia Solidária surgem, principalmente, no âmbito de movimentos sociais, que atuam como elementos de resistência à ortodoxia econômica existente hoje na sociedade capitalista (CANÇADO, 2004). É interessante ressaltar que no Brasil e no mundo há diversos e diferentes movimentos sociais, com objetivos e métodos distintos, e que, além disso, a discussão do modo de produção econômico do capitalismo é profundamente complexo. Portanto, considerando especificamente os movimentos sociais relacionados à luta de terra no Brasil, o autor Junqueira (2014) percebeu que os camponeses e pequenos agricultores familiares, geralmente moradores de assentamentos da reforma agrária, encontram inúmeros desafios na busca da construção de empreendimentos solidários autogestionários.

E é nesse contexto que surgem as Incubadoras de Economia Solidária, agindo como um fator agregador para aqueles que possuem pouco acesso às atividades de capacitação e instrução profissional, como por exemplo, agricultores familiares e pequenos camponeses oriundos de movimentos sociais da luta pela terra. Para diminuir esta e outras dificuldades, as Incubadoras atuam a fim de desenvolver tanto na ótica da produção material como também na esfera do consumo. Assim, as incubadoras possibilitam que haja a geração de um conhecimento interdisciplinar pautado na transdisciplinidade (GALLO et al. 2000).

No Brasil, segundo a Secretaria Nacional de Economia Solidária (2013), existem dezenove mil, setecentos e oito empreendimentos classificados no preceitos de Economia Solidária. Tais empreendimentos são classificados em quatro vertentes: grupos informais, associações, cooperativas e sociedades mercantis. Do total de empreendimentos citado, 54,8% atuam na zona rural e desse valor, 56% são formados por agricultores familiares. Outro fato destacado pela pesquisa informa que mais da metade de todos os empreendimentos produzem e/ou produzem e comercializam seus materiais.

Esses empreendimentos, segundo Junqueira (2014), são formados, principalmente, por camponeses e pequenos agricultores familiares que produzem e comercializam seus produtos. Tal dado comprova que a zona rural é berço de organizações, associações, cooperativas ou grupos coletivos que visam, de alguma forma, a geração de renda com base nos preceitos da Economia Solidária – tentando assim, impedir a exploração do trabalho (JUNQUEIRA, 2014).

Analisando mais a fundo estes coletivos de comercialização da zona rural, observa-se que grande parte destes grupos são provenientes de movimentos sociais de luta pela terra, os assentamentos. Porém, esses agrupamentos de famílias necessitam de algo que incentive e apoie a produção em formato de cooperativa ou associação, visto que não há muitos

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incentivos estatais para que os camponeses guiem suas próprias organizações coletivas (JUNQUEIRA, 2014).

E é nesse cenário de pouco incentivo que surgem as primeiras Incubadoras de Empreendimentos Econômicos Solidários, visando apoiar as organizações coletivas. Nesse sentido, ressaltamos que incubadoras são, de acordo com Medeiros e Atas (1995), um espaço físico que possui infraestrutura operacional e técnica para amparar, acolher e consolidar a criação de pequenas empresas, associações, cooperativas ou grupos; visando assim, transformar ideias em produtos, serviços e processos.

Há, segundo Zedtwitz (2003), cinco tipos possíveis de incubadora, sendo elas: i. Incubadoras Comerciais Independentes: são resultados de atividades desenvolvidas por empresários ou empresas relacionadas ao capital de risco. Orientadas para o lucro e com foco em uma tecnologia específica, possuem liberdade para criar seus próprios modelos de negócios; ii. Incubadoras Regionais: são, em sua maioria, criadas pelos governos locais ou organizações que possuem interesse em uma comunidade em especifico. Visam incentivar o desenvolvimento local; iii. Incubadoras vinculadas às Universidades: atuam como laboratórios para o aprimoramento e fortalecimento da colaboração entre a comunidade acadêmica e a local; iv. Incubadoras Intra-Empresariais: criadas no setor de P&D de empresas e visam atingir objetivos internos da organização; v. Incubadoras Virtuais: não possuem espaço físico ou apoio logístico e possuem como objetivos construir e fortalecer plataformas e redes para empresas (ZEDTWITZ, 2003).

Assim como há diferentes tipos de incubadoras, existem também diferentes ideologias possíveis para que as mesmas atuem, uma delas é a pautada na Economia Solidária. Segundo o portal do Ministério do Trabalho e Emprego (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2014) as primeiras incubadoras de empreendimentos econômicos solidários foram criadas, principalmente, no âmbito das universidades. As instituições de ensino, por serem espaços de socialização de diferentes conhecimentos, fortalecem o tripé ensino, pesquisa e extensão, integrando a comunidade acadêmica com a comunidade externa (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2014).

Mas as Incubadoras de Empreendimentos Econômicos Solidários foram além, e hoje buscam outras formas de vínculos, ultrapassando as barreiras das universidades e conectando-se também com outros órgãos públicos e organizações voltadas para o apoio e assessoria de empreendimentos recém-criados ou em fase de criação. Neste contexto, o autor Singer (2002) afirma que há inúmeras entidades que apoiam a Economia Solidária e os conhecimentos necessários para que a mesma seja efetivada, como igrejas, sindicatos e universidades.

O papel de Incubadoras de Empreendimentos Econômicos Solidários é, portanto, oferecer condições aos empreendimentos para que eles utilizem a autogestão como ferramenta para atuar no mercado. Vale ressaltar que a autonomia desses coletivos vai além do patamar de sobrevivência econômica, e engloba o fato de que os agentes desses empreendimentos devem possuir também condições sociais, psicológicas, culturais e financeiras para gerir a associação ou cooperativa (JUNQUEIRA, 2014).

3. Metodologia da pesquisa A metodologia de pesquisa escolhida para este artigo enquadra-se ao método

qualitativo, que é, segundo o autor Gil (1999), quando os dados são examinados de forma intuitiva tendo como base análises de resultados e fenômenos. Além disso, pode-se dizer também que este estudo é de natureza descritiva, visto que como intuito descrever um fenômeno ou população (GIL, 1999).

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Já para a coleta de dados, definiu-se como metodologia de pesquisa a utilização de fontes primárias e secundárias. As primárias correspondem a duas entrevistas, uma realizada com o presidente da Associação de Camponesa de Produção da Reforma Agrária do Município de Uberlândia (Acampra) e outra com o coordenador do Centro de Incubação de Empreendimentos Populares Solidários (Cieps). Como fontes secundários foram utilizados artigos científicos e jornalísticos, livros e documentos.

Optou-se por entrevistas com roteiro não estruturado, pois, segundo os autores Lakatos e Marconi (198), esta é a técnica mais lógica para este tipo de pesquisa, haja vista que é um procedimento geralmente utilizado em uma investigação social que visa coletar dados. Os autores acrescentam que a coleta acontece em uma forma de colóquio entre duas pessoas, em que uma passa as informações e a o outra é receptora.

Portanto, trata-se de um estudo de caso único desenvolvido em uma Incubadora de Empreendimentos Solidários da cidade de Uberlândia, interior de Minas Gerais, que incubou uma Associação camponesa tendo como base preceitos da Economia Solidária para a criação de um processo autogestão. É interessante ressaltar que um estudo de caso refere-se à uma análise profunda de um objeto, a fim de permitir um detalhado conhecimento a respeito do mesmo (MINAYO, 2007, LAKATOS, MARCONI, 1986).

4. Estudo de caso Um projeto inovador fora idealizado ainda no ano de 2002 na Uuniversidade Federal

de Uberlândia. Seguindo as diretrizes de um projeto de extensão a Economia Solidária passou a estudada e aplicada em alguns pequenos grupos da comunidade uberlandense. Com o passar dos anos houve não apenas a manutenção do projeto, mas sua ampliação que instigou professores, técnicos e alunos da universidade a transformar o então projeto de extensão em um Centro com estrutura organizacional própria e certa autonomia para a realização das atividades de incubação de empreendimentos em Economia Solidária.

Em setembro de 2008 foi então aprovada, na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) a criação do Centro de Incubação de Empreendimentos Populares Solidários (Cieps). Vinculada à Pró Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, o Cieps, também conhecido por Incubadora, seria um local de extensão da Universidade, onde seriam desenvolvidos estudos, pesquisas e, principalmente, atividades extensionistas relacionados ao tema de Economia Solidária, enquadrando-se assim na categoria de Incubadoras vinculadas às Universidades, descrito por Zedtwitz (2003).

O objetivo do Cieps é, de acordo com o coordenador do Cieps, agregar a interdisciplinaridade existente no ambiente acadêmico da UFU para realizar um trabalho que permita a geração de trabalho e renda para indivíduos pertencentes à parcela da população em estado de vulnerabilidade. Como meio para atingir tal objetivo, o Cieps apoia a criação de empreendimentos populares coletivos e trabalha pela emancipação e autonomia de tais empreendimentos através da aplicação dos princípios da Economia Solidária. O que motiva esta emancipação é o fato de que os gestores consigam, após um período de assessoria, alcançar a independência econômica, tornando-se autogestionária, ou seja, sem o apoio da Incubadora ou da Universidade.

Pautando neste objetivo, a missão do Cieps é, segundo o site da Incubadora, “Promover a Economia Popular e Solidária assessorando coletivos populares que gerem trabalho e renda dentro dos princípios da Economia Solidária por meio da indissociabilidade do Ensino, pesquisa e extensão” (CIEPS, 2014). Compreendendo tal missão, o coordenador da Incubadora expôs na entrevista concedida para os autores, que o Cieps realiza seus trabalhos de assessoria para que os indivíduos sem condições financeiras disponham de

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assessoria jurídica, psicológica, administrativa e financeira, desde que se habilitem no viés de cooperativismo ou associação que busque trabalhar com a Economia Solidária.

Assim, quando os critérios sobreditos são constatados, o Cieps inicia um processo denominado pelo entrevistado como pré-incubação. Esta fase consiste em um diálogo entre os coordenadores da Incubadora e a liderança do futuro empreendimento, que visa compreender efetivamente quais os interesses da proposta de trabalho, a viabilidade de sua efetivação e o compromisso da aplicação dos preceitos da Economia Solidária.

Após reuniões e análises é possível avaliar de forma conjunta, se a proposta será ou não levada a diante. Caso a decisão seja a de possibilidade de criação de um novo empreendimento iniciam-se as atividades de constituição e registros legais da associação ou cooperativa e ainda a elaboração do plano de atuação no processo de incubação. A partir de então passa-se à segunda etapa, descrita como processo de incubação, que se inicia efetivamente com assinatura do termo de compromisso firmado entre Reitoria da UFU e representante do empreendimento.

Ainda segundo o coordenador da Incubadora, com a assinatura do termo e a compreensão do objetivo e a finalidade do coletivo, a equipe do Cieps inicia as atividades definidas no plano de ação. Tal plano deve contemplar aspectos administrativos, contábeis, jurídicos, psicossociais e comunicacionais do empreendimento. Tal plano visa, de acordo com o entrevistado, iniciar e acompanhar as atividades para que eles aprendam a guiar a associação ou cooperativa seguindo os conceitos de autogestão. Nessa etapa estão previstas a implementação de processos de gestão e avaliação periódica dos resultados obtidos no plano de ação, principalmente no âmbito sócio-educativo, por meio de programas de qualificação profissional e de integração com os familiares dos indivíduos pertencentes a este novo empreendimento.

O bom desenvolvimento das atividades no período de incubação, que prevê prazo mínimo de dois anos, permite à equipe da Incubadora realizar as atividades necessárias para o encerramento da incubação. O processo é finalizado, segundo o coordenador, quando o empreendimento consegue gerir-se de uma forma autônoma, porém todos as associações e cooperativas permanecem no sistema de pós-incubação, para que o Cieps preste algum auxílio futuro.

Seguindo tais fases e preceitos, a Incubadora trabalha, ainda segundo o coordenador, em três grandes vertentes de empreendimentos: coleta seletiva, cultura e agricultura familiar e camponesa. Grupos que são, para o entrevistado, vulneráveis. Em todos os casos, a ideia é levar a incubação em um caráter formativo, instrutivo e pedagógico, repassando a ideia de coletividade para a associação ou cooperativa incubada. Tal ideia do Cieps condiz com os pensamentos do autor Gallo et al. (2000), para ele, uma incubadora pautada na Economia Solidária age como um fator agregador para aqueles que possuem pouco acesso às atividades de capacitação e instrução profissional, como por exemplo, agricultores familiares e pequenos camponeses oriundos de movimentos sociais da luta pela terra.

Há em 2014, 12 empreendimentos incubados no Cieps, pertencentes em uma das categorias supracitadas. Para oferecer uma boa assessoria, a Incubadora conta com uma equipe de 15 alunos bolsistas dos cursos de Administração, Agronomia, Contabilidade, Direito, Engenharia Ambiental, Serviço Social, Psicologia, entre outros. O Cieps conta ainda com professores de diversas áreas do conhecimento e equipe técnica capacitada para apoiar as atividades desenvolvidas com os empreendimentos incubados.

Um desses empreendimentos incubados é a Associação Camponesa de Produção da Reforma Agrária de Uberlândia/MG (Acampra). A fim de compreender melhor o papel do

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Cieps como uma incubadora de Economia Solidária, realizou-se uma entrevista com o presidente da Acampra. A Associação iniciou o processo de pré-incubação em meados de julho de 2013, e o Cieps, segundo o entrevistado, foi essencial para que a ideia saísse do papel e tornasse algo concreto e organizado. Nesta fase, houveram diversas reuniões entre a equipe da Incubadora e os coordenadores da Acampra decidissem qual alimento produzir, qual quantidade, modo de entrega, quem será o responsável por cada setor, como comunicação e divulgação da Associação.

A maioria destas decisões foram pautadas em uma grande oportunidade que surgiu em 2013: uma parceria entre a Associação, Prefeitura Municipal de Uberlândia e a UFU. Assim, com uma demanda fixa, a organização e planejamento da produção foi facilitada, e aos poucos foram tomando forma. Desta forma, o principal objetivo da Acampra é, de acordo com o presidente, organizar a produção dos assentados da Reforma Agrária de uma forma autogestionada. Como objetivo específico, têm-se a comercialização para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) de Uberlândia e o Restaurante Universitário (RU) da UFU.

A Acampra é formada por agricultores familiares oriundos de dois assentamentos, Emiliano Zapata e Canudos, que estão a cerca de 20 quilômetros da cidade de Uberlândia. São ao todo 21 famílias envolvidas no processo de produção e comercialização de couve, cheiro verde, brócolis, acelga, alface, rúcula, brócolis, rabanete, berinjela, melancia e limão para o Pnae e para o RU da UFU. Os números de produção encontram-se na Quadro 1.

Quadro 1 – Produção Acampra

Produto Quantidade/mês Destino Acelga 3.600 Kg Merenda Escolar PMU

Acelga 300 Kg Restaurante Universitário – UFU

Alface 400 Kg Restaurante Universitário – UFU

Berinjela 2.200 Kg Merenda Escolar PMU

Brócolis 2.000 maços Merenda Escolar PMU

Brócolis 200 Kg Restaurante Universitário – UFU

Cheiro Verde 1.500 maços Merenda Escolar PMU

Chicória 100 Kg Restaurante Universitário – UFU

Couve 5.700 maços Merenda Escolar PMU

Couve 300 Kg Restaurante Universitário – UFU

Espinafre 30 Kg Restaurante Universitário – UFU

Limão 1.100 Kg Merenda Escolar PMU

Melancia 5.300 kg Merenda Escolar PMU

Rabanete 160 Kg Restaurante Universitário – UFU

Rúcula 160 Kg Restaurante Universitário – UFU Fonte: os autores, a partir de dados da pesquisa.

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Com decisões coletivas através de assembleias, a Acampra busca seguir os princípios da autogestão e Economia Solidária, porém, ainda há, segundo o presidente da associação, um longo caminho até que eles consigam “caminhar com suas próprias pernas” sem o auxílio do Cieps. Para o presidente, os assentados já dominam o modo de produção, porém, ainda há dificuldades para compreender questões administrativas e de divulgação. A fim de sanar tal lacuna e criar atividades instrutivas, o Cieps realiza cursos, reuniões, palestras e atividades culturais, repassando conceitos e práticas administrativas aos associados.

Mesmo com algumas dificuldades, segundo o entrevistado as expectativas da incubação foram superadas, e hoje, já é possível visualizar retornos econômicos e sociais com a criação da Acampra. Para o presidente, a união e a solidariedade entre as famílias assentadas foi o maior ganho, através do reforço do propósito da luta pela terra e incentivo a permanência e produção nos lotes conquistados. “A Reforma Agrária e a Economia Solidária dão certo, trazem retorno”, enfatizou o presidente da Associação. Para o futuro, há o desejo de implantar a agroecologia em um sistema produtivo sustentável aliado à autogestão.

A Incubadora, portanto, atua como um elo entre os conhecimentos fornecidos pela Universidade e a Associação, oferecendo apoio transdisciplinar para que os assentados consigam, futuramente, alcançar a autogestão. O Cieps acredita, segundo o coordenador, que o processo de formação deve ser amplo, porém, de fácil compreensão, visto que o objetivo da Incubadora é disseminar conceitos capazes de transformar a sociedade capitalista atual, que tem como característica a exploração e o capital como bem maior, em uma sociedade solidária e justa, que tem como bem maior a vida e o respeito ao próximo.

5. Conclusões A administração possui inúmeras vertentes e modalidades, cada uma com seus

desafios e complexidades. A autogestão surgiu como uma proposta de organizar o trabalho sem que haja uma separação entre a concepção e execução, agindo assim, com base no cooperativismo entre o grupo de trabalho organizado horizontalmente (ALBUQUERQUE, 2003, CANÇADO, 2004). Conectado à ideia de cooperativismo da autogestão, está a Economia Solidária, que apoia um modo alternativo de produção e comércio. As incubadoras que adotam estes conceitos como alicerce de suas atividades, buscam apoiar através de atividades formativas e instrutivas para que as associações ou cooperativas consigam se auto gerir.

O Cieps é um exemplo de incubadora que adota a Economia Solidária e está vinculada à Universidade, e dentre os diversos empreendimentos incubados, possui a Acampra, uma associação camponesa da reforma agrária de Uberlândia. A Associação encontra-se na fase de incubação e já consegue visualizar bons resultados, bem como dificuldades e lacunas que devem ser preenchidas para que a autogestão seja atingida.

Desta forma, conclui-se que o estudo atingiu o objetivo proposto, que foi de descrever o processo de incubação de uma Associação Camponesa, que teve a Economia Solidária como alicerce de suas diretrizes de autogestão. Recomenda-se para pesquisas futuras uma ampliação do foco de estudo, analisando, por exemplo, outras modalidades de incubadoras e outros tipos de empreendimentos.

6. Referências ALBUQUERQUE, P. P. Autogestão. In: CATTANI, Antônio David. A outra economia. Porto Alegre: Veraz, 2003.

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