O parto de abby

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Little New Disaster Conto por Rayssa Façanha

Baseado em Walking/Beautiful Disaster

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... 7 anos depois...

Eu estava nervoso, isso era inegável. As palmas das

minhas mãos suavam e trincava os dentes a cada grito dela para não gritar em sincronia.

Mas eu também estava me divertindo. Nunca, nesses 7

anos que estivemos juntos, Abby xingou tanto. - Seu bastardo! – gritou ela em uma pontada de dor –

Você fez isso comigo! Soltei uma risada nervosa. - Eu? Você estava lá também. E gostou muito que eu me

lembre. Ela ficou vermelha de raiva. - Não me irrite, só concorde comigo, Travis Maddox. - Sim senhora. O ar saiu dos pulmões de Abby como se ela tivesse

levado um soco. Conheço a sensação. - Caralho! – Abby voltou a gritar – Eu te odeio, Travis.

Não me importava de ser o alvo da raiva dela. Só queria que ela ficasse bem e se me xingar a fazia se sentir melhor, então ela podia me xingar feito o inferno.

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- Senhora Maddox! – Alertou a enfermeira – Toda essa raiva pode fazer mal para o bebê.

- Essa criança está fazendo uma festa de arromba no meu útero e eu não posso gritar com o pai dela? É melhor ela se acostumar, vai escutar muito isso ao longo dos anos. – Apesar de dizer isso ela me olhava com mais puro amor e admiração e sorria como se estivesse no paraíso.

Abby e eu sempre brigávamos, mas nunca era pra valer, já que ambos sabíamos que o amor que um sente pelo outro era maior que tudo. Já passamos por muita coisa juntos, não vai ser o cotidiano que vai nos separar.

A enfermeira pareceu notar o olhar de Abby e sorriu.

- Se é assim. – falou ela em voz tranqüilizadora – Você já está com alguns centímetros de dilatação, querida, hora de chamar o médico. O show vai começar. – logo após dizer isso ela saiu da sala, deixando Abby e eu sozinhos.

- Mare. – murmurou ela olhando-me com medo. – Eu preciso dela, Trav.

Como se para comprovar o que dizia ela soltou um grito agonizante.

Trinquei os dentes mais uma vez.

- Ela vai estar aqui a qualquer momentos, Beija-Flor.

No exato momento com um timing perfeito, um furacão louro entrou no quarto com uma câmera na mão.

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- Estou aqui! Cheguei! – America foi em direção a Abby e minha esposa abriu os braços para recebê-la.

- Pensei que você não ia conseguir. – Sussurrou Abby.

- Claro que ia, você sabe como eu sou, consigo tudo o que quero. E no momento tudo o que eu quero é estar com você.

- Como conseguiu entrar, Mare? – Perguntei.

- Ela olhou para mim como se só tivesse notado que estava lá agora.

- Oh, eu disse que sou irmã da Abby – Respondeu ela dando de ombros. – E por falar em irmãos, o clã Maddox está lá fora morrendo de medo do que veriam se entrassem, mas não se preocupem, Shep está com eles acalmando os ânimos.

Antes que eu respondesse algo um médico entrou olhando a ficha que estava em suas mãos seguido pela nossa enfermeira. Ele sentou em frente as pernas de Abby;

- Bem, Senhora Maddox, vamos começar?

- Por favor – Sussurrou ela de modo cansado.

Todos se posicionaram, eu estava me movendo para ficar perto de America para que pudesse ter uma visão panorâmica para o que acontecesse dali em diante, mas Abby me parou.

- Travis – Sussurrou ela puxando uma lufada de ar e trincando os dentes. – Preciso de você aqui comigo.

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Voei para o lado dela e segurei sua mão.

- Sempre, Beija-Flor

- Ok, vamos começar.

A próxima hora foi uma sequência de gritos da Abby, apertos dolorosos na minha mão, instruções do médico e palavras de auxilio vindas da enfermeira e da America.

Até que acabou.

Tudo ficou calmo por um instante antes do lugar ser preenchido por um choro de bebê.

- Nasceu, é uma menina! Parabéns Senhor e Senhora Maddox.

A enfermeira segurou minha filha em seus braços, lavou-a e a trouxe para nós. Abby a segurou como se fosse seu tesouro mais precioso. E era.

- Olá minha menininha. – Sussurou ela com lagrimas nos olhos – Bem vinda ao mundo, Diane.

Arregalei os olhos. Não havíamos discutido nomes ainda,

então ouvir que minha filha ia ganhar o nome da minha mãe foi tanto uma surpresa como uma emoção imensa. Passei a amar ainda mais Abby a partir daquele momento. Se é que isso era possível.

- Como? Como vai ser o nome dela? – Tive que perguntar, só para ter certeza.

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Abby sorriu para mim.

- Pensei que ia gostar.

- Eu amei. Obrigado, Beija- Flor. Você me deu tudo o que eu poderia querer.

Ela sorriu mais uma vez.

- Não quer segurar sua filha, Senhor Maddox?

- Eu? Não, não posso, tenho medo de machucá-la. De deixá-la cair.

- Não seja bobo, Trav – sussurrou Abby – Você não vai deixar nada de mal acontecer com ela.

Ela estava certa.

- Ok.

Segurei a pequena Diane como se minha vida dependesse disso.

Ela era a coisa mais linda do mundo, tão doce e tão pequena. Tão maravilhosa. O meu pequeno milagre.

- Olá pequenina – Sussurrei para a minha pequena Beija-Flor.

Ela abriu os olhinhos e olhou diretamente para mim. Então meu mundo desmoronou. Ela tinha os olhos da cor

dos de Abby, um cinza vivo e lindo. Eu nunca me cansaria desse olhar.

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De repente a sala se encheu de vida. Meus irmãos, meu

pai, Shep e America estavam por todos os lados.

- SHHHHHHHHHH silêncio – Falei o mais alto que poderia. – Ninguém quer assustá-la, quer?

Todos negaram silenciosamente com a cabeça.

- Lembra-se quando eu disse que minha filha não abriria as pernas para qualquer idiota? – Sussurrei no ouvido de Abby.

Abby balançou a cabeça para cima e para baixo sorrindo com a memória.

- Eu estava certo, nenhum idiota vai tocar no meu tesouro.

Abby deu uma pequena risada.

- Atenção todos – falei. – Quero que conheçam Diane Maddox, a minha pequena Beija-Flor.