O Pentateuco

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RESUMO - MANUAL BÍBLICO VIDA NOVA QUARTA PARTE – A MENSAGEM DA BÍBLIA - P. 144-221 O PENTATEUCO O termo Pentateuco é a denominação mais comum para descrever os primeiros cinco livros da Bíblia. A enorme quantidade de material legal no Pentateuco (metade de Êxodo, a maior parte de Levítico, grande parte de Números e praticamente todo o Deuteronômio) levou à designação comum Lei ou Livros da Lei. Até o Iluminismo do século XVIII, havia consenso entre as tradições judaica e cristã de que o testemunho do Pentateuco revelava Moisés como seu autor. Muitos estudiosos declaram positivamente as contribuições significativas de Moisés para a formação do Pentateuco, mas sustentam que a forma final desses livros evidencia algum trabalho de edição posterior à época de Moisés. Alguns críticos radicais têm negado a possibilidade de envolvimento sobrenatural de Deus na história e questionado a fidedignidade da história que se encontra no Pentateuco (veja “Os Métodos da Crítica e o Antigo Testamento”). Deuteronômio, o último livro do Pentateuco, foi composto por Moisés nas campinas de Moabe (Dt 1.1-5; 4.44-46; 29.1) pouco antes de sua morte (Dt 31.2, 9, 24). Os primeiros quatro livros provavelmente compartilham o mesmo período e local de origem. Gênesis, Êxodo e Levítico, porém, podem ter sido escritos já por ocasião da convocação no Monte Sinai, trinta e oito anos antes. A descrição do Pentateuco como torah, “instrução”, revela de imediato o seu propósito: educar o povo de Israel acerca de sua Edições Vida Nova e Co-Instruire – Consultoria e Assessoria em Educação

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RESUMO DO CONTEÚDO BÍBLICO

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O Pentateuco

Resumo - Manual Bblico Vida Nova

Quarta Parte A Mensagem da Bblia - p. 144-221O Pentateuco

O termo Pentateuco a denominao mais comum para descrever os primeiros cinco livros da Bblia. A enorme quantidade de material legal no Pentateuco (metade de xodo, a maior parte de Levtico, grande parte de Nmeros e praticamente todo o Deuteronmio) levou designao comum Lei ou Livros da Lei.

At o Iluminismo do sculo xviii, havia consenso entre as tradies judaica e crist de que o testemunho do Pentateuco revelava Moiss como seu autor. Muitos estudiosos declaram positivamente as contribuies significativas de Moiss para a formao do Pentateuco, mas sustentam que a forma final desses livros evidencia algum trabalho de edio posterior poca de Moiss.

Alguns crticos radicais tm negado a possibilidade de envolvimento sobrenatural de Deus na histria e questionado a fidedignidade da histria que se encontra no Pentateuco (veja Os Mtodos da Crtica e o Antigo Testamento).

Deuteronmio, o ltimo livro do Pentateuco, foi composto por Moiss nas campinas de Moabe (Dt 1.1-5; 4.44-46; 29.1) pouco antes de sua morte (Dt 31.2, 9, 24). Os primeiros quatro livros provavelmente compartilham o mesmo perodo e local de origem. Gnesis, xodo e Levtico, porm, podem ter sido escritos j por ocasio da convocao no Monte Sinai, trinta e oito anos antes.

A descrio do Pentateuco como torah, instruo, revela de imediato o seu propsito: educar o povo de Israel acerca de sua identidade, sua histria, seu papel entre as naes da terra e seu futuro. O propsito verdadeiro e ltimo da literatura bblica no pode ser separado de sua mensagem teolgica. O Pentateuco procurava informar o povo de Deus sobre sua identidade e foco.

Os intrpretes assumem uma das trs abordagens principais do Pentateuco como fonte histrica:

1) Muitos intrpretes lem o Pentateuco como um relato fiel dos eventos.

2) Crticos radicais desconsideram o Pentateuco como uma fonte para histria.

3) Outros vem o Pentateuco principalmente como uma interpretao teolgica de pessoas e acontecimentos reais.

Muitos estudiosos entendem que as descobertas da arqueologia cientfica relativas Bblia servem para confirmar que o Pentateuco se encaixa bem melhor exatamente no ambiente do segundo milnio a.C. em que o at o situa.

A importncia fundamental e a relevncia do Pentateuco residem em sua teologia, no em sua historicidade ou mesmo em sua forma literria e contedo. O grande tema do Pentateuco, portanto, o tema da reconciliao e da restaurao. A criao de Deus, tendo sido afetada pela desobedincia humana, necessita de restaurao.

Gnesis

O livro de Gnesis toma seu nome da verso grega do Antigo Testamento (a Septuaginta), que o chamou Genesis, termo que significa comeo.

As tradies judaica e crist tm atribudo de maneira quase unnime a autoria de Gnesis a Moiss (veja O Pentateuco).

TemaO nome Gnesis descreve pelo menos um dos principais temas do livro as origens. As origens, porm, no so um tema-sntese inteiramente satisfatrio, pois no h resposta questo histrica e teolgica fundamental por qu? Saber porque Deus agiu na criao e pela redeno compreender a verdadeira essncia da revelao divina.

Formas literriasAs trs principais sees de Gnesis so caracterizadas por tipos literrios distintos. Os eventos primevos (Gn 111) so dispostos em uma forma de narrativa potica para ajudar a transmisso oral.

1) As narrativas sobre os trs primeiros patriarcas so relatos mantidos em registros familiares.

2) A narrativa de Jos - um breve conto, com tenso e resoluo.

3) Tipos menores tais como genealogias, narrativas em que Deus aparece, palavras de

Deus, bnos e ditados tribais.

Propsito e teologiaO propsito de Gnesis era dar nao de Israel uma explicao sobre sua existncia no limiar da conquista de Cana. A mensagem teolgica de Gnesis, porm, vai alm dos interesses limitados de Israel. Gnesis de fato d a razo de ser de Israel, mas faz mais do que isso. Explica a condio humana que clama por um povo da aliana. Isto , revela os grandes propsitos criativos e redentores de Deus que tm seu foco em Israel como agncia de recriao e salvao.

ESTRUTURA DO TEXTO

O ALVO DA CRIAO DE DEUS:DOMNIO, BNO E RELACIONAMENTO1.1(2.25

O PECADO, SUAS CONSEQNCIAS E A GRAA SALVADORA DE DEUS3.110.32

A bno do domnio e a maldio do pecado4.175.32

A libertao pela graa de Deus e a obedincia de No6.19.29

A reafirmao da bno de Deus10.1-32

A confuso em Babel11.1-32

ABRAO: A OBEDINCIA DA F12.122.19

As promessas de Deus: descendentes, bno e terra12.1-9

As promessas sob ameaa12.10-20

Alcanando a promessa de terra13.1-18

Possuindo a terra, abenoando os vizinhos14.1-24

A promessa da descendncia e da terra15.1-21

O esforo humano para concretizar a promessa de Deus16.1-16

A reafirmao da promessa de herdeiro17.118.15

Uma bno sobre as naes vizinhas18.1619.38

A ameaa promessa de herdeiro20.1-18

O cumprimento da promessa de herdeiro21.1-34

A obedincia e a bno de Abrao22.1-19

ISAQUE: O ELO COM AS PROMESSAS DE DEUS A ABRAO22.2025.18; 26.1-33

A LUTA DE JAC PELAS PROMESSAS 25.19-34; 27.136.43

O comeo da luta25.19-26

A luta pelo direito de primogenitura25.27-34

A luta pela bno26.3428.9

A fidelidade de Deus quanto s suas promessas28.10-22

A luta continua29.131.55

O retorno terra prometida32.133.17

A ameaa da assimilao33.1834.31

A reafirmao das promessas35.136.43

A LIBERTAO MEDIANTE JOS37.150.26

A mensagem para hojeUma contribuio bvia do livro de Gnesis ao mundo moderno a sua explicao sobre as origens das coisas que no poderiam ser entendidas de nenhum outro modo. Ou seja, ele tem valor cientfico e histrico, mesmo que este no seja seu propsito principal.

Mais fundamentalmente, Gnesis lida com a essncia do significado do fato de os seres humanos terem sido criados imagem de Deus.

O valor ticoO efeito horrvel do pecado um dos temas admirveis de Gnesis. Alm da histria da queda, cada relato em Gnesis mostra s pessoas como viver de modo vitorioso diante de elementos contrrios a Deus que atuam neste mundo decado e descreve o que acontece quando fracassamos nisso. Os modelos de f e obedincia Abel, Enoque, No, Abrao e Jos so tambm instrutivos.

xodo

xodo, cujo significado sada, foi o ttulo que a Septuaginta, traduo grega antiga do at, deu ao segundo livro da Tor (cf. x 19.1).

Alguns intrpretes entendem que as declaraes contidas em xodo apontam Moiss como o autor da forma final do livro. Os intrpretes que aceitam a autoria tradicional de xodo sustentam que Moiss o colocou em sua forma presente desde a peregrinao no Sinai at a conquista das plancies de Moabe, logo antes de sua morte.

TemaA perseguio de Israel no Egito; o nascimento de Moiss, seu exlio em Midi e sua volta para o Egito como lder de Israel; e o prprio acontecimento grandioso do xodo tudo isso leva ao pice do compromisso da aliana.

Um segundo grupo de estudiosos v a presena de Jav com Israel e em seu meio como o centro teolgico do livro. Um terceiro grupo v o senhorio de Jav como o tema teolgico central.

Formas literriasxodo inclui vrios tipos e gneros literrios, entre eles poesia, textos de aliana e material legal.

A estrutura literriaAlguns intrpretes discernem uma estrutura geogrfica.

Israel no Egito (1.113.16)

Israel no deserto (13.1718.27)

Israel no Sinai (19.140.38).

Outros se atm ao contedo para esboar xodo:

Livramento do Egito e jornada em direo ao Sinai (1.118.27)

Aliana no Sinai (19.124.18)

Instrues para o tabernculo e para o culto (25.1 31.18)

Quebra e renovao da aliana (32.134.35)

Construo do tabernculo (35.140.38)

Ainda outros intrpretes focalizam um tema teolgico central.

Propsito e teologiaO livro de xodo a histria de dois parceiros em aliana Deus e Israel. xodo define o carter do Deus fiel, poderoso, salvador e santo que estabelece uma aliana com Israel. xodo tambm revela o carter de Deus por meio de seus atos.

Tambm define o carter do povo de Deus. Olha ainda para o futuro, para a terra da promessa, pois a terra era indispensvel para Israel ser uma nao plena.

O pice teolgico de xodo aparece em 19.4-6, que esboa a verdadeira natureza de Israel e seu lugar no plano de Deus. Para Israel, ser reino de sacerdotes implicava que o povo de Deus atuaria como mediador e intercessor, pois esse o mago da funo sacerdotal.

O chamado de Israel para a aliana era fundamentado, no em seu mrito, mas na livre escolha de Deus: vos levei sobre asas de guia e vos cheguei a mim (x 19.4).

ESTRUTURA DO TEXTO

A PRESENA SALVADORA DE DEUS: A LIBERTAO DA ESCRAVIDO EGPCIA1.113.16

A presena de Deus em seu povo oprimido1.1-22

A presena de Deus com o jovem Moiss2.1-22

Deus revela sua presena a Moiss2.124.17

A presena de Deus com Moiss no Egito4.1813.16

A PRESENA ORIENTADORA E PROVEDORA DE DEUS: A JORNADA EM DIREO AO SINAI13.1718.27

A PRESENA EXIGENTE DE DEUS: A ALIANA DO SINAI19.124.18

A PRESENA DO DEUS A SER ADORADO: REGRAS PARA O TABERNCULO E PARA OS SACERDOTES25.131.18

A PRESENA DE UM DEUS QUE DISCIPLINA E PERDOA JUNTO A UM POVO DESOBEDIENTE32.134.35

A PRESENA PERMANENTE DE DEUS JUNTO A UMA COMUNIDADE OBEDIENTE E QUE O ADORA35.140.38

A mensagem para hoje

O livramento do xodo est para o Antigo Testamento assim como a morte e ressurreio de Cristo esto para o Novo Testamento o ato central, definitivo, pelo qual Deus intervm para salvar seu povo.

O livramento no xodo, a aliana sinatica, a experincia no deserto e a promessa de uma terra fornecem modelos da vida crist. Os cristos vivem sua peregrinao no deserto do sistema deste mundo como que correndo rumo terra eterna da promessa ainda por vir e desfrutando dela.

O valor ticoDeus salvou seu antigo povo de Israel e fez aliana com ele, exigindo dele um estilo de vida coerente com esse chamado santo. Os Dez Mandamentos so uma expresso do prprio carter de um Deus santo, fiel, glorioso e salvador. Mesmo os estatutos e julgamentos voltados especificamente para o Israel do Antigo Testamento exemplificam padres de santidade e integridade, sendo partes indispensveis do que Deus espera de seu povo de todas as pocas.

Seria possvel citar muitos outros exemplos, mas esses so suficientes para mostrar que xodo eterno em sua importncia moral e tica, bem como teolgica.

Levtico

O nome Levtico vem da antiga traduo grega, a Septuaginta, que intitulou a composio Leueitikon, ou seja, (O Livro dos) Levitas. Os levitas, porm, no so as personagens principais do livro. O ltimo versculo de Levtico localiza o livro em seu contexto nas Escrituras: So estes os mandamentos que o Senhor ordenou a Moiss, para os filhos de Israel, no monte Sinai (27.34).

Tema

O propsito geral do livro de Levtico era comunicar a maravilhosa santidade do Deus de Israel e delinear os meios pelos quais o povo poderia ter acesso a ele.

Formas literrias

Com exceo de poucas passagens narrativas e uma seo de bno e maldio, Levtico consiste em material legal, particularmente de natureza cultual. A maior parte desse material altamente estruturada em forma quase potica.

A forma legal da maior parte de Levtico (prescries e estatutos) d a entender que ele pertence a um texto de aliana. De fato, ele trata das exigncias da aliana que regulam os meios pelos quais a nao e os indivduos israelitas poderiam estabelecer e manter o devido relacionamento com o Senhor Deus.

Propsito e teologiaIsrael era uma nao santa, ou seja, uma nao separada para ser povo especial de Deus. Tendo aceitado esse encargo da aliana, Israel tornou-se vassalo de Deus, o mediador de sua graa salvadora para todas as naes da terra.

Para ser uma nao santa, Israel precisava de um meio pelo qual essa santidade ou separao pudesse ser mantida. Israel precisava de um conjunto de orientaes que estipulassem cada aspecto daquele relacionamento entre a nao e seu Deus.

Levtico esboa como Israel podia prestar a devida homenagem a Deus para cultivar e manter a relao criada pelo compromisso mtuo com a aliana.

Por fim, o Deus soberano ordenou no s princpios de acesso pelos quais seu povo-servo devia achegar-se a ele, mas tambm designou perodos e lugares especiais.

ESTRUTURA DO TEXTO

A NECESSIDADE DE SACRIFCIO17

Os holocaustos1.1-17

Ofertas de manjares2.1-16

Ofertas pacficas3.1-17

Ofertas pelo pecado4.15.13

A oferta pela transgresso5.146.7

Sacerdotes e ofertas6.87.38

A NECESSIDADE DE MEDIADORES SACERDOTAIS810

A consagrao de sacerdotes8.1-36

A funo dos sacerdotes9.1-24

O fracasso dos sacerdotes10.1-20

A NECESSIDADE DE SEPARAO ENTRE O PURO E O IMPURO1115

Animais puros e impuros11.1-47

A impureza aps o parto12.1-8

A impureza da enfermidade13.114.57

As emisses impuras15.1-33

A NECESSIDADE DE UM DIA DA EXPIAO16

A NECESSIDADE DE UM VIVER SANTO1725

Sacrifcio e sangue17.1-16

As relaes sexuais18.1-30

Os relacionamentos interpessoais19.1-37

As ofensas capitais20.1-27

O culto e a santidade21.122.33

Os dias santificados23.1-44

Consagrao e profanao24.1-23

O Ano Sabtico e o Ano do Jubileu25.1-55

A BNO E A MALDIO26

AS OFERTAS DE DEDICAO27

A mensagem para hojeO livro de Levtico, sem dvida, um dos mais negligenciados do at, exatamente porque os cristos de hoje no conseguem ver sua importncia para a vida atual. Quando, porm, se percebe que seus principais temas ou ideais a santidade de Deus, sua aliana com seu povo e as conseqentes exigncias de um viver santo so eternos e irrevogveis, torna-se imediatamente clara a pertinncia do livro.

O valor tico

Os rituais de Levtico encontram seu cumprimento no sacrifcio de Cristo, no sendo, assim, regras vigentes no culto cristo. Contrastando com isso, um apreo pela santidade de Deus e a memria do que Deus fez para nosso livramento no da escravido egpcia, mas do pecado, por intermdio da morte de Cristo continua a motivar os cristos a um viver santo. Nmeros

O nome hebraico desse livro (bemidbar) significa no deserto, sendo assim o modo mais adequado de descrever seu contedo: um tratado inteiramente ambientado nos desertos do Sinai, Neguebe e Transjordnia. O ltimo versculo de Nmeros resume o todo ao dizer: So estes os mandamentos e os juzos que ordenou o Senhor, por intermdio de Moiss, aos filhos de Israel nas campinas de Moabe, junto ao Jordo, na altura de Jeric (36.13). O versculo final d a entender que Nmeros instrui Israel a respeito dos pr-requisitos para obter posse da terra prometida e desfrut-la.

TemaO livro de Nmeros mais que um mero dirio de viagem que narra a jornada de Israel desde o monte Sinai at as plancies de Moabe. As narrativas e leis em Nmeros apresentam as condies para que Israel pudesse ter posse da terra prometida e a desfrutasse.

Nmeros documenta que quando o povo de Deus era fiel s condies da aliana, a viagem e a vida corriam bem para ele. Quando era desobediente, porm, pagava o preo com derrotas, atrasos e mortes no deserto. O livro, portanto, ensina s geraes posteriores que a conformidade com a aliana traz bno, mas a rejeio da aliana acarreta tragdia e sofrimento.

Nmeros tambm documenta a organizao efetiva das tribos para formar uma comunidade religiosa e poltica distinta para a conquista e ocupao de Cana.

Formas literriasGrande parte de Nmeros descreve um perodo aproximado de quarenta anos da histria de Israel quase em forma de dirio. Ao que parece, Moiss manteve um livro em que anotava eventos significativos que pudessem constituir, e constituram, suas memrias pessoais

V. Alm do material narrativo, Nmeros contm listas de censo, um manual deorganizao para acampamento e marcha e regras para as ordens sacerdotal e levtica. Tambm contm leis de sacrifcios e rituais, instrues acerca da conquista e diviso da terra e leis regulamentando heranas. Propsito e teologiaO material diversificado de Nmeros aponta para um alvo comum a posse da terra prometida por Deus aos patriarcas. Mesmo os textos legais de Nmeros prenunciavam a vida na terra prometida. Esses textos regulamentavam seu culto e mantinham sua pureza.

ESTRUTURA DO TEXTO

A ORGANIZAO DE ISRAEL PARA A CONQUISTA DA TERRA PROMETIDA 1.110.10

a organizao das tribos para a guerra1.12.34

A organizao dos levitas para o culto3.14.49

A preservao da pureza do povo de Deus5.16.27

A proviso de uma morada para Deus no acampamento7.18.26; 9.15

A celebrao da Pscoa e a sada do acampamento9.110.10

A REJEIO DA PROMESSA DIVINA DE TERRA10.1114.45

Saudades do Egito11.1-35

A rejeio do profeta de Deus12.1-15

A rejeio da ddiva divina de terra13.114.15

A PEREGRINAO FORA DA TERRA PROMETIDA: A JORNADA NAS PLANCIES DE MOABE15.122.1

A rejeio do sacerdote de Deus16.1-50

A legitimao do sacerdote de Deus17.1-13

Sacerdotes, levitas e pureza18.119.22

A falta de confiana na palavra de Deus20.1-13

Jornada a Moabe20.1422.1

A LUTA CONTRA OS OBSTCULOS TERRA PROMETIDA POR DEUS22.225.18

A ameaa externa22.224.25

A ameaa interna25.1-18

UMA NOVA PREPARAO PARA A CONQUISTA26.136.13

Um sucessor para Moiss27.1-23

Instrues para o culto na terra prometida28.130.16

A manuteno da pureza de Israel31.1-54

Um novo retorno32.1-42

Lembrana da jornada, prenncio da conquista33.136.13

A mensagem para hojeDeus desejava o melhor para os antigos israelitas dar-lhes uma bela terra como lar. Assim tambm, Deus deseja o melhor para as pessoas hoje.

A histria da peregrinao de Israel, partindo do Sinai, o lugar de seu compromisso inicial com Deus, at as plancies de Moabe, onde Israel manifestou-se disposto a concretizar todas as promessas de Deus, lana luz sobre a experincia crist. evidente que Israel, como os fiis de hoje, experimentou tempos de fracasso abismal. Ento e agora, a rebelio contra Deus traz conseqncias medonhas, mas aqueles que se apegam as promessas de Deus so recompensados.

O valor ticoA resposta de Israel liderana de Moiss e Aro e s exigncias da aliana em geral ditou o grau de sucesso ou fracasso que caracterizou sua jornada pelo deserto. A forte mensagem tica que ressoa em alto e bom som em Nmeros que Deus possui um plano que leva bno. Mas o plano construdo em torno de princpios e prticas de comportamento que no podem ser abrandados ou negociados.

Deuteronmio

O nome Deuteronmio (do grego traduzido por segunda lei) surgiu da traduo dada pela Septuaginta frase hebraica que significa um traslado desta lei (Dt 17.18). Deuteronmio no uma segunda lei, mas uma ampliao da primeira, dada no Sinai. Em dcadas recentes, os estudiosos tm chamado ateno para os paralelos notveis entre o livro de Deuteronmio e os tratados hititas e assrios.

Israel havia completado quase quarenta anos de peregrinao pelo deserto e estava para entrar na terra de Cana e ocup-la. A antiga gerao rebelde havia morrido. A nova gerao tinha de ouvir a aliana que Deus fizera com seus pais no Sinai e atender a ela. Moiss repetiu a histria da fidelidade de Deus e exortou a nova gerao a ser obediente aos mandatos da aliana. Ele repetiu os termos da aliana, mas com emendas e restries adequadas nova situao de conquista e estabelecimento que estava por vir.

TemaO tema geral de Deuteronmio so os relacionamentos da aliana. Na revelao inicial da aliana, o Senhor declarou que ele havia libertado seu povo do Egito sobre asas de guia e depois o tornara seu povo de propriedade especial, um reino de sacerdotes e nao santa. A vocao dele era ser um povo de servos que mediaria a graa salvadora de Deus a todas as naes da terra. Deuteronmio continua esse tema destacando a eleio divina de Israel. Essa funo de povo escolhido devia ser vivenciada dentro de linhas claramente definidas.

Formas literriasH amplo consenso de que Deuteronmio moldado segundo frmulas bem conhecidas de tratados do antigo Oriente Prximo. Ainda que a tradio dos antigos tratados fornea a estrutura geral e o esboo do livro, Deuteronmio acrescenta exortaes, poesia e outras abordagens adequadas a seu carter mais amplo como um sermo de despedida de Moiss.

Propsito e teologiaO livro de Deuteronmio primeiro declara novamente a aliana entre Jav e Israel para a gerao reunida nas plancies de Moabe antes da conquista de Cana sob Josu. Em segundo lugar, a mescla de exortaes e prescries da aliana em Deuteronmio d a entender que o livro devia registrar as palavras de admoestao, encorajamento e alerta de Moiss para a posteridade.

A teologia de Deuteronmio no pode ser separada de seu tema e forma. Como um documento influenciado pela forma dos textos de aliana, ele se torna o veculo pelo qual o Deus soberano expressa seus propsitos salvadores e redentores para sua nao serva, seu reino de sacerdotes a quem elegeu e libertou da escravido em resposta a antigas promessas patriarcais.

ESTRUTURA DO TEXTO

O AMBIENTE DA ALIANA1.1-5

LIES DA HISTRIA DO POVO DE DEUS1.64.40

Fracassos e sucessos na rota para a terra prometida1.63.29

Guardar os mandamentos de Deus; evitar a idolatria; maravilhar-se com os atos salvadores de Deus4.1-40

A instituio das cidades de refgio4.41-43

PRINCPIOS BSICOS DA ALIANA 4.446.25

O corao da aliana: os Dez Mandamentos5.1-21

A funo de Moiss como mediador da aliana5.22-33

O princpio mais bsico: amor a Deus completo e exclusivo6.1-25

PRINCPIOS SUPLEMENTARES DA ALIANA7.111.32

A destruio total dos cananeus7.1-26

Jav como a fonte de bno em Cana8.19.6

A funo de Moiss como mediador da aliana e intercessor9.710.11

Amor a Jav e amor aos necessitados10.12-22

A obedincia como prova do amor a Deus11.1-32

RECURSOS E AMEAAS PARA O CULTO AO NICO DEUS12.116.17

O santurio central12.1-28

Deuses pagos e falsos profetas12.2913.19

A preocupao peculiar com animais puros e impuros14.1-21

Ofertas de gratido14.22-29

A preocupao peculiar com os pobres e oprimidos15.1-18

Ofertas e festas do santurio central15.1916.17

A PECULIARIDADE DO POVO DE DEUS16.1826.19

Oficiais do reino que amam a justia e so fiis palavra de Deus16.1818.22

A lei civil peculiar do povo de Deus19.1-21

A conduo da guerra santa20.121.14

Outras leis civis peculiares do povo de Deus21.1522.4

A pureza peculiar do povo de Deus22.523.18

As relaes interpessoais peculiares do povo de Deus23.1925.19

A reafirmao da aliana em culto26.1-15

Exortao e interldio narrativo26.16-19

AS MALDIES E BNOS DA ALIANA27.128.69

A assemblia em Siqum27.1-10

As maldies que seguem a desobedincia a estipulaes especficas27.11-26

As bnos que seguem a obedincia a estipulaes gerais28.1-14

As maldies que seguem a desobedincia a estipulaes gerais28.15-68

A RENOVAO DO COMPROMISSO COM A ALIANA29.130.20

Lembrana dos atos salvadores de Deus29.1-9

Previso de rebeldia por parte de Israel, julgamento de Deus e graa no arrependimento29.1030.10

A opo entre seguir a Deus e viver ou rebelar-se e morrer30.11-20

O FUTURO DA ALIANA31.129

Deus como o verdadeiro lder de seu povo31.1-8

A palavra de Deus a ser registrada e lida31.9-13

A proviso de Deus para o futuro: um lder, um cntico, um livro da lei31.14-29

O CNTICO DE MOISS SOBRE A FIDELIDADE DE DEUS E SOBRE A INFIDELIDADE DE ISRAEL31.3032.43

A CONCLUSO DO MINISTRIO DE MOISS32.4434.12

Interldio narrativo: o anncio da morte de Moiss32.44-52

O ltimo ato de Moiss: a bno sobre Israel33.1-29

Eplogo narrativo: a morte de Moiss34.1-12

A mensagem para hojeDeuteronmio foi dirigido especificamente para uma gerao mais jovem de Israel prestes a entrar na terra prometida. Entretanto, transmite princpios e verdades teolgicas eternos e adequados igreja e ao mundo de hoje. Aquela nova gerao de israelitas serve como um modelo de povo de Deus em todas as eras. Ns, a exemplo deles, somos um povo com um passado em que Deus agiu para nossa salvao e revelou sua vontade para nossa vida. Mas no basta possuir orgulhosamente uma herana de f. Ns, como eles, somos um povo com um presente. Precisamos tambm nos dedicar pessoalmente a Deus hoje. Por fim, ns, a exemplo deles, somos um povo com um futuro que depende de nossa fidelidade contnua a Deus.

A aliana de Deuteronmio prenuncia aquela nova aliana no escrita em pedra, mas no corao dos homens (Jr 31.33-34) que por fim se cumpre em Cristo (Mt 26.28; Mc 14.24; Lc 22.20). O Deus de Israel redimiu o povo da servido e do caos e escolheu identificar-se com eles numa aliana eterna. Em seu filho Jesus Cristo e por meio dele, ele oferece pela graa o mesmo para todos os povos, em todos os lugares.

O valor ticoO freqente apelo de Deuteronmio ao amor de Deus (6.5; 10.12; 11.1, 13, 22; 19.9; 30.6, 16, 20) mostra que o alvo da lei do Antigo Testamento era no o legalismo, mas o servio inspirado no amor. Alis, quando foi questionado sobre a maior das leis do Antigo Testamento, Jesus citou Deuteronmio 6.4-5. O amor de Israel como o do cristo (1Jo 4.19) est firmado numa experincia anterior do amor remidor divino. O amor de Israel por Deus de novo como o do cristo (1Jo 3.18; 4.20-21) s amor verdadeiro medida que se estende aos outros (Dt 10.19). Os Dez Mandamentos sublinham que Deus exige no s respeito do povo (5.6-15), mas respeito para com outros povos (6.16-21). Embora os Dez Mandamentos possuam uma qualidade no condicionada pelo tempo, so verdadeiramente pertinentes somente aos que tm um compromisso com o Deus que est por trs deles.

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