O PERFIL DO PROFESSOR NO SÉCULO XXI
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O PERFIL DO PROFESSOR NO SÉCULO XXI
Autor: Carlos Alberto Gonçalves Alfredo – escrito em Julho de 2012
Esta ensaio tem como objetivo, abordar os efeitos e os desdobramentos do
processo pedagógico ao longo do tempo, tomando com base o processo
evolutivo e a evolução cognitiva dos seres humanos, estreitamente
relacionados à inquietude, ao inconformismo e à capacidade inquisitiva dos
seres humanos.
O termo “pedagogo” vem do grego paidagogos e do latim paedagogu,
significando, segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda:
“Aquele que aplica a pedagogia, que ensina; professor; mestre;
preceptor”;
Prático da Educação e do Ensino.
Assim, o anseio pela busca do desconhecido, pela descoberta de novas
fronteiras e produção de novos conhecimentos impulsionaram e continuam
a projetar a sociedade em direção ao desenvolvimento.
É importante ressaltar que as transformações rápidas e profundas
decorrentes dessas descobertas, refletem-se nos mais variados setores,
destacando-se os avanços tecnológicos, a transformação dos paradigmas
econômicos e produtivos e, em especial, em relação aos processos
educacionais que se fizeram sentir nas sociedades da antiguidade, na idade
média, na renascença e na idade moderna, como elementos formadores dos
processos de criação e desenvolvimento dos conceitos inerentes às
atividades consideradas, e a sua repercussão ao longo do tempo, através do
desenvolvimento da humanidade.
Estamos no início do século XXI onde os progressos científicos, tecnológicos
e econômicos relacionados a diferentes aspectos globais, provocaram
mudanças de toda ordem, revelada em fenômenos de exclusão social, em
diversas partes do mundo.
Diante dessas mudanças, os países que quiserem aumentar e melhorar os
níveis de vida dos seus habitantes devem se comprometer em
investimentos maciços com a educação, buscando entender as
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transformações ocorridas, porque elas é que vão ditar as novas
competências exigidas não só em conhecimentos e habilidades individuais.
Em relatório apresentado à UNESCO, a Comissão Internacional de Estudos
sobre a Educação, cita que a Gestão do Conhecimento no campo
educacional deve estar focada em quatro pilares:
1- Aprender a conhecer, através da difusão do conhecimento e do
domínio aprofundado de diversas áreas do conhecimento humano,
principalmente nas áreas de Tecnologia de Ponta, através da
utilização não só da Educação presencial, bem como contando com a
utilização da EAD e a Educação continuada;
2- Aprender a fazer, desenvolvendo adquirindo conhecimentos,
habilidades e atitudes (CHA), contribuindo para a inserção das
pessoas no mercado de trabalho, cada vez mais competitivo;
3- Aprender a conviver, procurando desenvolver e aumentar nas
pessoas o sentimento social gregário social, que foi afetado pela
enorme dos meios de comunicação eletrônica, que isolou os
indivíduos uns dos outros, provocando o isolamento social humano;
4- Aprender a ser, unindo as outras três, favorecendo a integração e o
desenvolvimento social das pessoas.
A educação do XXI face aos avanços tecnológicos passará por grandes
transformações, transformando os professores em “técnicos-especialistas”
implementando técnicas de ensino adquiridas no conhecimento científico,
exigindo dos mesmos novas técnicas e competências cognitivas e
relacionais, destacando-se as seguintes:
Prospecção: ter capacidade de percepção ambiental individual e coletiva, recolhendo dados situacionais, analisando as ocorrências e propondo soluções para correção das mesmas;
Analíticas: os docentes deverão possuir as competências necessárias para interpretar os dados descritivos, para se necessário teorizar a respeito;
Avaliativas: possuir condições para avaliar os resultados obtidos nos métodos e técnicas educacionais utilizadas, propondo correções quando necessário;
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Estratégias: saber planificar ações, antecipando a sua implementação de acordo com as análises realizadas e os resultados obtidos;
Práticas: devem estar aptos a estabelecer relações entre a análise e a prática, assim como entre os fins e meios para alcançar um bom efeito;
Comunicação: Devem saber comunicar e partilhar suas experiências idéias com outros colegas.
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1. UMA VISÃO SOBRE O FUTURO
Em 1964 o sociólogo canadense Herbert Harshall McLuhan, Professor da
Universidade de Toronto publicou uma obra intitulada “Understanding
Media” que, em português recebeu o título de “Os meios de comunicação
como extensões do homem”.
Ao publicá-lo, talvez não imaginasse que estava lançando um dos clássicos
da comunicação – mais discutido do que lido, mais desprezado do que
estudado.
A grande novidade do autor em relação à educação é o enfoque, baseado
em suas teorias sobre comunicação – mais uma vez, adiantando-se à
criação de um campo de estudos, Comunicação e Educação, que só seria
explorado na década dos 90.
Marshall McLuhan foi o criador da idéia da "aldeia global", trazendo para
a educação um novo enfoque educacional, baseado em suas teorias sobre
comunicação, ao afirmar que:
"Uma rede mundial de computadores tornará acessível, em alguns
segundos minutos, todo o tipo de informação às pessoas do mundo
inteiro". Em tempos de internet, essa frase é óbvia. Porém, quando foi dita,
há 46 anos, parecia extraída de um livro de ficção. Na época, foi chamado
foi chamado de sonhador a louco, conforme a simpatia que suas idéias
provocavam.
McLuhan propôs que, até o surgimento da televisão, vivíamos na "galáxia
de Gutenberg" onde todo o conhecimento era visto apenas em sua
dimensão visual. Sua idéia é simples: antigamente, o conhecimento era
transmitido oralmente, por lendas, histórias e tradições.
Quando Gutenberg inventou a imprensa, permitiu que o conhecimento
fosse mais difundido. Mas, por outro lado, reduziu a comunicação a um
único aspecto, o escrito. "Antes da imprensa, o jovem aprendia ouvindo,
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observando, fazendo. A aprendizagem tinha lugar fora da aula", explica o
autor.
Mais do que a matéria extraída de livros, McLuhan afirma, o ponto de
partida para a educação é a vontade do aluno em aprender. "Onde o
interesse do estudante já estiver focalizado, aí se encontra o ponto natural
de elucidação de seus problemas e interesses", completa. "A educação
escolar tradicional suscita em nós o desgosto por qualquer atividade
humana".
A este respeito o comentário mais próximo à crítica de McLuhan reside no
filme SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS, onde um professor de
literatura lecionando numa centenária e tradicional escola preparatória,
usando métodos pedagógicos pouco ortodoxos, desperta os alunos para o
rico universo da poesia e das idéias, ensinando-os a pensar e olhar as coisas
por outro ângulo, porém, as consequências são inevitáveis acarretando na
demissão do novo docente. 1980 e lançou da arte e ura.
Um dos conceitos mais conhecidos de McLuhan é o da "aldeia global". Em
seu livro “O meio é a mensagem”, afirma que "a nova interdependência
eletrônica recriou o mundo à imagem de uma aldeia global". Quando ele
falou isso, o que existia de mais parecido com a Internet, eram as redes de
computadores militares norte-americanas. Computador pessoal era apenas
um sonho, distante.
A evolução tecnológica deixa, aqui, de ser mera coadjuvante na vida social:
o que é dito é condicionado pela maneira como se diz. O próprio meio
passou a ser a principal atração, a informação. Muitas das páginas que
estão na Internet, por exemplo, poderiam ser livros ou revistas, mas,
segundo McLuhan, tornam-se interessantes justamente por que estão em
um novo meio de comunicação.
McLuhan afirma que "os meios de comunicação são extensões do
homem", pois, assim como se usa uma pinça para aumentar a precisão das
mãos e uma chave de fenda para girar um parafuso, os meios de
comunicação seriam, na verdade, extensões dos sentidos do homem.
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Muito antes de alguém falar em "aspectos lúdicos da educação", McLuhan
já dizia que o estudo deveria ser uma atividade atraente. A escola, para ele,
ainda não tinha percebido essa realidade óbvia. E completa: "É ilusório
supor que existe qualquer diferença básica entre entretenimento e
educação, pois sempre foi verdade que tudo o que agrada facilita o
aprendizado".
O profeta da eletrônica deixou muitos livros e artigos; a maioria esgotados
no Brasil, alguns facilmente encontrados em sebos:
Os meios de comunicação como extensões do homem (Cultrix);
A Galáxia de Gutenberg (Cultrix);
Revolução na Comunicação, (Jorge Zahar);
O meio é a mensagem, (Record);
Os efeitos da globalização tem surtido um efeito dramático em todo mundo,
especialmente na área educacional, onde as novas tecnologias educacionais
tem tido um considerável avanço.
Vivemos na era dos superespecialistas que dedicam cada vez mais tempo a
treinamentos prolongados em campos cada vez mais específicos. Essa nova
categoria de profissionais apresenta duas vantagens em relação aos
especialistas comuns: maior conhecimento dos detalhes relevantes e maior
capacidade de lidar com as complexidades de determinadas funções.
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2. OS AVANÇOS NA ÁREA EDUCACIONAL
No decorrer do século XX a educação passou por transformações
relevantes, notadamente pela implantação do sistema de EDUCAÇÃO À
DISTÂNCIA (EAD), que alterou radicalmente o conceito da GESTÃO DO
CONHECIMENTO na difusão do processo pedagógico.
Diversas Universidades brasileiras oferecem cursos superiores via EAD e
outras mudaram o seu sistema de orientação monográfica, que era feito
presencialmente onde os orientandos mantinham contato direto com os
seus orientadores, que atualmente é feito via EAD através da Internet, onde
o aluno não tem mais contato direto com o seu orientador.
Considerando-se que a monografia é essencial para obtenção do certificado
final de curso, a mesma tem um peso de 50% nas grades curriculares. A
mudança do processo presencial para o semipresencial, nos leva à conclusão
de que a nomenclatura “presencial” passou a não mais corresponder à
realidade dessa modalidade de ensino!
O uso dessa tecnologia na área pedagógica, sendo, portanto necessário
uma avaliação dos processos atualmente existentes, rumo a novos
patamares operacionais, especialmente na assimilação de novos
conhecimentos por parte dos docentes, especialmente os que atuam na
área universitária, exigindo que os conteúdos de formação sejam absorvidos
pelos profissionais dessa área de trabalho em curto prazo.
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Assim, a PEDAGOGIA deixará de ser apenas uma área na qual os
profissionais aplicam os seus conhecimentos na área dos métodos ensino
atuais, tornando-se profissionais altamente especializados no exercício das
suas funções que exigirão a absorção de novas tecnologias instrucionais,
que obrigatoriamente serão utilizadas a curto e médio prazo.
Um dos benefícios da utilização da EAD é o surgimento da EDUCAÇÃO
CONTINUADA, feito por grandes Universidades nacionais e internacionais,
além de fóruns de debates, que disponibilizam conteúdos nas mais diversas
áreas do conhecimento, ao alcance de milhares de pessoas, gratuitamente,
através de vídeo aulas, que podem ser inclusive acompanhadas de textos
em HTML, destacando-se as seguintes Universidades:
YALE
A Universidade de Yale, por meio de seu programa “Open Yale Courses”
(OYC), disponibiliza 42 cursos on-line, gratuitamente, nas mais diversas
áreas do conhecimento humano. Basta acessar o Site http://oyc.yale.edu,
não sendo necessário registrar-se.
MIT
O MIT oferece 36 cursos on-line gratuitos. Basta acessar o Site:
http://ocw.mit.edu.
BERKELEY
Com uma completa biblioteca em áudio e vídeo, essa Universidade tem um
dos Sites mais atraentes para ensino On-line, contendo centenas de
palestras em diversas áreas do conhecimento, cobrindo 130 departamentos
acadêmicos. Basta acessar o Site: http://webcast.berkeley.edu.
STANFORD
Dentre os cursos oferecidos por essa Universidade destacam-se os conteúdos concentrados na area técnica, tais como: Estatística, Aeronáutica e Nanoctecnologia, além de Seminários sobre essas areas. Basta acessar o Site: http://scpd.stanford.edu
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http://graduatesschool.paristech.org, ou http://graduateschool.paristech.fr/ - Instituto de Tecnologia de Paris.
O processo de EDUCAÇÃO CONTINUADA pode também ser praticado pelo acesso a diversos Fóruns que disponibilizam vídeo temas expostos por especialistas de alto nível, destacando-se os Fóruns da série TED:
http://www.tedxsaopaulo.com.br/
http://www.ted.com/
http://www.ted.com/translate/languages/pt-br
http://tedxsf.org/
cujos conteúdos estão disponíveis para download gratuito.
3. AS NOVAS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICAS
Como vimos ao longo dos capítulos anteriores, o vetor tecnológico avançou
de forma acelerada, exigindo do Ser Humano habilidades até então
inexistentes.
Essas novas habilidades impactaram diretamente a GESTÃO DO
CONHECIMENTO, gerando mudanças no ambiente pedagógico no qual as
Universidades estão inseridas.
Dentro desse escopo, passamos a citar as mudanças ocorridas e as
possíveis mudanças tecnológicas que deverão ocorrer, com forte influência
sobre a área pedagógica,sendo a principal a implantação do sistema de
Educação à distância (EAD);
MUDANÇAS PROJETADAS:
Transformação dos grandes espaços físicos universitários em CENTROS DE
TELECONFERÊNCIAS EDUCATIVAS, com a interação entre Professores e
alunos, dinamizando ainda mais o processo de EAD;
Aquisição de habilidades matemáticas por parte dos PEDAGOGOS, que
deverão dominar técnicas e modelos de PESQUISA OPERACIONAL,
ciência que surgiu durante a segunda guerra mundial para estudar
problemas estratégicos, caracterizando-se, como um método voltado para
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a resolução de problemas reais, tendo como foco a tomada de decisões.
Uma característica importante da pesquisa operacional e que facilita o
processo de análise e de decisão é a utilização de modelos, permitindo a
experimentação da solução proposta. Isto significa que uma decisão pode
ser mais bem avaliada e testada antes de ser efetivamente implementada.
Devido ao seu caráter multidisciplinar, a Pesquisa Operacional pode
fornecer contribuições em, praticamente, todos os domínios da atividade
humana, atingindo também a área educacional.
É um método que baseia sua aplicação, com base no conceito de utilização
de modelos, dentre os quais se destacam:
Teoria das Filas;
Programação Estocástica;
Programação Dinâmica;
Programação linear;
Conjugação de modelos de Pesquisa Operacional.
Contudo, o pleno conhecimento do problema a ser resolvido, é que
determina a implantação do melhor método de PO – PESQUISA
OPERACIONAL, exigindo análises conjugadas à praticidade na formulação
das alternativas.
A pesquisa operacional facilita a tomada de decisão, facilitando a descrição
do processo, organizando através de um modelo, isto facilita a melhor
aplicabilidade e economia, conforme citado no Case acima descrito pela
Universidade que optou pela orientação monográfica semipresencial,
maximizando maximização dos resultados e minimização dos custos
operacionais.
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Para melhor exemplificar a aplicação de um modelo de PO utilizado na
solução de problemas reais, o qual é enquadrado pela Pesquisa Operacional
dentro da TEORIA DAS FILAS que é um sistema de filas composto por seis
componentes, sendo os três primeiros obrigatórios e os três últimos
obrigatoriamente conhecidos, considerando-se aqui como dados
apresentados, a quantidade de monografias enviadas durante um
determinado período de tempo, a capacidade de recebimento (estoque) de
monografias recebidas pelos servidores e o tempo de retorno ao aluno
(orientando):
1) Modelo de chegada dos usuários ao serviço: o modelo de
chegada é usualmente especificado pelo tempo entre as chegadas dos
usuários/serviços, sendo determinístico, isto é, as chegadas ocorrem em
intervalos de tempo exatamente iguais (tempo entre as chegadas é
constante), ou então trata-se de uma variável aleatória, quando o tempo
entre as chegadas é variável e segue uma distribuição de probabilidades
presumivelmente conhecida. Além de sabermos se o modelo de chegada é
determinístico ou é uma variável aleatória, precisamos também saber a
taxa de chegada l. A constante l é a taxa média de chegadas dos usuários
por unidade de tempo;
2) Modelo de serviço (atendimento aos usuários): o modelo de
serviço é normalmente especificado pelo tempo de serviço, isto é, o tempo
requerido pelo atendente para concluir o atendimento. Da mesma forma
que o modelo de chegada, pode ser determinístico (constante) ou uma
variável aleatória (quando o tempo de atendimento é variável, seguindo
uma distribuição de probabilidades presumivelmente conhecida).
3) Número de servidores: é o número de atendentes disponíveis
no sistema;
4) Capacidade do sistema: representa o número de usuários que o
sistema é capaz de atender, incluindo a quantidade de usuários que estão
sendo atendidos mais os que esperam na fila. Se este parâmetro não for
informado, o sistema é considerado com capacidade ilimitada.
5) Tamanho da população: número potencial de clientes
(monografias) que podem chegar a um sistema. Pode ser finito ou infinito.
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6) Disciplina da fila: é o modo como os usuários são atendidos. A
disciplina da fila pode ser:
* FIFO (first in, first out): primeiro a chegar é o primeiro a ser atendido;
* LIFO (last in, first out): último a chegar é o primeiro a ser atendido;
* ALEATÓRIO, isto é, os atendimentos são feitos sem qualquer
preocupação com a ordem de chegada;
* COM PRIORIDADE, quer dizer, os atendimentos são feitos de acordo com
as prioridades estabelecidas; se a composição da fila não for informada, a
mesma é considerada de acordo com o modelo FIFO.
Atualmente com a expansão da EAD, será necessário expandir e modernizar
cada vez mais as instalações de TI, de modo a atender as novas demandas
de cursos à distância, que estão ocorrendo de forma exponencial, enquanto
os recursos físicos disponíveis ainda representam um crescimento
representado por uma progressão aritmética.
Esse fato, também acarreta o aumento da carga de trabalho dos docentes,
envolvidos que estão na elaboração dos conteúdos e na correção das
monografias distribuídas a cada orientador, que está do outro lado do aluno,
de modo que cada um qual reter uma capacidade de resposta, que seja a
mais otimizada possível, de modo a evitar gargalos na devolução dos
trabalhos.
Outra habilidade a ser apreendida pelos PEDAGOGOS consiste no
desenvolvimento de habilidades de comunicação à distância,
preparando-se para o advento da implantação de centros de
TELECONFERÊNCIAS, que gradativamente substituirão os modelos
presenciais, onde as salas de aulas deixarão de existir;
Assimilação da Neurociência pedagógica, para conhecer de modo
mais profundo a capacidade de absorção cognitiva dos alunos;
Será também necessário aos PEDAGOGOS, a melhor assimilação da
ANDRAGOGIA utilizada como instrumento de comunicação à
distância;
A PEDAGOGIA também deverá substituir o termo “mão-de-obra”,
pelo conceito de “capital intelectual”, representado pelo binômio
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“facilitador/aluno”, no qual as exigências interativas não mais
permitirão a utilização de conteúdos pré-formatados.
Desse modo será (ao) necessária (as) aos PEDAGOGOS, o desenvolvimento
do seguinte elenco de competências, de modo a acompanhar os atuais
recursos tecnológicos utilizados na área educacional, assim como absorver
as novas tecnologias educacionais que estão a caminho:
COMPETÊNCIAS COGNITIVAS E NEUROPEDAGÓGICAS;
COMPETÊNCIAS RELACIONAIS;
COMPETÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS;
COMPETÊNCIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS;
COMPETÊNCIAS TECNOLÓGICAS GERAIS E ESPECÍFICAS;
CONHECIMENTO DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS E
OPERACIONAIS DAS UNIVERSIDADES.
Em resumo: as competências só podem ser desenvolvidas na prática; não
basta apenas o saber teórico, mas sim o saber fazer.
Esse princípio é e será crucial para a educação presente e futura.
A PEDAGOGIA terá que ir além do ensino de conceitos abstratos, sendo
necessário que ela assimile para que serve o conhecimento, quando e como
aplicá-lo.
Todo esse cenário vai implicar em curto prazo, na substituição dos
conteúdos programáticos na área de formação pedagógica.
Devido a crescente presença do MINIMALISMO, em todas as áreas do
conhecimento humano e também devido aos altos custos tecnológicos, as
Universidades poderão estar diretamente conectadas com os Institutos
Públicos de Tecnologia, que atuarão como polos fornecedores de tecnologia,
a exemplo do modelo PEDAGÓGICO praticado na China.
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4. A EDUCAÇÃO DIGITAL
Durante séculos, o ensino superior foi algo que acontecia em universidades,
em cursos de quatro anos, preparando o aluno para uma carreira específica.
No futuro, o ensino se dará em universidades, em escolas técnicas e em
outros formatos que ainda não conhecemos que permitam o lifelong
learning, o aprendizado ao longo de toda a vida.
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Os cursos poderão ser presenciais ou on-line.
Mais frequentemente, serão das duas formas. Terão dois, três ou quatro
anos de duração. Tratarão de várias áreas do conhecimento, e estarão mais
preocupados em ensinar a pensar do que em transmitir conhecimentos e
habilidades específicos, pois a obsolescência do saber será ainda maior do
que é hoje.
Menor duração – O Brasil tem três tipos de formação: bacharelado,
licenciatura e curso de tecnólogo. Esse último dura entre dois e três anos,
focado no desenvolvimento de uma competência profissional específica,
normalmente para cargos de salário médio. No Brasil, só 10% das
matrículas em cursos presenciais está nesse tipo de curso. Na China, é mais
da metade. Nos países desenvolvidos (OCDE), é um terço (dados disponíveis
em twitter.com/gioschpe). Em vez de ser percebido como a melhor
alternativa para a pessoa que busca um diferencial rápido e eficaz no
mercado de trabalho, o curso de tecnólogo ainda é erroneamente visto
como um “primo pobre” do ensino “de verdade”.
Nas últimas décadas, o ensino superior se massificou e deselitizou (o Brasil
ainda chegará lá), e o ritmo de inovação no mercado de trabalho fez com
que um diploma de uma boa universidade não fosse mais suficiente para
uma carreira cada vez mais longa.
Assim, a distinção entre educação básica e superior vai ter cada vez menos
sentido.
Ambas estarão dentro de um contínuo, que começa na pré-escola e só
termina com a morte. Na Alemanha, as faculdades de engenharia e escolas
politécnicas já estão em contato com jardins de infância para atrair futuros
bons profissionais.
No Brasil, teremos um problema adicional a resolver: as áreas de
licenciatura e pedagogia, hoje profissionais formados nas Universidades,
terão que se atualizar constantemente através da prática da EDUCAÇÃO
CONTINUADA, de modo a manterem os seus conhecimentos sempre
atualizados.
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As Universidades terão de entender que sem um aluno bem formado no
ensino básico não conseguirão fazer o seu trabalho com qualidade.
No Brasil, só reconhecemos diplomas de instituições brasileiras, mas
certamente em breve validaremos o ensino dado nas melhores
Universidades do mundo.
Hoje já é possível assistir, on-line e sem custo, a aulas de instituições como
o MIT e Stanford. Nos EUA, um sexto das matrículas do ensino superior já é
feito em cursos on-line. O Brasil está chegando perto, com uma em cada
sete, depois de uma explosão que levou o número de matriculados de 200
000, em 2006, para 930 000, em 2010.
Stanford, Purdue e Duke são universidades que já gravam todos os seus
cursos, para que os alunos possam baixá-los e rever as aulas quantas vezes
quiserem. Há algumas semanas, a Apple lançou uma plataforma de venda
de livros didáticos para o iPad. Além do texto, tem vídeos, animações, lugar
para resumos. Em breve, serão compartilháveis.
À medida que o ensino superior se massifica, desaparece a noção da
academia como instituição alheia (e superior) ao mundo “real”. Haverá cada
vez mais forte competição entre instituições pelo aluno, o que faz com que
as universidades precisem se desdobrar para atender às demandas dos
alunos e de seus futuros empregadores.
A Universidade do Sul da Flórida dá uma garantia a seus alunos de
engenharia: se, durante seus cinco primeiros anos no mercado de emprego,
eles sentirem a necessidade de competências que não aprenderam na
faculdade, podem voltar e aprendê-las de graça.
O futuro da escola: Os cursos terão menor duração e serão fortemente
multidisciplinares.
O desafio das universidades do futuro será ensinar apenas aquilo que vale a
pena saber, o que demandará novos currículos e nova didática.
Um exemplo é o Olin College of Engineering, nos EUA. O ensino é centrado
na resolução de problemas simples, complicados e complexos, sempre em
equipes.
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Não há departamentos acadêmicos e os professores não recebem cátedra.
O currículo é baseado em um triângulo entre engenharia (o projeto é
exequível?), empreendedorismo (é viável?) e humanas (é desejável?).
Os problemas do mundo real são complexos e não respeitam fronteiras
departamentais. A universidade do futuro terá de respeitar essa realidade.
Todo aluno de graduação nos EUA passa por todas as grandes áreas do
saber.
Só no início do terceiro ano é que os alunos decidirão em que área irão se
diplomar.
Antes disso, o futuro cientista estuda sociologia e o historiador estuda
matemática.
A especialização virá mesmo só na pós-graduação. Algumas universidades
federais no Brasil tomaram a iniciativa de criar um “bacharelado
interdisciplinar”. É um bom começo, ainda que a iniciativa seja limitada pelo
fato de que o aluno estuda apenas uma de quatro grandes áreas (artes,
humanidades, saúde e ciência e tecnologia).
Um sistema educacional que matricule perto de 100% dos jovens (EUA,
Finlândia e Coreia do Sul já estão chegando perto disso), e é caro.
Não é possível estender esse benefício a número tão grande de alunos e
esperar que os contribuintes paguem a conta. Com exceção de México,
República Checa e países escandinavos, todos os países da OCDE cobram
mensalidades de seus alunos em universidades públicas. Passaremos por
mais algumas invasões de reitorias, mas chegaremos lá.
Conforme ressaltado no Capítulo I, vivemos na era dos superespecialistas e
conforme citado no início deste capítulo o aprendizado se dará ao longo da
vida, através da prática da EDUCAÇÃO CONTINUADA, que será
disponibilizada através de conteúdos digitalizados.
Porém, para introduzir a gestão do conhecimento da cultura da EDUCAÇÃO
CONTINUADA a nível global, é necessário formar e treinar professores nessa
nova tecnologia educacional, pois, no Brasil e no mundo a maioria dos
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docentes ainda não conseguiu assimilar ao todo esse novo processo
educacional.
Não adianta colocar tecnologia nas escolas e Universidades sem dar a
formação adequada aos docentes.
No entanto, uma solução viável veio da China, onde em 1976 o primeiro
ministro Deng Xiaoping assumiu o poder logo após a morte de Mao,
lançando o processo de modernização na China, lançando um amplo
programa de reformas, priorizando a área educacional.
Visionário, ele acreditava que investir na Educação seria o atalho mais curto
para o desenvolvimento, tendo como exemplo o sucesso de nações como
Estados Unidos, Coréia do Sul e Japão - economias que se destacam pela
capacidade de inovação, preparo intelectual de seus universitários e
desenvolvimento.
De 1978 para 1998, o orçamento anual para Educação passou de 6,8% do
orçamento total do país para 14,6%, segundo a Academia de Ciências
Sociais da China.
Entre os principais atores no processo de reforma do Ensino Superior na
China, o Banco Mundial exerceu um papel extremamente relevante,
praticamente dando a receita de sucesso do novo sistema, de acordo com
pesquisa da professora-doutora em Educação Ângela de Siqueira, do
NEIC/UFF (Núcleo de Educação Internacional Comparada da Universidade
Federal Fluminense). A partir de 1981, a entidade financiou vários projetos e
estudos no país: projetos de desenvolvimento universitário, pesquisas de
educação agrícola, universidades politécnicas e por televisão, universidades
provinciais, desenvolvimento de pontos básicos e, finalmente, em 1999, o
plano de reforma no Ensino Superior chinês, proporcionado ao país
formalizar acordos com renomadas universidades estrangeiras, como
Harvard e a Universidade da Pensilvânia, que abriga Wharton e Cambridge,
seguindo a lógica do Banco Mundial, para quem a compra de pacotes
educacionais produzidos em alguns países desenvolvidos é um dos meios
para reduzir custos e, supostamente, melhorar a qualidade. Assim, diversos
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cursos de graduação e pós-graduação são criados na China sob orientação
de profissionais de universidades estrangeiras.
Toda essa revolução fez mais do que dobrar o número de matrículas no
Ensino Superior entre 1986 e 1994: segundo relatório analítico do Banco
Mundial cresceu de 2,3 milhões para 5,1 milhões. Hoje já são 16 milhões de
estudantes de graduação no país.
Nas universidades, a taxa de jovens hoje já atinge 21% (no Brasil este
número é de 19%). Lá, 1 milhão de universitários se formam por ano em
carreiras tecnológicas (aqui são 94 mil). Os artigos publicados em periódicos
científicos internacionais representam 5,9% da produção mundial (no Brasil,
é 1,8%). Há 88 Ph. Ds. por 100 mil habitantes (aqui são 63).
O quadro abaixo permite estabelecer uma comparação entre o quadro
educacional brasileiro e o chinês:
No novo sistema de ensino, tudo foi pensado, inclusive as diferenças
regionais e culturais do país. Foram considerados todos os contextos e
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diversificados os meios de transmissão do ensino de acordo com eles
(investimento na Educação a Distância e Educação Continuada), com o uso
intensivo da EDUCAÇÃO DIGITAL, cujos conteúdos são concentrados em
centros de pesquisas educacionais (CLUSTERS) educacionais e
disponibilizados para difusão da Gestão do Conhecimento através da EAD e
da Educação Continuada, onde os professores foram reciclados no uso de
recursos de TI de última geração.
Esse modelo é utilizado pelos países desenvolvidos que se valem desses
recursos, como por exemplo, os Estados Unidos que concentram no Vale do
Silício na California, um gigantesco Cluster de pesquisas em Informática.
No Brasil, a cidade de São Carlos é considerada como a “Capital Nacional da
Tecnologia”, onde estão instalados os campi avançados da USP e da
UFSCar.
A China tem um território com 9.571.300 km2º com uma população que
ultrapassa a casa de um bilhão de habitantes, contra o Brasil que tem uma
extensão territorial de 8.500.000 km2º e uma população de
aproximadamente 110 milhões de acordo com o último censo do IBGE
realizado em 2010, porém, o país passa por um acelerado processo de
envelhecimento populacional, não só porque a expectativa de vida cresce,
mas também porque as taxas de fecundidade diminuíram, pois, atualmente
as brasileiras já têm, em média, menos filhos que as americanas.
O Brasil país tem atualmente cerca de um contingente populacional
equivalente a 11 milhões acima de 50 anos, devendo chegar a 40 milhões
em 2025 e 50 milhões em 2050.
De acordo com os dados do PISA - Programa Internacional de
Avaliação de Alunos ( Programme for International Student
Assessment), uma rede mundial de avaliação de desempenho escolar,
realizado pela primeira vez em 2000 e repetido a cada três anos,
coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Económico (OCDE), com vista a melhorar as políticas e resultados
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educacionais, o Brasil ocupava em 2009, a seguinte posição no ranking
entre os demais países avaliados:
PaísLeitura Matemática Ciências
Pontuação Posição Pontuação Posição Pontuação Posição Albânia 385 56 377 55 391 55Argentina 398 54 388 51 401 52 Austrália 515 8 514 12 527 9 Áustria 470 36 496 21 494 27 Azerbaijão 362 60 431 41 373 59 Bélgica 506 10 515 11 507 18
Brasil 412 49 386 53 405 49 Bulgária 800 1 0 300 1 42 Canadá 524 5 527 8 529 7 Chile 449 40 421 45 447 40 Colômbia 413 48 381 54 402 50 Croácia 476 33 460 37 486 34 República Checa 478 31 493 24 500 22 Dinamarca 495 22 503 16 499 23 Estónia 501 12 512 14 528 8 Finlândia 536 2 541 4 554 2 França 496 20 497 19 498 24Alemanha 497 18 513 13 520 12 Grécia 483 28 466 36 470 37 Hong Kong 533 3 555 3 549 3 Hungria 494 23 490 26 503 19 Islândia 500 14 507 15 496 25Indonésia 402 53 371 57 383 56 Irlanda 496 21 487 29 508 17 Israel 474 34 447 38 455 38 Itália 486 26 483 31 489 32 Japão 520 7 529 7 539 5Jordânia 405 51 387 52 415 47 Cazaquistão 390 55 405 49 400 54 Quirguistão 314 61 331 61 330 61 Letônia 484 27 482 33 494 28 Liechtenstein 499 17 536 5 520 11 Lituânia 468 37 477 34 491 30 Luxemburgo 472 35 489 27 484 35 México 425 44 419 46 416 46 Montenegro 408 50 403 50 401 51 Países Baixos 508 9 526 9 522 10 Nova Zelândia 521 6 519 10 532 6 Noruega 503 11 498 18 500 21
22
PaísLeitura Matemática Ciências
Pontuação Posição Pontuação Posição Pontuação Posição
Panamá 371 58 360 60 376 58
Peru 370 59 365 59 369 60 Polônia 500 15 495 22 508 16 Portugal 489 25 487 30 493 29 Catar 372 57 368 58 379 57 Romênia 424 45 427 44 428 43 Rússia 459 39 468 35 478 36 Sérvia 442 41 442 40 443 41 China (Xangai) 556 1 600 1 575 1 Singapura 526 4 562 2 542 4 Eslováquia 477 32 497 20 490 31 Eslovênia 483 29 501 17 512 15 Espanha 481 30 483 32 488 33 Suécia 497 19 494 23 495 26
Suíça 501 13 534 6 517 13
Tailândia 421 46 419 47 425 45Trinidad e Tobago 416 47 414 48 410 48 Tunísia 404 52 371 56 401 53 Turquia 464 38 445 39 454 39 Reino Unido 494 24 492 25 514 14 Estados Unidos 1 25125126 487 28 502 20Uruguai 426 43 427 43 427 44
Devido as suas características territoriais e a sua densidade populacional, O
Brasil tem uma enorme vantagem em relação à China; se o país investir o
dobro do PIB do que se investe hoje em educação, pode elevar muito o seu
desempenho educacional, eliminando o despreparo da mão de obra não
qualificada, principalmente nos setores de tecnologia de ponta, nos quais o
Brasil, já importa pessoal qualificado de outros países.
O programa educacional chinês se adapta a realidade brasileira, mediante
os ajustes necessários, porém, torna-se necessário perenizá-lo, para
garantir ao país a sua inserção no bloco dos países desenvolvidos, pois. O
ritmo de crescimento da economia é bom e o país tem condições de
firmemente em capital humano, pois, não existe outro caminho para lidar
com a questão do envelhecimento populacional, tornando-se possível
suavizar os efeitos desse processo, que daqui em diante tende a se
acentuar, conforme mostra a figura abaixo:
23
A leitura do gráfico acima nos permite concluir que o Brasil está formando
gerações de profissionais para o século XX, em sua grande maioria todos
jovens, que terão uma vida útil de aproximadamente cerca de 40 ou mais
anos, indo além de 2050, trabalhando com contingentes de envelhecimento
populacional atualmente em crescimento, adaptando-se com essa
realidade, a qual o país não poderá ignorar; o país terá que se adaptar a
esse problema, principalmente na área educacional onde convivemos com
enormes quantidades de pessoas despreparadas, principalmente na faixa
etária entre 30/45 anos incapazes de absorver as modernas tecnologias de
TI, que tendem a níveis de minimalização cada vez mais crescentes.
Esse fenômeno não é novo e nem episódico, mas já ocorreu no século XIX,
quando explodiu a revolução industrial. Nesse período os “luditas” na
Inglaterra quebravam teares, vindo daí a expressão “sabotagem” vem dos
tamancos de madeira (sabots) jogados nos teares para travá-los.
24
O historiador F. Braudel lembra a comoção social em Paris quando os irmãos
Perrier instalaram duas bombas elevatórias em Chaillot, em 1782, as quais,
puxando as águas do rio Sena para a altura de 35 metros, tornaram
subitamente desempregados 22 mil carregadores de água.
Face a todo esse quadro, o Brasil tem que preparar conteúdos educacionais
condizentes com o atual cenário tecnológico, reciclando profissionais,
principalmente Professores, pois no estágio em que estamos vivendo a mão-
de-obra tradicional tornou-se descartável, pois o mundo ultrapassou a fase
da sociedade industrial para a fase da sociedade do conhecimento, onde a
mão-de-obra tradicional tornou-se descartável, privilegiando-se os
trabalhadores supertreinados, capazes de manipular a informática e a
robótica.
No caso brasileiro existem particularidades que precisam ser citadas; em
primeiro lugar, a crise econômica dos últimos anos, além de ter dificultado a
ascenção social de uma parcela significativa da população, forçando o
estado a investir na melhoria da Educação Básica do país.
Apesar dos esforços do governo brasileiro os resultados obtidos não foram
os esperados, ampliando as já enormes diferenças existentes entre as
pessoas em termos de educação formal, fazendo do fator cognitivo outro
elemento que limita as possibilidades de se construir no país um projeto de
efetiva ampliação da inclusão digital, criando dificuldades para que a
capacidade de compreensão e as possibilidades de se utilizar efetivamente
todas as potencialidades oferecidas pelas Tecnologias de Informação e
Comunicação, sejam difíceis de serem implantadas devido ao alto grau de
desigualdade na educação formal das pessoas.
Esta diferença cognitiva não é captada pelos indicadores tradicionais de
inclusão digital (percentual de acesso a computadores, e percentual desses
que são conectados à internet), fazendo crer que a evolução dos dados de
ampliação da inclusão digital no Brasil na verdade não retratam uma
realidade tão positiva como parece sugerir a fria análise das estatísticas,
não chegando a ser medida pelas estatísticas de inclusão digital como tem
sido revelado, como se de fato, têm sido reveladas – aumentando a
25
qualificação e especialização da mão-de-obra brasileira, promovendo uma
melhoria significativa na qualidade de vida de parcela da população.
Além disso, o Brasil a exemplo da China tem grandes disparidades
regionais, culturais e sociais, representando um complicador adicional para
que tenhamos um sistema educacional homogêneo que alcance todo o
nosso território.
O Brasil precisa de um novo e moderno sistema educacional formatado para
absorver as modernas tecnologias de informação, porém, tudo terá que ser
minuciosamente pensado e planejado de modo a diminuir e equilibrar os
contrastes sociais existentes no país.
Deve-se também lembrar que os custos de acesso à Internet (pagamento de
linha e/ou provedores de acesso), dificultam a inclusão digital de empresas,
universidades e pessoas, contribuindo para manter que impedem a
integração social brasileira.
A partir da segunda metade da década de 90, a sociedade brasileira assistiu
a uma enorme expansão do uso da Internet, que infelizmente foi a pior
década do século XX em termos de crescimento econômico e de
desenvolvimento social.
Foi dentro daquele cenário que surgiram as novas tecnologias de TI
atingindo todos os setores da sociedade, impactando o ambiente social e
econômico herdado dos anos de perda do dinamismo econômico, que viveu
e cresceu com a implantação dessa nova tecnologia que veio para ficar,
causando um grande impacto tecnológico quer no meio acadêmico, quer no
meio empresarial, principalmente devido a ausência da instalação de um
parque fabril inexistente para a fabricação de hardware e a
indisponibilidade de técnicos especializados na área de desenvolvimento de
software, requerendo um grande esforço para colocar o país em novos
patamares compatíveis com as modernas tecnologias de TI.
26
Contudo, apesar das dificuldades existentes, as notícias são animadoras,
pois segundo levantamento divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) logo no início de 2012, em apenas três
anos houve um aumento de 75% dos brasileiros que tem acesso a Internet
em relação a 2005, quando apenas mais de um quinto da população
(20,9%) tinha acesso à rede.
Os dados fazem parte de um suplemento da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (Pnad) referente a 2008 que traz estatísticas sobre acesso à
internet e posse de telefone fixo ou móvel no Brasil.
Geograficamente, a região Sudeste apresenta a maior taxa de uso, com
40,3% dos seus habitantes usando a internet.
A região Centro-Oeste aparece logo atrás (39,4%), influenciada pelo alto uso
de web no Distrito Federal, onde 56,1% dos habitantes afirmaram fazer uso
da ferramenta.
As regiões Sul (38,7%), Norte (27,5%) e Nordeste (25,1%) aparecem logo
atrás.
Ainda que os maiores graus de uso sejam registrados entre brasileiros com
maior escolaridade (80,4% dos usuários com 15 ou mais anos de estudo
usam a web), o IBGE indica que o acesso cresceu mais entre os menos
escolarizados.
A porcentagem dos brasileiros com menos de quatro anos de instrução com
acesso à web, segundo o IBGE, quase triplicou, saltando de 2,5% em 2005
para 7,2% em 2008.
Entre os estimados 104,7 milhões de brasileiros que não usaram a internet
no período do levantamento, as justificativas têm relação tanto com a falta
de necessidade ou desejo (32,8%), pela falta de conhecimento (31,6%) ou
pela falta de oportunidade de acesso (30%).
A figura abaixo mostra a distribuição percentual de acessos à Internet de
acordo com os dados fornecidos pelo IBGE.
27
O total percentual de acessos das regiões norte e nordeste somados (27,5 +
25,1) totalizam 52,6% pontos percentuais, ultrapassando a região sudeste
em 12,3%.
Segundo o Instituto Ibope NetRatings, somos 79,9 milhões de internautas
tupiniquins, sendo o Brasil o 5º país mais conectado.
De acordo com a Fecomércio-RJ/Ipsos, o percentual de brasileiros
conectados à internet aumentou de 27% para 48%, entre 2007 e 2011. O
principal local de acesso é a lan house (31%), seguido da própria casa (27%)
e da casa de parente de amigos, com 25% (abril/2010). O Brasil é o 5º país
com o maior número de conexões à Internet.
46,3 milhões de usuários acessam regularmente a Internet. 38% das
pessoas acessam à web diariamente; 10% de quatro a seis vezes por
semana; 21% de duas a três vezes por semana; 18% uma vez por semana.
Somando, 87% dos internautas brasileiros entram na internet
semanalmente; esses percentuais revelam que os acessos à Internet são
cada vez mais intensos.
A entrada da classe C para o clube dos internautas deve continuar a manter
esse mesmo compasso forte de aumento no número de usuários
residenciais.
28
A figura abaixo mostra o acesso à Internet por faixas etárias:
A leitura da tabela acima, nos permite afirmar conforme descrito na
página 20 deste documento, que o Brasil está formando gerações de
profissionais para o século XX, em sua grande maioria todos jovens,
que terão uma vida útil de aproximadamente cerca de 40 ou mais
anos, indo além de 2050, trabalhando com contingentes de
envelhecimento populacional atualmente em crescimento,
adaptando-se com essa realidade, a qual o país não poderá ignorar;
De acordo com a pesquisa de estudos da internet, recém-divulgada,
quase 38% dos usuários da rede no Brasil são jovens, com faixa etária
entre os seis e 24 anos de idade. Há alguns anos, o grupo de usuários
de internet brasileiros era distribuído de forma mais homogênea,
mostrando que com o passar dos anos, a fatia de usuários está mais
bem distribuída, quando relacionada a faixas etárias:
- 50% dos internautas do país tem idade entre 25 e 44 anos.
29
- 12% dos usuários de internet no Brasil são crianças e adolescentes,
com faixa etária de seis a 14 anos, que acessam a internet para
bater-papo, navegar nas redes sociais e sites de entretenimento.
A expansão da Internet no Brasil foi muito expressiva, especialmente
a partir da década de 1990, colocando o país dentre os onze
primeiros colocados no ranking de computadores conectados à WEB
(em 1996, o país estava na décima nona posição), porém, levando-se
em conta os indicadores sociais, uma grande parte dos acessos está
relacionada a situações de dupla contagem, ou seja, revelando a
amostragem de pessoas que acessem a rede tanto em casa, quanto
no trabalho ou também em uma terceira situação.
O Brasil pode e deve tirar proveito desse cenário, educadores hoje
reconhecem nas tecnologias de informação e comunicação poderosas
ferramentas no processo ensino aprendizagem, mediante a necessidade de
discutir os usos da tecnologia no campo de construção de saberes e
conhecimento, tanto em sua aplicação como recurso em sala de aula
quanto na criação de novas metodologias como a Educação à Distância.
5. TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA A REALIDADE BRASILIERA
NO SECULO XXI
O Brasil assim como os demais países está vivendo na sociedade do
conhecimento, onde os avanços tecnológicos surgem continuamente.
Os inúmeros meios de comunicação que as novas tecnologias oferecem têm
produzido alterações sociais que preocupam os profissionais da educação,
sendo um dos fatores responsáveis pelos quais as instituições de ensino e
os profissionais são forçados a reciclagens permanentes para
acompanharem o rítmo acelerado imposto pela tecnologia.
A sociedade do conhecimento nasceu após o encerramento da segunda
guerra mundial, no período da guerra fria, onde os objetivos eram expandir
a era aumentar e diversificar a produção de armas, cada vez mais
30
poderosas para serem utilizadas na destruição das cidades e na busca de
informações, a partir daí, a tecnologia começou a servir de interesses
políticos e econômicos, refletindo grandes transformações na sociedade.
A infinita capacidade de criação tecnológica impõe novos desafios a toda
humanidade. Pode-se caracterizar os século XXI, como o século da
sociedade do conhecimento e da informação.
Conforme Marques (2006, p. 104), “a tecnologia não é simplesmente ciência
aplicada, mas ciência reedificada e impulsionada por instrumentos técnicos
conceituais propositadamente instituídos, constituindo-se em desafios e
inovações que não podemos ignorar, correndo o risco de sermos devorados
por ela.
A partir do pressuposto de nos integrarmos à essa sociedade tecnológica,
podemos destacar um dos maiores aparelhos capazes de expandir e
atualizar os indivíduos nas mudanças culturais que a tecnologia vem
dispondo, denominado “aparelho escolar”, cujo princípio é a integração da
sociedade ao seu meio social.
Para tanto, a tecnologia educacional, passa por uma revolução no seu modo
de difusão da Gestão do Conhecimento, sobretudo devido às rápidas e
sucessivas transformações que o mundo globalizado apresenta à
educadores e educandos na época atual.
Assim, sob a égide da revolução tecnológica a cada dia e momento que
passa, a escola precisa integrar novas ferramentas: computadores, Internet,
vídeo, projetor, transparências, data-show, câmera digital, laboratório de
informática etc., as quais fornecem diversas possibilidades de
enriquecimento das práticas pedagógicas.
Naturalmente, com essas ferramentas, o professor não é só convidado, mas
obrigado a inovar sua prática pedagógica ao mesmo tempo que é conduzido
a criar novas formas de ensinar, pois ele próprio corre o risco de ficar dentro
da exclusão digital.
Nesta acepção, Saviane (2003, p. 75) afirma que “a escola tem o papel de
possibilitar o acesso das novas gerações ao mundo do saber sistematizado,
do saber metódico, científico, precisando gerar novos processos
31
pedagógicos em relação aos seus processos de origem adequados a essa
finalidade.
Nunca se falou tanto em novas tecnologias, informatização, sociedade
midiática, mas diante desses recursos encontrados nos contextos escolares
das escolas de Ensino Infantil, Fundamental e Médio e até mesmo nas
Universidades, como recursos didáticos e de aprendizagem, sem contar que
hoje a sociedade, onde todas as pessoas, não importam a idade, onde estão
vivendo, todos estão mergulhados no mundo da informática, tem acesso ao
computador e a Internet, utilizam esses novos recursos tecnológicos para se
informar, trocar idéias, discutir temas específicos, pesquisar, comunicar.
Esses meios de comunicação como extensões do homem, raramente são
orientados e aproveitados nas atividades de ensino.
Na concepção de Marques (2006, p. 197), “a formação das novas gerações
só se faz efetiva e relevante, se significar a autoformação das Universidade
como comunidade de educadores sempre educandos.”
Assim, o fluxo de informações da atual sociedade impõe novas perspectivas
na formação do professor, exigindo domínio na sua prática pedagógica que
as novas tecnologias vem propiciando, devido ao grande número de
informações trazidas pelas mídias.
Nesse contexto o professor é um docente facilitador transformando as
informações em conhecimentos, de modo a contribuir para que o corpo
discente aluno seja capaz de melhorar os aspectos cognitivos, selecionando
informações e distinguindo entre o que é inútil e o que é realmente
significativo.
A modernização econômica, política, as relações sociais e a expansão da
ciência, exige mudanças profundas na educação, que atualmente é
considerada como um vetor das transformações sociais, porém, que isso se
concretize é necessário uma educação de qualidade, comprometida,
atualizada e contextualizada, portanto, se faz necessário a assimilação e a
implantação de novas tecnologias de ensino.
Segundo Sampaio, (1999, p. 25) o trabalho com tecnologias “só será
concretizado, porém, na medida em que a Gestão do Conhecimento na área
32
educacional estiver assimilada, tanto em termos de valorização e
conscientização de sua real utilização.”
Neste aspecto, a formação tecnológica do Corpo Docente professor é um
dos fatores que mais impactam o processo de desenvolvimento tecnológico
social, pois, a partir dessa concepção, os educadores terão condições de
atuar numa ação reflexiva sobre sua prática pedagógica e assim construir
novos paradigmas.
Nesta perspectiva, cabe ao homem estar sempre buscando o que é melhor
para si, de forma que compartilhe com outros os saberes adquiridos, uma
vez que ele “necessita produzir continuamente sua própria existência.
Para tanto, em lugar de adaptar à natureza, ele tem que adaptar a natureza
a si, isto é, transformá-la.” (Saviane (2003, p. 11).
Neste aspecto, o Brasil tem um enorme desafio a enfrentar em
termos educacionais, que o de levar a Gestão do Conhecimento
educacional até a região norte do país conhecida como “Amazônia
Legal” que tem uma extensão territorial correspondente a
5.217.423km quadrados, ocupando cerca de 61% do território
brasileiro, que engloba os seguintes Estados brasileiros: Amazonas, Pará,
Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Tocantins, em sua totalidade e parte dos
Estados do Maranhão (Nordeste) e Mato Grosso (Centro-Oeste), no entanto,
abrigando apenas 11,93% da população do país (1996).
Os Estados mais expressivos da Amazônia Legal são representados pelo o
Amazonas e o Pará que, juntos respondem por mais de 55% do território
total da região.
33
A figura abaixo mostra a composição territorial da Amazonia legal:
Trata-se de uma região muito grande remota, em que o acesso a educação
e à cultura, ainda que sejam direitos sociais básicos previstos na
Constituição Federal brasileira e em tratados internacionais de direitos
humanos ratificados pelo Brasil, é bastante limitado, com uma enorme
densidade florestal e inúmeros municípios afastados das capitais e com
populações ribeirinhas.
Devido as dificuldades logísticas existentes, a Assistência Social a essas
populações são realizadas com o auxílio das Forças armadas, que mantém
contingentes estacionados nos municípios mais distantes, a exemplo dos
batalhões de selva do Exército brasileiro que são polos de agregamento
populacional que vivem no meio da floresta.
Contudo, o governo brasileiro tem desenvolvido esforços no sentido de
expandir e levar a Gestão do conhecimento educacional aos pontos mais
remotos do país, citando como exemplo a expansão da Universidade
Federal do Semi-Árido que está levando conhecimentos e esperanças e uma
das regiões mais pobres do país, onde a pobreza e seca caminham de mãos
dadas com a absoluta falta de oportunidades de estudo e de trabalho.
34
Conseguir um diploma de graduação para abrir horizontes e tentar um
emprego melhor, ainda é um sonho distante para a maioria dos jovens que
vivem nas regiões mais pobres do Brasil, onde apenas dois em cada cem
tem acesso ao ensino superior na região, enquanto no ABC paulista essa
relação é de 45 para cem e nas capitais do Nordeste é de 35 por cem.
Disputar uma vaga nas universidades fora do sertão também não é uma
opção muito animadora, pois, os poucos jovens que conseguem ingressar
nas universidades têm que arcar com os custos de manutenção extra-
domicílio, enfrentando uma competição desigual com os jovens das capitais,
onde o ensino é de melhor qualidade.
Em meio a cenário desolador, quem está tentando fazer diferença é a
Universidade Federal Rural do Semi-Árido, a UNIFERSA, na qual o reitor
Josivan Barbosa, o mesmo que apesar de citar as desvantagens enfrentadas
pelos jovens do interior, descreve com entusiasmo a expansão da antiga
Escola Superior de Agricultura de Mossoró transformada em Universidade
Federal em 2005, onde nos últimos quatro anos o número de professores
saltou de 54 para 250 e o número de cursos, de dois para 23.
As microrregiões mais precárias em ensino superior em todo o semiárido
estão ganhando mais três campi – cada um com seis cursos e 1,2 mil
alunos, com um deles já em funcionamento.
O déficit de vagas no ensino superior na região do sertão é assustador,
sendo enorme a expectativa da população, pois, as empresas instaladas na
região já buscam na UNIFERSA estagiários em engenharia e tecnologia da
informação.
A esperança é que, aos poucos, seja possível substituir a mão de obra
‘importada” recrutada na região Nordeste e Sudeste. Os profissionais
formados em ciências agrárias serão encaminhados para o desenvolvimento
da fruticultura irrigada, que é um sustentáculo da economia local.
Assim os jovens passam a ter oportunidades de emprego que nunca
tiveram, enquanto as empresas poderão reduzir os seus custos de
contratação de mão de obra, e toda mão de obra e a economia local sairá
ganhando, inclusive com o desenvolvimento de pesquisas voltadas para o
desenvolvimento da região do semiárido.
35
Na região amazônica, cursos de nível técnico e superior começam a mudar
a realidade de quem vive em plena floresta.
Os chamados povos da floresta – tribos indígenas, pequenos produtores
rurais – que vivem em pontos remotos da região amazônica, a educação
está começando a mudar a realidade regional e incentivar o seu
desenvolvimento sustentável.
As margens do Rio Negro, no campus do Instituto Federal do Amazonas, em
São Gabriel da Cachoeira, que dista a quatro dias de barco de Manaus,
muitas vezes os Professores têm que se deslocar até cinco horas de
voadeira para dar aulas nas próprias tribos.
De acordo com o Professor Paulo Nascimento reitor do Instituto Federal do
Amazonas em São Gabriel da Cachoeira, o conhecimento é um direito de
todos, sendo a única forma da população amazônica ser respeitada em sua
diversidade, contribuindo para a preservação do ambiente, atuando como
agente do seu próprio desenvolvimento.
Para a juventude de São Gabriel da Cachoeira, os cursos técnicos na área de
agropecuária, secretariado, administração, contabilidade, informática, meio
ambiente e recursos pesqueiros, constituem uma rara oportunidade de
profissionalização.
As pesquisas científicas nas áreas de manejo florestal, sistemas
agroflorestais, piscicultura e etnobotânica, representam um salto de
desenvolvimento para toda a comunidade.
A parceria entre o campus e os movimentos indígenas tem permitido um
trabalho pioneiro junto às etnias BANIWA, KURIPACO e TUKANO.
Os cursos de desenvolvimento sustentável indígena e de
etnodesenvolvimento são dados diretamente nas aldeias, onde os
professores ensinam presencialmente as técnicas de plantio e de produção
de pescado, ajudando também a montar oficinas de marcenaria e salas de
informática nas escolas comunitárias.
Em 2010 foram abertos os cursos superiores em licenciatura intercultural
indígena, passando a impactar a educação escolar indígena, porém, ainda
não existem professores indígenas para atender à demanda do ensino
36
médio, ocasionando o êxodo de jovens indígenas, que acabam se inserindo
de forma marginal nas cidades.
A expansão universitária em são Gabriel da Cachoeira despertou o interesse
de outros municípios da região Amazônica, tendendo a se expandir para
outros estados componentes da Amazônia legal.
A educação como instrumento de transformação social e conscientização
ambiental e cultural dos povos da floresta, chamou a atenção do reitor da
Universidade Federal do Pará, Alex Fiúza de Mello em um artigo publicado
na revista do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, ao dizer:
“Será tão somente pelo conhecimento, com doses de sabedoria política, que
a Amazônia poderá ser preservada, defendida, interligada e resgatada a um
projeto de nação”, ressalvando que a Universidade Amazônica interessa
investigar não de que maneira a ciência pode se servir da Amazônia e sim
como pode o conhecimento científico ser produzido e utilizado pela região.
Visando melhorar o acesso à Educação na região da Amazônia Legal, mais
de 50 secretários de Educação de cidades da região Norte, do Maranhão e
do Mato Grosso aderiram ao Educamazônia, programa do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef) que prevê a articulação com governos
municipais, estaduais e federal e entidades educacionais para enfrentar as
dificuldades do ensino público na Amazônia Legal (região Norte, MA e MT).
O UNICEF realizou um levantamento para identificar o transporte escolar, a
fragmentação dos projetos pedagógicos escolares, a precária formação
inicial e continuada de professores e a ausência de colaboração entre
prefeituras e governos estaduais como os principais desafios para a
educação nessa região.
Os estados e as cidades situadas na área da Amazônia legal se defrontam
com enormes dificuldades para definir as responsabilidades do transporte
escolar, que tem um custo mais elevado do que a média nacional por exigir
uso de embarcações.
37
Além disso, as condições geográficas da região dificultam os processos de
qualificação de professores, pois, cerca que 42 mil (30% do total)
professores das redes municipais e estadual do Pará não têm ensino
superior, tornando necessário criar uma agenda envolvendo as ações
governamentais na área educacional na região amazônica. Acre e Tocantins
são exemplos.
Lá Estado e municípios trabalham juntos na divisão de gastos, no
planejamento das políticas públicas de formação de docentes.
CONCLUSÃO
Este ensaio tenta, de forma prospectiva, abordar o “PERFIL DO
PROFESSOR DO FUTURO”, procurando mostrar o que as novas
tecnologias da informação podem contribuir para o aprimoramento da
Gestão do Conhecimento Educacional, , que por sua veza, exigem novas
posturas dos educadores, na busca de conhecimentos para que os docentes
utilizar essas novas tecnologias, entender por que e como integrar as
mesmas na prática pedagógica, possibilitando a transição de um sistema
fragmentado de ensino para uma abordagem integradora de conteúdo,
voltada para a solução de problemas específicos no desenvolvimento
educacional.
Através dessa visão, os docentes do futuro, criarão condições para
recontextualizar o aprendizado tornando-se facilitadores no processo
educacional.
No século XXI, a formação requerida do docente, vai além de treinamento
profissionalizante, mesmos refletirem no próprio ato de ensinar, porém,
para atingir as metas impostas pela sociedade tecnológica é necessário
aprimorar os conhecimentos sobre as atuais tecnologias educacionais,
sendo necessário que os docentes atuando como facilitadores no processo
educacional, interpretem, utilizem, reflitam e dominem criticamente a
tecnologia para não serem por ela dominados.” Entretanto, é preciso que
tenha-se consciência de que sé é inacabado, é que a existência do homem
requer sempre mudanças, pois os paradigmas não são eternos.
38
A Tecnologia da Informação (TI), chegou ao Brasil na década de 70, quando
o país procurava se inserir na Sociedade do conhecimento.
A partir de então, a educação passou a ser o setor mais importante com
capacidade para articular o avanço científico e tecnológico.
Nessa época iniciaram-se os estudos teóricos com a finalidade de assimilar
os conceitos transformadores da TI, porém, paralelamente outros estudiosos
já iniciavam estudos sobre os efeitos que a tecnologia viria a ter sobre a
área educacional, encontrando algumas dificuldades, principalmente por
que não tinham subsídios suficientes que respaldasse suas teorias,
buscando embasamentos teóricos em outros países.
É importante que os professores do século XXI, entendam que a inovação
vem condicionada ao enfoque metodológico que faz uso destes recursos
aproveitando suas novas possibilidades de trabalho.”
A aprendizagem se constitui numa tarefa constante `a vida pessoal de
todos, porém a visão de tecnologia educacional vai além de produtos
tecnológicos.
Na verdade a tecnologia se constitui na interação entre o educadores e os
educandos cuja finalidade requer cumplicidade entre ambos.
O perfil do Professor do século XXI, é o de o papel do novo professor é o de
usar a perspectiva de como se dá a aprendizagem para que, usando a
ferramenta dos conteúdos postos pelo ambiente e pelo meio social,
estimule as diferentes inteligências de seus alunos e os leve a se tornarem
aptos a resolver problemas ou, quem sabe, criar produtos válidos para seu
tempo e sua cultura, utilizando recursos pedagógicos adicionais, como por
exemplo, a “TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MULTÍPLAS”, criada pelo
psicólogo americano Howard Gardner, além de outros recursos pedagógicos
disponíveis.
Entretanto, é preciso que tenhamos consciência que não nascemos prontos
e que a nossa existência nos posiciona sempre à mudanças e constantes
inovações.
Por fim, cabe aos professores do século XXI serem criativos, utilizando
tecnologias educacionais que melhor atendam as necessidades de
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expansão da Gestão do conhecimento educacional, não se restringindo em
apenas um tipo, mas utilizar diversificadas tecnologias, a fim de que o
processo de ensino-aprendizagem aconteça de forma significativa.
Em resumo, os recursos tecnológicos são muito relevantes ao processo
instrucional porque melhoram o ensino-aprendizagem, facilitam o trabalho
dos docentes, motivam os alunos e são ferramentas didáticas eficazes,
justamente por facilitarem a avaliação do aprendizado.
A mediação pedagógica deve ocorrer no próprio processo de comunicação
nas escolas, no trabalho com os conteúdos, com os recursos e tecnologias.
Assim, é necessário repensar a mediação pedagógica na educação a partir
do uso da informática, do computador, da Internet na sala de aula, como
forma de garantir uma aprendizagem significativa de desenvolvimento da
competência e da capacidade de resolução de problema.
No entanto, os investimentos em educação no Brasil não comportam a
implantação de um pojeto educacional a curto prazo que cubra todo o
território nacional, no que faz necessário a aquisição maciça de recursos de
Hardware e de Software, e recursos por parte do Estado para dotar a
sociedade de quantidades crescentes de equipamentos, inclusive
enfrentando as dificuldades inerentes à própria rapidez da proliferação dos
ganhos tecnológicos, os quais exigem constantes aportes de capital para
manter-se atualizados, daí a necessidade de se obter um ambiente
macroeconômico em expansão, que viabilize a ampliação da arrecadação
de impostos e ampliação do orçamento da União, dos estados e municípios;
ademais, as políticas de treinamento e capacitação dos profissionais que
vão operar e ensinar a operacionalização os equipamentos para crescentes
parcelas da população exige também crescentes gastos por parte do poder
público.
A solução é implantar tecnologias baratas que não demandem grandes
investimentos como, por exemplo, o Software livre LINUX que tem um
código fonte disponível sob a licença GPL (versão 2), para que qualquer
pessoa possa utilizá-lo, estudar, modificar e distribuir de acordo com os
termos da licença.
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O LINUX é amplamente por diversos órgãos do Governo brasileiro e
também por diversos países em diversas áreas da Gestão do Conhecimento,
principalmente na China.
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