O Período dos Pequenos Agrupamentos Políticos

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A Janeirinha e a situação política

subsequente

O Período dos Pequenos Agrupamentos Políticos

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1 de Janeiro de 1868 - A Janeirinha

Conjunto de manifestações que eclodiram nesse dia em várias cidades

do país, contra a situação e as medidas do Governo de Fusão,

pedindo a sua demissão.

A actuação do governo, procurando desmantelar pela força as

manifestações, cedo as transformou em verdadeiros tumultos

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Quais as razões dos protestos?

Protesto contra a agudização da crise económica

- Maus anos agrícolas – redução da produção;- Concorrência da produção industrial externa, sem qualquer forma de proteccionismo;- Desaceleração do investimento e da produção.

Insatisfação face às consequências sociais da crise

- Falências;- Baixa salarial e desemprego;- Empobrecimento e insegurança.

Indignação contra a política do Governo

- Redução de despesas – escasso investimento em infra estruturas; reforma da administração local- Aumento de receitas – agravamento fiscal (agravados impostos existentes; criado novo imposto sobre o consumo)

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A Conjuntura internacional?

A conjuntura nacional insere-se numa conjuntura internacional que contribui para a agravar:

Dificuldades financeiras em alguns Estados Europeus – Inglaterra, França, Espanha – levando a que:

se tornem mais prementes junto dos seu devedores – e nós eramos grandes devedores;

Se tornem comercialmente mais agressivos.

Guerra do Paraguai, entre este Estado e o Brasil, dificultando as remessas dos emigrantes portugueses.

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Os acontecimentos, os protagonistas e os objectivos da Janeirinha?

Tinha como objectivo fundamentalObter a demissão do Governo

de Fusão

Trazer para o plano governativo as novas

correntes políticas

Desencadeado por …Agremiações comerciais e

industriais Camadas populares

Eclodiu em várias cidades do País

Lisboa; Porto Braga; Viana do Castelo; Leiria; Vila Real, etc

Movimento de agitação social e contestação política…

1 de Janeiro de 1868 … … até 4 do mesmo mês

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Quais eram esses novos grupos políticos?

Avilistas (grupo em torno do Conde de

Ávila)

Penicheiros (aristocracia

agrária)

Constituintes (burguesia mercantil e industrial)

Reformistas (grupo em

torno do Bispo de Viseu)

Os novos grupos coexistem com os

dois partidos do Rotativismo …

… mas pretendem aproveitar as

circunstâncias para disputar-lhes o

poder

- P. Regenerador- P. Histórico

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Como se terá organizado o movimento da Janeirinha?

A simultaneidade dos levantamentos implica necessariamente a existência de uma

coordenação central…

… talvez a cargo de uma ou mais forças políticas, constituídas fora do esquema do

Rotativismo e em contacto com as associações comerciais e industriais.

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Qual o resultado político da Janeirinha?

O Governo tenta pôr fim

às manifestaçõ

es com recurso à

força

Os confrontos

mais aumentam a agitação

O Governo vê-se

forçado a pedir a

demissão

O rei chama ao poder os

novos grupos

políticos

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FUNCIONAMENTO DA NOVA SITUAÇÃO POLÍTICA

Os governos e a Questão Ibérica

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Governos e políticas pós Janeirinha – 1º Governo

• Conde de Ávila• Avilistas

Presidente do Conselho / Grupo político no poder

• Nomeação – Janeiro de 1868• Eleições – Março de 1868• Demissão – Julho de 1868

Limites Cronológicos

• Revogação das alterações administrativas e fiscais do anterior governo

• Redução das despesas do Estado

Estratégias adoptadas

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• Sá da Bandeira • Reformistas e Partido Histórico


• Nomeação – Julho de 1868• Eleições – Abril de 1869• Demissão – Agosto de 1869

Limites cronológicos

• Redução das despesas administrativas

• Extinção de vários órgãos do Estado

• Congelamento de vencimentos


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O desencadear da questão sobre a união ibérica – 1868 / 1869

• Uma revolução depõe a rainha Isabel II de Espanha e encarrega o general Prim encontrar um novo monarca para o país.

1868

• A coroa espanhola é proposta a D. Fernando de Saxe Coburgo, que a recusará.

1869

• A coroa espanhola é proposta ao próprio rei de Portugal, D. Luís, que também a recusará.

1869

O debate da

questão dividiu a

sociedade portugues

a

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Posições sobre a “Questão Ibérica”

Apoiada pelos sectores mais

conservadores e pelas camadas populares

Posição anti união ibérica

Defendem o princípio do Estado-Nação.

Portugal e Espanha são nações distintas,

logo devem constituir Estados

distintos.

O povo vê a união como uma traição.

Apoiada por intelectuais mais jovens e pela

tendência socialista.

Defendem uma Federação de Estados e não uma união

centralizadora.

Posição pró união ibérica

Vantagens da Federação:- Reforço da posição

internacional da Península;- Redução do centralismo

estatal. -

Posiç

ão m

inor

itária

na

soci

edad

e

portu

guesa

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• Duque de Loulé• Partido Histórico


• Nomeação – Agosto de 1869• Eleições – Março de 1870• Queda– Maio de 1870

imites cronológicos

• Redução das despesas do EstadoEstratégias adoptadas

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Governos e políticas pós Janeirinha – 4º Governo – ditadura de Saldanha

• Saldanhada - Golpe militar– Maio de 1870

• Dissolução das Cortes - ditadura• Demissão – Agosto de 1870


• Duque de Saldanha• Saldanhistas e algum apoio de

regeneradores


• Redução das despesas do Estado• Criado o Ministério da Instrução

Pública• Proclamação da neutralidade de

Portugal na Guerra Franco-Prussiana


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• Sá da Bandeira• Avilistas, Partido Reformista e

Partido Histórico


• Nomeação – Agosto de 1870• Eleições – Setembro de 1870• Demissão – Outubro de 1870



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• Marquês de Ávila• Avilistas e Partido Histórico. O

Partido Reformista e os Constitucionalistas apoiaram-no mas só temporariamente


• Nomeação – Outubro de 1870• Eleições – Julho de 1871• Demissão – Setembro de 1871



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Síntese sobre alguns aspectos dos governos do período 1868 / 1871

1º Governo

2º Governo

3º Governo

4º Governo

5º Governo

6º Governo

Duração

Mais de 1 ano Sim

Menos de 1 ano

Sim Sim Sim Sim Sim

Eleições Sim Sim Sim Sim Sim

Finança

Despesaredução

Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Receita aumento

Não Não Não Não Não Não

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UM OUTRO MODO DE PENSAR A POLÍTICA NACIONAL

As Conferências Democráticas do Casino

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In o jornal “A Revolução de Setembro” – 18 de Maio de 1871 …

… Publica um “Manifesto” anunciando a realização de um conjunto de conferências, a

decorrer no Casino Lisbonense, a partir do dia 22 desse mês.

As conferências pretendiam “estimular as condições de transformação política, económica e

religiosa da sociedade portuguesa”. “A ciência deve ser a única base da crença e a democracia o

único fundamento do poder.”

A responsabilidade da realização pertencia ao grupo que se intitulava “Grupo do Cenáculo”

Assinaturas (entre outras) – Antero de Quental, Eça de Queirós, Batalha Reis, Oliveira Martins

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Antero de

Quental

Augusto Soromenh

o

Eça de Queirós

Adolfo Coelho

Salomão Saragga

Batalha Reis

OS CONFERÊNCISTA

S DO CASINO LISBONENSE

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Casino Lisbonense – Largo da Abegoaria (actual Largo Rafael Bordalo Pinheiro) nº 10

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O ciclo das conferências

Antero de Quental• Sessão inaugural – Objectivos das Conferências• Conferência de 27 de Maio – “Causas da

Decadência dos Povos Peninsulares “

Augusto Soromenho• Conferência de 5 de Junho – “A Literatura

Portuguesa”

Eça de Queirós• Conferência de 12 de Junho – “A Nova Literatura

ou o Realismo como Expressão da Arte”

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Conteúdo do discurso de Antero na sessão de abertura, justificando o ciclo de conferências

Portugal não acompanhou o

desenvolvimento europeu e

está desfasado em relação ao

mundo industrializado.

Os portugueses são ignorantes

e, por isso mesmo,

indiferentes às grandes

problemáticas da época e às

grandes propostas de

progresso

A sociedade portuguesa necessita, antes de mais, de:• Fazer uma

evolução intelectual;

• Envolver nela ” todas as almas de boa vontade”

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Conteúdo da Conferência de Antero “Causas da Decadência dos Povos Peninsulares”

É preciso opor-lhe uma abertura à

Filosofia e Ciência, caminho

para o progresso.

É preciso desenvolver as

liberdades municipais e

a descentralização, até mesmo ao federalismo.

É preciso estimular o

desenvolvimento destes grupos

sociais

As causas da decadência dos dois países ibéricos residem, na óptica de Antero, em …

… no Catolicismo pós tridentino,

que impõe o obscurantismo ao

pensamento.

… no centralismo político das monarquias

absolutas, que se mantiveram até

tarde e aniquilaram as

liberdades locais e individuais.

… no expansionismo

ultramarino, que impediu o

desenvolvimento da classe média e

da pequena burguesia.

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O ciclo das conferências

Adolfo Coelho• Conferência de 19 de Junho – “A Questão do

Ensino” – propõe completa separação entre o Estado e a Igreja.

Conferências Seguintes • “Os Historiadores Críticos de Jesus” – por

Salomão Saragga • “A República” – por Antero de Quental

Conferências Seguintes• “O socialismo” – por Batalha Reis• “A Instrução Primária” – por Adolfo Coelho

Não se realizaram devido a proibição do

Governo

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Casino Lisbonense – Largo da Abegoaria (actual Largo Rafael Bordalo Pinheiro) nº 10

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