O Preço Do Desejo

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    O PREO DO DESEJO

    Ramiro Marques

    2004

    Dedico este livro ao meu av, Antnio Marques, e aos meus amigos de infncia: aos que j morreram, aosque deixei de ver e aos que continuam comigo.

    1

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    ndice

    PARTE UM

    mDois!r"s#uatro$inco%eis

    PARTE DOIS

    mDois!r"s#uatro$inco%eis%ete&ito

    'oveDe(

    )

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    PARTE UM

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    ouca gua, o+rigando o +arqueiro a emurrar o +arco com o aux4lio de uma vara. Asguas escuras do rio cintilavam, devolvendo o +ril-o intenso do c/u estrelado. A +arcac-iava, acusando o esfor5o de cortar a corrente(a e, quando a roa +atia numa roc-a, umtoque2toque seco e rido rofanava o sil"ncio da noite. $-egado 0 outra margem, oAntnio entregou a mala ao refeito, um -omem vesgo e quase cego, que tratou de

    amarrar a mala na arte de trs de uma +icicleta vel-a ara logo iniciar a camin-ada emdirec5o ao col/gio. 7assaram or uma floresta de eucalitos e in-eiros e o Antnioac-ou gra5a ao coaxar das rs. &s ol-os +ril-antes de um animal de equeno ortecru(aram o ar 0 sua frente, rovocando um ru4do no restol-o. i(eram o camin-o emsil"ncio, com o refeito a segurar a +icicleta com a mo direita e uma lanterna na moesquerda.

    & dormitrio era um edif4cio de dois andares, todo +ranco, com um quintal nastraseiras, onde ficava um galin-eiro e um om+al. A irm do refeito, uma solteirona altae forte, +onita de cara e com uns ca+elos retos muito comridos, eserava2o 0 entrada daresid"ncia. #uando o raa( c-egou junto dela, a mul-er tirou2l-e a mala da mo, deu2l-eum +eijo ao canto da +oca, +esuntou2o com saliva, e disse ara ele a acoman-ar. &Antnio su+iu as escadas atrs da mul-er, de nari( no ar, a ol-ar ara as ernas altas e

    ossantes da solteirona. Agradou2l-e a forma como ela meneava as ancas e areciou2l-e acintura fina. 3serava2o um quarto com cinco camas, onde j estavam quatro raa(es daidade dele, que o rece+eram com almadas nas costas e sorrisos.

    3ra a rimeira noite que o Antnio dormia fora de casa e talve( fosse essa a ra(oque exlicasse a sua falta de sono. 3steve toda a noite, de nari( no ar e ol-os no tecto, 0esera que os rimeiros raios de sol entrassem elas janelas. ;evantou2se mais cedo doque os outros e tomou um +an-o quente na +an-eira.

    'esse dia, 0 noite, teve o seu rimeiro encontro com a sorte e, nos dois anos queassou no col/gio, muitos outros encontros semel-antes se seguiriam. &s quartos dosraa(es mais novos ficavam no segundo iso do internato, o+rigando2os a artil-ar a casade +an-o com as raarigas. Deois da -a+itual sesso de estudo nocturno, o Antniodirigiu2se 0 casa de +an-o ara urinar. & corredor, comrido e escuro, ermanecia com aslu(es aagadas, e ele teve de encontrar a orta da casa de +an-o 0s aaladelas. #uandoestava restes a a+rir a orta, ouviu o +arul-o da gua a correr. 3serou e, quando ficoucansado de tanta esera, agac-ou2se e esreitou ela fec-adura. Arregalou o ol-o, sentiu ocora5o aos ulos e ficou como que electri(ado a ol-ar ara a irm do refeito, umamatrona de trinta anos, alta, forte, eluda e com uns seios do taman-o de melancias, que,de /, nopoliban, deixava a gua quente escorrer elo coro. 3ra uma mul-er ossante,alta e forte, sem ser gorda, com uns ca+elos negros que, mol-ados, se esal-avam elacara. De reente, o Antnio julgou estar a mirar a

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    & Antnio susendeu a resira5o e ouviu o cora5o aos ulos. 3la aertou2o umouco mais contra o eito, assou2l-e os +ra5os elas costas ecomentou:

    2>s um raa( +onito. ?ostas que eu te a+race@& Antnio ficou mudo, a+riu a +oca mas no l-e saiu alavra e, or fim, a

    gaguejar, ainda disse:

    2>, / quen2quente23 tu gostas do meu calor@2%2%imA irm do refeito soltou o raa(, camin-ou elo corredor com a toal-a +ranca

    elas costas e entrou na 8ltima orta 0 direita. & Antnio meteu2se na casa de +an-o,levantou a tama da sanita e ficou, de /, 0 esera que a urina come5asse a saltar. icou,de /, alguns minutos, a ol-ar ara +aixo, mas no conseguiu urinar. Aca+ou or desistir eregressou ao quarto.

    7assados alguns meses, o Antnio teve novo encontro com a sorte. 7erdera dois+otBes das cal5as, durante um disutado jogo de fute+ol. A irm do refeito c-amou2o 0casa da costura e fec-ou a orta atrs dele. 3le ficou de / e ela sentou2se, num +ancoalto, 0 frente dele. 7uxou a saia ara cima, a+riu as ernas e o Antnio ficou, em sil"ncioe quieto, a ol-ar as ernas grossas da mul-er. 3la muniu2se de agul-a e lin-a e alicou os

    +otBes na +raguil-a, ro5ando os dedos elo /nis que, cada ve( mais duro, fa(ia umaequena montan-a so+ as cal5as do raa(. m fio de suor escorria2l-e ela testa e era amuito custo que ele conseguia manter os ol-os a+ertos. 7arecia que tin-a uma montan-aem cima das le+ras e, or mais esfor5o que fi(esse, de ve( em quando, elas fec-avam2se como se fossem ortas automticas que o+edeciam aenas a um mecanismo oculto.Arfava e o cora5o ulava a galoe como se fosse um otro enfurecido. #uando terminoua tarefa, a mul-er disse:

    2Deixa c ver se os +otBes esto +em alicadosA mul-er ousou os dedos comridos so+re a +raguil-a do raa( e com o

    indicador direito ercorreu, suavemente, cada um dos +otBes, at/ ter a certe(a de queestavam todos +em seguros.

    & Antnio fec-ou os ol-os, como se a enorme montan-a que esava so+re asle+ras se tivesse desfeito em eda5os, soltou um ai quase surdo e deitou a ca+e5a aratrs. 3la aroximou a +oca da cara dele e ousou a l4ngua nos ol-os do raa(. Deois,desli(ou a l4ngua ela face direita dele e o Antnio lem+rou2se de que era assim que asgatas lam+iam as crias rec/m2nascidas e foi inundado or um indescrit4vel +em2estar ques o largaria, muitas -oras mais tarde, quando o sol come5ou a deitar os seus raios de lu(

    ela janela do quarto, deois de ele ter estado a ol-ar ara o tecto a relem+rar, ve(es semconta, o sa+or doce da +oca grossa da irm do refeito.

    &s dias assaram, vieram as f/rias e, outra ve(, o regresso ao col/gio, num dia

    c-uvoso e frio. Coltou a meter2se no com+oio, com o +il-ete +em guardado na carteira,atravessou o !ejo numa +arca e ercorreu, so(in-o, o camin-o que o searava dointernato or entre eucalitos e in-eiros, semre acoman-ado elo coaxar das rs e ocantar dos grilos. Desta ve(, vin-a revenido com uma lanterna e aontava a lu( ara ocamin-o estreito, ladeado de canaviais e silvados. e( o camin-o so(in-o e em sil"ncio eia ansioso or voltar a ver a irm do refeito.

    #uando c-egou ao col/gio, a irm do refeito tin-a2l-e rearado um +olo deaniversrio, com velas e muito creme de vrias cores. 6ouve festa grande, com todas asraarigas a cantarem os ara+/ns e ele, constrangido e envergon-ado, a tentar aagar asvelas e a a+rir os resentes que elas l-e ofereceram. #uando a noite c-egou, a irm do

    refeito c-amou2o ao quarto dela, um esa5o amlo com uma cama de ferro e um armrio

    de cerejeira com um enorme esel-o na orta, e ofereceu2l-e um +onito relgio com onome dele gravado na arte de trs. 3la ediu2l-e ara ficar mais um ouco no quarto e

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    ele acenou, afirmativamente, com a ca+e5a. A ?ina disse ara ele se sentar na cama e araficar, em sil"ncio, a ol-ar ara ela. 7rimeiro, ela desiu o vestido largo que l-e co+ria as

    ernas at/ aos joel-os e ficou aenas com um soutien e umas calcin-as +rancas. Deseguida, ela voltou2se de costas e ediu ao raa( que l-e soltasse os colc-etes do soutien.& Antnio, um ouco desajeitado, uxou as duas artes do soutien e ela deixou2o

    escorregar, lentamente, elo coro at/ cair no c-o. Coltou2se ara o raa( e ediu araele anin-ar a ca+e5a nos seios.2'unca viste uma mul-er nua, ois no@2% vi uma ve(. Ci2a a si, o ano assado, na casa de +an-o, no dia em que c-eguei

    ao col/gio.2Ai sim, meu maroto 3 gostaste de me ver@2%im, gostei.2%a+es que /s um raa( muito +onito@ s caa( de guardar segredo, de no di(eres nada nem ao teu mel-or amigo@2%ou ois.2#ueres ver2me nua outra ve(@2 3u quero o que voc" quiser.27odes tratar2me or tu quando estamos so(in-os mas se referires tratar2me or

    voc", no fa( mal.23u refiro trat2la or voc", est +em@2Meu docin-o querido, claro que est +em.2&l-a ara mim.A ?ina meteu os dedos no elstico das cuecas e come5ou a ux2las ara +aixo

    com alguma dificuldade orque tin-a umas ernas altas e fortes. icou nua, com as ernasligeiramente afastadas. !in-a uns seios grandes e duros que terminavam com uns enormesmamilos ontiagudos, um ouco mais escuros do que o resto da ele que era muito

    +ranca. De+aixo dos sovacos, tin-a um tufo de "los retos encaracolados. A +arriga eraredonda mas roorcionada e do um+igo at/ ao 8+is descia um fio de "los retos que iaalargando 0 medida que se aroximava do tringulo que l-e rotegia o sexo. As ernaseram altas e -avia uma enugem rala dos joel-os ara cima que se ia adensando 0 medidaque elas davam lugar 0s coxas. #uando ela se voltou, os ol-os do raa( arregalaram2seainda mais e fixaram2se na imensido das ndegas redondas e corulentas da mul-er.mas ndegas imensamente +rancas, searadas or um vale rofundo. De seguida, amul-er deu uma viravolta, ol-ou ara ele e viu que as uilas do Antnio se dilatavamcomo se fossem irilamos numa noite escura. A 4ris faiscava de desejo e as mos doraa( no aravam de cirandar elo coro da ?ina.

    2 Agora, / a tua ve( de tirares a roua. 'o tens vergon-a, ois no@ 2 & raa(ficou quieto e mudo. 3la rosseguiu: 2 %e no quiseres tirar a roua, eu no fico (angada.

    'unca ouviste di(er que - mais mar/s do que marin-eiros@& Antnio no con-ecia a exresso e no conseguiu sa+er o que ela queria di(er

    com aquilo, em+ora calculasse que ela estivesse a di(er que odia ficar ara mais tarde.2 7ronto, no recisas de tirar a roua 9 disse a mul-er, acariciando2l-e a cara com

    as mos. 2 &l-a mais uma ve( ara mim, est +em@A ?ina deitou2se na cama, ao lado do raa( e a+riu as ernas, oferecendo2l-e a

    viso do sexo, carnudo e suculento, so+ uma floresta de "los encaracolados que deitavaos seus ramos em todas as direc5Bes. icou deitada uns +reves segundos. Deois, ol-ou

    ara o relgio e disse:

    2Meu querido, so -oras de voltares ara o teu quarto.

    E

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    & raa( ergueu2se, deu tr"s assos atrs e, sem tirar os ol-os do coro da mul-er,a+riu a orta e desaareceu no corredor escuro.

    7assaram alguns meses antes de o Antnio regressar ao quarto dela. oi no dia emque fe( de(asseis anos. Aca+ara de deixar a sala de estudo. A ?ina viu2o e c-amou2ao

    quarto dela ara l-e oferecer um resente. & gira2discos +ril-ava so+re a mesa2de2ca+eceira e ela colocou so+re o rato um disco com m8sica de ranF %inatra e erguntouse ele sa+ia dan5ar. $omo o raa( dissesse que no, ela rometeu ensin2lo a dan5ar e omel-or era come5arem naquele momento. A ?ina assou o +ra5o direito 0 volta do

    esco5o do raa(, encostou a +arriga 0 dele e rearou que a +oca do raa( estava agora 0altura da sua. & Antnio crescera muito naquele ano e era agora um +elo e altoadolescente, de om+ros largos e com um sorriso encantador. $olou a +oca 0 dele e levou2o consigo em assos de dan5a 0 volta do quarto.

    2 ?ostas do gira2discos@ > teu > o meu resente de aniversrio. Cais di(er aosteus amigos que foi a tua me que to ofereceu.

    2> lindo 9 resondeu o raa(.A ?ina levantou o +ra5o do gira2discos e fe(2se sil"ncio no quarto. Agarrou2l-e na

    mo e erguntou:2 3sts rearado@& raa( resondeu que estava mas que julgava que ela j no gostava dele orque

    assara muitos meses a evit2lo. A ?ina resondeu que nunca deixara de gostar dele e queesteve 0 esera que ele crescesse mais um ouco ara oderem aca+ar o que tin-a ficado ameio

    A ?ina desiu o vestido e ficou nua. & raa( rearou que ela estava um oucomais magra e que deixara de ter "los nos sovacos. &s ca+elos continuavam negros eencaracolados, mas estavam agora um ouco mais curtos, e os ol-os, +ril-antes eigualmente negros, gan-aram nova vida com o som+reado a(ul que ela colocara nas

    le+ras. #uando ela se aroximou dele e a+riu as ernas, ele rearou, tam+/m, que asernas dela eram agora macias e sem "los. oi a ?ina que ajudou o raa( a desir2se e,quando ele ficou nu, ela deitou2se so+re ele. icaram os dois a+ra5ados o resto da noiteat/ que os ru4dos, vindos do exterior, l-es fi(eram lem+rar que j era dia. #uando o quartoficou iluminado com a lu( natural da man-, a ?ina rearou que os len5is estavamtingidos de vermel-o e as suas ernas, cor2de2rosa. A ?ina ia fa(er trinta e tr"s anos, mass a artir daquela noite, assou a ver2se como uma mul-er madura.

    'as semanas seguintes, o raa( assou a escaulir2se regularmente ara o quartoda irm do refeito. A ?ina arranjou uma descula ara o mudar ara um quartoindividual, facilitando2l-e as sa4das nocturnas e as entradas matinais.

    3stava um dia de 7rimavera invulgarmente quente e o Antnio asseava com a

    ?ina ela +eira do !ejo. Do lado de l do rio, via2se a esta5o dos com+oios e, ao fim datarde, quando o raa( se rearava ara regressar ao col/gio, o com+oio arou e largoutr"s assageiros que se aressaram, com as malas nas mos, a camin-o do ancoradouro. &

    +arqueiro eserava2os e, com a ajuda de uma vara, for5ou o +arco a aroximar2se da outramargem. #uando o +arco estava restes a c-egar, a ?ina ediu2l-e ara sa4rem dali

    orque no queria que os vissem juntos. & Antnio con-ecia um camin-o que era usadoelos astores e encamin-ou a mul-er or um carreiro estreito e edregoso que os levouat/ a uma vel-a onte. $-egados l, esconderam2se de+aixo da onte e a+ra5aram2se. A?ina descal5ou os saatos, +aixou2se, s as mos em conc-a e come5ou a lan5ar guaso+re o Antnio.

    2 Dese2te ou mol-o2te todo

    2 3st +em, eu diso2me mas, or favor, no me enc-arques a roua

    G

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    de vel-arias. & Antnio, con-ecedor do negcio da mul-er, tin-a or -+ito arranjardin-eiro ara jogar aos matraquil-os vendendo2l-e cal-aus, intados de amarelo,enrolados em fio de co+re. A vel-a, erdida de +"+eda, colocava os cal-aus em cima deuma +alan5a, edia ao Antnio ara fa(er a conta, e dava2l-e ara as mos uma nota devinte escudos. 'aquela altura, vinte escudos era uma equena fortuna. & Antnio no

    c-egava a meter a nota no +olso das cal5as. 7edia 0 mul-er que trocasse a nota or fic-asque ele utili(aria mais tarde nos matraquil-os.A mul-er do caf/ era casada com um vel-o +"+ado que assava as tardes a

    ressonar, sentado numa cadeira de encosto, 0 orta do caf/. A +em di(er, o vel-o no fa(ianada. De man-, enquanto estava s+rio, jogava 0s cartas com os amigos. De tarde,dormia. 'as traseiras do caf/, -avia uma equena adega ara onde o vel-o levava osamigos ao fim da tarde. 6avia l duas grandes ias de carval-o, onde o vel-o guardava agua2/. m dia, o Antnio ouviu o I8lio di(er:

    2#ueres ir mijar ara dentro das ias do vel-o@2#ual vel-o@2& dono do caf/2#ue grande ideia23u j disse ao Ioo e ao 'uno ara virem tam+/m. 3les alin-am. Assim, sero

    quatro ilas a mijar l ara dentro. & vel-o, a mul-er dele e os amigos vo +e+er mijotodos os dias

    $-egaram 0 adega um ouco deois do almo5o. & vel-o ressonava, sentado 0orta do caf/. A mul-er dele, de /, atrs do +alco, tirava imeriais. & I8lio meteu umcanivete no +uraco da fec-adura da orta da adega e a orta a+riu2se. A adega c-eirava avin-o, a laranjas odres e a c-ul/. 6avia teias de aran-a enduradas no tecto e rouavel-a esal-ada elo c-o. & I8lio foi o rimeiro a entrar. 3le e o Antnio egaram numamesa, que estava no meio da adega, e arrastaram2na ara junto das ias. %u+iram todos

    ara cima da mesa. Deois de sacar as rol-as, o I8lio deu a ordem e os raa(escome5aram a mijar ara dentro das ias. %a4ram de l, a+ra5ados, 0s gargal-adas e aostroe5Bes, to feli(es como se tivessem gan-o um r/mio or +om comortamento.

    Aos s+ados, os alunos mais vel-os escauliam2se com as namoradas ara umlaranjal que ficava nas traseiras do col/gio. & I8lio, que era um dos maiores amigos doAntnio, fugia ara l com a ernanda. A fil-a do director, uma raariga encantadora queainda no comletara os quin(e anos, era uma resen5a -a+itual no laranjal. 3ntregava2sea todos os que a desejavam. 7assava dos +ra5os de um ara os +ra5os de outro com araide( de uma encomenda nas mos de uma emresa de entregas urgentes ao domic4lio.

    Aos domingos, ela man-, era o+rigatrio assistir 0 missa. & roco ederasta,enfiado na sua +atina reta, c-egava cedo 0 sacristia. & I8lio era o sacristo referidodele. Mas -avia outros, alguns mais novos, outros mais vel-os. A todos cumrimentava

    com uma car4cia na cara, um afago na ca+e5a ou uma gra5ola, e, em ocasiBes eseciais,gostava de ajudar os raa(es a reararem as -stias, aroveitando a oortunidade ara seencostar a eles, egar2l-es na mo ou assar o +ra5o or cima das costas. & I8lio tin-auma t/cnica aurada ara escaar das investidas do vel-o ederasta. #uando sentia a mo

    eluda do adre a aroximar2se da cara dele, o I8lio recuava, estendia o +ra5o ara omanter 0 distncia e di(ia:

    2%en-or adre, eu ten-o ccegas 'o me toque 9 3 o adre afastava2se com carade oucos amigos.

    & Antnio ainda assou mais alguns meses no col/gio e, durante esse temo,foram muitas as noites que assou no quarto da ?ina. #uando se searou dela, numa noite

    de Iul-o, ela deixou cair duas lgrimas e disse que o amava e que o ia amar semre. 3leconteve, a custo, uma lgrima teimosa e disse que se ia lem+rar dela durante toda a vida e

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    que, um dia, quando fosse adulto e gan-asse din-eiro, voltaria ao col/gio ara a +uscar. &Antnio cresceu e fe(2se -omem mas nunca mais regressou. Alguns anos mais tarde,-avia de voltar a v"2la em circunstncias muito eseciais. 3 esse reencontro iria mudar asua vida. Mas, antes que isso acontecesse, a vida do Antnio iria dar muitas voltas. 3 avida da ?ina iria con-ecer uma mudan5a de tre(entos e sessenta graus. Mas antes de

    avan5armos no temo, conv/m sa+er o que aconteceu ao Antnio e 0 ?ina durante os8ltimos meses que ele assou no col/gio.

    D&

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    adre. m raa( que tin-a sido salvo or milagre e que or milagre tin-a recome5ado afalar deois de tr"s anos de a+soluto sil"ncio no odia deixar de cumrir um destino queo levaria longe. #uem sa+e se o Kudolfo no estaria destinado a c-egar a +iso,retomando uma tradi5o da fam4lia que dera dois adres e duas freiras 0 igreja no esa5ode tr"s gera5Bes $omo a tia regressara a A+rantes, onde retomou o negcio da fam4lia,

    ac-ou or +em envi2lo ara um col/gio interno, erto dali e com uma am+iente cristoacima de qualquer suseita. !"2lo2ia enviado ara o seminrio, no fosse a o+stinadarecusa do Kudolfo que manifestava d8vidas so+re a voca5o e que reetia a necessidadede temo ara oder tomar uma deciso to s/ria e irremedivel.

    $ostumavam ir atrs do re+an-o e, or ve(es, distanciavam2se o suficiente arafa(erem equenas incursBes 9 o Kudolfo c-amava2l-es ra(ias 9 elas -ortas circundantes,recol-endo ma5s, "ras e roms, que reartiam com os astores. 3stavam os dois nomeio de um omar carregado de ma5s vermel-as quando o Antnio come5ou a falar.

    2 !en-o uma coisa ara te contar mas quero que guardes segredo.2 'o sou o teu mel-or amigo@ 9 erguntou o Kudolfo.2 >s, mas no ten-o a certe(a de que sejas caa( de manter a +oca calada.2 > , di( l, ests2me a deixar em ulgas2 Iura que no di(es a ningu/m.2 Iuro ela min-a sa8de.2 3st +em, eu vou contar2te.2 Mas conta deressa.2 7ronto, ando a comer a irm do refeito.2 & qu", andas com aquela +oa(ona@ 9 erguntou o Kudolfo, soltando uma

    gargal-ada.2 Ando, vou ter com ela ao quarto e monto2a as ve(es que ela quiser.2 3 no so+ra nada ara o teu amigo@2 'o go(es. 3u gosto dela e ela gosta de mim. %omos namorados.2 A-, a-, a-, namorados 'o v"s que ela odia ser a tua me@2 3 isso que interessa@ 'o aca+aste de di(er que ela / uma +oa(ona@ %e ela te

    engatasse 0 orta da casa de +an-o, ias di(er que no a querias montar orque ela tin-aidade ara ser tua me@

    2 3sts doido@ Montava2a logo, cavalgava2a e no largava aquele cu e aquelasmamas nem um minuto. Aca+avam2se as un-etas

    2 ,quando a como ainda arece que / ior. ico na cama, de ol-os a+ertos, sem conseguirdormir e a min-a mo direita no / caa( de arar quieta Acreditas que deois de tanto

    +ater ainda o ten-o duro que nem um un-al@2 A-, a- 3 /s s tu@ 6 algum dia em que eu deixo este animal(in-o or tratar@ 9

    volveu o Kodolfo, soltando uma sonora gargal-ada. 2 Di(2me l, como / que ela /@2 & que / que queres sa+er@2 $omo / que ela / na cama ?rita, geme, +erra, d coices, gosta de levar or trs@2 Cem2se uma, duas, tr"s ve(es e continua a edir mais. !em um ra+o que mais

    arece uma melancia: redondo e duro. A +arriga / lisa e tem um matagal do taman-o daAma(nia

    2 3 no edes ara ela se raar@

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    2 Medricas 9 gritou o Kudolfo. 9 3- , se recisares de ajuda ara comer amatulona, conta aqui com o atleta, est +em@

    & Antnio ficou, deitado de costas, so+re uma roc-a lana 0 esera que o amigovoltasse. %entia2se orgul-oso da sua conquista e aliviado deois de ter contado a suaincr4vel -istria ao seu mel-or amigo. Deitado na roc-a, com o sol a +ater2l-e na cara,

    ac-ava2se um r4ncie, um raa( c-eio de sorte, um eleito, um garan-o 'uvens +rancas,como flocos de algodo, ercorriam o c/u a(ul, e o sol era um disco cor de laranja quecome5ava a deitar2se or detrs da esta5o dos camin-os de ferro. & mundo arecia

    erfeito. & Antnio era amado or uma mul-er +onita, desini+ida e sensual e o seumel-or amigo, o Kudolfo, era a 8nica essoa que con-ecia o seu segredo. 3stava at/ um

    ouco vaidoso or sa+er que o seu mel-or amigo ac-ava a ?ina uma grande +oa(ona.%entia um certo orgul-o em ser o 8nico raa( do col/gio que fa(ia amor com a irm do

    refeito, a mul-er que todos desejavam quando a esreitavam no +an-o, a artir dotel-ado da casa do I8lio.

    Kegressaram os dois elo carreiro junto 0 ri+eira e, quando atravessaram o omar,voltaram a enc-er os +olsos de ma5s e o Kudolfo rou+ou uma melancia. & Kudolfo tiroua naval-a do +olso, sentou2se so+re uma grande edra, de+aixo de um salgueiro, ecome5ou a cortar as rimeiras tal-adas de melancia. & Antnio dava a rimeira dentadana tal-ada de melancia quando sentiu uma mo grossa atrs das suas costas.

    2 %eus ca+rBes, com que ento a rou+arem o que no l-es ertence 9 rosnou um-omem corulento e de +ar+a +ranca.

    & Antnio recon-eceu o dono do caf/, o -omem que assava as tardes a ressonar,sentado numa cadeira. & Kudolfo afastou2se a correr e o Antnio ficou reso elo esco5oaos +ra5os musculosos do -omem.

    2 Cais di(er2me o nome ara eu fa(er queixa ao cegueta do refeito. 3 no mintasque eu fiquei a con-ecer2te o focin-o

    2$-amo2me Antnio. C, agora largue2me que eu ten-o de ir ara as aulas.23 o ca+ro do teu amigo@2> o Kudolfo 9 resondeu o Antnio, tentando li+ertar2se do vel-o.& -omem largou o Antnio e este afastou2se. 3m ve( de regressarem ao col/gio,

    otaram or vadiar o resto do dia elas margens de uma ri+eira onde alguns escadoreslan5avam o an(ol 0s trutas. %a+iam o que l-es estaria reservado ao c-egarem 0 resid"nciae, or isso, -avia qualquer coisa que os imedia de regressar. Anoitecia quando voltaram eo refeito eserava2os 0 entrada dos quartos.

    2 Cen-am os dois ao meu ga+inete 9 ordenou.& Antnio e o Kudolfo entraram no ga+inete do vel-o e ficaram de /, em frente

    da secretria. & vel-o sorria e fa(ia trejeitos com a +oca, lan5ando a l4ngua mol-ada arafora como fa(em os mi8dos gulosos quando se rearam ara comer uma guloseima. &sol-os c-isavam e o +ra5o direito, emun-ando o c-icote, no arava quieto. atia

    nervosamente com o c-icote nas ernas como se estivesse a afiar uma faca. Cia2se que ovel-o queria que aqueles momentos se rolongassem no temo. 'o tin-a ressa e estavana cara que se deleitava com a viso do nico que tomara conta das exressBes faciaisdos raa(es. Anteciando o go(o que o uso do c-icote l-e daria, o refeito revirava osol-os e sorria, revelando uns dentes odres e sujos.

    2 $al5as ara +aixo 9 +errou.&s raa(es desaertaram as +raguil-as e uxaram as cal5as at/ aos joel-os. &

    vel-o lam+eu os +ei5os ela nonag/sima ve( quando viu as ndegas +rancas dos doisraa(es. Manteve2se em sil"ncio e quieto a mirar os raa(es que tremiam das ernas 0esera do rimeiro a5oite que tardava. & vel-o esticou o c-icote e come5ou a lan52lo,com for5a, contra as ndegas e as ernas dos raa(es. 3nquanto +atia, o vel-o soltava um

    sorriso rasgado que ia do ol-o do cu 0s so+rancel-as. & Antnio mordeu a l4ngua ara no

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    gritar e o Kudolfo taou a +oca com as mos. & c-icote no arava de ser lan5ado contraas ernas dos raa(es at/ que, or fim, o refeito disse:

    27arece que j c-ega #uando voltarem a rou+ar fruta, lem+rem2se de comoficaram as vossas ernas. 9 Deois, ordenou: 2 3m sentido

    &s raa(es viraram2se ara o refeito, com as cal5as e as cuecas nos joel-os e as

    ilas enduradas e useram2se muito direitos. & vel-o avan5ou um asso, aroximando2se dos raa(es, e fixou os ol-os iscos e vesgos nas ilas enduradas. 7arecia um m/dicoa examinar um doente. Deitou a l4ngua de fora, lam+eu os +ei5os ela cent/sima ve( eficou asmado a ol-ar ara o ventre dos raa(es. De seguida, o vel-o grun-iu:

    2 I daqui ara fora&s raa(es uxaram as cuecas e as cal5as ara cima, voltaram as costas ao

    refeito, su+iram as escadas e meteram2se nos quartos. & Antnio lan5ou2se na cama ec-orou. ateram 0 orta. 3le continuou na cama, deitado de +arriga ara +aixo, com asmos so+re a cara. %entiu uma mo de mul-er afagar2l-e os ca+elos e voltou2se. !in-a osol-os vermel-os e a cara enc-arcada. A ?ina +eijou2l-e os ol-os e ercorreu a cara delecom a l4ngua, enrolando2a, or fim, na +oca do raa(.

    2 Meu maridin-o querido, o que aquele vel-o maricas te fe(2> ara veres do que / caa( o maricas do teu irmoA ?ina desiu2l-e as cal5as e ediu ara ele se deitar de +arriga ara +aixo.2 &- meu Deus, como tens as ernasA ?ina massajou2l-e as ernas, esal-ou um creme refrescante elas ndegas e

    escondeu a ca+e5a entre elas, ro5ando a l4ngua ela ele.2I di menos, meu amor@ 9 erguntou a ?ina.2 %im, isso alivia 9 resondeu o raa(.A ?ina manteve a ca+e5a entre as ernas do raa( e come5ou a afagar2l-e o sexo

    com a mo direita.23stou a ver que a dor assou. !ens o sexo to teso& sexo do Antnio come5ou a inc-ar, as veias tornaram2se mais salientes, o

    re8cio recuou, ondo a desco+erto a glande, e um l4quido egajoso 2 que ainda no eraeserma 2 untou a ca+e5a do /nis, exalando um odor forte que excitou a mul-er. Lmedida que a ?ina acariciava o raa(, o /nis ia ficando cada ve( mais viscoso e, orve(es, latejava como se fosse a c-ama de uma vela colocada junto a uma corrente de ar.

    2 'o ares, continua a mexer2l-e 9 ediu o raa(.A ?ina manteve o sexo do raa( na sua mo direita e come5ou a ercorrer2l-e o

    coro com +eijos.2 Colta2te de +arriga ara cima 9 ediu a ?ina.A ?ina uxou o vestido e sentou2se em cima do raa(.2$om jeitin-o, est +em@2ica quieto

    A mul-er fincou os joel-os no len5ol e come5ou a menear as ancas. A ?inainclinou2se, fincando as mos nos /s do Antnio, e ele ode vislum+rar, com evidentedel4cia, uma rotu+erncia vermel-a e inc-ada, que arecia crescer so+ a resso do seudedo indicador. & Antnio arregalou os ol-os: era do taman-o de um gomo de laranjaque, movido or uma estran-a magia, aumentava de volume 0 medida que ela se mexia.

    & Antnio eserou que a ?ina enlouquecesse e s quando a ouviu gemer, rimeirode forma intermitente e, de seguida, soltando um grito agudo e cont4nuo, / que ele,lem+rando2se da rotu+erncia vermel-a, soltou vrios esguic-os dentro dela.

    A ?ina levantou ligeiramente a ca+e5a e lan5ou2l-e, com for5a, os ca+elosmol-ados so+re a testa. Deois, assou2l-e a mo direita ela cara e limou2l-e o suorque escorria da testa, das le+ras e das faces. #uando a ?ina levantou o tronco e ol-ou

    ara o Antnio, rearou que o suor l-e escorria elo eito. 7ousou os l+ios no eito doraa( e sentiu o sa+or, ligeiramente salgado, do suor que l-e ensoava a ele. 7or fim, a

    1=

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    ?ina saltou da cama e, antes de se agac-ar so+re a tina de gua quente que ja(ia ao fundodo quarto, ficou a ol-ar o coro estendido do raa( e ac-ou gra5a ao /nis murc-o que

    arecia adormecido so+re a erna direita dele. Deu tr"s assos em direc5o 0 tina de guaquente, agac-ou2se, a+riu as ernas, s as mos em conc-a, lavou2se e ficou a ensar emcomo aquele eda5o de carne mole odia gan-ar vida e fa(er maravil-as dentro de si.

    !KN%

    & I8lio era um grande amigo do Antnio e vivia numa casa de r/s2do2c-o,situada aenas a dois metros de distncia da resid"ncia de estudantes. 3ra um raa(alegre, tin-a uma cara que fa(ia lem+rar o %teve Mc#ueen, uns ol-os to a(uis como acor do c/u num dia luminoso de Cero e uma ca+e5a co+erta de farrias douradas. 'o-avia raariga que ficasse indiferente ao look do I8lio e esse facto tornava2o muito

    oular no col/gio. De altura mediana e om+ros largos, o I8lio tin-a sido resenteadoela nature(a com uma figura que l-e dava um ar nrdico muito areciado naquele temo.A +oca, +em desen-ada, escondia uns dentes +rancos e o queixo, forte e ronunciado,tin-a uma covin-a suave no centro. As raarigas di(iam que ele era um amor de raa( eandavam 0 volta dele como formigas num ote de mel.

    &s ais do I8lio fa(iam equenos tra+al-os ara o col/gio nos temos livres e nosfins2de2semana. $omo -erdara o talento do ai ara a carintaria e a +ricolagem, era a eleque o director e o refeito recorriam quando era reciso consertar alguma coisa. Aosdomingos, o I8lio ajudava o adre 9 que tam+/m era rofessor de religio e moral 9 naeucaristia e, talve( or isso, arranjara a alcun-a de sacristo. Mas o que tornava o I8liomais oular entre os raa(es era o sto da sua casa, colocado estrategicamente a doismetros da janela da casa de +an-o das raarigas. Aos s+ados 0 tarde, o sto da casa doI8lio era um dos locais mais concorridos da freguesia. 3m certas alturas, os alunos fa(iamfila ara oderem conseguir um lugar de onde udessem ver a +ele(a das raarigas quetomavam +an-o a tr"s metros dos seus nari(es. !aman-a rocura no deixou ao I8liooutra alternativa: come5ou a co+rar +il-etes ela entrada.

    'aquela tarde, o I8lio e o Antnio su+iram ao sto da casa, seguidos eloKudolfo, com o o+jectivo de levantarem tr"s tel-as e ficarem a ver as raarigas no +an-o.& I8lio foi o rimeiro a esreitar ara a janela da casa de +an-o. Deois de fixar os ol-os,durante uns segundos, na janela, o I8lio fe( um sinal ao Antnio ara enfiar a ca+e5a no

    +uraco. & Kudolfo ia ter de eserar um ouco orque o esa5o no era suficiente ara ostr"s.

    Ao rinc4io, no conseguiram identificar a raariga que estava, de /, de+aixo doc-uveiro. A gua quente li+ertava uma n/voa de fumo que tornava a visi+ilidadedeficiente. Ciram2na em+rul-ada numa toal-a amarela e, ouco deois, ela saiu. A casa de

    +an-o ficou va(ia durante alguns minutos e a n/voa foi desaarecendo, restituindo aclaridade ao lugar. #uando a Mnica entrou, o I8lio soltou um ui de esanto e o Kudolfotentou meter a ca+e5a no +uraco, uxando o Antnio ara o lado. !iveram uma equenadiscusso que s aca+ou quando o Antnio deu o lugar ao Kudolfo. A Mnica era araariga mais +onita do col/gio e, - vrios meses, que o I8lio rocurava v"2la, em vo.!in-a um coro esguio e uma ele muito +ranca. & ca+elo era curto e os ol-os, muito

    negros, fa(iam lem+rar uma rain-a eg4cia. 3ra uma raariga alta, com umas ernasinvulgarmente comridas e +em torneadas que ela costumava fa(er real5ar com um

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    & Antnio ensou imediatamente na ?ina mas ficou calado.2om, a Mnica tem a min-a refer"ncia 9 resondeu o I8lio.2& qu", referes a Mnica 0 ernanda@ 9 erguntou o Kudolfo.2'o / +em isso, / que a Mnica tem umas ernas como no - igual 9 exlicou

    o I8lio.

    23 tu, no tens oinio@ 9 erguntou o Kudolfo, virando2se arao Antnio.& Antnio manteve2se calado e o Kudolfo trocou um ol-ar c8mlice com ele.2& Antnio vota na ?ina. 'o tens rearado que ela ol-a ara ele de uma maneira

    muito esecial@ 9 erguntou o I8lio.2> +em verdade O Antnio, no me digas que ela te anda a galar@& Antnio riu2se e resondeu:23sts maluco ou qu"@2'o estou nada maluco. 3stou a di(er2te que ela anda de ol-o em ti e que ela /

    mesmo +oa. Adorava comer aquele cu. !u, no@& Antnio riu2se e resondeu:23sts mesmo maluco, / o que /.23stou to maluco que, -oje, vou tocar uma a ensar nela. !em umas mamas que

    arece a %ofia ;oren& Antnio no disse nada mas ensou: tu vais tocar uma e eu vou comla

    'o outro dia de man-, o I8lio entregou um +il-ete ao Antnio. Antes de oentregar 0 ernanda, o raa( fec-ou2se na casa de +an-o e leu o +il-ete.

    "eu amor"andote este bilhete pelo #$ porque eles andam a vigiarnos de noite e de dia

    Desde aquele dia em que nos apanharam% abra&ados% na casa de banho% nunca mais noslargaram Ainda continuo a pensar no que teria sido de n$s se a bru'a tivesse chegadode( minutos mais cedo #inhanos apanhado com a boca na boti)a *om% tu s muitomaluca e% se calhar% por isso que eu te amo Pediresme para eu te comer + can(ana% nacasa de banho das professoras% com a porta semiaberta! , de loucos -isso% s como eu.

    gostas do cheiro do perigo -o imaginas como tenho andado e'citado s$ de pensar noperigo que n$s corremos -o me sai da cabe&a a tua imagem% debru&ada sobre olavat$rio% de rabo para o ar% com a saia presa + cintura% a prenderes o meu pau na tuarachinha /laro% no meio de tanto perigo e com tanta e'cita&o% vimme que nem um

    perdido passados uns minutos Ah% adorei quando tu me disseste% + porta do laborat$riode Qu0mica% que estavas inundada "as% bom% bom foi quando tu passaste a mo pordentro das cuecas e disseste para eu cheirar Ainda me lembro que tinhas os dedos todos

    pega)osos! Acho um grande disparate aquela ideia de fa(ermos amor% no gabinete doprefeito -o que no me apete&a fa(lo 1le merecia que o fi(ssemos mas estar0amosa correr um grande perigo Do que eu gostava mesmo era de fa(er amor contigo% em

    cima da secret2ria do velho% quando estivesses menstruada Dei'avas l2 a tua marca.uma n$doa de sangue de cor vermelha 1 eu dei'ava a minha assinatura. uns pingos deleite condensado a cheirar a se'o para entupir as ventas do psicopata #enho uma ideiamelhor e menos perigosa 1spero por ti% amanh% no laborat$rio de Qu0mica% +s 34horas 5embraste daquela chave que eu fanei6 , a chave que abre a porta dolaborat$rio Antes da 7ltima aula da tarde% vou abrir uma )anela do corredor para

    podermos entrar pelas traseiras do colgio Depois% abrimos a porta do laborat$rio coma chave% enfiamonos l2 dentro e podemos l2 ficar at ficarmos fartos 8 que achas daideia6 9ou estar + tua espera% +s 3: horas e ;< minutos% debai'o do limoeiro Aparece%est2 bem6

    & Antnio enrolou o +il-ete e escondeu2o no +olso das cal5as. !in-a de o entregar

    raidamente 0 ernanda. 3m troca, ediria que ela deixasse que ele a +eijasse na +oca. &I8lio era um dos seus mel-ores amigos e, como no morava na resid"ncia de estudantes,

    1G

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    recisava que o Antnio servisse de mensageiro. A ernanda era uma raariga mais vel-a9 devia ter quase vinte anos 9 que ainda frequentava o =P ano do liceu e dormia numquarto que ficava no 1P andar. & Antnio cru(ava2se com ela todos os dias quando ela iaou vin-a da casa de +an-o e tin-a a vaga sensa5o de ela desconfiar de que as suasentradas no quarto da ?ina eram +astante mais do que visitas de cortesia. m dia cru(ou2

    se com a ernanda quando vin-a a sair do quarto da ?ina e ela deitou2l-e um ol-arc8mlice que queria di(er que sa+ia mas ia guardar segredo. 'o dia seguinte, quandoestavam a entrar no refeitrio, a ernanda sussurrou2l-e:

    23ssas entradas e sa4das a meio da noite so muito estran-as, no ac-as@ &l-a, euno ten-o nada com isso mas tem cuidado e aroveita +em.

    & Antnio fe(2se desentendido e disse:2& que / que ests ara a4 a di(er@ 'o era mel-or deixares de falar em cdigo@2& que eu estou a tentar di(er2te / que a Dona ?ina / uma mul-er +onita que todos

    os raa(es gostariam de comer e se tu andas a fa("2lo s odes dar2te or muito feli(.2'o ests +oa da ca+e5a, / o que /. 'o v"s que ela tem idade ara ser min-a

    me@23 da4@ 3la / solteira e tu /s um raa( +onito.2Deves estar a go(ar comigo, / o que /. > mel-or no falares disso a ningu/m,

    ol-a que com coisas s/rias no se +rinca 9 rematou o Antnio, irritado.27ronto, no est aqui quem falou. 3sta +oca / um t8mulo 9 concluiu a ernanda,

    levando a mo a +oca.

    A rimeira ve( que o Antnio viu a ernanda foi no segundo dia da sua c-egadaao col/gio. 3la estava vestida aenas com um ro+e e assava a ferro na lavandaria daresid"ncia. #uando movimentava o ferro da esquerda ara a direita, o ro+e a+ria2se um

    ouco e destaava2l-e as ernas. !in-a uma ele muito escura e uns l+ios carnudos quel-e denunciavam as origens africanas. & ai era ortugu"s, e a me, angolana.$on-eceram2se quando o ai restava servi5o militar em Angola. %egundo se di(ia, aernanda nascera de uma rela5o ad8ltera do ai dela que, na altura, era casado com uma

    ortuguesa que tin-a ficado em ;is+oa. #uando o ai terminou a comisso em Angola,regressou a ;is+oa na coman-ia da ernanda e da me dela. 3m ;is+oa, a ernandaficou a viver com a me, num aartamento alugado, enquanto o ai dela continuava a suavida de casado com a mul-er leg4tima de quem tin-a mais duas fil-as. & ca+elo daernanda era reto e ligeiramente encaracolado. $a4a2l-e, em farrias, ela testa. &s seioseram invulgarmente grandes e eminados. !in-a umas mos comridas e finas e as un-as,imecavelmente intadas, davam2l-e um ar atrevido. & Antnio ol-ou ara os /s daraariga e rearou que as un-as, cortadas muito curtas, estavam intadas de vermel-o.icou 0 esera que ela l-e desse as cal5as. Deois de l-e oferecer um sorriso malicioso, aernanda assou2l-e as cal5as ara as mos e deu2l-e um +eijo ao canto da +oca. Desde

    a4, aroveitava todas as oortunidades ara esreitar a ernanda quando ela se escauliaara a casa de +an-o. Ac-ava2a diferente das outras e, na verdade, a ele dela, muitoescura, dava2l-e um ar extico que un-a o Antnio em grande excita5o.

    A ernanda era con-ecida, no col/gio, como devoradora de -omens. !in-a aalcun-a de Q7rincesa de RfricaS. 'aquela altura, andava com o I8lio mas j tin-anamorado muitos outros. Di(ia2se que, or ve(es, andava com dois raa(es ao mesmotemo e os oucos que ainda no a tin-am +eijado estavam em lin-a, 0 esera da suaoortunidade. & que mais agradava nela, era a sua total falta de vergon-a, a sua constantevontade or sexo, a sua desfa5ate( e o gosto muito eculiar or situa5Bes erigosas.Di(ia2se que ela j tin-a feito amor no ga+inete do refeito, na sala de estudo e na casa de

    +an-o dos raa(es. 'ingu/m sa+ia se isso corresondia 0 verdade ou se eram aenas+oatos mal intencionados. #uando terminava com um namoro, fa(ia os oss4veis or

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    manter a ami(ade e esse facto tornava2a muito oular entre os raa(es e suscitavaalguma inveja nas outras raarigas. 'a verdade, as colegas escondiam a inveja que tin-amdela, fa(endo comentrios racistas e rematando as arecia5Bes aressadas com uma fraselacnica: uma puta% o que ela !

    Antnio sa+ia onde odia encontr2la. 3la gostava de ermanecer meia -oradeitada na cama, deois do almo5o, antes de se deslocar ara o col/gio, ara ter as aulasda tarde. & quarto do Antnio ficava tam+/m no 1P andar, +astando2l-e +ater tr"s ve(es na

    orta ara que ela a a+risse. Deois de a+rir a orta, ela uxou2o ara dentro e erguntou:2Algu/m te viu@2'o. 7assei o corredor a toda a ressa e ningu/m me viu.2C, d c o +il-ete.& Antnio deu2l-e o ael ara as mos e ela deitou2se na cama a l"2lo.Ao verificar que o Antnio ermanecia arado, de /, a dois metros dela, a

    raariga interromeu a leitura e disse2l-e:27ronto, j sei o que / que queres. Deixa2me aca+ar de ler o +il-ete.A ernanda usava aenas umsoutiencreme que l-e deixava de fora metade dos

    seios e umas cuecas da mesma cor. 7ousou o +il-ete em cima da cama, sentou2se edesaertou osoutien, deixando2o cair so+re as mos.

    2?osto muito de ver as tuas mamas 9 disse o raa(, mantendo2se arado a doismetros dela.

    2$-ega@ 9 erguntou ela.2Disseste que, um dia, me ias mostrar tudo. 'o ode ser agora@A ernanda levantou2se da cama, inclinou o tronco e uxou as cuecas ara +aixo,

    deixando2as resas aos joel-os.2$-ega@2>s muito +onita !ira as cuecas foraA ernanda +aixou2se um ouco mais, uxou as cuecas at/ aos torno(elos,

    levantou rimeiro um /, deois o outro, e atirou as cuecas ara cima da cama. icou de/, com os +ra5os ca4dos ao longo das ernas comridas, a ol-ar ara o raa(. & Antnioadmirava2l-e o coro +em torneado, as ancas largas, a cintura estreita e os seios muitoredondos e duros. Kearou, ela rimeira ve(, que ela no tin-a "los nas ernas e que o

    8+is formava um equeno tringulo, um tringulo to equeno que no era suficienteara l-e taar a vagina. &s seios eram mais escuros do que os das outras raarigas e elerearou, com evidente deleite, que a ernanda tin-a uns mamilos salientes, rodeados deuma coroa negra que mais arecia o n8cleo de uma flor.

    2A+re um ouco as ernas ara eu ver mel-or 9 ediu o raa(.A ernanda riu2se e a+riu as ernas. Deois, levou a mo ao 8+is e uxou os

    "los ara cima. &s ol-os do Antnio fixaram2se nas regas da vagina que, a+ertas,

    revelaram uma rotu+erncia avermel-ada, do taman-o de um +oto de camisa, quearecia querer li+ertar2se de um eda5o de carne, em forma de +oto de rosa, que teimavaem arision2la. Kearou, com imenso deleite, na cor es+ranqui5ada dos l+ios da vagina,uma cor to clara que fa(ia um maravil-oso contraste com a ele escura da +arriga e das

    ernas.2C"s mel-or agora@& Antnio acenou com a ca+e5a e disse:2& teu sexo arece um +oto de rosa or a+rir.2A- 'o me fa5as rir 7areces um oeta a falar2%e te (angares com o I8lio, lem+ra2te de mim 9 ediu o Antnio.2'o querias mais nada@ om, quem sa+e se no vais ter uma oortunidade %e o

    I8lio se ortar mal, j sei a quem devo recorrer. C, agora vai. Di( ao I8lio que estarei nolimoeiro 0 -ora com+inada.

    )J

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    2Digo ois.& Antnio deu dois assos em frente e ousou os l+ios, muito levemente, na +oca

    dela. 3la fe(2l-e uma festa na ca+e5a e disse2l-e:2Agora, vai.3le dirigiu2se ara a orta, meteu a ca+e5a de fora e, ao ver que o corredor estava

    va(io, saiu, ol-ando uma 8ltima ve( ara o coro nu da ernanda.6avia uma grande +al+8rdia, 0 -ora de jantar. &s rumores eram vrios e notava2se,

    elos gestos agitados do refeito, que o caso era +icudo. #uando os raa(es e as raarigasforam c-amados ara jantar, todos notaram a aus"ncia da ernanda. A not4cia come5ou acorrer durante o jantar mas ningu/m sa+ia a origem dela. A ernanda e o I8lio tin-amsido aan-ados ela +ruxa a fa(erem amor no la+oratrio de #u4mica. 3stavam os doisnus em cima de uma +ancada quando a +ruxa entrou no la+oratrio. 'ingu/m sa+ia o quel-es iria acontecer mas, dados os antecedentes de am+os, no custava acreditar quefossem exulsos do col/gio.

    Durante a -ora de estudo, a agita5o continuou. 'ingu/m sa+ia onde estava aernanda e come5ou a correr o rumor de que tin-a sido mandada ara casa. &s alunoscoc-ic-avam com os colegas do lado e de trs, assavam +il-etes uns aos outros e o

    refeito no arava de grun-ir:2$alem as matracas, +ando de idiotas

    'o final da -ora do estudo, o refeito levantou2se da secretria e falou:2I no vou dar novidade nen-uma. 7ela maneira como se comortaram, j todos

    devem sa+er o que aconteceu. A ernanda deixou de ser vossa colega. A esta -ora, est acamin-o de casa. 7elo comortamento anterior dela, j era de eserar que isto acontecessee s lamento t"2la deixado residir connosco este ano. 3ra uma raariga leviana, commuito sangue na guelra, sem temor a Deus nem reseito ela moral. Cia2se ela cor da

    ele que aquela mistura de sangues s oderia condu(ir 0 erdido. #uando se misturamduas ra5as, o roduto final fica semre a erder !en-o ena que o I8lio estivesse comela. > nosso vi(in-o e eu vi aquele raa( crescer. Andei com ele ao colo e sou amigo dos

    ais dele. Ainda no sei o que l-e ir acontecer. Aman-, o director do col/gio vai reuniros alunos e os rofessores no ginsio ara dar a con-ecer a sua deciso. Ls nove -oras em

    onto quero toda a gente 0 entrada do ginsio.Mal aca+ou de falar, o refeito +ateu com a mo direita no tamo da secretria e

    ordenou que os alunos deixassem a sala de estudo. #uando o Antnio assou or ele, acamin-o da orta de sa4da, rearou que o refeito mantin-a a l4ngua de fora, a dar a dar,como se fosse a l4ngua de um co a rearar2se ara sa+orear um +om naco de carneassada. & vel-o deitou2l-e um ol-ar guloso e erguntou2l-e:

    2$omo / que esse cu est@ Ainda di@& raa( ol-ou ara ele e viu um ogre, um ervertido c-eio de mal4cia e maldade.

    Coltou2l-e as costas sem resonder.&s raa(es e as raarigas deixaram a sala de estudo com os sem+lantes

    carregados. & Antnio refugiou2se no quarto e, nessa noite, no ousou sair dele. 7assoulongas -oras acordado a ensar na ernanda e no seu amigo I8lio. ?ostava de sa+er o que/ que a ?ina ensava do sucedido. 3staria to reocuada como ele@ Deixaria de quererv"2lo com receio das consequ"ncias@ ;em+rou2se do coro nu da ernanda, dos "los emforma de tringulo que mal l-e co+riam a vagina, dos seios generosos e das ernascomridas e teve uma erec5o. 3stava deitado, comletamente nu, e com a roua da camaaos seus /s. &l-ou ara +aixo e viu o /nis a crescer e a engrossar. As veias que o

    ercorriam, de alto a +aixo, tornaram2se mais salientes e a ele que co+ria o re8ciocome5ou a descer, li+ertando a glande. !eve vontade de o acariciar mas desistiu da ideia

    orque queria guardar2se ara a ?ina. Adormeceu j a lu( da man- tin-a a+ra5ado oquarto.

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    #A!K&

    #uando c-egaram as f/rias, o Antnio sou+e que ia deixar definitivamente o

    col/gio onde assara os dois mel-ores anos da sua vida. oi or isso que se deixou ficarmais quatro dias, deois de todos os colegas terem artido ara as suas casas. A ?ina

    edira2l-e que ficasse uns dias orque queria viver com ele, naquela grande casa, como sefossem marido e mul-er. %eriam os rimeiros e os 8ltimos dias de mul-er casada. &

    refeito tin-a deixado o col/gio ara fa(er uma semana de termas em %o 7edro do %ul ea ?ina dera f/rias 0s duas raarigas que a ajudavam no tratamento da roua e na lime(ada casa.

    3ra um m"s de Iul-o invulgarmente quente, com as temeraturas a atingirem osquarenta graus e um sol luminoso e quente num c/u a(ul, sem nuvens. & edif4cio de dois

    isos arecia agora maior e os assos do Antnio ecoavam no va(io dos corredoresquando ele se encamin-ou, naquela man-, ara o quarto da ?ina, deois de se certificar

    de que o refeito aca+ava de entrar no txi que o eserava 0 frente da orta rincial e ocondu(iria ao norte do a4s ara uma semana de a+lu5Bes e +an-os retemeradores.

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    #uando ele a+riu a orta do quarto, tin-a a ?ina, de /, 0 sua esera, envergando aenasuma +lusa larga que l-e deixava a desco+erto metade das ernas. 3la sorriu e disse:

    2 Anda c meu maridin-o querido.A+ra5ou2se a ele e o Antnio, sentindo o odor familiar dos seios dela, afagou2os

    com as mos, retirou2os de dentro da +lusa larga e afundou a cara neles. & odor do coro

    da ?ina ati5ou2l-e o desejo. $omo -a+itualmente, aquele odor em +reve se misturariacom o c-eiro a suor e a eserma e essa mistura tin-a nele um efeito afrodis4aco que,naquele momento, era amliado elo facto de no -aver mais ningu/m naquela casa.

    2 C, quero ouvir2te di(er que eu sou a tua querida mul-er(in-a, o amor da tuavida, a mul-er que ser eternamente tua, andes or onde andares, aconte5a o queacontecer.

    & Antnio retirou a cara dos seios dela, ol-ou2a nos ol-os, disse2l-e tudo aquiloque ela queria ouvir e sentiu que o amor que tin-a or ela era verdadeiro e tena( e que iria

    erdurar ara semre, aesar de recear que aqueles iam ser os 8ltimos dias que assariamjuntos.

    Antes de se deitarem na cama, ela ediu2l-e que fi(essem um juramento deentrega m8tua e de fidelidade er/tua. oi +uscar uma lmina de +ar+ear, a lmina comque ela tin-a aca+ado de raar os sovacos e de aarar o tringulo de "los que l-e

    rotegia o sexo, e ediu ara ele l-e dar a mo direita. 3le entregou2l-e a mo direita sem-esitar. 3nto, ela egou na lmina e fe(2l-e uma inciso leve no indicador que logo seenc-eu de sangue que ela lam+eu. Deois, ela fe( o mesmo no seu indicador esquerdo euniu o seu dedo ao dele, edindo ara am+os +eijarem os dedos e engolirem o sangueque, misturado, ca4a em equenas gotas no c-o do quarto. 7or fim, a ?ina ousou osl+ios manc-ados de vermel-o nos l+ios dele, misturaram as l4nguas com sa+or a sanguee ela deixou cair duas lgrimas que l-e sou+eram a sal.

    Deitaram2se na cama com as faces manc-adas de sangue e a ?ina no foi caa( dedeixar de c-orar.

    2 Descula, mas no consigo aceitar a tua artida. 3st a c-egar ao fim a min-avida de mul-er casada e ten-o receio de regressar a um temo que julguei ultraassado.Agora que senti o sa+or doce do amor no consigo enfrentar um regresso 0 aus"ncia dele.> como um o+re que ficou rico e deita tudo a erder, regressando 0 o+re(a. Deois denos -a+ituarmos 0s coisas +oas da vida, no conseguimos viver sem elas. 3 tu foste acoisa mel-or que me aconteceu. 7oder amar um raa( como tu, +astante mais novo doque eu, com um coro vigoroso e atl/tico e uma cara de anjo, / como franquear as ortasdo ara4so, desfrutar dos ra(eres celestiais e erder2me nas del4cias de um mundo doqual nunca mais quero sair.

    & Antnio ouviu, em sil"ncio, as alavras da ?ina, aertando2a contra o seu eitoe +eijando2l-e, ao de leve, a testa, os ol-os e os l+ios. 3la limou os ol-os com o len5ol,rolou or cima dele e sentou2se. ;evou o sexo dele 9 que estava murc-o 9 0 +oca e

    assou2l-e a l4ngua suavemente elo re8cio, fa(endo com que ele se erguesse. Kearouque ele se tornou vermel-o e gostou de ver as veias inc-adas que areciam re+entar so+os seus dedos. 3la gostava de o ter reso nas mos, a latejar como se fosse um animalferido, a imlorar que o li+ertassem da dor, jorrando at/ 0 8ltima gota que, em golfadas,manc-avam a +rancura do len5ol.

    2 !en-o medo de envel-ecer 9 disse a ?ina com a vo( tr/mula. 2 %a+es que eudetesto o c-eiro a vel-a@

    2Mas tu no c-eiras a vel-a2Do que eu ten-o mais medo / do c-eiro a vel-a, aquele odor que se entran-a na

    ele e que no se li+erta nem com a esuma do +an-o, que ersegue as mul-eres a artirdos cinquenta anos de idade e que / como um selo que se cola 0 testa. !oda a gente d

    elo c-eiro a vel-a, or mais que se unte a ele com erfume. 3ntran-a2se e nunca maissai. #uando eu tiver cinquenta anos tu vais ter ouco mais de trinta, estars na for5a da

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    juventude, mais +elo do que nunca, com de(enas de mul-eres atrs de ti e, ento, ac-ar2me2s vel-a, ressequida e flcida, ol-ars ara mim com iedade e comaixo, evitar2me2s e ters vergon-a de me verem ao teu lado.

    2'unca terei vergon-a de ti.2'o rocures negar o que / evidente, orque / imoss4vel fugir 0s leis do temo

    e, quanto mais vel-os nos tornamos, mais areciamos a +ele(a da juventude, o vigor quenos / inacess4vel e que ns desejamos desfrutar com a resen5a do outro, tal comoaconteceu comigo na rimeira ve( que te vi.

    2 3squeces2te que eu te amo e que vou amar2te semre9 interromeu o Antnio,co+rindo2l-e os seios com as duas mos.

    2 3sta -istria vai erseguir2te durante toda a vida: deixaste de ser virgem comuma mul-er de trinta anos que tam+/m era virgem. oste tu e mais ningu/m que meromeu o -4men que eu guardei at/ ser uma mul-er. oi contigo que eu fi( um acto desangue, misturei o meu sangue com o teu e +e+i dessa mistura ara selarmos a eternidadedo nosso amor, a erten5a m8tua que nos vai unir or onde quer que andemos, estejamoscom quem estivermos. #uando te deitares com a tua futura mul-er e fi(eres amor comela, vais ensar que sou eu que estou em cima de ti e quando eu estiver deitada nestacama, na solido deste quarto, a acariciar o meu coro, vou imaginar que so as tuas mose os teus l+ios que me afagam.

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    areceram ao Antnio duas formosas colunas que sustentavam um monumento 0 +ele(a e0 vida.

    23u sou o !om/ e este / o meu amigo Antnio 9 disarou o 7atil-as, semconseguir o+ter a mais equena reac5o da raariga. 3nto, o 7atil-as voltou 0 carga: 2 3i,ns tam+/m vamos estudar ara ;is+oa, somos colegas %er que isso no te merece um

    sorriso@A raariga manteve o mesmo ol-ar distante, asseando os ol-os, sem exresso,elo tecto da carruagem e deois s2se a ol-ar ela janela.

    2&ra orra, /s muito +oa mas no mereces que eu esteja ara aqui a gastar o meulatim 9 +errou o 7atil-as, dando um salto do +anco e voltando as costas 0 raariga.

    & Antnio seguiu2l-e os assos e desandou atrs dele ara o fundo da carruagem.%ou+e, uns dias deois, que aquela raariga era a fil-a do -omem mais rico da cidade, umcon-ecido emresrio de constru5o civil que era dono de quase todas as casas do +airroonde ele vivia. & Antnio, semre que recordava este eisdio, ficava a suseitar que asua adeso aos ideais de esquerda tero sido gerados or este incidente. De ora em diante,

    assou a sentir um certo asco ara com as essoas nascidas em +er5o de ouro e quetreavam na vida sem terem de fa(er o menor esfor5o. 'o deixa de ser curioso, noentanto, que, uns anos mais tarde, ele ten-a casado com uma mul-er, mais vel-a do queele, que era fil-a de um grande emresrio de materiais de constru5o civil.

    #uando estavam na reitoria, alin-ando na fila ara as matr4culas, o 7atil-as disseara o Antnio:

    23-, I viste aquela fila@2> s gajas2'o se v" or l um 8nico -omem23 nesta no se v"em mul-eres23-, Aquela / a fila ara a aculdade de ;etras23 estamos aqui a fa(er o qu"@23sts a ensar o mesmo que eu@27orra Anda da43 dito aquilo, sa4ram da fila da aculdade de Direito e meteram2se na fila da

    aculdade de ;etras. 3ram os 8nicos raa(es numa fila com mais de cem raarigas que,de formulrios nas mos, se rearavam ara se inscrever nos cursos de ;etras.

    ma ve( na aculdade, o Antnio trocou as aulas elas manifesta5Bes deestudantes, onde viria a con-ecer a sua futura mul-er.

    Deois de deixar o col/gio, nunca mais esteve com a ?ina. 'os dois rimeirosanos, rece+eu algumas cartas dela mas, com o assar do temo, as cartas foram rareando.6avia alturas em que se lem+rava dela e nunca conseguira li+ertar2se da necessidade de

    evocar a sua imagem quando recisava de um tnico ertico ara se mastur+ar. Aresen5a das imagens da ?ina, so+retudo daquelas que evocavam as rimeiras ve(es emque tin-am feito amor, era uma constante na vida do Antnio e, or ve(es, quando estavacom outras mul-eres, arecia2l-e que elas o fa(iam transortar 0s noites quentes de Ceroem que ele, sorrateiramente, se escaulia ara o quarto da irm do refeito. A ?ina tin-a2se transformado num adro que servia de onto de refer"ncia e de medida ara avaliartodas as outras mul-eres. Deois de as con-ecer +em, todas elas erdiam o encanto e agra5a, ficando a muitas mil-as de distncia do fasc4nio que a imagem e as recorda5Bes da?ina continuavam a desertar nele.

    & Kossio enc-eu2se de estudantes, vindos de todos os lados da cidade, em resosta

    aos anfletos que os /omits de 5uta Anti/olonialdistri+u4ram nas cantinas da $idadeniversitria. ormaram um gruo comacto e come5aram a gritar alavras de ordem:

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    =uerra do povo + guerra colonial! e>ogo contra o quartel general da burguesia!%a4dodo meio dos estudantes, um gruo de quatro raa(es sacou dosspra?sde tinta e escreveuas alavras de ordem nas aredes das lojas. Cinda do meio da multido, uma c-uva de

    edras estil-a5ou a montra de um +anco. &s transeuntes afastaram2se dos estudantes e,quando a ol4cia aareceu, cada um fugiu ara seu lado, lan5ando a confuso na multido

    que ocuava os asseios e as entradas das lojas. & Antnio escauliu2se como de,entrou numa das ortas do ?randela, su+iu o elevador e escondeu2se num cu+4culo derovas. &l-ou o esel-o e ajeitou o ca+elo com as mos. & suor escorria2l-e ela cara eas faces coradas denunciavam a fuga reciitada. ;imou a testa com a camisa e enteouos ca+elos com os dedos. #uando o Antnio deixou o ?randela, j no -avia ol4cias nasruas. & Kossio regressara 0 normalidade, as lojas voltaram a a+rir as ortas e as essoascamin-avam aressadas como se no tivesse acontecido nada.

    3le tin-a visto uma raariga de ca+elos lisos, muito comridos, e ol-os a(uis, aentrar num restaurante, e areceu recon-ecer a ?ra5a que ele con-ecia da aculdade de;etras. & restaurante era um esa5o escuro e sujo com resuntos endurados no tecto ecriados de avental +ranco.

    27osso sentar2me@2&- 7odes !am+/m te deu a fome@2ma fome do cara5as ugir da ol4cia d imensa fome2oi algu/m reso@2'o dei or isso om, eu escaei2me ara dentro do ?randela e s sa4 quando a

    +arafunda aca+ou.2!em iada 3u tam+/m me refugiei no ?randela23stava muita gente, no ac-aste@2Mais do que / costume2 isso & regime est a aodrecer e a nossa luta vai aressar a sua queda

    'aquela tarde, faltaram 0s aulas e foram ao cinema.A ?ra5a era uma mul-er de vinte e nove anos, oito anos mais vel-a do que o

    Antnio, e andava a tirar um segundo curso na aculdade de ;etras. 'o fim2de2semanaseguinte, o Antnio aareceu, de surresa, em casa da ?ra5a e disse que gostava deladesde a rimeira ve( que a vira. 3la disse2l-e que tam+/m gostava dele.

    'o fim2de2semana seguinte, o Antnio voltou a visit2la em casa. 3la rece+eu2o 0orta e ele rearou nas ernas +em torneadas que se ofereciam so+ uma saia muito curta enos seios grandes que esreitavam elo decote generoso de uma +lusa a(ul aertada.3ntrou atrs dela e sentou2se, ao seu lado, no sof. i(eram amor ela rimeira ve( nessatarde. & Antnio nunca mais se esqueceu dos seios grandes e muito direitos da ?ra5a etam+/m no foi indiferente 0s ernas grossas, sem serem gordas, que ele ercorria,avidamente, com as mos. #uando estava com mul-eres mais novas, admirava2l-es a

    juventude da ele, o c-eiro a novo, os ca+elos naturais, sem tintas nem ermanentes, masaca+ava or voltar ao aconc-ego da ?ra5a, no s orque ela l-e dava a seguran5a de que

    recisava mas tam+/m orque era erseguido or aqueles seios volumosos e direitos eelas ernas +em torneadas, umas ernas de mul-er madura que se esraiavam numasndegas redondas e firmes, co+ertas de uma enugem rala que ele afagava com as mosantes de entrar dentro dela. De todas as mul-eres que tin-a amado, a ?ra5a era, semd8vida, a que mais l-e fa(ia lem+rar a ?ina. %eria a ?ina a resonsvel elo fasc4nio queele via na ?ra5a@ %eria or a ter amado que ele referia mul-eres mais vel-as@

    $ome5aram a andar juntos desde esse dia. $asaram um ano deois. A ?ra5aassou a cuidar do negcio do ai 9 uma emresa de materiais de constru5o civil, situada0 sa4da de !omar 9 e o Antnio aarecia, de ve( em quando, na emresa, mais ara +uscar

    din-eiro do que ara fa(er alguma coisa de 8til.

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    & sogro do Antnio era um -omem silencioso e enigmtico que assava a vida atra+al-ar e que tin-a como 8nico ra(er contar o din-eiro ao final do dia. 6avia umaantiatia m8tua entre eles e o Antnio no se lem+rava de alguma ve( ter tido umaconversa com o sogro que tivesse demorado mais do que de( segundos. Ls ve(escomentava com a ?ra5a que o ai dela era o oosto dele. & Antnio era do enfica e o

    sogro do %orting. & maior ra(er do Antnio era assar as tardes no ginsio e o go(omximo do sogro era contar din-eiro ao final da tarde. & Antnio era um -omem +onito,+em2falante e simtico. & sogro era um -omem de sem+lante carregado, de oucas falase sem amigos. 3nquanto ensou que o Antnio l-e oderia dar um neto, o ai da ?ra5aainda conseguiu disfar5ar a sua antiatia elo genro. #uando a ?ra5a l-e disse que oAntnio no l-e odia dar um neto, deixou cair o verni( e nunca mais ol-ou de frente

    ara o genro. 7ara o ai da ?ra5a, o Antnio dera o gole do +a8 e, ainda or cima, noera caa( de eretuar a -eran5a gen/tica da fam4lia.

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    2Cou ver o que /.3la continuou a dormir.Do lado de l da lin-a, recon-eceu a vo( do ora o socialfascismo! 7assadosminutos, formaram2se dois gruos de estudantes que se ontaeavam e esmurravam.

    Aroveitando a confuso, o dirigente da associa5o de estudantes arrastou o ide ara arua, c-amou um txi e levou2o ara fora dali.

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    ;evem o 5uta Popularde+aixo do +ra5o & camarada que os ir contactar, levar oDi2rio de -ot0cias.

    3 dito aquilo, o -omem levantou o un-o erguido e +errou:2#ue viva 3staline ;onga Cida ao 7residente Mao&

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    rvores come5aram a erder as fol-as, o Antnio e a ?ra5a a+andonaram a Marin-a?rande e voltaram a !omar. 3stava2se na ressaca da Kevolu5o. 3ra reciso mudar devida. Afastaram2se dos camaradas dos comit/s de luta anti2colonial e mergul-aram navida real. A ?ra5a come5ou a tra+al-ar com o ai e o Antnio voltou aos estudos. 7or

    ouco temo. A confuso que se vivia na aculdade de ;etras no era favorvel ao estudo

    s/rio. & sogro avisou2o de que era altura de come5ar a gan-ar din-eiro. 3nto, o Antniovoltou a !omar e come5ou a tra+al-ar na firma do sogro. 7assar o dia a atender clientesno era uma tarefa que l-e agradasse. Aos oucos, come5ou a redu(ir o -orrio detra+al-o: ia ara a firma de man- e, de tarde, enfiava2se no ginsio. ;evantar esos todasas tardes, tornou2se a sua teraia. Aos oucos, al-eou2se da ol4tica e, quando ol-ava aratrs, via aqueles anos como um interl8dio +reve, sem qualquer significado na sua vida. A?ra5a referia referir2se 0quele temo como os anos da lavagem ao c/re+ro.

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    A Andreia vestia uns cal5Bes muito curtos que, mol-ados, se agarravam ao corocomo se fossem uma segunda ele, e usava uma #shirtmuito aertada que l-e amliavao volume dos seios equenos e duros. #uando se meteu dentro de gua, ara mel-oremurrar a canoa, a #shirtcolou2se 0 ele e os seios redondos gan-aram contornos maisn4tidos. oi, nessa altura, que o Antnio rearou mel-or na forma como os seios da

    Andreia emurravam a #shirt, arecendo querer lan5ar, ara fora dela, duas flores com/talas suaves e uma equena aur/ola no centro. & ca+elo curto e liso, suavementedesalin-ado, ca4a2l-e so+re a testa, dando2l-e um ar de raariga re+elde e irrequieta quel-e assentava que nem uma luva. & ca+elo muito louro, os ol-os claros, de um verde dacor do mar, levemente rasgados, e a +oca muito +em desen-ada, que escondia uns dentesmuito +rancos e certos, fa(iam2na assemel-ar2se 0quelas raarigas nrdicas que o Antniose -a+ituara a admirar nas suas viagens de interrail, quando era jovem. Mas, do que oAntnio mais gostava 9 ara al/m da +arriga lisa e da cintura fina 9 era o tom da eledela, levemente rosada e com um +ron(eado muito leve que destacava a suavidade da

    enugem amarela, quase invis4vel, que l-e co+ria as ernas e os +ra5os. & Antniorearou, tam+/m, que ela ossu4a umas mos finas, com uns dedos comridos e umasun-as muito +rancas e +em cortadas. 3la cal5ava umas sandlias de lstico e o Antnioareciou, com evidente ra(er, a +ele(a dos /s dela, sem calosidades e com uns dedos

    equenos, de um taman-o certo ara o metro e sessenta da raariga. #uando ela sorria 9 oque acontecia a toda a -ora 9 fa(ia umas covin-as nas ma5s do rosto, os ol-os o+l4quostornavam2se mais equenos e +ril-antes e toda a +ele(a da cara 9 que era muita 9 areciairradiar felicidade e +oa disosi5o.

    #uando a viu assim, muito +ela e sorridente, o Antnio fantasiou que assava assuas mos comridas elos ca+elos dela, ousava a sua ca+e5a na dela e deixava2se estar,sem limites de temo, a desfrutar do vigor, da alegria e do c-eiro natural de uma mul-er

    jovem, terna e c-eia de vida. 3la tin-a uma ele rosada, sem o mais equeno sinal derugas ou de +or+ul-as, e o Antnio no conseguia deixar de imaginar como seria +om

    oder acariciar, com as suas mos, a ele de uma raariga de vinte anos. & ca+elo, louro edesalin-ado, endia2l-e so+re a testa e taava2l-e, em farrias, as orel-as. 6 algumtemo que o Antnio no c-eirava o ca+elo de uma raariga e ansiava elo momento de

    oder tocar, ainda que acidentalmente, os ca+elos da Andreia e talve( at/, com um oucode sorte, tocar2l-e nas mos e sentir a suavidade da sua ele.

    #uando a via no ginsio, com as cal5as justas coladas 0s ernas e uma #shirtmol-ada de suor a co+rir2l-e o eito, o Antnio ensava como seria +om oder tocar2l-e,sentir o c-eiro do coro dela, um c-eiro de mul-er jovem, sem os artif4cios dos erfumesintensos com que as mul-eres maduras rocuravam enganar a idade. & Antnio noqueria incomod2la com o ol-ar e, or isso, no fixava nela os ol-os durante muito temo,

    referindo fa("2lo de soslaio, mas quando ela rearava nele e l-e retri+u4a a aten5o comum sorriso, o seu rosto iluminava2se. #uando isso acontecia, o Antnio rocurava

    interretar o significado daquele sorriso mas ficava sem sa+er o que / que a Andreia l-equeria di(er. %eria aquele um sorriso vulgar, o seu sorriso de todos os dias e de todas as-oras@ & sorriso +onito que ela oferecia a toda a gente@ &u aquele sorriso era diferentedos outros sorrisos@ 3staria ela a di(er2l-e que tam+/m gostava de o ver e que, em+ora elefosse casado e mais vel-o, talve( fosse altura de se aroximar@ Mas, aroximar como@ &Antnio tin-a receio de arecer rid4culo e no estava nas suas inten5Bes imlorar afecto auma raariga com metade da sua idade. 3stava -a+ituado a rece+er um sinal claro einequ4voco e aquele sorriso, em+ora malicioso e insistente, no era suficientemente claro.3ra verdade que a raariga gostava da sua resen5a e era tam+/m evidente que ela sa+iaque ele a areciava. Mas, quereria isso di(er que ela gostava dele@ &u queria aenas di(erque ela o ac-ava um -omem interessante mas inacess4vel@

    *G

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    2!em muita sorte, esse raa(.27orqu"@2&ra, sa+es +em qual / a ra(o. !u /s uma raariga muito +onita. Deixas qualquer

    -omem de +ei5o ca4do.2Ac-as@

    2#ueres que eu te diga o que me agrada em ti@2&ra, di( l2?osto dos teus ca+elos louros, desalin-ados e re+eldes. 3 tam+/m do teu sorriso,

    da tua +oca +em desen-ada, das tuas mamin-as equenas e, claro, das tuas ernas rijas.2%@2A-, e gosto imenso do teu ra+o. !u tens o mel-or ra+o do ginsio. 'o admira,

    assas o dia a levantar e a +aixar as ernas2!u tam+/m no /s de deitar fora.2& qu", s mere5o esse comentrio@2om, no quero envaidecer2te, mas /s um -omem que as raarigas ac-am muito

    sensual. 3sts muito +em ara a idade que tens.2om, j / um come5o.2m come5o de qu"@2Daquilo que tu quiseres.2& que / que queres di(er com isso@

    2#uero di(er / um come5o. m come5o de uma ami(ade.2Ami(ade, sim, outra coisa, no.2&s amigos almo5am juntos.2m almo5oT#uando@27ode ser -oje@27ode. &nde / que ensas levar2me@2#ue tal a um restaurante de $onstncia@ Deois, od4amos ir at/ ao $astelo de

    ode. 7osso ir +uscar o fato de +an-o a casa.27arece2me +em. 3u saio do ginsio 0s 1* -oras, asso or min-a casa ara

    +uscar o +iquini e deois vamos. 7odemos ir no teu carro@ 27arece2me +em.

    D&

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    venda, mudou2se ara os A5ores, onde comrou um restaurante. &s 8ltimos ostais delaforam enviados da 7raia da Citria e, elo ouco que ela di(ia, conclu4a2se que estava

    +em. 7assava as man-s e as noites a tra+al-ar no restaurante e, durante a tarde, estendiao coro na 7rain-a e or l ficava, de frente ara o sol, com o coro +esuntado de

    rotector solar, uns culos escuros e um c-a/u de ano na ca+e5a. 'a 8ltima fotografia

    que ela l-e mandou, aresentava2se muito +ron(eada, com o coro mais esguio do queantes, os ca+elos retos +astante mais curtos, as ernas igualmente longas e os eitosenormes a trans+ordarem de um fato de +an-o demasiado equeno ara o seu taman-o.

    'a arte de trs da fotografia, ela escreveu:fa( de conta que eu vou com esta fotografiaCnem sabes o que andas a perder!C da tua =ina que h2de ser sempre tua.

    & Antnio guardava as fotografias num equeno cofre de a5o e tin-a a c-avedentro de um livro, colada com fita2cola. A ?ina era um segredo que guardava de toda agente. 'em a ?ra5a sa+ia da exist"ncia dela. 7or ve(es, quando ele no conseguia dormirde noite, descia ao r/s2do2c-o, a+ria o livro, tirava a c-ave de dentro dele e franqueava ocofre. icava, ento, -oras a rever as fotografias.

    A colec5o de fotografias mostrava a ?ina em diferentes cenrios, ao longo devrios anos. %eria de eserar que ela fosse ficando cada ve( mais vel-a, mas o querealmente aconteceu foi o contrrio. #uando ela trocou o col/gio ela i( as an2lises% repeti as an2lises e o resultado caiu que nem umabomba A princ0pio% fiquei incomodada mas% com o passar do tempo% acabei por achar

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    que era uma coisa boa /omo podes ver pela fotografia% estou bastante mais magra doque quando nos conhecemos no colgio 1u acho que at estou melhor do que nas7ltimas fotografias que eu te mandei da Prainha% )2 l2 vo uns bons anitos! G2 quatroanos que no sei o que ter um homem dentro de mim -o tem sido dif0cil passar semisso porque me habituei + escasse( de homem 1sperei at aos trinta anos para saber o

    que isso era% tirei a barriga de misrias nos dois anos que passaste no colgio e depoisvoltei a estar mais de( anos na pen7ria /omo vs% estou habituada /laro% aprendi acompensar a falta de homem trabalhando com os meus dedos G2 quatro anos que me

    satisfa&o com eles /om a doen&a% o meu marido come&ou a ficar cada ve( maisrepugnante e a 7nica coisa boa que e'iste nele a falta de apetite se'ual -em sei o que

    faria se ele quisesse fa(er amor comigo! @ei apenas que perdi todo o dese)o por ele Abem di(er% nunca o dese)ei e tu poder2s perguntar por que me casei com ele se no

    gostava dele6 9ou ser sincera contigo. canseime de esperar por ti e ele pareceumegentil% educado e carinhoso -a altura% ainda tinha uma bela figura e eu% embora no oamasse% simpati(ava com ele Alm disso H sou sincera % ele tinha dinheiro e no havianingum a quem o pudesse dei'ar @im% verdade% quando ele morrer eu vou herdar umaboa maquia Pode ser tudo teu% se ainda me quiseres 1stou com cinquenta e dois anos eno posso esperar muito mais 1m breve% dei'arei de ter este corpo bonito e os homensdei'aro de olhar para mim At tu% daqui a alguns anos% me vais achar feia edesinteressante! A prop$sito% ainda no cheiro a velha! G2 v2rios anos que no paro deme cheirar com receio de aparecer um dia com esse maldito cheiro a velha 5embrastede termos falado disso nos 7ltimos dias que passaste no colgio6 Quando chego perto domeu marido% fico cheia de medo de% tambm eu% vir um dia a e'alar aquele odor Achasque me consegues suportar quando isso acontecer6 8u ser2 que eu% por uma qualquerra(o% vou cheirar sempre a rapariga6 -o outro dia% ao visitar o ginecologista% ele disseme. Ia senhora tem a vagina de uma rapariga de vinte anos. uma mulher sem idadeE

    -a semana passada% foi o meu cabeleireiro que me disse. os seus cabelos tm o cheiro%o brilho e a vitalidade dos cabelos das raparigas de de(oito anosE @abes o que que eu

    pensei ao ouvir aquilo6 @er2 que o #$ tambm vai pensar assim quando nos voltarmos aencontrar6 Quero ficar contigo os 7ltimos anos da minha vida Por agora% bastamereceber not0cias tuas e verte uma ve( por outra 1m breve% irei a 5isboa e% claro% queroverte#enho passado uns anos tranquilos aqui na #erceira Aprendi a gostar da calmados lugares e os restaurantes vo de fei&o >alo no plural porque acabei de abrir um

    segundo restaurante% em Angra #enho muita sa7de% continuo a ser uma mulher dese)adapelos homens e no h2 ningum que consiga adivinhar a minha idade /ontinuo aesperar por ti Quero saber se ainda est2s casado e se dese)as verme "andote on7mero do meu telem$vel na esperan&a de que me possas ligar Um bei)o na tua boca

    fofinha da tua =ina

    & Antnio ficou inquieto, andou ela casa de um lado ara o outro sem sa+er oque fa(er, somou os anos que levava sem ver a ?ina e contou vinte e oito. ;eu a cartauma segunda ve(, egou no telemvel e foi dar um asseio at/ ao jardim 8+lico. #uandose estava a aroximar do jardim, ol-ou ara o relgio, viu que eram tr"s da tarde nosA5ores, ensou que a ?ina devia estar a camin-o da raia e ligou.

    23st, quem fala@ 9 erguntou ela.2%ou o !2>s mesmo tu, nem quero acreditar@ I rece+este a min-a carta@2%ou mesmo eu. 6 quanto temo no ouvia a tua vo(. Kece+i a tua carta -oje de

    man-, e a rimeira coisa que fi( foi ligar2te.27or que ra(o deixaste de me escrever@ 9 erguntou a ?ina com uma vo(

    tr/mula.

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    2'o queria atraal-ar a tua vida. 3ra evidente que tu no devias eserar or mima vida toda. 3u estava casado, tu tin-as ido ara os A5ores, era de imaginar que aca+asses

    or casar or l.23serei muitos anos or ti at/ decidir casar. 'o julgues que casei or amor.

    'esse asecto, mantive a romessa: nunca mais amei outro -omem. I tu, no odes di(er

    o mesmo, no /@2%a+es +em que nunca deixei de te amar.2& que tens feito@ $ontinuas casado@ !ens fil-os@2$ontinuo casado mas no ten-o fil-os.2Di(2me, /s caa( de a deixar@2> cedo ara falar disso. %a+es, so muitos anos a viver com ela. Damo2nos +em,

    ten-o um grande carin-o or ela mas eu no sei se a amo nem sei se ela ser caa( deassar sem mim

    23 eu@ Ac-as que osso assar sem ti@2?ina, eu s quero di(er2te que nunca deixei de ensar em ti, mesmo naqueles

    anos em que no te escrevi. #ueria dar2te esa5o ara fa(eres a tua vida e isso exlica omeu sil"ncio. #uero ver2te. #uando vens a ;is+oa@

    2Ainda no sei, mas tu vais ser a rimeira essoa a sa+er. 3m +reve, vais ter2menos teus +ra5os.

    23m que altura do dia osso ligar2te@23ntre as duas e as cinco da tarde, -ora dos A5ores2;igo2te aman-, est +em@2%im amor, liga2me aman-.2eijos, muitos, na tua +oca que eu adoro.

    & Antnio meteu o telemvel no +olso e continuou a camin-ar elo jardim,reflectindo so+re aquilo que devia fa(er. 3stava confuso e a 8nica coisa que sa+ia / queno estava em condi5Bes de tomar uma deciso so+re a sua vida. %entia2se +em com a?ra5a, mas tin-a imensas saudades da ?ina. Agora que a ?ina l-e escrevera, arecia ter acerte(a de continuar a am2la.

    $amin-ou elo jardim e fe( um +alan5o da sua vida. 3stava satisfeito com o quetin-a@ 'o conseguia encontrar uma resosta definitiva ara essa ergunta. 6avia dias emque a resosta era negativa mas, noutros, sentia2se feli(. Agradava2l-e o temo livre ara

    oder frequentar, diariamente, o ginsio. a(ia uma vida de adolescente, o din-eiro nofaltava, que mais oderia desejar@

    7or agora, no ia fa(er nada ara alterar a sua vida. $ontinuaria a viver com a?ra5a, a sair com a Andreia e recome5aria a telefonar 0 ?ina. 3m +reve, a ?ina viria a;is+oa, fariam amor num -otel annimo da caital e, deois, logo se veria. De uma coisaestava certo: no ia fa(er nada e iria manter uma liga5o com as tr"s mul-eres. A ?ra5a

    dava2l-e seguran5a e ternura. !omava conta dele e assegurava2se de que nada l-e faltava.A Andreia dava2l-e sexo, um sexo jovem que ele desejava como um mendigo ansiava orum eda5o de o. A ?ina era o regresso ao assado, 0 nostalgia da juventude erdida, aosexo uro e duro de uma mul-er madura que l-e gravara, no inconsciente, as exeri"nciasque fi(eram dele um -omem aos de(asseis anos. Mas, quem / que ele amava@ & Antniono tin-a a certe(a. A 8nica coisa que sa+ia / que, de momento, recisava daquelasmul-eres. !alve( amasse as tr"s. 7or ve(es, lamentava o facto de ser incaa( de fa(erruturas. 7or que ra(o ele no era como os outros -omens que casavam e descasavam evoltavam a casar sem se imortarem com o que deixavam ara trs@ %eria or serinteresseiro@ %er que ele continuaria com a ?ra5a se ela fosse o+re@ &u seria aenas

    or comodismo@ Ainda que ela fosse o+re, o Antnio talve( no conseguisse deix2la. 3,

    no entanto, -avia coisas nela que o desgostavam. A rincial era a idade. Desde quecome5ara a sair com a Andreia que ol-ava com desd/m ara as rugas e a ele seca da

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    ?ra5a. Ac-ava2a +onita mas vel-a. Detestava ver2l-e os ca+elos +rancos a desontaremjunto ao couro ca+eludo e sentia2se incomodado com as veias varicosas que cresciam umouco acima dos joel-os. Mas -avia outras coisas na ?ra5a que o rendiam. A rincialera sa+er2se amado or uma mul-er que seria incaa( de o trair. 3ssa era uma qualidadesem re5o %a+ia tam+/m que era resonsvel ela sua felicidade e +em2estar. %em o

    Antnio, ela no era nada. $omo / que oderia a+andonar uma mul-er que deendia tantodele@ 3 ele teria consci"ncia do quanto recisava da ?ra5a@ #uem / que tratava dosimostos, fa(ia a gesto das receitas e desesas@ 3le ficava com todo o temo livre domundo ara fa(er aquilo que l-e agradava: levantar esos no ginsio e conversar com osamigos. 3 ainda l-e so+rava temo ara namorar com raarigas novas que ficavamdeslum+radas com a rigide( do seu coro e a amlitude dos seus m8sculos

    'unca sou+e, ao certo, o que levou a ?ra5a a ficar deendente de um -omem todestitu4do de qualidades. As mul-eres ac-avam2no +onito mas o mundo est c-eio de-omens +onitos que no restam. 'o era esecialmente inteligente e a maior arte dosdias afundava2se numa regui5a crnica que o tornaria detestvel aos ol-os das mul-eresque tivessem oortunidade de o con-ecer mel-or.

    & Antnio tam+/m no entendia or que ra(o ficara to agarrado ao amor ela?ina. > certo que ela fora a rimeira mul-er com quem fi(era amor mas o mundo estc-eio de -omens que fi(eram amor com mul-eres e que, assado algum temo, asesqueceram. & que / que a ?ina tin-a que a tornava to esecial@ A ?ina tin-a2o

    rotegido com o mesmo carin-o e dedica5o que as mes dedicam 0s suas crias e, talcomo a ?ra5a, estava ligada a ele or uma deend"ncia crnica. %eria or a ?ina l-e fa(erlem+rar a me@ %e a me do Antnio no tivesse morrido num acidente de automvelquando ele tin-a seis anos, -averia nele a mesma ternura e a mesma deend"ncia ela?ina@ $om ela, o Antnio assumira um comromisso ara a vida e o juramento de sangueque am+os fi(eram fora aenas a manifesta5o exterior de uma sim+iose esiritual queunira os dois em circunstncias excecionais. Mas a ?ina era isso e muito mais. A suavitalidade sexual, o vigor do seu coro e a +ele(a grega da sua cara, davam2l-e um toqueinvulgar que aumentava o seu oder de sedu5o, tornando2a diferente de todas as outrasmul-eres.

    #uando o Antnio, nas noites de insnia, relem+rava os dias que assara com a?ina, era invadido or um desejo de ser ele e outro, desdo+rando2se em quantos Antniosfossem necessrios ara que os comromissos e juramentos fossem reseitados e asdesilusBes evitadas. 3ssa imossi+ilidade enc-ia2o de imot"ncia e de frustra5o e talve(a sua in/rcia e regui5a tivessem uma exlica5o na nostalgia rovocada elaslem+ran5as das romessas or cumrir e elos rojectos desfeitos.

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    7rimeiro, o Antnio ensa+oava2a com a mo direita, demorando2se nos seios dela edescendo, com suavidade, at/ ao 8+is. &s seios eram equenos e duros, com unsmamilos circulares que areciam +otBes de rosa or a+rir. #uando ela levantava as

    ernas, umas ernas muito esguias e duras, o Antnio via2l-e as ndegas equenas eredondas, sem a mais equena marca de enugem. 3la no conseguia arar de rir e, de

    ve( em quando, di(ia alavras o+scenas que deixavam o Antnio ainda mais excitado.'essas alturas, o Antnio lan5ava2se ara cima dela, co+ria2a de +eijos -8midos ea+ra5ava2l-e as costas. 3nto, ela di(ia:

    2?ostas do meu sexo@2'o - nada mais +onito neste mundo.2'em o arco24ris@ 'em um rio caudaloso@ 'em as ondas do mar a estatelarem2se

    na areia +ranca de uma raia deserta@2'ada / mais +onito do que o teu sexo Adoro comer2te2A min-a vagina 3sts a di(er que queres comer a min-a vagina 9 di(ia a

    Andreia, soltando sonoras gargal-adas.& Antnio flectia as ernas e escondia a ca+e5a nas ernas da raariga.2%emre fi(este isso muito +em. #uando ests a fa(er2me isso, fico nas nuvens,

    entro no ara4so e esque5o todas as reocua5Bes.

    #A!K&

    & Antnio entrou no carro e rolou em direc5o 0 +arragem do $astelo de ode.%a+ia que a Andreia o eserava 0 entrada da onte e, or isso, fi(era uma reserva naestalagem. inalmente, iam oder dormir uma noite inteira juntos. A rimeira noite 'os8ltimos meses, tin-am feito amor no +anco de trs do carro, deitados so+re o areal de umadas muitas enseadas da Al+ufeira do $astelo de ode, num quarto da 7ousada de $astelode ode e at/ na casa de +an-o do ginsio, mas agora ia oder desfrut2la durante umanoite inteira. Deois de jantarem no restaurante, su+iram ao quarto. #uando estavam

    restes a entrar no quarto, o Antnio viu umas escadas de ferro que levavam a uma torrede onde se tin-a uma vista so+er+a so+re a al+ufeira. Agarrou no +ra5o da Andreia eajudou2a a su+ir as escadas.

    2&nde / que me levas@2I vais ver.#uando c-egaram 0 torre, ficaram am+os a ol-ar a al+ufeira. As lu(es que vin-am

    do arque de camismo davam 0 margem esquerda do rio W"(ere uma aar"ncia deres/io.

    & Antnio encostou2se 0 Andreia e +eijou2l-e a +oca. 3la tra(ia uma saia muitocurta e larga e, a co+rir2l-e o eito, um topto equeno que mal l-e taava a +arriga. &

    Antnio levantou2l-e a saia e escondeu a mo direita entre as ernas da Andreia.2'o acredito 'o tra(es nada or +aixo@2> a min-a surresa.& Antnio a+riu a +raguil-a e meteu o sexo nas mos da raariga.2I est duro 9 exclamou a Andreia.A Andreia cru(ou as ernas 0 volta das costas do Antnio e ediu2l-e ara ele

    entrar dentro dela.2% um +ocadin-o 9 disse o Antnio.2!odo& Antnio enetrou2a ora suavemente ora com for5a e deois ediu:2Colta2te de costas.

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    A Andreia aoiou os cotovelos no muro, inclinou a ca+e5a e a+riu as ernas. &Antnio aroximou2se, a+ra5ou2l-e a +arriga com a mo esquerda, acariciou2l-e os seioscom a direita e entrou nela suavemente.

    2Camos continuar dentro do quarto 9 disse o Antnio.Desceram as escadas a+ra5ados e, quando c-egaram 0 orta do quarto, ela ediu2

    l-e ara ele a levar ao colo. 7assaram as rimeiras duas -oras da noite a fa(er amor.Deois, tomaram um +an-o quente e ficaram a conversar, deitados na cama, com ateleviso acesa.

    2& que / que retendes fa(er de mim@ 9 erguntou a Andreia, com um ol-ar triste.2'o sei. %ei aenas que te amo e que quero continuar a ver2te.23 ac-as que isso / suficiente ara mim@ 3squeces2te que eu ten-o vinte anos e,

    como todas as raarigas da min-a idade, son-o com um casamento, uma fam4lia e fil-os@& Antnio desviou o ol-ar e resondeu:23u no te osso dar fil-os.27orqu"@2'o quero assumir essa resonsa+ilidade. 3 mesmo que quisesse, no odia. A

    verdade / que eu no osso ter fil-os. 3 se queres que te diga, / um al4vio no oder terfil-os. Ac-o a vida uma coisa muito erigosa e, or ve(es, feia. ma grande c-atice A8nica coisa que sei fa(er / levantar esos.

    23 fa(er amor2 %im, talve(. 'o - mais nada que me entusiasme, como / que queres que eu

    assuma uma resonsa+ilidade to grande@ Al/m disso, ten-o a certe(a de no oder terfil-os.

    2'o consegues ver a +ele(a que - no sorriso de uma crian5a@ 9 erguntou aAndreia sem restar aten5o 0 afirma5o do Antnio so+re a imossi+ilidade de ter fil-os.

    2$onsigo, quando ela est ao colo de outros 9 resondeu o Antnio, soltando umagargal-ada seca.

    2om, no queres ter fil-os. 7ensas, ao menos, na ossi+ilidade de vivermosjuntos@ #uer di(er, vais ser caa( de deixar a ?ra5a@

    2'o quero mentir2te. 'este momento, no sou caa( de fa(er nada. %e a deixasse,ia viver com o qu"@

    2& ro+lema / que tu ests -a+ituado a uma vida +oa, ao lado dela. %em ela, seriasum o+re dia+o. !erias de tra+al-ar, no /@ !erias de +aixar o teu n4vel de vida, no /verdade@ 9 erguntou a Andreia, com sarcasmo.

    & Antnio notou que ela estava (angada. &s ol-os tristes ficaram -8midos. 3leficou alguns segundos em sil"ncio e deois resondeu:

    2'o gosto de tra+al-ar, / verdade. 'o se ode ser regui5oso@ ?osto de coisas+oas, e tu no gostas@

    2?osto, mas no se ode viver como tu vives. % odes ser regui5oso orque ela

    te governa. > or isso que nunca a irs deixar.2%e ela morrer, talve( fique contigo. icarei, se ac-ar que me amas o suficiente.2%o demasiados ses e eu no osso ficar deendente de uma morte que ode no

    vir a temo. At/ ode acontecer que tu morras rimeiro.27odemos deixar as coisas como elas esto. 'o gostas de estar comigo@2?osto mas aca+a deressa. #uer di(er, no consigo ser feli( desta maneira.23 sem mim, serias mais feli(@2!alve( fosse. 7elo menos, no andaria a erder temo. Assim, agarrada a ti, no

    ten-o disoni+ilidade ara os outros. #uem sa+e se no estarei a erder a grandeoortunidade de con-ecer um -omem livre@

    2!alve(. 'o te quero fa(er mal, a deciso / tua e s tu odes sa+er se / +om

    estares comigo ou se / mau.

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    2Camos arar de nos ver. 7elo menos durante algum temo. 7reciso de temo araensar. #uero distanciar2me um ouco de ti ara oder ver mel-or.

    & Antnio rearou que saltava uma lgrima do ol-o esquerdo da Andreia. 3lalimou a lgrima com a mo e ficou em sil"ncio, de ca+e5a +aixa.

    2!u / que sa+es. !ens o n8mero do meu telemvel. 3u fico 0 esera que me voltes

    a ligar. $ontinuo a amar2te mas no quero iludir2te. 7or agora, s osso dar2te isto.3ram seis -oras da man-, o sol lan5ou os rimeiros raios de lu( nas janelas doquarto e a Andreia come5ou a vestir2se.

    2& que / que ests a fa(er@ Cais2te j em+ora@2Cou. %e quiseres, odes ficar.& Antnio levantou2se da cama, vestiu2se e acoman-ou a Andreia em direc5o ao

    carro.3ram seis -oras e quarenta minutos quando deixaram o -otel. i(eram a viagem

    de regresso em sil"ncio.

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    oi reciso o Antnio edir2l-e descula vrias ve(es ara ela a+rir a orta. !in-aos ol-os vermel-os de tanto c-orar e os ca+elos ca4dos so+re a cara. & Antnio a+ra5ou2ae co+riu2l-e os ol-os, a +oca e as faces de +eijos. Disse2l-e que nunca l-e assara elaca+e5a a+andon2la.

    A ?ra5a avisou2o que no ermitia que ele a andasse a enganar, daquela maneira,

    com raarigas de vinte anos.

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    2Amo2te. At/ daqui a dois dias.2!am+/m te amo.

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    A ?ina estava 0 esera do Antnio no aeroorto das ;ajes. #uando ele surgiu, aolonge, no corredor, com uma mala em cada mo, ela recon-eceu imediatamente as fei5Besdo raa( de de(asseis anos que con-ecera e amara no col/gio, -avia muitos anos. A carano mudara quase nada, mas ele arecia mais alto. %eria iluso de tica ou o Antnio

    estava mais alto@ &s ol-os continuavam negros e +ril-antes, o nari( direito, levementeafilado, as orel-as equenas e +em desen-adas, os ca+elos, comridos, ca4am2l-