O PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO

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UCAM UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES LUCIANE DA CUNHA PAULA FIGUEIREDO O PROCESSO DA ALFABETIZAÇÃO E O LETRAMENTO SÃO MATEUS ES 2014

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  • UCAM UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    LUCIANE DA CUNHA PAULA FIGUEIREDO

    O PROCESSO DA ALFABETIZAO E O LETRAMENTO

    SO MATEUS ES

    2014

  • UCAM UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    LUCIANE DA CUNHA PAULA FIGUEIREDO

    O PROCESSO DA ALFABETIZAO E O LETRAMENTO

    Artigo Cientfico Apresentado Universidade Candido Mendes UCAM, como requisito parcial para a obteno do ttulo de Especialista em

    Alfabetizao e Letramento.

    SO MATEUS ES

    2014

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    O PROCESSO DA ALFABETIZAO E O LETRAMENTO

    LUCIANE DA CUNHA PAULA FIGUEIREDO1

    RESUMO

    Durante a anlise desse artigo, abordaremos como transcorre o processo da alfabetizao e o letramento. Como

    acontece a organizao da escrita e da leitura, como se deve buscar alcanar seus desafios e metas, rumo ao

    processo de crescimento nas tomadas de decises sociais, visando a contribuio para uma sociedade mais

    democrtica, e tento na educao a precursora dessa conquista. Realizou-se uma pesquisa bibliogrfica, com a

    viso de enfatizar as abordagens de Paulo Freire (1996), Emlia Ferreiro (2007), Magda Soares(2007), Geraldi

    (2007), Maria Russo e Maria Vian (1999), Jean Piaget (1975), Vygotsky (1975) e outros, sob o processo da

    aquisio da aprendizagem, alfabetizao e o letramento. Conclui-se a necessidade dos educadores em adquirir a

    fundamentao terica, para que sua prtica educativa seja exercida com eficcia, a conquistar assim os objetivos

    propostos.

    Palavras-chave: Alfabetizao. Fases. Letramento. Processo. Diagnstico. Reflexo.

    Introduo

    Atualmente se faz necessrio cada vez mais abordagens sobre esses dois processos

    fundamentais na vida dos seres humanos, a alfabetizao e o letramento. Processos esses

    interligados. A alfabetizao e o letramento so conceitos frequentemente confundidos ou

    sobrepostos, importante distingui-los, ao mesmo tempo em que importante aproxim-los:

    a distino necessria porque a introduo, no campo da educao, do conceito de

    letramento tem ameaado perigosamente a especificidade do processo de alfabetizao, por

    outro lado, a aproximao necessria porque no s o processo de alfabetizao, embora

    distinto e especfico, altera-se e configura no quadro do conceito de letramento, como tambm

    este dependente daquele.

    O tema de estudo, ter como rea de anlise o processo da alfabetizao e do

    letramento, de como transcorre as fases da alfabetizao e a importncia do letramento. As

    etapas da alfabetizao tero como base as concepes de Emlia Ferreiro e Ana Teberosky,

    mas no transcorrer de seu desenvolvimento ser explanado de forma sucinta a reflexo da

    prtica educativa (abordagens de Paulo Freire); conceito de aprendizagem (na viso de Jean

    Piaget e Vygotsky), alfabetizao e letramento (Magda Soares); as contribuies da didtica a

    esse processo.

    1 Graduada no Curso Normal Superior Primeiros Anos do Ensino Fundamental e Ps-Graduada no Curso

    Especializao da Educao, pela Faculdade UNIVC/ 2007 - So Mateus/ ES.

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    O artigo visa oportunizar aos alfabetizadores, um embasamento terico, rompendo

    assim a prtica pela prtica. Pois ao adquirir tais conhecimentos o educador ir desenvolver

    sua atividade com mais eficcia, segurana, como FREIRE, aborda: (...) como professor

    preciso me mover com clareza. Preciso conhecer as diferentes dimenses que caracterizam a

    essncia da prtica, o que me pode tornar mais seguro do meu prprio desempenho. (Freire,

    1996. p.80), despertando a viso de que o constante aperfeioamento, atravs de cursos,

    palestras, artigos, e outros recursos venham contribuir para o seu crescimento profissional.

    Em suma espera-se que os objetivos almejados sejam alcanados, que de fato possa

    haver aprendizagem na elaborao desse artigo, a contribuio terica aos interessados nessa

    rea da educao.

    Desenvolvimento

    O conceito da alfabetizao, abrange a aquisio das habilidades da escrita e da

    leitura. compartilhar as dificuldades do aprendiz, analis-las, entend-las e sugerir

    alternativas e solues. Conforme os estudos de Emlia Ferreiro e outros pesquisadores, o

    processo longo; pois a criana ir passar pelas etapas da observao, hipteses, elaborao e

    reelaborao de conceitos, at se tornar alfabetizado. A criana pela viso de Emlia ir

    passar por quatro fases durante a alfabetizao.

    de suma essncia, ter a viso de que a alfabetizao e o letramento no acontece

    somente pelo veculo escola. Precisa-se valorizar os conhecimentos que a criana j traz

    consigo ao chegar no mbito educacional, ela traz uma bagagem de uma alfabetizao ainda

    no explicita, mas j oculta descobrindo respostas para as indagaes e descobertas, como

    afirma Ferreiro:

    Desde que nascem (as crianas so construtoras de conhecimentos). No esforo de

    compreender o mundo que as rodeia, levantam problemas muito difceis e abstratos

    e tratam, por si prprias, de descobrir respostas para eles. Esto construindo objetos

    complexos de conhecimentos e o sistema de escrita e um deles (FERREIRO, p.64).

    A sociedade intitula a escola como o principal ambiente de aprendizagem, para a

    consolidao desses processos de alfabetizao e letramento. Mas com a vivncia familiar

    que se aprende a emitir os primeiros sons e palavras, e assim cabe a escola desenvolver o

    aprimoramento desse processo, com todas as regras que abrange a escrita e a leitura. O ndice

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    de analfabetismo no Brasil, subiu em relao a ltima pesquisa, realizada pelo IBGE /2011

    estimada em 8,6%, o aumento foi para 8,7 % IBGE/ 2012, abrangendo uma populao de

    13,2 milhes de analfabetos, das pessoas de 15 anos ou mais de idade. Ao lado desse ndice,

    importante salientar os alfabetizados funcionais, que apenas sabem ler e escrever, mas no

    utilizam essas habilidades em seu cotidiano.

    Emlia, aborda que o analfabetismo e a pobreza, andam juntos, gerando em uma

    sociedade, alm do fracasso escolar, contribuem para os altos ndices de violncia, problemas

    sociais, pelo qual obstrui o desenvolvimento da sociedade com um todo, oriundos da falta de

    educao, como conclui Ferreiro:

    (...) o analfabetismo e pobreza caminham juntos, no so fenmenos independentes,

    analfabetismo e marginalizao social caminham juntos, no so fenmenos

    independentes. O analfabetismo dos pais esta relacionado com o fracasso escolar de

    seus filhos. (FERREIRO, 2001.p.56).

    Outro aspecto que ela enfatiza a importncia do meio pelo qual a criana est

    inserida. Os filhos de pais no alfabetizados, apresentam uma falta de bagagem de

    informao, ao chegarem na escola. Onde informaes no so transmitidas e aspectos como

    a fala, o raciocnio, o questionamento, no so desenvolvidos, com analisa em seu livro Em

    todas as letras:

    (...) as crianas de pais no alfabetizados ou semi-alfabetizados tampouco chegam

    ignorantes a escola; chegam , porm, com muito menos informao quase tudo o

    que sabem produto de suas prprias exploraes ativas sobre a lngua escrita em

    contextos pouco apropriados (a escrita em uma camiseta, em um pedao de jornal

    que serve para acender o fogo.(FERREIRO,2001. p.71).

    Por isso a misso da escola, vai muito alm de apenas alfabetizar, ela precisa tornar os

    educandos letrados. O letramento um processo contnuo na vida, sempre se aperfeioa.

    Apesar de sua nomenclatura ser recente, originando-se nos anos 80, segundo Rosana, em sua

    anlise, Freire j abordava seu significado e sua importncia, s ainda no haviam criado o

    nome para o processo, como afirma:

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    Em um artigo livro de Paulo Freire, ele falava de um processo de alfabetizao

    crtica em que a criana e adultos precisavam alfabetizar-se no apenas para

    aprender a ler e escrever, mas para lerem o mundo, ampliarem sua viso local para

    transcenderem universalmente. possvel que Paulo estava se referindo a

    letramento, mas que at aquele presente momento essa nova palavra ainda no

    existia para a nomear os fenmenos a que Freire j falava. (ROSANA. p. 20).

    O letramento acontece quando o indivduo, torna-se sujeito de suas aes de maneira

    crtica, consciente, lutando pelos seus direitos e exercendo seus deveres, como cidado

    atuante para uma sociedade mais democrtica. importante ressaltar que o processo da

    alfabetizao, no e somente funo do professor de lngua portuguesa, mas sim de todos os

    professores. Outro ponto essencial que a prtica da leitura favorece o processo da escrita,

    pois quem possue o hbito da leitura de diversos textos, ter mais facilidade de formular suas

    ideias e opinies. Afinal, ao tecer uma produo textual, e necessrio uma opinio j formada.

    Para Geraldi (1997, p. 160), a produo de um texto necessrio que se tenha:

    Se tenha o que dizer ; se tenha razo para dizer o que se tem a dizer, se tenha para

    quem dizer o que se tem a dizer, o locutor se constitui como tal, enquanto sujeito

    que diz o que diz para quem diz (o que implica responsabilizar-se, no processo, por

    suas falas) e escolher as estratgias para realizar A,B,C e D.

    Emlia Ferreiro e Ana Teberosky, que investigaram como transcorre o as ideias de

    Piaget e Vygotsky. Dividiu o processo da alfabetizao em 04 fases, que so:

    Na fase pr-silbico o aluno pensa que se escreve com desenhos. A escrita concebida

    em desenhos. L-se em gravuras, rabiscos, fotos, e outros. Essa fase se subdivide-se em

    duas, que so: A fase Pictrica predomina os desenhos com e sem figurao e garatujas. A

    fase grfica primitiva predomina os registros, smbolos e psidoletras, onde as letras e

    nmeros se misturam constantemente. As crianas escrevem letras, bolinhas e nmeros, como

    se soubessem escrever, sem uma preocupao com as propriedades sonoras da escrita.

    Na fase pr-silbica a criana j faz distino entre as letras dos nmeros, desenhos e

    smbolos. J absorvem o significado das letras na escrita. A criana explora 02 critrios.

    Qualitativos: varia o repertrio das letras ou a posio das mesmas, sem alterar a quantidade.

    Quantitativo: varia a quantidade de letras de uma escrita para outra, sem preocupao com as

    propriedades sonoras. No estabelece vnculo entre fala e escrita. Usa letras do prprio nome

    ou letras e nmeros na mesma palavra. Caracteriza uma palavra como letra inicial. Tem

    leitura global, individual e instvel do que escreve: s ela sabe o que quis escrever.

    1.1 Exemplo:

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    Figura1 - criana de 3 anos do maternal, de uma escola municipal

    Na fase silbico, a criana entendi que a escrita est relacionada ao som. um

    perodo de maior importncia na evoluo, pois cada letra vale por uma slaba ouvida. Essa

    fase pode ter a escrita silbica sem correspondncia sonora, quando no existe o auxlio dos

    sons da slaba e pode ser uma escrita com correspondncia de som, quando se refere ao som

    ouvido. A criana j aceita palavras com uma ou duas letras. Esse nvel representa um salto

    qualitativo da criana, que supera a etapa da correspondncia global entre a forma escrita e a

    expresso oral atribuda. Crianas que iniciam o ano na fase silbica ou silbico-alfabtico, no

    segundo semestre, a maioria delas j esto no nvel alfabtico. Exemplo: TOMA TE / O A

    2.1 Exemplo:

    Figura 2

    Na fase silbico-alfabtico criana utiliza duas formas de correspondncia entre sons e

    grafias: silbica (slaba o som produzido por uma s emisso de voz) e alfabtica (anlise

    fontica e/ ou anlise dos fonemas, que so os elementos sonoros da linguagem e tm nas

    letras o seu correspondente). A criana escreve parte da palavra aplicando a hiptese silbica,

    aplicando uma letra para escrever uma slaba. Costuma usar somente as vogais. Possuem a

    concepo de que uma palavra no se pode colocar a mesma letra duas ou mais vezes. Ex:

    TIAGO, escreveu-se TIAO / CAVALO, escreveu-se KVAO.. Comeam ento, a descobrir

    que a slaba pode ser escrita com uma, duas, trs ou mais letras, que o som no garante a

    identidade de letras, nem a identidade de letras a de sons, partindo assim para o nvel

    alfabtico.

    3.1 Exemplo:

    http://2.bp.blogspot.com/-clWcabhwn0o/Tsa3HD8VOXI/AAAAAAAAALU/gadgy2iltVQ/s1600/a.JPG

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    Figura 3- crianas com 5 anos do 2 perodo de uma escola municipal.

    Nessa fase alfabtica constitui o final desta evoluo. A criana j sabe ler e

    expressar seu pensar ou fala atravs da escrita, de maneira clara, com maior entendimento. J

    entendi que para que haja a slaba e necessrio a juno de uma consoante com uma vogal, e a

    juno de slabas origina-se a palavra. Exemplo: G + A = GA /T + O = TO, formando assim a

    palavra GATO. Nesse nvel, tm a distino de letra e slaba, palavra e frase , compreende

    que em uma palavra, pode ter uma, duas ou trs letras, mas ainda se confunde, ou se esquece

    de algumas letras. Muitas vezes centra sua escrita na slaba, perdendo a noo do todo.

    4.1 Exemplo:

    Figura 4 - crianas com 7 anos do 3 perodo, de uma escola municipal.

    Seria impossvel no abordar as ideias de Jean Piaget e Vygotsky pensadores, nomes

    renomados da educao, que deixaram contribuies importantssimas para anlise e

    entendimento do processo da educao, sendo at hoje explanadas, nos cursos de Pedagogia.

    A arte de educar, abrange os processos da alfabetizao e do letramento, processos

    esses difceis, pois lida-se com alunos de diversos nveis e jeitos, e para uma maior ajuda a

    http://1.bp.blogspot.com/-M91fWrxDlJ4/T_NthB-MEuI/AAAAAAAAABU/SCrKUQHmVQc/s1600/fig3.png

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    cincia da psicologia, com toda certeza precisa ser usada a todo momento na prtica

    educativa, e termos grandes tericos como colaboradores prtica educativa, como Jean

    Piaget, que enfoca em suas anlises que o cognitivo a base da aprendizagem, ocorrendo a

    assimilao e a acomodao. Valoriza a carga gentica que a criana adquiriu de seus pais,

    limitando assim o nvel de aprendizagem que poder ter atravs da herana herdada. Para

    Jean, a aprendizagem somente ocorre quando o processo de assimilao sofre acomodao, e

    por isso dividiu o desenvolvimento cognitivo da criana em 4 fases, que so: Primeira Fase

    sensrio-motor (0 a 02 anos): Nessa fase a inteligncia se d atravs das percepes

    (smbolos) e das aes (motor). Segunda Fase pr-operacional (03 a 07 anos): Nessa fase

    comea a linguagem, o desenho, a imitao, dramatizao imaginao. Terceira Fase

    Operatrio concreto (08 a 11 anos): Essa fase a criana j possui entendimento de nmeros,

    peso, volume, substncia. Quarta Fase Operatrio formal (a partir de dos12 anos): a fase

    que j formula seu pensar com hipteses, argumentos, discusses, anlises para formao

    de sua prpria concluso.

    Para Vygotsky, o desenvolvimento cognitivo perpassa, pela interao social e as

    oportunidades que ter, que direcionar o processo do ensino. Claro, que a estrutura biolgica

    do aluno muito importante, mas qualquer ser possui condies de aprendizagem, basta

    conced-la oportunidade, pois talento e dom so pessoais, mas precisa ser aperfeioado com a

    aprendizagem dos conhecimentos transmitidos.

    A prtica educativa deve ser exercida, por todo educador tento em mente a abordagem

    de Piaget, quando diz: saber ensinar no transmitir conhecimento, mas criar as

    possibilidades para a sua prpria produo ou sua construo (PIAGET, 1996.p.52). Para

    isso a observao a primeira etapa que todo educador deve ter, pois levar a um diagnstico

    de cada educando, possibilitando assim formular sugestes a sua prtica educativa, buscando

    sempre anlises em seu histrico de vida, sua personalidade, suas aes. Oportunizar

    atividades de escrita e leitura de uma maneira ldica, atravs de jogos, como: quebra-

    cabea, domin e outros, criando sempre estratgias que estimule a prtica da escrita e leitura,

    como ler histrias, contar alguns trechos das histrias estimulando a curiosidade do trmino,

    despertando o fascnio que essa prtica proporciona.

    Um aspecto importante que autora, enfatiza seria o ambiente da alfabetizao rico em

    gravuras, exemplos, painis, oferecido pelo professor, estimulando esse processo. Quanto a

    essa viso Russo afirma:

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    De modo geral, o professor precisa levar a criana a raciocinar sobre a escrita e ,

    para isso , ele deve criar um ambiente rico em materiais e em atos de leitura e

    escrita, incentivando-os. Deve, tambm, provocar a interao entre os diferentes

    nveis , principalmente os mais prximos (Russo, 1999,p.33).

    Portanto no ambiente, o professor pode desenvolver a prtica de estar criando na

    prpria sala o cantinho da leitura, todo decorado, um painel de notcias atuais, a presena dos

    diversos tipos de textos dentro da sala, para que foco da alfabetizao seja conquistado,

    tornando os educandos autnomos de suas aes sociais.

    Para que esse processo de alfabetizao possa ter sucesso, onde abranja ler e escrever,

    a autor Russo diz:

    A criana passa por fases na produo, todas importantes para ela, e o professor

    deve requerer essas produes de maneira gradativa no que se refere dificuldade de

    execuo ou seja, para chegar a elaborar um texto individualmente, com forma e

    contedo prprio, a criana precisa, antes , trabalhar textos coletivos ou em

    pequenos grupos, sob a orientao do professor, com base em modelos de escrita

    corretos e variados quanto a sua forma( poesia, contos, musica, trava lngua etc.)

    (Russo, pg.119, 1999).

    Em uma anlise pode-se concluir que o professor ao pedir ao educando que produza

    uma produo textual, importante que respeite o nvel de cada educando, tendo pacincia e

    desenvolvimento dessa etapa, trabalhando primeiro o texto coletivo e dando a oportunidade

    de estarem sempre lendo tipos variados de leitura, antes sobre o assunto que ser

    desenvolvido, se for um relato do dia-a-dia, deve-se comentar, primeiro, para depois passar

    ao processo de produo textual.

    Quanto a avaliao do processo de alfabetizao, ele contnuo de observao,

    anlise, onde o educador deve avaliar o educando em seu crescimento, de habilidades, as

    dificuldades e estar sempre a contribuir para seu desenvolvimento. Uma ideia importantssima

    que o educador deve fazer uso quanto a prtica de avaliao e desenvolvimento do processo

    de alfabetizao, ter a preocupao de estar arquivando as produes dos educandos. O

    professor deve oportunizar constantemente atividades, dinmicas, recursos de modo geral que

    desperte nos educandos motivao pela conquista de uma alfabetizao que supere o simples

    ler e escrever e sim demonstrar a grande importncia que ela exerce na vida, como Ferreiro,

    declara: (...) a escrita importante na escola porque importante fora da escola e no o

    inverso (FERREIRO, 2007.p. 20), dando autonomia ao ser atravs da decodificao dos

    smbolos, enfocando que alfabetizao um processo do prprio viver.

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    Nessa difcil arte de ensinar, a didtica nos proporciona diversas anlises que precisam

    ser desenvolvidas, pela multidimensionalidade, a unio de 3 dimenses, abrangendo a

    humana, tcnica e poltico- social.

    Na dimenso humana, Vera, ressalta: certamente que o componente afetivo est

    presente no processo de ensino-aprendizagem. Ele perpassa e impregna toda a sua dinmica

    e no pode ser ignorado, ou seja deixa claro que uma postura humana amorosa ao executar a

    prtica educativa essencial, pois o objeto de trabalho so seres humanos, so vidas. Na

    abordagem da dimenso tcnica, Tom enfatiza: refere-se como fazer, ao aspecto

    metodolgico e instrumental, e a preocupao exclusiva como est dimenso tem servido

    (TOM, 2006.p. 46). Ela se constitui atravs de um planejamento que de fato proporcione a

    aprendizagem, norteado pelos objetivos almejados, lanando mo estratgias de ensino, de

    avaliao, a seleo de contedos, os instrumentos que nortearo a sua prtica. E a ltima

    dimenso, est ligada a dimenso poltico-social, Tom declara: (...) v a escola como

    transformao social por isso todo processo pode tanto reproduzir o sistema vigente ou

    reconstruir uma realidade concreta. (TOM, 2006.p.46), deixando claro que a escola

    formadora e transformadora de cidados que atuaro na sociedade.

    Na verdade o bom professor tem compromisso no que realiza, tendo o amor como

    motivador de sua atuao como educador.

    Concluso

    Diante do que foi explanado, conclui-se que o processo de alfabetizao em suas fases

    e do letramento, passa por um perodo longo em sua estruturao. Por isso torna-se um

    processo rduo; porm muito gratificante em sua conquista. um orgulho para o educador

    ver e fazer parte do desenvolvimento de um ser; que mal pegava no lpis e que com

    crescimento de aprendizagem sabe, escrever, ler e expor seu pensar de maneira crtica,

    rompendo o paradigma de que somente ler e escrever j so suficientes para execuo das

    prticas sociais. A atual sociedade atual, seres capazes, crticos, dinmicos, criativos,

    comunicativos, sociveis ou seja letrado, que possa contribuir para o seu desenvolvimento.

    Que os conhecimentos tericos adquiridos em cursos de Graduao, Ps-Graduao,

    Cursos de aperfeioamento, extenso, palestras, seminrios, so essenciais para prtica

    educativa. Que atravs da teoria, leva-se reflexo da prtica, que desemboca em uma

    anlise do que precisa melhora, abolir ou acrescentar em sua ao. Com tudo prtica da

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    alfabetizao e do letramento uma tarefa rdua, requer investimento de tempo, muito estudo,

    dinheiro, planejamento, avaliao, disposio. Esse conjunto de aes, exige do educador

    querer ir mais longe, de romper as metas, os desafios, que aparecero durante sua trajetria,

    nessa misso nobre de educar. Que o professor reflexo aos seus educandos, que sua prtica

    ir influenciar em suas vidas, seja de maneira positiva, para seu crescimento, ou negativa,

    deixando marcas que iro ser lembradas a vida toda, como autoritarismo, rejeio,

    comparao, discriminao, e outras atitudes. Que letrar ir alm dos horizontes, estar com

    os olhos abertos realidade e necessidade que a sociedade requer. buscar o novo a cada

    amanh, sabendo que o conhecimento o caminho para o progresso individual e

    consequentemente social.

    Que o amor que move realmente um educador. Que o desejo de ensinar que motiva

    o aperfeioamento em ofertar sempre o melhor aos educandos. Que seja essa viso de todos

    os educadores, que abraaram essa causa nobre que se chama alfabetizao e letramento.

    REFERNCIAS

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