O que aconteceu com o espírito natalino?

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34567 1.° DE DEZEMBRO DE 2012 ALGO MELHOR QUE O NATAL

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345671.° DE DEZEMBRO DE 2012

ALGOMELHORQUE O NATAL

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O OBJETIVO DESTA REVISTA, A Sentinela, e honrar a Jeova Deus, o Supremo Governante do Universo. Assim comoas torres de vigia nos tempos antigos possibilitavam que uma pessoa observasse de longe os acontecimentos, estarevista mostra para nos o significado dos acontecimentos mundiais a luz das profecias bıblicas. Consola as pessoascom as boas novas de que o Reino de Deus, um governo real no ceu, em breve acabara com toda a maldade etransformara a Terra num paraıso. Incentiva a fe em Jesus Cristo, que morreu para que nos pudessemos ter vidaeterna e que agora reina como Rei do Reino de Deus. Esta revista, publicada sem interrupcao pelas Testemunhasde Jeova desde 1879, nao e polıtica. Adere a Bıblia como autoridade.Esta publicacao nao e vendida. Ela faz parte de uma obra educativa bıblica, mundial, mantida por donativos. A menos que haja outra indicacao, os textos bıblicos citadossao da Traducao do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referencias.

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Tiragem de cada numero:42.182.000 EM 195 IDIOMAS

1.° DE DEZEMBRO DE 2012

ASSUNTOS DE CAPA

3 O que aconteceu com oespırito natalino?

4 Lembrar-se de Jesus Cristo5 A alegria de dar

6 Ajudar os necessitados

7 Passar tempo com a famılia8 “Paz entre homens de boa vontade”9 Eles encontraram algo melhor

SEC˜

OES REGULARES10 Nossos Leitores Perguntam . . .

Por que algumas pessoas nao comemoram o Natal?

11 Achegue-se a Deus— Seu nome esta no “livro de recordacao” de Deus?

16 Aprenda da Palavra de Deus— Por que Deus enviou Jesus a Terra?

21 Voce Sabia?

22 Uma Carta de Benin

30 Ensine Seus Filhos— Jotao continuou fiel apesar de problemas na famılia

TAMB´EM NESTE N

´UMERO

12 Finalmente encontrei verdadeira liberdade!

18 Voce acredita que ja viveu antes?

24 Os cosmeticos nos tempos bıblicos

27 “A Historia nao mente”

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`A MEDIDA que o Natal se aproxima, cancoes, fil-

mes e programas de TV promovem um climade alegria e empolgacao — o espırito natalino. O quevoce acha que mais contribui para esse espırito?

˘ Lembrar-se de Jesus Cristo?˘ Participar na alegria de dar?˘ Ajudar os necessitados?˘ Passar tempo com a famılia?˘ Promover a paz?Como disse o ex-governador Henry, ja citado,

muitos acham difıcil atingir qualquer um desses ob-jetivos nessa ocasiao. A epoca do Natal costuma serfrenetica, estressante e acima de tudo voltada para ocomercio. Sera que e impossıvel sentir o amor e aalegria que supostamente fazem parte do espıritonatalino?

De fato, a Bıblia nos incentiva a nos lembrar deJesus Cristo, ser generosos, ajudar os necessitadose passar tempo com a famılia. Ela tambem nos ensi-na a ser pacıficos. Por isso, em vez de analisar porque alguns nao comemoram o Natal,� esta serie deartigos abordara as seguintes perguntas:

˘ Com que objetivos alguns comemoram o Natal?˘ Por que e difıcil atingir esses objetivos?˘ Que princıpios bıblicos ajudaram milhoes de pes-

soas a encontrar algo melhor que o Natal?

� Para saber as razoes bıblicas que levam alguns a nao comemoraro Natal, veja o artigo “Nossos Leitores Perguntam — Por que algu-mas pessoas nao comemoram o Natal?”, na pagina 10.

O que aconteceu com oespırito natalino?

“´E facil ficar envolvidona agitacao dessa epoca.As tradicoes natalinas setransformam em listas dedeveres a cumprir, e o tempocom a famılia e os amigos ficareduzido por causa de tantoscompromissos. Em vez daesperada alegria, o quesentimos e estresse.”— BRAD HENRY, EX-GOVERNADORDE OKLAHOMA, ESTADOS UNIDOS,23 DE DEZEMBRO DE 2008.

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Por que alguns comemoram o Natal?Para alguns, Jesus e a figura central dessa fes-tividade. Assim, eles comemoram o Natalpara celebrar o dia do nascimento dele.Por que e difıcil atingir esse objetivo?Muitas musicas e costumes natalinos poucofalam de Jesus Cristo. Milhoes de pessoas quecelebram o Natal nao tem fe em Jesus; algu-mas nem acreditam que ele tenha existido.No mundo do comercio, o Natal se tornouuma oportunidade para fazer propaganda deprodutos em vez de uma ocasiao para se lem-brar de Jesus.Que princıpios bıblicos mostram algo me-lhor que o Natal?‘O Filho do homem veio para dar a sua almacomo resgate em troca de muitos.’ (Marcos10:45) Jesus disse as palavras no inıcio desteartigo na noite antes de morrer, nao no dia deseu aniversario. Naquela ocasiao, ele insti-tuiu uma cerimonia simples como recorda-cao de sua morte. Mas por que Jesus desejariaque seus seguidores se lembrassem de suamorte e nao de seu nascimento? Porque o sa-crifıcio resgatador de Jesus da as pessoas obe-dientes a oportunidade de ter vida eterna.

“O salario pago pelo pecado e a morte”, diz aBıblia, “mas o dom dado por Deus e a vidaeterna por Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Ro-manos 6:23) Assim, no aniversario da mortede Jesus, seus seguidores se lembram dele,nao como um bebe indefeso, mas como “osalvador do mundo”. — Joao 4:42.

“Cristo sofreu por vos, deixando-vos um mo-delo para seguirdes de perto os seus passos.”(1 Pedro 2:21) Para honrar a Jesus e se lem-brar dele, voce precisa estudar o exemplo queele deixou como homem perfeito. Alem dis-so, medite em como Jesus mostrou compai-xao, paciencia e coragem para fazer o que ecerto, e procure imita-lo em seu dia a dia.

“O reino do mundo tornou-se o reino denosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinarapara todo o sempre.” (Revelacao [Apocalipse]11:15) Quando pensar em Jesus Cristo, lem-bre-se do que ele esta fazendo agora. Ele estareinando como Rei no ceu. A Palavra de Deusprofetizou sobre Jesus: “Tera de julgar comjustica os de condicao humilde e tera de darrepreensao com retidao em benefıcio dosmansos da Terra.” (Isaıas 11:4) Esse versıculodescreve belas qualidades, nao de um recem-nascido, mas de um poderoso Governante.

Lembrar-se deJesus Cristo

“Persisti em fazer isso emmemoria de mim.” — LUCAS 22:19.

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Gostaria de ter mais informacoes ou um curso bı-blico domiciliar gratuito? Escreva as Testemunhasde Jeova, usando o endereco apropriado. Parauma lista completa dos enderecos das sedes, vejawww.jw.org/contato.

´Africa do Sul: Private Bag X2067, Krugersdorp, 1740. Alema-nha: 65617 Selters. Angola: Caixa Postal 6877, Luanda Sul.Argentina: Casilla 83 (Suc 27B), C1427WAB Cdad. Aut. deBuenos Aires. Belgica: rue d’Argile-Potaardestraat 60, B-1950Kraainem. Brasil: CP 92, Tatuı, SP, 18270-970. Canada: POBox 4100, Georgetown, ON L7G 4Y4. Espanha: Apartado132, 28850 Torrejon de Ardoz (Madrid). Estados Unidos daAmerica: 25 Columbia Heights, Brooklyn, NY 11201-2483.Franca: BP 625, F-27406 Louviers Cedex. Gra-Bretanha: TheRidgeway, London NW7 1RN. Holanda: Noordbargerstraat77, NL-7812 AA Emmen. Italia: Via della Bufalotta 1281,

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A Sentinela e publicada e impressa quinzenalmente pela As-sociacao Torre de Vigia de Bıblias e Tratados. Sede e grafica:Rodovia SP-141, km 43, Cesario Lange, SP, 18285-901. Dire-tor responsavel: A. S. Machado Filho. Revista registrada sobo numero de ordem 508. � 2012 Watch Tower Bible andTract Society of Pennsylvania. Todos os direitos reservados.Impressa no Brasil.

Vol. 133, No. 23 Semimonthly PORTUGUESE (Brazilian Edition)

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AGORA PUBLICADA EM 195 IDIOMAS: acholi, africaner,aimara,� albanes, alemao,�� amarico, arabe, armenio,armenio ocidental, azerbaijano, azerbaijano (escrita cirı-lica), baule, bengali, bicol, bislama, bulgaro, camboja-no, canares, catalao, cazaque, cebuano, chicheva, chines(simplificado), chines (tradicional)� (audio apenas emmandarim), chitonga, chitumbuka, chona, chuuques, ci-bemba, cingales, congo, coreano,�� crioulo de Maurıcio,crioulo de Seychelles, crioulo do Haiti, croata, cuanhama,dinamarques,� efique, eslovaco, esloveno, espanhol,��estoniano, eve, fijiano, finlandes,� frances,��� ga, garifu-na, georgiano, grego, groenlandes, guarani,�� gum, gu-zerate, hauca, hebraico, hiligaino, hindi, hiri motu, ho-

landes,�� hungaro,�� ibo, ilocano, indonesio, ingles,��ioruba, islandes, isoko, italiano,�� japones,�� kikaonde,kikongo, kiluba, kimbundu, kiribati, kirundi, kwangali, le-tao, lingala, lituano, luganda, lunda, luo, luvale, ma-cedonio, macua, maia, malaiala, malgaxe, maltes, ma-rata, marchales, mianmar, mixe, mizo, mongol, mouro,nauatle (norte de Puebla), ndongo, nedebele, nepales,ngabere, niueano, noruegues,� nyaneka, nzema, oromo,otetela, palauano, pangasino, papiamento (Aruba), pa-piamento (Curacau), persa, pidgin das Ilhas Salomao, po-lones,�� ponapeano, portugues��� (tambem em braile),punjabi, quıchua, quıchua (Ancash), quıchua (Ayacu-cho), quıchua (Bolıvia),� quıchua (Cuzco), quicuio, qui-

niaruanda, quirguiz, rarotongano, romeno, russo,�� sa-moano, sango, sepedi, servio, servio (romano), sesoto,silozi, sranantongo, suaıli, sueco,� swati, tagalo,� tai, tai-tiano, tamil, tartaro, tcheco,� tchiluba, telugo, tetum, ti-grınia, tiv, tok pisin, tonganes, totonaca, tshwa, tsonga,tsuana, turco, tuvaluano, tvi, tzotzil, ucraniano, umbun-du, urdu, uruund, valisiano, venda, vietnamita, waray-waray, wolaita, xosa, yapese, zande, zapoteca (do istmo),zulu.

� Tambem disponıvel em CD.� Tambem disponıvel em MP3.�

´Audio tambem disponıvel no site www.jw.org/pt.

Por que alguns comemoram o Natal?Como Jesus declarou, o ato de dar alegra tan-to quem da como quem recebe. Em buscadessa felicidade, muitas pessoas encaram ocostume de dar presentes como um dos as-pectos mais importantes do Natal. Por exem-plo, certa pesquisa revelou que, apesar da cri-se economica do ano passado, cada famıliana Irlanda esperava gastar mais de 500 euroscom presentes de Natal.Por que e difıcil atingir esse objetivo?Muitos acham que dar presentes no Nataltraz mais estresse do que felicidade. Comoassim? Boa parte dos consumidores se senteobrigada a comprar presentes alem de suaspossibilidades. E, visto que todos comprampresentes ao mesmo tempo, torna-se muitodesagradavel ter de enfrentar multidoes elongas filas para fazer as compras de Natal.Que princıpios bıblicos mostram algo me-lhor que o Natal?“Praticai o dar”, disse Jesus.� (Lucas 6:38) Ele

� Algumas traducoes da Bıblia simplesmente dizem:“Dai.” No grego original, porem, a forma verbal denotaacao contınua. A fim de transmitir o pleno sentido da pa-lavra usada por Jesus, a Traducao do Novo Mundo usa a ex-pressao “praticai o dar”.

nao disse que a acao de dar devia se limitar auma epoca do ano em que todo mundo espe-rasse isso. Ele incentivou seus seguidores acriar o habito de dar de modo espontaneo,fazendo disso um modo de vida.

“Faca cada um conforme tem resolvido noseu coracao, nao de modo ressentido, nem sobcompulsao, pois Deus ama o dador animado.”(2 Corıntios 9:7) De acordo com certo co-mentario bıblico, a essencia desse conselho eque “nunca se deve dar algo ‘sob compul-sao’, por se sentir obrigado a fazer isso”. Um“dador animado” nao se sente na obrigacaode dar um presente especıfico a uma pessoaespecıfica numa epoca especıfica — exata-mente como costuma acontecer no Natal.

“Se houver primeiro a prontidao, e especial-mente aceitavel segundo o que a pessoa tem,nao segundo o que a pessoa nao tem.” (2 Co-rıntios 8:12) Deus nao exige que os cristaosentrem em dıvidas para comprar presentescaros. Quando alguem da ‘segundo o quetem’, seus presentes nao sao apenas acei-taveis, mas “especialmente aceitaveis”. Issocom certeza e bem diferente da mensagem“compre agora, pague depois”, tao comumnas propagandas de fim de ano.

A alegria dedar

“Ha mais felicidade em dardo que ha em receber.” — ATOS 20:35.

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6 A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012

Por que alguns comemoram o Natal?Jesus ajudou os pobres, doentes e oprimidos,e alguns querem seguir seu exemplo. Achamque a melhor ocasiao para isso e o Natal,quando instituicoes de caridade costumamse empenhar mais para conseguir doacoes.

Por que e difıcil atingir esse objetivo?Durante as festas de fim de ano, muitas pes-soas estao preocupadas em fazer compras, re-ceber parentes e amigos ou visita-los. Tudoisso as deixa com pouco tempo, energia e di-nheiro para ajudar os pobres e necessitados.O maximo que elas conseguem talvez seja fa-zer uma doacao.

Que princıpios bıblicos mostram algo me-lhor que o Natal?“Nao negues o bem aqueles a quem e devido,quando estiver no poder da tua mao faze-lo.”(Proverbios 3:27) Os pobres, famintos e opri-midos nao sofrem so na epoca do Natal. Sevoce perceber que alguem precisa de ajuda ese estiver ‘no poder da sua mao’ ajuda-lo, porque esperar um feriado para fazer isso? Seusatos de bondade e compaixao serao abencoa-dos.

“Todo primeiro dia da semana, cada um devos, na sua propria casa, ponha algo de lado,em reserva, conforme tiver prosperado.” (1 Co-rıntios 16:2) O apostolo Paulo deu esse conse-lho a cristaos do primeiro seculo que que-riam ajudar os pobres. Sera que voce poderia

‘por de lado’, ou reservar, algum dinheiropara doar regularmente a pessoas ou a umaorganizacao que faca bom uso dos donati-vos? Assim, voce estara cuidando dos necessi-tados, mas dentro de suas possibilidades.

“Nao vos esquecais de fazer o bem e de parti-lhar as coisas com outros, porque Deus se agra-da bem de tais sacrifıcios.” (Hebreus 13:16)Observe que, alem de “partilhar as coisascom outros”, precisamos nos lembrar de “fa-zer o bem”. Por exemplo, pais sabios ensinamseus filhos a ajudar os idosos em tarefas dodia a dia, a encorajar os doentes por meio deum cartao, uma visita ou um telefonema, e ase importar pelas criancas pobres ou que temalguma deficiencia. Dessa forma, os filhosaprendem a ser bondosos e generosos o anointeiro.

Ajudaros necessitados

“Quem e bondoso sera abencoadoporque reparte a sua comidacom os pobres.” — PROV

´ERBIOS 22:9,

Bıblia na Linguagem de Hoje.

Pais sabios ensinam seus filhos aajudar os idosos, os doentes e ascriancas desamparadas. Dessa forma,os filhos aprendem a ser bondosose generosos o ano inteiro

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A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012 7

Por que alguns comemoram o Natal?Visto que os israelitas eram todos descenden-tes de Jaco, tambem chamado Israel, eleseram “irmaos”, membros de uma so famılia.Era “bom” e “agradavel” quando eles se reu-niam para festividades em Jerusalem. Hoje,muitas famılias tambem aguardam com ex-pectativa a oportunidade de se reunirem noNatal e passarem momentos ‘bons’ e ‘agra-daveis’.Por que e difıcil atingir esse objetivo?Uma enciclopedia sobre o Natal e o ano-novo reconhece: “Tensoes familiares quenao se manifestam durante o ano muitas ve-zes vem a tona quando a famılia se reune nasfestas de fim de ano.”Que princıpios bıblicos mostram algo me-lhor que o Natal?‘Paguem a devida compensacao aos seus pais eavos.’ (1 Timoteo 5:4) Dentro do possıvel,programe visitas regulares a seus parentes.Mesmo que morem longe, voce ainda podese comunicar com eles com frequencia. Porque nao escreve uma carta, telefona, enviaum e-mail ou conversa com eles pela inter-net? A comunicacao regular diminui a pro-babilidade de ocorrerem mal-entendidos.

“Estais comprimidos quanto ao espaco nasvossas proprias ternas afeicoes. . . . Alargai-vos.” (2 Corıntios 6:12, 13) Parentes visitadosapenas uma vez por ano podem facilmentese tornar estranhos — em especial para as

criancas. Algumas acabam tendo pouca afi-nidade com seus avos e outros parentes. As-sim, pais, passem tempo com seus parentesmais idosos. Dessa forma voces incentivaraoseus filhos a ‘se alargar’ em suas afeicoes.�Criancas que passam tempo com idosos cos-tumam desenvolver mais empatia e aprecopor pessoas mais velhas.

“Como e boa a palavra certa na hora certa!”(Proverbios 15:23, Bıblia na Linguagem deHoje) Como voce pode evitar que mal-enten-didos ou problemas mal resolvidos desgas-tem seus lacos familiares? Uma maneira e es-colher a “hora certa” para discutir assuntosque realmente precisam de atencao. Se vocetiver uma boa comunicacao com seus paren-tes, sera mais facil falar com eles em particu-lar para resolver problemas e, assim, termomentos ‘bons’ e ‘agradaveis’ quando esti-verem reunidos.

� Veja os artigos “O que eu ganho em conhecer me-lhor meus avos?” e “Como ficar mais achegado aos meusavos?”, nos numeros de 22 de abril e 22 de maio de2001 da revista Despertai!, publicada pelas Testemunhasde Jeova.

Passar tempo com afamılia

“Eis que quao bom e quao agradavele irmaos morarem juntos em uniao!”— SALMO 133:1.

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8 A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012

Por que alguns comemoram o Natal?Todo ano no Natal, o papa e outros lıderes re-ligiosos fazem discursos sobre paz. Eles espe-ram que a epoca do Natal cumpra a procla-macao angelica de que haja “na terra pazentre homens de boa vontade”. Algumaspessoas ate fazem peregrinacoes especiaisnessa epoca.

Por que e difıcil atingir esse objetivo?A paz na epoca do Natal, na melhor das hipo-teses, e temporaria. Por exemplo, em dezem-bro de 1914, durante a Primeira Guerra Mun-dial, soldados britanicos e alemaes saıramdas trincheiras e comemoraram o Natal jun-tos. Compartilharam comida, bebida e cigar-ros. Ate jogaram futebol. Mas a tregua naodurou muito. Prova disso e o que um solda-do britanico na frente de batalha disse numacarta. Ele contou que um soldado alemao ti-nha lhe dito: “Hoje nos temos paz. Amanhavoce lutara por seu paıs, e eu lutarei pelomeu.”

Que princıpios bıblicos mostram algo me-lhor que o Natal?“Um menino nos nasceu . . . Sera chamadopelo nome de . . . Prıncipe da Paz. Da abun-dancia do domınio principesco e da paz naohavera fim.” (Isaıas 9:6, 7) Voce nao achaconsoladora essa profecia sobre Jesus Cristo?Ele nao nasceu na Terra para trazer apenas

um dia de paz por ano. Como Governantecelestial, ele trara verdadeira paz, que durarapara sempre.

“Que, por meio de mim [Jesus], tenhais paz.No mundo tereis tribulacao, mas, coragem! euvenci o mundo.” ( Joao 16:33) Mesmo hoje,Jesus ajuda seus seguidores a ter paz entre si.´E verdade que os cristaos enfrentam tribula-coes. Mas, gracas a Bıblia, eles sabem por queexiste o sofrimento e como Jesus trara pazduradoura. Por isso, tem paz mental.

Por seguirem os ensinamentos de Jesus, asTestemunhas de Jeova tem paz — nao impor-ta sua nacionalidade, cor da pele, raca ouidioma. Veja isso com seus proprios olhospor assistir a uma reuniao no Salao do Reino.Como muitos outros, voce talvez concordeque essa paz e melhor do que qualquer pazque o Natal possa oferecer.

“Pazentre homensde boa vontade”

“Gloria a Deus nas maiores alturas,e na terra paz entre homens deboa vontade.” — LUCAS 2:14.

As Testemunhas de Jeova tem paze uniao, nao importa sua cor da peleou idioma. Veja isso com seus propriosolhos por assistir a uma reuniao noSalao do Reino

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MILH˜

OES de cristaos nao comemoram o Natal. Sera quese arrependem dessa decisao? Acham que estao perdendoalgo? Seus filhos se sentem privados de alguma coisa?Veja o que algumas Testemunhas de Jeova de varias par-tes do mundo tem a dizer.˘ Lembrar-se de Jesus Cristo: “Antes de me tornar Teste-munha de Jeova, eu quase nao ia a igreja. E quando eu iaera so no Natal ou na Pascoa. Mas, mesmo nessas oca-sioes, eu nao pensava em Jesus Cristo. Hoje eu nao come-moro o Natal, mas assisto a reunioes cristas duas vezespor semana e ate ensino a outros o que a Bıblia diz sobreJesus.” — EVE, AUSTR

´ALIA.

˘ A alegria de dar: “Fico feliz quando alguem me da umpresente sem eu esperar. Gosto muito de surpresas! Tam-bem gosto de fazer cartoes e desenhos para outras pessoasporque elas ficam contentes, e eu tambem fico conten-te.” — REUBEN, IRLANDA DO NORTE.

˘ Ajudar os necessitados: “Nos gostamos de prepararuma refeicao quando alguem esta doente.

`As vezes leva-

mos flores, um bolo ou uma lembranca para alegra-lo.Gostamos de fazer isso porque assim podemos visitar es-sas pessoas em qualquer epoca do ano.” — EMILY, AUSTR

´ALIA.

˘ Reunir a famılia: “Quando nossa famılia se reune, nos-sos filhos podem conhecer melhor os tios, avos e primosnum ambiente descontraıdo. Nos nao dependemos de fe-riados para nos reunir em famılia. Por isso, nao nos senti-mos pressionados, e nossos parentes sabem que nos os vi-sitamos porque os amamos.” — WENDY, ILHAS CAIM

˜A.

˘ Paz: “Na epoca do Natal, parece que existe tanta coisapara fazer que poucas pessoas pensam sobre paz. Agoraque aprendi o que a Bıblia promete para a humanidade,eu me sinto mais tranquila. Hoje eu sei que meus filhosterao um futuro feliz.” —SANDRA, ESPANHA.

Eles encontraramalgo melhor

EVE

REUBEN

EMILY

WENDY

SANDRA

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10 A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012

ˇ No mundo inteiro, cerca de 2 bilhoes de pes-soas comemoram o Natal em 25 de dezembro,ao passo que pelo menos 200 milhoes comemo-ram o nascimento de Jesus Cristo em 7 de janei-ro. Mas ha milhoes de pessoas que decidem naocomemorar o Natal. Por que?

Talvez pertencam a uma religiao que nao fazparte da cristandade, como judaısmo, hinduıs-mo ou xintoısmo. Outros, como ateus, agnosti-cos, livres-pensadores ou humanistas seculares,encaram a historia do Natal como mito.

No entanto, por incrıvel que pareca, muitaspessoas que acreditam em Jesus rejeitam as tra-dicoes natalinas. Por que? Por pelo menos qua-tro motivos.

Primeiro: elas nao acreditam que Jesus tenhanascido em dezembro ou janeiro. A Bıblia naofornece uma data especıfica. Ela apenas diz:“Havia tambem no mesmo paıs pastores viven-do ao ar livre e mantendo de noite vigılias sobreos seus rebanhos. E, repentinamente estava pa-rado ao lado deles o anjo de Jeova, e . . . o anjodisse-lhes: ‘. . . Hoje vos nasceu na cidade deDavi um Salvador, que e Cristo, o Senhor.’”— Lucas 2:8-11.

Os meses de dezembro e janeiro sao os maisfrios na regiao de Belem. Por isso, os rebanhos fi-cavam em abrigos para se manterem aquecidosa noite. Esse e outros fatos mostram que Jesusnao nasceu em dezembro ou janeiro, mas pro-vavelmente por volta do inıcio de outubro,quando os pastores ainda passavam a noite aoar livre com seus rebanhos.

Um segundo motivo: o unico evento que Je-sus especificamente instruiu seus seguidores acelebrar foi sua morte, nao seu nascimento. (Lu-cas 22:19, 20) Observe tambem que os Evange-lhos de Marcos e Joao nem sequer mencionamo nascimento de Jesus.

Um terceiro motivo: nao existe evidencia his-torica de que os primeiros cristaos comemoras-sem o nascimento de Cristo. Mas eles relembra-vam sua morte. (1 Corıntios 11:23-26) Foi sodepois de mais de 300 anos apos o nascimentode Jesus que a cristandade oficialmente come-cou a comemorar o Natal em 25 de dezembro.´E interessante que, em meados do seculo 17, umdecreto do Parlamento na Inglaterra proibiu ascomemoracoes de Natal. Nos Estados Unidos, oTribunal Geral de Massachusetts fez o mesmo.Por que? O livroThe Battle for Christmas (A Bata-lha pelo Natal) diz: “Nao existe razao bıblica ouhistorica para afirmar que Jesus tenha nascido

em 25 de dezembro.” Ele tambem diz que nessaepoca o grupo religioso dos puritanos achavaque “o Natal nao passava de uma festa paga sobum manto de cristianismo”.

Isso nos leva a um quarto motivo: a origemdeploravel da celebracao. As raızes do Natal re-montam a Roma paga, com sua mistura de festi-vidades em honra ao deus da agricultura, Satur-no, e ao deus Sol Invictus, ou Mitra. No livroPagan Christmas (Natal Pagao), os antropolo-gos Christian Ratsch e Claudia Muller-Ebelingescreveram: “Assim como muitos costumes ecrencas anteriores ao cristianismo, a antiga festi-vidade que comemorava o retorno anual do Solfoi dedicada ao nascimento de Cristo.”

Em vista de tudo isso, percebe por que os cris-taos verdadeiros nao comemoram o Natal?

NOSSOS LEITORES PERGUNTAM . . .

Por que algumas pessoas nao comemoram o Natal?

O unico evento que Jesusespecificamente instruiuseus seguidores a celebrar foisua morte, nao seu nascimento

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SER´

A que Jeova nota os esforcos que seus adora-dores fazem para agrada-lo? Sim, ele nota!

Mas observa mais do que seus atos de adoracao eexpressoes de louvor. Ele presta atencao ate mes-mo quando seus servos pensam nele com apreco.E, ainda mais, Jeova nunca se esquecera delesnem do que tem feito. Como podemos ter tantacerteza? A resposta esta nas palavras registradaspelo profeta Malaquias. — Leia Malaquias 3:16.

No quinto seculo AEC, quando Malaquias pro-fetizou, a situacao moral e religiosa em Israel erachocante. Os sacerdotes negligenciavam seus de-veres, e as pessoas em geral praticavam coisas quedesonravam a Deus, como feiticaria, adulterio efraude. (Malaquias 2:8; 3:5) Apesar de tanta de-gradacao moral, havia um grupo de israelitasque continuavam leais. O que eles faziam?

“Os que temiam a Jeova falaram um ao outro”,explica Malaquias. O temor de Deus e uma quali-dade positiva. Malaquias fala aqui de israelitasque tinham profundo respeito por Deus e ao mes-mo tempo um temor saudavel de desagrada-lo.Observe que essas pessoas tementes a Deus ‘fala-vam umas as outras’. Pelo visto, elas se reuniampara louvar a Jeova e encorajar umas as outras, eassim nao ficar desanimadas ou ser contaminadascom a degradacao moral a sua volta.

Os israelitas fieis mostravam sua reverencia porJeova de outra maneira significativa: eles “pensa-vam no seu nome”. Outra traducao da Bıblia diz“estimavam seu nome”. Aquelas pessoas temen-tes a Deus honravam a Jeova ate em seus pensa-mentos. Dentro de seu coracao, elas pensavamcom apreco, ou meditavam, em Jeova e seu gran-de nome. Sera que Jeova percebia isso?

Malaquias diz: “Jeova prestava atencao e escu-tava.” Do seu elevado lugar de morada no ceu,

Jeova, por assim dizer, inclinava seu ouvido e es-cutava cada expressao de louvor que seus adora-dores diziam uns aos outros. Ele tambem prestavaatencao a meditacao de cada um deles. (Salmo94:11) Mas Jeova fazia mais do que apenas prestaratencao as coisas boas que eles diziam e pensa-vam.

“Comecou-se a escrever perante ele um livro derecordacao”, diz Malaquias. Esse livro e um regis-tro de todos os que tem servido a Jeova com inte-gridade. Observe que ele e chamado de “livro derecordacao”.� Isso mostra que Jeova nunca se es-quecera de seus adoradores fieis e de tudo quetem feito para louva-lo — cada boa acao, palavra epensamento. Mas Deus se lembra deles com umobjetivo. Ele promete que recompensara com vidaeterna aqueles que tem o nome permanentemen-te registrado nesse livro de recordacao.� — Salmo37:29.

Como e consolador saber que Jeova valorizatudo o que fazemos para adora-lo de modo acei-tavel! As palavras de Malaquias 3:16 nos dao mui-to em que pensar. Faremos bem em nos per-guntar: ‘Sera que meu nome esta no “livro derecordacao” de Deus?’ Estara, se voce fizer o seumelhor para agir, falar e pensar todo dia de ummodo que agrade a Jeova.

� A palavra hebraica para “recordacao” significa maisdo que apenas se lembrar de algo. Tambem pode impli-car fazer algo a respeito daquilo que e lembrado.� Para mais informacoes sobre a promessa de Deus de

vida eterna, veja o capıtulo 3 do livro O Que a Bıblia Real-mente Ensina?, publicado pelas Testemunhas de Jeova.

ACHEGUE-SE A DEUS

Seu nome esta no“livro de recordacao” de Deus?

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SUGEST˜

AO DE LEITURA DA B´IBLIA

PARA DEZEMBRO:˛ Naum 1–Malaquias 4

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Page 12: O que aconteceu com o espírito natalino?

12 A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012

DE ACORDO com meus documentos, eunasci em 1924, pelo visto no vilarejo de

Shmakovka, que fica no extremo leste da Rus-sia, perto da fronteira com a China.

Certo dia, meu pai e meus irmaos mais ve-lhos foram levados por bandidos, e minhamae nunca mais os viu. Ficaram so ela e algunsfilhos pequenos, que ela mal conseguia ali-mentar. Um vizinho se ofereceu para nos levarao orfanato da Igreja Ortodoxa Russa e lhes di-zer que nossa mae havia nos abandonado.

Minha mae concordou com o plano porquesabia que, se nao fizesse isso, os filhos mais no-vos, incluindo eu, acabariam morrendo defome. Agora que ja estou com meus 80 e pou-cos anos, sou grata por ela ter nos mandadopara o orfanato, pois isso provavelmente sal-vou nossa vida. Mesmo assim, o que ela fezainda me traz tristes recordacoes.

Em 1941, me mudei para a Coreia e me caseicom Ivan, um amavel homem russo. Nossa fi-lha, Olya, nasceu em Seul, Coreia, em 1942.Depois vieram nossos filhos Kolya, em 1945, eZhora, em 1948. Meu marido cuidava da lojade nossa famılia, e eu costurava. Visto que Seulhavia sido ocupada pelos japoneses, nossos fi-lhos cresceram falando japones, embora emcasa falassemos russo. Ate 1950, parecia haverpaz entre sovieticos, americanos e coreanosem Seul. Todos eram clientes da nossa loja.

Capturados pelos norte-coreanosEm 1950, tudo mudou de repente. Tropas

norte-coreanas invadiram Seul. Como nao pu-demos fugir, fomos presos com outros estran-geiros. Por tres anos e meio, fomos forcados air para varios locais em toda a Coreia do Nor-te junto com prisioneiros de guerra britani-cos, russos, americanos e franceses. Ficavamosonde quer que houvesse abrigo e tentavamosescapar das bombas.`

As vezes, ficavamos em casas onde tınha-mos aquecimento e comida suficiente. Mas namaioria das vezes so havia painco para comer,e dormıamos em locais abandonados e frios.Muitos do grupo morreram de desnutricao epor falta de cuidados. Eu ficava desesperadaquando meus filhos sofriam. O inverno chega-va cedo na Coreia do Norte. Eu me lembro deficar a noite toda aquecendo pedras na foguei-ra para colocar onde as criancas dormiam.

Alguns aldeoes coreanos nos ensinaramquais plantas silvestres eram comestıveis e,quando o tempo esquentava, nos procurava-mos folhas, amoras, uvas e cogumelos. Era ob-vio que os aldeoes nao sentiam odio por nos,mas sim pena da nossa situacao. Aprendi a ca-car ras para complementar nossa fraca ali-mentacao. Eu ficava muito triste ao ouvirmeus filhos o tempo todo pedindo ras para co-mer.

FINALMENTE ENCONTREI

VERDADEIRA LIBERDADE!NARRADO POR MARIA KILIN

Com ironia, o guarda da prisao disse: “Ninguem esta procurandovoces. Podem ficar por aqui mesmo.” Como e que nos, uma famıliarussa pacıfica e trabalhadora, fomos parar numa prisao na Coreia doNorte em 1950, uns cinco anos depois da Segunda Guerra Mundial?

Foto do U.S. Army

Page 13: O que aconteceu com o espírito natalino?

Certa vez, num mes de outubro, nos manda-ram ir para Manp’o. Eles disseram que provi-denciariam carrocas puxadas por bois para le-var os doentes e as criancas. Olya e o paifizeram a viagem a pe com o restante do gru-po. Eu e meus outros filhos ficamos, ansiosa-mente esperando as carrocas chegarem. De-pois de alguns dias, elas chegaram.

Os prisioneiros doentes eram amontoadosnas carrocas como se fossem sacas de cereal.Era uma cena horrıvel! Com o pequeno Zhoraem minhas costas, tentei colocar Kolya no can-to de uma carroca, mas ele comecou a chorar:“Mamae, mamae, eu quero ir com voce! Naome deixe!”

Kolya me seguia, com sua maozinha agar-rando minha saia enquanto se esforcava paraacompanhar nosso passo. Muitos prisioneirosforam mortos a tiros durante essa terrıvel ca-minhada, que durou dias. Bandos de corvos vi-nham depois sobre os corpos que ficavam paratras. Por fim, acabamos encontrando meu ma-rido e Olya. Nos choramos e nos abracamos.Naquela noite, fiquei acordada e esquentei pe-dras no fogo para aquecer meus filhos. Eu esta-va em paz, pois todos eles estavam comigo.

Em 1953, perto da fronteira entre a Coreiado Norte e a Coreia do Sul, a vida se tornoumais facil. Nos recebemos uniformes limpos,sapatos, pao e ate mesmo doces. Logodepois, os britanicos foram libertadose, em seguida, os franceses. Mas nosnao eramos cidadaos de nenhum paıs.Quando os ultimos prisioneiros parti-ram, ficamos sozinhos. Choramos dedesespero e nao conseguıamos nem co-mer. Foi nessa ocasiao que o guarda co-reano nos disse as palavras rudes men-cionadas no inıcio.

Vida nova nos Estados UnidosPouco depois, fomos levados atraves

da zona desmilitarizada para a Coreiado Sul. Isso foi uma surpresa para nos.Depois de sermos interrogados por

Vilarejo de Shmakovka, Primorskiy Kray, noextremo leste da Russia, onde eu nasci

No fim de 1954, Maria Kilin escreveu umrelato comovente de sua vida na Coreia doNorte. Ele foi traduzido para o ingles por umfuncionario russo da embaixada da Australiae vendido a um jornal nos Estados Unidos.A historia dela foi publicada em 12 partesnesse jornal, de 16 a 28 de janeiro de 1955.

A primeira parte comecava assim: “Naosou escritora. Talvez nao seja capaz de contarminha historia da melhor forma. Mas possocontar tudo o que realmente aconteceu.” E foiisso que ela fez. Este artigo e um breve rela-

to da vida de Maria,incluindo a grandemudanca em sua vidaanos depois de elachegar aos EstadosUnidos.

UMA HIST´

ORIA COMOVENTE

MANUSCRITO DA HIST´

ORIA DE MARIA KILINE A PRIMEIRA PARTE PUBLICADA NO JORNAL

Page 14: O que aconteceu com o espírito natalino?

militares americanos, fomos autorizados aimigrar para os Estados Unidos. Viajamos denavio para San Francisco, California, ondeuma instituicao de caridade cuidou de nos.Mais tarde, nos mudamos para Virgınia, e al-guns conhecidos nos ajudaram a nos estabele-cer. Depois fomos para Maryland, onde come-camos uma vida nova.

Ficavamos impressionados com coisas sim-ples como um aspirador de po. Sendo imigran-tes em um novo paıs, trabalhavamos muito.Mas era triste ver recem-chegados serem ex-plorados por conterraneos que haviam prospe-rado. Pouco depois de chegarmos, conhece-mos um sacerdote da Igreja Ortodoxa Russaque disse: “Voces estao agora num paıs aben-coado. Se quiserem progredir na vida, nao fi-quem perto de sua propria gente.” Fiquei cho-cada e confusa. Nao deverıamos ajudar uns aosoutros?

Em 1970, Bernie Battleman, que era Teste-munha de Jeova, veio a nossa casa para falarsobre a Bıblia. Ele era determinado e francocomo nos. Conversamos por horas. Visto queeu havia crescido num orfanato ortodoxo, co-nhecia todos os ensinos da igreja. Mas jamais

pensei em ter uma Bıblia! Bernie trouxe umapara nos e disse: “Estou dando essa Bıblia por-que amo voces.” Ele tambem nos apresentou aBen, uma Testemunha de Jeova de Belarus quefalava russo.

Ben e sua esposa gentilmente responderamas minhas duvidas com base na Bıblia. Mas eutinha certeza de que as Testemunhas de Jeovahaviam distorcido o texto sagrado. Eu ficavacom muita raiva porque as publicacoes delasdiziam que Maria teve outros filhos alem de Je-sus, ao passo que a igreja ensinava o contrario.

Telefonei para uma amiga polonesa e pedique ela lesse Mateus 13:55, 56 na Bıblia delaem polones. Quando ela leu o texto, fiqueichocada ao ver que Jesus realmente tinha ir-maos mais novos. Minha amiga tambem tele-fonou para uma pessoa conhecida que traba-lhava na Biblioteca do Congresso, na capital,Washington, para verificar esses versıculos emtodas as traducoes disponıveis ali. Ela disse quetodas diziam a mesma coisa: Jesus tinha ir-maos e irmas!

Eu tinha muitas outras duvidas: Por que ascriancas morrem? Por que as nacoes guer-reiam? Por que as pessoas nao se entendem,

Quando me casei com Ivan, 1941 Com meu marido e dois de nossos filhos, 1954

Fotodo

U.S.Arm

y

Page 15: O que aconteceu com o espírito natalino?

A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012 15

mesmo quando falam a mesma lıngua? As res-postas que Ben e sua esposa me mostravam naBıblia me emocionavam. Aprendi que nao e davontade de Deus que as pessoas sofram. Fiqueimuito feliz ao saber que eu veria novamentepessoas queridas que haviam morrido em va-rios conflitos. Aos poucos, Jeova se tornou realpara mim.

Certo dia, eu estava diante das minhas ima-gens, implorando a Deus para ajudar meu fi-lho, que havia voltado da guerra no Vietna eestava emocionalmente abalado. De repente,percebi que devia fazer minhas oracoes direta-mente ao Deus vivente, Jeova, e nao as ima-gens. Eu as destruı e vi que nao passavam deum pedaco de metal pintado. Eu as tinha com-prado na igreja, mas naquela noite me desfizdelas.

Nao foi facil me separar da religiao em queeu havia sido criada. Mas agora eu dava maisvalor ao que a Bıblia ensinava do que a qual-quer outra coisa. Um ano depois, fui com mi-nha filha e meu marido visitar aquele sacerdo-te ortodoxo. Eu tinha um caderno cheio deperguntas bıblicas e versıculos anotados. Con-forme eu lia os versıculos em voz alta, o sacer-dote balancava a cabeca e dizia: “Voce esta per-dida.” Ele disse para nao voltarmos nuncamais.

Esse episodio impressionou minha filhaOlya, que era determinada e queria entenderas coisas. Ela tambem comecou a estudar a Bı-blia e logo depois a assistir as reunioes dasTestemunhas de Jeova comigo. Fui batizadaem 1972, e Olya, no ano seguinte.

O lema da nossa famıliaNosso lema sempre foi: concentre-se no pre-

sente e esqueca o passado. Por isso, nunca he-sitavamos em fazer mudancas se estivessemosconvencidos de que era a coisa certa a fazer.`A medida que nossa amizade com Deus foi au-mentando, eu e minha filha sentimos um for-te desejo de visitar as pessoas para falar sobre oque estavamos aprendendo. Sempre fui muito

franca e um pouco insensıvel. Por isso, as vezeseu nao tinha muito tato ao falar com as pes-soas. Quem me acompanhava precisava suavi-zar as coisas. Mas com o tempo aprendi a falarcom todo tipo de pessoas que, como eu, esta-vam procurando uma vida melhor.

Eu e minha filha dizıamos que, se um diaa Cortina de Ferro caısse, nos voltarıamos paraa Russia a fim de ajudar pessoas como nos aaprender sobre Deus. Isso aconteceu por vol-ta de 1990. Olya realizou esse sonho por nosduas. Ela foi para a Russia e serviu 14 anoscomo pregadora por tempo integral. Ajudoumuitos a estudar a Bıblia e colaborou na tradu-cao de publicacoes bıblicas do ingles para orusso na sede das Testemunhas de Jeova naRussia.

Agora estou acamada. Meus filhos fazem oque podem para que eu tenha uma vida o maisconfortavel possıvel. Sou grata a Deus porque,depois daqueles primeiros anos de sofrimento,encontrei uma vida realmente melhor. Cum-prem-se em mim as palavras de Davi quandoera pastor: “[Deus] conduz-me junto a lugaresde descanso bem regados. Refrigera a minhaalma. Guia-me nos trilhos da justica por causado seu nome.” — Salmo 23:2, 3.�

� Maria Kilin faleceu em 1.° de marco de 2010, enquan-to este relato estava sendo preparado.

Na horta de nossa casa em Maryland,Estados Unidos, por volta de 1990

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1. Onde Jesus estava antesde Deus envia-lo a Terra?

Jesus vivia no ceu como criatura espiritual antesde nascer em Belem, Israel. Jesus foi a primeira cria-cao de Deus e o unico criado diretamente por ele.´E por isso que e chamado de Filho unigenito deDeus. Quando estava no ceu, Jesus muitas vezes fa-lou como representante de Deus. Assim, ele e cha-mado de a Palavra. Ele tambem agiu como ajudadorde Deus e participou na criacao de todas as outrascoisas. (Joao 1:2, 3,14) Jesus viveu com Deus no ceupor incontaveis milhoes de anos antes de a humani-dade ser criada. — Leia Miqueias 5:2; Joao 17:5.

2. Como Deus enviou seu Filho a Terra?Jeova transferiu a vida de Jesus do ceu para o ven-

tre de Maria por meio do espırito santo. De modoque Jesus nao foi gerado por um pai humano. Anjosanunciaram seu nascimento a alguns pastores, queestavam passando a noite ao ar livre para vigiar seusrebanhos. (Lucas 2:8-12) Assim, Jesus nao nasceuem pleno inverno, mas provavelmente no inıcio deoutubro, quando ainda nao esta frio naquela regiao.Algum tempo depois, Maria e seu marido, Jose, le-varam Jesus para sua casa em Nazare e o criaram la.Jose cuidou de Jesus como se fosse seu proprio filho.— Leia Mateus 1:18-23.

Quando tinha cerca de 30 anos, Jesus foi batiza-do, e Deus anunciou publicamente que ele era seuFilho. Entao, Jesus iniciou a obra para a qual Deus otinha enviado. — Leia Mateus 3:16,17.

APRENDA DA PALAVRA DE DEUS

Por que Deus enviouJesus a Terra?

Este artigo considera algumas perguntasque voce talvez tenha e mostra ondeencontrar as respostas em sua Bıblia.As Testemunhas de Jeova terao prazerem analisar essas respostas com voce.

Page 17: O que aconteceu com o espírito natalino?

3. Por que Deus enviou Jesus a Terra?Deus enviou Jesus para ensinar a verdade as pes-

soas. Jesus ensinou sobre o Reino de Deus, que e umgoverno no ceu que trara paz a Terra inteira. Jesusdeu esperanca de vida eterna. (Joao 4:14; 18:36, 37)Tambem ensinou as pessoas como encontrar verda-deira felicidade. (Mateus 5:3; 6:19-21) Alem disso,Jesus ensinou por meio de suas acoes. Por exemplo,ele mostrou como fazer a vontade de Deus mesmoem circunstancias difıceis. Quando era maltratado,ele nao revidava. — Leia 1 Pedro 2:21-24.

Jesus ensinou seus seguidores a mostrar amor ab-negado. Ele tinha muitos privilegios quando viviano ceu com seu Pai, mas humildemente obedeceu aEle e veio a Terra para viver entre os humanos. Naoexiste melhor exemplo de amor do que o de Jesus.— Leia Joao 15:12,13; Filipenses 2:5-8.

4. Ao morrer, o que Jesus tornou possıvel?Deus tambem enviou Jesus para morrer por nos-

sos pecados. (Joao 3:16) Todos nos somos pecado-res, ou seja, imperfeitos e com a tendencia de pecar.´E por isso que ficamos doentes e morremos. Em con-traste, o primeiro homem, Adao, era perfeito. Ele naotinha pecado e nunca ficaria doente nem morreria.Mas ele perdeu a perfeicao quando desobedeceu aDeus. Nos herdamos de Adao o pecado e sua conse-quencia, a morte. — Leia Romanos 5:12; 6:23.

Jesus era perfeito; ele nao tinha pecado. Por isso,foi pelos nossos pecados que ele morreu. A morte deJesus torna possıvel que nos tenhamos vida eterna esejamos abencoados por Deus. — Leia 1 Pedro 3:18.

Para mais informacoes, veja os capıtulos 4 e 5deste livro, publicado pelas Testemunhas de Jeova.

O QUEA B

´IBLIA

Realmente ENSINA?

17

Page 18: O que aconteceu com o espírito natalino?

A SE PERGUNTOU quem voce realmente e?Alguma vez achou que ja viveu antes? Em

caso afirmativo, voce nao e o unico. Desde ostempos antigos, pessoas tanto de culturasorientais como ocidentais ja se fizeram essasperguntas. Em busca de respostas, alguns pas-saram a acreditar na reencarnacao, ou seja, aideia de que, quando alguem morre, uma“alma” invisıvel abandona o corpo e renasceem outro corpo — humano, animal ou ate ve-getal — em uma ou mais existencias sucessi-vas.

Embora alguns fiquem satisfeitos com essacrenca, como podemos saber se ela e verda-deira? O que a Palavra de Deus, a Bıblia, tem a

VOCˆE ACREDITA QUE

ja viveu antes?“O reviver e um fato, os vivos provem dosmortos, as almas dos mortos existem.”— PLAT

˜AO, FIL

´OSOFO GREGO, QUINTO S

´ECULO AEC,

CITANDO S´

OCRATES.

“Visto que a alma nao e encontradasem o corpo e, contudo, nao e o corpo,ela pode estar num corpo ou em outro,e passar de corpo para corpo.”— GIORDANO BRUNO, FIL

´OSOFO ITALIANO,

S´ECULO 16 EC.

“Nada esta morto; os homens se fingemde mortos e . . . la estao eles, a tudoassistindo pela janela, vivos e em boasaude, sob nova e estranha forma.”— RALPH WALDO EMERSON, ENSA

´ISTA E POETA

AMERICANO, S´ECULO 19 EC.

Page 19: O que aconteceu com o espírito natalino?

A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012 19

dizer sobre isso? Mas primeiro vamos ver deonde veio essa ideia.

Qual e a origem da crencana reencarnacao?

De acordo com historiadores e eruditos, acrenca na imortalidade da alma humana jaexistia entre os habitantes da antiga Babilo-nia, uma cidade fundada no final do tercei-ro milenio AEC. A questao da imortalidade“atraıa muito a atencao dos teologos babilo-nios”, disse Morris Jastrow Jr. em seu livroTheReligion of Babylonia and Assyria (A Religiaode Babilonia e Assıria). Para os babilonios, “amorte era a passagem para outro tipo de vida”,explica ele. “Sem duvida, a impossibilidade dea pessoa se imaginar para sempre inconscien-te estava na raiz da teoria primitiva da perpe-tuidade da existencia em alguma forma.”

A partir daı, ensinos sobre a transmigracaoe o renascimento da alma comecaram a se de-senvolver em outras partes do mundo antigo.Filosofos indianos formularam um complexosistema de crencas em torno de um ciclo derenascimentos, com base numa lei de causa eefeito, ou carma. Filosofos gregos influentestambem adotaram a ideia da reencarnacao,tornando-a muito popular.

Atualmente, em paıses ocidentais, tem sur-gido um interesse cada vez maior na reencar-nacao. Celebridades e muitos jovens ficamfascinados com praticas e conceitos religiososorientais. Inumeros livros e sites tentam ex-plicar o significado de experiencias em supos-tas vidas anteriores. Em muitos paıses, e cadavez mais popular a chamada terapia de regres-sao a vidas passadas. Ela promove o uso dahipnose para explorar essas supostas vidas an-teriores a fim de entender o estado de saude eos padroes de comportamento das pessoas.

A reencarnacao e verdade?Embora a crenca na reencarnacao tenha

origens antigas, ainda resta saber a respostaa pergunta mais importante: sera que e ver-

dade? Alem disso, todo cristao desejaria saberse essa crenca esta em harmonia com a fe cris-ta, baseada na Bıblia. ( Joao 17:17) Visto queo Criador, Jeova Deus, e a Fonte da vida e “Re-velador de segredos”, ele revela coisas sobre avida e a morte que os humanos nunca desco-bririam sozinhos. Podemos recorrer com con-fianca a sua Palavra, a Bıblia, para obterrespostas as perguntas sobre esse assunto.— Daniel 2:28; Atos 17:28.

As respostas de Deus podem ser facilmenteencontradas quando deixamos que a Bıbliainterprete a si mesma. Por exemplo, Genesis3:19 relata o que Deus disse a Adao depois queele e Eva lhe desobedeceram: “No suor do teurosto comeras pao, ate que voltes ao solo, poisdele foste tomado. Porque tu es po e ao povoltaras.” Adao foi criado do po. Ao morrer,ele voltou ao po. Deus foi claro quanto a isso.Dessa forma, quando alguem morre, nao re-nasce como outra pessoa, mas simplesmentedeixa de existir.� Assim como calor e frio, secoe molhado, luz e escuridao sao opostos, amorte e o oposto da vida. Os mortos estaomesmo mortos! Nao acha isso simples e lo-gico?

Portanto, as supostas lembrancas de vidaspassadas devem ter outra explicacao. O fun-cionamento da mente humana, incluindo osubconsciente, e os efeitos de medicamentosou experiencias traumaticas ainda nao saoplenamente entendidos. Sonhos e eventosimaginados, que se baseiam na enorme quan-tidade de informacoes guardadas em nossocerebro, podem ser tao vıvidos que parecemreais. Em alguns casos, forcas espirituais per-versas criam experiencias sobrenaturais parafazer o que nao e real parecer real. — 1 Samuel28:7-19.

Os humanos tem o desejo natural de quererviver e de saber sobre o futuro. Mas de onde

� Para mais informacoes, veja o capıtulo 6, “Onde estaoos mortos?”, do livro O Que a Bıblia Realmente Ensina?,publicado pelas Testemunhas de Jeova.

Page 20: O que aconteceu com o espírito natalino?

Em vez de tentar montar um quebra-cabecade misteriosas e duvidosas experiencias devidas passadas, por que nao tira tempo paraver o que a Bıblia ensina sobre a ressurreicao?Ela da respostas realmente satisfatorias e gran-de consolo em momentos de tristeza.

Por exemplo, Theodore sofreu muito quan-do, depois de 44 anos de casamento, perdeusua querida esposa, Rosemarie. Ele disse:“Eu tenho certeza de que Rosemarie esta nolugar mais seguro possıvel, a memoria deJeova. Os relatos bıblicos da ressurreicao saotao confiaveis e tem tantas testemunhas ocula-res que aguardo ansiosamente o dia em queJesus dira a Rosemarie o mesmo que disse aLazaro: ‘Venha para fora!’ ”

Costas e Maria perderam de maneira tragi-ca sua filha, que tinha menos de 2 anos, porcausa de uma doenca genetica. Maria diz:“A morte de Evi, nossa filhinha, foi muito do-lorosa. Desde entao, nosso entendimento dosofrimento, da morte e da ressurreicao ficoumais profundo. Textos bıblicos como Isaıas33:24; 35:5, 6 e Revelacao 21:4, 5 tem muitomais significado para nos hoje. Realmente,Jeova tem sido um pai amoroso por nos dar aesperanca segura da ressurreicao.”

As respostas da Bıblia a perguntas sobre avida e a morte vem diretamente do Criador.Assim como Theodore, Costas e Maria, vocetambem podera ter uma esperanca segurapara o futuro se basea-la no solido alicerce daPalavra de Deus. Ela nunca mente! — Tito 1:2.

Uma esperanca muito superior

vem esse desejo?´

E interessante o que a Bıbliadiz sobre o Criador: “Pos no coracao do ho-mem o anseio pela eternidade.” (Eclesiastes3:11, Nova Versao Internacional) Assim, oshumanos tem um forte desejo de viver eter-namente.

Se o Criador, Jeova Deus, colocou no cora-cao dos humanos o desejo de viver para sem-pre, seria logico que ele tambem explicasse

como esse desejo pode ser satisfeito. A Bıbliarevela o grandioso proposito do Criador deabencoar os humanos obedientes com vidaeterna numa Terra paradısica. Sob inspiracao,o Rei Davi disse: “Os proprios justos possui-rao a terra e residirao sobre ela para todo osempre.” (Salmo 37:29) Uma doutrina bıblicabasica que esta intimamente relacionada como proposito eterno de Deus e a ressurrei-cao dos mortos. — Atos 24:15; 1 Corıntios15:16-19.

Ressurreicao — uma esperanca seguraA Bıblia contem oito relatos em que pessoas

foram trazidas de volta a vida na Terra, todoseles com testemunhas oculares.� Esses fo-ram casos de ressurreicao, nao reencarnacao.Aqueles que voltaram dentre os mortos foramimediatamente reconhecidos por parentes eamigos. Em nenhum caso as pessoas tenta-ram descobrir se algum recem-nascido era areencarnacao da alma de seu amigo ou paren-te falecido. — Joao 11:43-45.´

E muito consolador saber que a Palavra deDeus indica que a grande maioria dos quemorreram voltara na ressurreicao dos mortosno novo mundo de Deus aqui na Terra, queem breve substituira o atual mundo perverso.(2 Pedro 3:13, 14) Neste momento, todos osdetalhes do padrao de vida de bilhoes de pes-soas estao preservados na perfeita e ilimitadamemoria de Jeova, o Deus que ate mesmo selembra do nome de todas as estrelas! (Salmo147:4; Revelacao [Apocalipse] 20:13) Quandoele ressuscitar sucessivas geracoes de pessoasno novo mundo, elas poderao montar sua ar-vore genealogica e conhecer pessoalmenteseus ancestrais. Essa perspectiva com certeza efascinante, de fato, emocionante!

� Os oito exemplos estao registrados em 1 Reis 17:17-24; 2 Reis 4:32-37; 13:20, 21; Lucas 7:11-17; 8:40-56; Joao11:38-44; Atos 9:36-42; 20:7-12. Ao ler esses relatos, obser-ve como as ressurreicoes ocorreram diante de muitas teste-munhas oculares. Um nono relato descreve a ressurreicaode Jesus Cristo. — Joao 20:1-18.

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A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012 21

ˇ Em seu Sermao do Monte, Jesus dissea seus seguidores: “Vos sois o sal da ter-ra; mas, se o sal perder a sua forca,como se lhe restabelecera a sua salini-dade? Nao presta mais para nada, se-nao para ser lancado fora, a fim de serpisado pelos homens.” (Mateus 5:13)O sal e um conservante. Assim, e bemprovavel que a ilustracao de Jesus signi-ficasse que seus discıpulos podiam edeviam proteger outros da degradacaoespiritual e moral.

No entanto, falando a respeito do co-mentario de Jesus sobre o sal perder asalinidade, a The International StandardBible Encyclopedia (Enciclopedia Bıbli-

ca Padrao Internacional) diz: “O sal daregiao do mar Morto geralmente esta-va misturado com outros minerais e po-dia acabar se dissolvendo, sobrandoapenas uma substancia sem gosto.”Portanto, podemos entender por queJesus descreveu essa substancia comoalgo que “nao presta mais para nada,senao para ser lancado fora”. A enciclo-pedia acrescenta: “Embora o sal domar Morto fosse inferior a maioria dosoutros sais marinhos por causa de suaimpureza, ele era a principal fonte desal na Palestina em vista de seu facilacesso (podia ser simplesmente recolhi-do a beira do mar).”

VOCˆE SABIA?

Jesus se enganou quando falou sobre o sal perder a salinidade?

DEP´

OSITOS DE SALNO MAR MORTO

ˇ Jesus contou a parabola de uma mu-lher que, depois de perder uma de suasdez dracmas, acendeu uma lampada evarreu a casa com atencao ate encon-tra-la. (Lucas 15:8-10) Nos dias de Je-sus, uma dracma valia quase o salariode um dia, de modo que a perda des-sa moeda nao era algo insignificante.Mas aquela cena fazia sentido para osouvintes de Jesus por outros motivos.

Algumas obras de referencia indicamque as mulheres muitas vezes usavammoedas como ornamentos. Assim, Je-sus talvez estivesse fazendo alusao auma moeda que fazia parte de uma re-lıquia de famılia ou do dote da mulher.Seja como for, perder uma de suas dezmoedas naturalmente deixaria a mu-lher bastante ansiosa para recupera-la.

Alem disso, as casas das pessoas co-muns nos dias de Jesus eram construı-das para impedir ao maximo a entradade luz e calor. Elas tinham poucas jane-las, se e que tinham. O chao geralmen-te era coberto com palha ou hastes se-cas de varios tipos de planta. Quandouma moeda caıa no chao, era difıcil en-contra-la. “Portanto”, disse certo co-mentarista, “quando um item relativa-mente pequeno, como uma moeda,era perdido num lugar assim, acenderuma lampada e varrer a casa eram osmeios mais obvios para recupera-lo”.

Na parabola de Jesus, que significado teria para seus ouvintesa perda de uma moeda de dracma?

MOEDA DE DRACMA

Page 22: O que aconteceu com o espírito natalino?

ERA uma tıpica manha na´

Africa Ocidental.Dava para sentir o aroma de molhos e arroz

cozinhando. Mulheres passavam equilibrandocargas enormes na cabeca. Ouviam-se risadasanimadas e o barulho intenso de pessoas com-prando e vendendo no mercado. Em poucotempo, um Sol abrasador brilhava no ceu.

Quando viram uma Yovo, ou seja, uma pes-soa branca, um grupo de criancas, como decostume, comecou a cantar e a dancar. A can-cao dizia “Yovo, Yovo, bon soir” e terminavacom um pedido: “Um presentinho pela dan-ca?” Mas um dos meninos nao cantou e veioatras de mim, gesticulando bastante. Parecialıngua de sinais. Nos Estados Unidos, eu haviaaprendido a soletrar na lıngua de sinais ameri-cana (ASL), mas em Benin se fala frances.

Com dificuldade, fiz os sinais das oito letrasdo meu nome. O menino abriu um sorriso de

orelha a orelha. Ele agarrou minha mao e melevou por ruas estreitas ate sua casa, uma tıpicaconstrucao de blocos de cimento com doisaposentos. Sua famılia se juntou a nossa volta.Todos faziam sinais. E agora? Soletrei meunome em sinais e escrevi num papel que eramissionaria, ensinava a Bıblia e voltaria outrodia. Alguns vizinhos que eram ouvintes seaproximaram, todos parecendo contentes como que estava acontecendo. Eu pensei: ‘Onde eque eu fui me meter?’

Em casa, pensei: ‘Deve haver alguem quepossa ajudar essas pessoas a aprender sobre apromessa de Deus de que “os ouvidos dos sur-dos serao destapados”.’ (Isaıas 35:5) Fiz algu-mas pesquisas. Um censo recente em Beninhavia contado 12 mil pessoas surdas ou comproblemas auditivos. Meus olhos brilharamquando eu soube que nas escolas para surdosse usava a lıngua de sinais americana, e nao afrancesa. Mas fiquei muito triste ao descobrirque nenhuma Testemunha de Jeova aqui sabiaASL. Suspirando, eu disse para uma irma dacongregacao: “Quem me dera que alguem quesoubesse ASL viesse para ajudar.” Ela disse:“Voce esta aqui, nao esta?” E ela estava certa!Encomendei uma cartilha de ASL e DVDs pro-duzidos pelas Testemunhas de Jeova nesse

UMA CARTA DEBENIN

Onde e que eu fui me meter?

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A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012 23

idioma. Minhas oracoes foram respondidasquando uma Testemunha de Jeova que sabiabem ASL se mudou de Camaroes para Benin.

Logo se espalhou a notıcia de que eu estavaaprendendo lıngua de sinais. Alguem me dissepara visitar Brice, um pintor de letreiros. Suaoficina, uma cabana de folhas de palmeira, erabem arejada, o que era otimo naquele climaquente e umido. Tantos anos limpando os pin-ceis haviam deixado as paredes bem coloridas.Ele tirou a poeira de dois banquinhos e ficouolhando para mim, esperando que eu come-casse. Coloquei um DVD em meu aparelhoportatil. Ele puxou seu banquinho mais pertopara enxergar melhor. “Eu entendo! Eu enten-do!”, sinalizou ele. Criancas da vizinhanca seajuntaram e ficaram esticando o pescoco paraolhar. Uma delas disse de repente: “Por queeles estao vendo um filme sem som?”

Toda vez que eu visitava Brice, mais pessoasse juntavam em volta do aparelho de DVD. Empouco tempo, Brice e outros passaram a assistiras nossas reunioes cristas. Tentar interpretarpara eles me ajudou a progredir na lıngua de si-nais. O grupo crescia, e alguns surdos ate iamme procurar. Por exemplo, certo dia meu carrovelho estava fazendo bastante barulho porcausa dos buracos em que eu passava tentandodesviar de cabras e porcos. Entao, ouvi um ba-rulho bem alto e repentino na traseira. Pensei:‘Nao acredito! Outra vez o motor?’ Na verdade,era um surdo correndo atras do carro, batendona traseira para chamar minha atencao.

Grupos de ASL foram formados em outrascidades. Quando se organizaram sessoes emlıngua de sinais em nosso congresso anual, euservi como interprete. Enquanto estava no pal-co, esperando o orador comecar o discurso,por um instante me lembrei daepoca em que comecei em mi-nha designacao. Antes, eu pensava:‘O que mais eu poderia fazer comomissionaria na

´Africa?’ Olhando

para a assistencia, eu sabia que ha-via encontrado a resposta: ajudaros surdos. Hoje eu nao penso mais:‘Onde e que eu fui me meter?’

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24 A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012

PELO visto, desde a antiguidade, as mulhe-res sempre se preocuparam em se embele-

zar. Antigos afrescos, mosaicos e pinturas emtumulos indicam que o uso de cosmeticos erabem comum na Mesopotamia e no Egito.Os olhos bastante maquiados em forma deamendoa, vistos em representacoes de mu-lheres egıpcias, eram muito admirados.

Mas o que dizer das mulheres no Israel an-tigo? Elas usavam cosmeticos? Nesse caso, deque tipo? Nao existem afrescos ou pinturasem tumulos do Israel antigo que possamosver. Mas certos relatos da Bıblia, junto comvarios artefatos arqueologicos desenterradosnas terras bıblicas, podem nos dar pelo me-nos uma ideia de como os cosmeticos eramusados nos tempos bıblicos.

As ferramentas usadasInumeros objetos relacionados ao uso de

cosmeticos e perfumes foram descobertosem escavacoes em toda a terra de Israel. Osachados incluıam tigelas ou paletas de pedrausadas para moer e misturar materiais cosme-ticos, bem como frascos compridos de perfu-me, potes de alabastro para unguento e espe-lhos de mao de bronze polido. Uma colher de

marfim tinha folhas de palmeira esculpidasnum dos lados do cabo, e o rosto de uma mu-lher rodeado de pombas no outro.

Pelo visto, era muito comum entre as mu-lheres mais ricas usar conchas decoradascomo recipientes para cosmeticos. Em sıtiosarqueologicos no Egito e na regiao da antigaCanaa foram encontradas pequenas colherespara cosmeticos, feitas de marfim ou madei-ra, com desenhos esculpidos de meninas na-dando e varios outros desenhos elaborados.Tudo isso comprova que as mulheres naquelaepoca faziam bastante uso de cosmeticos.

Cosmeticos para os olhosUma das filhas de Jo se chamava “Querem-

Hapuque”, que em hebraico podia significar“chifre de pintura preta (para os olhos)”, ouseja, um recipiente ou estojo de maquiagem,talvez para guardar delineador para os olhos.( Jo 42:14)

´E possıvel que o nome dela se refe-

risse a sua beleza, mas tambem parece indicarque era bem comum usar cosmeticos naque-la epoca.´

E digno de nota que as referencias bıblicasa pintura dos olhos sempre estao relaciona-das com mulheres de ma reputacao como a

Os cosmeticos nos tempos bıblicosDepois de se banhar, a mulher passa um oleo perfumado em sua pele macia.Entao, abre uma caixa colorida e ornamentada. Nela ha varios tipos de frascos devidro, marfim, concha ou pedra. Dentro deles ha uma selecao de oleos e perfumesdelicadamente aromatizados com balsamo, canela, cardamomo, mel, mirra,olıbano e substancias semelhantes.

De dentro da caixa, a mulher tira algumas colheres, pratos e tigelas, todos bemdelicados. Com eles, ela mistura os cosmeticos que escolheu para o dia. Olhando-senum espelho de bronze, ela cuidadosamente da inıcio a sua sessao de beleza.

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A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012 25

perversa Rainha Jezabel e a infiel Jerusalem,retratada como uma prostituta pelos profetasJeremias e Ezequiel. (2 Reis 9:30; Jeremias4:30; Ezequiel 23:40) Em Israel foi desenter-rada uma grande quantidade de recipientesde vidro ou pedra, com minusculos utensı-lios para aplicar delineador. Fica claro quemuitas mulheres da apostata nacao de Israel,especialmente as da realeza e as mais ricas,tambem tinham desenvolvido o costume depintar demais os olhos e de usar outros cos-meticos em excesso.

´Oleos perfumados para

uso sagrado ou no cotidianoA producao e o uso de perfumes a base de

azeite tem uma longa historia no Israel anti-go. O livro bıblico de

ˆExodo contem uma re-

ceita para fazer o oleo perfumado sagradoque os sacerdotes usavam em seus servicosno templo. Era uma mistura de canela, mirrae outras plantas aromaticas. (

ˆExodo 30:22-25)

Em Jerusalem, arqueologos encontraram oque acreditam ser uma pequena fabrica doprimeiro seculo EC, onde se produziam per-fume e incenso para uso no templo. A Bıbliafaz muitas referencias a oleos perfumados,

PALETAS DECALC

´ARIO PARA

COSM´ETICOS, ISRAEL

FRASCO DETERRACOTA PARA

PERFUMES, ISRAEL

RECIPIENTE DEMARFIM PARA

COSM´ETICOS, ISRAEL

Algumas mulheres nostempos bıblicos usavamcosmeticos para embelezaros olhos, o rosto e a pele

Todososartefatos:ErichLessing/ArtResource,N

Y

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26 A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012

usados tanto em servicos sagrados como nodia a dia. — 2 Cronicas 16:14; Lucas 7:37-46;23:56.

Como havia pouca agua naquela parte domundo, os oleos perfumados eram muitouteis na higiene pessoal. O oleo era usadonao so para proteger a pele do clima quente eseco, mas tambem por causa de suas proprie-dades cosmeticas. (Rute 3:3; 2 Samuel 12:20)A jovem judia Ester, antes ser apresentada aoRei Assuero, recebeu um tratamento digno deum spa que levou um ano — seis meses demassagem com oleo de mirra, seguidos deseis meses com oleo de balsamo. — Ester 2:12.

Os perfumes e os oleos perfumados eramprodutos tao valorizados quanto a prata e oouro. Quando a rainha de Saba fez sua famo-sa viagem para visitar o Rei Salomao, os pre-sentes valiosos que ela levou incluıam ouro,pedras preciosas e oleo de balsamo. (1 Reis10:2, 10) Quando o Rei Ezequias mostrou ostesouros de sua casa a representantes de Babi-lonia, ele exibiu com orgulho “o oleo de bal-samo, e o oleo bom”, junto com a prata,o ouro e todo o seu armamento. — Isaıas39:1, 2.

Os perfumes e oleos eram extraıdos de dife-rentes tipos de flores, frutas, folhas, resinasou cascas, mas apenas em pequenas quanti-dades. A Bıblia menciona varias plantas e pro-dutos aromaticos, como acafrao, aloes, balsa-mo, bdelio, calamo, canela, cassia, mirra,nardo e olıbano. Alguns eram nativos da re-giao do vale do Jordao. Outros eram importa-dos da

´India, da Arabia do Sul e de outros lu-

gares por meio das famosas rotas comerciaisde incenso da epoca.

O misterioso oleo de balsamoComo ja mencionado, os relatos sobre a

Rainha Ester, a rainha de Saba e o Rei Eze-quias fazem referencia ao oleo extraıdo deum arbusto chamado balsamo. Em 1988, foidescoberto um pequeno jarro de oleo numa

caverna perto de Qumran, na margem oci-dental do mar Morto. Houve muita especula-cao. Sera que era a ultima amostra do famosooleo de balsamo? Pesquisadores nao chega-ram a uma resposta conclusiva. Ate hoje pro-dutores estao tentando cultivar novamente olendario balsamo.

As evidencias parecem indicar que o oleode balsamo mencionado na Bıblia era culti-vado na regiao ao redor de En-Gedi. Foramfeitas escavacoes em que se descobriram for-nos, potes e varios objetos de metal e osso.Eles datam do sexto seculo AEC e sao bem pa-recidos aos que eram usados na fabricacao deperfume em outras regioes. A maioria doseruditos acredita que o arbusto de balsamoteve sua origem na Arabia ou na

´Africa. A fra-

grancia era produzida a partir da seiva. O oleode balsamo era tao valorizado que os meto-dos de cultivo e producao eram guardadosem segredo.

O balsamo era usado ate em manobras po-lıticas. Por exemplo, de acordo com o histo-riador Josefo, Marco Antonio obteve umaplantacao inteira desses arbustos preciosos ea ofereceu como presente a rainha egıpciaCleopatra. Conforme o historiador romanoPlınio, durante a guerra dos judeus no pri-meiro seculo EC, soldados judeus tentaramdestruir todo o balsamo para evitar que caıssenas maos dos conquistadores romanos.

Com base em referencias bıblicas e desco-bertas arqueologicas, podemos ter uma ideiade como os cosmeticos eram usados nos tem-pos bıblicos. Em vez de condenar o uso decosmeticos e de outros adornos, a Bıblia enfa-tiza que eles devem ser usados com modestiae bom juızo. (1 Timoteo 2:9) O apostolo Pe-dro destacou que o que “e de grande valor aosolhos de Deus” e um “espırito quieto e bran-do”. Visto que os estilos e modas estao emconstante mudanca, esse com certeza e umotimo conselho para mulheres cristas de to-das as idades. — 1 Pedro 3:3, 4.

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A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012 27

“A HIST´

ORIA nao mente.” Esse e um dita-do bem conhecido na Estonia, e ha dita-

dos parecidos em outros paıses. Embora naopossamos mudar o passado, com certeza po-demos aprender dele. O sabio Rei Salomao,do Israel antigo, disse: “Eu vi tudo isso quan-do pensei nas coisas que acontecem nestemundo. Houve um tempo em que alguns ti-nham o poder, e outros sofriam, dominadospor eles.” — Eclesiastes 8:9, Bıblia na Lingua-gem de Hoje.

Podemos ver que essa declaracao bıblica everdadeira pelo que aconteceu algumas deca-das atras na Estonia e em muitas outras partesda Europa Oriental. O governo humano trou-xe sofrimento a inumeras pessoas inocentesque foram deportadas para lugares distantesonde morariam ou onde ficariam presas emcampos de trabalhos forcados.

Segundo historiadores locais, mais de46 mil pessoas foram deportadas desse pe-queno paıs entre 1941 e 1951. A maioria foideportada por causa de sua afiliacao polıtica,outros por sua nacionalidade ou posicao so-

cial. Mas as Testemunhas de Jeova foram vıti-mas por causa de suas crencas religiosas.

Ataques a um povo temente a DeusNum estudo publicado em 2004 pela Im-

prensa da Universidade de Tartu, o historia-dor Aigi Rahi-Tamm declarou: “De 1948 a1951, 72 Testemunhas de Jeova e pessoas quese associavam com elas foram presas. Masuma deportacao muito maior foi planejada eexecutada na noite de 1.° de abril de 1951,nao apenas nos Estados Balticos, mas tam-bem na Moldavia, no oeste da Ucrania e naBielorrussia.”

Antes de 1951, as Testemunhas de Jeova naEstonia foram submetidas a detencoes, pres-sao psicologica, interrogatorios e encarcera-mentos. Essa nova campanha de deportacaofoi aparentemente um esforco concentradopara eliminar as Testemunhas de Jeova deuma vez por todas da Estonia.

A data de 1.° de abril de 1951 aparece noselo ja mencionado. O numero 382 no selo serefere ao numero de Testemunhas de Jeova e

“A HIST´

ORIAN

˜AO MENTE”

Em 14 de junho de 2007, o servico decorreios da Estonia lancou um selo postalcomemorativo, mostrado a direita. Esselancamento foi acompanhado de um anuncio:“Este selo comemorativo foi emitido emmemoria dos estonianos que foram vıtimasdo genocıdio durante o regime de Stalin.”Entre 1941 e 1951, dezenas de milharesde estonianos foram deportados.

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seus filhos que foram deportados naqueledia. Esse numero inclui alguns parentes e vizi-nhos que nao eram Testemunhas de Jeova.Durante o dia, foram feitas detencoes emtodo o paıs. Naquela noite, os prisioneiros— criancas e adultos — foram ajuntados emvagoes para animais e transportados para aSiberia.

Ella Toom,� com 25 anos na epoca, era umadaquelas Testemunhas de Jeova. Relembran-do um tıpico interrogatorio, ela diz: “Um po-licial tentou me amedrontar e exigiu que euparasse de pregar. Ele perguntou: ‘Voce querviver? Ou quer morrer com seu Deus noscampos da Siberia?’” Mas ela destemidamen-te continuou a pregar as boas novas. Foi en-viada para a Siberia e passou quase seis anosem varios campos de trabalhos forcados.

Entre as centenas de pessoas que foram de-portadas sem julgamento estava outra jovemTestemunha de Jeova, chamada Hiisi Lember.Recordando o que aconteceu em 1.° de abrilde 1951, ela diz: “Eles apareceram no meio danoite e nos ordenaram: ‘Voces tem meiahora. Arrumem suas coisas!’” Durante a noi-te, Hiisi e sua filha de 6 anos foram levadaspara a estacao de trem. Aquele trem velho foide estacao em estacao recolhendo mais Teste-

� A biografia de Ella Toom foi publicada na Despertai! deabril de 2006, paginas 20-24.

munhas de Jeova. “Fomos jogados em um va-gao para animais. Ainda bem que o esterco es-tava congelado, pois do contrario seria difıcilficar em pe ali.

´Eramos como animais amon-

toados no vagao.”A exaustiva viagem de trem de duas sema-

nas foi traumatizante. Os vagoes estavam lo-tados e sujos. Jovens e idosos eram humilha-dos de todas as maneiras possıveis. Algunschoravam e se recusavam a comer. Mas as Tes-temunhas de Jeova encorajavam e ajudavamumas as outras por cantar canticos e compar-tilhar a comida que tinham. Elas foram envia-das a “assentamentos permanentes” e infor-madas de que essa viagem era so de ida.

Hiisi recorda o caloroso apoio que recebeude companheiros de adoracao durante essasprovas: “Em uma estacao, paramos perto deum trem que vinha da Moldavia. Pela parededo vagao, ouvimos um homem perguntarquem eramos e para onde estavamos indo.Explicamos que nao sabıamos para onde esta-vamos indo e que eramos Testemunhas deJeova da Estonia. Irmaos nossos que estavamnesse outro trem ouviram a conversa. Atravesde uma abertura no vagao, eles passaram umpao grande e algumas ameixas.” Ela acrescen-ta: “Foi aı que percebemos que essa persegui-cao contra as Testemunhas de Jeova abrangiatodas as republicas da Uniao Sovietica!”

Duas Testemunhas de Jeova adolescentes,Corinna e sua irma Ene, ficaram separadas desua mae por mais de seis anos. A mae, quetambem era Testemunha de Jeova, havia sidopresa e enviada para um campo de trabalhosforcados. Entao, naquela terrıvel noite deabril, as duas meninas foram arrancadas desuas casas e jogadas num vagao. Corinna dizcom gratidao: “No trem, uma irma com doisfilhos se ofereceu para cuidar de nos e nos ga-rantiu que viverıamos como uma famılia.”

O que aconteceu quando o trem chegou afria e inospita Siberia? No dia seguinte, come-

“´E impossıvel entender plenamente a

dimensao do terror que assolou o paıs. Mi-lhoes de vidas arruinadas, pessoas executa-das sem julgamento ou registro; pessoasexiladas e enviadas para campos de concen-tracao, destituıdas de seus direitos civis porterem o emprego ‘errado’ ou a ‘origem so-cial impropria’. . . . Paremos para pensar:milhoes de pessoas morreram por causa doterror e de falsas acusacoes.” — PRESIDENTEDA FEDERAC

˜AO RUSSA, DMITRI MEDVEDEV,

30 DE OUTUBRO DE 2009.

Terror inimaginavel

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A SENTINELA ˙ 1.° DE DEZEMBRO DE 2012 29

cou um humilhante “mercado de escravos”.Homens das fazendas coletivas da vizinhancavieram para escolher trabalhadores. Corinnase lembra: “Nos os ouvimos brigando entresi, dizendo: ‘Voce ja tem um motorista de tra-tor. Esse aqui e meu’, ou: ‘Eu ja tenho dois ve-lhos. Voce tem de levar alguns velhos tam-bem.’”

Corinna e Ene eram meninas corajosas.Elas disseram depois: “Sentıamos muita faltada nossa mae. Como querıamos sentir seuabraco caloroso de novo!” Mesmo assim, elasmantiveram forte fe em Jeova e o senso dehumor. Corinna acrescentou: “De certa for-ma, ate que foi bom nossa mae nao estar co-nosco. Ela nao ia gostar nem um pouco denos ver trabalhando la fora naquele frio semestar bem agasalhadas!”

De fato, pessoas inocentes na Estonia e emoutros lugares sofreram grandes injusticas, e

as Testemunhas de Jeova como grupo tam-bem. (Veja o quadro “Terror inimaginavel”.)Apesar dos maus-tratos e sofrimentos quepassaram, as Testemunhas de Jeova na Esto-nia continuam ativas e alegres.

Um futuro promissorA Bıblia nos assegura que Jeova odeia a in-

justica. Ela diz: “Todo aquele que faz tais coi-sas, todo praticante da injustica, e algo detes-tavel para Jeova, teu Deus.” (Deuteronomio25:16) Apesar de Deus ter tolerado a perversi-dade no passado, em breve ele acabara comtoda injustica e maldade. “Apenas mais umpouco”, diz o salmista, “e o inıquo nao maisexistira; e estaras certamente atento ao seu lu-gar, e ele nao existira. Mas os proprios mansospossuirao a terra e deveras se deleitarao naabundancia de paz”. — Salmo 37:10, 11.

Realmente, um futuro promissor nosaguarda! Embora nao possamos mudar o pas-sado, podemos fazer algo para garantir nossofuturo. Achegue-se a Deus e veja como vocepode ter um futuro maravilhoso quando averdadeira justica prevalecer. — Isaıas 11:9.

1. ELLA TOOM2. HIISI LEMBER E SUA FILHA, MAAJA3. ENE E SUA IRM

˜A, CORINNA

1 2 3

Page 30: O que aconteceu com o espírito natalino?

QUANDO um dos pais se afasta de Jeova,o Deus verdadeiro, isso pode ser muito

difıcil para uma crianca. Vamos falar umpouco sobre Jotao e ver os problemas queele enfrentou na famılia quando ainda erabem jovem.

O pai de Jotao, Uzias, era rei de Juda. Eleera o homem mais poderoso do paıs. Uziashavia sido um bom rei por varios anos,mesmo antes de Jotao nascer. Mas depois,quando Jotao ainda era jovem, Uzias ficouorgulhoso e desobedeceu a Lei de Deus. En-tao, Deus fez com que ele tivesse lepra, umadoenca muito ruim. Voce sabe o que Jotaofez entao? —�

Jotao continuou servindo a Jeova. Talvezsua mae, Jerusa, o tenha ajudado. Mesmoassim, deve ter sido difıcil para Jotao conti-nuar fiel depois que seu pai, Uzias, foi ex-pulso da casa de Jeova.

E se seu pai ou sua mae parassem de ado-rar a Jeova? Seria muito difıcil para voce,nao seria? — Mas nao e errado pensar noque voce faria se isso acontecesse. Podemosver isso ao ler o que Davi escreveu na Bıblia.

O pai de Davi, Jesse, era um bom homem.Ele servia a Jeova, e podemos ter certeza deque Davi amava seu pai. Mas Davi apren-deu a amar a Jeova ainda mais do que ama-va Jesse. Como sabemos isso? Vamos ver.� Caso voce esteja lendo para uma crianca, o travessao serve

como lembrete para dar uma pausa na leitura e incentivar acrianca a se expressar.

ENSINE SEUS FILHOS

Jotao continuou fiel apesarde problemas na famılia

Page 31: O que aconteceu com o espírito natalino?

Abra sua Bıblia no Salmo 27:10. Davi es-creveu: “Caso meu proprio pai e minhapropria mae me abandonassem, o proprioJeova me acolheria.” Pense nisto: a Bıbliaesta dizendo que, se o pai de Davi, Jesse, ousua mae parassem de servir a Jeova, Davicontinuaria a servir a Ele.

Mas e voce? Continuaria a servir a Jeovamesmo se seu pai ou mae nao servissem aele? — Essa e uma boa pergunta para vocefazer a si mesmo. O motivo tem a ver com omandamento mais importante da Bıblia,que diz: “Tens de amar a Jeova, teu Deus, detodo o teu coracao, de toda a tua alma e detoda a tua mente.”

Esse mandamento significa que devemosser fieis a Jeova, mesmo quando e difıcilfazer isso. Quem voce acha que deseja quenos paremos de servir a Jeova? —

´E o

inimigo de Deus, Satanas, o Diabo. Jesuso chamou de “governante deste mundo”.A Bıblia tambem diz que ele e “o deus des-te sistema”. Sera que nos precisamos termedo de Satanas? —

Nao, nao precisamos. O que precisamos enos lembrar de que Jeova e mais poderosoque Satanas. Se confiarmos em Jeova, ele vainos proteger. Veja em sua Bıblia como Jeovaprotegeu Davi do terrıvel gigante Golias.Jeova tambem pode proteger voce se conti-nuar fiel a ele.

LEIA EM SUA B´IBLIA

2 Cronicas 26:16-21; 27:1, 2Mateus 22:37Joao 12:31; 2 Corıntios 4:4Hebreus 13:5, 61 Samuel 17:41-54

31

Page 32: O que aconteceu com o espírito natalino?

Mesmo neste mundo atribulado, vocˆe poder

´a obter felicidade por adquirir conhecimento exato sobre

Deus, Seu Reino e Seu maravilhoso prop´

osito para com a humanidade. Se desejar mais informac˜

oes ou servisitado por algu

´em para lhe dar um curso b

´ıblico gratuito, escreva

`as Testemunhas de Jeov

´a, usando um

dos enderecos alistados na p´agina 4.

www.jw.org/pt wp12 12/01-T

Para voce, como deveria ser o espırito natalino?Sera que existe algo melhor? VEJA AS P

´AGINAS 3-9.

Sabe por que Deus enviou Jesus a Terra?VEJA AS P

´AGINAS 16-17.

Voce ja viveu antes? Alguns acreditam que ja tiveramoutras vidas. Por que? VEJA AS P

´AGINAS 18-20.

O que as mulheres nos tempos bıblicos usavam pararealcar sua beleza? VEJA AS P

´AGINAS 24-26.

Gostaria de receber uma visita?