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OUTUBRO DE 2016 | Edição: 461 ISSN 0100-8595 O que esperar do próximo ano? Caminhos ainda difíceis, mas esperançosos sumaeconomica.com.br CONSULTORIA E PUBLICAÇÕES

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OUTUBRO DE 2016 | Edição: 461

ISSN

0100

-859

5

O que esperar do próximo ano?

Caminhos ainda difíceis,mas esperançosos

sumaeconomica.com.br CONSULTORIA E PUBLICAÇÕES

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Orçamento operacional e de vendas

Baixe um leitor de QR code em seu celular, aproxime o telefone do código

e aproveite as promoções no site:www.suma.com.br

Saiba como identificar e aproveitar oportunidades, controlar custos, diminuir riscos e avaliar os rumos da empresa.

Um orçamento operacional e de vendas bem feito precisa envolver todo o pessoal-chave de sua empresa: finanças, RH, logística, marketing, vendas, produção e pessoal de apoio.

Saiba como maximizar os lucros fazendo o trade-off entre preços e quantidade de vendas, como preparar a matriz de preços de sua empresa para atingir o melhor resultado financeiro. Aprenda melhorar o mix de seus produtos e fazer a estratégia de preços.

O planejamento do orçamentário é um diferencial que determina muitas vezes o sucesso ou fracasso de uma empresa. Aprenda a calcular todos os aspectos essenciais de seu negócio, tais como a receita à vista, o cálculo das despesas proporcionais a venda, o prazo de recebimento, a projeção futura de resultados e outros.

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Revista Suma Economica 3

O Estado da Economiathe state of the economy

Orçamento operacional e de vendas

Baixe um leitor de QR code em seu celular, aproxime o telefone do código

e aproveite as promoções no site:www.suma.com.br

Saiba como identificar e aproveitar oportunidades, controlar custos, diminuir riscos e avaliar os rumos da empresa.

Um orçamento operacional e de vendas bem feito precisa envolver todo o pessoal-chave de sua empresa: finanças, RH, logística, marketing, vendas, produção e pessoal de apoio.

Saiba como maximizar os lucros fazendo o trade-off entre preços e quantidade de vendas, como preparar a matriz de preços de sua empresa para atingir o melhor resultado financeiro. Aprenda melhorar o mix de seus produtos e fazer a estratégia de preços.

O planejamento do orçamentário é um diferencial que determina muitas vezes o sucesso ou fracasso de uma empresa. Aprenda a calcular todos os aspectos essenciais de seu negócio, tais como a receita à vista, o cálculo das despesas proporcionais a venda, o prazo de recebimento, a projeção futura de resultados e outros.

É muito recente a saída de Dilma Rousseff da presidência. Entretanto, foi o suficiente para melhorar as expectativas em relação ao futuro.

Por um lado, as vendas do comércio apresentam uma incipiente melhoria. E, por outro, a inflação começa a ceder, com menor pressão dos preços de alimentos, de serviços e dos preços em geral, em razão de as empresas terem reduzido o processo de remarcações, devido à percepção de menor risco político e econômico.

Considerando a redução no ritmo da inflação, é crescente a probabilidade de que os preços, em 2017, fiquem em torno dos 4,5% ao ano, o que seria uma importante vitória para a atual equipe econômica.

Apesar destes dois sinais positivos, a realidade é que as condições objetivas na economia mudaram pouco. De positivo, com a mudança de governo, as propostas de limite das despesas públicas, da previdência, modernização da legislação trabalhista, e outras, que, sendo implantadas, serão uma garantida de estabilidade e de um avanço para um Brasil melhor.

No curto prazo, os juros continuam altíssimos e a demanda por empréstimos diminuta. O real supervalorizado volta a inibir as exportações e a demanda continua fraca. Nada que gere grande alegria a um empresário, empreendedor, investidor ou trabalhador em busca de emprego.

Contudo, com a redução no ímpeto da inflação, o Banco Central terá espaço para iniciar uma queda de juros básicos, que deve se refletir em todas as demais taxas de juros. Considerando um horizonte de dezoito meses após o início de 2017, haverá espaço para uma queda moderada e contínua de juros até junho de 2018.

Considerando que a inflação, no período, esteja entre 3,5% e 4,5%, em médias móveis de 12 meses, haverá espaço para uma redução dos juros da dívida pública para o intervalo entre 6,5% e 7,5%, o que garantiria, aproximadamente, uma taxa de juro real entre 3,0% e 4,0% ao ano, razoável para o investidor e suficiente para alavancar a economia.

Se, neste ínterim, o governo consegue aprovar, no todo ou em parte, as reformas propostas, a economia poderá crescer mais de 2,0% em 2017 e de 4,0% a 5,0% no ano de 2018, o que daria um impulso saudável à eleição de um candidato à presidência que esteja comprometido com a modernização do país.

Em suma, o cenário mais provável para 2017/2018

é positivo. Naturalmente, só no fim do próximo ano é que se terá uma ideia mais precisa deste cenário, que, a cada mês que passa, está se tornando mais concreto, ainda que seja crescente a ansiedade dos investidores e dos homens de negócio, em razão de o tempo político ser muito mais lento do que gostariam para se realizar as reformas.

A trAvessiA, ou trAnsição, entre A situAção AtuAl e o cenário mAis provável

No curtíssimo prazo, o Banco Central pode antecipar um pouco o início de queda nos juros, considerando a evolução da inflação. Porém, nada que tenha um impacto sensível sobre os negócios no fim do ano. E, o primeiro trimestre de 2017 será difícil, mesmo que esteja em andamento uma redução nas taxas de juros.

O único fator que pode gerar uma melhoria rápida na economia é uma desvalorização da moeda que leve a cotação do dólar para o intervalo de R$ 3,95 a R$ 4,10.

Ocorrendo neste ano, ampliaria o plantio da safra verão 2016/2017 e a produção da indústria. Ao mesmo tempo, abriria espaço para uma abertura da economia brasileira ao comércio internacional e um crescimento do PIB de 3,0% ou mais no próximo ano.

Entretanto, o câmbio virou um “tabu” para o Banco Central e as reservas próximas aos US$ 400 bilhões, gerando uma pressão imensa sobre o custo da dívida pública, deixam o banco em um dilema sobre o que fazer com as reservas e como frear a entrada de um fluxo crescente de moeda estrangeira. O que, provavelmente, só começará a avaliar, para a tomada de decisão, quando as taxas de juros estiverem em franco processo de baixa.

Apesar dos percalços e das dificuldades que persistirão nos próximos seis meses, a realidade é que o ambiente para negócios ficou muito melhor no Brasil.

o que esperar de 2017?

As principais tendências para os negócios e investimentos são:

•PIB mundial crescendo entre 3,0% e 3,5%em2016.

•PIBbrasileirocomquedade3,1%a3,5%nesteanoecrescimentode2,0%nopróximoano.

• Inflaçãoemqueda,para7,0%nofimde2016;com tendência de ficar em torno da meta de4,5%em2017.

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Índice

07

FATOS, TENDÊNCIAS & OPORTUNIDADESComércio no Mercosul

31

CÂMBIO & COMÉRCIO EXTERIOROMCreduzprojeções

20

AÇÕESBolsatemquartaaltamensalseguidaantecipandoreformas

26

PRODUÇÃO INDUSTRIALPessimismomenor

18

TAXA DE JUROSInflaçãoserádecisiva

PRINCIPAIS INDICADORES08

EVOLUÇÃO E PREVISÕES12FUNDOS DE INVESTIMENTO

22 RendaFixamantémdestaque

SEGUROS

23Desempenhopositivo

VENDAS DO COMÉRCIO

24Recuperaçãodifícil

33

ECONOMIA INTERNACIONALEconomiamundialcresceráabaixodoesperado

34

AGRÍCOLA ECOMMODITIESOfertamundialestável

ATUALIZAÇÃO DE ATIVOS36

ESTATÍSTICA38

BRIEFINGS06

Diretor: Alexis Cavicchini - [email protected]

BAnco De DADos e pesQuisA econÔmicA: Fernando Lopes de Mello - [email protected]

colABorAção:Alexis Cavichini Filho - Jorge Clapp - Melanie Siqueira

trADução:Melanie Siqueira

projeto GrAfico e DiAGrAmAção:CRIA Comunicação - www.criavisual.com.br

DiretoriA comerciAl:Salete Gondim - [email protected]

AtenDimento:Maristella Orlando - [email protected]

WeB DesiGner/internet:Alessandra Moura - [email protected]

centrAl De AtenDimento Ao cliente:(0xx21) 2501-2001www.sumaeconomica.com.br

circulAção:Otacílio Vieira Filho

rio De jAneiro: Rua Baronesa do Engenho Novo, 189 - Cep 20961-210Engenho Novo - Rio de Janeiro - RJ.Tel.: (0xx21) 2501-2001 - Fax: (0xx21) 2501-2648

tirAGem DestA eDição: 45.000 exemplares.

Todas as análises e estatísticas são cuidadosamente preparadas pela equipe da SUMA ECONOMICA, de acordo com os últimos dados disponíveis no seu fechamento. Contudo, o uso destas informações para fins comerciais e de investimento é de exclusiva responsabilidade e risco dos seus usuários.

O ESTADO DA ECONOMIAOqueesperarde2017?

THE STATE OF THE ECONOMYWhattoexpectfrom2017?

ANÁLISE DA CONJUNTURAInflação,juros,dólarecrescimentodaeconomia

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05

O que esperar do próximo ano?

A revista sumA economicA é uma publicação mensal da cop eDitorA ltDA.Suma Economica

Caminhos ainda difíceis, mas esperançosos

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Revista Suma Economica 5

The State of the Economyo estado da economia

T he exit of Dilma Rousseff is recent, nonetheless it was enough to improve the expectations for the future.

On the one hand, retail sales present an incipient improvement. And, secondly, inflation begins to sag, with less pressure from food prices, services and prices in general, due to companies having reduced markdowns process, due to the perception of lower political and economic risk.

Considering the reduction in inflation rate, the likelihood that prices in 2017 get around 4.5% per year is increasing, which would be a major victory for the current economic team.

Despite these two positive signs, the reality is that objective conditions in the economy have changed little. On the bright side, with the change of government, the proposed limit on public spending, social security, modernization of labor law, and others, when implemented will be a guarantee of stability and a breakthrough for a better Brazil.

In the short term, interest rates remain very high and the demand for loans tiny. The overvalued BRL inhibits exports, and demand remains weak. Not great news to a businessman, entrepreneur, investor or worker in search of employment.

However, with the reduction in the momentum of inflation, the Central Bank will have room to start a decline of basic interest, which should reflect on all other interest rates. Considering an eighteen-month horizon, starting in 2017, there will be room for a moderate and steady decline of interest until June 2018.

Whereas inflation in the period is between 3.5% and 4.5% considering 12-month moving averages, there will be room for a reduction in public debt to the range of 6.5% and 7.5% , which would approximately guarantee a real interest rate between 3.0% and 4.0% per annum, reasonable for the investor and sufficient to boost the economy.

If, in the meantime, the government is able to approve, in whole or in part, the proposed reforms, the economy could grow 2.0% in 2017 and 4.0% to 5.0% in 2018, which would give a healthy boost to the election of a presidential candidate who is committed to the modernization of the country.

In short, the most likely scenario for 2017/2018 is positive. Of course, only by the end of next year will

we have a more precise idea of this scenario, that is becoming more concrete month by month, although there is growing anxiety of investors and businessmen, since ‘political time’ to carry out reforms is slower than desirable.

the crossinG, or trAnsition, BetWeen the current situAtion AnD the most likely scenArio

In the very short term, the Central Bank may anticipate a little the drop in interest rates, considering the evolution of inflation. But nothing that has a significant impact over end-of –the-year busines. The first quarter of 2017 will be difficult, even if there is an ongoing reduction in interest rates.

The only factor that can lead to a rapid improvement in the economy is a devaluation of the currency, leading the dollar to the range of R$ 3.95 to R$ 4.10.

If it took place this year, it would expand summer harvest from 2016/2017, as well as industrial production. At the same time, it would open space for the Brazilian economy to international trade and GDP growth of 3.0% or more next year.

However, the exchange rate has become a “taboo” for the Central Bank and reserves close to US$ 400 billion, generating an immense pressure on the cost of public debt, leaving the bank in a quandary about what to do with the reserves and to curb the entry of an increasing flow of foreign currency. This will most likely only be evaluated when when interest rates significantly decrease.

Despite the setbacks and difficulties that will persist in the next six months, the reality is that the business environment is much better in Brazil.

What to expect from 2017?

the main trends for business and investments are:

•World GDP growing between 3.0% and 3.5%in2016.

•Brazil’sGDPtodrop3.1%to3.5%thisyearandgrow2.0%nextyear.

• Fall in inflation to 7.0% at the end of 2016;tendency to stay around the target of 4.5%in2017.

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Revista Suma Economica6

Briefings

Comportamento do Abate no segundo trimestreDe acordo com o IBGE, no segundo trimestre deste ano foram abatidas 7,63 milhões de cabeças de gado bovino, queda de 0,05% frente ao mesmo trimestre de 2015 e alta de 4,5% frente ao primeiro trimestre deste ano. Doze dos 27 estados da federação tiveram retração no abate, destaque para as quedas em Minas Gerais e São Paulo. Entre os quinze estados que fecha-ram o trimestre em alta, destaque para Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O ranking aponta para a liderança no abate de bovinos para o Mato Grosso.

Para suínos, foram 10,46 milhões de cabeças entre abril e junho deste ano, aumento de 8,0% frente ao mesmo período do ano passado, e de 3,9% na comparação com o primeiro trimestre de 2016. Os estados da região Sul mantêm a liderança no abate de bovinos, sendo Santa Catarina o primeiro no ranking.

No caso do abate de frangos, foram 1,49 bilhão de cabeças, alta de 6,5% na comparação com o com o segundo trimestre do ano passado. Frente ao período entre janeiro e março, alta de 1,0%. A liderança pertence ao estado do Paraná.

Comportamento da Demanda por crédito por parte das empresas De acordo com o Serasa Experian, a demanda das empresas por crédito cresceu 11,2% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2015. Frente a julho de 2016, houve alta de 11,6%. O resultado acumulado nos oito primeiros meses do ano aponta uma queda de 0,7%. Em 12 meses, desaceleração de 3,0%.

Por porte de empresa, micro e pequenas empresas apresentaram alta de 12,4% frente ao mês de agosto do ano passado. Médias e grandes tiveram retração de dois dígitos nesta base. O resultado acumulado nos oito primeiros meses do ano apon-ta estabilidade em micro e pequenas empresas, sendo que, em médias e grandes, a retração permanece em dois dígitos.

Na análise por setor, houve alta generalizada na procura por crédito frente ao mês de agosto de 2015, destaque para o cres-cimento de 20,7% em Serviços. Na comparação com julho, alta também bastante significativa em Serviços. O resultado entre janeiro e agosto aponta serviços em alta e queda na indústria e no comércio.

Na pesquisa por região, frente ao mês de agosto do ano passado, aceleração em todas as regiões. Na comparação com julho, a mesma conjuntura. Nos oito primeiros meses do ano, alta apenas no Sudeste e no Sul. Em 12 meses, a região Sul passou a ser a única a apresentar aceleração.

Volume do setor de serviçosDe acordo com o IBGE, o volume do setor de serviços apresentou queda de 4,5% em julho na compa-ração com o mesmo mês de 2015, mantendo a trajetória de queda. No ano, retração de 4,8%. Em 12 meses o resultado também apontou uma queda de 4,9%.

Em receita, houve alta de 0,3% frente ao mês de julho de 2015, com o resultado acumulado em 12 meses fechando em alta de 0,1%. Nos primeiros sete meses do ano, alta de 0,2%.

O destaque no volume de serviços ficou para Transporte Aéreo, com alta de 6,8%, frente ao mês de julho do ano passado. Apenas este e os ramos de Tecnologia da Informação e de Outros serviços Prestados às Famílias tiveram aceleração nesta base. Pelo lado negativo, queda de 15,2% em Serviços Técnicos-Profissionais e de 13,9% em Transporte Aquaviário.

Por estado, frente ao mesmo mês do ano passado, os destaques foram Goiás, com alta de 5,4% no volume de serviços, seguido por São Paulo, com crescimento de 4,9%. Pelo lado negativo a maior queda foi apresentada por Minas Gerais: - 9,5%.

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Revista Suma Economica 7

Fatos, Tendências & Oportunidadesfacts, trends and opportunities

Por Alexis Cavicchini, Editor

Comércio no MercosulA corrente de comércio entre o Brasil e a Argentina não para de cair. Em 2012 eram quase US$ 50 bilhões. Em 2015 foram

US$ 33 bilhões. Em parte pela forte recessão, nos dois países, em parte pelo protecionismo crescente na Argentina, que emperra o comércio bilateral, com as mais variadas alegações.

A realidade é que o bloco de união aduaneira, ou mesmo de livre comércio entre os principais países que compõem o Mercosul, começou a se deteriorar antes mesmo da adesão da Bolívia e da Venezuela. Os países que, na prática saíram do bloco - ou melhor, fazem parte para o que interessa, mas fizeram dezenas de acordos com outros blocos - como o Uruguai e o Paraguai, crescem mais do que os demais, posto que estão se integrando ativamente ao mercado internacional, mesmo sem terem a estrutura e a escala de produção do Brasil ou da Argentina. A concepção do bloco de comércio no sul é boa e traz benefícios para todos. Porém, se não funciona, o melhor seria a dissolução do bloco, para cada um dos países negociar livremente os seus interesses.

Preço das ações e outros ativosOs preços das ações valorizaram-se muito de fevereiro ao início de outubro. A tendência para 2017 e 2018 é positiva,

se a economia estiver crescendo e absorvendo novos trabalhadores. Caso contrário, como apresentado no tópico anterior, o risco político tende a criar turbulências. O preço de imóveis continua muito depreciado. Este é um bom ponto de compra. Porém, os preços só começarão uma recuperação mais rápida quando os juros começarem a cair e se iniciar a recuperação na construção civil. Fique atento, se você pretende comprar ou vender.

Emprego, construção civil e câmbioO governo Michel Temer, ainda que faça as reformas que são necessárias para criar as condições para um crescimento

sustentado e com baixa inflação nos próximos anos, terá apenas vinte meses para reduzir significativamente o desemprego, que está em 12 milhões e vai crescer até o primeiro trimestre do ano que vem. Ou seja, até julho de 2018 terá que criar um ambiente favorável para a sua reeleição, se for possível, ou de um candidato comprometido com Brasil novo. São poucas as alternativas para uma rápida absorção de mão de obra. A mais fácil e rápida é pela construção civil. A segunda é por uma combinação de menores taxas de juros e desvalorização do real, que reteria a mão de obra no campo e aumentaria o emprego industrial.

O prazo é curto. E será cada vez menor, se a esquerda reaglutinar-se em torno do desemprego, e criar um imaginário de que existem soluções radicais e “salvadoras” para o seu projeto político. Em suma, apesar das mudanças para melhor, o risco político voltará se não houver uma rápida absorção do imenso contingente de mão de obra desempregada.

Compras, infraestrutura e a difícil situação dos Estados e dos maiores municípios

Com raras exceções, está se deteriorando muito rápido a situação dos Estados e da maior parte dos municípios. O acordo feito com a União no final de junho, pelo qual se suspendeu o pagamento das dívidas dos Estados com a União até o fim deste ano, permitiu que os Estados não parassem, mas estão em uma situação crítica, com dinheiro suficiente apenas para pagamento de salários. E em alguns casos, nem isto. Em janeiro de 2017 o desconto de 100% de moratória, começa a ser reduzido em 5,5%, a cada mês, até que os Estados voltem a pagar o serviço da dívida de forma integral até julho de 2018.

É difícil que os Estados consigam equilibrar as contas até julho de 2018, mesmo considerando o crescimento das economias e das receitas. O mais provável é que a moratória seja “renegociada” nas vésperas da eleição presidencial.

Contudo, a realidade é que as partes da federação precisarão de um ajuste das contas públicas similar ao que está sendo feito no governo central. E as compras, assim como investimentos em infraestrutura por parte dos estados e municípios, serão mínimas no decorrer dos próximos dois anos. E os Estados só terão condições de voltar a investir quando conseguirem, no mínimo, acertar a folha de salários e previdência dos funcionários.

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