O QUE ESPERAR DOS NEGÓCIOS AUTOMOTIVOS

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Automotive Automotive FEVEREIRO DE 2015 ANO 7 • NÚMERO 31 PESQUISA DA ROLAND BERGER E AUTOMOTIVE BUSINESS REVELA A EXPECTATIVA DOS EXECUTIVOS DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA, APONTANDO DIFICULDADES A SER ENFRENTADAS E POSSÍVEIS INCENTIVOS •EM MOMENTO DESAFIADOR, GM COMEMORA 90 ANOS •MERCADO DE CAMINHÕES AINDA NO INFERNO ASTRAL •A ARRANCADA DO E-SOCIAL NO SETOR AUTOMOTIVO O QUE ESPERAR DOS NEGÓCIOS AUTOMOTIVOS

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AutomotiveAutomotiveFEVEREIRO DE 2015 ANO 7 • NÚMERO 31

PESQUISA DA ROLAND BERGER E AUTOMOTIVE BUSINESS REVELA A EXPECTATIVA DOS EXECUTIVOS DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA,

APONTANDO DIFICULDADES A SER ENFRENTADAS E POSSÍVEIS INCENTIVOS

• EM MOMENTO DESAFIADOR, GM COMEMORA 90 ANOS

• MERCADO DE CAMINHÕES AINDA NO INFERNO ASTRAL

• A ARRANCADA DO E-SOCIAL NO SETOR AUTOMOTIVO

O QUE ESPERAR DOS NEGÓCIOS AUTOMOTIVOS

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4 • AutomotiveBUSINESS

ÍNDICE

8 FERNANDO CALMON ALTA RODA Mobilidade: soluções verdadeiras

10 NO PORTAL

12 CARREIRA

16 NEGÓCIOS

47 CAPA

2015O QUE ESPERAR DOS NEGÓCIOS AUTOMOTIVOS EM

Pesquisa da Roland Berger e Automotive Business com profissionais da indústria automobilística revela que não serão poucos os desafios em 2015. A rentabilidade do setor é um dos temas centrais do levantamento

36 MOTORES PESADOS TAREFAS DIFÍCEIS As estratégias dos fabricantes

38 TI O AVANÇO DO E-SOCIAL A arrancada do programa

41 INVESTIMENTOS OS APORTES DAS MONTADORAS O compasso dos empreendimentos

44 CENÁRIOS 2015 MERCADO IMPORTANTE A previsão de recuperação

HONDA SOUTH AMERICA

se instala em Sumaré

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NISSAN – Produção deve crescer 3% ao ano até 2020, mas a partir de 2016

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AutomotiveBUSINESS • 5

58 CAMINHÕES ANO DIFÍCIL Setor começa derrapando

62 MÁQUINAS AGRÍCOLAS APOSTA NA ESTABILIDADE Segmento pode repetir 2014

65 IMPLEMENTOS OS NOVOS DESAFIOS Recuperação no segundo semestre

A VALTRA, marca da AGCO, vendeu 11,5 mil tratores em 2014

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AÇÃO

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MALAGRINE

FOTOS: DIVULGAÇÃO / GENERAL MOTORS DO BRASIL

1925 – Primeira fábrica da GM do Brasil,

no Ipiranga, em São Paulo.

Abaixo, o sedã médio

Cobalt, lançado em 2011

52 INDÚSTRIA/HISTÓRIA GM FAZ 90 ANOS NO BRASIL A trajetória da empresa no País

VOLKSWAGEN

CONSTELLATION 25420 –

Com tração 6x2, é destinado

ao transporte de cargas em

aplicações rodoviárias utilizando

semirreboques de até

três eixos espaçados

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www.automotivebusiness.com.br

Editada por Automotive Business, empresa associada à All Right! Comunicação Ltda.

Tiragem de 13.000 exemplares, com distribuição direta a executivos de fabricantes

de veículos, autopeças, distribuidores, entidades setoriais, governo, consultorias,

empresas de engenharia, transporte e logística e setor acadêmico.

DiretoresMaria Theresa de Borthole Braga

Paula Braga PradoPaulo Ricardo Braga

Editor ResponsávelPaulo Ricardo Braga

(Jornalista, MTPS 8858)

Editora-AssistenteGiovanna Riato

RedaçãoMário Curcio, Pedro Kutney, Sueli Reis e

Victor François

Editor de Notícias do PortalPedro Kutney

Colaboradores desta ediçãoCamila Waddington, Edileuza Soares e

Ricardo Panessa

Direção de ArteRicardo Alves de Souza

Assistente de ArteJosy Angélica

Fotografia

Estúdio Luis Prado

PublicidadeCarina Costa, Greice Ribeiro, Monalisa Naves

Atendimento ao leitorPatrícia Pedroso

WebTV Marcos Ambroselli

Comunicação e eventos

Carolina Piovacari

ImpressãoMargraf

Distribuição

Treelog

Administração, redação e publicidadeAv. Iraí, 393, conjs. 51 a 53, Moema,

04082-001, São Paulo, SP, tel. 11 5095-8888

[email protected]

A editora Giovanna Riato colheu a opinião de duas consultorias sobre o comportamento do mercado automotivo brasileiro em

2015 e não demonstrou muito entusiasmo na redação. No entender da Jato Dynamics e da Carcon Automotive, o setor deve experimentar um pequeno alívio este ano – e ensaiará uma leve retomada apenas no segundo semestre. Assim, depois de derrapar no fim de 2014 e quase perder a quarta posição no ranking de vendas global, nossa indústria provavelmente só poderá comemorar a retomada em 2017, se os ventos soprarem favoravelmente para a economia.

Outro levantamento realizado em parceria entre a consultoria Roland Berger e Automotive Business, que aparece na capa desta edição, corrobora a impressão da Jato e da Carcon. A pesquisa, finalizada em janeiro depois de ouvir mais de três centenas de profissionais da indústria automobilística, dos quais mais da metade ocupam cargo de presidente ou diretor e 55% têm mais de vinte anos de experiência no setor, revela igualmente pouco otimismo com os resultados de 2015. Expressiva parcela desses executivos deixa antever que a rentabilidade de suas empresas será tema estratégico em 2015, a exemplo do que já ocorreu em 2014.

Para Stephan Keese, sócio-diretor da Roland Berger, o ano será desafiador e ele mesmo só antevê uma retomada em 2017. Para os entrevistados haverá estagnação de mercado ou uma leve retração nos negócios.

Ouvimos também a General Motors, que comemora 90 anos de atividade no País e vive um momento de transformação e grandes desafios. Apresentamos um elenco de conquistas da montadora no Brasil e reproduzimos uma entrevista com seu presidente, Santiago Chamorro. Mesmo bastante atarefado no período de fechamento desta edição, ele encontrou tempo para responder um questionário preparado por Automotive Business, esclarecendo aos nossos leitores alguns assuntos polêmicos.

Máquinas agrícolas e o segmento de pesados também merecem destaque na revista. Analisamos as expectativas de mercado dos fabricantes de caminhões, motores e implementos. Vale a pena conferir, ainda, o sumário preparado pela jornalista Sueli Reis sobre os investimentos em andamento na indústria automobilística.

Boa leitura e até a próxima edição.

PERSPECTIVAS PARA 2015

REVISTA

Paulo Ricardo [email protected]

EDITORIAL

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8 • AutomotiveBUSINESS

LUIS

PRA

DO

FERNANDO CALMON é jornalista especializado na

indústria automobilística [email protected]

Leia a coluna Alta Roda também no portal

Automotive Business

PATROCINADORAS

no Futuro, da matriz da Ford, em palestra na feira de tecnologia Campus Party, em São Paulo. Megacidades com mais de 10 milhões de habitantes serão pelo menos 41 até 2030. A classe média, que aspira ter um automóvel, passará de 2 bilhões para 4 bilhões de pessoas, a maioria na Ásia. Tudo isso traz riscos de congestionamento permanente e de deterioração da qualidade do ar.

No entanto, a executiva confia que o consumidor está mudando suas atitudes e até de prioridade, pelo menos nos EUA. Em pesquisa com múltiplas respostas, 47% gostam de usar seus smartphones para planejar seus deslocamentos, 39% utilizam mais de um meio de transporte e 34% já admitem o transporte solidário em seus carros.

Assim, o trio conectividade, mobilidade e direção autônoma – ou semiautônoma, no primeiro momento – está nos planos dos grandes fabricantes. Com a eletrônica de bordo de hoje geram-se 25 GB de informações por hora e essa enorme massa de dados pode ser aplicada em soluções alternativas. “Seria muito bom combinar os dados de tráfego em tempo real

de aplicativos como o Waze com a velocidade em que o limpador de para-brisa atua. Indicaria chuva pesada e a rota poderia evitar pontos de alagamento catalogados”, exemplificou a executiva.

Klampfl acrescentou que o tempo gasto ao volante pode ser mais bem aproveitado, além de ouvir música ou noticiário. Com informações armazenadas em agendas telefônicas, a capacidade de computação de um automóvel pode organizar uma reunião de negócios ou adiantar o atendimento de triagem em um consultório médico.

Também não descartou a possibilidade de um operador guiar um veículo a distância usando câmera de vídeo, sensores e a rede de telefonia celular de alta velocidade. Seria a versão terrestre de um Vant (veículo aéreo não tripulado) ou drone. Experiências já são feitas em baixa velocidade, com carros de golfe adaptados, em um campus universitário em Atlanta, nos EUA.

No total, a Ford monitora 25 experimentos globais de mobilidade, sendo 14 de sua iniciativa e 11 de desafios de inovações em oito países. A partir de agora, o Brasil é o nono a participar desse esforço mundial.

Mobilidade é a palavra do momento e

preocupa todos: fabricantes de veículos, motoristas, pedestres, governos e os mundos acadêmico e científico. Nesse contexto, ideias surgem de todos os lados, mas é preciso separar soluções verdadeiras daquelas sem eficácia ou ganho prático limitado.

Um exemplo: faixas de pedestres em “X”, em São Paulo, implantadas experimentalmente pela prefeitura em alguns cruzamentos. Trata-se de mera cópia piorada do que foi feito em um bairro de Tóquio. Segundo o engenheiro Paulo Guimarães, do Observatório Nacional de Segurança Viária, a solução japonesa existe em um cruzamento onde o fluxo de pedestres supera a capacidade do passeio público. Usam apenas uma faixa diagonal larga, mas em São Paulo são duas. “No cruzamento das faixas há risco de esbarrões entre os próprios pedestres ao se cruzarem”, destaca.

Quanto ao cenário por parte da indústria, a tendência é produzir, além de carros, soluções de mobilidade por todos os meios. Foi o recado de Erica Klampfl, gerente de Mobilidade Global

ALTA RODA

SOLUÇÕES VERDADEIRAS

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FERNANDO CALMON

FIAT lançou o Bravo 2016, sem alterações me-cânicas, mas com reto-ques frontais (para-cho-que e grade) e nas lanter-nas traseiras. Maior novi-dade é a tela multimídia de 5 pol, de série em to-das as versões, que es-treou no Freemont, mas com GPS opcional. Ou-tras novidades: câmera de ré e versão BlackMotion. Preços são competitivos: de R$ 61.990 a 78.490 (T--Jet turbo a gasolina).

CITROËN aposta no C4 Lounge com motor turboflex THP. A fábrica aumentou a potência de 165 cv para 173 cv com etanol – gasolina apenas 1 cv a mais (166). A rela-ção final de transmissão, alongada em 11,4%, teve objetivo de economizar combustível, em espe-cial etanol. Dessa forma o bom desempenho de an-tes ficou marginalmente menor, porém impercep-tível no dia a dia.

BRASIL conseguiu se manter como quar-to maior mercado mun-dial de veículos em 2014, apenas 67 mil unida-des a mais que a Alema-nha, apesar da queda de 7% nas vendas ante 2013. Em compensação o País perdeu a sétima posição entre os maiores produto-

res para o México. Indústria mexicana tem custos me-nores e é voltada às expor-tações, principalmente para os EUA.

FORD aproveitou a Cam-pus Party, maior feira da América do Sul voltada à in-formática e do geek ao em-preendedor, em São Paulo, para lançar seu Desafio da Mobilidade. O Brasil é o no-no país a encarar essa pro-posta coordenada pelo fa-bricante a fim de melhorar os deslocamentos da popu-lação por qualquer meio de transporte terrestre. Missão ainda mais difícil para espe-cialistas brasileiros, pois óti-mas boas ideias já foram re-veladas em outros países.

AUDI trocou, no sedã A4 e no sedã-cupê-hatch A5, o motor 2 L turbo de injeção direta pelo de 1,8 L turbo de duplo sistema de injeção (in-direta e direta). Apesar de a potência ter caído de 180 cv para 170 cv, torque se man-teve em ótimos 32,6 kgfm.

Objetivo: diminuir consumo de gasolina em até 21% e atender também emissões mais restritas de material particulado exigidas na Eu-ropa. Desempenho pratica-mente não mudou, em ava-liação preliminar cidade/es-trada, atingindo objetivos de projeto.

IMPRESSIONA bem o novo motor de três cilindros que a Nissan oferece no March apresentado no fim de janeiro. Com 77 cv (mes-ma potência com etanol e gasolina, referência não ide-al) e 10 kgfm de torque, des-taca-se pelo surpreendente-mente baixo nível de vibra-ções. Retomadas em baixas e médias rotações são mui-to boas (até parece ter cilin-drada maior), comprovan-do o acertadíssimo traba-lho de calibração da unida-de de gerenciamento eletrô-nico do motor.

PROPOSTA interessan-te da empresa de inter-net de origem argentina

Rodati. Negocia pre-ços e descontos com as concessionárias para que os clientes não te-nham de visitar muitas lojas. Foco inicial é na região metropolitana de São Paulo com promes-sa de voos mais altos. No momento, atende apenas algumas mar-cas: Citroën, Chevrolet, Ford, Honda, Hyundai, Renault, Nissan e Toyo-ta. Nada é cobrado do interessado pelo carro.

NOVENTA anos da GM no Brasil foram mar-cados com inauguração do centro logístico de abastecimento dentro de sua fábrica mais antiga, a de São Caetano do Sul (SP). Área que estoca 4 mil itens de peças, além de gerenciamento de conceito avançado para a indústria, surgiu da “des-construção assistida” de velhos galpões existen-tes há décadas na unida-de do Grande ABC.

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ROËN

RODA VIVA

CITROËN C4 LOUNGE recebe motor THP mais potente, de 173 cv com etanol

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FINANCIAMENTO DE VEÍCULOS ENSAIA REAÇÃOApós um ano em que os bancos chegaram a recusar cerca de 70% dos pedidos de financiamentos para

compra de veículos, houve expressiva reação nas concessões de crédito do segmento no fim de 2014, que acompanharam o aquecimento das vendas de carros novos e usados.

PORTAL | AUTOMOTIVE BUSINESS

NOTICIÁRIOENTREVISTAENTREVISTA

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BANCO MERCEDES-BENZ TEVE RECORDE EM 2014O Banco Mercedes-Benz registrou seu melhor desempenho em

2014. Foram R$ 4,8 bilhões em novos negócios, mais 26% sobre 2013. “Na contramão do mercado, tivemos bons resultados no ano, mesmo com um cenário econômico desfavorável e o mercado oscilante”, afirma o presidente do Banco Mercedes, Bernd Barth.

UP! MARCA VOLTA DE 1.0 TURBO À VOLKSWAGENA Volkswagen deve voltar a oferecer um carro equipado com motor 1.0 turbo no

Brasil. Será o primeiro propulsor nacional flex turbinado, com chegada ao mercado prevista para o meio do ano em versão do Up!O carro marcará a volta de motores nacionais sobrealimentados com um litro, que a própria VW já usou em Gol e Parati na década de 90

MARCO SALTINI, vice-presidente da Anfavea, detalha as previsões para o mercado de caminhões

Executivos do setor automotivo apontam as expectativas para O VI FÓRUM DA

INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA, no dia 6 de abril

BALANÇO SEMANAL dos acontecimentos mais importantes do setor automotivo

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CARREIRA

12 • AutomotiveBUSINESS

Depois de assumir a diretoria corporativa de recursos

humanos para a América do Sul da ZF em 2014, executivo conta quais serão os desafios que enfrentará na área de RH nos próximos anos.

AUTOMOTIVE BUSINESS – Por que decidiu se unir ao time da ZF?MARCEL OLIVEIRA: A ZF possui em seu DNA a inovação. Este fato me motivou a fazer parte desta

deste ambiente. Se a companhia obtiver sucesso neste processo, a retenção de talentos acontecerá naturalmente.

AB – Quais serão seus desafios e responsabilidades neste novo cargo? MO – Na ZF, como em qualquer organização, o grande desafio no RH é preparar as lideranças para as constantes mudanças que acontecem, tanto no aspecto técnico como no comportamental. A gestão de pessoas é dever de todo o time de liderança e para tal este grupo deve ser devidamente preparado para esta nova concepção e realidade. n (Victor François)

MICHAEL KUESTER (foto 1) é o novo presidente da DAF no Brasil. Anteriormente diretor comercial, substitui Marco Dávila, que assumirá a vice-presidência do Grupo Paccar na América Latina e México. O FRANCÊS Frédéric Sebbagh (foto 2) é o novo diretor da Continental no Brasil. No país há 15 anos, ele atuava como diretor das unidades de negócios Fluid Technology e Vibration Control, da ContiTech, em Ponta Grossa (PR). NA RANDON, Norberto Fabris (foto 3) assume a nova gestão de compras. Esdânio Pereira (foto 4) foi nomeado diretor operacional e se reportará a Fabris, que acumulará a função de relações institucionais e continuará respondendo pela divisão de veículos. A MWM INTERNATIONAL, (foto 5) do grupo Navistar, nomeou Rodrigo Kanno para o cargo de gerente de marketing. Ele será responsável pela comunicação, inteligência de mercado, eventos, identidade corporativa e propriedade intelectual das divisões de motores e peças de reposição. A MERITOR unifica as diretorias de vendas e marketing e Mário Morelli (foto 6), que já comandava as vendas ao mercado de reposição, agora acumula a direção de ambas as áreas. ALEXANDRE BLASI (foto 7), há 11 anos na New Holland, assume cargo de diretor comercial da divisão de máquinas agrícolas e sucede Luiz Feijó, que deixa a companhia.

EXECUTIVOS

MARCEL OLIVEIRA INGRESSA NA ZFcentenária e avançada organização, visto que acredito poder contribuir para que isso continue sendo desenvolvido e gere resultados positivos para nossos colaboradores, sociedade e clientes.

AB – Com as dificuldades enfrentadas atualmente pelas empresas do setor, como você avalia a atuação da área de RH para a retenção de talentos?MO – Atrair e manter talentos é fazer com que a divergência de ideias e opiniões termine convergindo para o interesse mútuo, tanto para o progresso da organização como de seus colaboradores. Este é o grande desafio do RH, que deve atuar de forma catalisadora na obtenção

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16 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

Acreditamos que o segundo semestre ainda será difícil, mas a expectativa é de que seja de recuperação. Com isso mantemos a projeção

de crescer 4,1% na produção este ano, que será puxada principalmente pela redução da participação dos importados no mercado nacional.”

PONTO DE VISTA

CORTE

VOLKSWAGEN FECHA 3o TURNO EM TAUBATÉ

O volume de vendas do Up! não conseguiu segurar o terceiro turno de operação na fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP). Ao mesmo tempo

em que comemorou recorde de vendas do compacto, de 6,7 mil unidades em janeiro, a companhia confirmou o cancelamento da carga adicional na planta com o objetivo de “ajustar a produção à demanda de mercado”, segundo comunicado. Além disso, 250 trabalhadores da unidade entraram em férias coletivas por 20 dias.

LUIZ MOAN, presidente da Anfavea, ao traçar as expectativas para 2015

A compra da Veyance Technologies pela

Continental AG recebeu aprovação das entidades responsáveis pela proteção da livre concorrência. O brasileiro Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) confirmou o negócio, apesar de ter imposto algumas restrições, já que o novo empreendimento envolverá a atual líder de mercado e sua terceira maior concorrente. Com a compra, a operação da Veyance passará a fazer parte da divisão ContiTech de produtos de alto desempenho.

FUSÃO

APROVADA A COMPRA DA VEYANCE PELA CONTINENTAL

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A IMI plc está trazendo todas as empresas da Norgren em uma divisão recém-criada: a IMI Precision Engineering. Esta mudança faz parte do comprometimento em criar uma verdadeira empresa de classe mundial, apoiada por um programa de melhoria contínua e investimento em supply chain, inovação, eficiência de fabricação, serviço ao cliente e suporte pós-venda.

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RETOMADA Depois de vencer o impacto da contração nas operações automotivas, com a revisão de es-tratégias para superar o período de dificulda-des, será hora de se preparar para a retomada dos negócios. Quem ganhará e quem perderá nos próximos meses? Até quando vai perdu-rar o período de vacas magras? Quais serão os novos patamares de produção e vendas? A re-lação cambial favorecerá a retomada? Você vai encontrar respostas no Fórum da Indústria Au-tomobilística, que ajudará a compreender as transformações no setor e as novas tendências na economia para azeitar os planos de ação de sua empresa.

EVENTO COM PROGRAMAÇÃO COMPLETA DE UM DIA*Palestras e debates

*Feira de tecnologia

*Workshops de relacionamento

*Networking

WORKSHOPS DE RELACIONAMENTOUm ponto alto do Fórum serão os workshops de rela-cionamento (Cadeia de Suprimentos e Polos Automoti-vos), que colocarão os participantes em contato direto com 120 profissionais convidados das áreas de enge-nharia e compras das montadoras. Haverá estandes demarcados para as montadoras receberem separa-damente os participantes do Fórum. Será uma ocasião especial para os fabricantes de autopeças estarem em contato direto com os profissionais que especificam e compram componentes e serviços automotivos.

NETWORKINGEm ambiente de extrema competição na indústria au-tomobilística, o sexto Fórum repetirá a fórmula vence-dora das edições anteriores, que receberam 900 par-ticipantes no Golden Hall do Hotel Sheraton/WTC, em São Paulo, local premium para eventos.

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NEGÓCIOS

20 • AutomotiveBUSINESS

O cenário incerto para a indústria automotiva no Brasil pode ser terreno fértil para a Industrial Supply South America (Issa), feira que reunirá montadoras e cadeia de suprimentos

no centro de exposições Expoville, em Joinville (SC). O evento é iniciativa da Hannover Fairs Sulamérica, subsidiária da Deutsche Messe, e pretende oferecer às montadoras, em um só lugar e em curto período, a chance de conhecer diversos fornecedores e, eventualmente, encontrar soluções para gargalos em sua cadeia produtiva.

Valério Regente, diretor da feira, aponta que o objetivo é suprir três necessidades das OEMs. A primeira delas é a demanda por mais conteúdo local, impulsionada pelo Inovar-Auto, regime automotivo que entrou em vigor em 2013. O segundo aspecto importante é a busca das fabricantes de veículos por mitigar riscos. A terceira grande necessidade é a redução de custos. “As montadoras têm visão de longo prazo, não se orientam por situação conjuntural, por isso este é o momento certo para o evento. É hora de buscar mais eficiência e melhoria no processo produtivo”, avalia.

EVENTO

JOINVILLE RECEBERÁ FEIRA DE FORNECEDORES ASSISTA À

ENTREVISTA COM VALÉRIO REGENTE, DIRETOR DA SUPPLY SOUTH AMERICA

NOVA GESTÃO

FRANK SOWADE ASSUME A PRESIDÊNCIA DA SAE BRASIL

A SAE Brasil, sociedade dos engenheiros da mobilidade, tem nova liderança para o

biênio 2015-2016. No início de fevereiro Frank Sowade assumiu a presidência da entidade como sucessor de Ricardo Reimer. O executivo é diretor de operações da planta da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP). Ao tomar posse o executivo apontou a busca por competitividade como lema de sua gestão. “Vamos buscar a eliminação de gargalos e nos preparar para a competição crescente no mercado”, defendeu.

William Bertagni, diretor de engenharia da General Motors no Brasil, será o vice-presidente desta gestão, o que sinaliza que o executivo vai assumir a presidência da organização no período seguinte, de 2017 a 2018. Até lá Sowade pretende trabalhar pelo “engrandecimento da engenharia brasileira”. O novo dirigente aponta para uma mudança imediata no cenário do setor no Brasil: a chegada das plataformas e carros globais, que favorecem a melhoria da eficiência energética e dão impulso para que as montadoras alcancem as metas do Inovar-Auto.

Desde janeiro a Norgren passou a se chamar

IMI Precision Engineering. A mudança é efeito da reestru-turação global do Grupo IMI, que detém o comando da fabricante de autopeças de controle de fluidos. O novo formato da companhia incor-pora as empresas adquiridas ao longo do tempo a três di-visões: Precision Engineering, Critical Engineering e Hydro-nic Engineering. A mudança vai gerar uma só companhia de peso na área de engenha-ria, com mais de 20 marcas, 12 mil funcionários e 14 in-dústrias globais.

MUDANÇA

NORGREN PASSA A SER IMI PRECISION ENGINEERING

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22 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

MARKET SHARE

CARROS 1.0 GANHAM ESPAÇO NO MERCADO

Os carros com motor 1.0 começaram o ano com fatia de 39,4% nas vendas de automóveis, a

maior desde junho de 2012, quando esse segmento representou 40,4%. A participação dos carros de um litro vinha regredindo, mas mostrou sinais de recuperação durante o ano passado: “Isso ocorreu pela quantidade de lançamentos de 2014. Essa oferta estimulou a demanda”, afirma Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea. (Mário Curcio)

SEDE

HONDA SOUTH AMERICA SE INSTALA EM SUMARÉ

A sede da Honda South America (HSA) foi transferida para Sumaré (SP), num prédio ao lado da fábrica onde são montados os modelos Civic, City e Fit. Os novos 16 mil metros quadrados receberam cerca de 400 funcionários,

responsáveis pelas operações administrativas e comerciais da Honda Automóveis e as áreas corporativas de atendi-mento ao cliente, recursos humanos, controladoria, tecnologia da informação, jurídico, regulamentação de produto, relações institucionais, pós-venda e auditoria. Até o fim de 2015 a Honda vai inaugurar sua segunda fábrica de auto-móveis no Brasil, na cidade de Itirapina (SP).

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NEGÓCIOS

PRODUÇÃO INDUSTRIAL

SETOR DE VEÍCULOS PUXOU RESULTADO PARA BAIXO

A produção industrial terminou 2014 com queda acumulada de 3,2% na comparação com o ano anterior, segundo levantamento realizado pelo IBGE. O mau resultado de-

veu-se em boa parte ao setor de veículos, reboques e carrocerias, que teve o pior desem-penho entre todas as categorias avaliadas, com queda de 16,8% entre janeiro e dezembro.

P&D

SMARTTECH TEM DEMANDA ACELERADA POR TESTES

Em tempos de mercado contraído, a Smarttech percebe aumento da demanda por seus serviços de

laboratórios para desenvolvimento e homologação de autopeças e veículos. A empresa inaugurou a estrutura em Holambra (SP) em setembro de 2014 e registrou alta de 13% no faturamento na comparação com 2013. “Existe um enorme buraco em engenharia e desenvolvimento nas empresas no Brasil. Entramos em um campo com forte demanda reprimida. Há necessidade urgente de nacionalização e são poucos os fabricantes de componentes e automóveis que têm essa capacidade de desenvolver produtos”, explica Ricardo Nogueira, diretor e sócio majoritário da empresa. Para atender a demanda acelerada, já está em curso investimento de R$ 1 milhão para ampliar as instalações. O aporte é adicional aos R$ 5 milhões aplicados para construir o empreendimento.

FÁBRICA

FCA CONTRATA 2 MIL EM PERNAMBUCO

O complexo industrial da Fiat Chrysler Automo-biles (FCA) em Goiana (PE) tem inauguração

oficial prevista para abril, mas já conta com cerca de 2 mil empregados que trabalham na produção pré-série do Jeep Renegade. Quando estiver a pleno vapor, produzindo 250 mil unidades/ano, a fábrica da FCA vai empregar 4,5 mil pessoas, mas este nú-mero sobe para 9 mil quando somados os fornece-dores que já estão instalados ou vão se instalar no parque industrial de Goiana para suprir a linha de montagem. Enquanto acerta os detalhes da fábrica, a companhia trabalha na estruturação da rede de concessionárias. Hoje 40 pontos vendem Chrysler, Dodge e Jeep. Outras lojas dedicadas apenas à li-nha Jeep serão abertas. Até 2016 a meta é chegar a 200 pontos. (Pedro Kutney)

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26 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

MERCADO BRASILEIRO

CRESCIMENTO ACENTUADO A PARTIR DE 2017

O mercado nacional de veículos enfrentará me-ses de instabilidade. Entre 2015 e 2016 as ven-

das devem continuar retraídas. Em compensação, a partir de 2017 a demanda terá crescimento acentu-ado. Esta é a visão da MA8 Consulting, empresa de inteligência de mercado especializada no setor auto-motivo. Segundo a companhia, a evolução do setor automotivo nacional será puxada por mais uma onda de crescimento da economia chinesa. Como o país é o principal parceiro comercial do Brasil, a alta terá impacto positivo sobre o PIB local, o que tende a re-fletir nos resultados do setor automotivo.

INVESTIMENTO

BORGWARNER INAUGURA CENTRO TECNOLÓGICO

A BorgWarner inaugurou centro tecnológico no Brasil, instalado no complexo industrial de Itatiba (SP). As

portas da unidade foram abertas por Vitor Maiellaro, que assumiu a diretoria-geral da companhia no Brasil em fevereiro, em substituição a Arnaldo Iezzi Jr., promovido para a liderança da área de turbos da empresa na Alemanha.

O centro de mais de 2 mil metros quadrados recebeu parte do investimento de R$ 70 milhões feito no complexo de Itatiba. Com o empreendimento, a companhia pretende garantir os recursos necessários para reduzir o tempo de desenvolvimento de novas soluções. A estratégia para a estrutura inclui também a oferta de serviços de engenharia para o mercado da região. “Tínhamos alta demanda por oferecer um suporte local”, explica Maiellaro. A estrutura é um dos sete centros tecnológicos da companhia no mundo.

O centro de desenvolvimento da BorgWarner chega em momento importante de mercado. Apesar da retração das vendas de veículos, a companhia dá um novo passo este ano com o início da produção de turbocompressores para carros de passeio, prevista para os próximos meses. Em 2014 o ritmo da fábrica de turbos diminuiu 20% com a queda na demanda do segmento de veículos pesados, resultado que deve se repetir este ano. Ainda assim, a empresa projeta fechar 2015 com alta de 10% na produção na comparação com o ano passado por causa da entrada no novo nicho.

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Tecnologias para automóveis de passeio e veículos comerciais projetadas para ajudar as montadoras a cumprir as rigorosas normas de emissões. A BorgWarner sabe como combinar controle preciso e responsivo com uma elevada capacidade de fluxo, vedação excelente, boa resistência à corrosão e operação confiável. Como fornecedora líder de soluções powertrain, incentivamos projetistas de motores e mecânica a enfrentar os desafios específicos e otimizar sistemas. Para inovações de powertrain que geram resultados, parceria BorgWarner.

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NEGÓCIOS

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CONECTIVIDADE

Até 2020, um em cada cinco carros que rodam no mundo estará conectado diretamente à rede de

internet sem fio e 250 milhões serão capazes de rodar de forma autônoma, sem participação tão ativa do motorista. A projeção é da consultoria Gartner.

250 MILHÕES DE CARROS AUTÔNOMOS EM 2020

PESADOS

MERCEDES-BENZ LANÇA NOVO FLEETBOARD E QUER MANTER VENDAS

A o apresentar a nova geração do Fleetboard, sistema de telemetria e rastreamento para gerenciamento de

frota, a Mercedes-Benz anunciou a meta de manter em 2015 os mesmos volumes alcançados no ano passado, quando entregou 35,5 mil unidades. O volume foi 6,7% inferior ao de 2013, mas a contração foi menor que a do mercado total, que caiu 11,3%.

Para chegar a tal número a empresa aposta na projeção de safra recorde de grãos. Também acredita na oferta do sistema Fleetboard para aumentar a atratividade de seus caminhões. O desenvolvimento da tecnologia recebeu investimento de R$ 40 milhões. Antes voltado apenas aos extrapesados, o serviço passa a ser oferecido agora para toda a linha da marca. A novidade promete garantir redução de custos aos frotistas, já que oferece diagnóstico remoto do caminhão e dados de consumo e condução. (Sueli Reis)

AMPLIAÇÃO

TOYOTA INVESTE R$ 115 MILHÕES NO BRASIL

Nadando contra a corrente de retração nos negócios no Brasil, a Toyota vai investir R$ 115 milhões localmente.

Do total, R$ 100 milhões serão destinados a elevar a capacidade de produção da fábrica de Sorocaba (SP) em 46%. O potencial da planta saltará das atuais 74 mil unidades por ano para 108 mil carros/ano em 2016. Inaugurada em 2012, a unidade produz todas as versões do compacto Etios e continuará operando em dois turnos.

Os outros R$ 15 milhões serão aplicados na construção de um centro de distribuição em Pernambuco, no complexo portuário de Suape. O empreendimento tem inauguração prevista para 2016. Com a estrutura a Toyota pretende melhorar a logística da companhia no Brasil para atender toda a região Nordeste. Em 2014 a Toyota foi uma das poucas marcas a elevar as vendas no Brasil, com alta de quase 11%, para 195,4 mil veículos.

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VENDAS

TOYOTA MANTÉM LIDERANÇA GLOBALA Toyota divulgou o resultado

consolidado de suas vendas e produção globais em 2014: os números apontam que houve aumento de 3% das vendas com relação ao ano anterior, para o total de 10,23 milhões de unidades. O volume, que considera as marcas Toyota, Daihatsu e Hino, mantém a montadora como líder global, com pequena vantagem à frente do Grupo Volkswagen. Contudo, apesar do resultado que a preserva no topo, a Toyota pode perder este ano o reinado que conquistou em 2009, isso porque a montadora projeta vendas menores em 2015, movimento que pode fazer a Volkswagen assumir o primeiro lugar da indústria global.

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NEGÓCIOS

COMÉRCIO EXTERIOR DO SETOR AUTOMOTIVO EM 2014PRODUTOS

SELECIONADOS**IMPORT.

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(US$ BILHÕES)POSIÇÃO* VAR.

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PARTES E PEÇAS 7,14 4 -13,9 2,58 17 -22 -4,56VEÍCULOS DE CARGA 3,02 14 -9,4 1,49 28 -32,4 -1,53PNEUS 1,36 41 -17,4 1,32 34 -6,4 -0,04MOTORES 1,21 46 -8,4 2,19 20 -16,2 0,98TOTAL 20,4 1 -16,2 10,77 4 -28,3 -9,63

*Posição/colocação na tabela dos 100 produtos mais importados e mais exportados em 2014**Produtos da indústria automotiva selecionados em ordem decrescente do valor das importações

Fonte: MDIC/Secex – Elaboração: Automotive Business

COMÉRCIO EXTERIOR

SETOR AUTOMOTIVO É O MAIOR IMPORTADOR

Em 2014 o setor automotivo foi mais uma vez o maior importador do Brasil, segundo dados da Secretaria de Co-mércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). As compras das

empresas do segmento no exterior somaram US$ 20,4 bilhões, considerando automóveis, veículos de carga, partes e peças, pneus e motores veiculares. O montante é 16,2% menor que o de 2013, mas ainda corresponde a 9% do total importado pelo País no ano passado. As exportações do setor automotivo no ano passado foram bem menos expres-sivas e somaram US$ 10,77 bilhões, com queda de 28,3%. O resultado trouxe déficit adicional de US$ 9,6 bilhões à balança comercial brasileira no ano passado.

BALANÇA COMERCIAL

AUTOPEÇAS ACUMULAM SALDO NEGATIVO DE US$ 9 BILHÕES

A balança comercial de autopeças terminou 2014 com rombo de US$ 9 bilhões, resultado 8,9%

inferior ao de 2013. Apesar da queda, o desempenho foi melhor que o esperado pelo Sindipeças, entidade que representa os fabricantes do setor. A organização projetava déficit de US$ 10 bilhões para o ano.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

INMETRO: NOVOS RESULTADOS DA ETIQUETAGEM VEICULAR

O Inmetro divulgou os resultados do novo ciclo de

testes do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), que classifica os carros vendidos no Brasil de acordo com o consumo de combustível e as emissões de poluentes. Nesta bateria foram avaliados 587 modelos e versões de 36 fabricantes. Como era de se esperar, os melhores desempenhos foram registrados entre os carros subcompactos e compactos, que são mais leves e usam motores menores, como Volkswagen Up!, Nissan Versa, Renault Clio e Ford Ka.

VEJA OS RESULTADOS COMPLETOS DOS TESTES

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NEGÓCIOS

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VENDAS FRACAS

ECOSPORT TERÁ FACELIFT NA EUROPAO EcoSport, amplamente anunciado no Brasil

como o primeiro carro global da Ford a ter o desenvolvimento liderado pelo time nacional de engenharia, não teve a aceitação esperada na Europa. As vendas do carro, que começaram em abril de 2014 na região, decepcionaram a expectativa da montadora. Para contornar esta situação, a companhia trabalha agora para adaptar o modelo ao gosto do consumidor local. Em maio o utilitário esportivo chegará ao continente atualizado. A principal mudança prevista é a remoção do estepe da tampa traseira do veículo, característica que dasagrada o consumidor da região.

ATRASO

JAC AINDA AGUARDA R$ 120 MILHÕES PARA COMEÇAR FÁBRICAA JAC Motors ainda espera a

liberação de um empréstimo de R$ 120 milhões para iniciar a construção da fábrica em Camaçari (BA), prometida desde 2011, e também pleitear sua nova inscrição no Inovar-Auto como fabricante. O empréstimo foi aprovado em setembro de 2014 pela Desenbahia, Agência de Fomento do Estado da Bahia, mas o dinheiro ainda não foi liberado.

O projeto inicial previa inauguração da fábrica até o fim de 2014, o que não ocorreu. Com a aprovação do empréstimo, a futura montadora esperava ter iniciado construção em novembro passado, o que permitiria o início da montagem dos carros no primeiro trimestre do ano que vem. Ou seja, o novo prazo para o começo da obra estourou mais uma vez, o que provavelmente atrasará o início da produção.

Em 2014 a JAC teve 8,4 mil unidades emplacadas, registrando queda de 47,3% ante 2013 e passando da 14ª para a 19ª posição em vendas de automóveis e comerciais leves. No começo de dezembro a marca abriu uma nova revenda que pode aumentar em até 20% as vendas na cidade de São Paulo, mas é fato que a rede nacional encolheu e está hoje em cerca de 35 pontos, metade do que atingiu no melhor momento, em 2011, ano em que o governo elevou em 30 pontos porcentuais a alíquota do IPI sobre os modelos importados que não viessem do Mercosul ou México.

Durante o Salão do Automóvel, em outubro de 2014, o presidente da JAC Motors do Brasil, Sérgio Habib, admitiu que teria montado uma operação menor se soubesse que seus carros teriam a tributação

elevada dessa maneira. Sobre a rede, o executivo falou em dezembro: “Começaremos a nomear novos concessionários no fim de 2015, seis meses antes do início da produção do carro nacional em Camaçari (BA). Antes disso não tem como.”

A rede de distribuição aguarda agora lançamentos previstos para este ano, como o utilitário esportivo T6. O modelo tem porte semelhante ao do HyundaiiX35, mas preço inicial entre R$ 70 mil e R$ 75 mil. Também para 2015 é aguardado o T5, com estilo e porte muito próximos aos do Ford EcoSport, mas ainda sem preço aproximado. O primeiro carro a ser produzido pela JAC em Camaçari terá plataforma semelhante à do modelo J3, mas desenho próprio. (Mário Curcio)

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DUAS RODAS

YAMAHA MT-07 CHEGA A PARTIR DE R$ 26.990

A Yamaha começou a montar em Manaus a MT-07, nova moto de alta cilindrada que

chega até abril por R$ 26.990 na versão básica ou R$ 28.490 com freios ABS. “Nos primeiros quatro meses esperamos entregar entre 350 e 400 unidades aos concessionários”, afirma o diretor comercial, Márcio Hegenberg, que aguarda um volume anual de 3 mil unidades. A novata tem motor de dois cilindros e 700 centímetros cúbicos. A maior oferta de modelos de alta cilindrada é necessária para aproveitar o bom momento de motos acima de 450 cc, cujas vendas subiram 11% em 2014 enquanto o mercado como um todo recuou 5,7%. (Mário Curcio)

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34 • AutomotiveBUSINESS

NEGÓCIOS

LANÇAMENTO

RENOVAÇÃO

NEW MARCH ENTRA PARA O TIME DOS TRÊS CILINDROS

O Nissan New March agora faz parte do time dos carros 1.0 com motor de três cilindros. A nova

linha tem preço inicial de R$ 35.990 na versão Conforto, equipada de série com ar-condicionado e direção com assistência elétrica. Mais completas, as opções S e SV custam, respectivamente, R$ 37.990 e R$ 40.990. O novo propulsor é montado em Resende (RJ) com bloco e cabeçote de alumínio enviados do Japão. Produz 77 cavalos, 3 cv a mais que o 1.0 quatro-cilindros. O três-cilindros também beneficia o sedã Versa, que quando trazido do México só teve versões 1.6.

A potência do novo 1.0 é a mais baixa entre os três-cilindros da concorrência: o Ford Ka tem até 85 cv, o VW Up!, até 82 cv e o Hyundai HB20, até 80 cv. Assim como o Ford e o VW, o New March de três cilindros utiliza um sistema de partida a frio da Bosch que elimina o reservatório de gasolina (tanquinho). Com a nova motorização, a Nissan acredita em aumento de volume para o modelo este ano: “É difícil prever quanto, já que o mercado tem variado muito, mas as vendas do March crescerão”, afirma o novo vice-presidente de vendas e marketing, Ronaldo Znidarsis.

Em consumo, o New March 1.0 de três cilindros mantém a letra A no selo de eficiência energética e supera o antigo em três de quatro situações. Na cidade faz 8,8 km/l com etanol e 12,9 km/l com gasolina. Na estrada, percorre 10,3 km/l com álcool e 15,1 km/l com o derivado de petróleo. De acordo com dados da Nissan, o motor antigo vence o novo na medição com etanol na estrada, onde faz 10,4 km/l. (Mário Cúrcio)

FIAT ELEVA PREÇOS DO BRAVO 2016

Começa a ser vendida a versão 2016 do Fiat Bravo, lançado em 2010 no Brasil, que passou por sua

primeira repaginação por aqui sem mudar muito por fora e com inclusão de equipamentos. Com isso, o preço subiu perto de 8,5% em toda a linha e parte de R$ 61.990. Apesar de pedir valores mais baixos que os dos principais concorrentes do mesmo tamanho, a fabricante nunca conseguiu vender bem seu hatch médio no País – o máximo foi de 11,8 mil unidades em 2011 e o mínimo de apenas 4,4 mil no ano passado, enquanto o líder do segmento, o Ford Focus, mesmo custando 14% mais na opção de entrada, vendeu cinco vezes mais no mesmo período.

“É uma questão de foco. Nossa rede está acostumada a vender produtos de grandes volumes”, diz o presidente do grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA) para a América Latina, Cledorvino Belini. Ainda assim a Fiat não desistiu de fazer o Bravo ter mais sucesso. “Gostaria que vendesse ao menos igual ao (sedã) Linea, algo como 800 a 900 carros por mês”, afirma. A fórmula para melhorar o desempenho do modelo, contudo, parece ser a mesma: agregar equipamentos e cobrar mais barato do que a concorrência. (Pedro Kutney)

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AutomotiveBUSINESS • 35

ECONOMIA

AUDI A4 E A5 2015 TROCAM MOTOR 2.0 POR 1.8 TFSIA Audi começa a vender no Brasil os novos A4 e A5 Sportback

equipados com motor 1.8 TFSI, de 170 cavalos. O propulsor entra no lugar do 2.0 TFSI. A troca resultou em perda de 10 cavalos. A contrapartida foi uma importante redução de consumo, mais de 20% de acordo com a empresa. O A4 1.8 sedã parte de R$ 138.990 na versão Attraction. A opção Ambiente sai por R$ 147.990. Os preços para o A5, também nestas duas versões, são de R$ 155.990 e R$ 167.990. A rede também já está abastecida com a A4 Avant Ambiente 1.8, perua tabelada em R$ 152.990.

O novo 1.8 TFSI é a terceira geração da família de motores EA 888. Ficou 7,8 quilos mais leve e tem o mesmo torque do 2.0 antecessor. “Com a troca do motor e uma nova programação do câmbio automático CVT foi possível manter o bom desempenho dos carros. No A4 a aceleração de zero a 100 km/h subiu apenas um décimo de segundo, de 8,2 para 8,3 s”, afirma o consultor técnico Lothar Werninghaus. No A5, a aceleração da imobilidade aos 100 km/h melhorou 0,2 s e ocorre agora em 8,4 s. A redução de consumo nos dois carros ocorreu, entre outros fatores, pela adoção do start-stop e de um sistema de alimentação que combina injeções direta e indireta. (Mário Curcio)

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MOTORES PESADOS

COM PERSPECTIVA DE BAIXA EM VEÍCULOS, EMPRESAS DIVERSIFICAM NEGÓCIOS E REFORÇAM ÁREAS DE

AUTOPEÇAS E DE GERAÇÃO DE ENERGIA

SUELI REIS

AS ESTRATÉGIAS PARA OS

DESAFIOS DE 2015

A ssim como ocorreu no ano passado, 2015 começou con-turbado para o segmento de

veículos comerciais pesados, o que redobra os desafios para os fornece-dores da cadeia de suprimentos. As novas regras do Finame PSI, que tra-varam as vendas durante todo o mês de janeiro, somadas a um cenário econômico ainda incerto no Brasil e resposta lenta dos demais mercados da América Latina, são apontadas pelas fabricantes de motores pesa-dos como os principais fatores para apostar em um desempenho aquém do desejo real da indústria.

“Esperamos um desempenho simi-lar ao de 2014, com viés de baixa”, arrisca Thomas Püschel, diretor de vendas e marketing da MWM Inter-national. Apesar do momento difícil, a fabricante aposta em inovação para enfrentar o ano: 33 novos produtos em todos os segmentos, incluindo

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AutomotiveBUSINESS • 37

máquinas e equipamentos agrícolas para a legislação MAR-1 já em vigor, estão previstos para ser lançados ao longo de 2015, representando novo fôlego para as vendas, uma vez que a produção recuou 21% no ano passa-do, para quase 100 mil motores.

CUMMINS E FPTA diversificação dos negócios será elemento-chave para dar continui-dade aos projetos de médio e longo prazos, aponta Alex Savelli, diretor da divisão de motores da Cummins para a América do Sul. “Apesar da com-plicação no segmento automotivo, observamos crescimento expressivo nas divisões de componentes e pós--venda, para quem dobramos a rede nos últimos dois anos, além dos mo-tores para geração de energia, que têm grande potencial.”

Chuvas abaixo do esperado, que começam a afetar as atividades hi-drelétricas, e o aumento do custo da energia elétrica são fatores que devem alavancar os negócios para motores estacionários. Segundo o executivo, o segmento cresceu 27% no ano pas-sado e para 2015 a Cummins projeta alta entre 10% e 15%, no mínimo. A empresa, que mantém projetos em anda-mento para o fornecimento de motores que atendam ao MAR-1, também inicia este ano a produção comer-cial do modelo ISF 3.8, que equipa o novo Ford Série F. No início de 2016 será a vez do ISF 2.8.

Por sua vez, a FPT In-dustrial, que prevê 49 lan-çamentos até dezembro, aposta ainda em outro ni-cho: o open market. A em-presa, que pertence à CNH Industrial, abre suas portas para fornecer motores a empresas que não são do

grupo. A primeira semente já deu fru-to: os extrapesados Ford Cargo 2842 e Cargo 2042, lançados em 2013, são equipados com motor da FPT de 420 cavalos, com transmissão auto-matizada ZF de 12 marchas.

Para Amauri Parizoto, diretor de vendas e marketing da FPT Industrial, esta é uma oportunidade para enca-

rar um mercado que só deve reagir no segundo semestre, após assimilação das novas regras nos financiamen-tos de veículos pesados. “O mercado aberto hoje representa 7% dos negó-cios da FPT no Brasil, enquanto na Europa esse índice é de 47%. Nosso objetivo no longo prazo é alcançar um nível semelhante ao da corporação.

É um processo demorado, considerando que a homo-logação junto à montadora pode demorar de um a dois anos. Mas podemos adian-tar que teremos novidades nessa área e ainda este ano”, revela. n

ALEX SAVELLI, diretor da divisão de motores da Cummins para América do Sul

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

NOVA OBRIGATORIEDADE DO GOVERNO FEDERAL EXIGE QUE EMPRESAS ENVIEM INFORMAÇÕES DE TRABALHADORES EM FORMATO DIGITAL. CUMPRIMENTO DA MEDIDA DEMANDA

INTEGRAÇÃO DE SISTEMAS, REVISÃO DE PROCESSOS E TREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS

EDILEUZA SOARES

Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (e-Social), conhecida como folha de pagamento digital é a nova obriga-

toriedade do governo federal. As empresas devem enviar todas as informações de trabalhadores em formato ele-trônico e padronizado. O cumprimento da medida requer revisão dos sistemas de tecnologia da informação, mu-danças de processos, treinamento de pessoas e sinergia com as diversas áreas das fabricantes de carros, que esta-rão na primeira fase do projeto. O apelidado Big Brother Fiscal vai olhar em tempo real tudo o que ocorre na rela-ção entre empregador e funcionários.

O e-Social estava previsto para ser implantado no ano passado, mas foi adiado. “Estamos em fase de desenvolvi-mento dos sistemas, esperando entrar em pré-produção na segunda metade deste ano, mas os cronogramas e prazos serão divulgados nas resoluções que serão liberadas pelos órgãos gestores e diretivos do e-Social”, informa Clovis Bel-bute Peres, auditor fiscal da Receita Federal do Brasil (RFB).

Batizada de Sped Social, a obrigatoriedade vem sendo discutida há mais de três anos no Brasil para que as em-presas possam se preparar para a nova forma de prestar

informações ao governo sobre as obrigações fiscais, tri-butárias, previdenciárias e trabalhistas.

O e-Social é obrigatório para todas as companhias bra-sileiras, independentemente de segmento da economia e porte. Entretanto, sua implantação será de forma escalona-da. Estão contempladas na primeira fase as organizações tributadas pelo lucro real, regime em que se encontram as grandes indústrias do setor automotivo do País. As próximas da fila serão as empresas com recolhimento de impostos pelo lucro presumido. Depois será a vez das integrantes do Simples Nacional e demais contribuintes de pessoa jurídica.

O objetivo do governo federal com o e-Social é auto-matizar e concentrar numa mesma base de dados todas as obrigações trabalhistas, previdenciárias e tributárias existentes atualmente. Com a iniciativa, informações como da GFIP (Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social), do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desemprega-dos), a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), a GPS (Guia da Previdência Social) e a Dirf (Declaração do Im-posto de Renda Retido na Fonte) ficarão armazenadas em um único local para ser acessadas pelos órgãos envolvidos.

SETORAUTOMOTIVOCORRE PARAATENDER AO

E-SOCIAL

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COMPLEXIDADEMarcus Vinicius Gonçalves, consultor das áreas tributária, trabalhista e sócio da consultoria KPMG, esclarece que o e-Social não cria obrigação adicional para as empresas. “O e-Social apenas transfere para o mundo digital todas as informações que são enviadas atualmente para o governo”, diz. Ele observa que o atendimento da medi-da não é tarefa simples para as com-panhias porque exige mudanças de processos e preparação dos sistemas informatizados para transmissão de alguns eventos no prazo de 24 horas.

O consultor menciona exemplos das promoções de funcionários, contrata-ções, pedidos de férias e outras ocor-rências que terão prazos para ser infor-mados ao governo. Atender ao tempo determinado para envio dos dados é um desafio para as empresas, princi-palmente para a indústria automotiva, que em janeiro empregava 125.778 pessoas, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). “Por ser um grande empregador, o departamento de recursos humanos das montadoras precisará de muita organização e agili-dade para o envio das informações do e-Social”, avalia o consultor.

Para Dario Mamone Júnior, consultor de tecnolo-gia da informação da consul-toria Deloitte, o impacto do e-So-cial na vida das empresas é maior que o do NF-e e dos Speds fiscal e contábil. Isso em razão do volume de informações trabalhistas que precisam ser coletadas e analisadas para envio ao fisco. “Elas precisam ficar atentas porque ficarão mais expostas ao go-verno, que pretende saber como as companhias estão cumprindo as leis trabalhistas e previdenciárias.”

Victoria Sanches, especialista em soluções de tax&accounting da Thomson Reuters no Brasil, diz que as empresas terão de sistematizar seus processos, ter condições de prevenir, detectar, responder e mo-nitorar riscos para manter a conver-gência entre as informações a ser reportadas on-line para o fisco. Se-gundo ela, a companhia deve avaliar sua realidade e os passos que preci-sa dar para atender a expectativa da obrigação. “Trata-se de ter uma visão de longo alcance na ótica de negó-cios, processos, sistemas, riscos e compliance”, enfatiza a executiva da fornecedora de software especializa-da na área fiscal.

CLOVIS BELBUTE PERES, DA RECEITA FEDERAL: “Desenvolvemos os sistemas esperando entrar em pré-produção na segunda metade deste ano”

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

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INTEGRAÇÃO DOS SISTEMAS DE TIPara atender ao eSocial, as empresas precisam rever

processos, treinar pessoas e adequar seus sistemas informatizados para coletar informações corretas e transmiti-las dentro dos prazos estabelecidos pelo governo, informam consultores. Uma das lições de casa que o setor automotivo está fazendo neste momento é o ajuste das soluções de TI das áreas que vão alimentar o programa.Entre os sistemas que precisam se adaptados estão os ERPs, folha de pagamento, as aplicações de medicina do trabalho e de processos trabalhistas. “Um dos problemas do setor automotivo para atender o e-Social é que algumas empresas trabalham com soluções desenvolvidas em casa. Algumas estão com informações em planilhas”, constata Bruno Ogusuko, executivo responsável por essa indústria na SAP.

“O setor automotivo trabalha com vários formatos de arquivos, que precisam captar e integrar informações de forma integrada”, explica o executivo da SAP. Presente em várias indústrias do setor com seu ERP, a fornecedora alemã de software desenvolveu no Brasil uma tecnologia chamada Tax Declaration Framework (TDF), para apoiar empresas na coleta e consolidação de dados para o eSocial.

Segundo Ogusuko, a SAP foi convidada pelo governo para participar das reuniões sobre a implantação do e-Social e conhece bem as necessidades das empresas para atender as novas exigências, o que motivou o investimento no Brasil da ferramenta TDF, sob medida para a legislação local. Ele informa que 30 empresas do

setor automotivo estão analisando a tecnologia, entre elas a Volkswagen, usuária de seu ERP.

EM CURSO“Apesar de enfrentarem alguns problemas com adaptação de sistemas internos, as fabricantes de carros estão mais preparadas para atender ao e-Social”, avalia Camilo Rubim, vice-presidente para a área automotiva da T-Systems do Brasil. Em sua opinião, esse segmento tem menos problemas com as leis trabalhistas e a digitalização das informações sociais será menos sofrida.

Em uma pesquisa informal com 15 CIOs do setor para saber como eles estão nos projetos de adequação ao e-Social, Rubim conta que os executivos avaliaram de forma positiva a posição deles nesta transição. Porém, o vice-presidente da T-Systems constata que há uma preocupação com integração dos sistemas-satélites, que são os paralelos aos ERPs e precisam ser adaptados para a nova exigência. Para ajudá-los nessa tarefa a prestadora de serviços de TI desenvolveu uma solução que consolida todos os dados no formato para envio ao governo e que está em teste na Mercedes-Benz e na Volkswagen.

Para Rubim, o e-Social é um projeto que depende muito de tecnologia, que tem se tornado uma área estratégica para os negócios. Porém, ele ressalta que o sucesso dessa iniciativa passa por outras áreas da companhia, como recursos humanos e tributação, que precisam fornecer os dados certos para reduzir os riscos de inconsistência e multa pelo fisco.

“O e-Social é complexo porque envolve muitos órgãos fiscaliza-dores que querem ter certeza de que as empresas estão fazendo tudo corretamente”, analisa Mar-cel Cordeiro, sócio da consultoria PriceWaterhouseCoopers (PwC). Além do mais, trata-se de um pro-jeto multidisciplinar que precisa de sinergia entre as equipes res-ponsáveis pelo fornecimento dos dados. Estão ligados ao cumpri-mento departamentos como os de tecnologia da informação (TI), recursos humanos, segurança do trabalho e jurídico. n

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INVESTIMENTOS

SOMA INCLUI ANÚNCIOS FEITOS DESDE 2011

SUELI REIS

ATÉ 2024

MONTADORAS APLICAM

BILHÕES

A certeza da retomada do ritmo de vendas no mercado brasileiro para o médio prazo enche de otimismo as montadoras que atuam por aqui, sejam aquelas presentes há mais de 50

anos, as que acabaram de chegar ou ainda as que estão a caminho. Confirmação disso são os investimentos que as empresas anuncia-ram ao longo dos últimos anos, muitos deles ainda em curso. Levan-tamento de Automotive Business revela que os aportes no Brasil devem chegar a um valor aproximado de R$ 43,3 bilhões até 2024, considerando os anúncios feitos desde 2011 e que ainda estão em fase de aplicação.

Apesar do cenário macroeconômico incerto, a totalidade das empresas reafirma que investimen-tos são planejados considerando sempre o longo prazo. No último ano, a indústria nacional ganhou reforços importantes, como o anúncio da Renault de R$ 740 milhões previstos até 2024, dos quais R$ 500 milhões serão aplicados no desenvolvimento de dois novos modelos no complexo de São José dos Pinhais (PR). A General Motors também divul-gou R$ 6,5 bilhões até 2018: a CEO mundial Mary Barra veio ao Brasil especialmente para o anúncio à presidente Dilma Rousseff.

Destacam-se ainda os mais recentes da Toyota, que comemora o sucesso de seu modelo Etios, fa-

R$ 43,3

ASSENTAMENTO da pedra fundamental da fábrica da Jaguar Land Rover em Itatiaia (RJ)

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INVESTIMENTOS

bricado na unidade de Sorocaba (SP) e cuja capacidade de montagem será elevada das atuais 74 mil para 108 mil unidades por ano, o equivalente a um crescimento de 46%, a par-tir de um investimento adicional de R$ 100 milhões anunciado pela montadora no fim de janeiro. Inau-gurada em 2012, a planta consumiu US$ 600 milhões e produz todas as versões da linha Etios, nas opções hatch e sedã. Outro anúncio foi feito pela montadora japonesa, de

R$ 15 milhões, para erguer em Per-nambuco, próximo ao complexo por-tuário de Suape, seu primeiro centro de distribuição de automóveis dedi-cado ao mercado nordestino.

O segmento de caminhões e ônibus continua a investir pesado no País. É o caso da Mercedes-Benz, que para driblar os custos de logística destina-rá R$ 230 milhões para transferir de São Bernardo do Campo (SP) para Juiz de Fora (MG) as áreas de solda-gem e pintura para 80 mil cabines de

caminhões por ano. No segmento de chassi, a Volare anuncia adicionais R$ 100 milhões até 2016 aos R$ 35 mi-lhões já aplicados em sua nova planta de miniônibus em São Mateus (ES). A empresa constituirá, com a Agrale, um parque de fornecedores, um centro de distribuição e um de treinamento.

Das entrantes, segue em curso o aporte de 200 milhões de euros da BMW, que inaugurou em 2014 a primeira fase de sua fábrica em Ara-quari (SC): a unidade que produzirá

INVESTIMENTOS ATUAIS DAS EMPRESAS JÁ INSTALADAS NO PAÍSAGRALE – R$ 40 milhões em 2015 para estruturar o complexo industrial de ônibus em São Mateus (ES). FIAT – R$ 10 bilhões de 2011 a 2015 no aumento da produção em Betim (MG) para 950 mil unidades/ano; R$ 4 bilhões para a construção da fábrica em Goiana (PE), programada para 250 mil unidades por ano, e R$ 500 milhões para a fábrica de motores na mesma região.FORD – R$ 4,5 bilhões, dos quais R$ 2,8 bilhões são para a Região Nordeste, visando ao desenvolvimento de veículos globais, expansão da capacidade em Cama-çari (BA) para 300 mil unidades/ano e modernização da fábrica da Troller em Horizonte (CE).GENERAL MOTORS – R$ 6,5 bilhões de 2014 a 2018 para novos produtos, melhorias dos existentes, aumento de nacionalização e manutenção das instalações.HONDA – R$ 1 bilhão para construção da segunda fábrica no Brasil, em Itirapina (SP), com capacidade para 120 mil carros por ano em dois turnos. Início das operações está previsto para 2015 com a produção do novo Honda Fit.MAN – Mais de R$ 1 bilhão de 2012 a 2016 para di-versificação do portfólio de veículos e modernização e ampliação da fábrica de Resende (RJ).MERCEDES-BENZ - R$ 500 milhões entre 2014 e 2015 para modernização e ampliação da fábrica de caminhões em São Bernardo do Campo (SP) e R$ 230 milhões na transferência das áreas de soldagem e pintura de 80 mil cabines de caminhões/ano para Juiz de Fora (MG).NISSAN – R$ 100 milhões entre 2014 e 2015 para

produção do novo motor 1.0 de três cilindros na fábrica de Resende (RJ) PSA PEUGEOT CITROËN – R$ 3,7 bilhões até 2015 no aumento da produção para 220 mil veículos/ano e 280 mil motores/ano em Porto Real (RJ), novos veícu-los e motores e criação de centro de pesquisa, desen-volvimento e design.RENAULT – R$ 500 milhões até 2019 para o de-senvolvimento e produção de dois novos veículos no complexo de São José dos Pinhais (PR). Outros R$ 240 milhões serão investidos até 2024 para a cons-trução do centro de distribuição de peças em Quatro Barras (PR).SCANIA – Investimentos anuais contínuos de R$ 100 milhões para manutenção e atualização de equipamen-tos.TOYOTA – R$ 1 bilhão até 2015 para a construção da fábrica de motores e transmissões de Porto Feliz (SP) com 200 mil unidades por ano, R$ 100 milhões adicio-nais para aumento da capacidade em Sorocaba (SP) e R$ 15 milhões em novo centro de distribuição em Pernambuco.VOLARE – R$ 100 milhões até 2016 para ampliação do complexo industrial de São Mateus (ES), produção local de componentes e centro de distribuição e de trei-namentoVOLKSWAGEN – R$ 10 bilhões de 2014 a 2018, dos quais R$ 520 milhões são para a produção do Golf VII em São José dos Pinhais (PR), além de novos produtos e processos a ser definidos.

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os modelos Série 1, Série 3, X1 e X3, além do Mini Countryman, terá áreas de soldagem e pintura ainda este ano. Jaguar e Land Rover ini-ciaram a construção de seu com-plexo em Itatiaia (RJ) em dezembro do ano passado, onde fabricará o Discovery Sport. Já a chinesa JAC Motors enfrenta dificuldades para desembaraçar os trâmites de sua fá-brica em Camaçari (BA): até a me-tade de fevereiro, a empresa lidera-da no Brasil pelo empresário Sérgio Habib aguardava a liberação de um empréstimo de R$ 120 milhões da Desenbahia, Agência de Fomento do Estado da Bahia, para iniciar a construção da unidade. No total, a JAC mantém seu plano de investir R$ 1 bilhão até 2016, quando espera iniciar suas operações para a produ-ção de um novo automóvel e um co-mercial leve. n

APORTES DE EMPRESAS QUE ESTÃO CHEGANDOAUDI – s 175 milhões (R$ 525 milhões) para voltar a produzir veículos em São José dos Pinhais (PR), na fábrica da Volkswagen. O aporte será usado para ampliações internas da planta, sem construção de novos prédios. A capacidade inicial é de 26 mil unidades/ano do sedã A3 e do utilitário esportivo compacto Q3.BMW – s 200 milhões (R$ 530 milhões) até 2015 na fábrica de automóveis em Araquari (SC), que começou a operar em 2014 e tem capacidade para 30 mil carros/ano (Séries 1 e 3, X1, X3 e Mini Countryman). Este ano a linha estará completa com área de soldagem e pintura.BYD – R$ 200 milhões em 2015 na instalação de uma fábrica de ônibus elétricos, baterias e painéis solares em Campinas (SP), além de um centro de pesquisa e desenvolvimento.FOTON AUMARK DO BRASIL – R$ 230 milhões em Guaíba (RS) para a produção de caminhões de 3,5 toneladas da chinesa Beiqi Foton Motor Company, da qual é importadora oficial no País, com início previsto em 2016. Outros R$ 60 milhões serão aplicados em

operações de armazenamento e distribuição logística de peças e componentes e estruturação da rede de concessionárias.JAC MOTORS – R$ 1 bilhão até 2016 na fábrica de Camaçari (BA), que terá linha de montagem para 10 mil caminhões leves e uma linha para 100 mil automóveis/ano de dois novos modelos, um hatch e um sedã. JAGUAR LAND ROVER – R$ 750 milhões até 2020 em fábrica em Itatiaia (RJ), com operação a partir de 2016 e capacidade para 24 mil unidades/ano.METRO-SHACMAN – R$ 400 milhões até 2015 para construção de fábrica em Tatuí (SP), com capacidade para 3,5 mil caminhões/ano a partir de 2015.SINOTRUK – R$ 300 milhões para construção de fábrica de caminhões em Lages (SC). A empresa garante que o plano de produzir no País está mantido e que o investimento total pode chegar a R$ 1 bilhão. Enquanto o projeto não é concluído, a companhia se habilitou como investidora no Inovar-Auto, com cota para importar 1.250 caminhões por ano até o início das atividades da nova fábrica, prevista para 2016.

ARTURO PIÑERO, presidente da BMW do Brasil, assina o primeiro carro montado na planta de Araquari (SC)

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CENÁRIOS

Depois do sufoco enfrentado em 2014, a indústria automotiva brasileira deve experimentar

leve alívio este ano. Ainda não será momento de forte crescimento, mas as vendas devem começar a se recu-perar a partir do segundo semestre. Esta é a opinião de especialistas da Jato Dynamics e da Carcon Auto-motive consultados por Automotive Business. O País derrapou durante alguns meses do ano passado e cor-reu o risco de cair da quarta para a quinta posição no ranking dos maio-res mercados de veículos do mundo.

Não foi desta vez, no entanto, que o País perdeu a colocação. Dados da Jato Dynamics mostram que o Bra-sil superou a Alemanha por 67,5 mil emplacamentos e permaneceu entre os principais mercados globais, atrás de China, Estados Unidos e Japão. “É natural a demanda passar por crises. Isso aconteceu nos Estados Unidos, que mostraram recuperação no ano passado, e na Europa, onde também começa a acontecer melho-ra das vendas”, avalia Gerardo San Román, presidente da consultoria para o Brasil.

PERDAS DE 2014 NÃO SERÃO COMPENSADAS IMEDIATAMENTE, MAS PAÍS INICIARÁ CURVA DE RECUPERAÇÃO EM 2015, ENQUANTO NOVOS EMPREENDIMENTOS AMADURECEM

GIOVANNA RIATO

PROJEÇÕES PARA O BRASIL EM 2015

BRASIL MANTÉM POSTO DE

MERCADOIMPORTANTE

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VOLUME 337,6 MIL

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VOLUME 3,49 MILHÕES

%SOBRE 2014

PRODUÇÃO

VOLUME 3,27 MILHÕES

Fonte: Anfavea

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Ele analisa que houve forte an-tecipação de compras nos últimos anos, com os descontos oferecidos pelas montadoras e a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industria-lizados) e afirma que este ciclo será quebrado. “Houve crescimento arti-ficial puxado pela indústria”, entende o executivo. Para ele, a ruptura deste movimento veio com o crescimento do endividamento das famílias brasi-leiras, que chegou ao máximo de sua capacidade. “Por isso não vamos ver recuperação forte neste ano.”

Ainda assim, Román defende que o Brasil permanecerá como um merca-do global importante, oscilando como quarto e quinto maior em vendas. Na avaliação do consultor, o resultado de 2014, quando as vendas somaram 3,49 milhões de veículos, foi melhor do que era possível esperar diante de alguns indicadores. “Tivemos a incer-teza acerca das eleições e da econo-mia, muitos feriados com a Copa do Mundo e as regras mais rígidas para liberar crédito para a compra de ve-ículos, que tem participação de 70% nas vendas”, enumera.

5,9

8,8

4,5

-6,9

3,2

%SOBRE 2013VENDAS DE VEÍCULOS

MAIORES MERCADOS GLOBAIS EM 2014

CHINA*

CHINA

21,0

EUA

EUA16,5

JAPÃO**

JAPÃO

5,5

BRASIL

BRASIL

3,32

ALEMANHA

ALEMANHA3,26

Fonte: Jato Dynamics

*Os dados da China são apenas de veículos leves, enquanto os de outros países incluem pesados**As informações de vendas no Japão são preliminares

(EM MILHÕES)

O presidente da consultoria lembra que as montadoras são as grandes responsáveis pela performance não ter sido pior. “A indústria local tomou ações e reagiu rápido. A Fiat, por exemplo, está comemorando bons resultados no ano passado.” O início de 2015, para Román, foi impactado pela ressaca da aceleração das ven-das no fim do ano passado, já que al-gumas compras foram adiantadas, o que tornou mais fracos os negócios do começo de 2015. “Dezembro foi um mês muito bom”, lembra.

PRODUÇÃOEnquanto o mercado brasileiro está estabelecido em patamar elevado garantido pelos mais de 200 milhões de habitantes do País, a produção ainda pode melhorar. “O Brasil tem potencial para passar o pico alcan-çado em 2011, de 3,41 milhões de veículos produzidos”, projeta Jomar Napoleão. O consultor acredita que o ritmo das fábricas nacionais ficará estável em 2015, com retomada do crescimento em 2016. A partir daí a produção deve crescer 3% ao ano até 2020, quando o Brasil alcançará a marca dos 5 milhões de carros fa-bricados em um ano.

Román, da Jato Dynamics, avalia que a indústria brasileira tem perfil muito semelhante ao da mexicana. “São dois países com os mesmos fabricantes instalados ou investindo atualmente. Parecem espelhos.” Há, contudo, uma diferença essencial: enquanto as fábricas locais produ-zem para o mercado interno, as plan-tas instaladas no México são voltadas para a exportação.

Este direcionamento fez com que o Brasil perdesse no ano passado o posto de maior fabricante de veículos da América Latina. O México tomou o posto com a produção de 3,21 mi-lhões de unidades, segundo a Amia, associação que representa as mon-

UM DOS PONTOS

QUE O BRASIL

DEVERIA OLHAR COM

ATENÇÃO SÃO AS LEIS

TRABALHISTAS, QUE

GARANTEM CUSTO

MUITO MENOR LÁGERARDO SAN ROMÁN, presidente da Jato Dynamics, sobre as diferenças entre a indústria nacional e a mexicana

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46 • AutomotiveBUSINESS

CENÁRIOS

tadoras instaladas na região. Román aponta que o país tem vantagem física, com possibilidade de saída de mercadorias por dois oceanos e proximidade com os Estados Unidos.

Além disso, o México desenvol-veu outras vantagens competitivas, que poderiam inspirar o Brasil, na opinião do presidente da Jato Dyna-mics. “Eles têm mais de 30 tratados de livre comércio com outros países, mão de obra especializada e o inglês como segunda língua da maioria da população. Um dos pontos que o Brasil deveria olhar com atenção são as leis trabalhistas, que garantem custo muito menor lá.”

Enquanto isso, as indústrias instala-das nacionalmente continuam muito dependentes do mercado argentino, destino da maior parte das exporta-ções. A Anfavea, associação dos fa-bricantes nacionais, tem anunciado a meta de estabelecer e fortalecer rela-ções comerciais com outras nações.

INTERESSE DO CONSUMIDORJomar Napoleão, consultor sênior da Carcon

Automotive, lembra que, apesar da retração das vendas de veículos novos, o interesse dos consumidores brasileiros pela compra de car-ros continua evidente. A demanda por usados aumentou 7% no ano passado, segundo o es-pecialista. “Esse volume compensou a queda que tivemos em novos”, enfatiza.

Napoleão lembra que há ainda outros sinais positivos para o setor no Brasil. Apesar do atu-al alto nível de endividamento, o salário médio da população cresceu 23% nos últimos anos. Ele acredita ainda que a escolha da nova equi-pe econômica para o segundo mandato de Dil-ma Rousseff foi acertada, o que deve fazer com que a confiança do consumidor e do empresá-rio melhore aos poucos nos próximos meses.

O RITMO DAS

FÁBRICAS NACIONAIS

FICARÁ ESTÁVEL EM

2015, COM RETOMADA

DO CRESCIMENTO

EM 2016 JOMAR NAPOLEÃO, consultor sênior da Carcon Automotive

Tudo indica que este caminho será es-sencial para que o País sustente o cres-cimento esperado para a produção, já que o mercado argentino sofreu forte contração em 2014 e deve diminuir mais um pouco este ano. “Veremos uma queda menor na Argentina por-que eles já caíram muito”, projeta.

Napoleão lembra que, apesar da necessidade de buscar mais compe-

titividade, o olhar sobre a indústria nacional não pode ser completa-mente negativo. “As montadoras têm investido alto nas estruturas lo-cais de engenharia e isso não será revertido”, enfatiza, apontando para a tendência de lançamento de car-ros mais modernos e globalizados com parte do desenvolvimento feita no Brasil. n

PRODUÇÃO deve crescer 3% ao ano até 2020, mas a partir de 2016

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AutomotiveBUSINESS • 47

PESQUISA | PERSPECTIVAS 2015

LEVANTAMENTO DA ROLAND BERGER E AUTOMOTIVE BUSINESS REVELA AS EXPECTATIVAS DOS PROFISSIONAIS DA INDÚSTRIA

AUTOMOBILÍSTICA E DESTACA QUE NÃO SERÃO POUCOS OS DESAFIOS EM 2015

REDAÇÃO AB

ESPERARNEGÓCIOS AUTOMOTIVOS

O QUE

DOS

Os profissionais da indústria automobilística es-tão pouco otimistas com os resultados que o setor pode obter em 2015, sinalizando que o

ano será desafiador. Para eles, haverá uma estagnação de mercado ou uma leve retração nos negócios. Para enfren-tar as dificuldades provocadas pela menor atividade, eles se preparam para colocar em prática estratégias capazes de enfrentar a queda de lucratividade ao longo do ano. O foco dessas medidas estará na redução do custo do

produto, nas despesas com a produção e no aumento de preços.

Esse cenário emerge de pesquisa promovida pela Roland Berger Strategy Consultants, em parceria com Automotive Business, iniciada com a preparação de um questionário no fim de 2014 e de uma lista de profissionais do setor, incluindo a cadeia de produção e distribuição. A iniciativa dá sequência a uma parceria já realizada com su-cesso há um ano para apurar as opiniões dos executivos

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48 • AutomotiveBUSINESS

PESQUISA | PERSPECTIVAS 2015

DESAFIOS DA RENTABILIDADEIMPACTO NEGATIVO SOBRE A RENTABILIDADE EM 2014

Os executivos apontaram que as principais causas do impacto negativo na rentabilidade durante 2014 foram a retração na

demanda (83%), pressão sobre preços de venda (68%) e aumento dos custos de material (62%). A alta de despesas com pessoal vem

em quarto lugar, com 55%, e o avanço dos custos logísticos foi também anotado em 28% das respostas com múltipla escolha.

MEDIDAS PARA PRESERVAR A RENTABILIDADE EM 2014

Como principais medidas tomadas para combater a pressão sobre a rentabilidade em 2014 foram citadas a

redução do custo de produção e do pessoal direto (72%) e a redução do custo de produto (66%).

STEPHAN KEESE, sócio-diretor da Roland Berger

e definir, com métodos estatísticos, as ex-pectativas para o comportamento de itens como a produção, vendas e exportações de veículos leves e pesados. Nesta edição da pesquisa foram elaboradas 53 ques-tões, estruturadas em seis temas globais.

“O estudo foi conduzido entre dezembro e janeiro e permitiu formar uma base única de informações para avaliar a evolução do ambiente automotivo no Brasil. Captura-mos a visão de mais de três centenas de profissionais, com alto nível de senioridade, buscando antecipar o futuro da indústria em 2015” – explicou Stephan Keese, sócio--diretor da Roland Berger, que atua global-mente e concentra operações também no País. Ele destaca ainda que mais da metade dos participantes da pesquisa ocupam cargos de presidente ou diretor (157 entrevistados) e cerca de 55% têm mais de vinte anos de experiência no setor (166 entrevistados).

A análise da rentabilidade das empresas do setor au-

tomotivo e as providências tomadas em 2014 para estancar prejuízos também re-cebeberam ênfase nesta edição do levan-tamento, demonstrando que ainda haverá esforços semelhantes em 2015 para ajus-tar o fechamento das contas.

A pesquisa apontou que 60% dos execu-tivos creem em estagnação no volume das vendas de veículos leves, com variação de 2% para mais ou para menos em relação ao resultado de 2014. Outros 15% proje-tam uma retração leve (-2% a -5%). No que se refere a veículos comerciais, as expecta-tivas não são muito diferentes: as respostas de 52% endereçam uma estagnação (-2% a 2%) e outros 20% indicam retração leve (-2% a -5%) do volume de vendas.

O desenvolvimento econômico do País, a evolução do crédito e as políticas tarifárias e de regulação serão os principais fatores que terão impacto sobre os volumes de vendas de leves e comerciais, segundo a pesquisa.

RETRAÇÃO DA DEMANDA

PRESSÃO SOBRE PREÇOS DE VENDA

AUMENTO DE CUSTOS DE MATERIAL

AUMENTO DE CUSTOS COM PESSOAL

OUTRO

AUMENTO DE CUSTOS LOGÍSTICOS

83%68%

62%55%

40%20%

REDUÇÃO DE CUSTO DE PRODUÇÃO/ CUSTO DE PESSOAL DIRETO

REDUÇÃO DE CUSTO DE PRODUTO

AUMENTO DE PREÇOS

REDUÇÃO DO CUSTO DE PESSOAL INDIRETO

REDUÇÃO DE OUTROS CUSTOS FIXOS (EX. ALUGUEL/MARKETING)

REDUÇÃO DE CUSTO DE TERCEIROS

REDUÇÃO DO CUSTO LOGÍSTICO

72%

66%

42%

40%

39%

33%

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EXPECTATIVA PARA A RENTABILIDADE EM 2015Somente 1% dos executivos apontou que as

medidas tomadas em 2014 foram suficientes para enfrentar o desafio da rentabilidade. Outros 47% acreditam ser possível haver novas medidas em 2015 e os 52% restantes estão certos de que

haverá novas medidas para endereçar o desafio da rentabilidade. Dos executivos que responderam à pesquisa, 46% acreditam que a rentabilidade da indústria em 2015 deverá apresentar estagnação

(-5% a 5%); 40% esperam uma retração leve (-5% a -20%) e 7% acreditam em uma retração

forte (-20% ou mais). Apenas 7% apostam em um crescimento leve (5% a 20%)

MEDIDAS PARA AUMENTAR A RENTABILIDADE EM 2015

A pesquisa revela também que as principais medidas a ser implementadas em 2015, para aumentar a rentabilidade, são a redução do custo de produto,

seguida por contenção do custo de produção e custo de pessoal direto e aumento de preços.

MEDIDAS DE INCENTIVO QUE PODERIAM SER ADOTADAS

A redução de impostos e encargos foi apontada como principal medida que poderia ser adotada

pelo governo em 2015 visando manter/retomar a estabilidade da indústria. A iniciativa deveria ser seguida por um programa de renovação da frota.

DOS EXECUTIVOS CREEM EM ESTAGNAÇÃO NAS VENDAS DE VEÍCULOS LEVES60%

REDUÇÃO DE OUTROS IMPOSTOS/ENCARGOS

PROGRAMA DE RENOVAÇÃO DA FROTA

REDUÇÃO DO IPI

FACILITAÇÃO DE ACESSO AO CRÉDITO

DESENVOLVIMENTO DO “INOVAR AUTO 2.0”

AUMENTO DO PRAZO MÁXIMO PARA LAYOFFS

78%65%

59%

16%31%

51%

1o

2o

3o

4o

5o

6o

REDUÇÃO DE CUSTO DE PRODUTO

REDUÇÃO DE CUSTO DE PRODUÇÃO/ CUSTO DE PESSOAL DIRETO

AUMENTO DE PREÇOS

REDUÇÃO DO CUSTO DE PESSOAL INDIRETO

REDUÇÃO DE OUTROS CUSTOS FIXOS (EX. ALUGUEL/MARKETING)

REDUÇÃO DO CUSTO LOGÍSTICO

REDUÇÃO DE CUSTO DE TERCEIROS

76%

66%

59%

30%

29%

28%

24%

2o

3o

4o

5o

6o

7o

1o

ESTAGNAÇÃO (DE -5% A 5%)

RETRAÇÃO LEVE (DE -5% A -20%)

CRESCIMENTO LEVE (DE 5% A 20%)

RETRAÇÃO FORTE (-20% OU MAIS)

46%

40%

7%

7%

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50 • AutomotiveBUSINESS

PESQUISA | PERSPECTIVAS 2015

RESULTADOS DA PESQUISA EM DETALHESMERCADO – VEÍCULOS LEVES• Para veículos leves, 60% dos executivos esperam es-

tagnação no volume de vendas (de -2% a 2%), 15% uma retração leve (-5% a -2%). No ano de 2014 a ex-pectativa era de estagnação.

• Os principais fatores que os executivos consideram impactar o volume de vendas de veículos leves são o desenvolvimento econômico nacional, o crédito e as políticas tarifárias/regulação.

• Em relação ao volume de veículos leves exportados, também é esperada estagnação (-2% a 2%); os exe-cutivos apontam o câmbio como principal fator de-terminante. Uma desvalorização acima do espera-do para o ano poderá resultar em impactos positi-vos na exportação.

MERCADO – VEÍCULOS COMERCIAIS• Para veículos comerciais, 52% dos executivos da in-

dústria que responderam a pesquisa esperam estag-nação (-2% a 2%) e 20% uma retração leve (-5% a -2%) no volume de vendas.

• Assim como para os veículos leves, os executivos consideram que o desenvolvimento econômico na-cional, o crédito e as políticas tarifárias/regulação em 2015 serão os fatores de maior impacto no volume de veículos comerciais vendidos.

MONTADORAS• Ao apontar os principais desafios a ser enfrentados

pelas montadoras em 2015 (da mesma forma que foi observado em 2014), a capacidade ociosa e a lucra-tividade foram destacadas como principais desafios.

• As principais tendências tecnológicas esperadas pe-las montadoras para 2015 são plataformas globais, economia de energia e conectividade. – Os executivos apontam que a tendência para os ve-

ículos leves em 2015 é que a performance dos mo-tores tenha maior relevância.

– Em se tratando de veículos comerciais, a tendência é que o desempenho dos motores, bem como a re-dução de emissões atmosféricas, seja um dos fato-res mais relevantes em 2015.

• As principais tendências estratégicas esperadas para as montadoras em 2015 são a elevação da produtivi-dade e a guerra de preços.

FORNECEDORES• Há expectativa de que o relacionamento entre forne-

cedor e montadora se mantenha igual na compara-ção com 2014. Em se tratando das principais diver-gências entre as duas partes, o preço não será mais o fator determinante, como apontado em 2014. Pa-ra 2015, o conteúdo de produto está mais no foco do relacionamento entre montadoras e fornecedores.

• Assim como em 2014, a lucratividade é vista como principal desafio dos fornecedores em 2015, segui-da pelo custo da matéria-prima (ficou no terceiro lu-gar em 2014).

• O custo de mão de obra é apontado pela maioria dos participantes da pesquisa como principal empecilho para a exportação de autopartes.

• Quanto à eficácia dos incentivos do governo para a competitividade da cadeia de fornecedores, é possível dizer que, assim como em 2014, a maioria dos execu-tivos considera que em 2015 serão insuficientes.

CONCESSIONÁRIAS• A expectativa dos principais desafios a ser enfren-

tados pelas concessionárias em 2015 mantém-se a mesma de 2014, destacando-se a pressão sobre margens de veículos novos, volume de vendas de no-vos e pressão pelo aumento de estoques de novos.

• Há altas expectativas em relação ao Nordeste, aponta-do pelos executivos como a região que deve apresen-tar maior crescimento do número de concessionárias.

• As perspectivas futuras em relação à consolidação dos grupos de concessionárias em 2014 apontavam entrada de investidores internacionais; para 2015, os executivos apontam a realização de novas consolida-ções como principal expectativa.

CONSUMIDORES• Os executivos apontam que o preço dos veículos se

tornou o quesito que mais influencia o consumidor na hora da compra, seguido por custos de manuten-ção. Em 2014, a marca era apontada como principal fator, mas perdeu posições na pesquisa deste ano.

• Os opcionais mais valorizados pelos consumidores mantiveram-se os mesmos, sendo ar-condicionado, direção hidráulica/elétrica e trio elétrico.

• O segmento de carroceria mais procurado pelos con-sumidores nos próximos anos deverá ser o SUV. n

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52 • AutomotiveBUSINESS

INDÚSTRIA | HISTÓRIA

A SEGUNDA MAIS ANTIGA FABRICANTE DE VEÍCULOS EM ATIVIDADE NO PAÍS TESTEMUNHOU A EVOLUÇÃO DO SETOR E É

HOJE A TERCEIRA MAIOR OPERAÇÃO DA COMPANHIA NO MUNDO

PEDRO KUTNEY

90 ANOSNO BRASIL

A daptação. Esta é a palavra que melhor define a trajetória da General Motors no Brasil, que em janeiro completou 90 anos com 14,5 milhões de

veículos produzidos aqui. Entre altos e baixos, a segunda mais antiga montadora em atividade no País – a primeira foi a Ford, que chegou em 1919 – conseguiu manter-se

por nove décadas entre as três maiores fabricantes de ve-ículos. O poder de adaptar processos e produtos para na-vegar em marés de prosperidade e crise que sempre pon-tuaram a realidade brasileira fez da GM uma protagonista da industrialização do setor automotivo nacional, baseada em subsidiárias de grandes empresas internacionais.

GMCHEGA AOS

1925 – Primeira fábrica da GM do Brasil, no Ipiranga, em São Paulo

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AutomotiveBUSINESS • 53

1925-1930 A OPORTUNIDADEFundada em 1908 em Detroit, Es-tados Unidos, pelo comerciante de carros William Durant, a GM rapida-mente atingiu tamanho de gigante, reunindo em uma só corporação as marcas Chevrolet, Cadillac, Olds-mobile, Buick e Pontiac, que juntas dominavam mais da metade das vendas de automóveis no mercado norte-americano. Já grande dentro de casa, a GM iniciou seu processo de internacionalização, primeiro na Europa e no vizinho Canadá. Ainda uma adolescente de 17 anos, deci-diu expandir seus horizontes pela pri-meira vez ao sul da linha do Equador. Em 26 de janeiro de 1925, com ca-pital de US$ 270 mil, a GM abriu sua filial no Brasil.

Com população de 34 milhões de habitantes e frota não maior que 40 mil veículos, o Brasil era então uma oportunidade que despontava, com o minguado índice de motorização de 850 pessoas por veículo – hoje essa proporção é de cinco para um. Nes-se cenário, a GM instalou sua primeira linha de montagem em São Paulo, no bairro do Ipiranga.

O primeiro modelo montado pela companhia foi um furgão Chevrolet para entregas urbanas. Recebendo kits de carros de todas as marcas do grupo que vinham desmontados dos Estados Unidos, o ritmo inicial de montagem era de 25 unidades diá-rias. No ano seguinte, subiu para 40 por dia e saltou para 150 em 1927.

1930-1950 PROSPERIDADE, CRISE, SUPERAÇÃOO ritmo acelera-do de crescimento levou ao primeiro grande investimen-to: a compra do terreno em São Ca-etano do Sul, onde em 1927 começou a ser construída a sua nova linha de mon-tagem – hoje a mais antiga fábrica de ve-ículos em operação no País. Mas a onda de prosperidade foi bruscamente interrompida pela primeira grande crise financeira internacional, com a quebra da Bolsa de Nova York em outubro de 1929. O reflexo foi ime-diato nas vendas da GMB, que des-pencaram de 17,7 mil unidades em 1929 para 4.051 em 1930 e 1.566 em 1932.

Com a Revolução Constitucionalis-ta de São Paulo, em 1932, a empresa vendeu carros às forças revoltosas e aprendeu a trabalhar com o que tinha, ao adaptar e reformar veículos. Houve movimento de diversificação de pro-

dutos e foco para o segmento de trans-portes. A primeira carroceria de ônibus fabricada no Brasil, feita de madeira de ipê e peroba, foi um exemplo da nova fase. A empresa também passou a

fabricar carrocerias de madeira para caminhões e alcançou o índice de na-cionalização de 62%.

1950-1980 ERA DA NACIONALIZAÇÃOApós a Segunda Guerra Mundial, a economia brasileira voltou a avançar, com incentivos à industrialização. A era da nacionalização do setor auto-motivo estava começando e a GMB estava pronta a aproveitar o ciclo. O programa oficial para implantação de novas montadoras e fabricantes de autopeças no Brasil foi instituído pelo governo em 1956, mas a GM já havia iniciado esse processo. Em 1948, produziu o primeiro ônibus com aço 100% comprado da Com-panhia Siderúrgica Nacional. O índice de nacionalização era de 89%, com vidros, assentos, pneus, baterias, as-soalhos, tintas e guarnições de forne-cedores locais.

Em 1953, outro investimento foi

1957 – Primeiro caminhão Chevrolet nacional desfila em São Pauio

1959 – Inauguração da GM em São

José dos Campos, SP, com visita do

então presidente Juscelino Kubitschek

ANOS 1940 – Linha de montagem

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54 • AutomotiveBUSINESS

INDÚSTRIA | HISTÓRIA

anunciado: a GMB decidiu naciona-lizar a produção de seus caminhões e comprou a área de 1,6 milhão de metros quadrados em São José dos Campos (SP), para instalar sua segunda planta industrial no Bra-sil, inaugurada em 10 de março de 1959, com capacidade para 50 mil veículos por ano. Era também a pri-meira linha de produção de motores da GM na América do Sul.

Com a instituição do programa oficial de nacionalização, em 1956, a GMB tinha planos prontos. Já em 1957 foi produzido o primeiro cami-

nhão Chevrolet com quase metade do peso constituído por componen-tes nacionais, acima do mínimo de 40% exigido pela legislação.

Só em 1968 a GMB fabricou seu primeiro carro nacional, o Opala, nome que representa a fusão de dois modelos de marcas do gru-po. A carroceria derivou do alemão Opel Rekord, com estilo e potência parecidos com o americano Chevrolet Impala. Com versões sedã e cupê, o Opala inaugurou a fórmula que dura até hoje, de aproveitar no Brasil as platafor-mas da alemã Opel, subsidiária europeia da GM. O Opala tor-

nou-se um ícone da Chevrolet no Bra-sil e foi produzido sem interrupções por 24 anos, até 1992, com mais de 1 milhão de unidades vendidas.

Em um passo para desenvolver a engenharia local, em 1972 a GM ad-quiriu a Fazenda da Cruz Alta, uma antiga plantação de café em Indaia-tuba (SP), para construir seu campo de provas – o maior do gênero em

todo o Hemisfério Sul e até hoje um dos poucos em ati-vidade no País, onde a empresa realiza testes e validações de todos os veículos no Brasil, incluindo modelos fabricados em outros países.

A GMB diversifi-cou o portfólio para

ganhar novos volumes em 1973, com o lançamento do seu pri-

meiro carro pequeno, o Chevette – ou-tro projeto Opel, do Kadett, adaptado para ser vendido no Brasil como um Chevrolet. O Chevette inaugurou a linha de montagem de veículos leves em São José dos Campos, onde foi

produzido em diversas versões pelos 20 anos seguintes, com 1,6 milhão de unidades vendidas.

1980-1990 LENTA GLOBALIZAÇÃOEm 1981, a GM instalou três unida-des no mundo, na Alemanha, na Áustria e no Brasil, para produzir os motores do seu primeiro carro global, o Monza. Assim a GMB começou a participar pela primeira vez dos pro-jetos mundiais da corporação. Com investimentos de US$ 120 milhões em máquinas e ferramental, a linha de produção na planta de São José dos Campos rapidamente atingiu o ritmo de 330 mil motores por ano; 60 mil ficaram no País e os demais foram exportados para a Opel na Europa e Pontiac nos Estados Unidos.

O lançamento do Monza no mer-cado brasileiro ocorreu no ano se-guinte e o carro tornou-se objeto de desejo dos brasileiros, ainda pouco acostumados com produtos de nível internacional. Foi o único modelo de três volumes na história a ocupar o posto de automóvel mais vendido no Brasil por três anos seguidos, em 1984, 1985 e 1986.

A engenharia local ganhou mais for-ça com a inauguração do Centro Tecnológico em São Caetano do Sul, em 1988, que a partir de 2006 ganharia status de centro mundial de desenvolvimento.

Em um período de recessão econômica que ficou conhecido como “a década per-dida”, os lançamen-

OPALA foi o primeiro carro nacional da GM e ficou em produção por 24 anos

PORTARIA da montadora em São Caetano do

Sul, SP. Construída em 1927, é a mais antiga

fábrica de veículos em operação no País

1982 – GMB lança o Monza e

começa participar dos projetos

mundiais da corporação

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AutomotiveBUSINESS • 55

tos de veículos no Brasil eram uma raridade. O segundo modelo global a desembarcar na GM Brasil só che-gou em 1989. Era o Kadett, desen-volvido pela Opel alemã, desta vez em versão bem mais evoluída que o Chevette, que permaneceu como opção de entrada.

A globalização da linha GM no Bra-sil, baseada na Opel, só ocorreu com mais velocidade a partir dos anos 1990, com a abertura do mercado brasileiro às importações, que obri-gou os fabricantes locais a evoluir. O Omega chegou para substituir o quase imortal Opala em 1992. No ano seguinte, o sedã médio Monza ganhou o substituto Vectra, mas am-bos conviveram até 1996.

O velho Chevette saiu de linha em 1993 para a chegada do Corsa em São José dos Campos, que passou a produzir em 1994 o primeiro com-pacto global atualizado no Brasil, que provocou filas de espera nas conces-sionárias Chevrolet.

A picape média global S10 e o SUV Blazer chegaram em 1995. Na mes-ma época, a engenharia brasileira da GM começou a alçar voos mais altos ao projetar derivados do Corsa, com a criação das versões picape, perua e sedã (este em produção até hoje como Classic), todas desenvolvidas no Brasil.

1990-2015GLOBAL LOCALNos anos 1990, com mais uma onda de crescimento do mercado, a GMB fez novo movimento de adaptação, em dois lan-ces: uma nova fábrica, com novo conceito produtivo, para fazer um carro desenvolvido no Brasil, o projeto Arara Azul, que resultou no Celta, até hoje em produção.

Para aproveitar os incentivos da-dos pelo governo para expansão do parque fabril, a GM decidiu construir

mais uma fábrica no País, em Grava-taí, no Rio Grande do Sul, que abriu as portas em 2000 com a produção do Celta, abrigando diversos fornece-dores no mesmo complexo. Gravataí foi ampliada logo nos anos seguin-tes e a extensão do projeto veio em 2006, com o lançamento do Prisma, versão sedã montada sobre a mesma plataforma do Celta.

A subsidiária brasileira passou a ter maior influência nos projetos mun-diais da GM. Em 2006 tornou-se um dos cinco centros globais de desen-volvimento (hoje é um dos quatro, após o fechamento de um deles na Austrália). Boa parte da minivan Me-riva, lançada em 2007, foi desenvol-vida no Brasil, após a triplicação do tamanho da área de desenvolvimen-to em São Caetano do Sul.

O processo continuou com o Proje-to Viva, que se materializou no lança-mento do Agile, em 2009. Fabricado na Argentina, o modelo deu início à renovação completa do portfólio de produtos da GMB, com investimentos

de R$ 5,7 bilhões, que incluiu ainda a construção de uma fábrica de moto-res, em Joinville (SC), inaugurada em 2012. O passo seguinte foi o desen-volvimento de duas novas platafor-mas locais. A primeira originou o sedã médio Cobalt em 2011 e o monovolu-me Spin no ano seguinte, ambos pro-jetados para mercados emergentes. O Projeto Onix de carro compacto foi desenvolvido para lançar o hatch de mesmo nome em 2012 e sua versão sedã Prisma no começo de 2013. Ao mesmo tempo, coube à engenharia brasileira modelar a segunda geração da picape S10 e sua variação SUV Trailblazer, que chegaram ao merca-do em 2012.

Com portfólio renovado – incluin-do também a substituição do Vectra pelo Cruze em 2011 –, a GM colhe bons frutos no Brasil, com produção próxima das 600 mil unidades/ano desde 2008, fazendo da operação brasileira a terceira maior da com-panhia em todo o mundo (atrás de Estados Unidos e China). A Chevrolet terminou 2014 como segunda mar-ca mais vendida do País e o Onix foi o campeão das vendas de varejo. A empresa anunciou novo e maior pro-grama de investimento de sua histó-ria no Brasil, de R$ 6,5 bilhões até 2018. No momento de crise que se instala, a adaptação rápida à realida-de volta a cumprir papel fundamen-tal na história da GMB.

LINHA DE MONTAGEM ATUAL, em São Caetano do Sul, SP

2015 – Chevrolet Onix, lançado em 2012, figura entre os carros mais vendidos do Brasil

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56 • AutomotiveBUSINESS

INDÚSTRIA | HISTÓRIA

AGENDA CHEIA EM BUSCA DE RESULTADOS

AUTOMOTIVE BUSINESS – A Ge-neral Motors chega aos 90 anos no Brasil com boa aceitação de seus produtos. A Chevrolet foi a segunda marca mais vendida em 2014 e a primeira no varejo. Contudo, o mercado vive um mau momento. Qual a estratégia, da-qui para frente, para manter a GM bem posicionada? SANTIAGO CHAMORRO – Pela segunda vez consecutiva a marca Chevrolet termina o ano na lideran-

Há menos de dois anos na General Motors do Brasil, o colombiano Santiago Chamorro assumiu a presidên-

cia da empresa em um momento de baixa do mercado brasileiro, mas de alta na preferência dos consumidores pelos renovados carros da Chevrolet, que fez a marca ter-minar 2014 na liderança das vendas de varejo. Em entre-

vista que só pôde conceder por e-mail a Automotive Bu-siness, Chamorro mostra que está com a agenda cheia de tarefas para extrair bons resultados da GMB. O execu-tivo garante novos investimentos em produtos nos próxi-mos anos, com a continuação de esforços para aumentar o grau de nacionalização dos veículos produzidos no País.

ça do segmento de varejo, que é o mais competitivo do mercado e o mais sustentável para o nosso negó-cio. Em compensação, exige maior esforço de vendas. Por isso investi-mos em tantas campanhas, como a que ofereceu preço de empregado ao consumidor, a que prometia de-volver o dinheiro caso o comprador não se sentisse satisfeito com nossos produtos e, mais recentemente, o financiamento com as 12 primeiras prestações a R$ 90.

AB – De 2009 a 2013, houve re-novação completa do portfólio de produtos da GM no Brasil. Do pro-grama de investimento atual de R$ 6,5 bilhões da companhia no Bra-sil, de 2014 até 2018, qual porção está destinada ao desenvolvimen-to de novos produtos?CHAMORRO – O desenvolvimento de novos produtos continuará a re-ceber parcela substancial dos inves-timentos. O consumidor brasileiro está cada vez mais sofisticado e ávi-do por novidades, não apenas rela-cionadas a produto, mas também a condições de pagamento, a atendi-mento na rede de concessionárias ou na maneira como é abordado pelas propagandas. Seremos líderes em tecnologias relacionadas a conectivi-dade e eficiência energética. A Che-vrolet foi pioneira na popularização da tecnologia de conectividade, com o sistema multimídia MyLink, lança-do no Onix e depois incorporado a todos os novos produtos. Foi uma oposta ousada, mas os números mostram que acertamos. Atualmen-te, cerca de 80% dos Onix são co-mercializados com o equipamento. Teremos muitas outras novidades nos próximos anos.

AB – A GM já teve produtos globais no Brasil, como o Corsa. Depois

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AutomotiveBUSINESS • 57

investiu no desenvolvimen-to de veículos destinados a mercados emergentes, mais baratos, como Onix, Prisma e Cobalt. Essa es-tratégia não prejudica as exportações?CHAMORRO – O que prejudi-ca as exportações é a falta de competitividade dos produtos brasileiros, fortemente impac-tada pela inflação dos custos laborais, logísticos, impostos e burocracia tributária. O País tem hoje custos trabalhistas muito maiores que os de ou-tros países emergentes e com-paráveis com os de países de-senvolvidos, apesar de ter um nível de produtividade muito menor. Isto não apenas porque houve uma escalada dos salários dos trabalhadores nos últimos anos, mas também devido a leis e regulamenta-ções muito inflexíveis. Na área logísti-ca, enfrentamos custos relacionados à precária infraestrutura de portos, es-tradas e ferrovias, assim como da falta de competitividade de prestadores do serviço de distribuição. Quanto à carga tributária que incide sobre os produtos da cadeia automotiva, além de excessi-va, é bastante complexa, prejudicando também a competitividade do País em outros mercados.

AB – No momento em que as vendas internas vão mal, ter produtos mais exportáveis ajuda a manter a produ-ção estável. A GM do Brasil traça al-guma estratégia nesse sentido?CHAMORRO –Nossas exportações hoje praticamente se resumem ao Mercosul, em razão da falta de com-petitividade do produto brasileiro. Mas estamos trabalhando junto ao governo para ampliar acordos bilate-rais de exportações, entre eles com a Colômbia e o México. AB – A maior parte dos recentes

investimentos no Brasil mirou as fábricas de São Caetano do Sul e Gravataí, enquanto São José dos Campos perdeu produção. A GM resolveu abandonar essa planta? CHAMORRO – O complexo de São José é de fundamental importância para os planos da GM. Prova disso é que a unidade recebeu R$ 800 mi-lhões no último ciclo de investimen-tos da empresa no Brasil, destinado à produção da nova geração da pica-pe S10 e do Trailblazer. Continuamos empreendendo todos os esforços para manter a operação de São José competitiva dentro do atual contexto do mercado brasileiro.

AB – E novo carro que seria feito lá, como estão esses planos?CHAMORRO – Ainda não temos ne-nhuma definição.

AB – Como está o projeto de nacionalizar mais US$ 1 bilhão em compras até este ano? Qual parte des-ta cifra já foi alcançada?CHAMORRO – Desse

montante, já localizamos aproximadamente US$ 750 milhões. O restante já está identificado, ou seja, já foi de-finido qual componente será nacionalizado e qual fornece-dor irá fazê-lo.

AB – A GM aumentou o volume de importação de componentes desde que renovou seu portfólio. Por que isso aconteceu? CHAMORRO – A GM lan-çou 11 novos produtos em um intervalo de apenas 18 meses desde o fim de 2011. O índice de nacionalização desses produtos tem au-mentado gradativamente. A GM entende que, para ser

competitiva em um mercado com grande volatilidade cambial, como o brasileiro, é preciso ter nível de conteúdo local equivalente ao dos principais concorrentes.

AB – Como o senhor projeta o fu-turo da GM no Brasil para o próxi-mo ano? CHAMORRO – Assim como 2014, este ano também deve ser bastante desafiador. Considerando os ajustes que estão sendo feitos na economia brasileira, as pressões de custos, alta de juros e de impostos e o baixo nível de confiança do consumidor, nossa expectativa é de um mercado simi-lar ao do ano passado. No entanto é bom lembrar que o Brasil está entre os cinco maiores mercados auto-motivos do mundo e há um grande

potencial de crescimento para a indústria. Por isso continuamos a investir no País. Mas acreditamos que o mercado volte a crescer a partir de 2016. Esperamos manter a liderança de ven-das no varejo. n

ASSISTA À ENTREVISTA

COM SANTIAGO CHAMORRO

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58 • AutomotiveBUSINESS

CAMINHÕES

SETOR PREVÊ

NOVAS REGRAS DO FINAME E CENÁRIO ECONÔMICO DEVEM PREJUDICAR O SEGMENTO DE PESADOS EM 2015

RICARDO PANESSA

ANO DIFÍCIL A nomeação da nova equipe econômica no fim

do ano passado, o novo pacote de tributos e as mudanças nas condições de financiamento do

Finame PSI já estão refletindo no mercado de caminhões este ano. Por conta desses fatores, as vendas caíram em janeiro. Executivos do setor, no entanto, apontam para um 2015 estável, nos mesmos patamares de 2014 – cerca de 137 mil unidades produzidas e vendidas –, o que representou retração de 11,3% nas vendas e 25,2% na produção de veículos em relação a 2013.

O mês de janeiro, em especial, já deu fortes indícios de que 2015 será um ano difícil. Segundo dados divulga-

dos pela Fenabrave, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, no primeiro mês do ano foram emplacados apenas 7,7 mil caminhões (a maioria ven-dida ainda em dezembro), com significativa retração de 28,4% em comparação com janeiro de 2014 e recuo de 44% sobre o mês de dezembro passado. O pacote eco-nômico recém-instituído, com o aumento das taxas de juros, redução de prazos e da parcela financiada, parece ser, até o momento, o vilão da história. Mas há outros.

Para o presidente da Anfavea, Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Luiz Moan Yabiku, vários fatores irão interferir nos resultados do setor auto-

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motivo como um todo, e em especial no de caminhões. “Esperamos um primeiro semestre difícil este ano, mas acredito que os ajustes que es-tão sendo promovidos levarão a um resultado equilibrado, no mínimo um desempenho igual ao de 2014”, dis-se ele durante a primeira coletiva de imprensa da entidade este ano.

Os reflexos das recentes medi-das econômicas já estão se fazendo sentir, mas há unanimidade de que janeiro é um mês atípico e que o mercado deverá se ajustar até me-ados deste semestre. Para Orlando Merluzzi, presidente da MA8 Manage-ment Consulting Group, empresa de consultoria especializada no merca-do automotivo, o mercado de cami-nhões vai andar de lado em 2015 por várias razões, mas o Finame não será o único responsável desta vez.

Segundo a MA8, as incertezas de curto prazo na economia farão o em-presário parar no primeiro semestre para analisar o contexto do cenário econômico do País. Os maiores volu-mes de compras deverão ocorrer ape-nas na segunda metade do ano. “Há um setor da indústria de caminhões que não depende do Finame e que re-presenta cerca de 15% adicionais no volume reportado pela Anfavea. São os caminhões semileves vocaciona-dos com carroceria sobre chassi. Esse segmento também enfrenta dificulda-des na aprovação de crédito bancário e quem pode pagar à vista vai empur-rar a decisão de compra mais para a frente”, prevê Merluzzi.

A MA8 considera que em 2015 nenhum segmento específico deverá puxar o setor de caminhões. A expec-tativa é que a indústria ande lateral-mente, com algum crescimento espo-rádico em um mês ou outro e efeitos colaterais nos meses seguintes.

De fato, as medidas anunciadas in-dicam um ano de aperto monetário, dificuldade no crédito e aumento dos

SCANIA: RENOVAÇÃO DE FROTA PARA VIRAR O JOGO

Mathias Carlbaum, diretor-geral da Scania no Brasil, também acha que o panorama econômico atual torna difícil projetar o volume

do mercado de caminhões em 2015. O executivo da montadora sueca acredita que, mesmo assim, as vendas serão superiores às registradas nas médias das décadas anteriores.

“As novas medidas da equipe econômica mudaram as regras do jogo, aumentando muito a pressão sobre os transportadores no que diz respeito aos custos. Um fator que poderia ajudar a virar o jogo em 2015 seria o início, por parte do governo, de um programa de renovação de frota, como proposto pela Anfavea em novembro de 2013. Esta ação poderá movimentar a cadeia e elevar as vendas de veículos comerciais novos. Não podemos esquecer que o agronegócio continuará sendo um dos propulsores da economia do País e os caminhões Scania R 440 6x4 e R 480 6x4 são os modelos preferidos nesse segmento”, explica Carlbaum.

juros. Tudo para equilibrar as contas e segurar a inflação. O pacote formado pelo ajuste da alíquota do PIS/Cofins sobre a importação (de 9,25% para 11,75%); o aumento de taxas sobre os combustíveis pela retomada de cobrança da Cide, Contribuição para Intervenção no Domínio Econômico, que vai tributar a gasolina em R$ 0,22 e o diesel em R$ 0,15 por litro (na fon-

te); e o avanço da alíquota do Impos-to sobre Operações Financeiras (IOF) em operações de crédito para pesso-as físicas de 1,5% para 3% colaboram para manter o setor de caminhões em compasso de espera.

EXPECTATIVA DA LÍDERPara a MAN, líder em vendas de ca-minhões no Brasil pelo décimo se-

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CAMINHÕES

MERCEDES: CAUTELA E APOSTA NO FLEETBOARD

A exemplo das concorrentes, a Mercedes-Benz segue com cautela. Atenta ao mercado, pretende estar mais focada em serviços

diferenciados exclusivos, como a nova geração do FleetBoard, um avançado sistema de telemática para gerenciamento de frotas, lançado em janeiro. A montadora mantém como meta atingir os mesmos patamares alcançados no ano passado, de 26,4% de market share.

“Com a linha de produtos, vamos oferecer serviços completos, que vão além do caminhão em si”, explica Roberto Leoncini, vice-presidente de marketing e vendas de ônibus e caminhões. “Há, ainda, outras modalidades de financiamento, como o CDC e o leasing, com fundos do Banco Mercedes-Benz”, explica.

Além disso, com o objetivo de manter sua estratégia de oferecer as melhores soluções ao cliente de acordo com suas necessidades de crédito, o Banco Mercedes-Benz acaba de anunciar uma alternativa de crédito para quem pretende financiar até 100% de caminhões e ônibus, combinando a utilização do Finame PSI com a segurança de um capital de giro e taxas fixas de juros. A nova modalidade de crédito permite o financiamento de até 70% pelo Finame e o restante por meio de um contrato de capital de giro, que estabelece taxas fixas de juros com variação entre 1,05% e 1,29% ao mês.

“Teremos novidades em produtos também, que vamos mostrar apenas na Fenatran. Ele acredita que ainda é prematuro falar do fechamento anual do mercado, mas entende que os ajustes fiscais trarão consequências negativas. “O setor irá se ajustar no segundo semestre. Por enquanto trabalhamos com a mesma meta do ano passado, com um desempenho de mercado estável este ano”, prevê Leoncini.

gundo ano consecutivo, as incerte-zas da operacionalização do PSI que ocorreram em janeiro estão entre os principais fatores que determinam o atual panorama do setor. “O reajuste da alíquota do Pis/Cofins, a volta da cobrança da Cide sobre os combus-tíveis e a mudança nas condições do Finame PSI estão entre as causas que determinaram a queda das ven-das em janeiro, o que deve afetar as projeções pelo menos do primeiro semestre”, afirma Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da MAN Latin America.

A empresa, que detém cerca de 30% do mercado, acredita que em virtude das boas safras previstas para este ano, produtos ligados ao agro-negócio como as linhas de cami-nhões leves sejam os destaques em 2015, ajudando a recuperar os índi-ces do setor como um todo.

“Ainda é cedo para falarmos sobre como deve ser o ano, principalmente por conta dos resultados desfavorá-veis de janeiro em razão das mudan-ças do Finame PSI, que atrasaram as vendas no mês. De qualquer forma,

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NOVO FINAME

Embora não sejam consideradas as únicas responsáveis pela retração do setor, as novas regras do Finame pesam no panorama geral. Pelo menos

por enquanto. Para Bernardo Fedalto Jr., diretor comercial de caminhões da Volvo para o Brasil, ainda é prematuro projetar o desempenho do setor de caminhões no Brasil este ano. “Mas com certeza as novas regras de financiamento pelo Finame vão arrochar as vendas”, alerta.

Para o executivo, o aumento do porcentual de financiamento do veículo de 60% para 70% com taxa fixa de 9,5% ao ano (para as pequenas empresas) e de no máximo 50% do valor com taxa de 10% ao ano (para as empresas grandes) vai levar a uma maior seletividade dos bancos na aprovação dos créditos. “Nossa previsão inicial é de queda de 6% a 7% nas vendas de modelos pesados e semipesados este ano, ou seja, cerca de 85 mil caminhões, contra os 92,7 mil do ano passado. Mas estamos desenvolvendo ação com o Banco Volvo, visando complementar 20% dos financiamentos via CDC, que é mais simples para o cliente. Nada catastrófico”, observa Fedalto.

esperamos que, após os anúncios de novas medidas econômicas, o mer-cado apresente leve recuperação a partir do segundo trimestre. Estamos em negociação com importantes se-tores, como o de transporte de bebi-das, por exemplo, e apesar do início de ano conturbado, esperamos que 2015 seja pelo menos o quinto me-lhor ano para nossa indústria”, pre-coniza Alouche.

Trabalhando nesse sentido, em parceria com a MAN Latin America, o Banco Volkswagen passa a oferecer um plano de financiamento com taxas

de 0,93% ao mês para a compra de caminhões e ônibus VW e dos extra-pesados MAN TGX. A nova condição também permite 100% do financia-mento do bem, com 0% de entrada e pagamento em até 60 meses, com parcelas fixas até o fim do contrato.

“Com as mudanças no Finame PSI, buscamos alternativas atrativas para os nossos clientes. Acredita-mos que a nova condição não ape-nas impedirá a queda da demanda, como esperamos aumentá-la”, afir-ma Décio Carbonari, presidente do Banco Volkswagen. n

COM CERTEZA, AS

NOVAS REGRAS

DO FINAME VÃO

ARROCHAR AS VENDASBERNARDO FEDALTO JR., diretor comercial de caminhões da Volvo para o Brasil

RICARDO ALOUCHE, vice-presidente de vendas, marketing e pós-vendas da MAN Latin America

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MÁQUINAS AGRÍCOLAS

ASSOCIAÇÃO DE FABRICANTES PROJETA NÚMEROS SEMELHANTES AOS DE 2014 PARA EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

MÁRIO CURCIO

Projeções de início de ano não são fáceis de fazer, mas uma parte do segmento de máquinas agríco-las espera repetir neste ano o desempenho obtido

em 2014, quando 68,5 mil unidades foram vendidas. A própria Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prevê números semelhantes para o mercado interno e também em produção, o que resul-taria em 82,4 mil unidades.

Um sinal positivo no setor surgiu no começo de feverei-ro, quando a organização de uma feira agrícola realizada todos os anos em Cascavel (PR) comemorou o mesmo volume de negócios de 2014, cerca de R$ 2 bilhões.

“O ano de 2014 foi pior que o anterior (2013 foi o me-lhor da história do setor), mas o segmento retornou ao antigo patamar”, afirma Ana Helena de Andrade, vice--presidente da Anfavea.

A fabricante Case IH vê até espaço para crescer em 2015: “As boas condições climáticas do Sul, a perspectiva de alta produtividade e de boa renda para o setor incenti-vam o produtor a comprar”, disse na feira o vice-presidente da companhia para a América Latina, Mirco Romagnoli.

“Vemos no Brasil uma tendência de crescimento na produção agrícola e alto investimento em tecnologia”, reforça o gerente de planejamento e administração de

MÁQUINAS AGRÍCOLAS

ANFAVEA PREVÊ

ANO ESTÁVEL

NEW HOLLAND foi vice-líder em colheitadeiras em 2014, com 1,8 mil unidades vendidas no Brasil

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vendas da Case IH, Eduardo Penha.Outra fabricante da CNH Industrial,

a New Holland, acredita em um 2015 “com redução de demanda entre 5% e 10% e possibilidade de impacto negativo de fatores climáticos”, diz o vice-presidente para a América Lati-na, Alessandro Maritano.

Também cauteloso, o diretor de vendas da Agrale, Flávio Crosa, prevê retração na primeira metade do ano, “mas com ritmo normalizado no se-gundo semestre e busca de exporta-ções”. Focada em tratores de rodas, a Agrale conseguiu vender em 2014 mais de 2 mil unidades e recuou 8,5% em um segmento que registrou queda bem maior, de 22,2%.

O gerente de vendas regional da Valtra, Luiz Cambuhy, espera resul-tados próximos aos de 2014 nos ne-gócios com o setor sucroalcooleiro, mas se anima com os produtores de grãos: “A não ser em regiões pontuais, pela falta de chuva, deve haver safra recorde de soja por causa da maior área plantada. E o dólar valorizado é benéfico para o produtor”, recorda.

A Valtra é uma das marcas que compõem a AGCO. Outra, a Mas-sey Ferguson, estima para este ano a venda de 48 mil a 50 mil tratores, o que resultaria numa queda de 10% em relação ao ano passado: “Com a estiagem no Sudeste afetando cana e laranja, a região ainda não se re-cupera em 2015. Já para o café o

cenário é melhor porque o preço no mercado internacional está bom”, afirma o diretor comercial da Massey Ferguson, Carlito Eckert.

CONCORRÊNCIACom maior volume que o das colhei-tadeiras, o segmento de tratores de rodas é aquele em que ocorre a dispu-ta mais intensa por consumidores. “A concorrência no Brasil é comparável a uma pirâmide, cuja base é natural-mente formada por tratores menores. “De 80 cv para baixo a disputa é mui-to intensa”, diz Cambuhy, da Valtra.

A demanda da Agrale confirma esse fato: “Nossos modelos mais vendidos têm entre 65 e 75 cv”, diz o diretor da companhia. Maritano, da New Holland, afirma que o segmento de agricultura familiar se concentra na faixa até 100 cv, mas lembra que a potência média dos equipamentos subiu e os implementos ficaram mais eficazes: “Hoje o agricultor pode rea-

lizar o trabalho de dois tratores com um só. Já que não tem como au-mentar a área que ocupa, ele precisa ganhar eficiência.”

Tratores abaixo de 100 cv são mui-tas vezes comprados por intermédio do programa Mais Alimentos, linha de crédito que financia investimentos de propriedade familiar em projetos individuais até R$ 150 mil e coletivos até R$ 750 mil.

“O programa vem permitindo a compra de equipamentos com cabi-ne, ar-condicionado e recursos tecno-lógicos que ficam protegidos por essa cabine”, recorda Cambuhy.

Para Eckert, o Mais Alimentos vai além: “Já tem agricultor com ca-pacidade para adquirir a segunda máquina (...) Há a possibilidade de compra de colheitadeiras da classe 4 (modelos menores, até R$ 350 mil). Eles conseguem isso juntando-se em dois a quatro produtores.”

EXPORTAÇÕESParece pouco provável que o Brasil consiga exportar neste ano volume semelhante ao alcançado em 2014, já que o principal destino das má-quinas é a Argentina. A projeção da Anfavea é de 13,9 mil unidades en-viadas para este e outros mercados, o que resultaria em leve alta de 1%. Ana Helena de Andrade acredita que as exportações ao país vizinho podem se normalizar e recorda que o continente africano também é im-

ENTRE OS SEGMENTOS em que atua, a Case IH produz colhedoras de café

MASSEY FERGUSON liderou o mercado de tratores em 2014, com 13.563 unidades

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MÁQUINAS AGRÍCOLAS

VOLVO AGUARDA DEFINIÇÕES DO GOVERNOO presidente da Volvo Construction Latin America, Afrânio Chueire,

vive a expectativa pelas definições do governo em relação às Parcerias Público-Privadas e também por uma nova demanda: “A crise hídrica já gerou consultas sobre escavadeiras para construção de diques e sobre caminhões fora de estrada e pás carregadeiras para minas de carvão a céu aberto, que vão alimentar termoelétricas”, diz.

O presidente comentou o desempenho positivo da Volvo Construction em 2014: “Ganhamos 1,3 ponto porcentual de participação num mercado mais competitivo, com novos fabricantes no Brasil. Chegamos a 12% de market share com a combinação das marcas Volvo e SDLG”, diz.

“A partir de maio, acreditamos na retomada daquilo que é preciso ser feito como nos setores rodoviário e de infraestrutura em geral”, conclui Chueire.

portante para os fabricantes instala-dos no Brasil.

“Exportamos com alguma regu-laridade para Angola”, diz Crosa, da Agrale, que citou o programa Mais Alimentos Internacional e os embar-ques da fabricante gaúcha para o Zimbábue.

A New Holland cita os investimen-tos para a produção na Argentina a partir de componentes brasileiros. A empresa tem outros compradores no continente americano e, para a Áfri-ca, envia 150 a 200 tratores ao ano para Quênia e Moçambique.

A Massey Ferguson envia máqui-máximos de emissões expressos em gramas por quilowatt/hora. A primei-ra etapa inclui máquinas rodoviárias recém-lançadas e com potência igual ou superior a 37 kW (cerca de 50 ca-valos). A segunda fase passa a valer em janeiro de 2017 e abrange máqui-nas agrícolas com potência igual ou superior a 75 quilowatts (102 cv).

Os fabricantes já se preparam para atendê-la, mas nem todos concor-dam com ela, temendo alta de pre-ços e queda nas vendas como a que ocorreu no segmento de caminhões no início de 2012, quando entrou em vigor o Proconve P7: “Questionamos se seria este o período mais ade-quado. Ainda não sabemos quanto, mas isso vai aumentar os custos. No nosso entendimento há espaço para que se postergue por dois anos, por exemplo”, afirma Flávio Crosa, da Agrale. “Nos caminhões houve um ‘bolsão’ de vendas. Não acredito que isso ocorra no mercado agrícola”, afirma Cambuhy, da Valtra.

Sobre a possibilidade de adia-mento, a vice-presidente da Anfavea afirma: “Não trabalhamos com essa hipótese. O MAR-1 é uma resolução, tem força de lei.” Em 2019 passa a valer a terceira etapa, em que máqui-nas agrícolas com potência igual ou superior a 19 kW (cerca de 25 cv) e até 75 kW terão de se adaptar a me-nores limites de emissões. n

nas do Brasil para Nigéria e Gana. Eduardo Penha, da Case IH, recorda que a empresa manda alguns trato-res para a África do Sul e inaugurou fábrica na Argentina para garantir a participação no país vizinho.

MENOS EMISSÕES Em janeiro deste ano entrou em vigor a resolução 433, que dispõe sobre a inclusão de máquinas agrícolas e rodoviárias no Programa de Con-trole da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) por meio do chamado MAR-1. Dividida em três fases, a resolução estabelece níveis

CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS e obras de infraestrutura devem

trazer bons negócios para a Volvo neste ano

ANA HELENA DE ANDRADE, vice-presidente da Anfavea

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AutomotiveBUSINESS • 65

IMPLEMENTOS

Odesempenho da economia brasileira em 2014 foi anêmi-co. Na análise de alguns, ainda

pior do que se prospectava no início do ano; para outros, ruim como era projetado. Com um calendário aper-tado, os dias úteis espremidos entre feriados nacionais, Copa do Mundo e eleições, formou-se um ambiente instável e desconexo. As mazelas se refletiram em muitos setores e não foi diferente na indústria de implementos rodoviários, que amargou queda de 10,2% sobre os números de 2013, com 159,6 mil unidades comerciali-zadas. Por segmento, o de pesados (reboques e semirreboques) foi o que mais sofreu: redução de 19,3% ante o resultado do ano anterior. Entre os leves, de carrocerias sobre chassis, a queda foi menor, de 4,2%.

Este ano o nicho de pesados, o mais representativo em volume e rentabili-dade, certamente será de novo a vítima de baixo desempenho previsto para a economia. Conforme explica Alcides Braga, presidente da Anfir, associação dos fabricantes de implementos rodo-viários, o segmento será afetado pelo grande impacto das novas regras do Finame PSI. “É a principal modalidade

NOVOS DESAFIOS

FABRICANTES ESTÃO PRONTOS PARA ENFRENTAR ANO DIFÍCIL, COM PROMESSA DE RECUPERAÇÃO NO SEGUNDO SEMESTRE

CAMILA WADDINGTON

usada pelos compradores destes produtos e, com o aumento da taxa de juros para 10% entre as grandes empresas, 9,5% para as pequenas e médias e 9% para os autônomos via Pró-Caminhoneiro, em 2015 será mais difícil fechar negócio.”

O crédito mais caro, a redução da parcela financiável pelo programa do BNDES de 90% do valor do bem para, no máximo, 70%, e o ambiente econômico pouco atraente tornam as perspectivas para este ano nada alentadoras. “Os clientes de implementos da linha pesada são os que mais recorrem ao Finame PSI. Entre os

PARA 2015

RESULTADOS DE 2014

-30,8

-19,3

-4,2

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EMPLACAMENTOSDE PESADOS

TOTAL 56.529EMPLACAMENTOS DE LEVES

TOTAL 103.089

EXPORTAÇÕES

TOTAL 3.756

VOLUME TOTAL DO MERCADO INTERNO

TOTAL 159.618

%SOBRE 2013

IMPLEMENTOS

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IMPLEMENTOS

consumidores de produtos le-ves, no entanto, o impacto será menor, já que normalmente não se enquadram nas exigências do Finame e acabam recorrendo a outras ferramentas para ad-quirir o bem.” Desse modo, o presidente da Anfir acredita que quem puder vai postergar quais-quer aquisições até que o cená-rio econômico fique menos in-certo e as condições melhorem.

INOVAÇÃODiante do panorama desafiador, ino-var, desenvolver novos mercados e “sair da caixa” foi a opção de muitas empresas do setor de implementos rodoviários. A Truckvan, fabricante paulista com pouco mais de duas dé-cadas de existência, é bom exemplo de empreendedorismo neste período de crise, conforme conta o mesmo Alcides Braga que, além de presiden-te da Anfir, é sócio-diretor da com-panhia: “Buscamos novos mercados no exterior, exportamos uma unidade móvel de saúde para a Colômbia, in-tensificamos nossas relações com o mundo árabe, o que nos deu a opor-tunidade de participar da Idex, uma das principais feiras de defesa e se-gurança do mundo, que ocorre em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.”

Com larga experiência em custo-mização, sua atividade original, a Tru-ckvan viu crescer a demanda por veí-culos de luxo dedicados ao transporte de passageiros, além de outras aplica-ções específicas, como os restaurantes móveis, ou food trucks, cuja operação foi regulamentada em maio de 2014 em São Paulo, cidade onde estes mo-delos são muito requisitados.

Já a Randon, maior fabricante de implementos do País, se apoiou nas necessidades imprescindíveis como alimentação e transporte de merca-dorias em geral. Segundo Geraldo Santa Catharina, diretor financeiro

2015 TRARÁ DESAFIOS,

COM MARGENS

APERTADAS, MAIOR

DISPUTA NEGÓCIO

A NEGÓCIO E

CAPTAÇÃO DE

RECURSOS A CUSTOS

MAIS ALTOSALCIDES BRAGA, presidente da Anfir

e de relações com investidores da companhia, a demanda relaciona-da a esses itens ocorre mesmo com crise e “tende a se expandir com o aumento da população que ingressa na zona de consumo”. Embora figure entre as empresas cujo desempenho em 2014 foi aquém do esperado, produtos como os vagões ferroviá-rios salvaram o ano da Randon de um resultado ainda pior.

Esta situação deve se repetir este ano, apoiada no fato de que “o setor ferrovi-ário é uma das prioridades do Governo Federal, por se tratar de um importante gargalo logístico do País.” Ademais, as linhas de semirreboques, em especial a de baús refrigerados, também devem repetir os bons números. O executivo

da Randon deposita expectativas também na boa safra, que pode alcançar novo recorde com 202 milhões de toneladas de grãos. Outro catalisador de bons negó-cios é o câmbio “mais atraente, que deve beneficiar as exporta-ções”, segundo o executivo.

Na Noma houve redução acumulada de 14% nos negó-cios em 2014. A expectativa para 2015 não difere das proje-ções dos demais players. “Será

mais um ano de muita volatilidade e acreditamos que ficará bem próximo do que foi 2014. Esperamos que to-dos os segmentos sejam afetados, ex-ceto o agrícola, carro-chefe da Noma, que deve apresentar bom desempe-nho”, avalia Marcos Noma, presidente da companhia.

CENÁRIOSTodos concordam que 2014 foi um ano difícil e 2015 deve seguir a mes-ma toada. A diferença é que, neste ano, o primeiro semestre deve ser marcado por ajustes e seguido por segundo semestre de recuperação. Na síntese de Alcides Braga, da An-fir, mais do que um ano de altos e baixos, 2015 trará desafios, com margens apertadas, maior disputa negócio a negócio e captação de recursos a custos mais altos. Mas, sobretudo, “será uma queda por um bem maior, por uma economia mais robusta, menos suscetível a oscila-ções, como as que temos vivido to-dos anos, principalmente na indús-tria automobilística. Vejo como um momento de inflexão necessária, para, posteriormente, definirmos condição de maior governança, de política mais universal e positiva.” Em última análise isso se traduz em números entre 5% e 10% de cresci-mento sobre 2014, o que, conve-nhamos, seria um cenário excepcio-nal diante das perspectivas. n

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