O que mudou na Educação em Portugal?

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e Magazine de Educação do Espaço Professor Qq O O O NÚMERO DEZEMBRO 13 16 O O que mudou na Educação em Portugal? Agregação de escolas, aumento da escolaridade obrigatória, metas curriculares. Conheça a reação de professores e diretores às mais recentes mudanças na Educação. Pág. 2 a 3 "Dificilmente se poderá negar a evolução da Educação em Portugal nos últimos dez anos” "É necessário derrubar alguns preconceitos relativamente à participação das famílias" Chegou o livro que responde às dúvidas dos mais pequenos Quem o diz é Jorge Ascensão, presidente da CONFAP, na análise às principais alterações na Educação neste último ano. pág. 7 e 8 Trocado por Miúdos é a nova publicação da Porto Editora para crianças e adultos na idade dos porquês. pág. 9 David Justino, atual presidente do Conselho Nacional de Educação, enumera as mudanças que confirmam esta evolução. pág. 4 à 6

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eMagazine de Educaçãodo Espaço Professor Qq

O OO

NÚMERO

DEZEMBRO1316

OO que mudou na Educação em Portugal? Agregação de escolas, aumento da escolaridade obrigatória, metas curriculares. Conheça a reação de professores e diretores às mais recentes mudanças na Educação. Pág. 2 a 3

"Dificilmente se poderá negar a evolução da Educação em Portugal nos últimos dez anos”

"É necessário derrubar alguns preconceitos relativamente à participação das famílias"

Chegou o livro que responde às dúvidas dos mais pequenos

Quem o diz é Jorge Ascensão, presidente da CONFAP, na análise às principais alterações na Educação neste último ano. pág. 7 e 8

Trocado por Miúdos é a nova publicação da Porto Editora para crianças e adultos na idade dos porquês. pág. 9

David Justino, atual presidente do Conselho Nacional de Educação, enumera as mudanças que confirmam esta evolução. pág. 4 à 6

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O Uma fusão entre poupar e melhorar

Grande parte das decisões na Educação justificam-se com a redução de custos. Mas há valias pedagógicas que importa considerar.

Olhando para trás, mas sem necessidade de fazer um grande recuo, vemos que a Educação viveu inúmeras alterações, que interferiram com quase todos os agentes educativos: direções de escolas, professores, alunos e até encarregados de educação. E se há quem as justifique e entenda pela atual conjuntura económica, outros existem que as criticam, “sobretudo porque estas medidas são tomadas sem planeamento e sem o diálogo com quem está à frente das escolas.” Assim o diz Domingos Oliveira, diretor da Secundária com 3.º Ciclo dos Carvalhos, em Vila Nova de Gaia, sede de mega-agrupamento.

Agregação de escolas arrancou em 2010 A criação de agrupamentos e mega-agrupamentos foi, precisamente, uma das alterações com maior impacto nas escolas e nas suas estruturas, iniciada em 2010. Apesar de a justificação economicista ser a que mais prevalece

por entre diretores e professores, há quem defenda a mais-valia pedagógica desta agregação de escolas. Domingos Oliveira, por exemplo, não duvida que “acompanhar o percurso dos alunos do pré-escolar ao 12.º ano vai permitir, não no imediato, mas no futuro, fazer um melhor trabalho com eles, perceber o que está mal e atuar através de um trabalho colaborativo e articulado ao longo dos 15 anos de percurso do aluno”. Esta verticalidade é também bem recebida por Agostinho Guedes, diretor da Escola Secundária Inês de Castro, em Vila Nova de Gaia, mas com uma ressalva. “Esta alteração faz sentido nas áreas metropolitanas. Já não a vejo com bons olhos quando acontece em zonas menos densas a nível populacional, porque obriga à deslocação de dezenas de jovens de madrugada para irem para a escola. E isto não faz qualquer sentido.” Na sua opinião, “perde-se em qualidade de vida e na dimensão humana, mesmo ganhando, eventualmente, em economia”.

Escolaridade obrigatória alargada a 12 anos em época de crise 2012 foi um ano com importantes alterações no ensino, ao concretizar intenções governativas anteriores, como o alargamento da escolaridade obrigatória a 12 anos, e aqui a opinião é mais consensual. “Houve, ao longo dos anos, um delapidar das competências de cidadania, o que nos faz pensar que os jovens devem andar na escola mais algum tempo e parece-me que até aos 18 anos é o adequado”, defende Agostinho Guedes. Opinião semelhante tem Dulce Cariano, professora há 35 anos e a lecionar na Escola Adriano Correia de Oliveira, em Gaia. “Se queremos que os indivíduos tenham uma vivência de escola que lhes permita ter mais conhecimentos para enfrentarem o mundo e estarem aptos a fazer uma leitura mais correta da vida, então os 12 anos são importantes”, justifica. Porém, o atual contexto económico e social das famílias faz com que estes 12 anos de escolaridade obrigatória

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não sejam apenas um mar de rosas. Há alunos desinteressados na escola e, para Francis Jesus, professora na EB 2/3 de Santa Marinha, em Vila Nova de Gaia, uma escola TEIP, este alargamento “representa a insistência em alunos que nada querem com a escola” e “isto só aumenta a indisciplina”. “A escola de hoje está a ser muito condicionada pelo contexto social que estamos a viver.” Assim o reconhece Jorge Bajouco, diretor do Agrupamento de Escolas Henrique Sommer, em Maceira – Leiria, que desabafa nunca ter pensado alguma vez vir a lidar com problemas de carência de alimentação, dificuldades em comprar material escolar e até com o aumento do consumo de substâncias ilícitas entre os alunos. “Tudo isto gera, depois, problemas de insegurança e indisciplina, muito difíceis de resolver”, diz. Novo Estatuto do Aluno responsabiliza encarregados de educação É nesta linha de raciocínio que entra um dos principais argumentos a favor do novo Estatuto do Aluno, implementado neste ano letivo. “Na sociedade em que vivemos, a penalização dos encarregados de educação é a única forma de os fazer perceber o peso da responsabilidade que têm na educação dos seus filhos”, argumenta Francis Jesus, professora há 6 anos. Com mais 20 anos de docência que Francis, Teresa Périer, atualmente a lecionar Inglês no Agrupamento de Escolas Infante D. Pedro, na Figueira da Foz, tem a mesma opinião. Mas admite que, “apesar de bem pensado”, este estatuto “é difícil de implementar”, referindo-se à penalização dos pais pelo comportamento dos filhos. A solução está na “maior aproximação das escolas aos encarregados de educação”. Rosa Vigarinho, adjunta do diretor e diretora de uma turma do 6.º ano, na Escola Básica e Secundária Henrique Sommer, Maceira, em Leiria, não tem dúvidas em afirmar que os encarregados de educação são “assíduos quase a 100%”, sempre que convocados. “Esta aproximação depende de nós, da forma como a escola se relaciona com os encarregados de educação e lhes abre as portas.” Por isso não sentiu nenhuma resistência quando lhes apresentou o novo Estatuto do Aluno no início deste ano letivo.

A verdade é que as metas vieram para ficar, substituindo as anteriores metas de aprendizagem, e a sua aplicação continuará a cumprir um calendário gradual de implementação: até 2015-2016 estará concluída no 3.º ciclo, terminando com o ensino secundário em 2017-2018. “A avaliação dos professores esteve demasiado tempo na agenda das escolas” A avaliação dos professores não ficou de fora neste encontro que tivemos com vários professores. Não há dúvida que foi o tema mais mediático na Educação nos últimos anos e transversal a vários ministérios da Educação. E o problema não esteve na recusa, por parte dos docentes, da avaliação em si, mas sim nos moldes e critérios estipulados. A observação de aulas, por exemplo, foi um dos aspetos mais contestados, sobretudo pelo seu lado “redutor, tendo em conta todo o trabalho que um professor desenvolve ao longo do ano”, diz Domingos Oliveira. E “artificial, porque os professores sabem, antecipadamente, em que dias serão alvo dessa observação”, revela Francis Jesus. Assim, a solução pode passar por critérios “mais mensuráveis”, embora reconheçam que a avaliação da profissão docente é “difícil pelas características da profissão”. “Afinal, cada docente tem a sua disciplina e utiliza metodologias diferentes”, constata Teresa Périer.

“A verdade é que o tema da avaliação esteve demasiado tempo e da forma menos correta na agenda das escolas, desvalorizando o que realmente interessa, que é o trabalho realizado pelos professores ao longo de todo o ano.” Jorge Bajouco termina referindo que “quando ano a ano se vive o drama das colocações, a avaliação deixa de ser um assunto prioritário”. Apesar da instabilidade profissional que afeta muitos professores nos dias de hoje, são ainda mais os que continuam com toda a dedicação e empenho, com um amor à profissão que só quem é professor sabe o que significa, independentemente dos aspetos menos positivos que vão rodeando o ensino. E quem ainda tem anos de carreira pela frente, é com este espírito e determinação que mantém esse desejo de continuar. me

Disciplinas: revisão curricular enriquece umas e enfraquece outras O ano passado foi ainda um ano de revisão curricular que, em vários aspetos, abrangeu todos os ciclos de ensino. Se, por um lado, disciplinas como Português, Matemática ou Inglês saíram reforçadas, por outro, perderam-se algumas áreas “fundamentais para trabalhar alguns valores e conceitos com os alunos”, como a Formação Cívica no 3.º Ciclo, e “desprezou-se de uma forma quase criminosa” a área das Expressões. Transcrições de Domingos Oliveira, que relata um caso de um aluno “brilhante” às outras disciplinas, mas com “profundas dificuldades psicomotoras” e que só foram detetadas, precisamente, nas aulas que exigiam o manuseamento de materiais e ferramentas. Por isso, não tem dúvidas acerca da importância destes conhecimentos para todos os alunos. “Há uma preocupação excessiva com o Português e a Matemática, mas depois, quando avaliadas a nível nacional, vemos que os resultados continuam fracos, o que me faz pensar que não é este o caminho correto a seguir”, acredita Teresa Périer. Uma solução pode passar pelo desdobramento das turmas nestas duas disciplinas. Quem o defende é Alexandra Ribeiro, que apesar de ser professora de Geografia na Escola ES/3 do Canidelo, em Gaia, reconhece que “um aluno que seja bom a Português e Matemática será bom ao resto”, considerando “impossível” ensinar estas disciplinas a turmas com 30 alunos. Metas curriculares para todos Naturalmente, não podíamos deixar de referir as mais recentes metas curriculares. Um grande número de professores, de várias áreas disciplinares, apenas este ano começou a lidar com as alterações que estes novos referenciais provocaram nos programas e nos manuais escolares. E também aqui as opiniões se dividem. Alexandra Ribeiro compreende a necessidade de se definirem metas a nível nacional, para que o critério seja o da igualdade, mas duvida da sua operacionalização. Já Francis Jesus considera que as metas “pecam pelo desconhecimento do contexto escolar, partindo de um ideal difícil de realizar em sala de aula”.

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OENTREVISTA

"Dificilmente se poderá negar a evolução da Educação em Portugal nos últimos dez anos"

M.E. - Um dos temas mais mediáticos nos últimos anos foi o regime de avaliação dos professores. Ao longo dos vários ministérios, ele foi sendo alterado. Que opinião tem sobre o atual regime de avaliação do desempenho docente? David Justino - O que temos é um modelo incompleto de avaliação do desempenho docente. Incompleto e, eventualmente, sem eficácia na valorização da condição docente. Mais tarde ou mais cedo concluiremos que se trata de uma situação que não valoriza a profissão docente nem contribui para a qualificação das aprendizagens. Julgo que teremos de entender a avaliação do desempenho docente fora do dramatismo e da burocracia que marcaram este modelo e teremos de conceber um novo que confira visibilidade e estabilidade à carreira, ao mesmo tempo que se assuma como uma profissão atrativa. Julgo que teremos de pensar essa condição docente, desde a formação inicial até à avaliação do desempenho, de uma forma integrada e não às fatias, como parece ter sido feito. A avaliação do desempenho docente saiu da agenda política e o silêncio a que se assiste não é, para mim, sinal revelador de que existe um bom sistema de avaliação.

M.E. - O processo de agregação de escolas e a atual constituição de novos agrupamentos ainda não reuniram consenso e são muitos os agentes educativos que os criticam. Há aspetos positivos, sobretudo do ponto de vista pedagógico? D.J .- Há aspetos positivos, tal como há aspetos negativos. Tudo depende dos objetivos que tenham presidido ao desenvolvimento deste processo. Quando o relancei em 2003, a minha preocupação era a de integrar os diferentes ciclos de ensino em função de um projeto educativo comum. O segundo objetivo era o de ganhar escala na afetação dos diferentes recursos educativos. O primeiro objetivo era pedagógico, o segundo era organizacional. Se considerarmos estes objetivos, os aspetos positivos tendem a suplantar os negativos.

Não obstante algumas más decisões, continuo a pensar que os agrupamentos de escolas constituem um enorme potencial de melhoria das aprendizagens, saibamos aproveitá-lo. Mas também é necessário lembrar que é mais fácil corrigir um erro do que inverter completamente um processo desta envergadura.

O "Continuo a pensar que os agrupamentos de escolas constituem um enorme potencial de melhoria das aprendizagens, saibamos aproveitá-lo."

David Justino, presidente do Conselho Nacional de Educação desde julho, não tem dúvidas de que o atual modelo de avaliação está incompleto, que há aspetos positivos na agregação de escolas e que o currículo não é elástico nem tão-pouco os recursos disponíveis. E enumera mudanças “interessantes”, que confirmam a evolução de que fala.

IMAGEM: David Justino

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A organização curricular é sempre um puzzle difícil de resolver, especialmente quando temos de gerir um leque tão diversificado de disciplinas e quando os objetivos a atingir não são claros ou se revelam desajustados. Quanto às metas, não devo esquecer que fui eu que promovi no Ministério o primeiro grupo de trabalho para preparar a sua adoção. Entendo que são indispensáveis a qualquer sistema de ensino moderno e que desempenham um papel importante na regulação das aprendizagens. Porém, implementá-las sem um vasto programa de formação dos professores e sem uma reflexão aturada sobre a forma de as concretizar representa um risco elevado. Julgo que o processo está longe de se considerar concluído e decerto que vamos ter de avaliar a sua utilização nos próximos anos. Neste momento, reconheço que muitos professores revelam dificuldades em as operacionalizar.

Ouço frequentemente muitos professores reconhecerem o potencial de mudança e de qualificação que os agrupamentos proporcionam. E falo principalmente daqueles cujos processos de agrupamento se iniciaram há alguns anos, começando a ver-se os resultados. Julgo que se centrou excessivamente o debate nos problemas de escala, nos chamados mega-agrupamentos. Eu ainda não sei quanto é que é mega. Mas sei que há agrupamentos de 500 alunos mais difíceis de gerir que alguns de 2000. O problema não está na escala. Está na gestão das diferentes dinâmicas que cada estabelecimento do agrupamento tende a gerar de forma autónoma e desligada das dos restantes. Por outro lado, existem culturas escolares muito diferenciadas dentro de alguns agrupamentos e o desafio que se coloca é o de integrar essa diversidade num projeto comum. Não é tarefa fácil mas, se olharmos para as experiências já consolidadas, verificaremos que houve avanços inestimáveis que beneficiaram a qualificação dos trajetos escolares dos alunos. M.E .- A reorganização curricular de 2012 eliminou algumas áreas consideradas fundamentais por alguns professores, como a Formação Cívica e a Área de Projeto, e implementou alterações profundas nas áreas das Expressões dos 2.º e 3.º ciclos. Paralelamente, surgiram as metas curriculares. O que pensa sobre estas três alterações? D.J. - Os valores e conceitos indispensáveis à formação cívica dos alunos podem ser adquiridos e potenciados por qualquer disciplina curricular, desde a História à Matemática ou até nas ditas expressões. Tudo depende do tipo de aprendizagem que desenvolvemos com os alunos e da forma como utilizamos os programas e os tempos curriculares. O currículo não é elástico e os recursos disponíveis também não. Por minha vontade, até reforçava as atividades físicas e as expressões, especialmente a música. Mas o problema está em saber se queremos aumentar as cargas letivas e a sua dispersão ou, pelo contrário, reconhecemos que, especialmente no 3.º ciclo, essas cargas e a dispersão já estão para além do aceitável.

O "O currículo não é elástico e os recursos disponíveis também não.”

IMAGEM: David Justino FONTE: http://www.infopedia.pt/

M.E. - O novo Estatuto do Aluno é um bom instrumento para complementar o alargamento da escolaridade obrigatória a 12 anos? D.J. - Por vezes depositamos expectativas excessivas sobre o papel de alguns normativos. Quando falamos de qualquer estatuto do aluno não deveríamos ir além de uma carta simples de direitos, deveres e sanções. Ou seja, deveríamos estar a falar de um regulamento comum às várias escolas e níveis de ensino. O resto deixaria à responsabilidade das escolas.

Temos sempre uma visão privilegiadamente punitiva destes normativos, quando deveriam constituir apenas referenciais de conduta. Uma outra ideia que encontro regularmente no discurso comum é o de entender o Estatuto como um instrumento para responder ao aumento da indisciplina nas escolas. Creio que o efeito é reduzido. A indisciplina previne-se e dissuade-se e só em situações mais extremas deveremos recorrer aos processos disciplinares e aos regimes sancionatórios.

Presumo que a sua pergunta decorre de um raciocínio comum: alargamento da escolaridade obrigatória, permanência na escola de alunos provenientes de grupos sociais mais desfavorecidos, aumento da indisciplina. Tenho muitas reservas sobre esse encadeamento lógico. Remete-nos para a ideia de que só os alunos provenientes de famílias mais pobres é que geram problemas de indisciplina. A experiência não me aponta necessariamente nesse sentido. Para além disso, estamos a falar do ensino secundário e esses alunos já estavam na escola, não apareceram lá vindos de nenhures.

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O “O problema da indisciplina é real e não é o alargamento da escolaridade obrigatória que o vai aumentar ou diminuir.” Resumindo, o problema da indisciplina é real e não é o alargamento da escolaridade obrigatória que o vai aumentar ou diminuir. O problema coloca-se mais nas situações reiteradas de indisciplina por parte de alguns alunos, independentemente da sua origem social. Tenho dúvidas de que nestes casos a obrigatoriedade seja benéfica, quer para o aluno quer para a escola. São situações que merecem uma atuação mais orientada para a busca de alternativas dignas, mas que não sejam condescendentes.

M.E. - Foi Ministro da Educação no Governo de Durão Barroso. De lá até então, certamente muito terá mudado na Educação em Portugal. Que balanço faz desde essa altura até aos dias de hoje? D.J. - Vamos recorrer à analogia das águas de um rio. O que se torna mais visível é a turbulência que continua a dominar a imagem da Educação em Portugal. Ao fim de quase dez anos, o traço mais evidente continua a ser a do conflito permanente, fortemente mediatizado, cheio de polémicas e de combates ideológicos. É isto que constitui a agenda mediática da Educação. Se mergulharmos nas águas do rio e irmos além dos efeitos da turbulência que domina a superfície, conseguiremos ver mudanças mais interessantes: há uma clara redução do insucesso escolar expresso quer pela proporção de retenções, quer pela queda das taxas de abandono - a

saída escolar precoce baixou de cerca de 45% em 2001 para metade em 2011. Nos testes internacionais, os alunos portugueses registaram melhorias nas suas avaliações. Com o ordenamento da rede escolar temos mais alunos a acederem a recursos fundamentais para a sua formação. Temos pais mais escolarizados. Infelizmente, não conseguimos reduzir as desigualdades sociais que se projetam no próprio sucesso do sistema educativo Considerando só estes indicadores, dificilmente se poderá negar a evolução positiva da Educação em Portugal nos últimos dez anos. Existem, porém, problemas por resolver que podem travar essa evolução: a profissionalidade docente, as condições de aprendizagem em muitas escolas, a crise social que se projeta no dia a dia da sala de aula, entre tantos outros problemas. me

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OENTREVISTA

É necessário derrubar alguns preconceitos relativamente à participação das famílias nas escolas

“É crucial que as famílias percebam os seus filhos enquanto alunos e que as escolas percebam os seus alunos enquanto filhos.”

Uma nova direção, mas a mesma moti-vação e dedicação. Jorge Ascenção não duvida que é cada vez mais importante aumentar a interação das famílias com as escolas. “É crucial que as famílias percebam os seus filhos enquanto alunos e que as escolas percebam os seus alunos enquanto filhos”. Magazine de Educação: Este ano assumiu a presidência da CONFAP, da qual era vice-presidente. Quais são os grandes objetivos para os anos de coordenação que agora vai assumir? Jorge Ascenção: Queremos fortalecer a presença das associações de pais e encarregados de educação nas escolas e nas respetivas federações. Temos consciência de que o correspondente sucesso passa muito pela perceção das famílias pela importância do Movimento Associativo Parental (MAP). Temos por isso um grande desafio neste âmbito

para desenvolvermos ações de forma-ção e de esclarecimento, não só para que todos percebam o objetivo do MAP, como para melhor participarem na vida escolar dos filhos. Precisamos definitivamente que as associações de pais e encarregados de educação sejam consideradas um parceiro essencial na elaboração e no desenvolvimento dos projetos educati-vos de qualidade nas nossas escolas. E também sentimos que à escola pública falta desenvolver os seus pro-jetos de autonomia, em cooperação com a comunidade educativa, mas uma autonomia e um projeto suportados no financiamento público, com base num orçamento escolar sustentado no custo por aluno e com clara defi-nição de objetivos, que respondam às necessidades e expectativas das crianças e jovens e das suas famílias.

M.E. - Quais são as principais preocu-pações das famílias de hoje? J.A. - Há uma que é a principal preocu-pação e que tem que ver com a educa-ção dos seus filhos e a sua relação com as condições de ensino e aprendizagem. As famílias têm noção da importância de infraestruturas que permitam o ade-quado conforto físico, essencial para uma eficaz aprendizagem, e de condi-ções emocionais que proporcionem um ambiente saudável para uma aquisição de conhecimento e de competência. Por isso entendemos que a educação pública tem de ser uma opção de qua-lidade. M.E. - Mas considera que não está a responder com essa qualidade neces-sária? J.A. - Há questões que nos preocupam. Não sendo generalizada, nalguns casos preocupa-nos a degradação dos edi-fícios escolares; a falta ou inexistência de recursos, materiais e humanos, adequados às necessidades; a política de família e a política laboral que nem sempre permitem as melhores con-dições de acompanhamento da vida escolar dos filhos; a falta de preparação das famílias para o apoio escolar e a falta de alternativas neste apoio que a escola proporciona; e preocupa-nos que a matriz curricular não potencie o desenvolvimento integral das crianças e jovens.

IMAGEM: Jorge Ascenção FONTE: http://www.educare.pt/

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O “… parece-nos que o estatuto [do aluno] não acrescentou nada de novo (…) nem trouxe outras medidas que contribuíssem para a diminuição da indisciplina…”

IMAGEM: Jorge Ascenção

M.E. - E como tem evoluído a visão dos encarregados de educação sobre o seu papel nas escolas? O que pode ainda ser feito? J.A. - Felizmente há hoje uma maior consciencialização por parte das famí-lias e da comunidade educativa da importância de se construírem parce-rias, de se envolverem e de conhecerem melhor as escolas dos seus filhos. As associações de pais são a instituição que melhor se enquadra para cons-truirmos estas parcerias. Contudo há também um conjunto relevante de famílias que ainda não percebeu a importância de participar e contribuir para uma melhor escola e que, por essa razão, não foram ainda capazes de entender a dimensão social da escola e da educação. Por outro lado, é ainda necessário der-rubar alguns preconceitos por parte das escolas e de alguns dos seus profis-sionais relativamente à valia da partici-pação das famílias na escola. É crucial que as famílias percebam os seus filhos enquanto alunos e que as escolas per-cebam os seus alunos enquanto filhos. Este esforço de parceria e de partilha entre escolas e famílias passa pelo desempenho da função de diretor de turma, particularmente com os pais representantes de turma, e a CONFAP e suas associadas tem procurado infor-mar e esclarecer sobre este papel.

ME: Recentemente, a CONFAP afirmou que o novo Estatuto do Aluno “pouco ou nada mudou nas escolas”, mas desde 2009 que defendiam uma revisão no mesmo. Consideram que ficou aquém das vossas expectativas? J.A. - Defendemos um estatuto do aluno, tal como outras normas na edu-cação, com responsabilização e respon-sabilidade. Onde se possa falar de rigor e exigência mas com carácter peda-gógico e educativo que é afinal o que a escola atual precisa de saber fazer. Mas esta questão levar-nos-ia muito mais longe. Ainda que os pais devam ser respon-sabilizados pelos atos dos seus filhos menores, devem-no ser na medida da sua direta responsabilidade no cuidar dos seus filhos. Mas a responsabilidade do cuidar exige em muitas situações a presença ou a proximidade, o que de facto não acontece quando os filhos estão na escola e, por essa razão, a res-ponsabilidade tutora está, momenta-neamente, confiada à própria escola. Cada caso exigirá uma análise particular e muito provavelmente encontrar-se--ão responsabilidades repartidas. Mas, com este estatuto, procurou-se passar, em qualquer caso, a responsabilidade para a família, mesmo quando esta confiou na escola para apoiar e orientar os seus filhos. Além disso, parece-nos que não devem caber à escola as res-ponsabilidades penais que são compe-tência das polícias e dos tribunais. No fundo, parece-nos que o estatuto não acrescentou nada de novo ao ante-rior nem trouxe outras medidas que contribuíssem para a diminuição da indisciplina e da violência nas escolas.

A solução passa, antes de mais, pelo contributo que todos podemos dar para que as crianças e jovens percebam a escola, tenham interesse no que nela acontece e ambicionem saber o que ela tem para oferecer e menos no tipo ou gravidade do castigo a que possam estar sujeitos no caso de prevaricarem. ME: Em 2009, apoiou o alargamento da escolaridade obrigatória a 12 anos. Como têm reagido pais e alunos a esta medida, agora que muitos já se encon-tram dentro da mesma? J.A. - Os pais e os alunos reagem de acordo com o que são as suas expecta-tivas e de acordo com aquilo que são as suas necessidades e possibilidades. Por exemplo, o apoio em transportes esco-lares não foi alargado ao ensino secun-dário, com a agravante de que este nível de ensino, pela maior concentração de escolas, obriga as famílias a maiores deslocações. Outro exemplo são as necessidades educativas especiais, para as quais a maioria das escolas secundá-rias não está preparada. Se as políticas educativas e as políticas de família derem resposta às neces-sidades das crianças e jovens e das suas famílias, com certeza não preci-samos de definir um tempo obrigatório de escolaridade, pois estes serão os primeiros a querer permanecer nas escolas. Agora, se a escola não encontrar rapi-damente as estratégias que despertem o interesse das crianças e jovens pelos seus projetos educativos, se as famílias não ambicionarem o conhecimento que a escola oferece, se a escola e a família não forem capazes de se perceberem e de se envolverem no mesmo objetivo, se as políticas educativas e as políticas de família não buscarem responder às necessidades e aos anseios das insti-tuições (escola e família), o alargamento para o 12º ano não será mais do que o prolongar, no tempo e na escola, um conjunto de problemas e de dificuldades que pouco ou nada de positivo trarão à sociedade. O que a CONFAP deseja é que todas as crianças e jovens tenham as mesmas oportunidades de igualdade, o que seguramente não passará pela simples regulação legal. me

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OChegou o livro que responde às dúvidas dos mais pequenosTrocado por Miúdos é a nova publicação da Porto Editora para crianças e adultos na idade dos porquês.

Irene Pimentel, Assunção Esteves, Alexandre Quintanilha, Edite Estrela ou Francisco Pinto Balsemão são apenas alguns dos nomes que colaboram neste projeto, à venda desde o final de outubro e com um preço solidário de 14,40 €, uma vez que 1 € reverte a favor das Aldeias de Crianças SOS.

A lista completa dos especialistas que participaram pode ser consultada na página online do livro, em www.portoeditora.pt/trocadopormiudos, na qual se encontram também todas as perguntas colocadas pelas crianças.

Em abril, a Porto Editora convidou todas as crianças a colocarem as suas perguntas no site criado para o efeito e que já deixava antecipar o título do novo livro, Trocado por Miúdos.

O desafio foi lançado e obteve mais de 1600 perguntas colocadas. As melhores foram selecionadas pela editora que, posteriormente, convidou especialistas e figuras da cultura portuguesa, para as esclarecerem, de diferentes áreas do conhecimento: Filosofia, Religião e História, Artes e Língua Portuguesa, Ciências e Saúde, Media e Novas Tecnologias, Política, Economia, Cidadania e Solidariedade. O resultado está agora traduzido em livro: são 117 perguntas com a participação de 44 personalidades, respostas claras e uma dose certa de humor.

A resposta final é que vale mesmo a pena ler este livro ou simplesmente tê-lo à mão. Afinal, nunca sabemos quando vamos precisar de recorrer a ele para responder àquela pergunta para a qual nem sempre temos a melhor solução. me

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O Um Natal com mais esperança

O Alfa, a mascote infantil da Porto Editora, e a SIC Esperança associaram-se numa parceria solidária.

Neste Natal, a Porto Editora, através da sua mascote Alfa, e a SIC Esperança uni-ram-se e estabeleceram uma parceria solidária na qual, por cada livro vendido (de uma lista com 60 títulos), 1 € reverte a favor da iniciativa Musicoterapia para o Autismo. Esta atividade passa pela utilização da música como promotora da comuni-cação, do relacionamento e da apren-dizagem de crianças que sofrem de autismo, minimizando, desta forma, as limitações sociais e de comunicação que lhes são características. O objetivo principal é acima de tudo melhorar a sua qualidade de vida.

A SIC Esperança, com o valor angariado, pretende, assim, implementar salas de musicoterapia em instituições que trabalhem com crianças autistas, envol-vendo atividades musicais devidamente planificadas e continuadas no tempo, executadas por profissionais com for-mação específica.

Esta parceria entre o Alfa e a SIC Espe-rança já começou a ser divulgada nos canais televisivos do Grupo Imprensa, nas redes sociais e nos pontos de venda e decorre até ao final de dezem-bro. Para se associar a esta iniciativa, basta adquirir um livro com o autoco-lante que identifica a campanha. me

Para além da SIC Esperança, também a UNICEF terá o apoio da Porto Editora neste Natal. Por cada livro vendido, de uma lista com 40 títulos, 1 € reverterá a favor da agência de apoio às crianças.

Ressalve-se que a Porto Editora apoia a UNICEF com esta iniciativa desde 2007, tendo já angariado mais de 120 000 € para esta organização.

A UNICEF terá o apoio da Porto Editora neste Natal

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OHistórias para começar a ler desde cedo

Educação Literária é a nova coleção da Porto Editora que reúne os textos de leitura obrigatória no 1.º Ciclo.

Uma antologia de poesia para todos os dias

Poesia para todo o anoLuísa Ducla Soares organizou um livro que reúne poemas de todos os livros presentes nas metas curriculares de Português para o 1.º ciclo, facilitando, assim, aos mais novos, a iniciação à poesia. São vários os reconhecidos poemas do passado e contemporâneos que se encontram neste livro, curiosamente organizados por tema e classificados por grau de dificuldade, para que professores e pais possam selecionar os mais adequados à maturidade dos pequenos leitores.

O Ministério da Educação definiu, no ano passado, uma lista de textos obrigató-rios nas novas metas curriculares para o 1.º Ciclo com o objetivo de fomentar o domínio da Educação Literária. Para facilitar o acesso a estas obras, a Porto Editora organizou a coleção Educação Literária que reúne alguns dos principais textos recomendados, acrescentando os respetivos guias de exploração e fichas de trabalho no final de cada livro. Desta forma, podem, inclusive, ser utilizados pelo professor em sala de aula para a realização de trabalhos de exploração dos textos.

Aquela Nuvem e Outras, de Eugénio de Andrade, O Gigante Egoísta e o Príncipe Feliz, de Oscar Wilde, ou, O Têpluquê e Outras Histórias, de Manuel António Pina são alguns exemplos das obras disponíveis, e que podem ser consultadas em www.espaco-professor.pt/educacao-literaria

Para breve, está já anunciado o lançamento de Contos de Andresen, com tradução de Silva Duarte. me

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OA Porto Editora tem um espaço para esclarecer todas as dúvidas sobre a língua portuguesa

Lançado há mais de um ano, no sítio da Porto Editora, o Espaço da Língua Portuguesa surgiu como forma de celebrar o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP (5 de maio) e dar início às comemorações dos 60 Anos dos Dicionários Porto Editora. Este espaço é dedicado ao esclarecimento de dúvidas e dificuldades do português, particularidades ortográficas, incorreções e confusões linguísticas de vários tipos, procurando também esclarecer o significado e a origem de palavras e outras curiosidades da língua portuguesa. O Espaço da Língua Portuguesa reúne os principais recursos linguísticos da Porto Editora, disponibilizando o Dicionário online da Língua Portuguesa, uma referência a nível nacional, e o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, a maior e mais completa base lexical da variedade portuguesa da língua. A evolução dos Dicionários Porto Editora e a sua história é apresentada em vídeo. Também o tema do Acordo Ortográfico tem destaque no Espaço da Língua Portuguesa, com os conversores de palavras e ficheiros, publicação de documentação oficial, esclarecimento de dúvidas e o Guia do Acordo Ortográfico da Porto Editora que apresenta as 100 questões mais frequentes sobre a nova ortografia.

O uso correto da língua levanta alguns problemas de pronúncia, de escrita, de flexão de vocábulos ou de ordem de elementos na frase. Existem também muitas expressões usadas diariamente que funcionam como um todo mas que não podem ser entendidas de forma literal, as chamadas expressões idiomáticas. São estes os assuntos abordados na área Dúvidas da Língua Portuguesa, que ajuda os utilizadores

O Espaço da Língua Portuguesa reúne todos os recursos linguísticos disponibilizados pela Porto Editora e é dirigido ao público em geral, sendo uma mais-valia e um auxiliar precioso para qualquer professor que pretenda esclarecer dúvidas ou manifeste interesse sobre alguma questão particular. Os conteúdos estão em constante atualização e são totalmente gratuitos.

a selecionar os termos corretos e as construções mais adequadas em português de forma clara e objetiva. As respostas consistem em textos explicativos, algumas vezes enriquecidos com vídeos apresentados pelas linguistas do Departamento de Dicionários e vídeos da rubrica Bom Português, uma parceria da Porto Editora com a RTP.

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Visualizações de páginaDúvida

com certeza ou concerteza? bem-vindo ou benvindo? há ou à? tinha matado ou tinha morto? hesitar ou exitar?

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4 312

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Cada dia que passa há mais utilizadores a recorrer a este espaço e os dados estatísticos (ver quadro) são reveladores das dúvidas mais consultadas: com certeza/concerteza; bem-vindo/benvindo; há/à; tinha matado/morto; hesitar/exitar? Na eventualidade de não encontrar uma explicação para a sua dúvida, poderá sempre enviar a questão para o Departamento de Dicionários, preenchendo um formulário disponível online.

Descubra a resposta em: www.portoeditora.pt/espacolinguaportuguesa

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OSugestões de leituraConheça os nossas propostas de leitura para o seu Natal.

Sabores de AngolaConceição Santos Este livro recupera os sabores de Angola em receitas recheadas de aromas e paladares transbordantes da cultura africana. Contemplando entradas, sobremesas e os obrigatórios pratos principais de carne e de peixe, as receitas são ainda enriquecidas pelos sabores exóticos de molhos doces, agridoces e picantes. Torna-se fácil fazer parte desta experiência gastronómica, cuidadosamente guiada por dicas, notas e por um glossário, colocando os Sabores de Angola à sua mesa.

O mundo segundo Bob James BowenQuando James Bowen encontrou um gato alaranjado nas escadas do prédio onde vive, não fazia ideia do quanto a sua vida iria mudar. James e o gato Bob têm vivido uma experiência excecional. No seu livro anterior intitulado A minha história com Bob, acompanhámos os primeiros passos de uma amizade improvável e que veio a revelar-se determinante na recuperação de James. Agora é altura de reaprender a viver no mundo real. É raro o dia em que Bob não oferece momentos de inteligência, coragem e humor, chamando a atenção do seu amigo James para a importância da amizade, lealdade e de quão importante é ser feliz. James revela-nos como sente que Bob tem sido o seu protetor em momentos difíceis, como quando esteve doente ou foi ameaçado de morte. Neste segundo livro, James Bowen oferece-nos um relato emotivo, evocando momentos de alegria intercalados com episódios de tristeza e demonstrando que num mundo tão hostil continua a haver espaço para a esperança.

O Último Papa Luís Miguel Rocha 29 de setembro de 1978. O mundo acorda com a chocante notícia da morte do Papa João Paulo I, eleito há apenas trinta e três dias. O Vaticano declara que Sua Santidade morreu de causas desconhecidas e que o corpo será embalsamado dentro de vinte e quatro horas, impossibilitando qualquer autópsia...

2006. A jornalista Sarah Monteiro recebe na caixa de correio um envelope com uma lista de nomes que não conhece e uma mensagem codificada. Inicialmente, Sarah fica apenas confusa, mas depois de a sua casa ser assaltada percebe que aquela lista a coloca em perigo.

O conteúdo do envelope revela um mundo de corrupção que a jornalista nunca imaginara e ajuda a descobrir a verdade sobre a misteriosa morte de João Paulo I. Arrastada para uma realidade em que mercenários implacáveis, políticos corruptos e membros da Igreja conspiram com o mesmo propósito, Sarah terá de escolher entre contar ao mundo a verdade ou salvar a sua própria vida.

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Esta publicação segue a nova ortografia definida pelo Acordo Ortográfico.

Magazine de Educação é uma publicação da responsabilidade do Espaço Professor da Porto Editora.

NÚMERO

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O Informação do seu interesse Selecionámos um conjunto de informações úteis para a sua atividade docente. Metas Curriculares Página oficial do Ministério da Educação e Ciência

A definição das Metas Curriculares organiza e facilita o ensino, pois fornece uma visão o mais objetiva possível daquilo que se pretende alcançar, permite que os professores se concentrem no que é essencial e ajuda a delinear as melhores estratégias de ensino.

www.dge.mec.pt/metascurriculares

Avaliação do Desempenho DocenteToda a informação sobre a avaliação do desempenho docente está aqui, na página oficial da Direção-Geral da Administração Escolar, como documentação útil, regulamentação e legislação geral.

www.dgae.mec.pt/web/14654/avaliacao-de-desempenho

Legislação sobre EducaçãoNesta página, do Ministério da Educação, poderá consultar toda a legislação publicada desde 2006, abrangendo várias áreas, como a avaliação e autonomia das escolas, o concurso de professores ou os exames e provas de aferição.

http://legislacao.min-edu.pt/np4/133

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EDITORIALDo mérito

1. A divulgação das conclusões do relatório de 2012 do PISA (Programme for International Student Assessment) trouxe boas notícias: na última década, registou-se uma clara aproximação do nível de conhecimentos e competências dos alunos portugueses à média internacional quer na Leitura quer, sobretudo, na Matemática e nas Ciências.

Muitos foram os que se congratularam com estes resultados, apontando várias razões que explicarão o destaque dado pela OCDE a Portugal. Contudo, não se destacou o papel de quem terá dado um contributo decisivo e indispensável para que os alunos portugueses apresentem hoje mais conhecimentos e competências – os professores.

Há, por isso, uma outra conclusão a extrair destes resultados: os nossos alunos têm excelentes professores.

2. Este é o último Magazine de Educação de 2013. O Natal está aí e logo a seguir chega um novo ano. É, pois, o momento de desejar a todos os professores, às suas famílias e aos seus amigos Festas muito Felizes e um excelente 2014.

Vasco Teixeira