O Realismo: movimento mais expressivo da segunda metade do século XIX, dura até o início do...
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O Realismo: movimento mais expressivo da segunda metade do século XIX, dura até o início do século XX.
Reação ao Romantismo desenvolve-se a partir da observação, com uso da razão e da ciência.
A Revolução Industrial e o desenvolvimento científico abrem espaço para a intelectualidade, o que culmina no Cientificismo, como consequência surge o Materialismo em oposição à metafísica romântica.
Na passagem do Romantismo para o Realismo, há uma mudança da valorização do belo e ideal para a valorização do real e objetivo.
Contrário às excentricidades do egocentrismo romântico, contra as falsas idealizações de paixão amorosa.
Respeito pela objetividade dos fatos, advindo dos estudos políticos e sociais, como o Positivismo de Augusto Comte e o Determinismo geográfico e biológico (de Hypolyte Taine). Bem como pelas ciências exatas e experimentais, como o Evolucionismo, de Charles Darwin, a Dialética, de Hegel, e pelo progresso tecnológico.
Assim, em lugar da liberdade individual e rebelde, verifica-se o interesse pela ciência, pelo progresso e pela razão, por isso o eu perde lugar para a sociedade.
Os escritores realistas desejavam captar o homem e a sociedade em sua totalidade, por isso apontam as falhas e em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações.
Stendhal e Balzac foram os precursores do realismo literário, criando um detalhado retrato da sociedade.
Balzac olha os indivíduos como representantes de grupos sociais, e esses indivíduos só possuem significado dentro das narrativas se expressarem as vivências e as ideias de seus grupos.
Stendhal desenvolve o método analítico de observação psicológica, seus personagens são construídos através de pormenores mínimos.
•ObjetividadePreocupação com a verdade e com a exatidão dos fatosMétodo analítico e observaçãoDescrição objetiva que corrobora com a verossimilhança
•Impessoalidade O escritor deve manter a neutralidade e tentar não confundir
sua visão particular com a visão e os motivos dos personagens. Por isso, muitas narrativas em terceira pessoa.
•Verossimilhança O escritor deve reproduzir o real e renunciar a tudo que
pareça improvável ou fantástico.
Contemporaneidade : Os românticos tinham fascínio pelo passado, os realistas, pela necessidade da verossimilhança, por isso relacionam-se com o presente e com a vida contemporânea.
Pessimismo : Descrentes da burguesia e da justiça, os artistas do período assumem posições de crítica e indignação, e alguns enxergam no socialismo - em geral utópico - a saída. Outros, como os russos Tolstói e Dostoievski, voltam-se para um cristianismo primitivo, como única alternativa para a humanidade. A maioria, contudo, expressa seu desprezo pelos valores burgueses, o que faz com que muitos caiam na amargura e no niilismo.
Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua maneira.
Perfeição Formal : A linguagem é vista como fruto do trabalho e não
da inspiração, por isso é uma decorrência de sínteses, de cortes do supérfluo, de despojamento do acessório.
O escritor realista - naturalista luta com as palavras, é obcecado pela forma e pela adequação entre o pensamento e a ideia.
REALISMO NATURALISMO
Origem: França, com Honoré de Balzac. Origem: França, com Émile Zola.
Romance documental, vale-se de observação e análise.
Romance experimental, vale-se de experimentação científica.
Fotografia da realidade, imitação do real. Elabora experiências que vão além das observações e tira conclusões.
Crítica impessoal. Denúncia engajada e preocupações políticas e sociais.
Temas selecionados, preocupação formal e estética.
Retrato de aspectos degradantes e sórdidos, o estilo fica em segundo plano.
Reprodução da realidade interior por meio da análise psicológica.
Valorização dos aspectos exteriores: ambiente, classe, família.
Volta-se para o indivíduo e, portanto, faz uso da psicologia.
Volta-se para o coletivo, o social, e vale-se da biologia e da patologia.
Centra-se nas classes dominantes. Volta-se para as camadas inferiores da sociedade: proletariado, marginais.
Indireto, procura provocar no leitor as conclusões.
Direto, deixa clara suas conclusões, o leitor apenas as acata ou refuta.