O Redentorista - nº 03

5
Páscoa (do hebraico Pessach) significa passagem. É uma grande festa cristã para nós, é a maior e a mais importante festa. Reunimo- nos como povo de Deus para celebrarmos a Ressurreição de Jesus Cristo, Sua vitória sobre a morte e Sua passagem transformadora em nossa vida. O Tempo Pascal compreende cinquenta dias a partir do domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes, vividos e celebrados com grande júbilo, como se fosse um só e único dia festivo, como um grande domingo. A Páscoa é o centro do Ano Litúrgico e de toda a vida da Igreja. Celebrá-la é celebrar a obra da redenção humana e da glorificação de Deus que Cristo realizou quando, morrendo, destruiu a morte; e ressuscitando, renovou a nossa vida. Foi com a intenção de celebrar a Páscoa de Cristo que, desde os primórdios do Cristianismo, os cristãos foram organizando esta bela festa. Mas a partir de muitas propagandas midiáticas e de muitos outros costumes da nossa sociedade, vemos, sem dúvidas, que essa bela intenção foi se perdendo. Para muitos a Páscoa virou sinônimo de um “feriadão” ao lado de muitos outros feriadões, com o único objetivo de quebrar a monotonia da vida; com intenções e modos que não expressam os reais valores e sentidos da grande festa que é a Páscoa. Em muitas casas, a Páscoa é vivida de forma paganizada e estragada pelas bebidas e orgias desse mundo, sem um mínimo de senso religioso ou moral; ou como um mero folclore, um mero tempo para viajar, comer chocolates e descansar de suas fadigas. Assim, um tempo que nasceu para construir laços familiares e renovar a nossa sociedade com valores perenes, acaba não atingindo o seu objetivo. As confraternizações, os alimentos específicos e muitos outros costumes são importantes e nos ajudam a celebrar a Páscoa, mas não podem nos desviar do seu principal e essencial sentido. Hoje, temos uma geração que não entende nada do verdadeiro sentido da Páscoa, mas devemos celebrá-la bem – nós que não nos fechamos às suas origens e sabemos que ela é mais do que um “feriadão”; é uma “grande semana” na qual vivenciamos os mistérios da vida de Cristo e os mistérios da nossa própria vida. Todos nós cristãos devemos, hoje, nos comprometer em nos mantermos fiéis às nossas origens e celebrarmos o sentido original, belo e profundo da nossa maravilhosa festa, que é a celebração da Ressurreição do Senhor. Que nossas boas obras e nossas vozes, em cada canto das nossas cidades, possam levar a alegria do Ressuscitado; sobretudo aos pobres, doentes, distanciados e a todas as pessoas, pois são amadas pelo Pai. Irradiemos ao nosso redor a esperança e a certeza da presença de Cristo Ressuscitado. Que se encha nosso olhar de luz, como os das mulheres que viram o sepulcro vazio e o Filho de Deus ressuscitado (Mt 28). Que possamos também nós, numa só fé, exclamar como elas “o Senhor Ressuscitou, aleluia”. Pe.Geraldinho Fonte: blog.cancaonova.com/padregeraldinho Jornal Paroquial - nº 03 / Abril de 2011

description

Jornal da Paróquia de São Geraldo, edição nº 03, Lançado na Páscoa do ano de 2011.

Transcript of O Redentorista - nº 03

Page 1: O Redentorista - nº 03

Páscoa (do hebraico Pessach) significapassagem. É uma grande festa cristã para nós, é a maior e a mais importante festa. Reunimo-nos como povo de Deus para celebrarmos a Ressurreição de Jesus Cristo, Sua vitória sobre a morte e Sua passagem transformadora em nossa vida. O Tempo Pascal compreende cinquenta dias a partir do domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes, vividos e celebrados com grande júbilo, como se fosse um só e único dia festivo, como um grande domingo. A Páscoa é o centro do Ano Litúrgico e de toda a vida da Igreja. Celebrá-la é celebrar a obra da redenção humana e da glorificação de Deus que Cristorealizou quando, morrendo, destruiu a morte; e ressuscitando, renovou a nossa vida. Foi com a intenção de celebrar a Páscoa de Cristo que, desde os primórdios do Cristianismo, os cristãos foram organizando esta bela festa. Mas a partir de muitas

propagandas midiáticas e de muitos outros costumes da nossa sociedade, vemos, sem dúvidas, que essa bela intenção foi se perdendo. Para muitos a Páscoa virou sinônimo de um “feriadão” ao lado de muitos outros feriadões, com o único objetivo de quebrar a monotonia da vida; com intenções e modos que não expressam os reais valores e sentidos da grande festa que é a Páscoa. Em muitas casas, a Páscoa é vivida de forma paganizada e estragada pelas bebidas e orgias desse mundo, sem um mínimo de senso religioso ou moral; ou como um mero folclore, um mero tempo para viajar, comer chocolates e descansar de suas fadigas. Assim, um tempo que nasceu para construir laços familiares e renovar a nossa sociedade com valores perenes, acaba não atingindo o seu objetivo. As confraternizações, os alimentosespecíficosemuitosoutroscostumessãoimportantesenosajudamacelebraraPáscoa,masnão podem nos desviar do seu principal e essencial sentido. Hoje, temos uma geração que não entende nada do verdadeiro sentido da Páscoa, mas devemos celebrá-la bem – nós que não nos fechamos às suas origens e sabemos que ela é mais do que um “feriadão”; é uma “grande semana” na qual vivenciamos os mistérios da vida de Cristo e os mistérios da nossa própria vida. Todos nós cristãos devemos, hoje, nos comprometer em nosmantermos fiéis às nossas origens ecelebrarmos o sentido original, belo e profundo da nossa maravilhosa festa, que é a celebração da Ressurreição do Senhor. Que nossas boas obras e nossas vozes, em cada canto das nossas cidades, possam levar a alegria do Ressuscitado; sobretudo aos pobres, doentes, distanciados e a todas as pessoas, pois são amadas pelo Pai. Irradiemos ao nosso redor a esperança e a certeza da presença de Cristo Ressuscitado. Que se encha nosso olhar de luz, como os das mulheres que viram o sepulcro vazio e o Filho de Deus ressuscitado (Mt 28). Que possamos também nós, numa só fé, exclamar como elas “o Senhor Ressuscitou, aleluia”. Pe.Geraldinho Fonte: blog.cancaonova.com/padregeraldinho

Jornal Paroquial - nº 03 / Abril de 2011

Page 2: O Redentorista - nº 03

Abril - Ano I - Nº 03Editorial

Inicia apenas o segundo trimestre do ano, depois das festividades de ano novo e carnaval. Muitos festeja-ram na ilusória esperança de que, como um passe de mágica, tudo iria melhorar. Entretanto, o ano de 2011 repetiu os mesmos acontecimentos que vêm se reproduzindo há tantos anos. Porém, dessa vez foi diferente, deu-se numa versão mais grandiosa: o desastre na região serrana do Estado do Rio de Janeiro. Não se pode acreditar que este fato foi apenas um desastre natural. Foi um conjunto de fatores. Este desastre começou quando o Estado que deveria fornecer ensino de qualidade para as pessoas não forneceu. Grande parte da população não recebendo educação de qualidade nas escolas públicas joga lixo nas ruas (e não nas lixeiras), parte da população constrói moradias sobre rios, mangues, córregos e encostas de morros, não se preocupando com a própria segurança e

SociedadePor: Drausio Lazaro

01- Em 28/04/2011, Santa Missa com orações de Cura e Liberta-ção na Capela Mãe do Redentor e São Judas Tadeu às 19H;

02- No mês de abril de 2011 não haverá batizados na Capela Mãe do Redentor e São Judas Tadeu;

03- Prepare-se para a Festa Junina da matriz nos dias 03 a 05 e 11 e 12 de junho de 2011. Venha, parti-cipe!;

04- Romaria a Aparecida do Norte será nos dias 26 e 27 de agosto de 2011;

05- No dia 29 de novembro aconte-cerá aqui na Matriz as “Mil Ave-Marias”, iniciando com a oração das laudes;

AVISOSdestruindo aos poucos o meio ambiente. E o mais grave, não se cobra ações de saneamento e infraestrutura por parte de seus representantes eleitos pelo voto. Não sendo cobrados, os governantes nada fazem ou fazem pouco (geralmente ações paliativas). Prova disso é que enchen-tes e desmoronamentos acontecem em todos os verões, mudando a cara da “Cidade Maravilhosa”. Será que ninguém sabia que uma chuva mais intensa alagaria uma região ou causaria quedas de barreiras? E a mídia? Preocupada com a audiência noticia dia e noite o mesmo assun-to.Depoisquetudopassa,quandotudofica“maiscalmo”anotíciaéarquivadaerelembradasomentedurantearetrospectivadefinaldeanopara ser esquecido por mais tempo. É necessário que cada cidadão co-bre seus direitos, lute por dignidade e por justiça, só assim o ano novo realmente será diferente: será melhor. Enquanto não se faz nada tudo ficacomoestá.Osparlamentareseojudiciário(funcionáriospúblicos)começam a trabalhar em fevereiro, enquanto que os demais cidadãos iniciaram seus trabalhos desde o dia 3 de janeiro. Outro fato é que, os parlamentares “ganharam” aumento de seus salários (R$ 26.723,13 por mês), que nas segundas-feiras os congressistas não trabalham, que têmdireitoapassagensaéreas,gráficaetc.,tudoporcontadaUnião.Mas “justiça” seja feita, pois, o salário mínimo também aumentou para R$ 540,00. Como dizia Dom Helder Câmara, “um sonho que se sonha só é somente uma ilusão, mas um sonho que se sonha juntos pode ser o início de uma bela realidade”.Contudo, é preciso AÇÃO!

O Pe. Jayme Henrique, pároco de São Ge-

raldo em Olaria1, completou no último dia 15 de janeiro de 2011 mais um ano de vida.Toda a comunidade paroquial celebrou agradecida a Deus pelos anos de vida e pelos anos dedicados à Igreja de Cristo. Igreja lotada, homenagem das crianças, presença de seus pais e amigos,

desta e das comunidades por onde ele já trabalhou pelo Reino de Deus.Após a celebração da Santa Missa, ocor-reu no salão paroquial uma pequena festa, com direito a refrigerante e bolo de aniversário. E o mais importante, o padre lá recebeu os cumprimentos dos seus amigos.

Em fevereiro de 2011, foi celebrada a Crisma em nossa matriz. O segundo dos sete sacramentos da Igreja. A Crisma é um sinal de que o cristão está mais perfeitamente configuradoaCristoe,porisso,devetestemunharaJesuspor palavras e por obras. A tarefa de ser “um outro Cristo” é comosefosseumofíciodecadaconfirmado. ASantaMissa,naqualserealizouaConfirmação,foi presidida pelo Bispo Auxiliar Dom Edson de Castro Homem e co-presidida pelos Pe. Jayme e Pe. Fábio. Este sacramento,aConfirmação,consolidaeconfirmaagraçabatismal. FazpartedoritodaConfirmaçãoarenovaçãodaspromessasdobatismoeaprofissãodeféemNossoSenhorJesusCristoporpartedoconfirmado.DomEdsonesten-dendoasmãossobreos,ainda,confirmandosinvocouoEspírito Santo dizendo: “Deus Todo-Poderoso, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que pela água e pelo Espírito Santo fizestes renascer estes vossos servos, libertando-os do pecado, enviai-lhes o Espírito Santo Paráclito; dai-lhes, Senhor, o espírito de sabedoria e inteligência, o espírito de conselho e fortaleza, o espírito da ciência e piedade – e enchei-os do espírito de vosso temor. Por Cristo Nosso Senhor”.

Page 3: O Redentorista - nº 03

Você pratica al-gum tipo de es-porte? Caso sim, garanto que os benefícios desta prática incidem diretamente sobre a sua saúde e, conse-quentemente, na melhoria de sua vida em uma forma geral. Não levando em conta a idade, o importante mesmo é fazer qualquer tipo de atividade física pelo restante de nossas vidas. Para começar,

um famoso jargão: “Esporte é vida”, e é mesmo. Sua práti-ca trás motivação, alegria, felicidade, bem-estar, rejuvenes-ce o corpo e faz bem à alma e ao espírito. Sendo assim, o objetivo desta coluna é mostrar, um pouco do esporte e dos benefícios que este pode trazer à vida de todos nós, pes-soascomuns,atletasdefinaldesemana,atletasamadoreseatletasprofissionais.Emsuainauguraçãofalaremosdociclismo. Dividido em diversas modalidades, as principais envolvidas em competições são o Ciclismo de Estrada e o Mountain Bike. Para compreendermos facilmente, o ciclis-mo de estrada é aquele praticado em asfalto, onde os atletas utilizamaquelasbicicletas“fininhas”.Umadascompe-tições mais famosas transmitida pela televisão, a Copa América de Ciclismo, tem uma etapa realizada no autódro-mo de Interlagos, em São Paulo, e serve de exemplo para visualizarmos a modalidade como um todo. Pratico o Mountain Bike, corro o Cross Country Maratona.Utilizandobicicletasmaisrobustas,porémcada vez mais leves, estas bicicletas e seus atletas têm que atravessarumsemnúmerodeterrenos,solosedificulda-des,todosemcontatocomanatureza,paranofinalatingiro objetivo de completar provas que variam de 40 a 60 km, mas também provas de extrema resistência que podem atingir 100 km ou mais, podendo ainda ser divididas em dois ou mais dias de competição. Além disso, o atleta deve

serauto-suficienteemsuabicicleta,ouseja,éobrigatóriodurante as provas levar equipamento de segurança, alimen-tação, hidratação e manutenção, pois se algo der errado, como um pneu furado, o piloto deve ter um kit para remen-do ou novas câmaras de ar. Minha história neste esporte vem de longa data, pois desde criança sempre gostei de andar de bicicleta. Há cerca de seis anos comprei a minha atual bike, uma Caloi Elite 2.1, equipamento de entrada para quem quer fazer trilhas por puro prazer ou começar a pensar em ingressar no circuito de competições no estado do Rio ou fora também. Aolongodotempofuimodificandoseuscomponentes,trocando uma peça aqui e outra ali, até deixar a “magrela” com uma cara mais para trilhas avançadas. Desde então, há mais de dois anos, treino intensa-mente com o intuito de competir. Sendo acompanhado do meuamigofisioterapeutaLeonardodePaula,paroquianoda São Geraldo, da nutricionista Patrícia Pimentel, e de doisoutrosfisioterapeutasquemeorientamnapráticadoPilates, Renata Marcella Santos e Bruno Toledo Machado, sendo estes três últimos membros da Equipe da Clínica Articulife, venho fazendo uma preparação neste sentido. Paralelamente, também venho batalhando uma nova bike, que estou montando peça a peça, tentando deixá-la mais leve, na casa dos 10 quilos, o que já é bem mais agradável do que os 14 quilos da minha atual “ma-grela”!Istorequerinvestimentofinanceirorazoável,poisoequipamento é “custoso”, e por isso, estou na labuta. Além disso, investimento no vestuário também é fundamental, pois a palavra de ordem hoje no esporte é: “o quanto mais leve possível, melhor!” Somando-se a isto um bom preparo físico aliado a um peso dentro de uma faixa ideal, representa meio caminho andado para performances e resultados melhores.Estreando na categoria Máster B, de 35 até 39 anos, participei da minha primeira prova do ano de 2010, o Bike Tour MTB, realizado em 18 de abril na histórica cidade de Vassouras, no Vale do Café. Corri os 47 km para debutar na fase de competições no cross country maratona. Acompanhado de minha equipe de apoio, no meu caso os melhores possíveis: minha mulher Ana Cláu-diaeafilhotaMariana–partimosparaVassourasunsdiasantesafimdeaproveitarofinaldesemanaeconheceraqui-lo que a cidade tem de melhor, história e cultura, aliados a natureza muito bonita da região. Na bela manhã daquele sábado fui conferir parte do circui-to da prova, e pude constatar belas trilhas que cortam as inúmeras montanhas da região cobertos com campos

e alguns trechos de mata atlântica. Meus objetivos nesta primeira participação foram cumpridos, pois durante os 47 km não levei nenhuma queda, não tive problemas mecâni-cos, não tive pneus furados e consegui completar a prova inteiro! O esporte proporciona algumas situações e senti-mentos bastante interessantes. A adrenalina de alinhar junto a vários bikers na hora da largada é muito legal, e a largada propriamente dita é um acontecimento à parte. Quando soa o toque da buzina, todos começam a pedalar freneticamente atrás da moto batedora em direção à trilha, cada um no seu estilo, ou mais rápido ou mais devagar, com os atletas de Elite na frente e as outras categorias mais atrás, mas aquele verdadeiro formigueiro “motorizado” por dezenas de bikes, dos mais variados tipos e cores, homens e mulheres, jovens e velhos, todos seguindo para um único objetivo, o início da trilha.Passada a emoção da largada, os atletas depararam-se com a primeira subida da trilha, um verda-deiro paredão, que literalmente só foi vencido empurrando as bikes morro acima. A prova, então, começou arrasando, ou melhor, destruindo com muitos, inclusive eu! Houve trechos de subida tão intensa que precisei descer da bike para empurrar, mas o que me consolou foi o fato de não ser o único a lançar mão deste artifício. Tão grande quanto a dificuldadedassubidasfoiaemoçãodostrechosdedesci-da, ou downhill. Depois de ralar morro acima a adrenalina de despencar morro abaixo em velocidades de 40 km/h ou mais é impressionante. Em um determinado trecho eram quatro bikes, três na frente e eu atrás, fechando este pelo-tão. Os quatro desciam alucinadamente a trilha sentindo toda a emoção daquele trecho da prova. Logo depois, quan-do chegamos ao plano, os quatro se entreolharam e a fala foi unânime: “Faltou apenas uma câmera para gravar toda a emoção daquele momento!”Solidarizar-se com outros atletas também faz parte deste grande aprendizado, que é competir. Em determinado trecho encontrei um biker com a roda traseira na mão e pedindo uma câmara de ar reserva. Imediatamente parei, peguei uma das duas câmaras que levei e dei a ele. Quando olhei para baixo, o numeral da inscrição do atleta era 171. Neste momento comecei a rir e perguntei a ele: “— Cadê a câmara reserva?” O camarada, então, respondeu: “— Comprei uma nova que já estava furada, defeito de fabricação.” Retruquei com bom humor: “—Também, com este numeral – 171 – não poderia dar ou-tra coisa!!!” Continuei meu caminho. Depois de tudo isto, subidas, descidas, emoção, ajudar um atleta, o maior pre-sente foi terminar a prova. Em alguns momentos cheguei a chorar de cansaço, as câimbras na perna esquerda atra-

palharam uma das últimas subidas da prova. Porém, sentir a emoção de conseguir um objetivo não tem preço. Não importa a posição da chegada, mas sim chegar. Encontrar minhamulherefilhafoiomaiorpresente.Éumsentimentode superação, vitória e conquista. Somente depois desta ex-periênciapudeentenderoquesenteumatletaprofissional,de ponta, que vence uma competição importante, conquista uma medalha nas olimpíadas, sem muitas vezes ser de ouro. Quando ele chora, agora compreendo que ali está toda a emoção da conquista, da superação de problemas físicos, dores crônicas, falta de dinheiro, patrocínio e outros mais. Tem que chorar sim, e chorar muito, comemorar o feito. Ele merece. Falando assim parece que basta apenas o velho lema do esporte, “o importante é competir!” Claro que sim, mas eu quero algo a mais que isso. Tenho algumas pequenas ambições, e uma delas é tentar estar entre os dez primeiros colocados na minha categoria em alguma das próximas provas que ainda participarei. A grande mensagem que pretendo deixar com esta coluna, a partir de agora, é a de que o esporte vai além do condicionamento físico ou dos aspectos de vida saudá-vel que ele promove. O esporte ensina, educada, molda o caráter, estimula a solidariedade, a ética, o companheirismo e a amizade. Tudo isto não se compra, se aprende durante a prática esportiva. Na próxima edição desta coluna falarei um pouco de outra paixão, o trekking, mais precisamente asubidaàPedradoSino,emTeresópolis,quefizcomdoisamigos meus.

Page 4: O Redentorista - nº 03

Abril - Ano I - Nº 03

No dia da festa de São Braz Bispo e mártir1, houve uma missa com orações de cura e libertação, sendo presidida pelo Pe. Fábio. O Evangelho lido foi Mc 6,7-13 e antes da homilia Pe. Fábio ministrou um canto de louvor. “Hoje é dia de vitória e de alegria!” - assim começou sua homilia. Expondo sobre o bem aventuradoBraz,dissequefoiSucessordosApóstolos,fielàIgreja, homem corajoso, de oração e bom pastor das almas, pois cuidavadosfiéisnasuatotalidade,evangelizandoatodoscomseu testemunho. E que nós também como ele possamos anunciar o Evangelho. São Braz que derramou seu sangue por Cristo Jesus nos remete ao amor ágape, incondicional, que vem de Deus. Ainda com a palavra, Pe. Fábio nos ensinou que a bênção de cura e libertação serve para que possamos anunciar o Evangelho. Desta forma a cura dos vícios, tristezas, enfermidades, se dará quando o nosso coração estiver aberto para Deus. Pe. Fábio coloca em evidênciaosignificadodosocorroedoamparodivino:“Entãoquando dizemos que nossa proteção está no nome do Senhor é porque este Senhor vem restaurar nossa vida. A esperança não vem da terra, mas do céu, pois, a experiência da salvação e do grande amor que vem de Deus é a nossa cura. A alegria do Senhor é a nossa força, mesmo que a doença e a incompreensão se dêem, devemosterosnossoscoraçõesfirmes,declarou.Apósahomiliao pe. Fábio pediu que todos fechassem os olhos e conduziu uma oração por todos os presentes, seguido de um momento de canto e de preces à Deus. Na exposição do Santíssimo Sacramento apagaram-se as luzes da Igreja e após vários cantos de louvor, o Santíssimo continuou adoradoportodososfiéis.Momentomuitoespecialparatodos,pois, é o próprio Senhor presente diante de nós. Ao acender das luzes, após o momento da adoração, ardia à luz divina nos nossos corações. Aofinaldamissa,houveabênçãoporintercessãodeSãoBraznasgargantasdosfiéis.Impondoduasvelasnagargantadosfieisopadre pedia a Deus dizendo: “Por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, livre-te Deus do mal da garganta e de qualquer outra doença”. Contamos, ainda, com a presença de Jader da Igreja Congregacional que, com a banda da paróquia de Santa Edwiges de Brás de Pina, divinamente nos acalentou com lindos cantos.

Missa com oração de curae libertação

Jornal Paroquial

Naúltimaedição,ficamossabendoaquemsedestinaoCDC(CódigodeDefesadoConsumidor)ecomopodemosidentificarqueméoconsumidorequeméfornecedornumarelaçãodeconsumo...Nessacontinuação,faremos uma comparação das práticas do comércio antes e depois do CDC e iniciaremos a abordagem sobre os direitos básicos do consumidor. A Lei 8.078/90, o CDC foi um “divisor de águas” no que diz respeito à forma de se fazer comércio em nosso país. O tratamento aos consumidores, especialmente os mais pobres, não raras vezes, era marcado pelo desrespeito aos seus direitos. Isso porque o poder econômico dos fornecedores, ressaltado pela busca do lucro a qualquer custo, sempre dominou às práticas do comércio. É claro que sempre existiram comerciantes preocupa-dos com a ética e, por conseguinte, com os direitos dos seus clientes. Principalmente por que o fornecedor que assim atua está lançando mão da ferramenta de propaganda mais inteligente que existe, já que cliente satisfeito sempre retorna. No entanto, esse tipo de fornecedor era minoria, de forma que a relação com os consumidores antes do advento do CDC quase sempre foi marcada pelo desrespeito ao cidadão que comprava produtos e também servi-ços. Nas sociedades capitalistas, como a nossa, é comum a chamada “agressividade comercial” que se caracteriza pela produção de bens e serviços em grande escala e por uma publicidade que tenta atingir o maior número de consumidores, principalmente através dos meios de comunicação em massa. A necessidade de vender muito e a qualquer custo impulsionou o comércio para práticas nem sempre éticas ou lícitas. Assim, antes do CDC era comum encontrar nas prateleiras dos supermercados produtos sem embalagens adequadas, mal acondicionados e sem informações relevantes para a segurança e a saúde dos consumidores. As embalagens de brinquedos, por exemplo, não informavam a existência de partes pequenas e tampouco a faixa etária para a qual eram recomen-dados. Hoje, todas essas informações passaram a ser imprescindíveis. No momento da compra, através da leitura do rótulo de um produto que está na prateleira de um supermercado, podemos saber a data da sua validade, a quantidade de calorias que ele contém, além de outras informações relevantes. Esses avanços para o consumidor só se tornaram possíveis pela citação expressa que a Lei 8.078/90 (CDC) fez em relação aos direitos básicos do consumidor, que são: I – Proteção da vida, saúde e segurança nas relações de consumo; II – Educação e divulgação sobre o consumo adequado de produtos e serviços, assegurando a liberdade de escolha e contratação; III – Informação adequada ao consumidor; IV – Proteção contra publicidade enganosaeabusiva;V–Modificaçãoerevisãodecláusulascontratuaisquandonecessário;VI-Prevençãoere-paração de danos; VII – Acesso aos órgãos judiciários e administrativos para reparação de danos ao consumidor; VIII–FacilitaçãodadefesadoconsumidorperanteàJustiçaeIX–Adequadaeeficazprestaçãodeserviçospúblicos em geral. No próximo número, utilizaremos pequenas histórias cotidianas que nos ajudarão a compreender melhor osDireitosBásicosdoConsumidor.Umgrandeabraçoeatélá.

Paulo Manso é advogado, membro da Pastoral do Batismo e colaborador da Pastoral da Comunicação da Matriz São Geraldo em Olaria.

Você sabe o que é o Código de Defesa do Consumidor? (Parte 2) Por: Paulo Manso

Page 5: O Redentorista - nº 03

Em janeiro de 2011 aconteceu no salão paroquial da Igreja Católica São Geraldo em Olaria uma reunião de moradores do bairro. O assunto em pauta foi a construção da TransCarioca (o chamado BRT – Ônibus de Trânsito Rápido), uma via expressa para ônibus ligando a Barra ao aeroporto internacional. Entre desapropriações nos trechos onde passará essa via expressa e construção de um viaduto sobreaestaçãodetremdeOlaria,ficaaincógnitadecomovaificarobairroeseusmoradores.Serámaisumadivisãono bairro de Olaria como foi a linha férrea? Com o intuito de dar notoriedade ao assunto e mobilizar a região, alguns moradores tomaram a iniciativa de procurar a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro para maiores informações, e divulgá-las para todos, para que possam tomar pleno conhecimentodoassunto.Umdosmoradoresabriuareu-nião abordando alguns temas, como a falta de divulgação por parte dos poderes públicos, a falta de discussão com a sociedade diretamente afetada, quais os prováveis prejuízos que tal projeto trará para um bairro residencial e quais as melhorias que todos podem exigir dos governantes. Umdosfatosrelembradosnareuniãofoiasitua-ção dos viadutos da cidade que geram locais apropriados para roubos, uso de entorpecentes e abrigos para mora-dores de ruas, visto que, faz parte do projeto a construção de um viaduto sobre a estação de Olaria. Há também que se levar em conta a situação das desapropriações. Elas serãocompreçodemercadoouserãoemvaloresínfi-mos? A estação de trem do bairro continuará a alagar com qualquer chuva? Os “cadeirantes” conseguirão passar de um lado para o outro com dignidade? O presidente da comissão de moradores disse: “Conforme a Pastoral de Comunicação da São Geraldo já relatou, a Transcarioca é uma realidade e passará dentro do nosso bairro e adjacên-cias. A Transcarioca é um modelo de transporte de massa. As dúvidas são muitas e as respostas são poucas. Como sempre ocorreu, os políticos eleitos por nós, são ausentes, nos deixando sozinhos. Mas é nessa hora que a força da Comunidade surge, pois unidos somos mais fortes. Quais são as nossas maiores preocupações? Os moradores que terão seus bens desapropriados, serão pagos com valores de mercado? Eles terão prazos, a retirada de suas moradias se dará de forma digna? As árvores que serão cortadas serão replantadas? Os imóveis que terão a desapropriação total e não for utilizado na sua totalidade, vão ter seu espaço utilizado para a comunidade, como por exemplo: parquinhos, bibliotecas, praças etc. ou serão invadidos? O viaduto que passará sobre a linha férrea,

também terá que ser utilizado na parte de baixo de imediato (ocupação útil), pois caso contrário virará abrigo de mora-dores de rua podendo ocorrer a mesma coisa que tivemos a pouco no Viaduto da avenida Lobo Junior, quando atearam fogo. Os comerciantes que não são donos dos imóveis, mas que pagaram “Luvas” e dali tiram o sustento da sua famí-lia e dos seus funcionários, serão retirados sem nenhuma indenização? Comunidade de Olaria, cidadãos de Olaria, estamosaguardandoadefiniçãodaPrefeituradoRiodeJa-neiro, para saber quais são os imóveis que serão atingidos, pois poderemos tomar ações reais, não ações políticas, que somente quem ganha são eles (os políticos partidários), tem que ser um “Ganha-Ganha”.

“Agradeço esse espaço para comunicar a todos que não estamos sozinhos. Juntos somos mais!” (Marcos Salda-nha, presidente da Comissão de Moradores que trata da

Desapropriação para construção da Transcarioca Lote 2).

Reunião realizada no salão paroquial