O relato do Natal da Minha Avó

Nuno Miguel nº 23

No dia dez de dezembro de dois mil e doze a minha professora de português, da escola André Soares, mandou-nos fazer uma entrevista aos nossos avós sobre o Natal da sua infância em vilas ou aldeias.

Eu fiz uma entrevista à minha avó, que vive em Vila Praia de Âncora.

Ela disse que no almoço de natal comia-se caldo verde e arroz de polvo ou bacalhau assado.

O jantar iniciava-se por volta das oito horas, como entrada comiam-se bolinhos de bacalhau seguido do tradicional prato de natal, as batatas cozidas com bacalhau, couves e badejo, um peixe muito apreciado na vila.

Para acompanhar bebia-se água ou chá de cidreira para as crianças e para os adultos era vinho tinto quente com açúcar.

No fim de jantar levantavam-se os pratos da mesa e colocavam-se os doces da época, as rabanadas, o leite-creme, a aletria, o bolo de chocolate e o bolo-rei.

Mas o bolo de chocolate não era um bolo qualquer só era cortado depois da missa do galo e por coincidência aparecia sempre alguém que trazia queques de amêndoas para todos comerem. As bebidas dessa noite eram o vinho tinto e a água das pedras pois era a única bebida com gás.

Durante a noite, os mais novos reuniam-se à volta da lareira onde colocavam pinhas mansas para abrirem e comerem os pinhões enquanto os mais velhos jogavam às cartas na mesa.

Por fim iam todos à missa do galo e levavam sempre alguma coisa para conviver com as pessoas da vila.

Finalmente iam todos para a beira da praia onde estavam bandas a cantar músicas de Natal.

Quando regressavam a casa mandavam as crianças pôr o sapatinho na chaminé para que o pai natal, quando descesse, colocasse em cada sapatinho uma prenda. No dia vinte e cinco era sempre uma correria para a lareira para desembrulharem os presentes, pois era o único dia que recebiam prendas, normalmente era roupa ou sapatos e rebuçados

Para mim foi uma experiência fabulosa ficar a saber como era o natal dos meus avós. Acho que era um natal muito divertido e muito diferente de agora.