O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível...

24
O RIOMOINHENSE ANO III * Nº 11 * MAIO 2007 DIRECTOR: RUI ANDRÉ Cais de Rio de Moinhos

Transcript of O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível...

Page 1: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

O R

IOM

OIN

HE

NS

EAN

O III *

Nº 1

1 * M

AIO 2

007

DIREC

TOR:

RUI A

NDRÉ

Cais de Rio de Moinhos

Page 2: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007Editorial2

As aldeias estão a ficar com menos população, os jovens vão arriscar as suas vidas algures numa cidade em busca de uma melhor qualidade de vida, quer a nível pessoal quer a nível profissional. As suas ambições são diversas: compra de casa, carro, casamento, família, enfim tudo o que é normal para a idade.Mas o conforto mencionado não significa felicidade. Longe disso…O conforto material é de pouca dura e satisfaz-nos momentaneamente. A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga – a dependência e as suas consequências. Destrói-nos por dentro e faz-nos feliz por algumas horas.O conceito de felicidade é mais do que isso…Ela está no nosso interior mas está adormecida e vedada de correntes afectivas muito fortes. Para desapertar ou desprender os seus cadeados é necessário ter um equilíbrio emocional estável e ser alguém que dá mais do que aquilo que recebe.A felicidade não se tem, não se compra mas sim merece-se.A vida ensina-nos a ser, a ter, a dar e a receber.Cada indivíduo é único e deve descobrir-se a si mesmo, o seu caminho, a sua experiência, os seus erros, as suas vitórias e derrotas.

Um vencedor ouve, compreende e responde. Um

derrotado não espera que chegue a sua vez de falar.

Um vencedor diz:“Deve haver uma melhor forma de o fazer …”

Um derrotado diz:“Sempre fizemos assim. Não há outra maneira.”

A moda de viver nas cidades está patente nos nossos dias mas tenho a certeza que a qualidade de vida está na aldeia. Quem sempre viveu na aldeia pensa que lá fora (cidade ou estrangeiro) a qualida-de de vida é melhor. Por um lado tem razão, há mais trabalho e mais dinheiro. Mas estar longe, sozinho no meio de uma multidão onde ninguém se conhe-ce e onde é muito difícil fazer amizades torna-se difícil de viver.Podemos aguentar alguns tempos e quando vamos passar uns dias à nossa terra para visitar os nossos familiares e amigos dizemos que está sempre tudo bem e que a vida lá fora é muito melhor – muitas vezes é mentira.Nos aglomerados urbanos o que conta são as apa-rências exteriores e não aquilo que somos de verda-de. Um dia, as pessoas vão voltar e redescobrir a sua terra, os seus costumes, os seus amigos, o cheiro do campo, a festa da Aldeia enfim tudo o que de bom existe – Qualidade de vida.

Rui AndréDirector

QUALIDADE DE VIDA

Page 3: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007Recepção

PROPRIEDADEAssociação JuvenilRemoinhos d’Àgua

DIRECTORRui André

REDACÇÃOMário Medroa

Rui AndréSónia Pacheco

PAGINAÇÃOSónia PachecoPUBLICIDADEMário Medroa

CONTACTO960211062

[email protected]

COLABORARAMNESTE NÚMERO

Adolfo Pires;Álvaro Baptista;

Catarina Gaspar;Fátima Belém;

M.L.J.

3

Durante a primeira metade do século XX, a freguesia de Rio de Moinhos (e não só) teve um papel preponderante no crescimento do desenvolvimento económico-social que se registou no concelho de Abrantes, pois possuía uma excelente localização estratégica em relação aos grandes negócios da época: transporte fluvial e o enorme parque florestal existente.Essa importância diminuiu com a ex-pansão das vias rodoviárias e ferroviárias, fazendo com que várias famílias Rio-moinhenses abandonassem a freguesia, empobrecendo-a ainda mais.Com a entrada neste novo século, as for-ças vivas da freguesia: Associações, Co-merciantes e, principalmente, as pessoas em geral, voltam a mostrar uma nova dinâmica, unindo as suas forças para produzirem os movimentos necessários para o crescimento da qualidade de vida dos Riomoinhenses. Essas forças vivas produziram nos últimos sete anos, diversos movimentos cujo resultado foram mais valias para a freguesia, provando que a união faz a força e que os grandes êxitos só se conseguem com grande capacidade de organização e forte liderança.Senão, repare: a futura nova extensão de saúde (lembra-se da anterior?), constru-ção do polidesportivo, constituição da

A DINÂMICA

Mário MedroaPresidente da AssociaçãoJuvenil Remoinhos d’Água

Associação de Pais, I Encontro Nacional dos Rio de Moinhos de Portugal, posto público de Internet, fornecimento de água a Amoreira a partir de Castelo de Bode, almoço dos Riomoinhenses, passeios de ciclo turismo, curso de equi-valência ao 1º ciclo, curso de iniciação á informática, I Jogos das Aldeias, refei-tório escolar, caixa Multibanco, boletim informativo, constituição da associação juvenil, campeonatos de columbofilia, taças de disciplina (Amoreira/Rio de Moi-nhos), vários apuramentos consecutivos para a 2ª fase e um campeão distrital de futebol 11 do INATEL (Amoreira), arran-que das obras e inicio da prestação de serviços do lar de idosos, passeio anual dos idosos, campo de férias…Se os Riomoinhenses quiserem mais êxi-tos como os alcançados, então têm de colaborar com aqueles que já o fazem em prol da terra, para que esta dinâmica não abrande e para que os principais beneficiados sejam as crianças.Para todos aqueles que de uma ou de outra forma foram responsáveis por estas vitórias, o meu agradecimento e compreensão pelos seus esforços e sa-crifícios, porque eu, vindo do hemisfério sul e sendo um Kaluanda de gema, ten-tarei imitar-vos no objectivo de melhorar a “nossa” freguesia.

Kaluanda -Pessoa natural de Luanda/Angola.

O RIOMOINHENSE

Gráfica“Prova de Cor”

Abrantes

500 exemplares

Page 4: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 20074 À conversa com...

José Damas, 50 anos, detém, na região, o maior número de títulos conquistados em provas de cães de parar. Há duas décadas que se dedica à canicultura e já represen-tou Portugal por sete vezes, tendo disputado quatro Campeonatos do Mundo de Santo Huberto e três Campeonatos do Mundo de Caça Prática. Natural de Rio de Moinhos, representou ainda o Setter Clube de Portugal num campeonato da Europa, especial do setter inglês.Registou o afixo “Canil do Rio Tejo”, há 16 anos e, a partir daí, tem par-ticipado em provas de Primavera e de Caça Prática, em raças conti-nentais e britânicas, e em provas de Santo Huberto.Nas provas de Primavera e Caça Prática, realizadas em Portugal e no estrangeiro, já conduziu cães que obtiveram a melhor recom-

JOSÉ DAMAS“Os cães não podem ser vistos como máquinas,também têm sentimentos”, afirma José Damas.

pensa possível, ou seja, fizeram CAC (Certificado de Aptidão ao Campeonato). Este título permitiu ainda que alguns desses cães conquistassem também o CACIT (Certificado de Apti-dão ao Campeonato Inter-nacional de Trabalho). José Damas, que já competiu ao lado dos grandes nomes da canicultura internacio-nal considera que, nestas

disputas, o mérito é dos cães.Nas suas participações em provas de Santo Huberto, que se desti-nam a caçadores que se fazem acompanhar por cães de parar, José Damas foi três vezes cam-peão nacional e conquistou uma vez o título de vice-campeão nacional. Este ano, prepara-se para lutar por mais um primeiro lugar, que lhe dará acesso a mais um Campeonato do Mundo nesta modalidade.O seu objectivo é criar cães oriun-dos do seu afixo que nasçam no seu canil e que sejam criados e treinados por si, para que os possa apresentar em provas de trabalho. Já chegou a ter meia centena de cães, mas, neste momento, possui apenas meia dúzia da raça braque. A actividade “está muito mal” e a situação económica do país tam-

bém não ajuda. E, embora prefira raças britânicas, nomeadamente pointer, José Damas declara que, de acordo com as condições do nosso país, “o braque é um cão que dá prazer ter”.Por outro lado, os treinos e as provas exigem muito tempo, esforço e dedicação. No entanto, os cães “não podem ser vistos como máquinas, também têm sentimentos”. A cumplicidade é fundamental e estes animais “espertíssimos” têm de ser olhados como “grandes companheiros”.“Um bom cão é aquele que é capaz de ganhar”, sublinha José Damas que destaca como quali-dades o equilíbrio psicológico, a estabilidade, a receptividade ao ensino, a ligação a quem o treina e ao mesmo tempo um carácter fora do vulgar para conseguir superar as dificuldades. O pior defeito é ladrar muito.José Damas lamenta ainda que Abrantes não saiba “reconhecer os campeões que tem”, embora seja considerada “a catedral dos cães de parar”. Por isso, apela para que o poder local se lembre que estes animais “têm dado uma grande visibilidade a esta região, uma das poucas zonas do país onde existe uma grande paixão pelos cães de parar”.

Page 5: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007 5Crónica

- Já em tempos havia as escolas particulares, aonde se deixavam os filhos novos para estarem ocupados e aprenderem mais alguma coisa, não eram pro-fessores oficiais, mas sim com um certo jeito para lidar com crianças, recordo-me da Elvira Pintora e da Mané, ambas próximas da taberna do Carvoeiro que depois passou para a Vina.

- Como não existia salão de cinema, por vezes ia a Rio de Moinhos um género de circo ambulante (tenda) aonde projectavam diversos filmes. Mais tarde e no Verão, no terraço do Dr. Mora passou para o ar livre, para distrair os habitantes da terra, só muito mais tar-de e por carolice do Victor Pereira é que apareceu um salão/cine que depois passou a ser a Casa do Povo. Neste local era a habitação da família Abóbora.

- Era frequente ver no centro da aldeia, comédias (palhaçadas), malabaristas, homens a comer fogo, a famosa mulher da cabra do escadote, etc.…

- Junto a escola dos rapazes existia a mercearia do Tio Jacinto, defronte do Manuel Damas. Vendia de tudo e até artigos escolares, cadernos, aparos, pedras de ardósia, piões para brincar, etc. … Ele usava uma bata cinzenta cujo nome era Guarda Pó.

- Aonde existia a sede da Filarmónica Riomoinhense (na Rua Direita), habitava aí no R/C o alfaiate Marca-do. Depois passou a Taberna do Carqueija, mais tarde Taberna do Coentro e depois a do Carloto.

- O Carloto pai era vendedor de leitões, os quais ne-gociava em plena rua por onde ia passando.

RECORDANDOO PASSADO

ADOLFO PIRES

- O Coentro que depois começou a vender vinho, teve um armazém no antigo armazém do Casinha, na Rua Direita.

- Na habitação primitiva do Manuel dos Santos Fernandes (O Perninhas) na esquina para a Rua das Morgadas, próxima da actual farmácia. Foi antes uma mercearia (da família Damasceno). O perninhas veio da Aringa (Tancos) viver para Rio de Moinhos ainda solteiro.

- Os sacos do Correio eram transportados para a esta-ção dos caminhos-de-ferro (CP) da Praia do Ribatejo em Carroças contratadas e camionetas.

- As mais antigas mercearias da terra eram as da: Maria Teresa, Júlia Fagulha, Tio Jacinto, Joaquim dos Santos, António Flor, Júlio Carqueija, José Martins (Pai), e a do Augusto da Aldeínha, Manholas, etc. …

- Como Rio de Moinhos era considerada a “Sintra do Ribatejo”, no Verão iam passar férias (descansar) as fa-mílias residentes em Lisboa, tais como: Família Mora, Ataíde (Azinhal), Mesquitela (Prédio do Dr. Solano de Abreu), Álvaro Selada, Dr. Alves Pereira, Pimenta de Castro, Pestaquim, etc. …

- Havia três padarias na terra: a do Manuel Padeiro na Rua Avelar Machado (hoje drogaria da D. Manuela); a do José Guerra na Rua Dr. João de Deus; a do Lucas na Rua Avelar Machado e em Amoreira a do João Cravo que ia vender o pão numa sofisticada carroça (com boas condições higiénicas). Também era costu-me vender o pão porta à porta com cestos às costas (nos ombros).

Page 6: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 20076 Novas

JOÃO GARRAFÃO966 264 516

S E G U R O S

O azeite produzido no Lagar do Cabeço das Noguei-ras, na Pucariça, conquistou, em 2006, a medalha de ouro na Feira Nacional de Olivicultura onde já tinha sido galardoado com um 2.º lugar, em 2005, e com uma menção honrosa, em 2004. Ao palmarés juntam-se ainda mais dois prémios conseguidos em Bruxelas e em Zurique. “É um motivo de grande satisfação e orgulho para toda a empresa e cada um que aqui trabalha tem a sua parte no resultado final”, afirma Alberto Serralha orgulhosamente.O seu avô fundou o lagar há cerca de 30 anos e, em 2003, Alberto formou, com Ilídio Francisco, a Socie-dade Agrícola Ouro Vegetal, Lda (SAOV). A empresa alugou o lagar da família Serralha e, já que um dos objectivos é dominar todo o processo desde a pro-dução à comercialização, a SAOV assumiu também, em 2005, a exploração da Quinta do Pouchão, em Alferrarede. “Assim temos garantias de qualidade por-que sabemos o que produzimos, extraímos, embala-mos e comercializamos. Temos um controle rigoroso de todas as fases do processo”, diz Alberto Serralha que acrescenta ainda: “Fazer azeite é fácil, mas tem de se ter conhecimento, gosto por aquilo que se faz e uma busca contínua do aperfeiçoamento”.O principal intuito do negócio é extrair azeite para comercializar, sendo esta região o grosso do mer-

CABEÇO DAS NOGUEIRASGANHOU MEDALHA DE OURO

cado. Cerca de 80 por cento do azeite extraído no Lagar do Cabeço das Nogueiras é vendido na zona, o restante é exportado para a Suíça, Holanda e Ingla-terra, para além de a empresa ter ainda distribuidores na zona oeste e em Lisboa.

Page 7: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007

Novas 7

Como foi referido no “O Riomoinhense” anterior, a Associação Juvenil Re-moinhos d’Água é já parte integrante do Conselho Municipal da Juventu-de de Abrantes.Após participação nas diversas reuniões deste mesmo conselho, a Asso-ciação Juvenil da nossa freguesia conseguiu a possibilidade de organizar actividades durante as festas do Concelho de Abrantes, bem como a possibilidade de utilizar o espaço jovem de Abrantes, que está situado no

antigo mercado do peixe, e ainda ga-rantiu a sua participação no 3º Encon-tro Municipal das Associações Juvenis, que se realizará este ano na freguesia do Souto.

CONSELHO MUNICIPAL DAJUVENTUDE DE ABRANTES

A Câmara Municipal de Abran-tes aprovou a atribuição de subsídios, relativos a 2007, no âmbito do FINEVENT e FINCULT e vai também apoiar as associa-ções juvenis que se candidata-ram ao Programa de Apoio ao Associativismo Juvenil (PAAJA).Umas destas candidaturas foi feita pela associação juvenil Remoinhos D’Agua que assim receberá 1250 euros.

REMOINHOS D’ÀGUA

RECEBE SUBSÍDIO

Realizou-se, no passado dia 4 de Fevereiro, na Sede Social da Junta de Freguesia de Rio de Moinhos, uma pa-lestra subordinada ao tema “Filosofia, Ciência e Religião Espírita”. A palestra foi efectuada pelos oradores do Centro Espírita da Nazaré, Arlindo Codinha, Sidney Oliveira Santos e o professor de filosofia Rui, à qual assistiram cerca de trinta ouvintes.Irá ser realizada nova Palestra dia 13 de Maio entre as 14h30 e as 18 horas, no salão da Casa do Povo de Rio de Moinhos, a qual irá focar, entre outros temas, o que é o Espiritismo, ensina-mentos doutrinários e evangélicos e sua importância.

RIO DE MOINHOS RECEBEPALESTRAS DE ESPIRITISMO

Page 8: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 20078 Publicidade

Page 9: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007 9Novas

Viver numa sociedade organizada e complexa requer de todos nós grande preparação física e sobretudo intelectual. Viver com segu-rança e alegria é muito diferente de viver com sacrifícios e dificul-dades.“Estar sozinho num deserto é menos problemático do que viver sozinho no meio de uma multidão”Enfrentar os constantes desafios da vida é obra de engenho e arte. Uma das grandes consequências é o poder e o valor do dinheiro. O ser humano perdeu a razão e continua a viver como se nada fosse.A sociedade não está preparada para o fracasso humano, mas sim para iludir as pessoas de que o mundo está melhor e que o consu-mo é para todos (custe o que custar).Somos livres de pensar aquilo que gostaríamos de fazer, mas, na re-alidade, fazemos aquilo que os outros querem. Será isso uma nova forma de Liberdade?A história ensina-nos a pensar e a reflectir os erros cometidos, mas nós continuamos a cometer os mesmos erros. A Escravatura não acabou, mudou de nome, agora chama-se Exploração.E a justiça o que faz? Será que vê tudo? Ou, melhor, não quer ver nada?A liberdade de fazer aquilo que os outros querem que façamos é também ela transfigurada e tratada com um outro nome – a Democracia.Será que alguém andou por aí a enganar o próximo? Cada vez há mais desequilíbrio económico entre as pessoas – há quem ganhe mais num só dia do que uma família em toda a vida – Será justo?Os mais pobres (que são infelizmente a maioria) não reclamam por-que são pagos, ou melhor, subsidiados para não pensar e, sobretu-do, para não agir contra o sistema (é melhor receber aquilo do que não receber nada – pensam eles).Será isso a Liberdade? Será que a organização da nossa sociedade tem de mudar?Fica a mera opinião de uma pessoa que nasceu nesta sociedade, mas que quer despertar as pessoas para a vida e poder acordá-las para que elas possam participar, agir e reclamar a fim de restabele-cer uma nova ordem de justiça social.

DESPERTAR PARA A VIDA … E ACORDAR!

III ENCONTRO RIO DE MOINHOS

DE PORTUGAL| Rui André |

Decorreu, no dia 27 de Janeiro, mais uma reunião de preparação para o III Encontro Nacional dos Rio de Moinhos de Portugal a realizar no concelho de Sátão, distrito de Viseu.O certame está agendado para os dias 29 e 30 de Junho e 1 de Julho, inte-grando a III Feira do Vinho.Os vários autarcas presentes decidiram ainda, por unanimidade, que a quarta edição deste evento será realizada em terras alentejanas, em Rio de Moinhos do concelho de Borba.Para já, seguem os preparativos em cada uma das freguesias e vila que par-ticipam neste grande evento cultural.

Page 10: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 200710 Novas

Mantendo a tradição, vários gru-pos de pessoas fizeram questão de Cantar os Reis, no dia 5 de Janeiro. Jovens e menos jovens percorreram as ruas de Rio de Moinhos entoando as Janeiras que se fizeram acompanhar de alguns instrumentos musicais.

CANTAROS REIS

Page 11: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007 11Novas

Dezenas de mu-lheres juntaram-se, mais uma vez, para come-morar o dia que lhes é dedicado. O jantar come-morativo reali-zou-se na Sede da Junta de Freguesia, em Rio de Moinhos e contou com muita animação.

DIA DA MULHER

Rio de Moinhos esteve pre-sente nas celebrações em honra da Nossa Senhora da Boa Viagem, em Constância.José Luís foi o único riomoi-nhense que levou o seu bar-co e acompanhou os outros marítimos que participaram na procissão. Nas águas do rio, receberam a benção ajudando a que a tradição se cumprisse.Integradas nas Festas do concelho, as cerimónias religiosas tiveram lugar no dia 9 de Abril.

RIO DE MOINHOS ESTEVE NA FESTADA NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM

Page 12: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 200712

Desde o dia 7 de Março de 2007, Rio de Moinhos conta com uma Caixa Multibanco situada nas instalações da Junta de Freguesia.Uma reivindicação que vem de vários anos, pelo 15 anos de tentativas sem sucesso onde as diversas entidades ban-cárias refutavam sempre com a mesma desculpa – falta de rentabilidade.Após um acordo em me-ados de Maio de 2006 e a conclusão das obras em final de Junho do mes-mo ano, o Millennium BCP, devido aos assaltos nos ATM, decidiu ainda adiar a colocação destes para melhorar o seu sistema de segurança a fim de proteger os seus clientes.A Caixa Multibanco demorou, mas veio graças à persistência do gerente de Vila de Rei, Jorge Silva, que desde do início deste processo tem estado a negociar a colocação deste dispositivo em Rio de Moinhos.Outros bancos (CGD e TOTTA) quiseram a colocação de um ATM, mas com condições muito difíceis de suportar para a Junta de Freguesia, nomeadamente, o pagamento da respectiva máqui-na (200 euros por mês, durante 4 anos), ou seja, a totalidade do seu custo.Deste modo, o acordo assinado

MULTIBANCO

Novas

PREMIADOS NO CARNAVALRealizou-se, na noite de 19 para 20 de Fevereiro, no decorrer da festa de Carnaval da Associação Juvenil Remoinhos d’Água, o sorteio dos prémios das rifas desta mesma associação, bem como o seu I Concurso de Mascarados.

RIFAS

1ºPrémio: Peugeot 106– Casimiro – Alferrarede2ºPrémio: Bicicleta BTT– Liliana Costa – Pucariça

3ºPrémio: Garrafa Whisky– António Louro – Montalvo

CONCURSO DE MASCARADOS

1ºPrémio: Jantar Restaurante “O Ramiro”– Carlitos, Diogo, Duarte, André, João Paulo,

Pedro e Duda. – Os Carrascos de Saddam2ºPrémio: Garrafa de vinho do Porto

– Filomena Sousa – Noody3ºPrémio: Disfarce de Carnaval

– Palhaço

com o Millennium BCP foi favo-rável para a Freguesia de Rio de Moinhos que, mesmo assim, su-portou as obras e a colocação de um sistema de segurança próprio.A partir de agora, a rentabilidade da máquina está nas nossas mãos. Quanto mais a usarmos mais rentabilidade terá e mais argu-mento teremos para justificar a sua colocação.No entanto, o estacionamento em frente à Caixa Multibanco coloca os seus utilizadores em perigo de segurança e dificuldade de utilização, por isso, estacionar no local é proibido moralmente, mas também legalmente visto só exis-tir um espaço de estacionamento para a Junta de Freguesia.Haja bom senso.

Page 13: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007 13

Muita cor e alegria mar-caram o Car-naval em Rio de Moinhos. Dos mais no-vos aos mais velhos, todos desfilaram pelas ruas da freguesia e, nas marchas, pais e avós vestiram-se a rigor para acompanhar as crian-ças. Muitos mascarados passeavam-se pelas ruas e as brinca-deiras multi-plicavam-se. Também as noites foram bem recheadas de disfarces que marcaram presença no Viciu’s Pub.

CARNAVAL EM RIO DE MOINHOS

Novas

Page 14: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 200714

DEPRESSÃO JUVENIL CHOVE LÁ FORA

Reportagem

Paula Pacheco é uma rapariga de 23 anos, com um olhar triste. A sua tristeza deve-se à perda da mãe aos 17 anos. “Nunca pensei que a minha mãe falecesse, para mim ela viveria para sempre. Quando realmente percebi o que se passa-va, só queria morrer!” diz a chorar. Começou a ser acompanhada por psicólogos, mas depressa passou para psiquiatras. “Ao início achava uma estupidez estar ali a falar com um pessoa que não me conhecia, que não sabia o que eu sentia e ainda lhe estava a pagar para receitar uns comprimidos que não tinham efeito”, refere Paula.Com a morte da mãe, começou a precisar cada vez mais, tanto dos médicos como dos comprimidos. Segundo Paula, “aliviavam-me da realidade, enquanto estava sob o efeito dos medicamentos, não sentia, não pensava, não ouvia, nem via, era como se a minha alma deixasse o meu corpo.”

O choro não vem sóO avançar da depressão trouxe as tentativas de suicido que se tor-naram frequentes. “Um dia estava sozinha em casa e comecei a pen-sar na minha mãe. Tive uma crise de choro misturado com revolta,

fui buscar um x-acto e comecei a cortei-me nos braços. O meu pai, quando chegou, levou-me para o hospital de Abrantes, de onde fui transferida para Santarém para a ala de psiquiatria. Estive lá inter-nada durante 15 dias” conta Paula com um ar melancólico. Após a saída do hospital, sentia-se apática e estava fortemente medicada. Agora, passados seis anos da perda da mãe, Paula, apesar da medica-ção mais leve, continua a ter crises de choro e isola-se de tudo e de todos. Tal como Paula, a depressão tam-bém afectou desde os 14 anos, a estudante, Rita Sousa, agora de 17 anos. Tendo como causa, o término de uma relação com um rapaz, que refere ser o amor da sua vida. Após o final do relacionamento, começaram os choros constantes, o isolamento em casa, acom-panhado de cansaço. A falta de motivação para ir para a escola e o receio de encarar os amigos que deixou para trás quando conheceu o Rui, tornaram-se problemas na vida de Rita. “Olhei à minha volta e não estava lá ninguém! Sentia-me sozinha e só me apetecia desapa-recer! Afastei-me dos meus amigos, por não serem a favor do namoro”, diz baixando a cabeça e afastando a madeixa de cabelo loiro.

A doença do séc. XXIA depressão nervosa é uma doen-ça comum no século XXI, estiman-

do-se que cerca de 5% da popu-lação mundial seja afectada, com especial incidência nas mulheres. A adolescência e os primeiros anos de juventude são os períodos de maior risco . Ana Rita Santos, de 35 anos, psicóloga clínica, da Associa-ção de Desenvolvimento Pessoal e Comunitário Cres.ser, refere que “a depressão é considerada a doen-ça deste século, uma vez que a sociedade de hoje está bastante diferente do que era há décadas atrás. As pessoas hoje actualmente têm uma vida agitada, vivem em grandes cidades onde não têm suporte familiar. Problemas como a precariedade do mercado laboral e o desemprego, não dão estabilida-de, tornando-nos mais vulneráveis a este tipo de doenças”. O tom de voz torna-se mais grave ao referir que, “as pessoas não pro-curam aprender com as emoções nem sabem como as utilizar, mas sim comprá-las para si e para os outros e depois como gastá-las. As crianças precisam de perceber as suas emoções e as dos outros. Só assim vamos ter menos depressões e uma sociedade mais equilibrada.”

Adolescência: a questão retóricaÉ na fase da adolescência, que o jovem começa a ter contacto com o evoluir do corpo, onde aparecem desejos e caprichos, tornando-o mais vulnerável. Muitos jovens ficam sujeitos a depressões pelas mais diversas causas, como a rejei-

Lágrimas e tristeza! Não conseguem descrever o que lhes vai na alma nem no coração! Sentem-se incompreen-didos e sozinhos. Mas não estão e por vezes a solução está numa conversa

| Catarina Gaspar |

Page 15: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007 15Reportagem

ção por parte dos colegas, a não identificação com o corpo, perdas afectivas significativas ou por des-gostos marcantes. Com um tímido ar, Sofia Marques, aparece à porta de casa. É estu-dante e tem 19 anos. Começa por referir que “a primeira vez que me senti deprimida foi aos 17 anos, quando tive que optar pelo curso que ia seguir, mas pensei que fosse um problema passageiro.” Sofia salienta, que o facto de ter entrado para um curso, que não era o que queria e o medo da reacção dos pais, trouxeram-lhe angústia duran-te dois anos. “Um dia a minha mãe perguntou-me o que se passava, respondi-lhe que era o stress dos exames. Tivemos uma conversa onde lhe contei o que sentia, como a falta de motivação para ir para a escola, a falta de gosto que sentia em tudo, até mesmo para tocar na filarmónica, que tanto gostava.” Passada uma semana, Sofia come-çou a ser acompanhada por uma psicóloga, que lhe deu forças para mudar a sua vida face aos estudos.

Diferenças com a mesma causaA depressão pode assumir várias facetas, que vista não são logo identificáveis. É preciso conhecer-

se os sintomas e dar-se a devida atenção à doença. “A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda de interesse por actividades habitu-almente agradáveis e perda de energia ou cansaço fácil. O indiví-duo despreza-se enquanto pessoa, tendo sentimentos inapropriados de desesperança e culpabiliza-se pelos problemas dos outros” refere a psicóloga. Mas não convém baralhar depres-são com um simples estado de tristeza passageiro. A depressão dura no mínimo duas semanas se-guidas com os mesmos sintomas, enquanto o estado de tristeza dura em média dois a três dias. A psicóloga esclarece, “a tristeza faz parte da vida psicológica nor-mal, assim como a alegria e outros sentimentos. Fica-se triste por motivos externos, como notícias ou acontecimentos desagradáveis ou por estímulos internos, como recordações ou vivências negati-vas, que tenham algum significado para a pessoa. Quando o indiví-duo está triste, consegue manter a rotina e desfrutar da vida e até mesmo sentir alegria, por exem-plo, ao receber uma boa notícia. A tristeza geralmente é passageira e está directamente relacionada com estímulos identificáveis.”Assim, é necessário que se enten-da que os jovens com depressão, como alguém que sofre de uma doença e não que tenta chamar a atenção dos que o rodeiam. Não podendo assim dizer a um jovem deprimido que depende da sua vontade para ultrapassar o estado em que se encontra.

O reconhecimento e a ajudaPara identificar uma pessoa que possa estar a sofrer de depres-são, a psicóloga alerta, ”há que saber identificar os sintomas, mas existem também manifestações acessórias, que permitem mascarar a depressão, tal como a falta ou excesso de apetite, a perturbação do sono, etc. Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessa-riamente com todos os sintomas em simultâneo, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. “ É num lugar muito sossegado, sen-tada numa mesa escondida onde, Eliana Gato, estudante de 21 anos, que sofre há sete anos de depres-são, fala sobre as suas recaídas. “Já tive cinco recaídas e cada uma traz novos sintomas. Mas agora já me sei diagnosticar, tento lutar contra as recaídas através da vida quoti-diana”, diz olhando para o vazio. O stress psicológico provocado por qualquer adversidade da vida, o stress físico, certas doenças ou o consumo de drogas, são as causas mais comuns para as recaídas. “Quem já teve uma recaída, apre-senta cerca de 50% de possibili-dades de manifestar outra; quem teve duas, 70% e, no caso de três recaídas bem caracterizadas, pode chegar a 90%”, afirma a psicóloga. Assim sendo, alguns pacientes pre-cisarão de tomar medicamentos durante anos ou toda a vida, com o intuito de prevenir a recorrência. Para estes, o acompanhamen-to psicológico e a boa relação terapeuta-paciente, são factores fundamentais, para o sucesso do tratamento, bem como, um bom suporte familiar (apoio dos pais) e afectivo (apoio dos amigos).

Page 16: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 200716 Desporto

Classificação final da 1ªfase – Série A

CAMPEONATO DISTRITAL FUTEBOL 11Classificação final da 2ªfase Quartos de final

Paços Negros - Rio de Moinhos 5-1 Erra - Amoreira 1-1 (5-4 penaltis)

Infelizmente, o percurso das duas equipas terminou nesta fase, mas a freguesia saiu dignificada desta competição, pois é a única fregue-sia com duas equipas entre os oito melhores classificados do Distrito.

AGRADECIMENTO: A direcção da Casa do Povo de Rio de Moinhos e a sua equipa de futebol, vêm por este meio agradecer publicamente ao Sr. Marco Oliveira, pelos equipamentos desportivos oferecidos à Casa do Povo.

1º Amoreira 16 9 5 2 23 12 322º R. Moinhos 16 7 7 2 24 13 283º Ulme 16 8 3 5 33 24 274º Arreciadas 16 8 2 6 33 24 265º Sabacheira 16 7 4 5 25 23 256º Pombalinho 16 7 3 6 22 22 247º Á. Travessa 16 7 2 7 23 20 238º Tancos 16 3 0 13 15 40 99º Chouto 16 2 2 12 22 42 8

Jogo

s

Vitóri

as Em

pates

Derro

tas

Golos

marc

ados

Golos

sofrid

os Po

ntos

Equipas

Classi

ficaç

ão

1º Erra 3 3 0 0 6 3 92º R. Moinhos 3 1 1 1 3 2 43º Almoster 3 1 0 2 5 6 34º Sentieiras 3 0 1 2 3 6 1

Jogo

s

Vitóri

as Em

pates

Derro

tas

Golos

marc

ados

Golos

sofrid

os Po

ntos

Equipas

Classi

ficaç

ão

1º P. Negros 3 3 0 0 13 2 92º Amoreira 3 1 1 1 3 3 43º Carapuções 3 1 1 1 3 4 44º Lavre 3 0 0 3 0 9 0

Jogo

s

Vitóri

as Em

pates

Derro

tas

Golos

marc

ados

Golos

sofrid

os Po

ntos

Equipas

Classi

ficaç

ão

INATEL

Calendário de Provas 2007

Requena Fundo 05 de MaioRetamar Meio Fundo 13 de MaioTrujilho II Yearlings 13 de MaioLliría - Valência Fundo 19 de MaioTrujilho Velocidade 19 de MaioNavalcarnero Meio Fundo 27 de MaioJaraicejo Yearlings 27 de MaioAlcoleia Fundo 02 de JunhoJaraicejo Velocidade 10 de JunhoLa Muela - Saragoça Fundo 16 de JunhoRetamar Meio Fundo 24 de JunhoIgualada - Barcelona Maratona 29 de JunhoAriza Fundo 30 de Junho

LOCALIDADES TIPO DE PROVA DATAS

COLUMBOFILIA

Uma vez mais, vários Riomoi-nhenses participam em provas de columbofilia, onde têm obtido óptimos resultados.Desejamos-lhes boa sorte!

LAN PARTY

Vários jovens Riomoinhenses têm-se reunido na Sede Social de Rio de Moinhos, a fim de ligarem os seus computadores em rede e assim jogarem alguns jogos, uns contra os outros. A esta forma de jogarem computador todos liga-dos em rede chama-se lan party e tornou-se um sucesso junto dos jovens de todo o mundo. Os jovens Riomoinhenses têm agora pretensões em organizar uma lan party com outras dimensões, por isso se possui computador e está interessado em participar nesta iniciativa, contacte a Associação Juvenil Remoinhos d’Agua.

Page 17: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007 17Cultura

FILARMÓNICA EM CONCERTOA Sociedade Filarmónica de Educação e Benefi cência Riomoinhense promoveu mais um concerto. O espectáculo teve lugar na Sede Social de Rio de Moinhos, no dia 13 de Janeiro.A centenária banda, orientada pelo ma-estro João André, encheu o palco e, na presença de cerca de 160 pessoas, dois novos elementos, Alice Batista e Liliana Pico, colocaram a sua fi ta no estandarte. Durante o evento, actuaram também as 25 crianças das Escolinhas da Filarmóni-ca Riomoinhense e um grupo feminino imitou a Floribella. Rui André, presidente da Junta de Freguesia e Manuel Dias, presidente da Assembleia de Freguesia entregaram ainda os Prémios Escolares aos melhores alunos da freguesia relati-vamente ao ano lectivo 2005-2006.Eleita há três meses, a actual direcção da Filarmónica Riomoinhense, presidida por Filipa Soares, pretende fazer desta colec-tividade uma referência a nível regional.

Nesta fotografi a, tirada em 4 de Outubro de 1938, o Padre Amaro acompanha a Cruzada Eucarística.

A Cruzada Eucarística foi fundada, em 1938, pelo Padre Amaro que chegou à Paróquia de Santa Eufémia neste mesmo ano. Este movimento funcionava como uma ca-tequese durante a Santa Missa e tinha lugar de honra na Capela Mor. Os seus associados vestiam fatos brancos, com uma cruz verme-lha estampada, que eram confeccionados em casa da costureira Maria José Patrício.A Cruzada Eucarística foi extinta, em 1941, quando, o então pároco, Padre Augusto, fundou o Apostolado da Oração que ainda hoje existe.

Page 18: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 200718 Memórias

Aconteceu há muitos anos…Havia imensa juventude na fre-guesia. Não existia ainda a Capela em Amoreira ou na Pucariça e era na Igreja da paróquia que se assis-tia à Missa e a todas as cerimónias religiosas.A Pucariça não era tão povoada, mas em Amoreira havia imensa gente, sobretudo, muitos jovens.Quando o Padre Augusto Serras criou e organizou a JOC, também conseguiu criar entre a juventude aquele dinamismo e entusiasmo tão característicos naquela altura da vida…Recordo o primeiro Domingo de cada mês, junto ao altar de Nossa Senhora do Rosário, os rapazes e as raparigas da JOC assistiam à Santa Missa com fé, alegria e força interior que transmitiam ao povo que assistia. E ali renovavam as suas promessas…

Jocista à voz de Cristo avante!

JUVENTUDE OPERÁRIA CATÓLICA (JOC)EM RIO DE MOINHOS

| M.L.J. |

Jocista alegre e com fervorSeremos duros como o açoDe corpo são e alma sã

Que bem que eles cantavam! Sentia-se também a fé com que rezavam.Eram jovens de Amoreira e Rio de Moinhos. Vinham eles de bicicleta e elas a pé. Mas não era sacrifício, era uma alegria rezar-mos e can-tar-mos juntos aqueles cânticos que nos galvanizavam…

E nossa alma vai um dia pelos céusEste nome envolto em luz, JOCLuz da graça e da alegria, luz de DeusQue irradia de Jesus

Havia amizade, espírito de entre ajuda, todos voluntários, queriam fazer tudo e a partir daí era a JOC que ajudava a todos os eventos da paróquia. Eram todos actores amadores e, junto com os adoles-centes e crianças, participavam,

várias vezes durante o ano, nos te-atros donde provinham as verbas tão necessárias à paróquia.Recordo uma visita do nosso Bispo de Portalegre, D. Domingos, que disse que nunca tinha visto um largo e uma rua tão bem de-corados! (Existem fotos da época)Era uma força, uma autenticidade, um dar-se a Deus e à sua Igreja, não esquecendo nunca Nossa Senhora…

Senhora de Fátima és nossa RainhaVassalos teus somos e havemos de serA nossa falange, protege encaminhaIremos contigo, lutar e vencer!

Quase todos os jocistas já parti-ram. Todos foram bons cristãos e os poucos que ainda vivem re-cordam, com certeza, com muita saudade o tempo que viveram.Aconteceu há muitos anos… Foram os melhores anos da minha juventude!

C. Nº 129 988 049 Tel.: 241 881 154 Rio de Moinhos-Abrantes

FARMÁCIA ESTEVESDirecção Técnica:

Maria Lurdes L. P. Rosa

Page 19: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007 19Letra a Letra

Ela contava já os anos que lhe faltavam para a reforma quando foi nomeada para dar aulas naquela aldeia no coração da serra.A distância e os maus caminhos obrigaram-na a ocupar um quar-tinho que havia nas traseiras da escola. As saudades do marido, dos filhos, da casa e dos cães supera-va-as dando àquelas crianças o amor e carinho que às vezes eram escassos em suas casas.Aos poucos foi-se afeiçoando às crianças, à aldeia e àquelas pessoas que a acolheram nos seus cora-ções. Gente pobre, trabalhadora e amiga de partilhar o seu pou-co com ela. Raras vezes jantava sozinha, pois as mães, avós, tias dos seus alunos faziam escala para que fosse jantar a suas casas.Já todos os seus alunos a tinham convidado, alguns várias vezes e estranhamente o Ricardo nunca a tinha levado a casa dele ou alguma vez tinha sugerido tal ideia.Estranhamente, porque o Ricardo era o menino que mais a procura-va. O que lhe levava flores de trevo apanhadas à beira do caminho para a escola, o que lhe oferecia a bolacha Maria que levava para o lanche, o que gostava de sentar-se nos seus joelhos à hora do recreio, aquele que se oferecia para ficar com ela no fim das aulas, a ajudava a limpar o quadro e a arrumar as carteiras deixadas em desalinho

RICARDO| FÁTIMA BELÉM |

pelos colegas. Ricardo era o me-nino que nunca tinha pressa de ir para casa.Mais tarde, tarde de mais, veio a compreender tudo, a seguir e a encaixar as peças do dia a dia do Ricardo.A entender a preocupação que ele tinha em lhe vender a burra como se fosse urgente encontrar um lar para o animal. Ele, preocupado com a amiga de quatro patas, ele que não tinha um lar.O Ricardo era filho de um casa-mento arranjado pelos pais dos noivos e desfeito pelas dificuldades do dia a dia.O pai partiu para França e a mãe, quando deixou de receber algum dinheiro mandado pelo mari-do, juntou-se a outro homem e procurou melhores dias na Suiça. A criança foi deixada aos cuidados de uma velhota que perdia o conto ao vinho que bebia.Quando, aos seis anos, o Ricardo entrou na escola, vinha sujo, mal vestido e com fome. Foi assinalado e entregue pela Segurança Social a uma família de acolhimento.Bem acolhido era o dinheiro que essa família recebia pelo menino, porque ele tornava-se cada vez mais revoltado, mais difícil de ensi-nar e de conviver. Conversava com a burra, brincava com a burra e dormia com ela quando era posto fora de casa de castigo.

Quando o pai veio de França foi buscá-lo. A vida do Ricardo mudou mas não foi para melhor. Passava vários dias só com o almoço que comia na cantina. Saía da escola, ia para casa e aí ficava sozinho todo o dia. À noite deitava-se e sonhava sonhos lindos. À noite, o Ricardo era feliz. À noite e à hora do recreio, quando contava à professora, sentado nos seus joelhos, os so-nhos que sonhara à noite e os que inventava nas horas de solidão.Numa segunda-feira, pouco antes do Natal, o Ricardo não foi à escola e a notícia ganhou asas:- Sabe, professora, o pai do Ricardo bateu-lhe com um pau. Partiu-lhe um braço e as senhoras da Segu-rança Social levaram-no para um colégio em Santarém. Quando o colégio pediu os documentos do Ricardo, os colegas juntaram-lhe cartas e desenhos. A professora mandou-lhe um sorriso, um cora-ção e perdeu-lhe o rasto.Já no final do ano lectivo disseram-lhe que a mãe o tinha vindo buscar e o levara para a Suíça.Ficou contente pelo Ricardo, com esperança que finalmente tivesse encontrado um lar.Alguns meses depois o seu cora-ção sangrou. A Polícia Judiciária apanhara vários filmes de uma rede internacional de pedofilia. En-tre várias fotos de crianças lá estava ele, o Ricardo.

Page 20: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 200720 Arqueologia

OS DIVERSOS VESTÍGIOS

O espaço físico da freguesia, com 20.06 Km2 e com uma população de 1388 habitantes, é praticamen-te limitado a Oeste pela ribeira da Amoreira e a Este pela ribeira de Rio de Moinhos, ou melhor pela língua de planalto que separa a ribeira de Rio de Moinhos e o vale da Abrançalha e a sua ribeira, ribeiras todas elas desaguando no Tejo, correndo de Norte para Sul. A Norte é ocupada pelo planalto florestado recortado por linhas de água paralelas ás ribeiras anterio-res ou desaguando nelas. A Sul é limitado pelo Tejo em cerca de 3,5 km de largura. Aqui as cotas são mais baixas e com o melhor terreno de cultivo, progredindo suavemente desde os 26/ 28 metros até ás cotas de 60/ 70 metros da base do planalto, que dos cento e poucos metros vai progressivamente aumentan-do de altura à medida que nos deslocamos para Norte, ultrapas-sando raramente os 200 metros. Era pois nos terrenos baixos ou nos planaltos contíguos ao Tejo que a fixação humana era mais promissora. O Tejo constituiria uma receita alimentar inesgotável, aliado certamente à abundante caça que por aqui deambularia entre o planalto e a rica planície aluvial do Tejo. As condições do

VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS - RIO DE MOINHOS (IV)

| ÁLVARO BAPTISTA |

local teriam desde sempre consti-tuído um excelente meio atractivo para a diversa actividade humana. Isso constata-se desde o Paleolí-tico continuando no Holocénico com as diversas comunidades Taganas que ao longo do Tejo deixaram os importantes vestígios de cabanas na Amoreira. Com a progressiva neolitização assiste-se para o Neolítico Final/ Calcolítico Inicial ao surgimento de povoa-dos de altura, como no caso do Alto da Portela III, embora pouco expressivo se comparado com os povoados de Stª Margarida da Coutada e Cova dos Castanheiros (Constância). A rocha com as covi-nhas da Barca de Rio de Moinhos pode já apontar para a existên-cia de um culto a par das Antas, “Cromeleque” e Menir da área de Martinchel e do amplamente representado na Arte Rupestre do Vale do Tejo e até do Pinhal Interior. Para o início da Idade do Bronze nova mutação surge ao nível de povoamento com a implantação do povoamento em áreas baixas como na Pedreira e Carrascal, onde localizámos a antiga Tubucci. O que teria estado na origem desta nova implanta-ção? Um controle mais próximo e efectivo do Tejo, no âmbito dos seus recursos auríferos e dos seus férteis terrenos aluviais? Ao Tejo, vindos por via terrestre pelo

interior do território Norte ou Sul poderiam chegar populações com interesses económicos e influências culturais distintas. Mas também ele era uma excelente rota e corredor natural de progres-são, um excelente meio de comu-nicação entre o litoral e o interior, por onde também facilmente chegariam essas diversas influên-cias culturais, trocas comerciais, como se constata pela conta de colar Fenícia da Pedreira. Mas tam-bém era uma excelente via fluvial de escoamento de produtos do interior para o litoral. A riqueza das areias auríferas (e de outros me-tais) e das conheiras do Tejo e a dos seus afluentes como o Zêzere e Ribeira de Codes poderiam ter estado na origem da nova implan-tação dos povoados da Idade do Bronze. Mas também se constata uma mudança em termos rituais de enterramento, do colectivo das antas para o individual a partir da Idade do Bronze com o surgimen-to de enterramentos em urnas, campos de urnas, cistas ou pos-sivelmente em tumulis, como as vinte recentemente descobertas sobre as vias de Martinchel Carva-lhal e S. Domingos, foz do Codes (inéditas) e quatro no Souto e uma nas Fontes (inéditas). Estes tumulis confirmam a veracidade da nossa via 2 (BATISTA, Á, 2004: 186) acrescentando-se uma nova

Page 21: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007 21Arqueologia

via que talvez vindo de Abrantes pelo Vale dos Beirins passava pela Ribeira da Brunheta ascendendo ao Souto e daí ás Fontes e cer-tamente Maxial e Foz do Codez, ligando assim os diversos povoa-dos. Haverá certamente outros di-versos factores que teriam condu-zido ao colapso desses povoados de altura Calcolíticos. Talvez entre eles a existência de uma cres-cente mutação e hierarquização social, política, económica, senão mesmo problemática, conflituosa e violenta em termos sociais entre as diversas famílias existentes e ali representadas. Talvez se deva tam-bém acrescentar um novo factor de instabilidade social advindo ou do contacto ou da introdução no próprio seio comunitário de uma nova elite de comunidades metalúrgicas e até o do surgir de uma classe guerreira dominadora e controladora do território. Não era só a revolução que a introdu-ção do metal suscitava no seio comunitário, a sua apropriação, mas também as diversas correntes ideológicas de que essas comu-nidades eram portadoras e que se iriam introduzir progressiva-mente no novo seio comunitário

que os recebeu. Talvez toda essa conjuntura tivesse conduzido a uma progressiva instabilidade, desagregação comunitária e abandono por parte de alguns dos seus elementos preponderan-tes (procura de outros territórios?) em benefício de famílias mais bem posicionadas económica e politicamente e por conseguinte dominantes. Faltaria no entanto aqui acrescentar outros factores decorrentes que poderiam ter tido obviamente peso relevante ao nível do povoamento. Como sejam, a taxa de natalidade e mortalidade, período médio de vida e algumas doenças epidémi-cas mortais, para além de anos de más colheitas, mortandades nos rebanhos ou a acção de preda-dores Parece-nos que o período que medeia entre o Calcolítico e o Bronze Final é uma fase de diversa mutação a nível de, reestruturação social, económica e religiosa. Os povoados Calcolíticos como Stª Margarida, Cova dos Castanhei-ros, Souto, Fontes e Maxial não denotam terem ido muito além do Bronze Inicial/ Médio. O único que até ao momento revelou ter tido metalurgia foi o de Stª

Margarida. Qual a razão de estes povoados não irem para além de um Bronze Inicial/ Médio, sendo a sua localização sobre cursos de água importantes, que controla-riam e posicionados sobre áreas de amplos recursos mineiros?A reestruturação social pode ter ocorrido com a chegada das novas elites portadoras do metal e do conhecimento metalúrgico. Talvez sejam essas as figuras da ro-cha 72 do Cachão do Algarve. Essa circunstância poderia ter iniciado e conduzido a um longo e gradual processo de rotura em termos co-munitários, devido à possibilidade de essas elites emblemáticas te-rem progressivamente ascendido ao controle e assumido o poder e a directiva económica e supre-macia social nos povoados. Talvez esse facto tivesse ocasionado o enfraquecimento progressivo da importância das restantes famílias, em prol das novas elites, originan-do assim um abandono progres-sivo de alguns dos seus membros, conduzindo ao enfraquecimento económico do povoado. Por outro lado, as novas elites ao assumirem esse controle, teriam levado à sua rotura e ao novo modelo de

241 881 162 (Comércio)241 881 372 (Residência)

Rua Avelar Machado, 20-242200 Rio de Moinhos ABT

Page 22: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 200722 Arqueologia

AssinaturaNome:________________________________________________________________________Morada:_______________________________________________________________________Código Postal: _________ _____ Localidade: _________________________________________Telefone/Telemóvel:________________________________ Donativo: ___________,_____ euros

(aceita-se cópia deste destacável)

Contacte-nos ou envie este destacável para: Rui André, Praceta Fernando Pessoa, Bloco 35, R/C Dto, Chainça, 2200-145 Abrantes

povoamento de casais agrícolas da Idade do Bronze, tipo Casal do Carvalhal, Olival Comprido, Casa Branca (Alvega), Pedreira e Carrascal. O que indica essa fragmentação? Diversas elites dominantes que as-sumiram um determinado espaço territorial? Ou essa configuração se deveu pelo contrário a uma organização de um único chefe dominante (centrado em algum lugar central tipo «oppidum» de Abrantes), bem posicionado polí-tica, economicamente e com po-der administrativo e organizativo de determinado espaço territorial, que abrangeria as áreas de ambas as margens ribeirinhas do Tejo a jusante até Constância, a mon-tante até Alvega, até ao Codes a Norte e a Oeste até ao Zêzere, controlando assim as conheiras?Essa mutação gradual em termos sociais e até religiosos pode até ser compreendido pela mudança do enterramento colectivo para o individual, mas é bem ilustrado na grandiosidade da Arte Rupes-tre do Vale do Tejo. Basta para isso retermos o olhar nas duas primeiras figuras do estilizado-dinâmico da fase plena Neolítica, a figura humana sustentando um

veado morto da rocha 158 de S. Simão e na associação da figura humana com braços erguidos sustentando o Sol da rocha 126 de Fratel e na da figura conotada com a Idade do Bronze da rocha 1 de Fratel, um antropomorfo com os braços erguidos e pernas cruzadas, na «posição de orante», detendo uma espada atravessada à cintura. Retendo o olhar nos braços levantados desta última figura, poderemos não ver só a representação das mãos, mas algo ainda que elas seguram. Para além das figuras emblemáticas da rocha 72 do Cachão do Algarve e a da «segunda vaga», conotada com uma «…declarada intran-sigência religiosa…», o facto é que estas representações antro-pomórficas denotam um largo período cronológico do Neolítico ao Bronze Final e são reveladoras dessa mutação social, económica e religiosa, durante alguns milé-nios e certamente não só nesta área de contacto do Vale do Tejo. Mas, apesar de toda essa mutação, continua mantendo-se uma mes-ma unidade cultural ao longo do tempo, revelador pela posição de oferta ou de agradecimento a “um ente supremo” imaginário ou invi-

sível. O que muda é o tipo de ofer-ta e a posição do ofertante que no Bronze se torna com o objecto ele próprio figura central individual, em oposição a um agradecimento (talvez até colectivo) pela caça ou pelo Sol, fonte de vida, em que o ofertante é secundário, embora activo e presente. Independentemente da razão que originou o colapso dos povoados de altura Calcolíticos, o facto é que a nova estratégia de implan-tação é agora realizada na base de casais agrícolas ou de aldeias como a Pedreira e o Carrascal, locais esses implantados em cotas baixas, próximo do Tejo e dos seus bons terrenos agrícolas. São estes casais e aldeias que irão definitiva-mente marcar, até à chegada do invasor romano, o tipo de povoa-mento nesta área do Vale do Tejo, excepção para o «oppidum» do Castelo de Abrantes e do povoa-do fortificado do Cabeço das Mós.Estes casais agrários seriam certa-mente auto suficientes e voltados para uma economia cerealífera (testemunhado pela foice de bronze do Vale de Zebro) e uma pastorícia onde os lacticínios e a tecelagem seriam também impor-tantes. (...)

Page 23: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 2007 23Apontamentos

De forma a dar continuidade aos seus objectivos na área social, a As-sociação Juvenil Remoinhos d’Água reuniu cerca de 30 kg de roupa, co-bertores/edredões, e um irradiador a gás. A roupa e os cobertores/edre-dões foram oferecidos à Conferência de São Vicente de Paulo que fez a sua distribuição, enquanto que o irradiador a gás foi oferecido á Igreja de Rio de Moinhos que o utilizará na casa mortuária. A nossa Associação Juvenil tem ainda mais iniciativas planeadas nesta área para este ano.

QUESTÕES SOCIAIS

De acordo com as regras do projecto tampinhas, a As-sociação Juvenil Remoinhos d’Água, efectuou a primeira entrega de tampas de plástico à empre-sa Resitejo, contabili-zando um acumula-do de 110KG.Tendo em conta que é um processo contí-nuo, solicitamos que

continue a colaborar, depositando as suas tampas de plástico nos recipientes colocados em vários locais da freguesia. Obrigado.

PROJECTOTAMPINHAS

CINEMADE ANIMAÇÃO

De 18 a 22 de Dezembro de 2006, decorreu na Sede Social de Rio de Moinhos, o 1º Ciclo de Cinema de Animação, organizado pela Associação Juvenil Remoinhos d’Água. Este even-to, contou com a participação de uma centena de jovens, que se divertiram bastante durante os cinco dias, tornan-do assim esta actividade, num êxito a repetir brevemente.

Em Rio de Moinhos, a Conferência Mista de Santo António da Sociedade de S. Vicente de Paulo, foi fundada a 1 de Novembro

de 1953 pelo Dr Manuel Pádua Ramos.Este movimento Vicentino, em regime de voluntariado, tem por missão desenvolver acções de solidariedade social para com as

pessoas mais carenciadas desta freguesia.Para além da distribuição de bens alimentares vindos do Banco Alimentar, esta Conferência, quando possível, procede à dádiva de um contributo monetário a quem mais precisa. No entanto,

os recursos fi nanceiros são muito escassos não conseguindo dar resposta a todas as necessidades que surgem. Neste momento,

esta organização, vive apenas de colectas e subscritores.

Page 24: O RIOMOINHENSE MAIO 2007 - riodemoinhos.net · A doença do consumismo está cada vez mais visível e pode tornar-se como a droga ... aonde se deixavam os filhos novos para estarem

MAIO 200724 Última

PROCISSÃO DOS PASSOSMais uma vez, cumpriu-se a tradição. As ruas da aldeia vestiram-se de roxo e a Procissão dos Passos saiu à rua no dia 1 de Abril, integrando o habitual e comovente Sermão do Encontro.