“O Romantismo olha o mundo de forma apaixonada e ideal”

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O Romantismo olha o mundo de forma apaixonada e ideal” Higor Souza Sant’Ana Thalita Dias dos Santos

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O Movimento Literário Romantismo português e brasileiro.

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“O Romantismo olha o mundo de forma apaixonada

e ideal”

Higor Souza Sant’AnaThalita Dias dos Santos

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O romantismo é todo um período cultural, artístico e literário que se inicia na Europa no final do século

XVIII, espalhando-se pelo mundo até o final do século XIX.

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O berço do romantismo pode ser considerado três países: Itália, Alemanha e Inglaterra. Porém, na

França, o romantismo ganha força como em nenhum outro país e, através dos artistas franceses, os ideais românticos espalham-se pela Europa e pela América.

Este período foi fortemente influenciado pelos ideais do iluminismo e pela liberdade conquistada na

Revolução Francesa.

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A maior característica do Romantismo era a visão de mundo que se contrapunha ao racionalismo do período

anterior (neoclassicismo). O movimento romântico cultiva uma visão de mundo centrada no indivíduo,

retratando dramas pessoais como tragédias de amor, ideias utópicas, desejos de fugir e amores platônicos ou

impossíveis.

Introdução

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Através da poesia lírica o romantismo ganhou formato na literatura dos séculos XVIII e XIX.

Os poetas românticos usavam e abusavam das metáforas, palavras estrangeiras, frases diretas e

comparações. Os principais temas abordados eram amores platônicos, acontecimentos históricos

nacionais, a morte e seus mistérios.

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As principais obras românticas são:

Cantos e Inocência do poeta inglês William Blake; Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto do alemão Goethe;Baladas Líricas do inglês William Wordsworth e diversas poesias de Lord Byron.

Na França, destaca-se Os Miseráveis de Victor Hugo e Os Três Mosqueteiros de Alexandre Dumas.

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O Romantismo no Brasil

No Brasil, inicia-se em 1836 com a publicação, na França, da Nictheroy - Revista Brasiliense, por Gonçalves de Magalhães. Neste período, nosso país ainda vivia sob a euforia da Independência do Brasil. Os artistas brasileiros buscaram sua fonte de inspiração na natureza e nas questões sociais e políticas do pais. As obras brasileiras valorizavam o amor sofrido, a religiosidade cristã, a exaltação da pátria, a formação histórica do nosso pais e o cotidiano popular.

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Caracteristicas do Romantismo na linguagem brasileira

1ª metade do século XIX;  

1836;

Ênfase no sentimentalismo, amor, poesia;

Subjetivismo;

Descrições subjetivas com adjetivos tentando elevar o objeto descrito;

Mulher idealizada, perfeita, pura;

Amor e outros sentimentos acima de tudo;

Casamento, objetivo do relacionamento amoroso;

Narrativa com enredo de aventuras;

Poesia e prosa;

Linguagem culta, metafórica.

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No ano de 1836 é publicado no Brasil Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães. Esse é considerado o ponto de largada deste período na literatura de nosso país. Essa fase literária foi composta de três gerações:

Domingos José Gonçalves de Magalhães, primeiro e único barão e visconde do Araguaia, foi um médico, professor, diplomata, político, poeta e

ensaísta brasileiro.Tendo participado de missões diplomáticas na França, Itália, Vaticano, Argentina, Uruguai e

Paraguai, além de ter representado a província do Rio Grande do Sul na sexta Assembleia Geral.

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1ª Geração - conhecida também como nacionalista ou indianista, pois os escritores desta fase valorizaram muito os temas nacionais, fatos históricos e a vida do índio, que era apresentado como " bom selvagem" e, portanto, o símbolo cultural do Brasil. Destaca-se nesta fase os seguintes escritores : Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias, Araújo Porto Alegre e Teixeira e Souza.

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2ª Geração - conhecida como Mal do século, Byroniana ou fase ultrarromântica. Os escritores desta época retratavam os temas amorosos levados ao extremo e as poesias são marcadas por um profundo pessimismo, valorização da morte, tristeza e uma visão decadente da vida e da sociedade. Muitos escritores deste período morreram ainda jovens. Podemos destacar os seguintes escritores desta fase : Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.

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3ª Geração - conhecida como geração condoreira, poesia social ou hugoana. Textos marcados por crítica social. Castro Alves, o maior representante desta fase, criticou de forma direta a escravidão no poema Navio Negreiro.

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Trecho do poema O Navio Negreiro

“[...]’Stamos em pleno mar... Doudo no espaço Brinca o luar - dourada borboleta;

E as vagas após ele correm... cansam Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento Os astros saltam como espumas de ouro...

O mar em troca acende as ardentias, - Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos Ali se estreitam num abraço insano,

Azuis, dourados, plácidos, sublimes... Qual dos dous é o céu? qual o oceano?... 'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas

Ao quente arfar das virações marinhas, Veleiro brigue corre à flor dos mares,

Como roçam na vaga as andorinhas [...]

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Enquanto isso, na prosa romântica, iniciava-se, de fato, a produção de prosa literária no Brasil. Neste campo, o romantismo se dividiu por tendências, sendo elas:

Romance Urbano;Romance Regionalista;Romance Histórico;Romance Indianista.

Já em relação aos aspectos formais, a literatura romântica é desvinculada dos padrões do Classicismo, caracterizando-se pelo verso livre, sem métrica e pelo verso branco, sem rima.

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•Romance Urbano - ligava-se à vida social, principalmente no Rio de Janeiro, descrevendo os tipos humanos encontrados naquela sociedade.

•Romance Regionalista (sertanejo) - demonstrava atração pelo pitoresco e tinha como principal característica a retratação da vida no interior do Brasil, seus hábitos, seu modo de falar, etc.

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•Romance Histórico - tratou-se de uma revalorização do passado, trazendo ao romance personagens da nossa história, retratando-os de modo nacionalista.

•Romance Indianista - por fim, porém não menos importante, há o romance indianista, que teve como maior representante o romancista José de Alencar, e como característica a idealização do índio, como herói brasileiro, nobre e valente.

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Além destas, há outras características tipicamente românticas, como o nacionalismo, o ufanismo, a

religiosidade, a evasão, a idealização da realidade e do ser amado, o escapismo e o culto à natureza.

Características como o subjetivismo e o sentimentalismo não podem ser separadas da

estética romântica, pois estiveram presentes em toda ela, tanto na prosa, quanto na poesia.

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Principais Poetas do Romantismo

Gonçalves MagalhãesGonçalves Dias

Álvares de AzevedoCasimiro de Abreu

Junqueira FreireCastro Alves

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Gonçalves Magalhães

Domingos José Gonçalves de Magalhães nasceu no Rio de Janeiro, em 1811, e morreu em Roma, em 1882. Teve importância histórica na introdução da estética romântica e na batalha pela reforma nacionalista da literatura brasileira.

OBRAS:

-Poesia lírica: “Suspiros Poéticos e Saudades" (1836);-Poesia épica: “A Confederação dos Tamoios"  (1856);         “Os Mistérios” (1858);                    “Cânticos Fúnebres” (1864);-Novela: “Amância” (1844);-Teatro: “Antônio José ou O Poeta e a Inquisição” (1838).

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A Beleza – Gonçalves Magalhães

Oh Beleza! Oh potência invencível,Que na terra despótica imperas;Se vibras teus olhosQuais duas esferas,Quem resiste a teu fogo terrível?

Oh Beleza! Oh celeste harmonia,Doce aroma, que as almas fascina;Se exalas suaveTua voz divina,Tudo, tudo a teus pés se extasia.

A velhice, do mundo cansada,A teu mando resiste somente;Porém que te importaA voz impotente,Que se perde, sem ser escutada?

Diga embora que o teu juramentoNão merece a menor confiança;Que a tua firmezaEstá só na mudança;Que os teus votos são folhas ao vento.

Tudo sei; mas se tu te mostraresAnte mim como um astro radiante,De tudo esquecido,Nesse mesmo instante,Farei tudo o que tu me ordenares.

Se até hoje remisso não ardeEm teu fogo amoroso meu peito,De estóica durezaNão é isto efeito;Teu vassalo serei cedo ou tarde.

Infeliz tenho sido até agora,Que a meus olhos te mostras severa;Nem gozo a ventura,Que goza uma fera;Entretanto ninguém mais te adora.

Eu te adoro como o anjo celeste,Que da vida os tormentos acalma;Oh vida da vida,Oh alma desta alma,Um teu riso sequer me não deste!

Minha lira que triste ressoa,Minha lira por ti desprezada,Assim mesmo triste,Assim malfadada,Teu poder, teus encantos pregoa.

Oh Beleza, meus dias bafeja,Em teu fogo minha alma devora;Verás de que modoMeu peito te adora,E que incenso ofertar-te deseja.

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Gonçalves Dias

Antônio Gonçalves Dias, nasceu em 1823, em Caxias, no Maranhão e morreu no naufrágio do Ville Boulogne, em 1864.

O índio em seus poemas é interpretado como um herói num cenário vivo e exuberante. Ao lado da poesia indianista, escreveu ainda belas páginas líricas.

OBRAS:-Poesia: "Primeiros Cantos" (1846); "Segundos Cantos e Sextilhas de frei Antão"(1848); "Últimos Cantos" (1851); "Os Timbiras" (1857).-Teatro: "Beatriz Cenci" (1843); "Leonor de Mendonça" (1847); "Boabdil" (1850).-Outros Gêneros: "Memórias de Agapito Goiaba (1841); "Dicionário da língua tupi" (1858).

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Canção do Exílio – Gonçalves Dias

Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;As aves, que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,Nossas várzeas têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o sabiá.

Minha terra tem primores,Que tais não encontro eu cá;Em cismar - sozinho, à noite -Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,Sem que eu volte para lá;Sem que desfrute os primoresQue não encontro por cá;Sem qu'inda aviste as palmeiras,Onde canta o Sabiá

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Álvares de Azevedo

Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo (1831) e morreu no Rio de Janeiro (1852).A obra poética de Álvares de Azevedo marca-se pelo exagerado subjetivismo, que leva o poeta a ver o amor e a felicidade como coisas inatingíveis. A depressão, o devaneio e a ideia de morte aparecem com frequência.

OBRAS:

-Poesia: “Lira dos Vinte Anos” (1853);              ”O Conde Lopo” (1866);-Conto:  “Noite na Taverna” ( 1855).-Teatro: “Macário” (1855).

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Se se morre de amor – Álvares de Azevedo

Se se morre de amor! - Não, não se se morre,Quando é fascinação que nos surpreendeDe ruidoso sarau entre os festejos;Quando luzes, calor, orquestra e floresAssomos de prazer nos raiam n'alma,Que embelezada e solta em tal ambienteNo que ouve, e no que vê prazer alcança!

Simpáticas feições, cintura breve,Graciosa postura, porte airoso,Uma fita, uma flor entre os cabelos,Um quê mal definido, acaso podemNum engano d'amor arrebatar-nos.Mas isso amor não é; isso é delírio,

Ao somfinal da orquestra, ao derradeiroClarão, que as luzes no morrer despedem:Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,D'amor igual ninguém sucumbe à perda.

Amor é vida; é ter constantementeAlma, sentidos, coração - abertosAo grande, ao belo; é ser capaz d'extremos,D'altas virtudes, té capaz de crimes!Compr'ender o infinito, a imensidade,E a natureza e Deus; gostar dos camposD'aves, flores, murmúrios solitários;Buscar tristeza, a soledade, o ermo,E ter o coração em riso e festa;E à branda festa, ao riso da nossa almaFontes de pranto intercalar sem custo;Conhecer o prazer e a desventuraNo mesmo tempo, e ser no mesmo pontoO ditoso, o misérrimo dos entes:Isso é amor, e desse amor se morre!

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Casimiro de Abreu

Casimiro José Marques de Abreu nasceu em Barra de São João- RJ, em 1839, e morreu em Nova Friburgo, também no Rio, em 1860. Criou poemas que refletem em parte sua vida agitada e de fantasias, seus temas preferidos foram o amor lírico e a saudade. Viveu algum tempo em Portugal, e este fato o levou a criar poemas saudosistas.

OBRAS:-Poesia: “Primaveras” (1859)-Teatro: “Camões e o Jau” (1856)-Prosa Poética: “A virgem loura Páginas do coração” (1857)-Romance: “Carolina” (1856) “Camila” (inacabado) (1856)

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Meus Oito Anos – Casimiro de Abreu

Oh! souvenirs! printemps! aurores! (V.Hugo)(Oh! lembranças! primaveras! auroras!)

Oh! que saudades que tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais!Que amor, que sonhos, que flores,Naquelas tardes fagueirasÀ sombra das bananeiras,Debaixo dos laranjais!

Como são belos os diasDo despontar da existência!- Respira a alma inocênciaComo perfumes a flor;O mar é - lago sereno,O céu - um manto azulado,O mundo - um sonho dourado,A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,Que noites de melodiaNaquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar!O céu bordado d'estrelas,A terra de aromas cheia,As ondas beijando a areia!E a lua beijando o mar!

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Junqueira Freire

Luís José Junqueira Freire nasceu em Salvador, em 1832, e faleceu em 1855. Tendo professado na Ordem de São Bento, abandona o hábito e dedica-se à obra literária.Os principais temas abordados em suas poesias, são a morte, a sede de infinito, a angústia da vida e a religião e filosofia como apoios da existência.

OBRAS:

-“Inspirações do Claustro” (1855)“Elementos de Retórica Nacional” (1869)

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O Arranco da Morte – Junqueira Freire

Pesa-me a vida já. Força de bronzeOs desmaiados braços me pendura.Ah! já não pode o espírito cansadoSustentar a matéria.

Eu morro, eu morro. A matutina brisaJá não me arranca um riso. A rósea tardeJá não me doura as descoradas faces,Que gélidas se encovam.

O noturno crepúsculo caindoJá não me lembra o escurecido bosqueOnde me espera a meditar prazeresA bela que eu amava.

A meia-noite já não traz-me em sonhosAs formas dela -desejos e lânguida-Ao pé do leito, recostada em cheio  Sobre meus braços ávidos.

A cada instante o coração vencidoDiminui um palpite; o sangue, o sangue.Que nas artérias férvido corria,Arroxa-se e congela.

Ah! é chegada a minha hora extrema!Vai o meu corpo dissolver-se em cinza;Já não podia sustentar mais tempoO espírito tão puro.

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Castro Alves

Antônio Frederico Castro Alves nasceu em Curralinho, na Bahia, em 1847. Morreu em pleno fulgor da vida e da carreira, em 1871, em Salvador, vítima de tuberculose.

Destacou-se como Poeta Social, Poeta Lírico- -Amoroso e Poeta da Natureza.Seus versos eram inflamados e repletos de ousadas metáforas, havia também muita arte e expressividade.

OBRAS:

- “A Cachoeira de Paulo Afonso” (1876)- “Os Escravos” (1883) - “Hinos do Equador” (1921) - “Navio Negreiro” (1869) - “Tragédia no lar” 

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O Adeus de Teresa – Castro Alves

A vez primeira que eu Teresa,Como as plantas que arrasta a correnteza,A valsa nos levou nos giros seus...E amamos juntos... E depois na sala- Adeus! - eu disse-lhe a tremer co'a fala...

E ela, corando, murmurou-me: "Adeus".

Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...E da alcova saía um cavaleiroInda beijando uma mulher sem véus...Era eu... Era a pálida Teresa!- Adeus! - lhe disse conservando-a presa...

E ela entre beijos murmurou-me: "Adeus".

Passaram-se tempos... séc'los de delírio,Prazeres divinais... gozos do Empíreo...... Mas um dia volvi aos lares meus.Partindo eu disse: - "Voltarei!... descansa!..."Ela, chorando mais que uma criança,

Ela em soluços murmurou-me: "Adeus"!

Quando voltei... era o palácio em festa!...E a voz d'Ela e de um homem lá na orquestraPreenchiam de amor o azul dos céus.Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!Foi a última vez que eu vi Teresa!...

E ela arquejando murmurou-me: "Adeus"!