O Sábado Judaico e o Domingo...

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O SÁBADO JUDAICO e o DOMINGO CRISTÃO

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O SÁBADO JUDAICO e o

DOMINGO CRISTÃO

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EDMAR BARCELLOS

O SÁBADO JUDAICO e o

DOMINGO CRISTÃO

PROJECTOEDITORIAL

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© 2002 Edmar BarcellosTodos os direitos desta edição reservados ao autor

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA

Livraria SuspensaPREPARAÇÃO

Vanderlei VelosoCAPA

Tarcisio FerreiraREVISÃO

Alda Monteiro CapistranoLuzelúcia Ribeiro da Silva

EDITOR

Reivaldo Vinas

BARCELLOS, Edmar.O sábado judaico e o domingo cristão. Brasília: Projecto

Editorial, 2002.

Ilustrada.

132p.

ISBN 85-88401-04-5

1. Teologia. I. Título

CDD 869.935

Projecto Editorial Ltda.Brasília Shopping – SCN – Q. 05 – Bl. A – Sl. 1.304 – Torre Sul

Brasília-DF – Tel.: (0xx61) 328-3804/328-3962 – CEP 70715-900

PROJECTOEDITORIAL

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Paraminha esposa Maria Helena (Marlene)

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“Estando, pois, os filhos de Israel no deserto,acharam um homem apanhando lenha no dia desábado (...). Então toda a congregação o tiroupara fora do arraial, com pedras, e oapedrejaram, e morreu, como o SENHORordenara a Moisés.”(Nm 15:32, 36)

O sábado judaicoO sábado judaico

“A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-secabeça de esquina. Foi o Senhor quefez isto e é coisa maravilhosa aos nossos olhos!Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos ealegremo-nos Nele!”(Sl 118.22-24)

O domingo cristãoO domingo cristão

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Agradecimentos

“Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamen-to; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas,sempre e eternamente.”

(Dn 12.3)

À minha querida esposa Marlene, anjo protetor, cujo amor, indul-gência e equilíbrio abençoam minha vida há mais de 50 anos.

Aos meus filhos, Daniel Fidelis, Apolo, Paulo Tide e André Luiz,pelo apoio e estímulo.

Às minhas filhas, Ana Maria e Débora, exemplos de conduta cris-tã, porque me deram mais dois filhos, quando se casaram, respecti-vamente, com Pedro Luiz Cortezi Botelho e Bezaliel Duarte Pereira,dois abençoados servos de Deus, hoje pastores que muito me aju-dam nos estudos bíblicos, com suas abalizadas críticas e com oslivros que me recomendam, fazem comprar, ou presenteiam.

Ao pastor Antônio Gilberto, egrégio ensinador, por seu estímulo.Ao pastor Elizeu Menezes de Oliveira, grande médico e garimpeiro espi-

ritual, benemérito restaurador de trabalhos enfermiços e formador de Obreiros.Ao pastor Sóstenes Apolos da Silva, amigo do jejum e da oração,

exemplo raro de desinteresse pelos bens materiais que, tendo a ida-de de ser meu filho, tem sido um pai para mim.

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Ao dileto pastor Gedalias Neves da Costa e a seu filho Bruno,pela inestimável ajuda na composição e publicação deste trabalho.

À querida irmã Áurea Lima Pereira, exemplo de coragem e lide-rança, cujo apoio, entusiasmo e persistência muito contribuíram paraesta publicação.

À culta e prendada Luzelúcia Ribeiro da Silva e à Alda MonteiroCapistrano, pela dedicação com que revisaram este livro.

Ao Dr. Reivaldo Vinas que prestimosa e pacientemente tornoupossível a publicação deste trabalho.

E, acima de tudo e de todos, Graças a Deus por haver-me chama-do para os seus caminhos e concedido a oportunidade de publicareste trabalho, que ofereço a todos os que querem crescer no conheci-mento e na graça de nosso Senhor Jesus Cristo.

In memoriam

Ao papai e à mamãe (meus avós paternos) e às minhas queri-das tias, cujo amor, exemplo e orações abençoaram minha vidadesde os primeiros passos até o dia de hoje.

Ao saudoso pastor Natanael Cortês e ao presbítero Érico de PaivaMota (presbiterianos que, na minha infância, muito me influenciaramno estudo das Sagradas Letras).

Ao pastor José Teixeira Rego, Patriarca, cuja sinceridade e in-transigência forjaram o caráter impoluto de centenas de jovens as-sembleianos.

Ao pastor Luiz Bezerra da Costa, pacificador emérito e amigo atoda prova, exemplo de mansidão.

Edmar Cunha de Barcellos

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Ênfase e Lógica contraas Heresias

Joanyr de Oliveira

Pesquisador infatigável, sempre a transitar com desenvol-tura no universo da cultura religiosa, o pastor e mestre Ed-mar Cunha de Barcellos enriquece a literatura bíblica comeste O Sábado Judaico e o Domingo Cristão.

Porque habilitado a recorrer às línguas dos originais, a diri-mir dúvidas à luz do grego e do hebraico, sua palavra é abali-zada, absolutamente confiável. Assim, independendo da in-gerência de tradutores (protegido, portanto, do lamentáveltraduttore, tradittori...), o escritor dispõe sua exposição, sua ên-fase, sua lógica em bases muito sólidas.

Nestes dias de desenfreada proliferação de heresias, é opor-tuníssima a edição de O Sábado Judaico e o Domingo Cristão. Osneojudaízantes, os incontáveis formuladores de heresias, ouresponsáveis pela sua ressurreição defrontam-se com a con-sistência deste livro de afirmações incontestáveis. As doutri-nas dos crentes propensos ao mediunismo – alguns desseslíderes tidos como evangélicos, mas dados ao sincretismo, estãopor aí, a disseminar até na TV suas venenosas sementes –, asficções sobre vida espiritual nos planetas, passadas aos ingê-nuos como verdade, e outras “teses” falsas, caem como pul-verizadas máscaras à leitura desta obra.

Aqui, Edmar Barcellos deixa bem clara a importância (paraos judeus) do Sabath, e esclarece não haver por que ter com-promisso com ele.

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Qual a origem dessa importante instituição?Franz Delitzch, biblicista protestante, entende que o Sa-

bath é mera adaptação do festival babilônico da lua cheia(Shabatu ou Shabatu); Apion, que viveu no séc. I, e é clas-sificado por Nathan Ausubil (Biblioteca de Cultura Judai-ca) como “provocador”, vem com esta: “Tendo os judeuscaminhado seis dias no deserto, ficaram com ínguas (nasvirilhas), e por isso descansaram no sétimo dia... e chama-ram a esse dia de Sabath, pois que aquela doença (de ín-guas) nas virilhas era chamada sabatosis pelos egípcios”(BCJ, p. 661).

Mas a Bíblia não deixa dúvidas a esse respeito: “É umsinal entre mim e os filhos de Israel, para sempre” (Êx 31.17).Com que objetivo? Para a memória de fatos extraordinários:“Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito eque o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte... peloque o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia desábado” (Dt S. 15)

Portanto, o Sabath evoca um acontecimento da maior sig-nificação para os judeus, mas que para nós nada significa.Nem histórica nem espiritualmente.

Nesta obra relacionam-se os livros e versículos do NovoTestamento que reiteram as determinações concernentesaos Dez Mandamentos. São vários – e nem um, sequer,referenda a guarda do quarto mandamento, do sábado.Observa o escritor, a respeito: “Sem repetição, somentecensuras!”

Tendo em vista o seu valor, O Sábado Judaico e o Domingo Cris-tão merece ser levado a todos: os que ouvem a voz de São Pau-lo sobre os ventos de doutrinas dos últimos tempos e aos que

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supervalorizam o sábado, para que se compenetrem do equí-voco em que incorrem e mudem os rumos de seus passos.

Joanyr de Oliveira é poeta várias vezes premiado, noBrasil e no exterior. Laureado, em 1962, (a ComissãoJulgadora estava integrada por Manuel Bandeira e ou-tros), como “Grande Poeta de Brasília”.

Pastor, advogado, contista, cronista e jornalista. Foidiretor de Publicações da CPAD e fundador de revistasevangélicas. Membro de importantes entidades cultu-rais. Autor de vários livros, principalmente de poesia, in-clusive a primeira obra literária editada no DF – Poetasde Brasília, antologia, 1962. É um dos escritores evan-gélicos cujo nome é citado em enciclopédias como aGrande Enciclopédia Delta Larousse. (Edição de 1972,volume 11 p. 4920).

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S U M Á R I O

O sábado judaico ................................................................................. 7O domingo cristão ............................................................................... 7Agradecimentos .................................................................................... 9Ênfase e Lógica contra as Heresias .............................................. 11Introdução .............................................................................................. 17I – Cisternas rotas ............................................................................... 21

1. Psicografia gospel ou espiritismo evangélico ........................... 23Decepcionante paradoxo ........................................................... 30

2. Judaizantes modernos .................................................................. 31II – As divisões do tempo ................................................................. 35

O calendário ....................................................................................... 35III – O Sábado Judaico ..................................................................... 39

Na escravidão, os israelitas não tinham sábado ........................... 41Sábado: um sinal identificador do povo de Israel ...................... 43Os sinais identificadores da Igreja de Cristo ................................ 45O sábado: um tipo de Cristo .......................................................... 46O árduo plano de Deus para nossa salvação .............................. 48O declínio do sábado judaico ......................................................... 53Caracteres cerimoniais do sábado .................................................. 56

IV – Lei, Lei Moral, Lei Cerimonial, Lei de Deuse Lei de Moisés .................................................................................... 63

1. Lei .................................................................................................... 632. Lei Moral ........................................................................................ 653. Lei Cerimonial ............................................................................... 684. Lei de Deus, Lei de Moisés ........................................................ 705. A Lei como uma “dispensação” ................................................ 71

A Lei .............................................................................................. 746. A Lei e a Graça ............................................................................. 74

V – Anomia x Legalismo ................................................................... 75Lei da Fé, Lei de Cristo, Lei do Espírito de Vidaou Lei da Liberdade ......................................................................... 75

VI – O domingo cristão ..................................................................... 811. O primeiro domingo da história ............................................... 81

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2. A ressurreição de Jesus Cristo e o domingo ........................... 823. A origem da palavra “Domingo” ............................................. 874. Resgatando verdades históricas .................................................. 945. Odres novos para o vinho novo ............................................... 976. O domingo foi prefigurado na Lei ........................................... 1027. Domingo: dia do Nascimento da Igreja .................................. 1048. Domingo, Dia de Jesus, Dia da Igreja ...................................... 1059. Domingo, o principal dia da semana ........................................ 107

VII – Breves respostas aos argumentos adventistassobre o sétimo dia ................................................................................ 111

1. Devem os cristãos guardar o sábado do sétimo dia? ............ 1112. Por que só os israelitas devem guardar o sábado,e não também os cristãos? ............................................................... 1113. As festas judaicas (os sábados anuais) é que cessaram,mas não o sábado semanal .............................................................. 1124. Por que considerar as festas judaicas e o sábadocomo figuras ou sombras? .............................................................. 1125. O sábado está na “Lei Moral”, a lei das tábuas de pedra,e por isso deve ser guardado .......................................................... 1136. Por que dizer que a guarda do sábado do sétimo dia éum mandamento cerimonial? .......................................................... 1147. O sábado é tão importante que foi mencionado 60 vezesno Novo Testamento ....................................................................... 1158. As mulheres repousaram no sábado, conformeo mandamento (Lc 23.56). Isso prova que o sábadoera guardado nos anos 60, quando Lucas escreveuo seu Evangelho ................................................................................ 1169. Jesus, sabendo que o sábado seria guardado depois dasua ressurreição, disse: ....................................................................... 11710. O apóstolo Paulo pregava aos sábadosnas sinagogas (Atos 13:44) ............................................................... 11911. O santo sábado será observado na Nova Terrapor toda a eternidade ....................................................................... 12112. Por que os judeus queriam matar Jesus? ................................. 122

VIII – Bibliografia ............................................................................... 125(Textos dos originais hebraicos, gregos e latinos) ........................ 125Versões Católicas da Bíblia .............................................................. 125Versões Evangélicas da Bíblia ......................................................... 126

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Introdução

IntroduçãoIntrodução

“Ninguém vos prive do prêmio, afetando humildade ou culto aosanjos, baseando-se em visões, enfatuado... na sua mente carnal.”

(Cl 2.18)

Embora muito já se tenha escrito sobre a guarda da lei edo sábado, julgamos oportuna uma nova análise do assunto,em vista dos muitos questionamentos que vimos recebendode nossos alunos, de crentes e até de não-evangélicos sobreprogramas de televisão em que são apresentadas revelações deanjos, legalismo sabático e algumas modernices como se fossemverdades bíblicas.

Queremos oferecer aqui subsídios esclarecedores, num es-tudo sincero e tão profundo quanto possível, sobre esses en-sinos que não aceitamos, e sobre o que cremos e ensinamosacerca desses assuntos, como a Palavra de Deus recomenda:

“Estai sempre dispostos a justificar vossa esperança peranteaqueles que dela vos pedem conta. Mas fazei-o com mansidão erespeito, com uma boa consciência” (1 Pd 3.15, 6. Tradução Ecu-mênica da Bíblia).

Paulo nos admoesta a “não irmos além do que estáescrito” (1 Co 4.6) e adverte-nos severamente contra qualquerdoutrina diferente da que ele ensinou.

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“Estou admirado de vocês estarem abandonando, tão depressa,aquele que os chamou por meio da graça de Cristo para outro evan-gelho. Na realidade, porém, não existe outro evangelho. Há somentepessoas que estão semeando confusão entre vocês e querem detur-par o evangelho de Cristo. Maldito aquele que anunciar a vocês umevangelho diferente daquele que anunciamos, ainda que sejamosnós mesmos ou algum anjo do céu. Já dissemos antes e agora repe-timos: maldito seja quem anunciar um evangelho diferente daqueleque vocês receberam” (Gl 1.6-9. Bíblia Pastoral Católica).

Usaremos, basicamente, as versões de Almeida Revista eCorrigida (ARC) e Almeida Revista e Atualizada (ARA). Quan-do oportuno, citaremos qualquer outra tradução que nos pa-recer mais adequada ao tema estudado, cuidando de jamaisferir o sentido do texto original. As citações serão destacadas,buscando-se obter maior atenção para o texto em foco.

Rogamos ao leitor que faça uma consulta cuidadosa àscitações nas notas de rodapé. Elas foram, criteriosamen-te, extraídas de livros e de documentos cuja cópia pode-remos enviar aos interessados, arcando estes com os cus-tos correspondentes.

Pedimos ao Senhor Jesus que nos inspire na exposiçãodos assuntos aqui apresentados e que ilumine os leitores,para que recebam a edificação e os esclarecimentos que tan-to lhes desejamos.

Cremos que os cristãos têm o direito de comer ou nãocomer o alimento que quiserem e de guardar ou de não guar-dar o dia que quiserem, segundo deixa bem claro a Bíblia,quando diz:

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“Acolhei o fraco na fé sem querer discutir suas opiniões. Um,acha que pode comer de tudo; outro, que é fraco, come legumes...Quem és tu que julgas o servo alheio?... Há quem faça diferençaentre dia e dia e há quem ache todos os dias iguais; cada umsiga sua convicção” (Rm 14.1-5, Bíblia de Jerusalém).

Quem ousaria condenar carnívoros ou vegetarianos, saba-tistas ou dominguistas, depois de ler tão explícita declaraçãoda liberdade cristã, registrada por Paulo, o maior teólogo daBíblia?

Não obstante, procuraremos refutar os argumentos da Se-nhora Ellen G. White,1 recentemente plagiados, repetidos eampliados nos programas de televisão, bem como alguns ou-tros tópicos e práticas estranhas ao Evangelho.

Embora saibamos que as pessoas só crêem no que queremacreditar, esperamos que o leitor faça como os discípulos deBereia, que “examinavam cada dia nas Escrituras para ver setudo era exato” (At 17.11).

Cremos que são maiores os motivos que nos devemunir do que os que nos separam! Repetimos, pois comAgostinho:

“Nas coisas essenciais, unanimidade; nas coisas não essenciais,diversidade; e, em todas as coisas, amor!”.2

1 Ellen G. White foi profetisa, vidente e continuadora do adventismode William Miller, depois que ele reconheceu o seu engano em ter mar-cado, erradamente, por três vezes seguidas, a data da segunda vindade Cristo.

2 Agostinho, (354-430 d.C.), o maior teólogo cristão depois de Paulo,também chamado de “O santo protestante”.

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I – Cisternas rotasI – Cisternas rotas

“Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai estupefatos,diz o SENHOR. ‘O meu povo fez duas maldades: a mim me deixa-ram’, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas,cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jr 2.12, 13).

Glorificamos a Deus pela liberdade de imprensa e de pen-samento de que gozamos no Brasil.

Lamentamos, porém, que alguém aproveite essa liber-dade para exibir pela TV e nos púlpitos (às vezes, rebai-xados à condição de palcos) grotescos espetáculos, “estudosbíblicos distorcidos, legalismo e revelações de anjos”, numsincretismo incompatível com a nobreza e a dignidadedo Evangelho.

Agravando essas confusões midiúnicas,3 uma telepastora,dantes querida e admirada, surpreendeu o povo evangéli-co abandonando a simplicidade da doutrina que pregava,introduzindo em seus programas estranhas inovações que,a nosso ver, não passam de deploráveis cisternas rotas. Ci-temos dois exemplos:

3 “Midiúnicas”. Propomos este neologismo porque o uso da mídia naapresentação das modernices teológicas tem apresentado estreitas se-melhanças com as revelações “mediúnicas” do espiritismo.

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1.º Prestigia modernos “videntes”, chegando até a tra-duzir e a recomendar a leitura do livro de um certo rev.Elwood Scott (Paraíso: a cidade santa e a glória do Trono. Ed.Palavra da Fé Produções, 1992), supostamente “ditado peloespírito de um judeu falecido na Noruega”, um tal “SênecaSodi”, que é um verdadeiro plágio dos livros espíritas.

(Orientar-se pelas revelações de anjos ou “espíritos aureo-lados de luz” feitas a modernos videntes é envolver-se nummisticismo danoso, estranho ao Evangelho e característicodo espiritismo.)

2.° Passou a guardar o sábado e a comemorar festas judaicas,abandonou a sua Igreja de origem, criando uma nova “igre-ja”, baseada em suas novas e ilusórias convicções.

(Pregar a guarda de dias e de festas judaicas é, a nosso ver,cair da Graça para voltar à lei.)

Problema semelhante ocorreu nas igrejas da Galácia, quan-do Paulo escreveu:

“Ninguém vos prive do prêmio afetando humildade ou culto aos an-jos, baseando-se em visões, enfatuado na sua mente carnal” (Cl 2.18).

“Mas agora, conhecendo a Deus, ou antes, sendo conhecidospor Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e po-bres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, etempos, e anos” (Gl 4.10).

“Só quero saber isto de vós: foi por obras da lei que recebestes oEspírito ou pelo ouvir com fé? Sois vós tão insensatos que, tendocomeçado pelo Espírito, quereis agora terminar pela carne?” (Gl 3.2, 3).

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Esses dois erros, acima mencionados, encaixam-se no textoque encabeça este capítulo:

“O meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manan-cial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que nãoretêm as águas” (Jr 2.13).

Realmente, legalismo e espiritismo são duas “cisternas rotasque não retêm as águas vivas”. Apenas acumulam águas poluí-das, contaminadas, venenos mortais para quem as utiliza.

1. Psicografia gospel ou espiritismo evangélico

“A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos? À lei e aotestemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verãoa alva”4 (Is 8.19, 20).

Recomendar a leitura de um livro ditado pelo espírito de um mortoé fazer o que Deus proibiu! Quem lê a mensagem de alguém quejá morreu está consultando um morto! E o que diz a Bíblia?

“À lei e o testemunho”, isto é, o que devemos consultar éa “Palavra de Deus”, onde encontramos esta grave proibição:“Entre ti se não achará (...) quem consulte um espírito adivi-nhante, nem mágico, nem quem consulte os mortos, pois todo aqueleque faz tal coisa é abominação ao Senhor” (Dt. 18.11,12).

4 A “Estrela d’alva”; um dos nomes de Jesus: “Eu sou (...) a resplan-decente Estrela da manhã”. (Ap 22:16).

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Afirma Scott que o livro que ele escreveu foi “ditado” e“corrigido” pelo “espírito” de um judeu, “Sêneca Sodi”, quelhe apareceu aureolado de luz e lhe fez esta proposta:

“Se consentes em servir ao propósito para o qual te tenho buscado,proferirei uma favorecida bênção do santo (sic) sobre ti”.

Scott respondeu que obedeceria a qualquer pedido razoá-vel que ele lhe fizesse:

“Então escreverás uma mensagem por mim, para o povo” (p. 1 e 2).

Sêneca Sodi descreveu, a seguir, como morrera e comovira “três anjos como que embalsamando o seu corpo”, apóso que ele subiu ao céu “numa carruagem de ouro cujos mo-toristas eram dois anjos” (p. 3, 4).

Transcreveremos abaixo declarações fabulosas desse supos-to “espírito desencarnado”, dos seus “anjos motoristas”, deoutros “anjos” e de falecidos personagens, bíblicos ou imaginários.

“Tão logo tomei assento na carruagem, descobri que podia falarcom os anjos em perfeita liberdade (...). Eles, então, me garantiramque teríamos uma jornada segura ao Lar Celestial.

Agora perguntei: sois realmente anjos de Deus? ‘Verdadeiramentesomos’ (...). ‘Oh’, disse o condutor da carruagem, ‘não precisas tertemores; conduzir-te-ei em segurança ao teu lar eterno’ (p. 5, 6 e 7).

Nós havíamos desfrutado de muitos preciosos encontros (...)quando, inesperadamente, Miguel, um dos principais anjos, e Jehuco,

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o ágil cocheiro, trouxeram a carruagem para o nosso lado, e aqueledisse que nós éramos chamados para irmos imediatamente à Terra.Em mais um momento, suas cidades, vilas, montanhas e rios noseram visíveis. A essa altura, Miguel disse a Jehuco: – Diminui avelocidade e dirige a carruagem passando pelo Monte Nebo (...).Num momento mais, as rodas da carruagem estavam pousando nocume do monte” (p. 56-58).

Espíritos desencarnados voltando à Terra para fazer tu-rismo e revelações são coisa do espiritismo e anjos motoris-tas dirigindo carruagens de ouro são invencionice exclusivadessa nova seita.

Um falso Moisés que os acompanhava disse esta pomposabobagem ao descer no monte Nebo:

“Muito antes da sua encarnação, Ele (Jesus) era a luz do mundoe estava com sua Igreja na Terra” (p. 58).

Não existia igreja na Terra antes de Jesus encarnar-se! Je-sus disse, já encarnado, na Terra:

“Também eu te digo: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei [overbo está no futuro!] a minha igreja” (Mt 16.18).

Leiamos, agora, uma velhaca tentativa de subestimar a Sal-vação em Cristo, neste episódio mitológico: (Uma alma “meiosalva”(!?) não pôde entrar no Paraíso, porque ainda precisavafazer certos avanços):

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“Naquele momento, eu vi uma senhora sair de uma carruagem. Pare-cia tão desnorteada que se afundou quando um dos atendentes aproxi-mou-se dela... – Oh, meu Deus! Não sou digna nem estou preparadapara esta glória. Oh! Posso algum dia endireitar-me com Deus?... Oh!Essas vestes brancas, esses cálices de ouro, árvores da vida e floresexuberantes!... – Foste salva, minha filha, disse o seu atendente, comopelo fogo, porque não eras uma fiel serva de Deus. (...) Avanços quedeveriam ter sido feitos no mundo, terão de ocorrer aqui, antes quepossas entrar nos portões da Cidade, ou ver a reluzente glória do murode jaspe. Vem comigo e assistir-te-ei no conhecimento mais profundode Cristo, sua salvação eterna e seu Reino” (p. 11, 12).

Esse tipo de “aperfeiçoamento para que as almas possamentrar no céu” é ensino espírita, pelo processo da reencarnação, edoutrina católica romana, mediante o sofrimento no purgatório.

Jesus disse ao ladrão arrependido que o aceitou comoSalvador: “Em verdade te digo: hoje estarás comigo noParaíso”. O ladrão foi salvo sem precisar fazer qualquer“avanço” para entrar no Paraíso. (Lc 23.43.)

A salvação em Cristo é total, completa, perfeita; nada lhepodemos acrescentar.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vemde vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém seglorie” (Ef 2.8-9 ARC).

Ao ler as fantasias do livro Paraíso, a cidade santa e a glória doTrono, lembramo-nos de outro livro, A vida no planeta Marte,5

5 MAES, Hercílio. A vida no planeta Marte. 9. ed. LFEB, 1987.

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reeditado muitas vezes e também ditado por um espírito aureola-do de luz, “Ramatis”, segundo afirma o médium psicógrafo Her-cílio Maes (p. 3).

Eis algumas lorotas mirabolantes de Ramatis sobre umasupercivilização humana em Marte:

PERGUNTA: Marte é habitado?

RAMATIS: “É um dos mundos enunciados por Jesus quando Eledisse: há muitas moradas na casa de meu Pai. Vive lá uma huma-nidade mais evoluída do que a terrestre.” (p. 17.)

“[Em Marte] cultivam-se flores que além do perfume exsudamluz, que no lusco-fusco crepuscular vão brilhando mais e mais, atése transformarem em verdadeiras lâmpadas vivas.” (p. 199.)

“Os cinemas em Marte projetam os filmes através de raios invisíveisem uma terceira dimensão perfeita, além do excelente som estereofôni-co. Os espectadores (que podem assisti-los mesmo em casa) são en-volvidos pelo clima e pelos perfumes dos locais filmados!” (p. 146.)

“O tamanho ou envergadura das espaçonaves (...) proporciona-lheso comprimento de quinhentos metros e a altura de trinta metros, eatingem a velocidade de um milhão de quilômetros por hora!” (p. 322.)

“Os lagos com os fundos marchetados de lâminas precio-sas de topázio, ametista, esmeralda e rubi, transformam suaágua límpida em fulgurações de nuances irisadas contribuin-do para que os estádios fiquem emoldurados num panoramadeslumbrante” (p. 144.)

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“A ave do canto espiritual (um pássaro de aspecto angélico e mis-terioso (...) executa sentida página musical de sonoridade algo religiosa.São frases tecidas de sons graves e solenes.” (p. 193.)

“Todas as religiões em Marte são reencarnacionistas (...). Antes dodesencarne, os mais desenvolvidos costumam combinar com os futu-ros pais a nova reencarnação em vista. Fazem um relatório completoda existência transcorrida, fixando os acontecimentos que possam for-mar um elo coerente no futuro. Desse relatório, entregam uma cópiapara o Departamento de Controle Reencarnatório e outra cópia paraaqueles que lhes servirão de progenitores no breve retorno.” (p. 291.)

Observação: o suposto Ramatis não foi capaz de prever osurgimento dos computadores e a extraordinária eficiência dosistema de informática, que já funciona maravilhosamente emnosso “pobre e atrasado” planeta Terra. Se houvesse vislum-brado isso, não descreveria um modo tão arcaico de transmis-são de relatos ao “Departamento de Controle Reencarnató-rio” e aos “futuros progenitores” do planeta Marte.

É uma melancólica decepção constatarmos que homenssérios como Francisco Cândido Xavier, Carlos Toledo Rizzini,Gabriel Delanne,6 Hercílio Maes e Allan Kardec, embora bem-intencionados, escreveram e publicaram as petas dos falsos es-píritos de luz. E o pior: tais espíritos se contradizem frontal-mente sobre as imposturas apresentadas, e os “médiuns” aindaas aceitam como verdades cristalinas! Por exemplo:

Ramatis revelou a Hercílio Maes, como já vimos acima, queMarte seria muito superior à Terra.

6 DELANNE, Gabriel. “Não muito longe de nós, o planeta Júpiter oferece-nos o exemplo de condições de habitabilidade preferíveis às nossas.” Ofenômeno espírita. 3. ed. rev. FEB, 1977. p. 214.

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Porém os “espíritos informantes” de Allan Kardec afir-maram que Marte seria inferior à Terra:

“De todos os globos que constituem o nosso sistema planetário, se-gundo os espíritos, a Terra é um cujos habitantes são menos adiantados,física e moralmente. Marte lhe seria inferior, e Júpiter, muito superior”.7

Quem estaria com a razão? Nem o primeiro, nem os se-gundos, é o que nos afirma a Ciência:

“A atmosfera de Marte é formada por óxido de carbono (95%),nitrogênio (2,7%), argônio (1,6%) oxigênio (0,2%) e traços de vaporde água, monóxido de carbono e gases nobres.

Marte é como um deserto muito frio, de grande altitude. As tem-peraturas e as pressões da superfície são extremamente baixas namaior parte do planeta para que exista água em estado líquido.

O conhecimento mais detalhado de Marte se deve a seis mis-sões realizadas por naves espaciais norte-americanas entre 1964e 1976. O primeiro satélite artificial de Marte (Mariner 9, lançadoem 1971) estudou o planeta durante quase um ano, proporcionan-do aos cientistas a primeira visão global do planeta.

Em 1976, duas sondas vikings pousaram com êxito e realizaramas primeiras pesquisas diretas da atmosfera e da superfície doplaneta. A idéia de que haveria vida em Marte tem uma grandetradição. No entanto, todas as evidências, como a ausência dematerial orgânico no solo, parecem mostrar o contrário”.8

7 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Cap. IV, pergunta 188, p. 128.Livraria Allan Kardec Editora.

8 “Marte (planeta)”, Enciclopédia® Microsoft® Encarta 99. © 1993-1998Microsoft Corporation.

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Uma sonda espacial da NASA, a Pathfinder, fotografou eanalisou recentemente (em 1997) o solo daquele planeta, econstatou serem falsas todas as informações dos supostos“espíritos de luz”.

A ciência comprovou que Marte não tem flores, não temcinemas, não tem lagos com pedras preciosas, não tem aves que can-tam melodias religiosas, não tem Departamento de Controle Reencar-natório, não tem astronaves que voam a um milhão de quilômetros porhora, não tem gente, nem seres vivos. A mesma coisa se concluidecisivamente sobre os planetas Vênus e Júpiter.

E lembrar que nossos amigos espíritas deixam de acreditarna Bíblia para crer nesses “espíritos”!

Decepcionante paradoxo

É lamentável que, justamente agora que os equívocos doespiritismo estão sendo desmascaradas pelos dados concretos eirrefutáveis de análises e fotografias científicas, alguém que co-nhece a Palavra de Deus, um pastor, escreva e uma pastora tradu-za e recomende a leitura de revelações espúrias bafejadas porum espírito loroteiro que diz ter subido ao céu numa carrua-gem de ouro dirigida por dois anjos motoristas.

Aos irmãos vitimados por esses erros expressamos e repe-timos o receio do apóstolo Paulo:

“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a suaastúcia, assim também sejam corrompidos os vossos sentidos e seapartem da simplicidade que há em Cristo. Porque, se alguém for pre-gar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro

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espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes,com razão o sofrereis (2 Co 11.4 ARC)”. “Na realidade, porém, nãoexiste outro evangelho. Há somente pessoas que estão semeando con-fusão entre vocês e querem deturpar o evangelho de Cristo. Malditoaquele que anunciar a vocês um evangelho diferente daquele que anun-ciamos, ainda que sejamos nós mesmos ou algum anjo do céu. Já dis-semos antes e agora repetimos: maldito seja quem anunciar um evan-gelho diferente daquele que vocês receberam” (Gl 1.6-9).

2. Judaizantes modernos

A “guarda do sábado” e outras “velhas inovações” estãosendo pretexto para o surgimento de novas “denominações”,agravando assim o já inflacionado número de “igrejasevangélicas”.

As decepcionantes “revelações adventistas” de WilliamMiller, soerguidas por seus adeptos, Hiran Edson, Joseph Batese Ellen White, estão sendo renovadas, plagiadas, ampliadas edifundidas pela TV.

Como nem todos conhecem a origem do adventismo dosétimo dia, daremos abaixo um breve histórico do caso que,de tão bizarro, passou a figurar no “Grande Livro do Maravi-lhoso e do Fantástico”.

William Miller, em princípios do século XIX, deduziu queas 2.300 tardes e manhãs de que fala Daniel: “E ele me disse:até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário serápurificado” (Dn 8:14), corresponderiam a 2.300 anos.

Comparando essa conclusão com o que está escrito emMt 21.1-13: “(...) E entrou Jesus no templo de Deus, e expul-sou todos os que vendiam e compravam no templo, e derribou

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as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pom-bas. E disse-lhes: Está escrito: a minha casa será chamadacasa de oração. Mas vós a tendes convertido em covil deladrões (...)” (que se refere à entrada triunfal de Jesus emJerusalém, seguida da purificação do Templo), Miller come-çou a anunciar, desde 1818, que a segunda vinda (o Advento)de Cristo dar-se-ia no dia 21 de março de 1843. (Daí provémo nome Adventismo).

Naquele dia, marcado com antecipação de 25 anos, mi-lhares de fiéis aguardaram ansiosamente a segunda vindade Cristo.

A 13 de novembro de 1833 (faltando ainda 10 anos para o“glorioso dia”), houve uma “chuva de meteoritos” na Cali-fórnia. Ellen White afirma ter sido “o mais maravilhoso es-petáculo de estrelas cadentes que os homens jamais presen-ciaram”9 e concluiu: “Ainda uma vez, milhares de pessoas sepersuadiram de que era chegado o Dia do Juízo”.

Esse fato e a firme atitude dos fiéis, que doavam pro-priedades, reconciliavam-se com os desafetos, perdoavamdívidas, levou centenas de pessoas a se “converterem” e,vestidas de branco, aguardarem em praças públicas o gran-de evento. Mas Jesus não veio no dia 21.3.1843, marcadopor Miller! Ele então refez seus cálculos e remarcou adata para o dia 21 de março do ano seguinte. Jesus tam-bém não veio.

Nova data foi assinalada para o grande evento: 22 de outu-bro de 1844. Falhou mais uma vez.

9 WHITE, Ellen Gould. Vida de Jesus. São Paulo: Casa PublicadoraBrasileira, 1982. p. 227.

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Miller, decepcionado e arrependido, pediu perdão aos queenganara involuntariamente e voltou à sua antiga Igreja,reconhecendo que esquecera este versículo: “Mas, daqueleDia e hora, ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu,nem o Filho, senão o Pai” (Mc 13.32).

Ainda hoje os adventistas tentam explicar essa malogradaprevisão nos seus livros e periódicos, sob o título: O equívoco deMiller.10 Esses artigos pouco ou nada acrescentam a uma fá-bula absurda que alguns renitentes adeptos de Miller engen-draram para explicar o vexatório insucesso profético.

HIRAN EDSON “teve uma revelação” de que Cristo, naqueladata, realmente saiu do céu, mas para purificar o Santuário do céu,e não o da terra.

JOSEPH BATES (que já era sabadeador), e ELLEN WHITE, aprofetisa que “viu o 4.º mandamento resplandecendo nocéu, com letras de ouro”, a ele se uniram e foram os conti-nuadores do movimento adventista iniciado por Miller. Este,porém, não acompanhou o movimento que iniciara, poisnão concordou com a utopia extravagante da “purificaçãodo santuário celestial”, que mais parecia um “remendo depano novo em pano velho”.

Assim, nasceu o Adventismo do Sétimo Dia.11

Somente para esclarecer a alguém que ainda tenha dúvidassobre o assunto é que procuramos refutar tais doutrinas nes-te livro. Não cremos, porém, que Jesus deixe de salvar quem

10 WHITE, Ellen Gould. O grande conflito. 28. ed. 1983. p. 409-417.11 Heresiologia. 2. ed. EETAD. p. 111-112. Leia também: Heresias saba-

tistas, de Alcides Nogueira; A questão do sábado, de Thomas P. Guimarães;e O Sabatismo à luz da Palavra de Deus, de A. Pitrowsky, que dizem omesmo.

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o aceita como único e suficiente Salvador só porque nãocome carne de porco e não toma café, ou porque pretendaguardar o sábado, ou ficar dormindo na sepultura até o diada ressurreição, ou porque crê que Jesus saiu do céu parapurificar o santuário celeste, ou, ainda, porque pensa que o“castigo eterno” não é eterno, ou que o bode emissário étipo de satanás, e não de Cristo. Essas diferenças teológicassão, a nosso ver, inócuas para a salvação de quem quer queseja, como disse Paulo:

“Aceitem entre vocês quem é fraco na fé sem criticar as opiniõesdessa pessoa. Por exemplo, algumas pessoas crêem que podemcomer de tudo, mas quem é fraco na fé come somente verduras elegumes. Quem come de tudo não deve desprezar quem não fazisso, e quem só come verduras e legumes não deve condenar quemcome de tudo, pois Deus o aceitou. Quem é você para julgar oescravo de alguém? Se ele vai vencer ou fracassar, isso é da contado dono dele. E ele vai vencer porque o Senhor pode fazê-lo vencer.Algumas pessoas pensam que certos dias são mais importantesdo que outros, enquanto outras pessoas pensam que todos os diassão iguais. Cada um deve estar bem firme nas suas opiniões”(Rm 14.1-5, BLH).

“Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo,por que vos carregam ainda de ordenanças, tais como: não toques, nãoproves, não manuseies?” (Cl 2.20-21).

“(...) Como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aosquais de novo quereis servir? Guardais dias (...)” (Gl 4:9.)

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II – As divisões do tempoII – As divisões do tempo

Cremos que sejam proveitosas algumas considerações so-bre as maneiras de dividirmos o tempo antes de analisarmosa “questão do sábado”.

O calendário

Esta palavra, calendário, vem do latim calendae, primeirodia do mês romano, em que as contas deveriam ser pagas.Daí o nome calendarium (livro de registros onde eram anota-das as contas a pagar).

O calendário foi inventado pelos egípcios, mais ou menoshá 4.000 a.C.

No calendário judaico, este ano de 2000 corresponde aoano de 5.760.

No calendário muçulmano, 2000 corresponde ao ano de 1419.(Eles contam os anos a partir de 16 de julho de 622, a data dafuga de Maomé de Meca para Medina, chamada Hégira).

O calendário vigente no tempo de Cristo era o Juliano,estabelecido por Júlio César no ano 46 a.C.

Curiosidades: O ano de 1582 foi o menor ano da história,com apenas 355 dias.

Houve uma supressão de dez dias naquele ano, quando odia 4 de outubro (quinta-feira) passou a ser o dia 15 de outubro(sexta-feira), para que se corrigisse um excesso de tempo

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acumulado em relação ao “ano solar”, provocando umaséria defasagem nos tempos das quatro estações: inverno,primavera, verão e outono.

Essa modificação foi decretada pelo papa Gregório XIII,donde provém o nome: Calendário Gregoriano, hoje adotadoquase universalmente.

Por causa dessa mudança, os adventistas e outros saba-deadores estão guardando realmente a sexta-feira, que opapa transformou em sábado; e os outros cristãos estãocomemorando a ressurreição do Senhor no sábado, queatualmente é um domingo, como determinou o papaGregório XIII.

No ano 525, um monge chamado Dionísio Exíguo fez umcalendário a pedido do imperador Justiniano. Algum tempodepois, constatou-se ter Dionísio cometido um erro de cál-culo em cerca de cinco anos. Daí, chegou-se à conclusão deque Jesus nascera no ano 748 do calendário romano, e nãoem 753, cinco anos antes do que se pensava, isto é: Jesusnasceu no ano 4, 5 ou 6 antes de Cristo!

São malogradas, portanto, as especulações que se fazemsobre a passagem do segundo milênio, pois já estamos noterceiro milênio do nascimento de Cristo há muito tempo.

Vejamos, agora, alguns dados sobre segundo, minuto, hora,dia, semana, etc.

O segundo: unidade de medida de tempo no Sistema In-ternacional, igual à duração de 9 192 631 770 vezes o períodode determinada radiação emitida, no seu estado fundamen-tal, por um dos isótopos do césio (o nuclídeo Césio 133).

O minuto: do latim Minutu = miúdo, diminuído, divide-seem 60 segundos.

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A hora: 24.ª parte de um dia, composta de 60 minutos.O dia: corresponde a uma volta que a Terra perfaz em

torno do seu eixo.O mês: espaço de tempo que, originalmente, media-se a

partir da volta da Lua em torno da Terra; hoje emprega-se omês de calendário. Os meses de calendário têm exatamente28, 29, 30 ou 31 dias.

O ano: relacionado com o Sol, em torno do qual gira aTerra em trezentos e sessenta e cinco dias e seis horas, apro-ximadamente.

O repouso periódico: nem sempre, nem em todos os luga-res, o descanso periódico foi de sete em sete dias. Na Áfricaocidental, havia intervalos de quatro dias; na América Central,de cinco dias; na antiga Assíria, de seis dias. Os romanos anti-gos repousavam de oito em oito dias; e os incas, de dez em dez.

A semana: o nome vem do latim septimana, sete manhãs.De origem semita, está relacionada aos sete astros que os an-tigos povos da Mesopotâmia consideravam como deuses. Oprimeiro dia da semana era dedicado ao Sol, o segundo à Lua,o terceiro a Marte, o quarto a Mercúrio, o quinto a Júpiter, osexto a Vênus, o sétimo a Saturno. Até hoje algumas línguasadotam esses nomes, conforme a tabela abaixo:

Latim Inglês Francês Espanhol

Die Solis Sunday Dimanche DomingoDie Lunae Monday Lundi LunesDie Martis Tuesday Mardi MartesDie Mercurii Wednesday Mercredi MiercolesDie Jovis Thursday Jeudi JuevesDie Veneris Friday Vendredi ViernesDie Saturni Saturday Samedi Sábado

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III – O Sábado JudaicoIII – O Sábado Judaico

“Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o Senhor,teu Deus, te tirou dali; com mão forte e braço estendido; pelo que oSenhor, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia do Sábado” (Dt 5.15).

“Sábado” não significa sétimo dia, como pensam alguns. Apalavra sábado é originada do hebraico: hbs – shabath e sig-nifica dar pausa, desistir, cessar, descansar.12

Depois do pecado do homem, a criação do mundo já nãoera motivo de alegria, nem de descanso para o Criador. Orepouso de Deus fora perturbado! Não havia mais razão paraqualquer comemoração no dia de sábado!

Disse Deus a Adão: “Maldita é a terra por tua causa” (Gn3,17).

Disse Jesus: “Meu pai trabalha até agora e eu trabalhotambém” (Jo 5,17).

Afirmou João: “O mundo inteiro jaz no maligno” (1 Jo 5.1).Declarou Paulo:

“Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme esuporta angústias até agora (...) na esperança de que a própria cria-ção será redimida do cativeiro da corrupção” (Rm 8.20-22).

12 R. Laird Harris, G. L. Archer, Jr. Bruce K. Waltke. Dicionário deTeologia do A.T. (Hebraico), 2323. p. 1520.

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Por causa do pecado, o homem agora precisa trabalhar eafadigar-se, para se alimentar e viver: “Maldita é a terra portua causa: em fadigas obterás dela o sustento durante os diasde tua vida. No suor do teu rosto, comerás o teu pão, atéque te tornes à terra” (Gn 3.17-19).

O sábado já não era mais um dia de alegria... Deus, po-rém, na sua misericórdia, o manteve como um dia de repou-so, necessário não só para os homens, mas também para osanimais, pois Deus não precisa de repouso, como está escri-to: “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR,o Criador dos confins da terra, nem se cansa, nem se fatiga?”(Is 40:28).

Foi, portanto, a necessidade física dos homens e dos ani-mais e não uma carência espiritual de Deus ou dos homensque ocasionou a instituição do sábado, segundo declarou opróprio Deus:

“Seis dias farás os teus negócios; mas, ao sétimo dia, des-cansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento; e paraque tome alento o filho da tua escrava e o estrangeiro”. “Mas osétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhu-ma obra nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teuservo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nemanimal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro de tuasportas; para que o teu servo e a tua serva descansem como tu”(Êx 23.12; Dt 5.14).

Disse Jesus: “O sábado foi estabelecido por causa do ho-mem” (Mc 2.27).

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Na escravidão, os israelitas não tinham sábado

Por quatro séculos os isrelistas foram escravos no Egitocomo lembrou Estevão, o primeiro mártir:

“E falou Deus assim: Que a sua descendência seria peregrinaem terra alheia, e a sujeitariam à escravidão e a maltratariam porquatrocentos anos” (At 7.6).

Durante esse período, eles não tinham dia de repouso, nãopodiam guardar o sábado. Quando pediram ao rei um diapara cessar os trabalhos, a fim de oferecerem sacrifícios aoSenhor, o Faraó lhes respondeu:

“Vós sois ociosos, estais ociosos; por isso dizeis: Vamos, sacrifi-quemos ao Senhor”.

“Agrave-se o serviço sobre estes homens, para que se ocupemnele, e não confiem em palavras mentirosas” (Êx 5.17,18).

Por intermédio de Moisés, Jeová Jiré13 libertou Israel e, aindano deserto, restabeleceu o sábado do sétimo dia para o seurepouso, além de outorga-lhes várias leis sobre a condutaindividual e sobre o culto judaico.

No Monte Sinai, foi firmado um pacto entre o Senhor Deus e opovo de Israel.

“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardar-des o meu concerto (...).”

13 “Jeová Jiré” significa “Deus proverá”.

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“Considerai que o Senhor vos deu o sábado; por isso, ele, no sextodia, vos dá pão para dois dias; cada um fique onde está, ninguémsaia do seu lugar no sétimo dia. Assim descansou o povo no sétimodia” (Êx 16.1-31.18).

“O Senhor, nosso Deus, fez conosco concerto, em Horebe. Não foicom nossos pais que fez o Senhor este concerto, foi conosco, que hojeaqui estamos vivos” (Dt 5.2, 3).

“Então, todo o povo respondeu a uma voz e disse: Tudo o que oSenhor tem falado faremos” (Êx 19.5-8).

Uma indelével relíquia selando esse concerto da lei foi en-tregue a Moisés: Duas tábuas de pedra!

O único documento manuscrito pelo próprio Deus: os Dez Manda-mentos (Êx 31:18).

Moisés certamente antegozava o júbilo dos seus liderados aoreceberem esse tesouro de inestimável valor. Porém, ao descerdo Monte Sinai, viu seu povo numa orgia carnavalesca, adoran-do um bezerro de ouro. Sua repulsa foi tal que arbitrou nãoserem os israelitas dignos de receber o “relicário do Decálogo”e, num gesto arrebatado de indignação, quebrou as mais precio-sas pedras jamais escritas neste mundo:

“E aconteceu que, chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e asdanças, acendeu-se o furor de Moisés, e arremessou as tábuasdas suas mãos, e quebrou-as ao pé do monte” (Êx 32.19).

O pecado de Israel no deserto repetia, agora, o fracasso deAdão e Eva no jardim do Éden.

Novo “desgosto” para o Criador:

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“Então, disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teupovo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu e depressa se des-viou do caminho que lhe havia eu ordenado; fez para si umbezerro fundido, e o adorou (...), e diz: São estes, ó Israel, osteus deuses, que te tiraram da terra do Egito. Disse mais oSenhor: Agora, pois, deixa-me, para que se acenda contra eleso meu furor, e eu os consuma” (Êx 32.7-14).

Moisés, porém, intercedeu pelo povo. Deus o atendeu edeu-lhes outras tábuas da lei (Dt 5.6-22).14

Essas novas tábuas, no entanto, não mais mencionam acriação do mundo como a razão da instituição do sábado.

Deus, agora, relaciona a bênção do repouso semanal, coma libertação de Israel do jugo do Egito.

Sábado: um sinal identificador do povo de Israel

“Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guar-dareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre mim e vósnas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, quevos santifica” (Êx 31.13).

O motivo alegado por Deus para que os israelitas tivessemseu sábado, isto é, o seu repouso como data festiva, está bemdefinido nas segundas tábuas de pedra da lei:

“Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o Senhor,teu Deus, te tirou dali; com mão forte e braço estendido; pelo que o Senhor,teu Deus, te ordenou que guardasses o dia do Sábado” (Dt 5.15).

14 “Deuteronômio” significa “segunda lei”. Do grego: δευτερος + νοµος,(deuteros + nomos) = segunda lei.

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Por que teria Deus dado outro motivo, outra razão paraque os israelitas guardassem o sábado, e não mais mencio-nou a criação do mundo?

Relembremos: no festival de idolatria do “bezerro de ouro”,em que os israelitas diziam: “São estes, ó Israel, os teus deuses,que te tiraram da terra do Egito”. Deus ameaçou destruí-los, masnão o fez, mediante a intercessão de Moisés. Doravante, porém,Israel deveria lembrar, a cada sábado, que foi Deus-Jeová quem oslibertou da escravidão e lhes restabeleceu o dia de descanso queeles não tinham no Egito (Êx 32.8-14), e não o bezerro de ourode Arão, como alguns israelitas andavam dizendo.

O sábado tornou-se, a partir desse evento, um dia festivonacional, um sinal entre Israel e seu Deus Libertador! Para os ju-deus, portanto, o dia de descanso, o sábado, tem de ser o séti-mo dia da semana, e não outro.

Esse preceito cerimonial torna o judaísmo diferentedas religiões dos povos pagãos que cultuam a Lua na 2.ªfeira, Marte na 3.ª feira, Mercúrio na 4.ª feira, Júpiter na5.ª feira e Vênus na 6.ª feira, assim como os maometanos;e os cristãos, cujo dia de culto é o domingo, o dia daressurreição do Senhor Jesus.

“Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suasgerações como pacto perpétuo” (Êx 31.16).

“Guardareis os meus sábados, pois é sinal entre mim e vós, nasvossas gerações” (Êx 31.13).

Para os povos que nunca foram escravos na terra do Egito,o sábado do sétimo dia é um dia comum.

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Os sinais identificadores da Igreja de Cristo

Deus-Jeová estabeleceu a circuncisão, os dias de festa e o sá-bado como sinais perpétuos identificadores do povo de Israel.

Deus-Elohim estabeleceu o arco-íris como sinal perpétuoentre Ele e todo ser vivente sobre a terra. “Eis que estabeleço omeu pacto (...). Porei nas nuvens o meu arco (...). Este é osinal perpétuo que estabeleço entre mim e todo ser viventesobre a terra” (Gn 9.9, 13, 16 e 17).

(Obs.: o único pacto perpétuo entre Deus e toda a huma-nidade não é o sábado, é o “arco-íris”!)

O Deus Encarnado, Jesus Cristo, também estabeleceu sinaisque haveriam de caracterizar a sua Igreja, durante sua permanênciaaqui na Terra; não foram dias de festa, nem circuncisão, nem osábado, nem cerimônia alguma característica do Antigo Concerto,nem mesmo os sinais que precederão a sua segunda vinda. Forammanifestações do Espírito Santo, inéditas em toda a história dahumanidade.

“Estes sinais seguirão os que crerem: em meu nome expulsarãoos demônios; falarão novas línguas;15 pegarão em serpentes; e, sebeberem algum veneno mortífero, nada sofrerão; imporão as mãossobre os enfermos e estes ficarão curados” (Mc 16.17, 18).

Lamentamos que algumas Igrejas Evangélicas não possuam,não busquem, não aceitem e até critiquem esses sinais pro-metidos por Jesus.

15 Sugerimos ao leitor a busca de maiores conhecimentos sobre es-sas “novas línguas” no livro Que quer isto dizer? de Carl Brumback. EdLivros Evangélicos, 1960. Caixa postal: 1165 Rio de Janeiro.

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16 Quando alguma tradução diz que Deus nos castiga (p. ex.: “Eurepreendo e castigo a todos quantos amo” (Ap 3.19), usa o sentido eti-mológico do verbo castigar (do latim castus = puro, irrepreensível, leal+ agere = fazer, agilizar), que expressa o ato de tornar puro, disciplinar,educar, e não punição ou vingança. Vide ARA e B. Jerusalém.

Segundo afirmam os Evangelhos, eles não só acompanha-ram os crentes primitivos, como devem acompanhar a Igrejade Cristo até “quando vier o que é perfeito” (1 Co 13.8-10):

“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-osem nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guar-dar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convoscotodos os dias até à consumação do século” (Mt 28.19, 20).

“E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperan-do com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que seseguiram. Amém” (Mc 16.20).

“Estes sinais seguirão os que crerem” (Mc 16.17).

(Se os sinais seguirão, ainda hoje devemos buscá-los.)

O sábado: um tipo de Cristo

Mesmo quando nos disciplina,16 Deus nos mostra “umaluz no fim do túnel”, e sua misericórdia se manifesta pormeio de promessas que demonstram o quanto Ele nos ama!

“Porque o Senhor não rejeitará para sempre. Pois, ainda queentristeça a alguém, usará de compaixão, segundo a grandeza dassuas misericórdias. Porque não aflige nem entristece de bom gradoos filhos dos homens” (Lm 3.31-33).

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Por exemplo: na própria repreensão ao casal delituoso noÉden, está contida a promessa de que a “semente da mulheresmagaria a cabeça da serpente” (Gn 3.15), como “uma luzno fim do túnel”.

Assim, também, na nova edição do decálogo, em meio àsterríficas ameaças próprias da lei, por exemplo:

“Porque não chegastes ao monte palpável, aceso em fogo, e à escu-ridão, e às trevas, e à tempestade, e ao clangor da trombeta, e ao somde palavras tais que, quantos o ouviram, suplicaram que não se lhesfalasse mais, porque não podiam suportar o que se lhes mandava: Seaté um animal tocar o monte, será apedrejado. E tão terrível era a visão,que Moisés disse: Estou todo assombrado e tremendo” (Hb 12.18-21).

Deus anunciou, na motivação do quarto mandamento, afigura do Libertador de Israel; e, nessa figura, vemos, também,a promessa do Redentor de toda a humanidade:

“Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que oSenhor teu Deus te tirou dali com mão poderosa e braço esten-dido; pelo que o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o diade sábado” (Dt 5.15).

Esse repouso, o sábado, é um tipo de Cristo, como dissePaulo: “Portanto, ninguém vos julgue (...) por causa dos diasde festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombrasdas coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.16, 17).“Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso (sábado) nãofalaria, posteriormente, a respeito de outro dia. Portanto, resta

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ainda um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.8, 9), esserepouso é Jesus!

“Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vosaliviarei” (...) “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim,porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso paraa vossa alma” (Mt 11.28, 29).

Isto é o mesmo que dizer: achareis sábado para a vossaalma, pois descanso em hebraico é sábado.

O árduo plano de Deus para nossa salvação

Para compreendermos como e por que Jesus, os apóstolose a Igreja adotaram o primeiro dia da semana como o dia dassuas reuniões, devemos lembrar o trabalho intenso de Deuspara nos salvar.

Quando Deus criou o mundo, não fez sacrifício algum.Pelo contrário, houve até festa nos céus.

“Quando ele lançava os fundamentos da terra, as estrelasda manhã cantavam e todos os filhos de Deus bradavam dejúbilo”; “E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom”(Jó 38.4-7; Gn 1.31.)

Mas para salvar o mundo que se havia perdido, o próprioCriador sacrificou-se na pessoa de seu Filho Jesus Cristo. Nãoforam apenas “seis dias”, seis “períodos geológicos” ou seis“dispensações” os milênios do trabalho de Deus para nos salvar.

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1.º Esse trabalho começou na eternidade: “O Cordeiromorto desde a fundação dos séculos” (Ap 13.8).

2.º Foi anunciado no Éden como a “semente da mulher”(Gn 3.15).

3.º Continuou nos pactos com Noé, Abraão, Isaque, Jacó:

“E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amal-diçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).

4.º Acompanhou e protegeu seu povo no deserto:

“E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiamda pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo” (1 Co 10.4).

5.º Deus, assim, levantou um povo monoteísta, uma naçãoorientada por profetas e da qual nasceria o Salvador. Porémseus profetas foram desprezados perseguidos e mortos:

“Agora, pois, porquanto fazeis todas isto, diz o Senhor, e eu vosfalei, madrugando e falando, e não ouvistes, chamei-vos, e não res-pondestes” (Jr 7.13; 44.4).

“(...) Os filhos de Israel deixaram o teu concerto, derribaram osteus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, ebuscam a minha vida para ma tirarem” (1 Rs 19.10).

“A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? Até mataramos que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, do qual vós agorafostes traidores e homicidas” (At 7.52).

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6.º Deus então usou um recurso insólito para nos salvar:Fez-se homem na pessoa de Jesus Cristo e veio, Ele mesmo,ao mundo para “Buscar e salvar o que se havia perdido” (poiso homem, por si mesmo, não se poderia salvar):

“Quem poderá, pois, salvar-se? Jesus, porém, olhando paraeles, disse: Para os homens é impossível, mas não para Deus,porque para Deus todas as coisas são possíveis” (Lc 19.10;Mc 10.27).

Foram mais de 30 anos de tristezas, humilhações e dor, oministério terrestre do “Deus-homem”.

“Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei con-vosco? Até quando vos sofrerei?” (Mt 17.17), deplorava Je-sus, ante as misérrimas conseqüências do pecado, ao descerdo “Monte da Transfiguração”.

O profeta Isaías anteviu as humilhações e os sofrimentosdo Messias e os descreveu com tanta exatidão que algunsaté pensaram que seus relatos foram escritos depois de Cristoter vindo ao mundo.

“Como um cordeiro, foi levado ao matadouro (...). Deram-lhe asepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte (...). Mas elefoi ferido pelas nossas transgressões, moído pelas nossas iniqüi-dades (...). O castigo que nos traz a paz estava sobre ele (...).Derramou a sua alma na morte, foi contado com os transgressores,mas levou sobre si os pecados de muitos, e pelos transgressoresintercede” (Is 53.1-13).

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Jamais poderemos ter uma idéia real da angústia que Jesussentiu no Getsemani, quando até suou gotas de sangue17 paralevar avante o plano divino.

As vítimas picadas por cobras venenosas geralmente san-gram pelas mucosas da boca, dos olhos, dos ouvidos, etc.(Do sangue dos cavalos que foram inoculados com o ve-neno de serpentes mas resistiram, e não morreram, oscientistas retiram o soro antiofídico que livra da morte asvítimas de cobras venenosas. Do sangue de Jesus, que re-sistiu às “picadas” (tentações) de satanás e não pecou (1Pd 2.22), Deus retirou o infalível antídoto contra o vene-no do pecado).

“E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importaque o Filho do Homem seja levantado”; “O sangue de Jesus Cristo,seu Filho, nos purifica de todo pecado” (Jo 1.14; 1 Jo 1.7).

Que misterioso e aparente absurdo – “Ó profundidade dasriquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão inson-dáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!”(Rm 11.33) – Jesus, o bendito Filho de Deus, ser desam-parado por seu próprio Pai. O leitor já imaginou a decep-ção de um Filho obediente ao ser desamparado por seuPai na hora da morte? E a dor de um pai ao ver seu filhodileto morrendo sob os mais cruéis sofrimentos e, poramor a outros filhos (desobedientes), abandoná-lo à sa-nha de seus cruéis algozes?

17 Lc 22.41-44.

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“E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli,Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me de-samparaste?” (Mt 27.46); “Cristo nos resgatou da maldição da lei,fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aqueleque for pendurado no madeiro” (Gl 3.13); “Porquanto, o que era im-possível à lei (...). Deus, enviando o seu Filho em semelhança dacarne do pecado, condenou o pecado na carne” (Rm 8.3); “Deus o fezpecado por causa de nós, a fim de que, por ele, nos tornemos justiçade Deus” (2 Co 5.21).

7.º O trabalho de Deus continuará até a restauração finalde todas as coisas.

“Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também” (Jo 5,17); “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o ta-bernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, eeles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e seráo seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e nãohaverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porquejá as primeiras coisas são passadas” (Ap 21.3, 4).

Realmente, a salvação deste mundo foi bem mais laborio-sa e muito mais sofrida que a sua criação. Por isso é que Davi,por duas vezes, fez esta declaração paradoxal, de que Deus, oOnipotente, é sofredor:

“Senhor, tu és um Deus cheio de compaixão, sofredor, e grande embenignidade” (Sl 86.15).

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“Piedoso e benigno é o Senhor, sofredor e de grande misericórdia.”(Sl 145.8).

O declínio do sábado judaico

“É necessário que ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30),

Essa humílima declaração acerca de Jesus aflorava dos lá-bios do maior de todos os profetas.

Se o sábado pudesse falar, também diria sobre o do-mingo o mesmo que João Batista disse sobre Jesus: “Con-vém que ele cresça e que eu diminua”, pois, sendo um diade descanso para o corpo, era também um tipo, uma som-bra ou figura de Jesus, o verdadeiro descanso para nossasalmas (Mt 11.28, 29).

É por isso que não encontramos nos Evangelhos, nos Atose nas Epístolas nenhuma recomendação para a guarda do sá-bado, nenhuma promessa para quem o observa e nenhumaadvertência, repreensão ou ameaça para quem o viola.

A vinda de Cristo a este mundo marcou o ocaso do sá-bado, bem como o das “luas novas”, dos “dias de festa” ede todas as outras cerimônias do judaísmo, para todo equalquer cristão.

Como estava previsto, Jesus morreu na cruz entre malfei-tores. A natureza ficou enlutada, as trevas cobriram a terra,os discípulos, tristes e envergonhados, não ousavam sequerfitar os olhos de alguém (Lc 24.13-31).

Ó sexta-feira fatídica, ó sábado de tristeza e dor! Satanásestava alegre – e a Igreja em prantos.

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opse de sabbaton teepiphoskouse eismian sabbaton

TraduçãoTransliteração

Imaginemos, só por um instante, que Jesus não tivesseressuscitado. Ficaria na sepultura como qualquer mortal, etudo continuaria perdido, como diz o apóstolo Paulo:

“Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé e ainda permaneceisem vossos pecados”; “seríamos os mais miseráveis de todos oshomens” (1 Co 15.17, 19).

Mas o sábado passou, como predisse o profeta Oséias:

“Farei cessar todo seu gozo, as suas festas, as suas luas novas,e os seus sábados” (Os 2.11).

Passou, como escreveram os evangelistas: “E, passado osábado, Maria Madalena e a outra Maria foram ao sepulcro(...)” (Mc 16.1).

O sábado passou, não apenas como um dia que é sucedidopelo dia seguinte, mas como o dia mais importante da semana,que cedeu lugar a outro dia mais importante ainda.

“No fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia dasemana” (Mt 28.1).

O texto grego de Mateus traz este versículo no plural:“No fim dos sábados, quando já despontava o primeiro dia

da semana” (Mt 28.1). (Os grifos são nossos.)

No fim dos sábados,quando já despontavao primeiro dia dasemana (Mt 28.1).

οψε δε σαββατων τηεπιϕϖσκουση ειςµιαν σαββατων

Texto grego

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Aníbal Pereira dos Reis propõe esta tradução:

“Quando os sábados se acabaram, ao amanhecer o primeiro diada semana”.18

É clara a antítese dos sábados que cessaram com o primei-ro dia da semana, que surgia.

Este plural, “sábados”, tanto pode ser alusivo aos “fe-riados” daquela horrenda semana, como também pode seruma declaração de que o sábado anterior ao domingo daressurreição foi o último dos sábados do sétimo dia avigorar para os cristãos.

João, escrevendo, já no final do primeiro século, também serefere ao sábado como coisa do passado:

“Os judeus, pois, para que, no sábado, não ficassem os corpos nacruz, visto que era a preparação (pois era grande o dia de sábado),rogaram a Pilatos (...)” (Jo 19.31). (ARC)

Reconhecendo a cessação da vigência do sábado para oscristãos, é que Paulo nos instrui:

“Ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causados dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são som-bras das coisas futuras; mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.16, 17).

18 REIS, Aníbal Pereira dos. A guarda do sábado. Edições Caminho deDamasco. s.d. p. 140.

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E afirma que:

“Guardar dias, meses, tempos e anos são rudimentos fracos emiseráveis” (Gl 4.9, 10, Bíblia de Jerusalém).

Caracteres cerimoniais do sábado

“Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todosos dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria men-te” (Rm 14.5).

O texto de Mt 12.1-8, repetido em Mc 2.23-28 e Lc6.1-5, confirma ser a guarda do sábado um mandamentocerimonial. Nele, Jesus não só comparou o sábado a ou-tros mandamentos cerimoniais, mas também inocentouseus discípulos quando estes o transgrediram. Analise-mo-lo, versículo por versículo:

Versículo 1. “Naquele tempo, passou Jesus pelas searas, emum sábado, e os seus discípulos tendo fome, começaram acolher espigas e a comer.” (A partir daqui, após cada versícu-lo, faremos um breve comentário.)

Versículo 2. “E os fariseus vendo isso, disseram-lhe: Eisque os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer numsábado.” (Aqui, os fariseus acusaram os discípulos de esta-rem violando o sábado. Jesus não discutiu se era lícito ounão o que os discípulos faziam com a sua aprovação. Ape-nas admitiu o fato.)

Versículo 3. “Ele, porém, lhes disse: Não tendes lido o quefez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam?”

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(Aqui, Jesus defende os seus discípulos, citando um exem-plo histórico do maior herói do povo de Israel.)

Versículo 4. “Como entrou na Casa de Deus e comeu ospães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aosque com ele estavam, mas só aos sacerdotes?” (Aqui, Jesuscomparou a quebra do sábado com a quebra de um preceitocerimonial, cometida por Davi, ao comer ilicitamente os pãesda proposição.) (1 Sm 21.1-6).

Versículo 5. “Ou não tendes lido na lei que, aos sábados,os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem cul-pa?” (Aqui, Jesus justificou os seus discípulos, alegando queos sacerdotes também violavam o sábado no templo e ficavamsem culpa.)

Versículo 6. “Pois eu vos digo que está aqui quem é maiordo que o templo.” (Aqui, Jesus proclamou-se maior do queo templo, como a ensinar: “Se os sacerdotes violam o sába-do e ficam sem culpa pelo simples fato de estarem no tem-plo, quanto mais ficará sem culpa quem está comigo, quesou maior do que o templo”.)

Versículo 7. “Mas, se vós soubésseis o que significa: Miseri-córdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.”(Aqui, Jesus censurou os fariseus por não terem misericórdia,e condenarem seus discípulos, aos quais declarou inocentes.)Observação: Inocente significa inofensivo, sem malícia, semculpa, e não ignorante, como pensam alguns (inocentes, vemdo latim, non nocere = não fazer mal, não ser nocivo).

Versículo 8. “Porque o Filho do Homem até do sábado éSenhor.” (Aqui, Jesus apresentou-se como “Senhor até dosábado”, lembrando aos fariseus que o dia que eles idolatravam

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era, apenas, um servo, um tipo a seu serviço, e não uma auto-ridade a quem devesse estar subordinado.)

Lembremos que nenhum mandamento moral poderia serquebrado no templo, ou em qualquer lugar, sob qualquer pre-texto. Mas os preceitos cerimoniais o foram, por Jesus e pe-los apóstolos.

Guardar o sábado do sétimo dia, circuncidar os filhos nooitavo dia, celebrar a páscoa e as luas novas são procedimen-tos que podem distinguir o judeu do cristão, do islamita, oudos adoradores do Sol. Mas não furtar, não matar, não adul-terar, honrar os pais, adorar só a Deus, são deveres de todoser humano!

Paulo jamais diria: “Um, acha que pode furtar, outro achaque não pode; cada um esteja tranqüilo em sua convicção”.Como disse: “Um faz diferença entre dia e dia, mas outrojulga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente segu-ro em sua própria mente” (Rm 14.5).

João jamais poderia dizer: “Por isso os judeus ainda maisprocuravam matá-lo, porque (Jesus) não só mentia, mas tam-bém dizia que Deus era o seu próprio Pai, fazendo-se iguala Deus”. Mas disse:

“Por isso os judeus ainda mais procuravam matá-lo, por-que não só quebrantava o sábado (sábado, no singular), mastambém dizia que Deus era o seu próprio Pai, fazendo-se iguala Deus” (Jo 5.18).

Jesus tampouco poderia dizer: “Ou não tendes lido, na lei,que, aos sábados, os sacerdotes no templo adoram imagens eficam sem culpa?” Mas Ele disse: “Ou não tendes lido, na lei,

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que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado,e ficam sem culpa?” (Mt 12.5).

Os exemplos acima demonstram com a segurança e oapoio irrefutável da Palavra de Deus que violar o sábadonão é igual a violar um mandamento moral. Concluímos,portanto, que a guarda do sábado do sétimo dia é ummandamento cerimonial, assim como a circuncisão, ossacrifícios de animais, as luas novas e as festas anuais dojudaísmo, que eram “sombras” ou tipos do Messias, queé Jesus Cristo.

Alegam os adventistas que os “sábados” citados nãosão sábados semanais, pois “sábados”, no plural, são osdias das festas anuais de Israel.19 No entanto, citam osmesmos “sábados”, no plural, como exemplos de quedevemos guardá-los, como o faz Guilherme Stein Filhoem seu livro O sábbado.20

“Cada um temerá a sua mãe e a seu pai e guardará os meussábados. Eu sou o Senhor, vosso Deus.” (Lv 19.30).

“E também lhes dei os meus sábados, para que servissem desinal entre mim e eles, para que soubessem que eu sou o SENHORque os santifica” (Ez 20.12).

É fácil perceber o engano desse ensino. Basta ler com aten-ção o versículo citado: “E farei cessar todo o seu gozo, as

19 STEIN, Guilherme Filho. O sábbado. São Paulo: Ed. SociedadeInternacional de Tratados no Brazil, 1919. p. 104.

20 STEIN, Guilherme Filho. Op. cit., p. 94.

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suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas assuas festividades” (Os 2.11).

Deus anunciou o fim das cerimônias e rituais judaicosnuma ordem decrescente de importância:

Cerimônias anuais: páscoa, pentecostes, pães, festa das trom-betas, etc. (suas festas);

Cerimônias mensais: as cerimônias das luas novas (suas luasnovas); e, por último,

Cerimônias semanais: os sábados (seus sábados).

Os dias de festa já tinham sido mencionados no início daprofecia (“E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas”).Mas para que ninguém pensasse que os sábados eram osmesmos dias de festa, Deus repetiu: “farei cessar (...) os seussábados e todas as suas festividades”. Estes detalhes compro-vam que os sábados do texto citado não são as festivida-des, nem os dias de festa, que também cessaram. Sãorealmente os sábados semanais que cessaram, como já foidemonstrado, porque eram sombras do corpo de Cristo.(Agora, que já temos Jesus, o corpo, não mais precisamosseguir a sombra.)

Essa forma de citar os eventos cerimoniais em ordem cres-cente ou decrescente de sua importância é comum nas Escri-turas, como lemos na carta que Salomão escreveu a Hirão, reide Tiro:

“Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meuDeus, para Lhe consagrar, para queimar perante Ele incensoaromático, e para a apresentação contínua do pão da proposição,para os holocaustos da manhã e da tarde (solenidades diárias), nos

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sábados (solenidades semanais) e nas luas novas (solenidades men-sais) e nas festividades (solenidades anuais) do Senhor nosso Deus; oque é obrigação perpétua de Israel” (2 Cr 2, 4).

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IV – Lei, Lei Moral, LeiIV – Lei, Lei Moral, LeiCerimonial, Lei de DeusCerimonial, Lei de Deuse Lei de Moisése Lei de Moisés

1. Lei

A palavra hebraica hrwt “torah” (lei) ocorre 221 ve-zes no Antigo Testamento e sua correspondente gregaνοµος, nómos, 197 vezes no Novo Testamento. Lato sensu,essa palavra insinua (no seu sentido literal: mete no seio)um significado mais abrangente do que simplesmente lei.Ela dá-nos a idéia de “ensino, norma de conduta, instru-ção divina”.

O Livro da Lei, “torah”, para os judeus, compõe-se, prin-cipalmente, dos cinco primeiros livros da Bíblia atribuídos aMoisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronô-mio, denominados de Pentateuco (cinco tomos).

Quando a Bíblia menciona Lei, Lei do Senhor, Lei deMoisés, não se refere apenas à lei moral ou à lei cerimonial, masa uma verdadeira “constituição” que deveria orientar e re-ger não só a conduta das pessoas e as cerimônias religiosas,mas também a organização política da nação de Israel emseus aspectos cíveis, militares, agrários e comerciais, comoas que temos a seguir:

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“E, quando venderdes alguma coisa ou a comprardes do vossopróximo, ninguém oprima a seu irmão. Conforme a multidão dosanos, aumentarás o seu preço; e, conforme a diminuição dos anos,abaixarás o seu preço.”

“Esta é a lei do holocausto, e da oferta de manjares, e da expiação.”

“Esta é a lei de toda a praga da lepra e da tinha.”

“Esta é a lei dos ciúmes: Quando a mulher, em poder de seu ma-rido, se desviar e for contaminada (...).”

“Quando te achegares a alguma cidade a combatê-la, apre-goar-lhe-ás a paz. E será que se te responder em paz e te abrir,todo o povo que se achar nela te será tributário e te servirá.Porém, das cidades destas nações, que o Senhor, teu Deus, tedá em herança, nenhuma coisa deixarás com vida”.

(Lv 7.37; 14.54; 25.1-43; Nm 5.29; Dt 20.12 e 14.25)

Vários textos no Novo Testamento usam a palavra lei,referindo-se a todo o Antigo Testamento, por exemplo:

“Nós temos ouvido da lei que o Cristo permanece para sempre”(Jo 12.34). “Está escrito na lei: Por gente doutras línguas e poroutros lábios, falarei a este povo” (1 Co 14.21).

Os textos citados estão nos Salmos e nos livros históri-cos e proféticos (2 Sm 7.12, 16; Sl 110.4; Is 9.6).

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2. Lei Moral

Dizem alguns que Lei Moral é a que foi escrita nas tábuasde pedra (os Dez Mandamentos) e Lei Cerimonial é aquelaque está fora das tábuas de pedra. Tal definição nos pareceinadequada e casuística.

Lei Moral é um conjunto de valores absolutos, isto é, fixos,eternos e perfeitos, impostos ao homem por uma força superior,Deus, e revelados na sua Palavra Escrita, a Bíblia Sagrada.

São princípios universais, válidos para qualquer pessoa, emqualquer lugar, e não se alteram com o passar do tempo. Atémesmo os gentios receberam de Deus um senso ético que semanifesta por meio de suas consciências, como afirma Paulo:

“Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmen-te as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos sãolei (...), os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração,testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos,quer acusando-os, quer defendendo-os” (Rm 2.14, 15).

Encontramos mandamentos morais por toda a Bíblia, tan-to nas tábuas de pedra, como fora delas. Por exemplo: Jesusdeclarou que os dois maiores mandamentos são estes:

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tuaalma e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e grande man-damento” (Mt 22.37-40, citando Dt 6.5). “E o segundo é semelhan-te a ele: Amarás a teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.31, citan-do Lv 19.6-8).

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Alguns legalistas dizem que os mandamentos citados sãoapenas o resumo do Decálogo, e não outros mandamentos.Enganam-se. Jesus declarou: “Este é o primeiro e grandemandamento”, não no sentido cronológico, pois muitos ou-tros mandamentos já haviam sido dados antes, e sim no senti-do de importância, como lemos: “Qual é o principal de todosos mandamentos? Respondeu Jesus: O principal é (...)”, etc.

Realmente, nenhum dos mandamentos litografados falasobre amar a Deus ou ao próximo. O que mais se aproximade amar é: “Honrarás teu pai e tua mãe (...)”.

Os mandamentos citados estão fora das tábuas de pedra,em meio a mandamentos cerimoniais, como estes: “não co-mer restos dos sacrifícios no terceiro dia; não juntar animaise sementes de diferentes espécies; não adulterar com escra-vas casadas; sacrificar carneiros, bodes” (Lv 19.18-25).

Por outro lado, na lei das tábuas de pedra, temos um pre-ceito cerimonial que é o de observar o sábado no sétimo diada semana. (Um mandamento moral exigiria, quando mui-to, observar um dia de repouso, isto é, um sábado, a cadasete dias. Mas que este dia seja o primeiro, o terceiro ou osexto da semana, já não é mais uma questão moral, e simum dos preceitos cerimoniais que diferenciam o culto judai-co do culto das outras religiões.)

Para melhor compreensão deste argumento, lembremos alei do dízimo do gado e do rebanho:

“No tocante a todas as dízimas do gado e do rebanho, de tudo oque passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor. Não seinvestigará entre o bom e o mau, nem o trocará” (Lv 27.32, 33).

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Expliquemos como se dizimava o gado: “Tudo o que pas-sar debaixo da vara (...)”.

O pastor marcava os animais, fazendo-os passar por umcorredor estreito, onde os contava um a um. O décimo quepassasse debaixo da vara era marcado como dízimo ao Se-nhor. Tinha de ser aquele e nenhum outro. Esse sistema evitaria aescolha fraudulenta de animais doentes ou defeituosos paradizimar.

Porém, atualmente, já não adotamos esse critério paradevolver o dízimo do Senhor. O importante é devolver-mos um real em cada dez, mesmo que este não seja o déci-mo que estejamos recebendo. Simplesmente fazemos umcheque no valor da décima parte do que recebemos e oentregamos na Igreja. Não é assim que você faz? Se aindanão o faz, comece a fazê-lo e será abençoado. Ou alguémainda conta: um real, dois reais, três, quatro, nove... e, quandochega aos dez reais, o separa para iniciar nova contagem:um real, dois reais...?

Assim também era o descanso semanal. Tinha de ser, paraos judeus, no sétimo dia da semana e em nenhum outro.Mas para nós, os cristãos, o apóstolo Paulo esclareceu: “Umfaz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos osdias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própriamente” (Rm 14.5).

Fosse a guarda do sábado um mandamento moral, Pau-lo certamente não poderia dizer nem muito menos ensi-nar por escrito essa norma de conduta. Por exemplo: po-deria ele dizer: “Um faz diferença entre adulterar, e nãoadulterar, mas outro julga iguais esses dois procedimen-tos. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria

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mente”? Se Paulo ensinasse isso, estaria apoiando a imo-ralidade.

3. Lei Cerimonial

Lei cerimonial é aquela que impõe e disciplina as cerimô-nias e rituais do culto (judaico, no caso), assim como a cir-cuncisão, a páscoa, o pentecostes, as primícias, as luas novase o sábado.

Tais mandamentos tinham uma vigência temporária, poisessa lei de caráter transitório apresentava os tipos, sombrase figuras que se cumpririam na pessoa, nos atos e nos ensi-nos de Jesus.

“Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros e não a imagemreal das coisas (...)” (Hb 10.1) “Tudo isto lhes sobreveio como figu-ras, e estão escritas para aviso nosso a quem são já chegados osfins dos séculos” (1 Co 10.11).

Os mandamentos cerimoniais tornaram-se obsoletos por-que em Jesus se cumpriram as figuras, os tipos ou as “som-bras” que aquelas cerimônias representavam.

O cordeiro da Páscoa era a figura do “Cordeiro de Deusque tira o pecado do mundo” (Jo 1.20).

As luas novas que anunciavam um novo mês, simboliza-vam as boas novas do Evangelho (Is 60.2).

O sábado, descanso para o corpo, era sombra de Cristo, odescanso para nossas almas:

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“Vinde a mim os que estais cansados e oprimidos e encontrareisdescanso para vossas almas” (Mt 11.28, 29).

No Novo Testamento hebraico, poderíamos ler: “Vinde a mim(...) e encontrareis sábado para vossas almas”, pois sábado é des-canso no hebraico. “Portanto resta um repouso (sabbatismov =sabbatismos) para o povo de Deus” (Hb 4.9).

Os mandamentos cerimoniais são válidos e obrigatóriosapenas para o exercício do culto judaico. Sempre estão acom-panhados das expressões: aliança perpétua, sinal perpétuo,mandamento perpétuo, estatuto, ou concerto perpétuo, en-tre mim e vós, nas vossas gerações.

A Bíblia não fala que não matar, não roubar ou amar aDeus sejam sinal perpétuo, mandamento perpétuo, estatu-to perpétuo, ou concerto perpétuo, porque estes são man-damentos morais e não podem servir como sinal entre Deuse os judeus, nem entre Deus e qualquer povo, porque sãoobrigatórios para todos os povos.

As conotações de sinal perpétuo, mandamento perpétuo,estatuto perpétuo ou concerto perpétuo caracterizam apenasos mandamentos cerimoniais, como a circuncisão, as festasjudaicas, os calções de linho para os sacerdotes, a guarda dosábado, como veremos a seguir:

Circuncisão: “E circuncidareis a carne do vosso prepúcio; eisto será por sinal da aliança entre mim e a tua descendênciadepois de ti: Que todo homem entre vós será circuncidado (...) eestará a minha aliança na vossa carne por aliança perpétua”(Gn 17.11-13).

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Festas judaicas: “E para oferecerem os holocaustos do Senhor,aos sábados, nas luas novas, e nas solenidades” (1 Cr 23:31).“Oferecereis um bode, e dois cordeiros de um ano por sacrifício pa-cífico. Estatuto perpétuo é pelas vossas gerações” (Lv 23.19, 31).

Calções de linho: “Faze-lhes, também, calções de linho, para co-brirem a carne nua; irão dos lombos até as coxas. Isto será estatutoperpétuo” (Êx 28.42, 43).

A guarda do sábado: “Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel,celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua” (Êx 31.16).

4. Lei de Deus, Lei de Moisés

A interpretação que fazem alguns de que “Lei de Deus”ou “Lei do Senhor” se refere aos Dez Mandamentos e que“Lei de Moisés” é a “Lei Cerimonial” também não é corre-ta. Tanto a Lei de Deus é chamada Lei de Moisés, como aLei de Moisés é também chamada Lei de Deus. Leiamoscomo exemplo:

“Conforme está escrito na Lei de Moisés, conforme o Senhor deuordem, dizendo (...)” (2 Rs 14.6).

“Este Esdras era hábil na Lei de Moisés que o Senhor Deus tinhadado (...) porque Esdras tinha preparado o seu coração para bus-car a Lei do Senhor (...) Esdras, escriba da Lei do Deus dos céus”(Ed 7.6, 10, 12).

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“Quando se completaram os dias para a purificação deles, segun-do a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém, conforme está escrito naLei do Senhor” (Lc 22.23).

Jesus se referiu aos livros históricos e até aos salmos cha-mando-os de lei: “Não tendes lido na vossa lei que, aos sába-dos, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam semculpa?” (Mt 12.5).

Filipe dizia a Natanael: “Encontramos aquele de quemMoisés escreveu na Lei” (Jo 1.45).

5. A Lei como uma “dispensação”

Dispensação (do latim “dispenso”, distribuir administrar, re-partir): “Um período de tempo durante o qual Deus se relacionacom a humanidade de uma maneira específica” (Scofield).

Geralmente os teólogos dividem esses “períodos” em seteetapas, tais como: I. Inocência; II. Consciência; III. Governohumano; IV. Promessa; V. Lei, Graça; VII. Reino. Alguns in-serem a “Grande Tribulação” entre a “Dispensação da Graça”e a “Dispensação do Reino”. Vejamos um exemplo dos dife-rentes modos de Deus relacionar-se com a humanidade:

No Éden, Deus falava diretamente com o homem. Notempo de Moisés, por intermédio do próprio Moisés, e deCristo até hoje, pela Sua Palavra e pelo Seu Espírito.

É exatamente nesse sentido “dispensacional” que Pauloescreveu.

“Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela usa legitima-mente, sabendo isto: que a lei não é feita para o justo, mas para os

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injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos eirreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas, paraos fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens,para os mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sãdoutrina” (1 Timóteo 1.8-10 ARC).

Jesus e os apóstolos afirmam que nós, os membros do cor-po de Cristo, não estamos sob o jugo da lei; que a lei vigoroude Moisés até João, o Batista:

“A lei e os profetas vigoraram até João” (Lc 16.16).

“A Lei foi dada por meio de Moisés; mas a graça e a verdade nosvieram por Jesus Cristo” (Jo 1.17).

“De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir aCristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veioa fé, já não estamos debaixo de aio” (Gl 3.24, 25).

“Porque, tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagemexata das coisas, nunca (...) pode aperfeiçoar os que a eles se che-gam [pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou] e desta sorte é introduzi-da uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus”; “DizendoNova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e seenvelhece, perto está de acabar” (Hb 10.1; 7.19; 8.13).

“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas orde-nanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou domeio de nós, cravando-a na cruz” (Cl 2.14); “Na sua carne desfez ainimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em orde-nanças (...) Fazendo a paz” (Ef 2.15).

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Tiago ensina claramente que: “Qualquer que guardar todaa lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos”.(Tg 2.10.)

Jesus falou para os fariseus acusadores da mulher adúltera:“Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro queatire pedra contra ela” (Jo 8.7). Isto mostra que todos eles,como nós, somos pecadores.

Pedro, embora também tivesse tendências legalistas comoas de Tiago, reconhecia a impossibilidade de cumprir-sesatisfatoriamente a lei, quando disse:

“Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dosdiscípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos supor-tar?” (At 15.10).

Paulo, ainda que tenha sido zeloso fariseu, concorda ple-namente com Pedro, quando escreve:

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós;porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”;“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição;porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas ascoisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gl 3.10, 13). “Porisso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porquepela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20).

João, o discípulo do amor, adverte: “Se dissermos que nãotemos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verda-de em nós” (1 Jo 1.8).

Compare a diferença entre esses dois regimes dispensacionais:

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6. A Lei e a Graça21

21 Síntese de um artigo do livro Leituras cristãs, miscelânea de escri-tos evangélicos destinados à edificação do povo de Deus, v. 16, p. 45-54. HOWES, George. Lisboa, 1915.

22 Santimônia 1. Modo ou aparência de santo. 2. Ironia sobre devo-ções religiosas, falsa santidade.

A GRAÇADeus convidando e prometendo (Mt 11.28-30)

Ministério do perdão e salvação (Lc 23.41-47)

O pastor morre pela ovelha (Jo 3 16; e 10.11)

É a misericórdia de deus dando-nos o que nãomerecemos (Ef 2.7-9)

Misericórdia é a graça de Deus não nos dando oque merecemos (Lm 3.22)

Três erros a evitar:a) O crente deve viver sem lei ou qualquer regra(Rm 8.2; Jd 4)b) O crente precisa guardar a lei para permane-cer na graça (Gl 2.16; 3.21-25)c) Ritualismo, farisaísmo e santimônia.22 (At15.1, 10, 28, 29; Cl 2.18-23; 2Ts 2.2; Mt 23.25)

Sua regra de conduta (Ef 2.1-10; 4.1, 2, 5)

Diferença entre nascer de novo e guardar a lei:(Ez 36.25-27; Tg 2.10)

O amor faz-nos obedecer prazerosamente (Jo14.23; Hc 3.17-19)

A LEIDeus proibindo exigindo e ameaçando(Dt. 28.15-45)

Ministério condenação e da morte (2Co 3.6,7)

Ovelha morre pelo pastor (Gn 2.17; Nm15.32,34)

Ordenada por causa das transgressões (1Tm 1.9)Para que todo o mundo seja condenado(Rm 3.19)

É santa, justa e boa, mas não é da fé (Rm7.12,14; Gl 3.12)

A ninguém justifica (Rm 3.20; Gl 3.11; At13.39; Gl 2.11, 21)

Nada aperfeiçoou (Hb 7.19)

Não vigora para o crente (Gl 3.23-25; Rm 614.15; 1Tm 1.8-11)

O crente está morto para a lei (Gl 2.19)

Porque a letra mata, mas o espírito vivifica(2Co 3.6-8)

O cumprimento da lei numa palavra: quepertence à graça – amor (Gl 5.14)

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V – AnomiaV – Anomia2323 x Legalismox Legalismo

O cristão verdadeiro, embora não esteja mais sob a “dispen-sação da lei”, vive, todavia, sob uma lei que denota mais apuro,mais pureza, mais primor do que a própria lei do Decálogo.

Lei da Fé, Lei de Cristo, Lei do Espírito de Vida ouLei da Liberdade

Lei da fé

“Onde está logo a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras?Não; mas pela lei da fé. – Concluímos, pois, que o homem é justifi-cado pela fé, sem as obras da lei” (Rm 3.27).

Lei de Cristo

“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a Lei deCristo” (Gl 6:2).

“Escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não emtábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do nosso coração” (2 Co 3.3).

23 Anomia ou anomianismo é a “doutrina” que prega a ausência deleis, de normas ou de regras de organização.

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Lei do Espírito de Vida

“Porque a Lei do Espírito de Vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei dopecado e da morte” (Rm 8.2).

(A Lei dos Dez Mandamentos gravada em tábuas de pedraé chamada ministério da morte.)

“E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veioem glória (...)” (2 Co 3.7).

Lei da Liberdade

“Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela Leida Liberdade” (Tg 2.12).

Realmente, não estamos sem lei. Alguns crentes, argumen-tando contra o culto das imagens, dizem para os católicos:Está escrito no 2.º mandamento:

“Não farás para ti imagem de escultura nem figura alguma (...)”.

E para um adventista, dizem:

“Nós não estamos mais debaixo da lei, mas debaixo da Graça”.

Não achamos correta essa maneira de argumentar. Então osmandamentos só valem quando queremos reprovar os católi-cos, mas não valem também para nós, os crentes?

Precisamos compreender e saber explicar que não guarda-mos o sábado do sétimo dia porque este é um mandamentocerimonial que, embora estivesse nas tábuas de pedra (quePaulo chama de ministério da morte), jamais foi repetido,homologado ou recomendado por Jesus ou pelos apóstolos.

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Porém, os mandamentos morais, todos eles, foram cumpridos,repetidos e confirmados por Jesus e seus apóstolos. Por quê?

Porque amar a Deus e ao próximo, não matar, não mentir,honrar pai e mãe, não cultuar imagens, não adulterar, sãodeveres não só dos judeus, mas também dos brasileiros, dosingleses, dos espanhóis, sejam eles religiosos ou ateus, cató-licos ou evangélicos, budistas ou maometanos, de qualqueridade ou sexo, em qualquer lugar, em qualquer tempo.

Nota importante: Para Jesus, não pecar ainda é pouco. Ocristão deve evitar até os pensamentos pecaminosos:

“Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.Eu, porém, vos digo que, qualquer que atentar numa mulherpara a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”(Mt 5.27, 28).

Tiago compreendeu muito bem o alcance dessa declara-ção de Jesus e deu-nos o sinistro roteiro da concupiscênciaao pecado e à morte, quando escreveu:

“Cada um é tentado pela própria cobiça. Depois, havendo a con-cupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consu-mado, gera a morte” (Tg 1.14, 15).

Este aprimoramento moral, espiritual e santificador (de nãoter desejo de pecar) só é possível quando realmente nos sub-metemos à ação do Espírito Santo. Por isso é que Paulo nosexorta:

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“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteisos vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. E nãovos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovaçãoda vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável eperfeita vontade de Deus” (Rm 12.1, 2).

Se alguém cumpre a primeira condição desse versículo, go-zará certamente do privilégio de degustar a “boa, agradável, eperfeita vontade de Deus”.

Porém, se alguém quer viver em conformidade com o mun-do, jamais saberá como a vontade de Deus é tão “boa,agradável, e perfeita”.

É promessa divina:

“E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um Espíri-to novo” (...) “E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que an-deis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos” (Ez 36.26, 27).

Essa promessa se cumpre quando nos “convertemos” ou“nascemos de novo” (Jo 3.5-8).

Nesse momento, o Espírito Santo implanta em nós os ca-racteres da divindade, que poderíamos chamar de “cromos-somos de Deus”.

Esses cromossomos de Deus irão desenvolvendo-se, paraformar em nós a “imagem de Cristo”, assim como uma criança sevai formando no ventre materno.

“Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para quepor elas fiqueis participantes da natureza divina” (2 Pd 1.4).

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“Mas todos nós (...) refletindo como um espelho a glória do Senhor,somos transfigurados nessa mesma imagem cada vez mais resplan-decente pela ação do Senhor, o Espírito” (2 Co 3.18, Bíblia de Jerusalém).

“A vereda dos justos é como a luz da aurora (...) vai brilhandomais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18).

Porém nenhuma glória nos cabe!

“Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar,segundo a sua boa-vontade”; “Mas, quando aprouve a Deus reve-lar seu Filho em mim” (Fp 2.3; Gl 1.15, 16).

Quando nos convertemos, recebemos uma nova mente: “(...) amente de Cristo”; “Mas nós temos a mente de Cristo” (1 Co 2.16).

Ela é que torna possível a transformação (metamorfose)que nos foi destinada desde a eternidade: “Os que dantesconheceu também os predestinou para serem conformes àimagem de seu Filho” (Rm 8.29).

Paulo compara essa santificação progressiva a uma verda-deira gestação espiritual: “Meus Filhinhos, por quem de novosinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós”(Gl 4.19).

A esse regime de vida na Graça de Nosso Senhor JesusCristo podemos chamar de: Lei de Cristo.

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VI – O domingo cristãoVI – O domingo cristão

1. O primeiro domingo da história

“Mas sobre vós que temeis o meu nome nascerá o Sol da Justiça”(Ml 4.2).

“Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nosnele” (Sl 118.24).

O último capítulo do Antigo Testamento anuncia a aurorade um novo dia com as palavras citadas. Nos albores da ma-drugada, quando o sol surgia no horizonte debelando as tre-vas, dando cores ao mundo, Jesus, o Sol da Justiça, erguia-seredivivo da sepultura, trazendo “luz do Oriente para o Oci-dente”, na prima aurora da salvação.

Este foi o primeiro domingo da história. (Antes havia ape-nas o dia do sol ou primeiro dia da semana, mas não o domin-go.) Cumpria-se, agora, o aspecto literal de uma profecia dedupla referência, juntamente com o seu simbolismo espiritual:“Porque eis que as trevas cobriram a terra, e a escuridão, ospovos; mas sobre ti o SENHOR virá surgindo, e a sua glóriase verá sobre ti” (Is 60.2).

1.ª Referência: “Pois que as trevas cobriram a terra e a es-curidão os povos”. (Alusão à ignorância e aos pecados.)

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Aspecto literal: Na sexta-feira em que Jesus morreu, houvetrevas em toda a terra, evidenciando o negror da crueldadehumana.

2.ª Referência: “Mas sobre ti o Senhor virá surgindo, e asua glória se verá sobre ti”.

Simbolismo espiritual: “Também te dei para luz dos gentios,para seres minha salvação até às extremidades de terra” (Is 49.6);“E as nações caminharão para a tua luz e os reis para o resplen-dor da tua aurora” (Is 60.1, 2); “Eu sou a luz do mundo; quemme segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo12.8); “Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aqueleque crê em mim não permaneça nas trevas” (Jo 12.46).

O pai de João Batista previu a manhã da ressurreição nestaprofecia: “Por causa das misericórdias do nosso Deus, nosvisitará o sol nascente para brilhar sobre aqueles que estãovivendo nas trevas” (Lc 1.78, 79).

Certamente Zacarias não se referia ao “Sol”, estrela de 5.ªgrandeza, pois não era idólatra. “Sol Nascente” é uma lindaimagem profética do glorioso momento em que Jesus, o Solda Justiça, irrompeu das trevas da sepultura para brilhar so-bre Israel e sobre todos os povos, dissipando o manto tene-broso da ignorância e do pecado.

O primeiro dia da semana dantes consagrado ao sol, queera adorado como deus no paganismo, tornou-se o Dia deCristo, o “Sol da Justiça,” e tomou o nome de Domingo.

2. A ressurreição de Jesus Cristo e o domingo

“Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nosnele” (Sl 118. 22-24).

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Qual o motivo de tanto entusiasmo do salmista para cele-brarmos um determinado dia da semana?

É que Davi previu não só a encarnação e os sofrimentos,mas também a glória e a ressurreição do Messias.

A Encarnação

“O Senhor me disse: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei” (Sl 2.7).

Os Sofrimentos

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”; “Repartementre si as minhas vestes e lançam sortes sobre a minha túnica”;“Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a bebervinagre” (Sl 22.1, 18; 69.21).

A Glória

“Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte Sião”;“Pede-me, e eu te darei as nações por herança e os confins da terrapor tua possessão”; “Tu subiste ao alto, levaste cativo o cativeiro,recebeste dons para os homens e até para os rebeldes, para que oSenhor Deus habitasse entre eles” (Sl 2.6-8; 68.18).

A Ressurreição

“A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se cabeça deesquina. Foi o SENHOR que fez isto, e é coisa maravilhosa aos nossosolhos. Este é o dia que fez o SENHOR; regozijemo-nos e alegremo-nosnele” (Sl 118.22-24).

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Analisemos três fatos importantes enunciados nessesversículos:

1.º Deus anulou improbidade24 dos líderes judeus que re-jeitaram e mataram o Messias.

“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes,suspendendo-o no madeiro” (Atos 5.30).

2.º Deus frustrou o plano de satanás, ressuscitando JesusCristo. “Foi o Senhor que fez isto” (v. 23).

“Jesus era bom e dedicado a Deus, mas vocês o rejeitaram. Emvez de pedirem a liberdade para ele, pediram que Pilatos soltasse umcriminoso. Assim vocês mataram o Autor da vida; mas Deus o ressusci-tou, e nós somos testemunhas disso” (At 3.14, 15-BLH).

3.º Deus instituiu um dia festivo, inédito em Israel, maisglorioso do que o sábado, comemorativo da ressurreição deJesus: “Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos e ale-gremo-nos nele” (v. 24).

O dia da ressurreição de Cristo assumiu um destaque inédi-to nas páginas da Bíblia. Os quatro Evangelhos o mencionamrepetidamente, bem como o livro de Atos, as Epístolas e até oApocalipse, onde não encontramos o sábado mencionado umavez sequer, como veremos a seguir:

“E, no fim do sábado, quando já despontava o primeirodia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver osepulcro” (Mt 28.1).

24 Verbete: improbidade 1. Falta de probidade; mau caráter; deso-nestidade. 2. Maldade, perversidade. (Aurélio)

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“E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, demanhã cedo, ao nascer do sol” (Mc 16.2).

“E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia dasemana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qualtinha expulsado sete demônios” (Mc 16.9).

“E, no primeiro dia da semana, muito de madrugada, fo-ram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham pre-parado” (Lc 24.1).

“E eis que, no mesmo dia, iam dois deles para uma aldeiaque distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome eraEmaús” (Lc 24.13).

“E, no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao se-pulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tira-da do sepulcro” (Jo 20.1).

“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana,e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus,se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco!” (Jo 20.19).

“E, oito dias depois, (domingo) estavam outra vez os seusdiscípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando asportas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja con-vosco!” (Jo 20.26).

“Cumprindo-se o dia de Pentecostes (domingo) estavamtodos reunidos no mesmo lugar” (At 2.1).

“No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulospara partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte,falava com eles; e alargou a prática até à meia-noite” (At 20.7).

“No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha departe o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, paraque se não façam as coletas quando eu chegar” (1 Co 16.2).

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“Eu fui arrebatado em espírito, um dia de domingo, e ouvidetrás de mim uma grande voz, como de trombeta” (Ap1.10).25 (O grifo é nosso.)

Em todo o Antigo Testamento, temos apenas três referên-cias ao primeiro dia da semana. E todas elas são exatamenteas relacionadas com a ressurreição de Jesus: Lv 23.10, 11; Lv23.15, 16; e Sl 118.24.

A Bíblia não diz o dia da semana em que Jesus nasceu,nem o dia em que foi circuncidado, nem o dia em que foibatizado. Porém, o dia da sua ressurreição é sempre mencio-nado com a maior freqüência e destaque.

Nenhum dia é, por si mesmo, “maior” que outro! Os dias tor-nam-se grandes ou importantes por causa das coisas queneles acontecem! Para os brasileiros, o dia 7 de setembro éum grande dia, pois nele foi proclamada a nossa Indepen-dência, mas para os norte americanos, o dia 7 de setembro éum dia comum. O dia mais importante para eles é o 4 dejulho, o Independence Day.

A humanidade, especialmente os cristãos, tem um motivomais forte e glorioso para comemorar um determinado diada semana: a Ressurreição de Jesus Cristo. Esse dia, por sua im-portância, passou a ser chamado Κυριακη ηµερα, “kyriakehemera”, “dia dominical”, domingo, nome inédito em todo omundo, conforme lemos em Apocalipse 1.10, exclusivo do cris-tianismo, porque foi dado em homenagem à ressurreição do seufundador.

A Ressurreição é o mais importante evento da história! Maiordo que a libertação de Israel, ou a de algum país. Mais

25 Tradução ilustrada de Antônio Pereira de Figueiredo. Edição Barsa,1967, Cortesia da Encyclopaedia Britânica (edição de 1968).

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importante até mesmo do que a criação do mundo, pois queeste mundo se perdeu, e “Jesus veio buscar e salvar o quese havia perdido” (Lc 19.10).

A ressurreição de Jesus Cristo garantiu a redenção de todoo Universo. E essa salvação só se tornou possível porque Je-sus morreu, mas RESSUSCITOU! E ressuscitou no primeirodia da semana. “Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nose alegremo-nos nele” (Sl 118.25).

Os líderes judeus (os edificadores) rejeitaram o Messias,a “pedra angular”, e o mataram. “Veio para o que era seu,mas os seus não o receberam” (Jo 1.11). Mas “O Deus denossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, sus-pendendo-o no madeiro” (Atos 5.30).

Mas, “num certo dia feito pelo Senhor”, Jesus ressuscitou.Esse dia chama-se “Domingo”.

3. A origem da palavra “Domingo”

“Eu, João, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavrade Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo. Eu fui arrebatado emespírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, comode trombeta” (Ap 1.10).

O Apocalipse é o único livro da Bíblia que traz a data, o localem que foi escrito, a identificação de quem o escreveu, e apromessa de bênção para quem o ler ou ouvir a sua leitura:“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavrasdesta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas”(Ap 1.3).

Assim como Isaías, Ezequiel, Daniel e outros, deu-nosJoão o local e o dia em que foi arrebatado.

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O esclarecimento que se segue pode ser desnecessáriopara alguns eruditos, mas será de grande utilidade para mui-tos de mais modestos conhecimentos e surpreendente paraa maioria dos leitores.

Foi o apóstolo João quem criou a expressão que deu origem aonome domingo, com o qual ele “batizou” o primeiro dia dasemana, o dia da Ressurreição (Κυριακη ηµερα, “kyriakehemera”).

Transcrevemos aqui o que diz uma das mais completas econfiáveis enciclopédias evangélicas:26

“Temos aqui a palavra Kyriakos, um sentido adjetivado, isto é,pertencente ao Senhor. Originalmente essa palavra era usadacom o sentido de imperial, algo que pertencia ao imperador ro-mano. Os crentes primitivos (...) aplicaram-na ao domingo, oprimeiro dia da semana. Esse é o uso que se encontra em Dida-ché 14, e Inácio, Magn. 9, que foram escritos não muito depois doApocalipse”.

Outro valioso testemunho erudito, insuspeito e de inques-tionável valor, dá-nos PETTINGILL: “O primeiro dia dasemana é sem dúvida o dia do Senhor referido em Apocalipse1.10”.27

A Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã afir-ma: “A frase ‘o dia do Senhor’ (Κυριακη ηµερα “kyriake

26 Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. v. 2. p. 213. Ed. eDistribuidora Candeia, 1991.

27 PETTINGILL, William D. D. Bible Questions Answered. p. 177. “The firstday of the week is doubtless ‘the Lord’s day’ refereed to in Ap 1.10”. Zonder-van Publishing House, Ninth Printing, Michigan, 1974.

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hemera”) ocorre uma só vez e isto se dá no último livro (Ap1.10)”. A atração da frase era, no mínimo, dupla. Expressava aconvicção de que o domingo era o dia da ressurreição, quando CristoJesus conquistou a morte e se tornou Senhor de todos (Ef1.20-22; 1 Pd 3.21-22) e um dia que previa a volta daquelemesmo Senhor, para consumar sua vitória (1 Co 15.23-28,54-57).28

A expressão que mais se aproxima daquela que Joãousou é, ηεµερα Σεβαστε (hemera Sebaste), “dia de Au-gusto”, o dia do Imperador. Certamente João pensou: seo imperador tem um dia dele, com muito maior mereci-mento Jesus terá o seu dia exclusivo, comemorativo dasua ressurreição, o Dia Senhorial.

Nem mesmo no texto da Septuaginta29 encontramos, umavez sequer, a expressão que João criou para referir-se ao diada ressurreição. O “Dia de Jeová, hwhy Mwy”, sempre foivertido para o grego como lemos em Jl 2.1: ηεµερα τουκυριου (Dia do Senhor): “Tocai a buzina em Sião e clamaiem alta voz no monte da minha santidade; perturbem-setodos os moradores da terra porque o Dia do Senhor vem,ele está perto”.

A título de curiosidade transcreveremos os textos cita-dos, nos originais hebraico e grego:

28 ELWELL, A. Walter. Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cris-tã. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1988.

29 Septuaginta, Versão dos LXX ou Alexandrina é uma tradução do AntigoTestamento hebraico para o grego feita em Alexandria, a mando de Ptolo-meu II (Filadelfo), (284-247 a.C.). Alguns livros não pertencentes ao cânonjudaico também foram incluídos nessa versão, alguns dos quais Jerônimoverteu para a Vulgata Latina (Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc,I e II Macabeus, e acréscimos aos livros de Ester e Daniel), explicando que

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“bwrq yk hwhy-Mwy ab-yk Urah ybsy lk wzgry ysdq rhbweyrhw Nwyub rpws weqt”

“Σαλπισατε σαλπιγγα εν Σιων, ωαι αλαλαζατεεν τω ορει τω αγιω µου; ας τροναζωσι παντες οικατοικουντες την χγµυ διοτι ερχεται η ηµερα τουΚυριου, διοτι ειναι εγγυς”.

Por que teria João escrito uma expressão nunca usada an-tes, em todo o mundo? Por duas razões:

1.ª para indicar algo inédito na história da humanidade: a Res-surreição de Jesus Cristo;

2.ª para distinguir o dia senhorial, ou dia dominical, o domingo,dos eventos da parúsia,30 que também é chamada Dia do Se-nhor, como vemos nos versículos abaixo.

“O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes de chegar ogrande e glorioso Dia do Senhor”; “(...) Seja entregue para destruição dacarne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor.”

“Porque vós mesmos sabeis que o Dia do Senhor virá como oladrão de noite.”

“Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite”(At 2.20). (1 Co 5.5; 5.2.); (2 Pd 3.10); (1 Ts 5.2)

tais livros não pertenciam às Escrituras Sagradas judaicas. Porém oConcílio de Trento em 1546 os anexou ao Antigo Testamento, classifi-cando-os como “Deuterocanônicos”. Para os judeus, e para os evangéli-cos, porém, continuam sendo “apócrifos”, úteis apenas como subsídios àhistória e cultura judaica, mas sem a autoridade dos livros inspiradospor Deus (canônicos).

30 Volta gloriosa de Jesus Cristo, no final dos tempos, para estar presenteao Juízo Final (Aurélio).

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Há uma significativa diferença de como está escritoDia do Senhor (2.ª vinda de Cristo), para o Dia do Senhorreferente ao Dia da Ressurreição.

Κυριακος (Kyriakos) é forma adjetivada da palavra“Κυριος” Kýrios, Senhor, e significa: “que diz respeitoao Senhor”, “concernente ao Senhor”, “pertencente aoSenhor”, “senhorial”.

Não significa exatamente “Dia do Senhor”, como lemos emmuitas das nossas traduções.

Em toda a Bíblia, só encontramos esse adjetivo porduas vezes e sempre como referência a algo exclusivo do Se-nhor Jesus:

A tradução literal de Ap 1.10 seria: “Eu fui arrebatadopelo espírito no dia Senhorial”. Mas este adjetivo, “se-nhorial”, embora correto, raramente é usado. O seu cor-respondente é “dominical”, porque o português é umalíngua neolatina e Senhor, em latim, é dominus. Daí vemo adjetivo “dominical”, correspondente ao substantivoSenhor.

Original gregoηµερα του ΚυριουΚυριακη ηµερα

Tipo de eventoDia do Senhor 2.ª Vinda de CristoDia do Senhor Domingo

Transliteraçãohemera tou kyrioukyriake hemera

Cat. Gramatical e casoSubstantivo, genitivo.Adjetivo, dativo.

Tipo de evento1.ª A Ceia do Senhor2.ª O Dia Senhorial

Original gregoκυπιακον δειρτονΚυριακε ηµερα

Transliteraçãokyriakon deiptonkyriake hemera

Citação1 Co11.20Ap 1.10

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Quando dizemos Dom Pedro II, Dom Evaristo Arns, es-tamos abreviando o nome dominus, dizendo: Senhor PedroII, Senhor Evaristo Arns.

Vejamos mais um exemplo dessa evolução etimológica: a pa-lavra povo provém do latim populus. Quando queremos falarsobre algo referente ao povo, não dizemos povoal, e sim popu-lar. Por quê? Porque esse adjetivo é derivado da raiz latinapopulus.

Dominical significa, pois, referente ao Senhor. É o queinformam todos os bons dicionários.

Oração dominical não é apenas uma oração domingueira,mas a oração do Senhor!

Escola dominical não é apenas uma escola do dia de do-mingo, é a Escola do Senhor.

Domingo não é, portanto, um nome importado do paga-nismo, como Saturday, nem do judaísmo, como sábado. Não écomemorativo da criação do mundo nem da libertação do povode Israel. É um nome exclusivo do cristianismo, criado porJoão especialmente para caracterizar e distinguir o dia Senhorial,o dia anunciado e aclamado por Davi, neste jubiloso conviteao regozijo pela ressurreição: “Este é o dia que o Senhor fez;regozijemo-nos e alegremo-nos nele”. (Sl 118. 2, 5).

Domingo não é dia de repouso, pasmaceira, futebol, clubesou jogatina, mas é dia de oração, evangelismo, adoração e ativi-dade espiritual, como advertia o profeta: “Levantai-vos e andai,porque não será aqui o vosso descanso; por causa da corrupçãoque destrói, sim, que destrói grandemente” (Mq 2.10).

Acertadamente, Jerônimo verteu Κυριακη ηµερα (kyriakehemera) para o latim da Vulgata não como dia Domini (diado Senhor), mas como Domínica die (dia dominical): “Fui in

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spiritu in dominica die et audivi post me vocem magnam tamquamtubae” 31 (Ap 2.10).

Daí, a clássica versão de Antônio Pereira de Figueiredo traduzir:

“Eu fui arrebatado em espírito hum dia de Domingo e ouvi por detrásde mim uma grande voz como de trombeta”32 (Ap 1.10). [Este é o texto,ipsis litteris, da 1.ª Edição de Figueiredo, publicada em 1819.]

Quando disserem, portanto, que a palavra domingo nãoestá na Bíblia, responda que isso não é verdade. Não encon-tramos nos originais gregos a palavra portuguesa “domingo”(como também não encontramos: Deus, casa, livro ou sábado,mas sim as suas correspondentes hebraicas ou gregas).

O domingo está na expressão criada pelo apóstolo João:Κυριακη ηµερα (kyriake hemera), vertida para o latim como:Domínica die, corretamente traduzida para o português comodomingo por Antônio Pereira de Figueiredo, pelo Centro Bí-blico Católico; tradução dos monges de Maredsous; por JoãoJosé Pedreira de Castro; pelo Dr. José Basílio Pereira; por Vi-cente Zioni; por Matos Soares; e por todas as outras versõesda Vulgata para as línguas neolatinas, onde lemos: domenica,dimanche, ou qualquer outra palavra equivalente a domingo.

Documentos isentos de quaisquer influências denominacionaisafirmam: “Domingo, no Novo Testamento, é chamado de o Diado Senhor. Em latim, Dominica die, de onde deriva seu nome naslínguas neolatinas, por exemplo: espanhol, domingo; italiano, domenica;e francês, dimanche, faladas por cerca de 400 milhões de pessoas”.33

31 IUXTA VULGATAM VERSIONEM. WEBER, Robertus. Stuttgart: EditioAltera Emendata, 1975.

32 Lisboa, MDCCC XVIIII. Na Officina da Acad. R. das Sciencias. 1. ed.33 Enciclopédia® Encarta 99. © 1993-1998 Microsoft Corporation.

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4. Resgatando verdades históricas

Os escritos patrísticos34 dos três primeiros séculos con-servam esta mesma expressão: “Kyriake hemera” (“DiaSenhorial”) para designar o domingo como o dia da reu-nião dos cristãos. Eis o que dizem esses vetustos docu-mentos da Igreja Cristã pós-apostólica, alguns escritos hámais de 200 anos antes de Constantino “converter-se” (313a.C.), fato que comprova ser falsa e injuriosa a declaraçãode que foi Constantino quem instituiu o domingo comodia sagrado para os cristãos.

1.º século: o Ensino dos Apóstolos (provavelmente es-crito pouco depois do Apocalipse): “E no dia do Senhor(kuriakh hemera, “Kyriakh hemera”, domingo), con-gregai-vos para partir o pão e dai graças”.35

Ano 70-132 d.C. – Epístola de Barnabé: “Portanto, tam-bém nós guardamos o oitavo dia (domingo) para nos alegrar-mos em que também Jesus se levantou dentre os mortos ehavendo sido manifestado, ascendeu aos céus.”36

Ano 115 d.C. – Epístola de Inácio aos Magnesianos:“Por que se no dia de hoje vivermos segundo a maneirado judaísmo, confessamos que não temos recebido a gra-ça (...). Assim, pois os que haviam andado em práticasantigas alcançaram uma nova esperança, já sem observar

34 “Patrísticos” são os escritos dos proeminentes líderes cristãos dosprimeiros séculos, também chamados de “pais da Igreja”.

35 O Ensino dos Apóstolos, XIV. Este documento é considerado maisantigo do que alguns livros do NT por alguns biblicistas.

36 Epístola de Barnabé, 15. LIGHTFOOT, J. B. Los Padres Apostólicos, p.299-301. Libros Clie. Barcelona, Espanha.

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os sábados, porém modelando suas vidas segundo o diado Senhor, “Kyriake hemera”.37

II Séc. d.C.: Nos escritos de Melito de Sardes há um trata-do sobre a adoração no domingo, intitulado: περι κυριακες– peri kyriakes – acerca do dia dominical, Dia do Senhor,isto é, domingo.38

130 d.C.: O Evangelho de Pedro, apócrifo, mas compro-vadamente escrito no princípio do segundo século, tambémse refere ao dia da ressurreição usando o mesmo adjetivokyriakes, que na edição de Jorge Luis Borges é traduzidacorretamente por domingo.39

150-168 d.C.: Justino Mártir, Eusébio, Clemente de Ale-xandria, escritores do 2.º e 3.º séculos, também adotaram o“Kyriake hemera” criado por João, vertido para o latim comoDomínica die (dia dominical), isto é, domingo,40 o dia da Res-surreição do Senhor.

155-222 d.C.: Tertuliano, o mais vigoroso e intransigentedos primeiros apologistas cristãos, já defendia a pratica dorepouso dominical. (Vide nota de rodapé n.º 38).

Esses documentos de irrecusável valor histórico demons-tram que o domingo, o “dia dominical”, já era adotado comoo dia dos cristãos para as reuniões (Lc 24.1, 13; Jo 20.19 e26); a Santa Ceia (At 20.7); e para as coletas na Igreja

37 Epístola de Inácio aos Magnesianos, 8, 9. LIGHTFOOT, J. B. LosPadres Apostólicos, p. 146 e 181.

38 R. N. Chaplin, J. M. Bentes, Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filo-sofia, 1991, 2. v., p. 213.

39 Evangelios Apócrifos, v. 1, p. 323-235. Santiago: Hyspamérica edi-ciones, 1985.

40 Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. v. 2. 1991. p. 214.

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primitiva (1 Co 16.1, 2), como também o foi nos temposapostólicos, conforme lemos nos Evangelhos, nos Atos enas Epístolas citados acima.

Foi Deus, portanto, quem instituiu o domingo como o diacristão, e não Constantino, como dizem algumas pessoas malinformadas.

Constantino (280-337 d.C.), a caminho da batalha contraMaxêncio, sobre a ponte de Mílvia, teria visto no céu uma cruz e,sobre esta, as palavras In hoc signo vinces. Obteve então uma vitória,razão pela qual “passou a crer” que Jesus era um Deus maispoderoso do que todos os deuses de Roma, e proclamou o Editode Milão (313 d.C.), que concedia liberdade ao cristianismo.

“Em 324, através de um édito imperial, ordenou que todos os soldadosadorassem o Deus supremo no primeiro dia da semana. Este era o dia emque os cristãos celebravam a Ressurreição do seu Senhor.”41

Interveio também nos assuntos eclesiásticos, procurandoestabelecer a unidade da Igreja, ameaçada pelo arianismo; comeste fim, convocou o primeiro Concílio de Nicéia em 325 e aele presidiu.42

Mas, ao contrário do que alguém propala, ele apenas reco-nheceu o fato de que os cristãos se reuniam no primeiro dia dasemana e justamente para agradá-los é que legalizou o descan-so semanal no dia em que a Igreja comemorava a ressurreiçãodo Senhor Jesus, desde os tempos apostólicos, como lemos:

41 Uma história ilustrada do Cristianismo. 10v. v. 2. Sociedade religi-osa Vida Nova, 1980. p. 34.

42 Constantino I, o Grande. Enciclopédia® Microsoft® Encarta 99. ©1993-1998 Microsoft Corporation.

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“No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partiro pão” (At 20.7).

5. Odres novos para o vinho novo

“Ninguém põe vinho novo em odres velhos; caso contrário, ovinho estourará os odres, e tanto o vinho como os odres ficaminutilizados” (Mc 2.22).

Essa declaração de Jesus foi feita quando lhe perguntarampor que seus discípulos não jejuavam como os discípulos dosfariseus e os discípulos de João.

Jesus, ao responder-lhes, comparou aquelas velhas cerimô-nias do judaísmo a “panos velhos” e a “odres velhos”, quedeviam ser abandonados, pois o Evangelho não comporta aspráticas ostentosas de fórmulas e exibições mecânicas quenada possuem da verdadeira espiritualidade.

Odres eram sacos feitos de peles, destinados ao transporteou armazenagem de líquidos. Um odre velho fica com a peleressequida, com pregas decorrentes de seu próprio peso. Afermentação do vinho novo produz gases cuja pressão dilata-ria e rasgaria o odre justamente naquelas dobras endurecidas.

A inflexibilidade dos odres velhos representa a intransi-gência da lei que condenava à morte alguém só porque esta-va apanhando lenha num dia de sábado, conforme lemos emNúmeros, 15.32-36.

As cerimônias e rituais do judaísmo podem ser compara-das aos “velhos odres”, que não poderiam conter o “vinhonovo” das doutrinas e da graça do Evangelho de Jesus Cristo:

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“Mas agora, morrendo para aquilo que antes nos prendia, fomoslibertados da lei, para que sirvamos conforme o novo modo do Espí-rito, e não segundo a velha forma da lei escrita”. (Rm 7.6, NVI.)

Essa declaração de Paulo foi praticamente repetida por Iná-cio no início do II século:

“Por que se no dia de hoje vivermos segundo a maneira do juda-ísmo, confessamos que não temos recebido a graça (...). Assim,pois os que haviam andado em práticas antigas alcançaram umanova esperança, já sem observar os sábados, porém modelandosuas vidas segundo o dia do Senhor”.43

Por isso os cristãos não mais celebram a páscoa, nem opentecostes, nem as luas novas, nem a circuncisão, nem osábado, que eram “sombras” ou “figuras” que se cumpriramem Cristo.

Temos “odres novos” para o “Vinho Novo” do Evange-lho. A Ceia do Senhor, o Batismo no Espírito Santo, o Batis-mo em água, e, como os apóstolos sempre o fizeram a partirdo dia de pentecostes, nos reunimos no domingo, o dia daressurreição do Senhor.

Paulo combateu incansavelmente as futilidades judaizan-tes e seus ensinos. Antevendo o reaparecimento periódicodessas ervas daninhas, escreveu com energia ou até revoltaessas exortações:

43 Ináco. Epístola aos Magnesianos 8.9. Escrita pouco depois do livroApocalipse, por volta do ano 115 d.C.

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“Mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos porDeus, como estais voltando, outra vez, aos rudimentos fracos e po-bres, aos quais, de novo, quereis ainda escravizar-vos? Guardais dias,e meses, e tempos, e anos” (Gl 4.9, 10).

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou porcausa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que sãosombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.”

“Ninguém se faça árbitro contra vós outros, com pretexto de hu-mildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, semmotivo algum, na sua mente carnal.”

“Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos domundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivês-seis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies?As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos edoutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma aparên-cia de sabedoria (...), mas não são de valor algum, senão para asatisfação da carne” (Cl 2.16-23).

O cristianismo autêntico, ensinado por Jesus e pelos seus após-tolos, foi engolfado pelas cerimônias pomposas do ritualismopagão ou judaico, infelizmente copiadas por algumas igrejas cris-tãs que, em triste decadência, trocaram o esplendor do Evange-lho original pelas vacuidades do formalismo oco e legalista.

Para Jesus, não há “dias santos, lugares santos, ou objetos santos”.Santos devemos ser nós! E por isso, devemos santificar

com a nossa presença cada dia de nossa vida, cada local ondeestivermos e cada coisa que tocarmos.

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Quando a mulher samaritana perguntou a Jesus qual era overdadeiro lugar onde Deus devia ser adorado, ouviu o quemuitos precisam aprender atualmente:

“Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nemneste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Mas a hora vem, eagora é em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espí-rito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem(...) Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem emespírito e em verdade” (Jo 4.20-24 ARC).

“Chegou a hora de adorarmos o Pai no sacrário do nosso cora-ção, em qualquer lugar, onde estivermos.”

“Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque eis que o Reino deDeus está entre vós” (Lc 17.21).

Sobre alimentos puros ou impuros, lembremos que Deusmostrou a Pedro que tinha purificado os gentios, tomandocomo exemplo a purificação dos animais:

“E viu o céu aberto e que descia um vaso, como se fosse umgrande lençol atado pelas quatro pontas (...) no qual havia de todosos animais quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu. E foi-lhedirigida uma voz: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro disse:De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum eimunda. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao queDeus purificou. E aconteceu isto por três vezes; e o vaso tornou arecolher-se no céu” (At 10.11-16).

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Realmente, o objetivo principal de Deus era tranqüilizarPedro para que este entrasse na casa de Cornélio, um gen-tio incircunciso. Mostrou-lhe então vários animais “impu-ros”, ordenando a Pedro que os comesse. Por três vezesPedro repugnou tal ordem e por três vezes ouviu Deusassegurar-lhe que tinha purificado os animais que Pedrotinha visto. (Não faças tu comum ao que Deus purificou).

Se Deus não purificou os animais considerados imundos,por que diria a Pedro que os havia purificado? Paulocompreendeu mais facilmente do que Pedro o que Jesus ensi-nou quando disse:

“O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas oque sai da boca” (Mt 15.11).

Por isso, escreveu:

“Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos,apostarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadorese a doutrinas de demônios (...) ordenando a abstinência dos man-jares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem averdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porquetoda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendorecebido com ações de graças, porque, pela palavra de Deus epela oração, é santificada” (1 Tm 4.3-5 ARC).

“Porque o marido descrente é santificado pela mulher, e amulher descrente é santificada pelo marido crente. De outrasorte, os vossos filhos seriam imundos; mas, agora, são san-tos” (1 Co 7.14 ARC).

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Faremos aqui um respeitoso apelo à consciência cristã dequalquer pessoa sedenta da verdade: por que abandonar asimplicidade cristalina do Evangelho para nos enredarmosnas teias do legalismo judaizante, da aridez sabática, oudas cavilações espúrias de visionários míticos?

6. O domingo foi prefigurado na Lei

“Deus não joga dados.”

(Albert Einstein)

Isto quer dizer que Deus nada faz por acaso.Quando Ele determinou que a Festa das primícias, e a fes-

ta de pentecostes fossem celebradas no primeiro dia da se-mana, é porque as constituiu como figuras da ressurreição deJesus e do nascimento da Igreja, eventos que deveriam acon-tecer exatamente nesse dia da semana.

1.ª A festa das primícias

“Trareis ao sacerdote um molho das primícias da vossa sega; nodia seguinte ao sábado o sacerdote o moverá” (Lv 23.10,11). (O diaseguinte ao sábado é o domingo.)

Essa festa apontava para a ressurreição de Cristo, comodeclarou Paulo:

“Mas na realidade Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo eleas primícias dos que dormem. Cada um, porém, na sua ordem:

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Cristo, as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda” (1Co 15.20, 23).

A festa das primícias deveria ser celebrada, portanto, no diaem que Jesus havia de ressuscitar e que, justamente por isso,deixaria de ser, apenas, o primeiro dia da semana, para ser con-sagrado como o dia dominical, ou domingo.

2.ª A festa de pentecostes44

“Contareis para vós, desde o dia depois do sábado, sete sema-nas inteiras (...) até ao dia seguinte ao sétimo sábado, contareiscinqüenta dias” (Lv 23.15, 16).

(O dia seguinte ao sábado é o domingo. Essa cerimôniaapontava para o nascimento da Igreja.)

Foi instituída no primeiro dia da semana como figura deque esse dia seria o dia da “inauguração da Igreja” e que, daípor diante, por divina inspiração, continuou sendo o dia dassuas reuniões.

Concluímos, portanto, que os dois maiores eventos dahistória da humanidade, a Ressurreição de Cristo e o Nasci-mento da Igreja não aconteceram por acaso no primeiro diada semana.

Foi o próprio Deus quem determinou que a festa dasprimícias, tipo da ressurreição, e a festa de pentecostes, figura

44 Pentecostes é uma palavra originada do grego πεντακοστος (pentakos-tós), que significa qüinquagésimo (50.º).

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do nascimento da Igreja, acontecessem no primeiro dia dasemana, o domingo.

7. Domingo: dia do Nascimento da Igreja

A Igreja foi “concebida” desde a eternidade.

“Ele nos escolheu antes da fundação do mundo e nos predesti-nou para sermos seus filhos adotivos por Jesus Cristo” (Ef 1.4, 5).“O Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8).

A Igreja teve sua “gestação” no ministério terreno de Jesus,quando este chamou os primeiros discípulos, como verdadei-ras “primícias” de seu corpo: “E disse-lhes: Vinde após mim, eeu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19) e quando insti-tuiu a Igreja como autoridade para disciplinar os fiéis: “E, senão as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igre-ja, considera-o como um gentio e publicano” (Mt 18.17); equando assoprou sobre os apóstolos, outorgando-lhes o Espí-rito Santo e poderes excepcionais, mesmo antes do dia de pen-tecostes: “E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardesos pecados, lhes são perdoados; e, àqueles a quem os retiver-des, lhes são retidos” (Jo 20.22, 23).

A Igreja “nasceu” no dia de pentecostes. “E naquele diaforam agregadas cerca de três mil pessoas” (At 2.41), e afesta de pentecostes tinha que ser realizada no primeiro dia

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da semana: “Contareis para vós, desde o dia depois do sába-do, sete semanas inteiras (...) até ao dia seguinte ao sétimosábado, contareis cinqüenta dias, então oferecereis nova ofer-ta” (Lv 23.15, 16).45 (O dia seguinte ao sábado é o domingo.)

8. Domingo, Dia de Jesus, Dia da Igreja

Domingo é o dia que Jesus, ressuscitado, escolheu paramanifestar-se aos seus discípulos:

“Tendo Jesus ressuscitado no primeiro dia da semana, apareceuprimeiramente a Maria Madalena.”

“Nesse mesmo dia, iam dois deles para uma aldeia chamadaEmaús. Jesus se aproximou, e ia com eles.”

“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, che-gou Jesus e disse: Paz seja convosco!”

“Oito dias depois, estavam ali outra vez reunidos os discípulos(...) veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: Paz seja con-vosco!” (Mc 16.9; Lc 24.13-15; Jo 20.19; Jo 20.26.)

Dirá alguém: Ora, se ele ressuscitou no domingo, só po-dia aparecer mesmo no domingo.

Não. Não foi assim que aconteceu. Passou-se uma se-mana inteira e Jesus só apareceu no domingo seguinte! Po-deria ter aparecido no sábado, na quarta, ou na segundafeira, mas não o fez.

45 A “festa das semanas” tomou o nome de Pentecostes porque ocor-ria no 50.º dia depois da Páscoa. (7x7=49; +1=50)

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Oito dias depois seria segunda-feira? Não. Os judeus conta-vam os dias, incluindo o próprio dia em que estavam. Por exemplo:Jesus morreu numa sexta-feira e ressuscitou no terceiro dia.Contando à maneira judaica, diz-se: sexta-feira, 1.º dia; sábado,2.º dia; domingo, 3.º dia. Oito dias depois é então o domingo!

Domingo foi o dia que Jesus escolheu para revelar-se aJoão na ilha de Patmos, assim como escolhera o domingopara manifestar-se aos apóstolos depois que ressuscitou (Ap1.10; Mc 16.9).

Depois que Jesus ressuscitou, nem uma vez sequer apre-sentou-se ou reuniu-se com seus discípulos num dia de sába-do. Sempre o fez no primeiro dia da semana, que passou a sechamar o Dia do Senhor.

Domingo foi o dia que Jesus escolheu para voltar aos seusdiscípulos, na pessoa do Espírito Santo, como prometera:“Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós” (João 14.18).

Isso aconteceu no domingo de pentecostes, em que os dis-cípulos se reuniram para buscar o revestimento de poder, comoJesus lhes ordenara antes de subir aos Céus: “E eis que sobrevós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade deJerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 24.49).

Domingo já era o dia da Santa Ceia, a principal reunião daIgreja, ao tempo em que Lucas e Paulo visitaram Trôade, porvolta de abril do ano 58: “E, depois dos dias dos pães asmos,navegamos de Filipos e, em cinco dias, fomos ter com eles aTrôade, onde estivemos sete dias”. No primeiro dia da sema-na, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, quehavia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou aprática até à meia-noite (At 20.6, 7).

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Comentando este episódio, escreve Huberto Rohden, umdos mais abalizados biógrafos de Paulo: “Passaram nesta ci-dade o primeiro dia da semana, que já nesse tempo era cha-mado o ‘Dia do Senhor’ (domingo), como se vê pela narra-ção de Lucas”.46

Note-se que Paulo passou a semana toda em Trôade e sóno primeiro dia da semana é que os discípulos se reunirampara “partir o pão”, certamente como toda a Igreja já o faziadesde a Ressurreição.

Domingo era o dia da maior reunião da Igreja, desde o dia dePentecostes; tanto na cidade de Corinto (Europa), como emtodas as cidades da Galácia (Ásia). Seria, portanto, o dia maisadequado para levantar-se uma generosa coleta. Certamente paraaproveitar essa boa ocasião é que Paulo determinou:

“Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós tam-bém o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro diada semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar,conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletasquando eu chegar”. (1 Co 16.1, 2).

9. Domingo, o principal dia da semana

Quem lê o Novo Testamento grego nota uma significati-va diferença entre o primeiro dia escrito em Mc 16.2, para agrafia do primeiro dia em Mc 16.9.

46 ROHDEN, Huberto. Paulo de Tarso: o maior bandeirante do Evan-gelho. 3. ed. Ed. Pan-Americana. p. 257.

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Analisemos agora a diferença do versículo 2 para o versí-culo 9 no original grego citado:

No v. 2, Marcos usa o cardinal mian, no sentido cronoló-gico, isto é, 1.º, anterior ao 2.º. No v. 9, Marcos não usa maiso vocábulo mian. Usa prôte: primeiro, no sentido de honraou dignidade, como veremos nas citações abaixo:

Mt 20.27: “Aquele que quiser ser o primeiro. (Prôtos, omais importante), seja o que vos serve”.

At 13.50: “Os principais da cidade” (Prôtos)Lc 19.47: “Os principais do povo”. (Prôtos).Mc 12.28 a 31: “(...) Qual é o principal (Prôtos) de todos

os mandamentos? (prwth, prôte, o principal) é: Ouve, óIsrael, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás,pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda atua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força.O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Nãohá outro mandamento maior do que este”. Temos aí a corre-ta tradução do adjetivo ordinal, prôte, como principal, naversão de Almeida Revista e Atualizada.

Traduzindo Mc 16.9, como acima, lemos: “Tendo Jesusressuscitado no principal dia da semana”.

Ou ainda: “Tendo Jesus ressuscitado no mais nobre dia dasemana”, pois prôte também significa: supremo, mais nobre,ou mais importante, conforme traduzem os bons dicionários

Original gregoΚαι λιαν πρωι τε µιαντον σαββατον

Αναστασ δε πρωιπρωτη σαββατον

CitaçãoMc 16.2:

Mc 16.9:

Transliteração“Kai lian prôi te mianton sabbaton

Anatás dè prôï prôtesabbaton

TraduçãoE bem cedo, noprimeiro dia da semana.

Ressuscitado bem cedo noprincipal dia da semana

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Grego–Português, como os de Isidro Pereira e W. C. Taylor,e Grego–Inglês, com os de W. E. Vine e o ExposityDictionary of New Testament Words.

Nós também usamos o ordinal “primeiro” significandoprincipal ou mais importante, quando dizemos: “Meu filho éo primeiro da turma”, “Ela é a primeira dama do estado!”. Sedermos ao adjetivo primeira um sentido cronológico nesteúltimo caso, estaremos insultando a esposa do governador!

Considerando a consistência dos argumentos já mencio-nados, repetimos o desafio do Senhor: “Vinde e arrozoemos,diz o Senhor”, Is 1.18.

Qual o dia mais adequado para o culto cristão?O sábado, dia em que Deus terminou a criação do mundo

que veio a se perder, ou o domingo, dia em que Jesus, tendoressuscitado, concluiu a obra da salvação do mundo?

O sábado, dia que comemora a libertação política dopovo de Israel (Nm 15.5), ou o domingo, dia em que Jesusressuscitou, assegurando a verdadeira liberdade, não só paraIsrael, mas também para toda a humanidade que se haviaperdido?

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”

“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente, sereis livres” (Jo8.32, 36).

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VII – Breves respostas aosVII – Breves respostas aosargumentos adventistasargumentos adventistassobre o sétimo diasobre o sétimo dia

1. Devem os cristãos guardar o sábado dosétimo dia?

R: Só os israelitas têm o dever de guardá-lo.

“Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que oSenhor, Teu Deus, te tirou dali com mão forte (...) pelo que o Senhor,Teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado” (Dt 5.15).“Todo aquele que nele fizer qualquer trabalho será morto” (Êx 35.2-b).

“Os filhos de Israel acharam um homem apanhando lenha nodia de sábado (...). Então disse o Senhor: Tal homem será morto (...)e o apedrejaram até que morreu” (Nm 15.32-36).

2. Por que só os israelitas devem guardar osábado, e não também os cristãos?

R: Porque os cristãos jamais receberam mandamento algum,de Jesus ou dos apóstolos, para guardar qualquer dia. Pelo contrá-rio, Paulo afirma que guardar dias é rudimento fraco e pobre eque, se alguém quiser fazê-lo, faça-o; se não quer, fique tranqüilo.

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“Mas, agora, conhecendo a Deus (...) como é possível voltardes,novamente, a estes rudimentos fracos e pobres. Guardais dias, e me-ses, e tempos e anos” (Gl 4.9, 10).

“Ninguém vos julgue por questões (...) dos dias de festas ou de luanova ou de sábados, que são apenas sombras das coisas que haveriamde vir, mas a realidade é o corpo de Cristo” (Cl 2.16,17). “Há quemfaça diferença entre dia e dia, e há quem ache todos os dias iguais:cada qual siga sua convicção” (Rm 14.5).

3. As festas judaicas (os sábados anuais) é quecessaram, mas não o sábado semanal

R: Não é verdade. Paulo escreveu claramente: “Ninguémvos julgue por questões (...) dos dias de festas (cerimônias,anuais, como a páscoa, tabernáculos); ou de lua nova (ceri-mônias mensais); ou de sábados (cerimônias semanais).“Guardais dias (sábado), e meses (luas novas), e tempos (fes-tas anuais como a páscoa), e anos (ano sabático, ano do ju-bileu)” (Gl 4.9, 10; Lv 25.9-54).

4. Por que considerar as festas judaicas e o sábadocomo figuras ou sombras?

R: Porque a Bíblia assim o afirma. Essas figuras eram tiposdas realidades que se haveriam de cumprir (e se cumpriram),em Jesus, o Messias, como está escrito: “Tendo a lei a sombrados bens futuros e não a imagem real das coisas (...)” (Hb10.1). Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas

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para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dosséculos (1 Co 10.11). Por exemplo:

a) o sangue do Cordeiro da Páscoa, nos umbrais das portas,livrava da morte quem estava na casa (Êx 12.21-24). Era tipo oufigura do sangue do “Cordeiro de Deus que tira os pecados domundo” que nos livra da morte eterna (Jo 1.29; Ap 5.8, 9).

b) o sábado, descanso para os homens e os animais (Dt 5.14,15), é sombra ou figura de Cristo, o verdadeiro descanso paranossas almas: “Vinde a mim os que estais cansados e oprimi-dos (...) e encontrareis descanso (sábado) para vossas almas”(Mt 11.28, 29). (Sábado, em hebraico, significa descanso.)

5. O sábado está na “Lei Moral”, a lei das tábuasde pedra, e por isso deve ser guardado

R: A lei das tábuas de pedra não é a “lei moral”. Paulo achama “ministério da morte”. “Deus (...) nos fez tambémcapazes de ser ministros dum Novo Testamento, não da le-tra, mas do Espírito; porque a letra mata, e o Espírito vivifi-ca. (...) E, se o ministério da morte, gravado com letras empedras, veio em glória (...)” (2 Co 3.4-7).

A lei moral está presente em toda a Bíblia, de Gênesis aoApocalipse, e os seus mandamentos mais importantes, no dizerde Jesus, estão fora das tábuas de pedra, em meio amandamentos cerimoniais:

“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tuaalma e de todo o teu entendimento Este é o primeiro e grande man-damento” (Mt 22.37-40, citando: Dt 6.5); “E o segundo é semelhante

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a ele: Amarás a teu próximo como a ti mesmo” (Mc 12.31, citando Lv19.6-8).

6. Por que dizer que a guarda do sábado do sétimodia é um mandamento cerimonial?

R: Porque os argumentos apresentados no Capítulo IV ocomprovam, assim como estes dois que acrescentamos:

a) a guarda do sábado é apresentada como um “sinal” en-tre Deus e o povo de Israel.

“Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um si-nal entre mim e vós nas vossas gerações”; “Guardarão, pois, o sá-bado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas suas gerações porconcerto perpétuo” (Êx 31.13, 16).

Nenhum mandamento moral pode ser sinal entre Deus e al-gum povo. Os mandamentos morais, como não matar, não rou-bar, amar a Deus e honrar os pais são deveres de todos os povos.

Porém, guardar o sábado, circuncidar o filho e celebrar apáscoa são deveres apenas dos judeus, assim como batizar-seos que crêem e celebrar a Santa Ceia são ordenanças caracte-rísticas dos cristãos.

b) os mandamentos das “tábuas de pedra” foram todoseles repetidos e confirmados no Novo Testamento por Jesuse pelos seus apóstolos, menos o quarto.

Por quê? Porque guardar o sábado é um preceito cerimo-nial. Comprove as citações a seguir:

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7. O sábado é tão importante que foi mencionado60 vezes no Novo Testamento

R: Embora mencionado tantas vezes, nenhuma vez sequerJesus (ou os seus apóstolos) recomendou a guarda do sábadopelos cristãos, nem advertiu sobre a sua violação. Pelo con-trário, dos 58 versículos que trazem a palavra sábado, 44 delesse ocupam, apenas, em descrever a polêmica que Jesus sem-pre manteve com os judeus combatendo a sabatolatria.

João o cita 11 vezes, e todas elas em contextos depreciativos.As Epístolas, que foram escritas justamente para orientar a

conduta dos cristãos, o mencionam apenas uma vez, e mes-mo esta para nos isentar da obrigação de guardá-lo.

Confirmação no Novo Testamento

Mc 12.29 e mais 50 vezes

1 Jo 5:21 e mais 12 vezes

Tg 5:12 e mais 4 vezes

Nenhuma repetição, somente censuras!

Ef 6.1-3 e mais 6 vezes

Rm: 13:9 e mais 6 vezes

1 Co 6, 9, 10 e mais 12 vezes

Ef 4:26 e mais 6 vezes

Cl 3.9 e mais 4 vezes

Ef 5:3 e mais 9 vezes

Mandamento

1.º

2.º

3.º

4.º

5.º

6.º

7.º

8.º

9.º

10.º

Antigo Testamento

20:2, 3

20:4

20:7

20:3-11

20:12

20:13

20:14

20:15

20:16

20:17

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“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, oupor causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo”(Cl 2.16, 17).

8. As mulheres repousaram no sábado, conforme omandamento (Lc 23.56). Isso prova que o sábadoera guardado nos anos 60, quando Lucas escreveuo seu Evangelho

R: Lucas também diz, nos mesmos anos 60, que Jesus foicircuncidado ao oitavo dia e que Maria se “purificou ofere-cendo o sacrifício dos dois pombinhos, conforme o manda-mento”, como o que está escrito na lei do Senhor (todo ma-cho primogênito será consagrado ao Senhor), “e para darema oferta segundo o disposto na lei do Senhor: um par de rolasou dois pombinhos” (Lc 2: 21-24).

Se devermos guardar o sábado porque Lucas nos anos60 disse que as santas mulheres o guardaram, deveremoscircuncidar nossos filhos ao oitavo dia, e oferecer o sa-crifício dos dois pombinhos, tal como Maria, mãe de Je-sus, o fez também (segundo o que está disposto na lei doSenhor).

Lucas, nos idos dos anos 60, estava narrando fatos ocorri-dos nos anos 30, quando a obrigação de todo israelita eraguardar o sábado (pois era grande o dia de sábado), comorelembra João (Jo 19.31).

O sábado ainda era importante, Jesus ainda não havia res-suscitado. O domingo ainda não existia!

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9. Jesus, sabendo que o sábado seria guardadodepois da sua ressurreição, disse:

“E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem nosábado.” (Mt 24.20.)

R. 1: A preocupação de Jesus, ao dizer essas palavras, nãoera a guarda do sábado, coisa com a qual ele nunca se preo-cupou, jamais recomendou, e sempre foi motivo de polêmi-ca entre Ele e os judeus, a ponto de estes quererem matá-lo:

“Porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia queDeus era o seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 5.18).

R. 2: Nesse trecho do sermão profético (Mt 24.16-20), oSenhor anunciava a destruição de Jerusalém e, sendo sabedorda crueldade do exército romano, orientava seus ouvintes paraminimizar-lhes os sofrimentos durante a fuga inevitável, comas seguintes advertências:

1.º Versículo 16 – “Quando virdes que a abominação da deso-lação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê,que entenda), então, os que estiverem na Judéia, fujam para osmontes”.

Quem estivesse fora da cidade, não procurasse voltar;

2.º Versículo 17 – “E quem estiver sobre o telhado não desça atirar alguma coisa de sua casa”;

3.º Versículo 18 – “E quem estiver no campo não volte atrás abuscar as suas vestes”.

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Nessas recomendações, Jesus não estava proibindo as pes-soas de salvarem seus pertences, suas vestes, apenas lhesadvertia da urgência de fugirem rapidamente;

4.º Versículo 19 – “Mas ai das grávidas e das que amamentarem na-queles dias!”

(Jesus não estava criticando nem ameaçando as mulheres,porque amamentavam, ou porque estavam grávidas. Apenaslamentou o sofrimento das nutrizes e das gestantes em fuga,levando crianças de colo, ou com os naturais problemas dagestação, sujeitas a tropeçar, abortar ou serem violentadaspelos impiedosos soldados romanos);

5.º Versículo 20 – “E orai para que a vossa fuga não aconteça noinverno nem no sábado”.

Qual a inconveniência de fugir no inverno ou no sábado?No inverno, é que, na pressa da fuga, (“e quem estiver no

campo não volte atrás a buscar as suas vestes”), não poderiamlevar os agasalhos indispensáveis contra o frio intenso da-quela região inóspita.

No sábado, é que todas as cidades judaicas fechavam suasportas, conforme Neemias ordenara:

“Sucedeu, pois, que, dando já sombra nas portas de Jerusalémantes do sábado, ordenei que as portas fossem fechadas; e mandeique não as abrissem até passado o sábado” (Ne 13:19).

Assim sendo, além de serem surpreendidos no templo ounas sinagogas, as vítimas ficariam em campo aberto (então,os que estiverem na Judéia, fujam para os montes) à mercê

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dos seus perseguidores. Por motivos bem menores Jesus jus-tificou a quebra do sábado.

“Respondeu-lhe, porém, o Senhor, e disse: Hipócrita, no sábadonão desprende da manjedoura cada um de vós o seu boi, ou jumento,e não o leva a beber?” (Lc 13:15.)

Observação: Se o versículo: “Orai para que a vossa fuganão aconteça no inverno nem no sábado” significasse quedevemos guardar o sábado, significaria também que deve-mos guardar o inverno.

10. O apóstolo Paulo pregava aos sábados nassinagogas (Atos 13:44)

R.: Paulo apenas aproveitava o dia das reuniões dosjudeus nas sinagogas para pregar o Evangelho, tanto aestes como aos gentios. “E, saídos os judeus da sinago-ga, os prosélitos gentios rogaram que no sábado seguin-te lhes fossem ditas as mesmas coisas” (Atos 13:42). Se-ria inútil ir à sinagoga no domingo, quando não haviareunião. De igual modo, quando Paulo foi ao areópago,em Atenas, não o fez porque cultuasse os ídolos, maspara aproveitar a reunião dos curiosos atenienses que,segundo Lucas, “de nenhuma outra coisa se ocupavam,senão de dizer e ouvir alguma novidade” (Atos 17:21), epregar-lhes o Evangelho.

Em se tratando, porém, de reuniões da Igreja, eram reali-zadas no domingo como veremos abaixo:

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a) a reunião para a busca do “revestimento de poder doalto” (o batismo no Espírito Santo) como Jesus havia reco-mendado: “Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivasaos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o EspíritoSanto àqueles que lho pedirem?” “E eis que sobre vós en-vio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusa-lém, até que do alto sejais revestidos de poder” (Lc 11:13 e24:49). Porque João batizou com água, mas vós sereis batiza-dos com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”.(At 1:5.)

“Cumprindo-se o dia de pentecostes, estavam todos reu-nidos no mesmo lugar” (At 2:1). (Pentecostes era obrigatori-amente um domingo, como já vimos quando mostramos odomingo prefigurado na lei, à p. 29).

b) a Santa Ceia (At 20.7). “No primeiro dia da semana,ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que haviade partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a práticaaté à meia-noite” (At 20:7).

c) a coleta em favor dos pobres (1 Co 16:1-2). “Ora, quantoà coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mes-mo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia dasemana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar(...), para que se não façam as coletas quando eu chegar” (1Co 16:1-2).

O sábado, porém, continuou a ser o dia do culto judaico,como expôs Tiago no debate do ano 51 em Jerusalém:

“Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidadequem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas” (At 15:21).

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11. O santo sábado será observado na Nova Terrapor toda a eternidade

“E será que desde uma lua nova até à outra, e desde umsábado até ao outro, virá toda a carne a adorar (...), diz o Senhor”(Is 66:23).

R.: “Desde uma lua nova até à outra, e desde um sábadoaté ao outro”, significa que a adoração será ininterrupta; todaa semana, todo o mês, eternamente, e não apenas nos sába-dos ou nos dias de festa.

No novo céu e na nova terra não haverá sol nem lua,nem dia, nem noite, nem sábado, nem domingo, nem luanova, nem mês, nem ano (Ap 22.5), nem ficaremos cansa-dos; conseqüentemente, não precisaremos de sábado (re-pouso).

“Nunca mais te servirá o sol para luz do dia nem com o seuresplendor a lua te iluminará” (Is 60:19).

“E vi uma nova terra... Porque já o primeiro céu e a primeiraterra passaram...” “E a cidade não necessita de sol nem de lua...porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâm-pada; E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não have-rá noite” (Ap 21:1, 23,25).

Além disso, se fôssemos guardar o sábado na Nova Terra,como alguns ensinam, iríamos também guardar as “luas no-vas”, “Desde uma lua nova até a outra (...)” num lugar ondea bíblia diz que não haverá lua, nem sol (Ap 21.23).

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12. Por que os judeus queriam matar Jesus?

R. Por dois motivos:1.º porque ele violava o sábado (foi o próprio apóstolo

João quem declarou esta verdade, e não os judeus, comoquerem alguns).

“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porquenão somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seupróprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 5.18).

Quem está dizendo isso é João, e não os judeus. Os ju-deus, escreve João, “procuravam matá-lo”!

Jesus podia violar o sábado, porque, além de o sábado serapenas uma “sombra”, era também Servo de Cristo.

“E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não ohomem por causa do sábado. Assim, o Filho do Homem até do sá-bado é senhor” (Mc 2:27-28);

2.º porque se fazia igual a Deus.E, realmente ele é Deus!

“E sabemos que já o Filho de Deus é vindo e nos deu entendi-mento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiroestamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deuse a vida eterna” (1 Jo 5.20).

Se Jesus viesse hoje à terra, talvez não fosse recebido emalgumas igrejas cristãs, porque violava o sábado. E as supostas

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“testemunhas de Jeová” certamente o tratariam como umherege, porque “dizia que Deus era seu próprio Pai, fazen-do-se igual a Deus” (Jo 5.16-18).

Somos julgados por alguns irmãos, porque não guarda-mos o sábado, porque comemos carne, ou carne de porco,porque tomamos café, fazemos isso ou aquilo...

Mas estamos em boa companhia. Jesus também sofreuesse tipo de julgamento.

Os judeus o criticavam pela sua maneira de comer, debeber e de se relacionar com os pecadores, além de de-sejarem matá-lo porque quebrantava o sábado. Mas Je-sus recriminou-lhes a santimônia com esta irônicaobservação:

“Porque veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, edizeis: Tem demônio; veio o Filho do homem, que come e bebe, edizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dospublicanos e pecadores” (Lc 7:33, 34; Jo 5.17,18).

E sobre a guarda do sábado, os judeus murmuravam, ma-ledicentes:

“Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado” (Jo 9.16);

“E, por essa causa, os judeus perseguiram Jesus e procuravammatá-lo, porque fazia essas coisas no sábado”;

E Jesus lhes respondeu: “Meu Pai trabalha até agora, e eu tra-balho também” (Jo 5.16-17);

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“Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e nãosacrifício, não condenaríeis os inocentes. Porque o Filho do Homem atédo sábado é Senhor” (Mt 12.7,8);

A você, meu leitor, e a todos os sinceros servos de Deusque se deixaram envolver pelas doutrinas de modernosjudaizantes, ou por outras modernices, lembramos esta ad-vertência de Paulo:

“E eu, irmãos, apliquei essas coisas, por semelhança, a mim e aApolo, por amor de vós, para que, em nós, aprendais a não ir além doque está escrito” (1 Co 4,6).

“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a suaastúcia, assim também sejam corrompidos os vossos sentidos e separtem da simplicidade que há em Cristo” (2 Co 11,3).

Disse Jesus:

“Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primei-ras obras; quando não, brevemente a ti virei a tirarei do seu lugar o teucastiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.5).

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VIII – BibliografiaVIII – Bibliografia

(Textos dos originais hebraicos, gregos e latinos)

BEM ASHER HEBREW TEXT, Versão da Bíblia Online 2.01.BYZANTINE MAJORITY GREEK TEXT, Versão da Bíblia Online 2.0, 1999.GREEK NEW TESTAMENT, by Dr. Erwin Nestle, 16. ed., 1936.GREEK NEW TESTAMENT, by Kurt Aland, Matthew Black, Carlo M. Martini,3. ed, 1976.GREEK NEW TESTAMENT, Zane C. Hodges, Acording to the Majority Text, 2. ed.,1985.Hodges & Arthur L. Farstad, Thomas Nelson Publishers, Nashville Camden, New York.IUXTA VULGATAM VERSIONEM, Robertus Weber, Ed. Altera Eemendata, Stutt-gart, 1975.LOS PADRES APOSTOLICOS (Grego–Espanhol), Barcelona, Edições CLIE, 1990.MODERN GREEK UNACCENTED, Versão da Bíblia Online 2.0, 1999.O NOVO TESTAMENTO GREGO ANALÍTICO, Ed. Vida Nova, 1980.SEPTUAGINTA (H Pallaia Diaϑhke = H Pallaia DiaJhke), Stuttgart, DeutscheBibbelgesellscshaft, 1979.SYNOPSIS QUATTUOR EVANGELIOROM, Editio tertia decima revisa, DeutscheBibelgesellschaft, Stuttgart, 1985.

Versões Católicas da Bíblia

Todas as versões citadas abaixo contêm comentários e notas de rodapé.A título de curiosidade, transcreveremos a apresentação da primeira edição de Figuei-

redo.“A BÍBLIA SAGRADA. Traduzida em portuguez segundo a Vulgata Latina illustrada

com prefações notas e lições variantes dedicada a EL REI NOSSO SENHOR por Anto-nio Pereira de Figueiredo Oficial que foi das Cartas Latinas de Secretaria d’Estado eDeputado da Real Meza da Comissão Geral sobre o exame e censura dos livros. Lisboa,

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MDCCCXVIIII (1819!). Na oficina da Acad. R. das Sciencias. Com a licença da Meza doDesembargo do Paço, e Privilegio. Vende-se na Loja da Viuva Bertrand e filhos. Rua dosMartyres n.º 45”.A Bíblia – No princípio (Gênesis). Trad. André Chouraqui, Imago Editora Ltda., 1995.Antonio Pereira de Figueiredo, Ed Barsa, 1967Bíblia de Jerusalém (edição em língua portuguesa), Ed. Paulinas, 1981.Bíblia Pastoral Sociedade Bíblica Internacional, Ed. Paulinas, 4. impres., 1990.Die Bibel Gesam Tausgabe, 1980, Katholisch Bibelanstalt-GmbH Stuttgart.Huberto Rohden (Novo Testamento), 4. ed., Ed. União Cultural Editora Ltda., 1935.João José Pedreira de Castro, Ed. Vozes, 1948.La Bíblia Dios Habla Hoy com Deuterocanónicos, Ed. CELAM, 1979.Mateus Hoepers (Novo Testamento), 5. ed., Ed. Vozes, 1982.Matos Soares, Ed. Paulinas, 1988.Padres Beneditinos Maredsous, Ed. Ave Maria, Edição Claretiana, 1984.TEB (Tradução Ecumênica da Bíblia), Ed. Loyola, 1995.Versão Ecumênica de Taizé Ed. Herder, 1970.Vicente Zione (Novo Testamento), Ed. Pia Sociedade de São Paulo, 1950.

Versões Evangélicas da Bíblia

A Bíblia na Linguagem de Hoje 1992, 1998.A Bíblia Viva (Paráfrase), 19. ed., Associação Religiosa, Editora Mundo Cristão, 1981.Almeida João Ferreira, ed. contemp., Ed. Vida, 1992._______, ed. rev., 1987._______, ed. rev. e atual., 1993._______, ed. rev. e corr. 1995.Good News Bible – American Bible Society, 1976.Imprensa Bíblica Brasileira, 1937.Imprensa Bíblica Brasileira, 1974 (de acordo com os melhores textos em hebraico e grego).La Sainte Bible Traduits sur les Textes originaux Hébreu et Grec, Ed. Paris, 58, Rue deClichy, 1949.La Santa Biblia, antiga version de Reina (1569), revisada por Cipriano Valera em 1602.Nova Versão Internacional da Bíblia (NVI), Novo Testamento, 1998.Tradução da Imprensa. Bíblica Brasileira, de acordo com os melhores textos em hebraicoe grego, 1962.Versão revisada da tradução de Almeida de acordo com os melhores textos em hebraicoe grego, com concordância bíblica abreviada, 25. ed., 2. impres., 1967.

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Bíblias comentadas

A BÍBLIA ANOTADA (Charles Caldwell Ryrie, Th. D., Ph. D), 1. ed., Mundo Cristão, 1991.A BÍBLIA EM BYTES – JIREH 1.1, Bertolini Informática Ltda., 1999.A BÍBLIA VIDA NOVA, editor: Russell P Shedd., Vida Nova, 1976.BÍBLIA APOLOGÉTICA – Copyrigth © 2000, por IPC Editora, São Paulo.BÍBLIA DE ESTUDO DE ALMEIDA (ARA), Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.BÍBLIA DE REFERÊNCIA THOMPSON, com versículos em cadeia temática. EdVida, 1993.BÍBLIA ONLINE VERSÃO 2.0, 1999.DAKE’S ANNOTATED REFERENCE BIBLE, Dake Bible Sales Inc. Eleventh prin-ting, 1963.LA BÍBLIA DE LAS AMERICAS, The Lockman Foundation, Califonia, 1986.PLENITUD Editorial Caribe Inc., Miami, 1994.SCOFIELD, La Bíblia Anotada, 15. ed., Editorial Publicaciones Españolas, 1980.THE HEBREW–GREEK KEY STUDY BIBLE, Ed. Spiros Zodhiates, FirstPrinting, 1990.NOVO TESTAMENTO TRILÍNGUE: GREGO–PORTUGUÊS–INGLÊS, SociedadeReligiosa, 1. ed., Edições Vida Nova, São Paulo, 1998.

Enciclopédias

ALMANAQUE ABRIL (digital), 1998.ENCICLOPÉDIA DE BÍBLIA TEOLOGIA E FILOSOFIA, por Russell Norman Cha-pman, PhD., Editora e Distribuidora Candeia, 1991.ENCICLOPÉDIA DE DIFICULDADES BÍBLICAS ARCHER Gleason, 2. impres., Ed.Vida, 1998.ENCICLOPÉDIA E DICIONÁRIO (digital) KOOGAN HOUAISS, 1999.ENCICLOPÉDIA ENCARTA (digital), 1998.ENCICLOPÉDIA HISTÓRICA TEOLÓGICA da Igreja Cristã. Soc. Religiosa EdiçõesVida Nova, 1988.ENCYCLOPAEDIA BRITANNICA, Inc., 1966.GRANDE ENCICLOPÉDIA DELTA LAROUSSE, Editora Delta Ltda., 1972.PEQUENA ENCICLOPÉDIA BÍBLICA de O. S. Boyer., 7. ed., Editora Vida, 1984.

Dicionários

DICIONÁRIO BÍBLICO, por Fr. Francisco de Jesus Maria Sarmento, Editora das Amé-ricas, 1950.DICIONÁRIO CONTEMPORÂNEO DA LÍNGUA PORTUGUESA CALDAS AU-LETE, 5. ed. brasileira, em 5 volumes, Editora Delta S.A., 1964.

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DICIONÁRIO DA SABEDORIA, A. DELLA NINA. Editora das Américas, S. A. EDA-MERIS, 1964.DICIONÁRIO ESPANHOL–PORTUGUÊS, PORTUGUÊS–ESPANHOL DE ÉVER-TON FLORENZANO.DICIONÁRIO ILUSTRADO DA LÍNGUA PORTUGUESA DA ACADEMIA BRASI-LEIRA DE LETRAS.DICIONÁRIO PRÁTICO INTERNACIONAL PORTUGUÊS, INGLÊS, FRANCÊS,ESPANHOL, EDAMERIS, 1984.INGLÊS–PORTUGUÊS, PORTUGUÊS–INGLÊS, Ed. BARSA DA ENCYCLOPAE-DIA BRITANNICA, 1967.NOVO DICIONÁRIO AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA PEREIRA, 2. ed. rev.e aum., Editora Nova Fronteira, 1994.DICIONÁRIO PRÁTICO INTERNACIONAL EDAMERIS: PORTUGUÊS–INGLÊS–FRANCÊS–ESPANHOL, Editora das Américas S.A., São Paulo, 1970.

Dicionários católicos

DICIONÁRIO BÍBLICO, por Fr. Francisco de Jesus Maria Sarmento, Ed. das Amé-ricas, 1951.DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DA BÍBLIA, A. Van Den Born, Ed. Vozes, 3. ed., 1985.DICIONÁRIO LATINO–PORTUGUEZ, por Santos Saraiva. Etymologico, Geogra-phico, Mithologico, Biographico, 2. ed., B. L Garnier, Livreiro Editor, (s.d.)DICIONÁRIO PRÁTICO de cultura católica, bíblica e geral. Ed Barsa, 1967.GREGO–PORTUGUÊS – PORTUGUÊS–GREGO, Isidro Pereira, S. J. Apostoladoda Independência, 1976.

Dicionários evangélicos

AN EXPOSITORY DICTIONARY OF NEW TESTAMENT WORDS By W. E. VINE, M.A. Seventeenth impression, Fleming H. Revell Company, Old Tappan, New Jersey, 1966.DICIONÁRIO BÍBLICO UNIVERSAL – Rev. M. A BUCKLAND, 2. ed., Livros Evan-gélicos, 1947.DICIONÁRIO DA BÍBLIA de John D. Davis, 7. ed., JUERP, 1980.DICIONÁRIO de TEOLOGIA do NOVO TESTAMENTO, Colin Brown, Ed. VidaNova, 1981.DICIONÁRIO GREGO–PORTUGUÊS, Gringrich, F. Wilbur. Edições Vida Nova, 1984.DICIONÁRIO GREGO–PORTUGUÊS, William Carey Taylor, 5. ed. Editora JUERP,RJ, 1978.DICIONÁRIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO(Português–Hebraico), R. Laird Harris; Gleason L Archer; Bruce K. Waltker, EDIÇÕESVIDA NOVA, 1998.

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO NOVO TESTAMENTO GREGO TAYLOR, W.Carey, 2. ed., Casa Publicadora Batista, 1948.NUEVO LEXICO GRIECO–ESPAÑHOL del NUEVO TESTAMENTO, por JorgeFitdh Mckibben, Casa Bautista de Publicaciones, 1978.PALABRAS GRIEGAS DEL NUEVO TESTAMENTO, William Barclay, Casa Bautistade Publicaciones, Buenos Ayres, 1977.PEQUENO DICIONÁRIO BÍBLICO, por S. E. Mc Nair, 4. ed., Casa Editora Evangé-lica, 1947.THE ANALYTICAL GREEK LEXICON REVISED, Harold K Moulton, ZondervanEdition, 1982.THE MATTHEW HENRY COMENTARY, Edites by Ver. Leslie F. Church PhD. FR.Hist. S. 19. printing, Zondervan Publishng House, 1978.

Gramáticas

CHAVE DA VERSÃO LATINA, C. Torres Pastorino, Imprensa Nacional, 1947.CURSO DE GREGO, por Madre Maria da Eucaristia Danielou O.S.U, 2. ed. rev e amp.,Ministério da Educação e Cultura, INSTITUTO NACIONAL DO LIVRO, 1957.GRAMÁTICA ELEMENTAL DEL GRIEGO DEL NUEVO TESTAMENTO, porGuillermo Hersey Davis, Casa Bautita de Publicaciones, Rivadavia 3464, Buenos Aires,Tercera Edicion, 1975.GRAMÁTICA ELEMENTAR DA LÍNGUA HEBRAICA, Guilherme Kerr, JUERP,Rio de Janeiro, 1980.GRAMÁTICA EXEGÉTICA ABREVIADA DO GREGO NEOTESTAMENTÁRIO, J.Harold Greenlee, JUERP (Junta de Educação Religiosa e Publicações), Casa PublicadoraBatista, Rio de Janeiro, 1973.GRAMÁTICA GREGA DE António Freire, 5. ed., S. J. Livraria Apostolado da Impren-sa, Porto, Portugal, 1971.GRAMATICA GRIEGA DEL NUEVO TESTAMENTO, por H. E. Dana e Julius R.Mantey, Casa Bautita de Publicaciones, Rivadavia 3464, Buenos Aires, 1975.GRAMÁTICA SINTÁTICA DO GREGO DO NOVO TESTAMENTO, William San-ford LaSor, Edições Vida Nova, 1986.INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO NOVO TESTAMENTO GREGO, W. C. Taylor, 5.ed., JUERP, 1977.LATIM SIMPLIFICADO. Pe. Francisco da Rocha Guimarães, Imprensa Oficial, BeloHorizonte 1967.OS GREGOS E SEU IDIOMA “Curso de Iniciação à Cultura Helênica” (sob a direçãoda prof.ª dr.ª Guida Nedda Barata Parreiras Horta. 2. ed. rev. e aperf. Editora J. di Giorgio& Cia. Ltda., 1978.

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Concordâncias

ESPAÑHOL, ENGLISH, DEUTSCH, FRANÇAIS, ITALIANO, PORTUGUÊS, LA-TINUS, ALFRED E. TUGGY, Libros CLIE, Barcelona, 1984.CONCORDÂNCIA DE LAS PREPOSICIONES DEL NUEVO TESTAMENTO GRI-EGO EN SIETE IDIOMAS – ALFRED E. TUGGY. Ed. CLIE, Barcelona, 1984.CONCORDÂNCIA FIEL DO NOVO TESTAMENTO (Grego–Português e Português–Grego), Editora Fiel da Missão Literária, São José dos Campos, São Paulo, 1994.EXHAUSTIVE CONCORDANCE OF THE BIBLE, Comparative Concordance, Dicti-onaries of The Hebrew and Greek Words, by James Strong, S.T.D., LL.D. AbingdonCokesbury Press Fifteenth Printing, 1944.LA NUEVA CONCORDANCIA GRECO-ESPAÑHOLA DEL NUEVO TESTAMEN-TO, compilada por Hugo Peter, Editorial Mundo Hispano, 1976.LEXICO – CONCORDANCIA GRIEGO Y ESPAÑHOL, compilada por Jorge G. Pa-rker, Editorial Mundo Hispano, 1982.GRANDE CONCORDÂNCIA BÍBLICA (ARA), Sociedade de Bib. do Brasil, 1975.

Teologias, hermenêuticas e comentários

BIBLE QUESTIONS ANSWERED, Pettigill William L. Zondervan publishing House,Ninth Printing, 1974.COMENTÁRIO BÍBLICO BROADMAN, JUERP, 1988.PRINCIPLES of BIBLICAL HERMENEUTICS BY HARTILL, J. Edwin, D. D. Zon-dervan Publishing House, Michigan, EEUU, 1947.REVELAÇÃO E TEOLOGIA, SCHILLEBEECKX, Edward. Edições Paulinas, 1968.TEOLOGIA BÍBLICA DO NOVO TESTAMENTO, A. B. LANGSTON, A. B., Th. M.,Th. D. PhD., Casa Publicadora Baptista, Rio de Janairo, 1933.TEOLOGIA PRÁTICA, WILLIAMS Morris, Escola de Educação Teológica das Assem-bléias de Deus, 2. ed.TEOLOGIA SISTEMÁTICA, Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2. ed., Rio deJaneiro, 1981.UN EXEGETICAL GRAMMAR OF THE GREEK NEW TESTAMENT, CHAM-BERLAIN, William Douglas, The Macmillan Company, New York, 1954.

Históricos, polêmicos, devocionais, científicos e outros

BALL, Charles Ferguson, A vida e os tempos do Apóstolo Paulo, Casa Publicadora das Assem-bléias de Deus, 1998.BROADUS, A. João D. D. L. L, Comentário ao Evangelho de Mateus, Casa PublicadoraBatista, 1942.

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