O SIGNIFICADO E AS BÊNÇÃOS DA...

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e Judas foram debatidos por algum tempo). A seleção do cânon foi um processo que continuou até que cada livro provasse o seu valor, passando pelos testes de canonicidade. Os doze livros apócrifos do Antigo Testamento jamais foram aceitos pelos judeus ou por nosso Senhor no mesmo nível de autoridade dos livros canônicos. Eles eram respeitados, mas não foram considerados como Escritura. A Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento produ- zida entre o terceiro e o segundo séculos a.C.) incluiu os apócrifos com o Antigo Testamento ca- nônico. Jerônimo (c. 340-420 A.D.), ao traduzir a Vulgata, distinguiu entre os livros canônicos e os eclesiásticos (que eram os apócrifos), e essa distinção acabou por conceder-lhes uma con- dição de canonicidade secundária. O Concilio de Trento (1548) reconheceu-os como canônicos, embora os Reformadores tenham rejeitado tal decreto. Em algumas versões protestantes dos sé- culos XVI e XVII, os apócrifos foram colocados à parte. O Texto de Que Dispomos É Confiável? Os manuscritos originais do Antigo Testamento e suas primeiras cópias foram escritos em pn gaminho ou papiro, desde o tempo de Moisés (c. 1450 a.C.) até o tempo de Malaquias (400 a.C.), Até a sensacional descoberta dos Rolos do Mar Morto em 1947, não possuíamos cópias do An tigo Testamento anteriores a 895 A.D. A razão de isso acontecer era a veneração quase supersl i ciosa que os judeus tinham pelo texto e que os levava a enterrar as cópias, à medida que lie .1 vam gastas demais para uso regular. Na verdade, os massoretas (tradicionalistas), que acros centaram os acentos e transcreveram a vocalização entre 600 e 950 A.D., padronizando em goi .il o texto do Antigo Testamento, engendraram maneiras sutis de preservar a exatidão das copi.i. que faziam. Verificavam cada cópia cuidadosamente, contando a letra média de cada págut.i. livro e divisão. Alguém disse que qualquer coisa numerável era numerada. Quando os l\o los do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto foram descobertos, trouxeram a lume uni !<•>> to hebraico datado do segundo século a.C. de todos os livros do Antigo Testamento à exuvm de Ester. Essa descoberta foi extremamente importante, pois forneceu um instrumento mmiu mais antigo para verificarmos a exatidão do Texto Massorético, que se provou extremamento o\. 11 < > Outros instrumentos antigos de verificação do texto hebraico incluem a Septuaginl.i (t r.u 1t1 cão grega preparada em meados do terceiro século a.C.), os targuns aramaicos (paráfrases e d tações do Antigo Testamento), citações em autores cristãos da antigüidade, a tradução lalii 1.11 Ir Jerônimo (a Vulgata, c. 400 A.D.), feita diretamente do texto hebraico corrente em sua Opui a Todas essas fontes nos oferecem dados que asseguram um texto extremamente exato do Anh go Testamento. Mais de 5.000 manuscritos do Novo Testamento existem ainda hoje, o que o torna o mais l»• n i documentado dos escritos antigos. O contraste é surpreendente. Além de existirem muitas cópias do Novo Testamento, muitas delas pertencem a nm.i d.ii.i bem próxima à dos originais. aproximadamente setenta e cinco fragmentos de papiro il.ii.i dos desde 135 A.D. até o oitavo século, possuindo partes de vinte e cinco dos vinte e solo 11 v i. >•• num total de 40% do texto. As muitas centenas de cópias feitas em pergaminho incluem o )>i .n 1.1. Códice Sinaítico (quarto século), o Códice Vaticano (também do quarto século) e o Códu e Air xandrino (quinto século). Além disso, cerca de 2.000 lecionários (livretos de uso litúrgict> i|iii' contêm porções das Escrituras), mais de 86.000 citações do Novo Testamento nos estrito'. iln 1 . Pais da Igreja, antigas traduções latina* siríaca e egípcia,** datadas do terceiro século, <• .1 V»'l são latina de Jerônimo. Todos esses dados, mais o trabalho feito pelos estudiosos da p.»le< >c.i •' fia, arqueologia e crítica textual, nos asseguram possuirmos um texto exato e fidedigno ilo No vo Testamento. " Chamada ítala (N. doTrad.). " Chamada copia (N. do Trad.). O SIGNIFICADO E AS BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃO A doutrina da salvação é, ao mesmo tempo, simples e complexa. Por um Indo, ,i m.iion.i <li>'. crentes pode dizer João 3:16 de cor, ou citar a resposta de Paulo ao carcereiro de hlipos soln<- o que é necessário para a salvação (At 16:31). Por outro lado, quem pode explicar n uno um l Vus homem totalmente santo poderia se tornar pecado e morrer em benefício de homens pv.u li > rés e rebeldes? É extremamente importante entender corretamente a salvação. A Bíblia coloca um .in.iirui.i (maldição) sobre qualquer pessoa (incluindo anjos e pregadores) que venha a ensinar uni ev.m gelho de salvação diferente daquele ensinado nas Escrituras (Gl 1:8). O que, então, é a vonl.i deira salvação? Como é oferecida? Como se pode obtê-la? Quais são seus benefícios e bênçãos? A verdadeira salvação é aquela oferecida pelo próprio Deus pela morte sacrificial de Seu Fi- lho Jesus Cristo. Não há outro meio pelo qual alguém possa ser salvo da condenação eterna e receber vida eterna (At 4:12). Alguns Resultados da Morte de Cristo Foi uma Substituição pelo Pecado muitas facetas no significado da morte de Cristo, mas a mais central sem a qual as demais não teriam qualquer significado eterno é a substituição. Isto significa simplesmente que Cristo morreu no lugar dos pecadores. O uso da preposição grega anti claramente ensina isto, pois ela significa "em lugar de". É usada com este sentido, por exemplo, numa passagem que nada tem a ver com a morte de Cristo (Lc 11:11). Mais significativamente, todavia, é usada numa p.iss.i- gem que oferece a interpretação do próprio Senhor Jesus Cristo sobre a Sua morte (Mt 20:28; Mc 10:45). Sua morte, disse Ele, seria um pagamento em lugar de muitos. Uma outra preposição grega, huper, é usada também no Novo Testamento, e tem dois signi- ficados: às vezes significa "em benefício de", e às vezes significa "em lugar de". É claro que a morte de Cristo foi ao mesmo tempo em nosso lugar e em nosso benefício, e não há razão pela qual hu- per não possa incluir ambas as idéias ao ser usada em relação à morte de Cristo. Veja, por exem- plo, 2 Coríntios 5:21 e l Pedro 3:18. Ofereceu Redenção do Pecado A doutrina da redenção é edificada sobre três palavras do Novo Testamento. A primeira ó uma palavra simples que significa "comprar ou adquirir, ou pagar um preço por alguma coisa". É usa- da, por exemplo, com este sentido cotidiano, comum, na parábola do tesouro escondido num campo, que motivou o homem a comprar (redimir) o campo (Mt 13:44). Em relação à nossa sal- vação, a palavra significa pagar o preço que nosso pecado exigiu para que pudéssemos ser redimidos. A segunda palavra é da mesma raiz da palavra mencionada acima, prefixada por uma pre- posição que intensifica o seu sentido. Em português, a palavra ganharia um sentido de "pagar o preço para tirar do mercado". Assim, a idéia dessa segunda palavra é que a morte de Cristo, além de pagar o preço do pecado, retirou-nos do mercado de escravos do pecado para nos dar plena certeza de que jamais seremos novamente submetidos à escravidão e às penas do pecado. A terceira palavra para redenção é totalmente diferente. Seu sentido básico é "soltar", e isto significa que a pessoa resgatada é libertada no sentido mais completo da palavra. O meio pelo qual esta libertação é obtida é a substituição realizada por Cristo (veja l Tm 2:6, onde esta ter- ceira palavra é prefixada pela preposição anti); sua base é o sangue de Cristo (Hb 9:12); o seu resultado é a purificação de um povo zeloso de boas obras (Tt 2:14). Assim, a doutrina da re- denção significa que, devido ao derramamento do sangue de Cristo, os crentes foram compra- dos, libertos da escravidão e postos em plena liberdade. Extraído de A Suniey ofBiMe Doclríne, por Charles C. Ryrie. 1653

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e Judas foram debatidos por algum tempo). A seleção do cânon foi um processo que continuouaté que cada livro provasse o seu valor, passando pelos testes de canonicidade.

Os doze livros apócrifos do Antigo Testamento jamais foram aceitos pelos judeus ou por nossoSenhor no mesmo nível de autoridade dos livros canônicos. Eles eram respeitados, mas nãoforam considerados como Escritura. A Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento produ-zida entre o terceiro e o segundo séculos a.C.) incluiu os apócrifos com o Antigo Testamento ca-nônico. Jerônimo (c. 340-420 A.D.), ao traduzir a Vulgata, distinguiu entre os livros canônicose os eclesiásticos (que eram os apócrifos), e essa distinção acabou por conceder-lhes uma con-dição de canonicidade secundária. O Concilio de Trento (1548) reconheceu-os como canônicos,embora os Reformadores tenham rejeitado tal decreto. Em algumas versões protestantes dos sé-culos XVI e XVII, os apócrifos foram colocados à parte.

O Texto de Que Dispomos É Confiável?

Os manuscritos originais do Antigo Testamento e suas primeiras cópias foram escritos em pngaminho ou papiro, desde o tempo de Moisés (c. 1450 a.C.) até o tempo de Malaquias (400 a.C.),Até a sensacional descoberta dos Rolos do Mar Morto em 1947, não possuíamos cópias do Antigo Testamento anteriores a 895 A.D. A razão de isso acontecer era a veneração quase supersl iciosa que os judeus tinham pelo texto e que os levava a enterrar as cópias, à medida que l i e .1vam gastas demais para uso regular. Na verdade, os massoretas (tradicionalistas), que acroscentaram os acentos e transcreveram a vocalização entre 600 e 950 A.D., padronizando em goi . i lo texto do Antigo Testamento, engendraram maneiras sutis de preservar a exatidão das copi. i .que faziam. Verificavam cada cópia cuidadosamente, contando a letra média de cada págut. i .livro e divisão. Alguém já disse que qualquer coisa numerável era numerada. Quando os l\olos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto foram descobertos, trouxeram a lume uni ! < • > >to hebraico datado do segundo século a.C. de todos os livros do Antigo Testamento à exuvmde Ester. Essa descoberta foi extremamente importante, pois forneceu um instrumento mmiumais antigo para verificarmos a exatidão do Texto Massorético, que se provou extremamento o\. 11 < >

Outros instrumentos antigos de verificação do texto hebraico incluem a Septuaginl.i (t r.u 1 t 1cão grega preparada em meados do terceiro século a.C.), os targuns aramaicos (paráfrases e dtações do Antigo Testamento), citações em autores cristãos da antigüidade, a tradução lalii 1.11 IrJerônimo (a Vulgata, c. 400 A.D.), feita diretamente do texto hebraico corrente em sua Opui aTodas essas fontes nos oferecem dados que asseguram um texto extremamente exato do Anhgo Testamento.

Mais de 5.000 manuscritos do Novo Testamento existem ainda hoje, o que o torna o mais l » • n idocumentado dos escritos antigos. O contraste é surpreendente.

Além de existirem muitas cópias do Novo Testamento, muitas delas pertencem a nm.i d . i i . ibem próxima à dos originais. Há aproximadamente setenta e cinco fragmentos de papiro i l . i i . idos desde 135 A.D. até o oitavo século, possuindo partes de vinte e cinco dos vinte e solo 11 v i . > • •num total de 40% do texto. As muitas centenas de cópias feitas em pergaminho incluem o ) > i .n 1.1.Códice Sinaítico (quarto século), o Códice Vaticano (também do quarto século) e o Códu e Ai rxandrino (quinto século). Além disso, há cerca de 2.000 lecionários (livretos de uso litúrgict> i | i i i 'contêm porções das Escrituras), mais de 86.000 citações do Novo Testamento nos estrito'. i l n 1 .Pais da Igreja, antigas traduções latina* siríaca e egípcia,** datadas do terceiro século, <• .1 V»'lsão latina de Jerônimo. Todos esses dados, mais o trabalho feito pelos estudiosos da p.»le< >c.i •'fia, arqueologia e crítica textual, nos asseguram possuirmos um texto exato e fidedigno ilo Novo Testamento.

" Chamada ítala (N. doTrad.)." Chamada copia (N. do Trad.).

O SIGNIFICADO E AS BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃO

A doutrina da salvação é, ao mesmo tempo, simples e complexa. Por um Indo, ,i m.iion.i < l i > ' .crentes pode dizer João 3:16 de cor, ou citar a resposta de Paulo ao carcereiro de hlipos s o l n < -o que é necessário para a salvação (At 16:31). Por outro lado, quem pode explicar n uno um l Vushomem totalmente santo poderia se tornar pecado e morrer em benefício de homens pv.u li >rés e rebeldes?

É extremamente importante entender corretamente a salvação. A Bíblia coloca um . i n . i i r u i . i(maldição) sobre qualquer pessoa (incluindo anjos e pregadores) que venha a ensinar uni ev.mgelho de salvação diferente daquele ensinado nas Escrituras (Gl 1:8). O que, então, é a vonl.ideira salvação? Como é oferecida? Como se pode obtê-la? Quais são seus benefícios e bênçãos?

A verdadeira salvação é aquela oferecida pelo próprio Deus pela morte sacrificial de Seu Fi-lho Jesus Cristo. Não há outro meio pelo qual alguém possa ser salvo da condenação eterna ereceber vida eterna (At 4:12).

Alguns Resultados da Morte de Cristo

Foi uma Substituição pelo Pecado

Há muitas facetas no significado da morte de Cristo, mas a mais central — sem a qual as demaisnão teriam qualquer significado eterno — é a substituição. Isto significa simplesmente que Cristomorreu no lugar dos pecadores. O uso da preposição grega anti claramente ensina isto, pois elasignifica "em lugar de". É usada com este sentido, por exemplo, numa passagem que nada tema ver com a morte de Cristo (Lc 11:11). Mais significativamente, todavia, é usada numa p.iss.i-gem que oferece a interpretação do próprio Senhor Jesus Cristo sobre a Sua morte (Mt 20:28;Mc 10:45). Sua morte, disse Ele, seria um pagamento em lugar de muitos.

Uma outra preposição grega, huper, é usada também no Novo Testamento, e tem dois signi-ficados: às vezes significa "em benefício de", e às vezes significa "em lugar de". É claro que a mortede Cristo foi ao mesmo tempo em nosso lugar e em nosso benefício, e não há razão pela qual hu-per não possa incluir ambas as idéias ao ser usada em relação à morte de Cristo. Veja, por exem-plo, 2 Coríntios 5:21 e l Pedro 3:18.

Ofereceu Redenção do Pecado

A doutrina da redenção é edificada sobre três palavras do Novo Testamento. A primeira ó umapalavra simples que significa "comprar ou adquirir, ou pagar um preço por alguma coisa". É usa-da, por exemplo, com este sentido cotidiano, comum, na parábola do tesouro escondido numcampo, que motivou o homem a comprar (redimir) o campo (Mt 13:44). Em relação à nossa sal-vação, a palavra significa pagar o preço que nosso pecado exigiu para que pudéssemos serredimidos.

A segunda palavra é da mesma raiz da palavra mencionada acima, prefixada por uma pre-posição que intensifica o seu sentido. Em português, a palavra ganharia um sentido de "pagaro preço para tirar do mercado". Assim, a idéia dessa segunda palavra é que a morte de Cristo,além de pagar o preço do pecado, retirou-nos do mercado de escravos do pecado para nos darplena certeza de que jamais seremos novamente submetidos à escravidão e às penas do pecado.

A terceira palavra para redenção é totalmente diferente. Seu sentido básico é "soltar", e istosignifica que a pessoa resgatada é libertada no sentido mais completo da palavra. O meio peloqual esta libertação é obtida é a substituição realizada por Cristo (veja l Tm 2:6, onde esta ter-ceira palavra é prefixada pela preposição anti); sua base é o sangue de Cristo (Hb 9:12); o seuresultado é a purificação de um povo zeloso de boas obras (Tt 2:14). Assim, a doutrina da re-denção significa que, devido ao derramamento do sangue de Cristo, os crentes foram compra-dos, libertos da escravidão e postos em plena liberdade.

Extraído de A Suniey ofBiMe Doclríne, por Charles C. Ryrie.

1653