O sistema de solução de controvérsias da CNUDM sua aplicação e consequências para a...

10
wA(;Nl t( Ml Nlzr s (( )t'r, t:tt tt rlt, ) DrnprTo Do Mnn [)ns,qr.- ros n Pnnspnc'r'tves Belo Horizonte 20t5 CIIDMAR - USP

Transcript of O sistema de solução de controvérsias da CNUDM sua aplicação e consequências para a...

wA(;Nl t( Ml Nlzr s(( )t'r, t:tt tt rlt, )

DrnprTo Do Mnn[)ns,qr.- ros n Pnnspnc'r'tves

Belo Horizonte20t5

CIIDMAR - USP

I'l{( )l:1.5S, Alcr,rtr,lcr. llrr'I ltttt,,l '\"ttrrrtt' t ,ttr()tttttttt'ttl,tt'y. ( )xlolrl: I l,rrt I'rrl,lrslltttli, .'ol i, 1'

RANGLL, Viccntc MrtrolIrt. l'l,tIt',rrt t oIIIIttt rtt.tI

le Droit de la Mcr, tn Rcc'ueil dc ()turs, v. 5, rr.

, t Dtttttt |il llu l ,tii',,f tlu .\,',t; ,t

't'

,l.rrr', l.r (,'ltt'tttli,ttt,1.' l')ll-l srrr

| ')'1, l,.rl:s. -','/ \ 4 )7 , 1985.

RANGEL, Viccnte Marotta. United Nations Oorr6r('s ()n llllcrltatiort.rl l,.rw:

codiflcatiol du droit de la mer: perspectives ct n()uvcilux d6vclopl'tcrrrcttls, ttt

Repista do Tiibwnal Regional do Trabalho da Bo Regifio, Bcl6m, v. Ztl, n. 55,

pAgs. 67-73,1995.

I'REVFS, Tullio. "Dispr,rte-Settlement Clauses in thc l.aw of the Sea Convctrliorr

and their impact on lhe protection of the marine environment: Some Obscrv,r

rions", in lteview of European Community & lnternational Environmental Lilw,

1999, Vol. 8, nq. 1, plgs. 6-9.

UNITED NAfIONS. Regional Growpl l)isponivel em: <http.,f fwww.un.or/depry'DGACM/RegiorralGroups.shtmI> Ultimo acesso 22 de outubro de 2014.

VIGNF,S, l)aniel. "l,a Convention des Nations Unies sur le Droit de la Mcr

Serait-Fllle un Regretlable Accord Mixtc? La Communaut6 l'a pourtant concluc",

in Mdlanges en Horumage A Michel lVaelbroeck,1999, Vol. I, plgs. 683-694.

YANAI, Shunji. "Maritime T'alks 2013 ITLOS and IMO".In: International Foutt-

dation {br the Law o1'the Sea [FLOS). Presentation l)isponivel em <http://

www.iflos.or g/ medta/104372/shunjio/o2}yanai ppt0/o20maritimc0/o20talks,0/020

90/o20marcholo2020I3.pdI) Ultimo acesso en 5 dc novembro de 2014.

O SrsrervrA DE SorueAo DE CoNTRovERsrAsIuprnuENTADo pELA CoruvnNeAo DAS Naq6ns

UNmes soBRE o DrnBrro Do MaR, suA ApLrcAeAo E

CoNsnqunNcns rARA a PnoreeAo Do Mpro Mennvno

Tiago V Zanella'

1. TNTRODUQAO _ O STSTEMA DE SOT.UQAO npCONTROVERSnS DA CNUDM (PARTE XV)

A criagio dc um sislettra de soluEao pacilica dc controvlrsias pela Clonven-g.1o das Naq6es Unidas sobrc o Direiro clo Mar (CNUDM), cle 19g2, 6 um dosaspectos mais import.lnles e inovadores do lratador. Na rcalidacle, toda a criagl<rde mccanismos de solugio pacilica dc lirigios entre os lrstados, no imbito do di-reito intcrnacional,6 digna de aclamagio, ji quc procura linitar a possibilidaclcde utilizaglo da fbrqa nas relagires intcrnacionaisr.

laslro: rnrr pnrblcnu lrnrbicrrtal gbbal".

lulu, P. I I 9 23.1: I 996. 1,. 222 c scgs.

W.rr;Nlx MrNlzr:s (Ottti.)

A CNUDM cria um sistema proprio de soluEio de conlrovCrsias concentra-

do, sobretudo, em sua Parte XVa. F.sta Parte esti dividida cm tr|s: a segao 1 com

disposig6es gefais, a seEao 2 com os procedimentos compuls6rios conducentes

a dccisoes obrigat6rias e a segeo 3 com limites e exceg6es i aplicagao da seqio 2'

Na pririca, observa-se que a Partc XV podc ser divida em dois nficleos principais:

um com os procedimentos dc caflter nio obrigat6rio e outro com procedimen-

tos que tcrminam com decis6es vinculativas5. Deste modo, percebem-se aqui as

primeiras caracteristicas que marcam todo o sistema de soluqiio dc controv6rsias

cla CINUDM: a variedade dos meios de solugio e a liberdade dos Estados em es-

colher um meio pacific<,r". L)c qualquer modo, importantc frisar que, regra geral'

os Estados procuranr resolver cnlrc si seus litigios, sendo a jurisdiEao de tribunais

uma exccElo utilizada apcnas quando as partes nao consegucm de modo satisf-a-

torio resolver a qucslio quc se coloc:lt.

A parte XV da CNUDM lundamenta-se nestc conceito dc liberdade dos en-

volvidos em solucionar a controv6rsia da mancira que mcll-ror lhcs convier. Enl

outras palavras, niio ilnporta tant() o meio de solugao quanto a resoluqio em si

-.rn",r, isto 6, o principal 6 o objetivo a ser alcanqado - a soluElo do litigio - c

n;o lanto os meios utilizadoss. Iista posigao ji fica explicita no artigo 281 quc

.lorgc.(,rrrrorlr, l)irt'itolntL,rnttiortrrl I'tihlio.5'ciliqin. I'rincipir. l-isboa.2012.P.271e scgs;I)lNll.NguyenQuoc;l)Al

Volurnc Vl. Martinus Nijholi I'rrblishcrs. l lrc llrgue l,ondon New Yorque;2(X)2. l'.5()5 a (r07.

Ncw Yorquc; 1 998. P. 6 l L

dr('tfiadasNrqicstliidas.quccxigeIsolrrqio|acilicadcqlrrlqtlcrcorrlrovcrsiiltrrplrtnoitrlltttrtcrotrrrl

lislr(los rccilirlll I jrrr isrlrlio rlt ll ll)llllilrs lrrl( r rlit( rrrrrirr!

Ne\lf\(.il1r(11f llil\ls. lrrllr,,,\,rr/r,rrlrttttlt,\, 1t1,,t,,t1 ,,1 Ittl,It'''t,t'l tlt't,tt"l tlt'\"tr"ttt'rrtt"tlt "illl

llllll

lr,' r,'r I' r,l :i(, 'lrlrr I' r,l t ll \lrl;l \ l,'rrrili'ir I tlt' lrrtf it"ttt"tt "t ttlt t tt l'

dellne quc os procedimcntos adotad()s irl)(,rr,r,,,,, ,11,11, u l,,lr,urclo as pr6priaspartcs n;o tiverem alcangado uma solu(J(). l, ,rrrr,lr. ,, ,1rr,,,, ,;i0 (luc preve que aqualquer momcnlo - rnesmo quan(l() j;i cstr.l.r ,,, 1,1,, rl,lr, r,1,, .rl1igm procedimen_to pr6prio - podem as partes, ac<trclrrr (.ntt(. ,,r lr1.r ,,,,1rr,. r,, 1,.r, ilica clo litigiolo.

Valctarnb6ntdestacaroclisp<lslono.q111,,,,,ii,,lrr 1...1 ltl)M,qucprev0quc

sc houvcr obrigagiles dos Estados tlct,,rr..rrtr,, ,1, r, r,r,1,,., l:(,r..lis, rcgionais oubilatcrais"rl, estas prevalecer;o. ()tr scj.r, \(, ,rl 1,,rr,,. i..rrrr.rr.rn comprometidascom algum outro acordo quc rcsrrllr.,(.tn ut1 1,r,,, r,lrrrr, rrtr, l,r.(iprio clc solugiode contrcv6rsias, estc "procctlirrrt.nlo rr.t.r ,r1,11,.r,1,, ,111 lrrli.rr- do prcvist() ltaprescntc Parle'r2 r.r.

Fitn termos priticos, ir ltrirrr<,rr,r ,,1,rri,,,r,,,r,,,1.r,, ;,.r1t(.\ nun) conllito soltrc odireito do mar 6 a de troc:rr- o;rrrri.t s (r'rr 1,,t,t,r,., ,,/( ,,,\). r\r. i', "as paftcs lra c:()r)-trovtrsia dcvem proccclcr sclrr tlt.nr,)r.r ,l lrr.r trr,(.r ,lr.oPirriocs, tc,ncl() enr vislrrsolucion/tla por meio clc lrc'got t.t(,.ro o1 rlr. r,1tt.\ 1l(.i() prrcilic<ls"l,t. Iistc pr<>

I)lnt:rro txr M,tl: l)t s,tt.tris l llr.r<spr t.tLt,ts 50-5

(lisposiqi')es coilvcnciorriris trirl l,ttr jr r/,r,ul,l(.tr \,r.( Ntit)M. Arr.2S2

l)rcss, llcino (lnido: l{)0-1. l, I ) e str:

l-57.4 Arrqrrst 2{){X). I,. .17. par. (r6.

tltrttt I't rt ttt'lt, t'tl tttl,ttttrl rttlt t \l,1.ttt\, ,,ult ttt l,,,,tl,ttt, str,,tts..i Nl lrNI \,r '.(

W,qt;Ntln Mr-:Nuzr':s (Onr; )

506

cedimentonloprecisanecessariamentesolucionaracontrovbrsia(nemmesmoter tal intuito), mas pode servir apenas para- que as p"rtes indilu:l qual o meto

pretenclcm utilizar o';'';"i;t'o qt""tttt' Al6m disso' esta troca de oplnloes

(que pode ser entendri;;;;; "'t" troca de notas' informag6es ou outro contato

;;',;;;",ir::::::H:Tiilti**U*n:1*:lTi:{ii[';';::::::inicias da controvertttl l"j]r.f_j;;* ;;rrrmcnre o arrig. 283, ne 216.

.ru -.r-" dcpois, como determina expressl

A oonvenql" d;';9*2 ';" tt- tot de opq6es de procedimentos lis partes

oue. em .onlt"tid'dt t"rn 'u' libcrdadc dt l"t'lht' podem utilizar: a) a Con-

.ilirca,r,'tn,n.tnti''ttl'i;;;t;;"v' artigo iio-.-t'*".'i 1' 'li'-"t a) da GNUDM

(csta ainda partc clo ;;;;."l"qot' at tt'1"' tuo vinculativas); b) o'I'ribunal

Inlcrrraci.rr.rl d" f,i;;;; i" r'nt' 1;t'ttlHll;''"*urt*.'n''01 ntl" Anexo Vl; c) um

.fribunal Arbrtral ^;';;r"; :rr..rnrrirui.l,,

-in, ,r-t.,1.1., do Ancxo vll''; d) uT

'l'ribunalArbitralcspecialis-mat6riasdepcsca'proteEioe-prcvenglodometo

marinho, invcstig,aglo cicntillca t ntut'n'it'l"n"iuuia" i luz do Anexo VIII'8;

e) e, ainda, existe semprtL.g"'::tt],1'dt dt';;t; ao'Iribunal Internacional de

;l*, ;; ilil,il, fl,i,T;i l'.:Hil?ll'0,.., .,."llii::,pa.es envorvidas

na controv6r'i"' r"tt'JL'iiorit'a'at tlt t;;;;" e proceclimentos P'erou (e ainda

gera) bastantt ai"""e"l'i""t';^t i"tt'-*tit"]'lista" l"'r um lado hi aqueles

que as dele'ndem'""it" ou"t'' os que t"'ittrn a g'rande quantidade de opgoes'r'

Toclavia, mcsmo t'-'ittdt''do qtt t '-""t'iflicitlaic de mecanismos nlo 6 o mo-

delo ideal at 'of"E;t' ai controv6rsia"oU" o direito do mar' fbi o modo com

quc os Estados, d;;; I Lo'''f-"en'i'' tt""*e"it:'n1 ' t-1'::1o e aceitaelo dos

paises sobre t otJ;;"u* nut'"' palavras' loi melhor'aj::::.ftT;:::il:que, mesmo nlo senclo o icleal' avanqou sobremanerra para a

fiffi,rt* t-tl'VA.l'ruh "'l tcsrlulitt dt' trtnuttrt'rrrs .{b ( i1 l' 5'19

(iur*, "nri,t,

MAltO l l A l{AN(ili rr,,r r r, 6,lt-(r52. Alnrecliua. L.isboa: 2002' P 647: *os tribunils

'l:::ilil;il:li:t:::ri,,:'"l:.Ifl:;"::t*nii;'l*:::.:::llij.,:ltl;1lll,';:ll;::jilili:irrbitrais larn iilrisdiqio 1r rnsil6rit: lc

adlnirislrilli!o c listit dc ftbitros"'

")r) r,,nrrrr"* t'l hc uns*'t't ntrttt rt trtlortl tt tl l t' l x rt s "

' t"lll ttl' 'l

507

iI

i

das conlcnrl.rs s'lrrt ,, tlircito do mar, do que a lllta de um sistema pr6prio. At6porquc o olrictit o gcrri'r.ito cla Parte XV (a solugio pacifica das controv6rsias) temsido razorrvclrrrt'rrIr' lrt'rn .rtinpiido22.

l)c clu,rlt;rro'nroclo, tem-se aclui um sislema clc soluEio de controv6rsiasque podc scr tlt'lirrirlo como suplctivo2r, isto 6, primeiramcnte, as partcs exercema faculdatlc tltrc lhcs I rtribuicla pela scgio 1, afastando-se os procedimcntos dascEio 2; sc nio lirr possivel uma conciliaEio, aplicam-se algum clos divcrsos meioscom proceclimcnlos de dccisio obrigat6ria. Irm lermos priticos, as parres primei-ramenle procuram solucionar entrc si a querela ou :rtravCs dc uma conciliagio,sc nio lbr possivci, decidem, clcntro o rol dc possibilidades exposto acima, qualrncio utilizarao para rcsolver o litigio,t. (lontudo, sc rls partcs nIo cheg:rreln A umcolrsclrso sobrc a qurtl tneio se sujeitario, ou airrda nao se manif'eslarem, aplica-seobrigatoriamentc rl arbitragcm, prcvista n() ancxo MI25. Dai rcsulta cluc toda :r

l)arte XV asscnla-sc sobre a obrigatoricdade da :rrbilragem parrr a solugio clc con-lrovlrsias. I)estc modo, ncm o'l'lJ, ncrn o'l'lDM possucm jurisdiqiio obrig,at6riar-ra rcsoluqiio dc conllit<ls sobrc o direito do mar2t' 27.

Resumiclantentc, allle o cxposto, pocle-sc alirntar que a Parte XV daCNUI)M opera da seguintc mancira: a) cabe is partcs resolvcrcm suas pr6priasc()ntrov6rsi:rs pacilic:rmerrte; b) podcn-r as partes solicitar;r intervengao dc unr tcr-ceiro para cf-etuar uma conciliaEio e chcg,.rr a um acordo; c) se a solugio rrio lirrcncontracla, aplica-sc supletivamcnte a seglo 2, segundo a qual os l,.strrclos cscolhem qual ntecanismo utilizario; d) se nio lbr possivel um conscnso sobrc t;urrlprocedirnento serl:rdotado, cria-sc um tribunal arbitral para dirimir o lirigio.conr clecisiio vinculltiva; e) apenas utilizarn-se os dcmais prclcedincnt()s, c()n)()o TIDM - por vontadc c esct>lha delibcracla dos Ilstados envolvidos, por6nr, unravez escolhido, as partes sujcitam-se rl sua clccisio28.

lands: 20 I l. l'. -1 I ().

Lov ol lhL, SLrt. Ltr tttrl l)nrt tit t. Klrru'cr Lln Inlcrniltioiltl. l). l l -12. Netherlrn(ls: 100 1. Ir. 15.

Ncstc scrtirlo: I l{liVliS, lirllio. NoL ljtutl.t in thc Stul.ht(nt . Op. ( it I,. (r7.

lraqcnl, dc conlirrntidtde conr o Ancxo Vll. salvo acorilo crn crmtrhrio das prrtcs". lr. icslc ntcsnlo seilido. l)l A IZOI)lll{,

Nellrcrlan(ls: I999. P. 107.

( iilIrrir rlc ( orrlrori rsilrs t|ts lrrrrrdos Mlrrirrhos

Nc\lr.n ill!1,) l'l \ l,/( )l)l l{. l{t.rrrrtc /ar7rr, r,,7 rtrl,ttttltirt ( )l' 1 rt l, lilt,

rlr r'r'lrlr, ,, \ll .\ll llr,'rrr.r. \ //r, I)t.t'rt,',,il,ttt,ttrli, trtt,,'ttit l')\ l tttt,,l\,ttt,,rt t,,u\,ri,,tt,,tlttt, t,t\\,,rttt,',,,i lr Nlr 11,,,,1,,',1,,,,1,,t1,,,t(i|r,,t,,,,, l,\\ \,,t t.lr t't t!f)

WAcNnl MrNrzrs (Ottc.)50(.)508

'Iodavia, a aplicagio da seEio 2 esti sujcita a limites impostos pela pr6pria

CNUDM na seEeo 3 da Parte XV. E na realidade nesta seqeo 3 que o siste-

ma de solugio de controv6rsias de Convenqio mostra sua verdadeira dimensio.

Isto porque 6 neste ponto que os Estados criam um "dominio jurisprudencial

reservado"2', no qual, para alg,umas materias, a intervcnqio de terceiro frca sujeita

:i vontade soberana dos Estadosro.

F.m primeiro lugar, o artrgo 297 traz tr€s limites gerais i aplicagao da seqio

2: n" .l

) nos casos cm que sc discutem os direilos soberanos dos Estados',n" 2)

nos cASos de investigaqio cicntifrca; n" 3) ds pescas nos cspaEos sob iurisdiEio dtr

Ilstado costeirorl.c) n., 1 imp6c quc, regra geral, nio sc aplica a scaeo 2 pata as contfover-

sias sobre fatos ocorriclos nos cspaqos sob soberania e iurisdiqao do Estadtr

costciror2. Entretar.rlo, destaca em suas alineas as siluag6es que podem scr

objeto da aplicagiio da seglo 2: a) quando um L,stado costeiro violar as libcr-

ilades e clireitos dos dcmais na utilizaqiio dos cspaqos sob sua jurisdigio; b)

quanclo um F.stado violar os dircitos de um pais ribcirinho nas zonas sob surl

iuriscliqio; c) quando o Estado costeiro violar as regras intcrnacionais espcci-

licas para a protegao e preservaEeo do meio marinhorr. O na 2 segue a linha

cle raciocinio inversa do nrimero anterior e aflrma quc aplica-se, repira geral,.r

segao 2 aos casos de invcstig,aqio cientilica marinha a nio sef em dois casos:

a) o excrcicio pelo Estado costciro de um dircito ou podcr discricionlrio cnr

conlbrmidacle conr o artigo 2a6;t:) a decisio do Ilstado costeiro de ordenar 'r

suspenseo ou a cessaqeo dc um projeto de invcstigagSo cm confbrmidadc coltl

,, ,itigo 25311 15. Jl o ne3 (quc segue a mesma logica clo nq 2) determin:r cltrc

"o Lstado cclstciro nio scri obrigado rr aceitar submetcr-se aos proceclilllctt

tos dc soluElo de qualquer controv6rsia rclativa aos seus direitos sobcr;tltos

Itxpressiio ulilizrdr por llAS l OS, liernrDdo l,ottrciro .l inl.rilu( ioilulit(\'l1o Op ('i1 l' 221

paralivc l.aw. Vol 5. l'.301 301{: I99(). l'.102.

('Ntll)M. Ail 21)7.

nrcnrbrostia(irllcrincil)ltlrtrrrrlrlrlizrrorerlrrlrclrrrrrlrtrrrlrNllrr lcrrrtorr:rl

No prirrirrrr k'rpiur serlr irrrlrlisltrl' llrl rir:lrrsitrro

( Nlll)Nl At1 )()/. ri '. ir. r. rr

s('llll..ll|lll...l''t'll'll(.'illll{'illllll (l'llll.'\ l''rlr 1l .lrrr''r.irrrtrlr,'rlrlllrrrlr

liltt,'u ttt t rt I' I 1 i

I)tntttto txl M.rn: l)ls,rr tos I l,r r,,.r'r , rrr r

rel'crentes aos rcctlrs()s vivos illr sua zona econ6mica exclusiva ou ao exercici()desses direitos"ru ".

Em segundo lug.rr,,r,rrtigo 298 traz quatro exceg6cs facultativ.rs quc, ncstecaso, implicam nrr rrr,rrrilcsr;rqio da vontade pclo l-stado para a sua aplicagio.lsto 6, basta a parlc ill)r('scl)tar urr-ta declaragao para clue sc alaste a aplicagio dasc9icl 2 nos seguilltcs (its()s: a) em que cls litigios tratcm de cluest6es regulaclasnos artigos 77,74 c tt3 rlrr CNUDM, que dizcm rcspeito i delimitagio de..zonasmaritimas, ou is brrirrs or-t litulos hist6ricos"rs; b) as qucst6es relalivas a ltiviclaclesmilitaresr"; c) as cotrlrovtrsias rclativas is ativiclaclcs dcstinadas ;t l-az.er cumprirnormils legais tendo cltt vista o cxercicio de direitos soberanos ou da jurisclig.lc>excluidas, nos termos rlos parigralbs 2" ou 3" do artigo 2gT, dtjurrsdigiio de umacortc ou tribunal; d) e, por flm, as qucrelas en' quc o clonserlro clc Scgurangrrcsleia a analisar o caso, cxerccndo as lungircs que lhc sio contericlas pela O:rrtaclas Nagocs Unidasao.

Nestes tcrmos, lica clara :r opgio dos rrstados membr.s da cNtJI)M, nomomcnto dos trabalhos prcparalorios, de preservJr .ls qucsta)es que cllendiammais scnsivcis. lsto 6, criou-sc unl n()vo moclelo dc soluqio de controvtrsias 1orimbito do direito do mar, c.nrudo, para alguns tcmas os Estad.s prcfbrirammanter uma margem dc mlnobrir maior, para poclcrcm ncgociar entrc si c ni., sesujcitarcm obrigatoriaurcnte :i irrtervengio de tcrceiros,lr.

Diante dcl exposto, pocle-se cheg:rr a algumas conclusoes scl$re to{o o sis-terna dc solugio de c.ntrov6rsias criado pcla oonvcrg.io dc M.ntcgo Bay. Emprimciro lugar, criou-sc um sistctna de signilicativa importincia para e clireitodo mar (c para todo o direiro inrernacional) dc solugftr de litigios, c'ntudo,parrr alg,unr:rs cluest6es mais scnsivcis os llstados aincla nao accilam clc formatranquila a intcrvcngao de terceir.sa2. ljm segundo lugar, a criagio do'I'ribunallnlernacionrrl clo Direito do Mar, apcsar de scr uma clas melhores contribuig6csda clNUDM, nlo translbrmou dc modo tio racliql il estrutura vigcntc, uma vez

('Ntll)l\,1. A11 l{)7. 1".1. I

lti\h .\k\l\:\. lnlcrnttionrl .lorrrnrl ol Mlrinc lnd (instal l.itrv. Vol. l:1. 1,. | 25: l9{)9.

de 1982.

tt,,tltttt\tt,tlltl,,rr,ttttltl,,trrlt,Ltu,tlt,,ttt,t,,,,lttt.,r,,:rt,lt,t:t:r,ilrJ/' r' 'r'rr'r"'ll 'j \ll llr,,|r'r \ //r, ltr"t,ttr' \'trl'nn,il rrl, i,r l' I'r,lrr,,.rr.r,r(,r.r1'r(,,,rr ttitrtr,,t tt1,r,ill

W,tcNEn MnNLtzt-:s ( f)n<;. )510

que o tribunal nio possui iurisdiEao obrigat6riaar. Em tcrceiro lugar, existe uma

clara clistinqao entfe as controvfrsias dos latos ocorridos em zonas sob jurisdiEitr

nacional e para al6m. l. e., a Partc XV trata dc modo significativamente distinttr

a aplicagio dos procedimcntos dc solugi<l de controv6rsias nas regi6es sob juris-

digio estatalaa.

2. A SOLUQAO On coNTROVEnSnS SOBRE qUESToES

RELACIONADAS A PROTEQAO nO MEIO MARINHO

Entendido o funcionamento geral do sistema de soluqio de controv6rsirrs

criado pela convcngao de 1982, cumpre-nos agora analisar como ocorre a r('

soluqio de litigios rclacionados especificamente is demandas ambicntais. Islo

porque algumas quest6es prccisam scr levantadas para que se entenda como sc cl;i

, .pli.rEao da Parte XV is controvcrsias de cariter ambiental.

Primciramenle, nlo obstante o dcver geral dc soluElo pacifica dos litigios c

cla aplicaEio compuls6ria da seglo 2, sobretudo do f'ribunal Arbitral, aos mcrrr

bros cla cNUDM, a seEio 3 trtrz,como vistcl, importantes limitaEoes. o artig.'

297,na 1, institui que, regra geral, nio se aplica a seElo 2 nos caso em quc ()s

{atos tcnham ocorrido cm zona sob jurisdigio estatal"fodavia, para as Qucstirt'r

ambientais, a alinea c) excepciona tal dispositivo ao destacar que se aplica a scr,i()

2 quando: "se alegue que um Lstado costeiro aluou cm violaElo das regras c ltt't

mas inlernacionais especificas para a proteEao e preseruagio do meio m:trittlt,,

apliciveis ao l-stado costeiro e que tenham sido estabelecidas pela presenlc oott

u.11-rq.o ou por intern-r6dio cle uma organizaEio internacional competenlc rtrt tlt'

uma conf-erencia diplomitica de confbrmidade com a presentc Convcnqio"l' ""

Diante de tal dispositivo, t€m-se tr6s requisitos para a aplicagao clrt st',,.t,,

2 nos casos envolvendl conlrovfrsias cle cariter an-rbiental (nos espagos sol.r irr

riscliElo nacionalaT): a) a necessidacle de haver regras e normas espccilicrls s()lrt''

o fato ocorrido; b) que tais normas sejam apliclveis is partes no cils() c()l)(l('lo'

c) que estas normas tcnham sido estabelecidas pela propria cNUl)M, l)()r tllrr,r

Ncstcscn(i(lollAS'lI)S.l:crnandoLtureiro '1inlttnLtcirnulizolio Op (it P 225

wtrld ol .tot't|t'ign .tlul('\, tttotl d whi(h dt("\li!l iulou\ ol lht'ir sovt'rLign riglllt ilil Prit)lulirt \''

(lNtJl)M. Ad.297, n" l. c.

Sobre rs discussircs para chcgar a t{l rcgft. ilos lrabllhos l)rcprrill(irios. rer l}ltowN. l: l> t)i\l'tlt1 \t lllt tttl ttt ( l| { rl l' 'l

'1\ ll'.]t'

',1 ttt. ,,|,tt',tt'tt ' \|. Illlll]t\ ltll 1111,'||'

'l ltl |]Il' l' ''l\,tt' t' l' l'tttt t,' ' 'l,tt',,t,,',,tt'ti '1' 1 t't'

t,,lrrr ,, ,1, l' (ol',r1,',' \11,,\1.1r, .r \rr r tl, l, ,l"r , l'r"' r1'l! r r "' "" 'rIl'l"rr'l'rlr"l"lrr'rl'lrr"

r"lrrr rrt'

orgarlizagio intcrttrttiotr:tl otr cclnf-er0ncia diplomitica cclmpetcnte para tal 1oimbito da Converrqiol".

Sobre tais recluisilos, cnr primciro lug:rr, verifica-sc a neccssidade de normasespecilicas (specified itt!t'rtr,:tlional rules) rcgulamentando a qucstio. Ilxistc assima neccssiclade de rcg,r:rs prccis:rs, nio vagas ou demasiadanrentc gerais. pcrcebc-

-se aqui o descjo clos lislrtclos de evitar disputas sobrc nornras inrprccisas, muitgabertas, que possanr scr itrvocadils cono exceg6es ao dircito ou jurisdigao sobc-rana do Estado costcirol'. l)esla maneira, evita-sc que qualquer articulado inter-nacional scja passivel clc scr invocado para a aplicagJo da scgio 2 nas disputas decaraitcr ambicntal nas zonrts sob jurisdigio nacionll. Os Estados parrcs inscriran.resta rcgra no intuito de restringir que clualquer mcngict ri protcgio do mcio m:rri-nhtl ctu normas extremamcntc ampllas lcgitimasscm a criaglo obrig,irtirria de url'l'ribunal Arbitral, por exemplo5".

Flm scg,undo lugar, a cNUDM rcquer quc as regras c lrornras inrcrnacir>nais sejam apliciveis:ro [stado costeiro. Assim, cvoca aclui l dill'rcnga quc surgcquando sc cxamina o texto da C)onvenqio (espccialmente na Prtrte XII) cn{rc ilsregras "aplicitveis" (app/icabLe) e os padrocs intcrrracionais "geralnrentc accitos"(genera/ly accepted)st. A iltima cxpresslo denota regras e l)ornas quc, ncsr.p()sendo cogcntes para a ampla maioria dos Flstados, niio nccessariamcr.rtc vilcu-lam o pais costciro cnr questio. I)estc modo, ii luz dcl uso clo tcrmo "aplicivel"6 contcsthvel que em um litigio, resultantc de um ato pclo lrstado costciro, cnrviolaEao de utna regra oLl padrao intcrnacional conccrncnle li pnrlcgio do meionrarinho, possa se aplic:rr a segio 2 da Partc xv. f.lm outras palavr:rs, um regragcralmcnte aceita (como o disposto no arligo 211,na 2,por excnrprlo) pocle nicrvincular o pais ribeirinho e, dcsta lbrma, ni<l pode scr aprescntrrcl;r pclrr outrapartc colto rnolivcl leg,itimo para obrigar rr irplicrrg.lo a segiio 252.

Irltt tt'rtt'iro lug.lr. lr.i ,r cxig,incirr dc t;uc ,rs r('E,r.ls e n()rnlils ilttcrrr,t, iOrraissejam cstabelccidas pcla CNUDM "ou por intermtclio cle uura organizagio intcr-nacional competentc ou de uma conf-erdncia diplomitica de conlbrrnidacle coma prescnte Convengio". F,sta parte do dispositivo laz com quc para a soluEiio de

nrvios); c 120. n" I (cxecul:io pelos lislrdos costciros dc rclras rcltrtivts ii poluiql'io porravios).

Yorquc; 2012. I'. 9l c 91.

trt,tt"t,'t l\1tr,,,,, 1,)t^,It1,it,'Itlt, l,1r,,l ttt, \,,/ Nl.r,tilIr..Nr1lrililI'|l,lr,lrrr Nitlr(rl.u,l . L,)t/ l, ltXtl! r, ,,,i,,1, ll,l.l trltr,, /r/\/!r/, .,,il1,tjr,ltt ot, I rt l,

War;rur:n MrNrzrs (Ont;.)512

controv6rsias ambientais deve existir, necessariamente, uma previseo legal dos

rratados do imbito da Convengao das Nag6es Unidas. Tal regra nio 6 nenhu-

ma grande novidade, pelo contririo, vai de encontro ao disposto em outros

dispositivos da CNUDM. Podc-se citar aqui o artigo 288, nq 1, que afirma que

os tribunais clo artigo 287 ttm jurisdigio "sobrc qualquer controv6rsia relativa

i intcrprctaElo ou aplicaElo da presente Conveng5o que lhe seja submetida de

confbrmidadc com a presente Parte"sr. Assim, podem os tribunais aplicar apenas

as normas estipuladas na ConvenEio de 1982 ou, no mlximo, para as quesl6es

ambientais, os tratados de organizag6cs internacionais ligadas is Nagoes Unidas,

como a OMI (Organizaqio Maritima Internacional)sa 5t'

Por Iim, cxiste airrcla a questlo dos procedimentos pr6prios na soluEeo de

controversias sobre o mcio ambiente marinho. O artigo 287, na 1' alinea c), deter-

mina clue para as quest6cs abordadas no Ancxo VllI (pescas, protcq.ro c prescrva-

Eao do meio marinho, investig,aqio cientillca marinha ou navegaqeo, incluindo

a poluiqao proveniente de embarcaq6es e por alijamento) seja constituido um

tribunal arbitral cspecial5t'.

O primeiro aspecto cluc se coloca 6 que os procedimentos no tribunal

arbitral especial sIo os mesmos do tribunal arbitral instituido pelo Anexo VII.

Isto 6, aplicam-se os artigos 4 ao 13 do AnexoVIl (Arbitragem) para a soluEio

de controvtrsias pela arbitragem especial (Anexo Vlll)s?. I)epois, tem-se que

ao contrlrio cle arbitragcm "normal", a criaqio de um tribunal especial nio 6

vinculativa. Isto 6, sc as partcs neo chegarem ao conscnso de institui-la, a arbi-

tragem cspecial nio pode ser utilizada no caso que se coloque. Como jl visto,

apenas a arbitragcm pode ser constituida de {brma vinculativa e mesmo para

os casos cle prolegio ao meio marinho ou poluiEicl por navios nio existe a

tion ot tpplitttittr u'ill ltc vrbiat nt lhc \(tn..iuritli(lit)tt"'

tion lnttn vc.tscls und h.t' lan r;',ta".

Ailcxo Vlll. Art. L

, '. ll, llr, rl il!l 'ol 1

previsio dc crirrgio tlc tribunal especial de fbrrna impositiva, prevalece a von-tade dos Estadosjtt.

'l'odavia, a possibilidade de instituigio deste tribunal arbitral cspecial6 bastantcinteressante. Prin.reir.rnrctrtc porque resulta na solugao de controv6rsias por lrbitrosespecializados. C)u scjrr, os parecercs e decis6es possuem urn car/rter mais ttcnico,i:i que existe uma lista dc peritos que podem atuar no caso e que possuem grancleconhecimento t6cnico cspecilico5e. A compct€ncia para elaborar tal lista de peritc,sdcpendc da demanda cm questio: a) cm mat6ria de pescas, competc i orgalizaglc>das Nag6es Unidas para a Alimenlagio e a Agricultura; b) em mat6ria clc protegioe preseruaqio do meio marinho, ao Programa das Nag6es Unidas para o Mcio Am-biente; c) em mat6ria de investigagio cicntilica marinha, ii Clornissio Oceanegrificalntergovernamental; d) e em mat6ria de navegag.lo, incluindo a poluiqao provenicn-te de embarcag6es c por alijamcnt., i organizagio Maritimrr Internacional,,(,.

Outro aspecto importante da criagiio dcsta arbitragcm cspecial diz respcit6) possibilidade de dcterminaEio dos latos, conlirrme artig,o ,5 do Anexg vlll. Aspartes podern, em qualquer momento, acordar cm solicitar ao tribunal especial :r

realizaglo de uma investigagiio c determinagio dos firtos que tcnham originaclo a

controv6rsia. 'l-al possibilidadc 6 bastarrte importar.rte na mcdida que eln muitgscasos a propria disputa vers:r sobre a cltralificaglo da cclntrov6rsia como "relativa :iprotcgio do ambientc". I)estc modo, quanclo cxiste divergOncia de pontos de vistaentrc as partes, podc a arbitrag,em espccial ser convidada a qualificar os latos. Mes-mo nlo havcndtt a obrigatoricdade de ral pedido e ncm mcslllo de concordiinciacom o parccer olbrecido6r, tal possibiliclade 6 bastantc v;'rlida e pode contribuir dcf-orma sig'ificativa parl a resolugJo dc controv6rsias no direito do mar(,2.

3. CONCLUSAO

o pcrcurso el-ctuado na apreciaqio da do sistema de solugJo de corrtrov6r-sias implementado pcla C)onverrgio das Naq6cs Urridas sobre o f)ireiro clo mar,em especial para a proteqio do meio marinho, pcrnrite chegar a um conjunto dct orrclus0cs quc se prs\J J cnuncirr:

Wl<rNn Mrr'rrzls (O*c.) 5t5

1. A CNUDM criou, na Parte XV, uma sistema de solugio de controv6rsias

bastante inovador e de grande importincia para o dcsenvolvimento do di-

reito do mar, com uma variedade dos meios de soluqio e centrada funda-

mentalmente na liberdade dos Estados em escolher um dos meios pacificos

apresentados.

2. Tem-se um rol de opgires de sistemas que as partes podem utilizar para

solucionar qualquer controvtrsia relacionada ao meio marinho: a) a Con-

ciliaqio; b) o 'I'ribunal Internacional do Direito do Mar; c) um l'ribunalArbitral ad hoc; d) um Tribunal Arbitral especial af'eto )s mat6rias de pesca,

proteEeo e prevenglo do meio marinho, investigaEio cicntifica e navegaElo;

e) e o'l'ribunal Intcrnacional deJustiga.

3. De todos os acima citados, apenas a criaqlo Tribunal Arbitral ad hot

6 compuls6ria. Isto 6, as partes devem em comum acordo escolhcr qual t,

mcio de resolugio do lirigio, mas se nlo fbr possivel o conscnso, cria-st',

compulsoriamcnte, um'l'ribunal Arbitral para o caso.

4. A Parte XV da Convcngio de 1982 faz uma clara distinqio entre as con-

trov6rsias sobre fatos ocorridcls em zonas sob jurisdiEio nacional e pilril

al6m. A CNUDM cria um "dominio iurisprudencial rcservado", no qu.rl,

para algumas mat6rias e, sobrctudo para as irea sob jurisdigao nacionll' ,l

inlervcnElo de terceiros lica suieita i vontadc soberana dos Estados.

5. A solugao de controv6rsias sobre qucst6es relacionadas i proteEio tLr

meio marinho possuem caracteristicas e rcgras bastante pr6prias cottt ()

intuito dc se aplicar o sistema de solugio nos casos de proteqio ambictrlrll.

6. Para as controv6rsias relacionadas ao meio marinho, aplica-se a segio 2

da Partc XV da CNUDM, mcsm() em espago sob jurisdiEao nacional, dcstlt'

que sc tenha trts requisitos: a) regras e normas especificas sobre o lat<t otttt

rido; b) que tais normas sejam apliclvcis )s partes no caso concrelo; c) tltrr'

estas normas tenhan sido cstabelecidas pela propria CNUDM, por tlrrr.r

organizaEio internacional ou conf'erOncia diplomitica competentc prtr.t l,rl

no imbito da Convenqio.7. Para os casos relacionados a pescas, protegio e presewaqaq d<> t.tlci., ttt,r

rinho, investigagio cientilica marinha ou navegaqiio, incluitrdo rt polttiq.r,,

proveniente de embarcaE6es ou por ali.iamento, cxisle a possibilitl,ttl, ,l,

criagio de um tribunal cspecial, mas esle nio 6 obrigat6rio, ou sci:t, tlcl','tr,l,'

do consenso das partes para sua criaqao.

REFERENCIAS

ADIII)Ir' A. O.'t'bc 'systcnt fitr Scttlctttt'ttt rtf l)isltrrtt's I ltrtlt't tlu' Iltritttl N'rtr,tt'()trt.t,ctrliott ott tltt'l,r'it',,f 1ft1':r',r. M.rtlitttts Nijlr,'ll I'rrl,lislr,rs, Nr'llr,rl.rrr,l',.

l()ll'/

ANDO, Nisuke. ThL: ,lorrtltcrrt Bluefin Tuna case and dispute seltletnent undcrthe unitecl Natiotts ()ttttL'rtLion ort rbe Latu of rbe Sea: a japanese perspe(.tipe. In.:NDIAY|, Taf'sir Mrrlicl<; wol.|l{UM, Rridiger. Lawt of'Lhe Sea, EnaironmenralLaza and settlement of'Dispwtes: Libcr Amicorum jugle Thomas A. Mensah. l'.867 -87 6, Martinus N i j hof i' Publishcrs, N ethcrla ncls ; 2007 .

BAS1()S, Ircrnando l.ourciro. A internac'ionalizaEio dos Recursos Naturais Ma-rinhos. AA|DL, I-isbo:r; 200.5.

BLANCO-BAZAN, Agustin. IMo inLerface raith the Lara of'the sea conaentiut.ln.: 23rd Annual Seminar of thc Center lbr C)ccan Law and Policy. Charlottesvillc: Univcrsity of Virginia, 2000.

BoYLL, Alan l-. Probl.ems oJ-Compulsory Jurisdiction antl the SetL/em.ent of Di.s-putes Relating to Straddling Fisb Stocks. Intcrnation:rl Jor-rrnal of' Marine rrltlCoastal Law, Vol. 14, P. 1-25; 1999.

I]OYLE, Alan l-. The Southern BlueJrn Tuna ArbitraLion. lnlernational rrrrtlOomparative Law Quartcrly, Vol. -50, Issuc 2, P. 447-452, 2001.

BURKtl, willianr 'l'. sLate pracLice, neu ocean uses, and ocean K)pernance wt,lcruNCLos.ln.: MIINSAF{, 'l-homas A. ocean Gorternance: srrategies arul a1,

ltroac'hes/brtbe2lstCentury. 'Ihe lawof thesea lnstitutc, Urriversityof'II:rr,v,rii,I lonolulu, P. 219-234; 1996.

BRO!/N, h^D. DistrtuLe Settlement ancl the Latu of the Sea: rbe IJN convt,trtt,,ttRegitne. Marinc Policy, Vol. 21, nq l, P. 17-43: 1997.

BROIfNLIE,litn. Principios de Direito Internacional Pilblico.4" Lr,cl, Iiurrtl,r1.r,'C}louste Gulbenkian, Lisboa; 1 990.

CHAI{NEY, Jonathan r. The lrnplications rt/'Expanding InLernational Dis1ttrr,,Settlement system.s: The 1982 conr,tention on the Laza of the Sea. AJlr., V.l.,r0,n. 1, P. 69-75;1996.

cll luRCHlLL, Robin R. Conflicts benr.rcen Unitetl lvations Sec'urity Council Rcs,,

lutions and the 1982 Llnited \'trations conpention on tbe Law of tbe Saa, atttl '/'l,,,itPossible Resolwtion.In.: Naval !7ar College, vol. 84, P.143-157, Ncwp'rr;2(x)lt.

coslA E SILVA, Paula. ,,4 resoluq'fio cJe controadrsias na conacng:io ths M11 r)r,,

[JnirJas sobre o Direito tJo Mar.ln.: F.studos em Homcnagem ao 1>rof L,ssor rl<,rr r,,rArmando M Marqucs Guedes. 1r.541-602, FDL; 2004.

I)lNII, Nguyen Qu..; DAILT-IllR, l).rtricl< ; l'}lrl.l.li'l', Al.rn. l)ircito ltttt,t tt,r< rott,tl l'ril,l ito.2'cclig:ro, liurrclrrgio (lrrlotrslc (irrllrt'rrhi,rn, l,islro.r;2(x)].

ll()N(,.N,rrr1',. lllU(.'1,().\,rtttl ()t.t,,tttl)t11,111,,.\r,illt.tttt,ttt;l,rii,,rtt,l lltftttcrtt tf,,,\rttrtl, t l,r,t,t \,,r li,,,r1111,1,,,., N,rv Y,rtrlur., 'lll '

w^(;NIIR MLNFlzlis (OR(j )5t6

KARAMAN, Igor V. Dispute Resolwtion in the Lara of the Sea. Martinus Niihofl-

Publishers, Netherlands ; 2012.

KLEIN, Natalic. Dispwte settlement in the uN convention on the Lau; of the Sea.

Cambridge University Press, Reino Unido; 2004'

K\TIATKOWSKA, Barbar a. southern Bluefi.n Tkna (Australia and New zealand

,. Jolron) lrrisd.iction and' aclrnissibility' The American Journal of intcrnational

law, Vol 9-5, n.1, P.162-17I;2001'

K\TIAfKo\rSKA, Barbar a. The contribwtion of the [nlernation,al cowrt of Jus'

tice ut ilte Dcoelopment of the Law of' tbe Sea and Enrtironmen^l I 'artt ' P\ECIF'I ''

P. 10-1.5, Vol 8, issuc 1; 1999.

LLSll lER Anronio ortega. Dispute Seillement Proaisions of the LlniLed Nations

Convention on rhe Lata of Lhe Sea' 2012'

MAROTI'A RANGITL, vicente. lwrisdigfr,o internacional: consideraE6es preatt-

bulares.In.: F.stuclos em Homenagem i prof'essora doutora lsabel de Magallres

Collago. Yol.2,P. 643-652, Almedina, Lisboa; 2002'

MAT,ZUOLI, Valerio de Olivcira. Curso de direito internacional pilblico.5" litl'

F,ditora RT, Sio Paulo; 2011'

MENSAH,'Ihomas A. Tbe Dispute Settlernent Regime of the 19B2 (Jnited Ni

Iions Conoention on the Law o1 tht Sto. ln.: Max Planck Yearbook o{' Urritctl

Nations Law, Vol. 2,P.307-323, 1998'

MITNSAII, T'homas A. Tlte pkce of the International Tiibunal for the Lau of' tlrSea in tbe international system for the peaceful settlement ,of

dtspwtes' In': RA( ) l''

Chandrasekhara; KFIAN, Rahmatullah . Tlri lrtrrrotional Tiibunal for the Lau of

the Sea: Law ancl Practlcr. Kluwer Law International, P. 21-32, Nethcrlands; 2(X)l'

MIRANDA, Jorgc. Cwrso de Direiut Inlernacional Pilblico' 5" ediqlo, PrirrciPi'r'

Lisboa,2012'

NADAN, Satya; ROSI]NNII, Shabtai, LODGIT' Michael W' llnircd Nttitttts

conpention on tbe Lara of the Sea 1982. A commenta4y' volumc VI' Mrrrlirrtrs

Niiho{I'Publishers, 'fhe I Iague - London - New Yorquc; 2002'

NOYES, John li. Law of the Sea Dispure sertlement: PasL, Prcst'tt!"ttrtl l;rrtrrtr"

Journal i-Ltt.rnntional & Comparativc Law' Vol '5' P' 301-30ttl 1999'

NOYES,Joh nF.. The tbircl-parLy tlisputc st:!Llcntcrr! prtruisi.ttrts of tltc l')ti) I ltttt'''l

Nations ConrtenLion ort thi Latu of 'tlrc

St',t: irttpl it',ttirnts fin sltrlt's lt,rrtit's 'rtrrl f rtt

nonparLics. N()l{l)QlllS'1, Myr,,rr tl.; M(x)l{ll, f olttr N()tlon l:tltls rtttrt frttrr'

,,f'tl.,r, l.,,tt, ,,l ll,r, ,\t',r (.)otti't'ttlrorl. ( lt'ttlt l lol t,tt.llls l,trv ,ttrtl pol;1 1'' M'ttlttltt"

Nrilr,,ll l'rrl,lislr,rs, l' .)l "

"'1,llrt ll'r1',rrt lioslott Ioltrlotr l()()'r

l)rrlrro rrr M,ln: [)ls.,rr,tos r, I)r,Hspr,r'rrr,,ls

NORDQUIS'I', Myron If. Unitcd N,ttityts Conuention on tbe Lau o/'the Sea,

1982: A CommenLary. Vol. V, Mirrlirrus Nijhofi'Publishcrs, Nethcrlands; 1989.

OXMAN, Bernard H. The Rule of'l.aw and the Llnited Nations ConoenLion onthe Lara of the Sea. EJIL, Vol. 7,P.353,371,1996.

PLATZODER, Renatc. Irnpact of'arltitraLion established under Annex VII ontbe Imlt/enentation of'Lhe Laru rtf Lhc Sea Convention ln.: VIDAS, L)avor; OS-'|RENG, Wrlly. Order Jbr the Oceans at the Tkrn of Lbe Century. Kluwcr l.awIntcrnatiorral, P. 105-122, Netherlands; 1999.

ROACI I, J. Ashley. Arbitration Undcr the lara o/'the sea cort'uenrion In.: MOO-RF,, Jolrn Norton. InLcrnational ArbitraLion: Conlemporary Issues anrJ Innoaa-tions. P. 1 35-1 46, Martinus Ni jho11' Publisl-rers, Ncthcrlands ; 201 3.

I{OMANO, Cesarc. Tbe Soutbern Blue/in Tizna DispuLe: Hints of a l[/orld toCorne... Lihe It or NoL. Ocean Developmcnt & Inlernational Law, P. 312-348,Yol 32,2001.

SOI lN, Louis. The importance of'the peac'eful settlement of clrsputes proaisions oJ'

the United Nations Convention on Llte law of the sea.ln.: NORI)QUIS'I', MyronII.; MOORE, Jcrhn Norlon. EcliLs into furce o/'the Laru of tbe Sea, Conaention.Ccnter for crccans law and policy, Martinus NijhoffPublishcrs, P.265-277,'l'L.rcllag,ue - Boston - l.ondon; 1995.

tion.ln.: GOT7,, Volkmar; JAF,NItjKl, (itinther; SIJLMIIR Percr; WOl,|l{UM;Rtidigcr. Liber amicctrwm Giinther Jaeniclee. Zum 8-5, GeLrr.rrrsrag, P. 611-629,Springer, ]Jerlin - Fleidelbcrg - Ncw Yorque; 1998.

lltl1VES, 'l'ullio. Dkpute-Settlement Clawscs In the Lau OItbe Sea ConventionAnd Their Impact On tbe ProLeclion Of the tnarine Enpintnrn.ent: Sorne Obser-pa\ions. In.: I{eview of Europcan Community & International [..nyironmentall.aw, Vol.B, no. l, p.6-9; 1999.

'I1{TjVLS, 'f 'ullio. Le contro,c,ersie internazionali. Nuove tendenze, nu,oai tribw-nal Giuffre F.ditorc, Italy 1999.

TREVFIS,'l'ullio. New Tiends in rbe Settlement of Disputes and the Lau; of the Sea

Conoention.In.: SCHEIBIJI{, FIarry N. Lara of tbe Sea: Tbe Corumon Heritageand Emerging Challenges. Martinus Nijholi'Publishers, 'l'he Haguc - London -Boston, P. 6l-86;2000.

'fRIIVF,S, 'l'ullio. The jurisdiction of the international tribunal. fctr tbe lara ct/'tbe.sr',r. lrr.: l{A() I'. (llranclrrrsckh:rra; KHAN, lhhmatr-rllrrh. TL'a Interndtional Tii-l,trtt.,l 1,,, tl,,'l,r'it,of tltc.Sc,r: Itt'4t ttil(l Prattitt,. Klrrw.r L:rw Irrl.r.;rti.rr;rl, l).I I I I i l. ll, rlr, rl.rrr,ls:.l(X)l.

W,q.t;Nlu Mr-:Nszrs (Onc.)5r8

ZANELLA, Tiago Vinicius . O Papel da OrganizaEfr,o Maritima Internacional na

proleCao e prepencAo da polwigfro mar{dmd causa.da pela navegagh,o inlernacio-

nal. In:'Wagner Menezes; Jorge Mascarenhas Lasmar; Maria de Lourdes Albertini

Quaglia. (O.g.). Direito Internacional no Nosso Ti:mpo: desafios, fundamentos c

inLegragffo. Arraes [ditores, v. 1, P. 179-196, Bclo Horizonte;2013.

WOLFI{UM, Riidiger. Arbitration and the Law o{'the Sea: A comparison of

clispute resolution procedures. In.: MOORE, John Norton. International Ar-birration: Contemporaty Issues and Innoztations. P. 123-134, Martinus NijhollPublishers, Nethcrlands; 2013.

O TnrnuNAL INTERNACToNAL pARA o Drnplro Do MnnE o SrsrsMA DE SoruqAo DE CoNTRovERSTAS DA OMC:

INrnnsnceAo DE CovrpBrENCrA pu Lrricros soBRtlMnnrtas CounncrArs LTcADAS Ao Melo AN{srsNl'ri

Camilla Orltrrt ro'

1. TNTRODUQAO

() sistcma juridiccl intcrnacional tcm I'ormuhgio irnica, com carir(.t('r.istrr ,r,,

pr6prias quc de inicio o dif-ercnciam da arquitetura institucional clos,,r,l,.n,rmentos juridic<ls internos. Uma dessas caracteristicas marcantes c()nsisl(.rr,r ( \ccpciclnalidade da jurisdiElo compulsirria, o quc abrc espaEO para () surl,,11( rrr,,de divcrsas instincias adjudicatorias para os qu;ris os Estaclos poclclrr ( ()1\(.111cm lcv,rr suits colllrovi'rsiils.

C)s mecanisrnos adjudicat6rios de soluEio dc controv6rsias sie t'l..rrr,.rrr,,,,cssenciais na busca pela concretizagio dos diversos valorcs, objetiv.,s l)r(,llr.rmirticos cla sociedadc intcrnacional. Dentre estes valores, a prcltcgiio tl,, nr,,r,,ambict-rte tem conquistado relcvincia crescentc nas iltimas d6clclrrs, rli.rrrr, ,l.rpercepgiio da esgotabilidadc dos recursos naturais c da consci€ncia rlrr r(.sl)(,rlsabi I idade int ergeracional.

Embora hi algumas d6cadas j.jr sc discuta sobrc a criagi. clc tr r.,r (,,,rte lnternacional com compet0ncia universal para a soluqiio dc corrtrol,(.lsr,r.,ligadas ao mcio ambiente,z diantc da inexist€ncia dc iniciativrrs (()n( r(,r.r\ .r

\itrir io I INA. Atlrrgarh.

rr'!lrl ll\l\l\lll(,rl.rrrl/rr\irt,llrrrrrrl,rl.lr\li((sith.rtltorrl(r\ llrelrerrllrrrllrlrrrxtrrrrl(.rrt't'r.lrrr

! t "r ||0 t,