O Tempo Da Guerra Fria

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O tempo da Guerra Fria Consolidação de um Mundo Bipolar História 12º - Colégio de São Teotónio

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O tempo da Guerra Fria Consolidação de um Mundo Bipolar

História 12º - Colégio de São Teotónio

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Mundo Bipolar?• Mundo dividido em dois pólos• As nações têm de escolher entre 2 modos de

vida alternativos

• Vontade da maioria• Instituições livres• Governo representativo• Eleições livres• Sem opressão• Liberdade de imprensa, …

• Terror e opressão• Imprensa e rádio controladas• Eleições viciadas e supressão das liberdades individuais

MUNDOCAPITALISTA

MUNDOCOMUNISTA

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Em 1946, Winston Churchill afirma que uma “cortina de ferro” dividia a Europa

Sovietização dos países de Leste era irreversível

URSS tutelava-os e, sucessivamente, os partidos comunistas apoderadavam-se dos regimes das Nações de Leste

Kominform: é criada como importante organismo de controlo para a URSS

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Influência soviética parecia inaceitável para os ocidentais

EUA assumem liderança da oposição contra o avanço do socialismo

EUROPA: perdas humanas e materiais, associadas às políticas instáveis e à proliferação do ideal marxista, surgem como uma oportunidade para os EUA ganharem aliados contra o comunismo

Doutrina Truman: EUA auxiliava Mundo e a enfraquecida Europa contra o comunismo

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É então que surge o Plano Marshall, proposto pelo secretário de Estado americano George Marshall

foi oferecido a toda a Europa, mesmo aos países que estavam sob égide comunista

Surge como tentativa de aproximação, mas sem êxito. Moscovo classifica-a como “manobra imperialista” e impede os países sob sua influência de aceitarem

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Jdanov, alto dirigente soviético, formaliza a rutura entre as duas potências:

MUNDOURSS EUA

“um em que reina a democraciae a fraternidade entre povos”

“outro imperialista e antidemocrático”

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Em 1949, Moscovo responde ao Plano Marshall

Plano MolotovEstruturas de cooperação económica da Europa Oriental

Surge a COMECON (Conselho de Assistência Económica Mutua)

promovia o desenvolvimento dos

países comunistas, pela mão da União Soviética

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Países da OECE (Organização Europeia de Cooperação Económica) –

Plano Marshall

Países da COMECON

(Conselho de Assistência Económica

Mútua) – Plano Molotov

A divisão do Mundo em 2 blocos acentuou-se, bem como a liderança das duas superpotências

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Este clima de confrontação refletiu-se na gestão do território alemão que, depois da Conferência de Potsdam, se encontrava dividido

Alemanha torna-se aliada imprescindivel à contenção do avanço soviético

República Federal Alemã

(RFA)

União Soviética atuou de forma semelhante e criou um Estado alemão sob sua alçada

República Democrática Alemã (RDA)

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A divisão trouxe para o centro da discórdia a situação de Berlim: na cidade estavam as forças militares das três potências ocidentais

Estaline manda bloquear acessos terrestres da cidade aos aliados

BLOQUEIO DE BERLIM

Manteve-se entre junho de ‘48 e maio de ’49, pondo em confronto EUA e URSS – temia-se novo confronto armado

Como Estaline bloqueia acessos terrestres, Truman decide reforçar pontes aéreas: isto permitiu a Berlim Ocidental resistir ao Bloqueio – Estaline aceita derrota e restablece normais vias de comunicação

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Os antigos aliados tinham-se tornado rivais: rivalidade que dividia o Mundo, arriscando os esforços de paz

pairava clima de instabilidade e desconfiança – tempo da Guerra Fria

Prolongou-se até à década de

80

Até lá, EUA e URSS intimidaram-se mutuamente, deixando o Mundo em sobressalto

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Guerra Fria (1947-1985): autêntica “guerra de nervos” em que cada bloco procurava superiorizar-se ao outro em várias frentes

PROPAGANDA que incutia nas populações ideia de superioridade face às outras

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Na verdade, estas duas superpotências eram apenas duas conceções opostas de organização política, vida económica e estruturação social que se confrontavam

Liberalismo, baseado no interesse da liberdade individual

Marxismo, que subordina o interesse do indivíduo ao interesse da coletividade

Os dois sistemas evoluíram separadamente mas sempre de olhos postos um no outro – acabando

por se influenciar

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$ MUNDOCAPITALISTA

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Contenção do Comunismo Plano Marshall

estreitou laços EUA-Europa

Oficializaram aliança ocidental: surge a OTAN, em 1949

(Organização do Tratado do Atlântico Norte)

Assinado pelos EUA, Canadá e

dez países europeus

Torna-se organização militar defensiva do pós-guerra empenhada em resistir a um inimigo não nomeado mas temido: a União Soviética

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Face a esta “ameaça”, os EUA firmaram alianças multilaterais por toda a parte.

Outros aliados dos EUA

Aliados da URSSOutros aliados da URSS

Neutros

Alianças na:•América (OEA – Organização dos Estados Unidos, 1948)•Oceânia (ANZUS – Australia, New Zealanda & USA, 1951)•Sudeste Asiático (OTASE – Organização do Tratado da Ásia de Sudeste, 1954)•Médio Oriente (Pacto de Bagdade e CENTO, 1955)

Em 1959, ¾ do Mundo alinhavam pelo bloco americano!

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Democracia com novo significado

liberdade individuais, do sufrágio universal e multipartidarismo

O BEM-ESTAR DOS CIDADÃOS E A JUSTIÇA SOCIAL

Com a Grande Depressão, necessitava-se de um Estado economica e socialmente interventivo e orientador

Duas forças políticas uniram-se: o socialismo reformista e a democracia cristã

Tornaram-se alternativa credível aos velhos partidos liberais, responsáveis pela recessão dos anos 30

O primeiro a conseguir ganhar eleições foi o Partido Trabalhista, em Inglaterra – Atlee substitui Churchill

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Por todo o lado, estes partidos ganharam enfâse político - adeptos da social-democracia, estes partidos conjugam o pluralismo democrático e o intervencionismo do Estado.

advogam o controlo dos sectores-chave da economia e forte tributação dos rendimentos mais elevados

Renunciando ao marxismo, redistribuem a riqueza obtida pelos cidadãos – reforço da proteção social

Noção de Social-democracia: corrente do socialismo com origem nas conceções de Bernstein. Rejeita a via revolucionária de Marx através do jogo democrático para atingir o poder, reformas sociais e melhoras na vida dos cidadãos.

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Noutros países, como a Itália e a RFA, o receio das ideologias socialistas deu a vitória aos partidos de democracia-cristã

Tem origem na doutrina social da Igreja, que condena os excessos do liberalismo capitalista

Plano temporal e espiritual não se devem separar – os principios do cristianismo devem nortear a população

Tentativa de inverter tendência laica, aplicando

valores cristãos

Noção de democracia-cristã: corrente política inspirada na religião cristã. Pretende aplicar à vida política, a entreajuda e os principios da justiça e valorizar a pessoa do cristianismo. Índole conservadora. Bem-estar dos cidadãos acima de tudo.

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Partindo de ideologias diferentes, os sociais-democratas e os democratas cristãos convergem no intuito de promover reformas económicas e sociais profundas:

• nacionalização de bancos, companhias de seguro, produção de energia, transportes, entre outros – Estado regula economia

• revisão do sistema de impostos, reforça-se caráter progressivo de taxas – distribuição equitativa da riqueza nacional, através de auxilios sociais

Tal conjunto de medidas modificou a conceção liberal de Estado – surge o

Estado-Providência que marcou a vida das democracias ocidentais

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O Reino-Unido surge como o pioneiro no Welfare State (Estado do

bem-estar) onde cada cidadão tem as suas necessidades básicas asseguradas, “do berço ao túmulo”

Sistema que eliminasse os 5 grandes males sociais: carência, doença, miséria, ignorância e ociosidade.

Serviram de modelo à maioria dos países

europeus

ESTADO AMPLIA AS SUAS

RESPONSABILIDADES

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Os governos assumiram grandes responsabilidades económicas, delineando o desenvolvimento nacional.

Os espaços económicos alargados (CEE, p. ex.) tiveram papel semelhante – fomentaram as relações internacionais

Com a Grande Depressão, o Capitalismo parecia sentenciado mas entre 1945-1973 atingiu o seu auge: a produção mundial triplicou

Economias cresceram continuamente – países como RFA, França ou Japão

surpreenderam pelo seu crescimento

“TRINTAS GLORIOSOS”

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Aspetos da expansão económica dos “Trintas Gloriosos”

• Aceleração do progresso tecnológico (produção em série e utilização de plástico)

• Recurso ao petróleo como matéria energética por excelência (subsituindo o carvão, torna-se o “ouro negro” – alimenta a revolução nos transportes)

• Aumento da concentração industrial e do número de multinacionais (dá-se a globalização económica – gigantes económicos fabricam e comercializam nos 4 cantos do Mundo)

• Aumento da população ativa e mão-de-obra mais qualificada (devido ao baby-boom dos anos 40-60 e à onda imigratória que provinha dos países menos desenvolvidos; escolarização assegura trabalhos com maiores rendimentos)

• Modernização da agricultura (produção aumenta e os países passam de importadores a exportadores – novas tecnologias e mentalidades, é desnecessária tanta mão-de-obra, dando-se êxodo rural)

• Crescimento do setor terciário (absorve mais trabalhadores, o progresso vivido criou postos de trabalho no setor – classes médias alargam-se, sobe o nível de vida, há equilibrio social)

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Assim, dá-se a generalização do conforto material (emprego, salários altos e produção maciça de bens a preços acessíveis)

SOCIEDADE DE CONSUMO

Novo estilo de vida marcado por:• desafogo económico que permitia comprar todo o tipo de bens• massificação do uso da televisão, do automóvel, entre outros.• noção da vida para ser desfrutada e o dinheiro existe para gastar

Sociedade de abundância onde o cidadão é estimulado a gastar mais do que o necessário – fruto da publicidade, dos grandes espaços comerciais – surge a necessidade de renovação dos bens por uns mais atualizados

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Define-se assim o Consumismo, fenómeno mundial, que se instala nas economias

capitalistas do séc. XX

FIM