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    O TREINAMENTO DOS VELOCISTAS EM NATAÇÃO*

     Vladimir N. Platonov, Maria M. Bulatova.

    RESUMO

    Expõem-se os resultados de uma investigação em esportistas nadadores, tendo em contatambém as particularidades morfológicas, funcionais e psicológicas, a estrutura da atividade decompetência e o nível de preparação funcional de nadadores de nível internacionalespecializados nas provas de velocidade, com o fim de solicitar informação para omelhoramento do sistema de treinamento. Tais investigações evidenciam que, nas diversasdistâncias da especialidade velocidade na natação, o rol dos componentes da estrutura daatividade de competência nos diversos atletas, não é uniforme; nos 50 m são individualizablestrês tipologias diversas de nadadores, que obtêm resultados de nível mundial com estruturasdiversas na atividade de competência. Tais diferenças estruturais são atribuíveis, em elevadamedida, a variáveis lhes-funcionais funcione e psicológicas relevables entre os atletas. Peloqual a individualização do treinamento de nadadores de classe mundial deve prever umaespecialização de cada nadador, sobre a distância que os mais acorde, e a construção de ummodelo de atividade de competência que respeite as particularidades individuais. Desta deriva

    uma correspondente construção do treinamento. A estrutura do processo de treinamentocompreende, no macrociclo, ao início e até a metade do período preparatório, umaperfeiçoamento global de todos os componentes estruturais da atividade de competência e donível de preparação funcional. Na segunda parte do período preparatório, no pre-competitivo ede competência, passa-se ao máximo desenvolvimento de quão componentes correspondem atipologia a que pertence o atleta.

    Palavras Chave: nadadores de velocidade, potencial anaeróbica, treinamento da velocidade.

    INTRODUÇÃO

    Uma característica peculiar do treinamento atual é, sempre, a maiorespecialização, que se manifesta sobre tudo na rígida coincidência entreconteúdo do treinamento e as necessidades específicas da competência,determinada pela disciplina praticada, no interior de um esporte específico.

    Esta direção encontrou uma legitimação profunda, não somente emtrabalhos teóricos de caráter geral (BULATOVA, 1986; LIPSKIJ, 1988;PLATONOV, 1985; PSCENNIKOVA 1986), mas também em muitasinvestigações guiadas em vários esportes, em particular na natação(ABSALJOMOV, 1988; IL'IN, 1979; TIMAKOVA, 1983; THORNTON et ao.,1980).

     A Exigência de uma Diferenciação Metodológica entre 50m e100/200m

    A introdução no programa de competências internacionais dos 50mlivres, disciplina que conseguiu ser popular rapidamente, fez necessária abusca e o desenvolvimento de novos meios, métodos específicos e variaveisoriginais na construção do treinamento em velocistas. A breve duração dacompetição (de 21 a 23s.), põe mais exigências particulares do ponto de vista

    * Artigo Disponível on line via:http://www.sobreentrenamiento.com/PubliCE/Articulo.asp?ida=240&tp=s 

    http://www.sobreentrenamiento.com/PubliCE/Articulo.asp?ida=240&tp=shttp://www.sobreentrenamiento.com/PubliCE/Articulo.asp?ida=240&tp=s

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    das características morfo-funcionais dos nadadores, que da estrutura daatividade de competição. E é indubitável que estas se distinguem nitidamentedas características dos nadadores de 100 e 200m, embora estas distânciasvenham ser classificadas entre as disciplinas de "velocidade", no esportenatação.

    Nossas investigações têm o fim de estudar a estrutura da atividadede competição e o nível de preparação funcional dos "velocistas" de natação,considerando também suas particularidades morfo-funcionais e psicológicas.Nosso objetivo é o de solicitar informação para o aperfeiçoamento do sistemade treinamento.

    Na realização da investigação, havemos partido da hipótese que énecessário elaborar um método original para o treinamento dos especialistassobre distâncias nos 50m, essencialmente diversa a dos especialistas em 100e 200m.

    Tal método deve partir da constatação de que existemcaracterísticas morfo-funcionais e psicológicas diversas, típicas do velocista dealto nível que, por causa da Estrutura da Atividade de Competição (EAC) e doEstado de Preparação Funcional (EPF), determinam as vias mais racionais doprocesso de treinamento.

    Nossas investigações, desenvolvidas desde 1988 a 1990, têmprevisto três etapas:

    - Na primeira etapa estudamos a EAC dos melhores nadadoresmundiais em 50, 100 e 200m.

    - Na segunda etapa realizamos a investigação sobre a EPF.- Na terceira etapa foi experimentada e provada a eficácia de uma

    aproximação individual à construção do treinamento, emvelocistas de classe elevada ou elite.

    ESTRUTURA E PARTICULARIDADES DA ATIVIDADE DECOMPETÊNCIA DOS VELOCISTAS NA NATAÇÃO

    Analisou-se a EAC em 200 nadadores de classe mundial, finalistasem importantes competições internacionais e nos Campeonatos da URSS.Através da análise de vídeo gravadores e cronometragem eletrônica (LIPSKIJ eABRAMOV, 1988), foi avaliada detalhadamente a eficácia de suas atividadesde competência, segundo estes componentes relativamente independentesentre se:

    1- PARTIDA: o tempo sobre os primeiros 10m ;2- TRAJETO DE COMPETIÇÃO: tempo dos primeiros 30m dapartida;3- TRAJETO FINAL: o tempo nos últimos 10m.

    Para os nadadores de 50m foi relevado também, o tempo de 1°metade e a 2° metade da competência. Sobre 100 e 200m analisou-se

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    também, a eficácia da virada: tempo sobre 15 m (7,5 m antes e 7,5 m depoisda virada), além disso do tempo da 2°, 3° e 4° parte da distância para os 200m.

    Resultados da Investigação e sua Interpretação

    Do estudo das relações entre nível de resultado e eficiência doscomponentes da EAC se viu que a partida, o comportamento sobre o própriolance verdadeiro da competência, virada-las e o lance final, têm influênciadistinta no nível resultado nos 50m, 100m e 200m. (Tabela 1).

    A análise dos dados revelou que todos estes componentes têm umrol elevado, mas relativamente equivalente, na obtenção de grandes resultadosnos 50m. Quando a distância aumenta, existe uma mudança no rol doscomponentes: aumenta gradualmente a importância da velocidade de nado nolance central da competência e se reduz a eficácia na distância afetada aolance final; embora nos 200 m, a relação e a importância do lance final é aindaelevada (r = 0,558; r2 = 0.311), respeito ao resultado global. É natural que apartida tenha um rol extremamente elevado sozinho para o resultado em 50 m(r = 0,695; r2 = 0,483). Esta influência é ligeiramente menor para os 100 mts.,mas os dados que possuímos não autorizam a dedicar menor atenção a estecomponente e a seu contínuo aperfeiçoamento.

    Nos 200m se pode dizer certamente que a partida tem um rolrelativamente menor sobre o resultado final. Mas sobre 100 e 200 m, o grau dedependência dos resultados da virada é significativo (ver Tabela 1).

    Tabela 1. Relação entre os componentes principais da estrutura da atividadede competência e nível das prestações sobre 50, 100 e 200m.

    Nossos dados são uma expressão da importância, bastantehomogênea, dos componentes determinantes da apresentação que citamos:partida nos 50m e nos 100m, virada para os 100 e 200m. Mascontemporáneamente, mostram que existe uma significativa diferença de róisnos componentes, entre os 50 e 200 isto M. é confirmado não somente pordados, mas também por muitas referências que se encontram na literaturasobre particularidades antropométricas e morfológicas de nadadores comresultados de exceção sobre as três distâncias (Bulatova, 1986; Counsilman,1982), de dados sobre o grau de desenvolvimento de suas capacidades físicas(potencial de força rápida, resistência, destreza, coordenação, etc.), e sobre a

    particularidade e diversidade da produção de energia para a atividade física de

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    elevada eficácia que têm diferente duração, dos 20-25 seg. a 2 min. (Volkov,1975).

    Em particular, os nadadores que obtêm os melhores resultadossobre os 50 M., distinguem-se por um índice de talla/peso maior (Rutemiller,

    1990), por uma prevalencia em sua malha muscular de fibras rápidas do tipo IIae IIb, (Fitts, Costill, Gordetto 1989; Prins 1987), por uma elevada potência ecapacidade dos processos anaeróbicos-alactácidos (Costill e King; 1983).

    Correlativamente a isto, dispõem também de um maior potencial deforça rápida (Absaljamov, 1988). Os especialistas dos 200 m são um poucomais baixos, têm menor massa muscular (Bulgakova, 1986; Timakova, 1983),mas valores elevados de potência e capacidade do processo anaeróbico-láctico (Madsen e Lohbers, 1987; Salgo 1987), uma maior plasticidade epotência dos processos aeróbicos, com uma maior economia funcional (Okutaet ao., 1980; Troup, 1989, 1990).

    Os especialistas de classe mundial nos 100 m têm uma posiçãointermédia entre os 50 m e os de 200m.

    É importante notar que na natação atual, um elevado nível deprestações exige, sempre, uma especialização mas rígida do atleta. Isto querdizer, que não é possível mesclar, eficazmente, a preparação sobre distânciasque demonstram ter uma EAC distinta, e que em conseqüência requerem umnível específico de preparação funcional. Nossos dados indicam a possibilidadede combinar estas especializações: 50 e 100 m, 100 e 200 m; mas não hánada que nos autorize a esperar grandes resultados sobre 50 m e sobre 200 m,ou sobre as três distâncias, simultaneamente.

    Quando se fala de orientar a um nadador para uma das trêsdistâncias, deve-se considerar que os diversos meios de treinamentointeraccionan sobre o aumento da eficácia dos diversos componentes da EAC,quer dizer sobre o efeito positivo ou negativo de adaptação (Pscennikova,1986; Platonov, 1991).

    Em particular, um grande e intenso volume de trabalho sobre omelhoramento da partida, leva a um incremento da reserva de força rápida, da

    potência e da qualidade dos processos anaeróbicos-alactácidos. Mas éacompanhado de uma diminuição da economia dos movimentos e da potênciae capacidade dos processos aeróbicos; resulta em uma menor eficácia nolance final, que concerne também à velocidade nas distâncias finais dos 100 e200 M. Contrariamente, um trabalho fatigante dirigido ao melhoramento dosprocessos aeróbicos têm efeitos negativos sobre a eficácia da partida e sobre avelocidade na primeira parte da competência. Uma vez mais, isto prova anecessidade de uma estreita especialização dos nadadores nos 50 m,subtraindo a possibilidade de uni-los aos dos 100 M. A este propósito, nossasinvestigações demonstraram que se podem obter resultados, também nos 50m, ao prescindir da estrutura em linha de princípio distinta a de competência,

    se nos orientarmos prevalentemente, sobre o melhoramento dos distintoscomponentes.

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     As Particular idades Individuais da Atividade de Competiçãodos Especialistas nos 50 metros: Três Grupos de Velocistas

    O estudo das particularidades individuais da atividade decompetência de nadadores de 50m de classe elevada nos permitiu dividi-losem três grupos, segundo diferenças relevantes na eficácia de seuscomponentes.

    Os nadadores do 1° grupo respeito aos dos outros dois grupos sãomelhores na partida e nos primeiros 25m, mas são menos velozes nossegundos 25m.

    Nos nadadores do 2° grupo encontramos um estado de preparaçãobem mais homogêneo, que se manifesta no desenvolvimento proporcionado detodos os componentes da atividade de competição.

    Os nadadores deste grupo são melhores que aqueles do primeirogrupo, no lance final e na velocidade dos segundos 25m, mas têm clarasdesvantagens na partida e na velocidade dos primeiros 25m.

    A estrutura da atividade de competência dos nadadores do 3° grupose caracteriza por uma maior velocidade nos segundos 25m, e no final,componentes nos quais estão claramente em vantagem em relação aosnadadores do 1° e 2° grupo; mas registram os menores valores na eficácia dapartida e na velocidade da primeira parte da distância de competição. Éevidente como, também em uma atividade de competição de duração muito

    breve como são os 50m, existem grande quantidade de vias que conduzem agrandes lucros. Mas, em cada uma destas, devem existir determinadosmodelos da atividade de competência e um adequado nível de preparaçãofuncional.

    Isto exige, não somente que cada nadador se oriente sobre omodelo de competência mais adaptado a ele, respondendo a suasparticularidades individuais, mas sim tenha uma construção do treinamento queconsidere a realização do modelo.

    Figura 1. Estrutura da atividade de competição sobre 50m, de nadadores de classe elevada. 1-Tempo de partida (primeiros 10m); 2- Tempo sobre os primeiros 25m; 3- Tempo sobre a

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    distância de 30m depois da partida; 4- Tempo dos segundos 25m; 5- Tempo do trajeto final(últimos 10m da distância da competência); 6- Recordes pessoais dos atletas examinados. Astrês colunas, de esquerda a direita indicam a tipologia dos atletas. 

     A ESTRUTURA DO ESTADO DE PREPARAÇÃO FUNCIONALDOS VELOCISTAS E SUA RELAÇÃO COM A ATIVIDADE DECOMPETÊNCIA

    Analisou-se a estrutura do Estado Funcional de Preparação (EPF)dos seis melhores "velocistas" da equipe nacional da EX-URSS que tinhamobtido resultados a nível mundial em 50 e 100m (fig. l). Segundo os resultadosda precedente investigação sobre a atividade de competição, dois pertenciamao 1° grupo (com eficaz partida), dois ao 2° grupo (com equilíbrio noscomponentes) e dois ao 3° grupo (com eficaz final). A investigação foi realizadadurante o período de competência, com os atletas que possuíam um elevado

    estado de treinamento especial.

    Para a avaliação do estado de preparação funcional (potência,capacidade e plasticidade dos sistemas energéticos) utilizaram-se índicesergométricos, fisiológicos, bioquímicos e psicológicos.

    Em condições específicas (nado máximo sobre 50 e 100m) e delaboratório (carga de intensidade máxima de duração de 15 a 60s. emergómetro isocinético específico para o nado, BIOKINETIK) (THORNTON etao. 1980, FASENKO, 1989), foram registrados a potência do trabalho aláctico eláctico (Watts); o débito global de oxigênio (ml/ kg); a concentração de ácidoláctico em sangue arterial içado (mM/l); l a fração lactácida e alactácida dadívida de O2 (mM/1); o pH ( na unidade convencional); o excesso de base (B,Meq/l); a velocidade de aumento de consumo de O2 (segundo os valoresdurante os primeiros 30 seg., de uma carga com duração de 1 min. noergómetro, respeito ao nível precedente à carga, em unidades convencionais).Para determinar as relações entre fibras lentas e fibras rápidas (estas últimasdo tipo IIa e IIb) nos músculos dos nadadores, utilizou-se a biópsia dodeltoides. Usando métodos instrumentais se estudaram as qualidadesfundamentais do sistema nervoso: 1. Intensidade dos processos nervosos,avaliada através do período de latencia de uma reação simples de movimento

    (no MS), à repetida exposição a um estímulo óptico (70 sinais)(IL'in 1979); 2.Plasticidade dos processos nervosos, avaliada através da velocidade deelaboração de sinais de um estímulo condicionado e estereotipado com oregistro do tempo de trabalho (seg), a duração média da reação (no MS) e onúmero de enganos; 3. Equilíbrio dos processos nervosos depois da reação aum objeto em movimento com registro das reações antecipadas, corretas etardias e da separação medeia (MS) (IL'in e Malcikov 1979; Mariscuk et ao.,1984).

    Para obter informações de absoluta confiabilidade, durante atemporada, cada nadador foi examinado a maior quantidade de vezes durante

    o período de competência: 8 vezes no ergómetro, 7 vezes depois de 50 m de

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    nado, 6 vezes depois de 100m. Para todos os dados de cada nadador secalcularam os valores médios (X) e ds.

    Tabela 2. Estrutura da atividade de competência em 50m de três velocistas de classe mundial.Valore meios de 7 resultados de competência (+ - DS).

    Componentes

    Representantes dostrês grupos

    Resultados 50mSaída

    Trajeto da1° Trechoda Partida

    TrajetoFinal

    Primeiros25m

    Segundos25m

    1° Tipo com PartidaEficaz +23,01-0,05 +3,68-0,04

    +14,46-0,03 +5,17-0,03

    +10,60-0,03

    +12,71-0,05

    2° Tipo comEquilíbrio

    e/Componentes+23,01-0,05 +3,68-0,04

    +14,46-0,03 +4,83-0,05 10,92-0,05 12,25-0,04

    3° Tipo com finaleficiente

    +23,30-0,006 +3,92-0,04+14,67-

    0,05+4,71-0,04 11,28-0,05 12,02-0,05

    RESULTADOS DAS INVESTIGAÇÕES E SUA DISCURSÃO

    Nas tabelas 2, 3 e 4 se mostram os resultados individuais daatividade de competência e a energética de três velocistas de alto nível comdistinta EAC.

    Na fig. 2 estão representados os resultados das investigações sobreas qualidades fundamentais do sistema nervoso destes nadadores. Os dadosdemonstram como a EAC depende do nível de preparação funcional e dapropriedade de sua atividade nervosa.

    E. Katrjaga é um nadador que tem uma tipología de atleta dotado de

    força rápida explosiva, que débito seus grandes resultados em 50 m, a umapartida eficaz e a um nado intenso no primeiro lance de 25 M. Se caracterizapor uma elevada intensidade dos processos energéticos alactácidos elactácidos no trabalho no ergómetro isokinético (Tabela 3), assim comotambém nas provas em 50 e 100 m de nado (Tabela 4). Desde este ponto devista ultrapassa aos representantes do 2do. e 3er. grupo. Uma de suascaracterísticas é o sistema nervoso vivaz, muito excitável e débil. Nacomposição dos músculos prevalecem as fibras rápidas (mais de 65%), e istotambém explica sua elevada capacidade anaeróbica (Gollnik e Matova 1984;Hollmann e Hettinger, 1978).

    Elevado-los resultados do V. Tkacenko, um representante do 2do.grupo, são conseqüência de um nível equilibrado de preparação de todos oscomponentes de sua atividade de competência, que também se manifesta emseu nível de preparação funcional: dispõe de uma potência bastante elevadados processos lactácidos, sobre tudo anaeróbico-lácticos, já seja evidenciadospelas cargas no ergómetro, seja por aquelas específicas do nado.

    Em todos os índices do potencial anaeróbico, Tkacenko se encontraem vantagem com respeito aos nadadores do 3er grupo, mas fica ligeiramenteatrás, em relação a Katrjaga, só em poucos índices (ex. potencializa lactácida,pH, registrados na carga do ergómetro) (Tabela 3). Mas dispõe de um sistemanervoso forte, equilibrado e vivaz (Fig. 2). A composição em fibras de sua

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    musculatura, virtualmente mostra uma relação quase equivalente entre fibraslentas e fibras rápidas.

    A. Borislavskij, assim que representante típico do 3er. grupo,distingue-se por uma elevada velocidade nos segundos 25 m e por um final

    mais forte. Tem um potencial anaeróbico relativamente escasso, mas superaaos outros dois nadadores na velocidade de aumento do consumo de O2, quese manfiesta na intervenção ativa do processo aeróbico na segunda metade dadistância (Tabela 4). Tem um sistema nervoso forte mas inerte, no qual osprocessos inhibitorios prevalecem sobre aqueles de excitação (Fig. 2).

    A composição em fibras de sua musculatura mostram umaprevalencia de fibras lentas (60%). Pelo qual seu menor potencial anaeróbicose compensa com uma utilização mas econômica da energia, de uma utilizaçãomais intensiva dos processos aeróbicos e de outros fatores do estado detreinamento técnico e orgânico-muscular.

    Em conseqüência encontramos velocistas de classe mundial com oEAC e EPF diversos. Com estes atletas, a utilização de um plano detreinamento que preveja o mesmo programa, não permitiria descobrir aspotencialidades, e portanto, seria ineficaz.

    Por isso, o melhoramento do processo de treinamento dos velocistasdeve tomar uma direção na qual, o conteúdo do treinamento este estreitamenteem conexão, já seja com a especificidad da distância considerada, já seja comas particularidades individuais do atleta, que se expressam na capacidade deobter elevadas prestações de "sprint", com componentes diversos da EAC e aEPF.

    Tabela 3. Perfil dos sistemas energéticos de nadadores com diversasestruturas da atividade de competência, avaliadas com o ergómetro isokinéticoBIOKINETIK (valore meios de 8 tests + - DS).

    Figura 2. Características das qualidades fundamentais do sistema nervoso de "sprinters" de

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    classe mundial com o EAC distinta: I - l er. tipo (Katrjaga); II - 2do. tipo (Tkacenko); III- 3er. tipo(Borislavskij).

    Tabela 4. Possibilidade dos sistemas energéticos de nadadores com diversas estrutura daatividade de competência nos 50 e os 100m. 

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    EFICÁCIA DA APROXIMAÇÃO INDIVIDUAL NO TREINAMENTODO "SPRINT"

    O treinamento experimental foi desenvolvido no macrocicloprimavera - verão (MARZO-RESSECO, 1989) durante a preparação dosCampeonatos da URSS (fim de Junho) e dos Campeonatos Europeus (fim deAgosto).

    Nestes, tomaram parte os três nadadores que citamos, comorepresentantes das três tipologias de sprinters. O princípio fundamental doprocesso de treinamento foi que, a carga específica era direta sobre oscomponentes delineados na atividade de competência e segundo o nívelfuncional de cada nadador.

    Durante a etapa de desenvolvimento geral (4 semanas) e naprimeira metade da etapa especial do período preparatório (3 semanas), nostrês tipos de sprinters, foi desenvolvida uma carga única, com caráter de base,que apontava ao melhoramento dos sistemas energéticos, ao incremento dasdistintas capacidades e ao aperfeiçoamento dos principais elementos técnicos-tácticos, e do nível de preparação psicológica. Globalmente, com um volumeelevado, foram aperfeiçoados os componentes principais, como a partida, avelocidade no trajeto central da distância e no trajeto final. Na segunda metadeda etapa de preparação especial (5 semanas) e no período de competências (6semanas) passou-se ao treinamento individual, quer dizer à máxima formaçãodas capacidades condicionais de cada nadador, em cada um dos componentes

    funcionais e da atividade de competência específica, segundo suas aptidõespessoais.

    Em detalhe, o treinamento da KATRJAGA foi dirigido,principalmente, sobre os 50m: aperfeiçoamento da eficácia da partida, davelocidade no trajeto central da distância, aumento da potência e dacapacidade dos processos anaeróbicos-lactácidos, da potência dos processoslactácidos, melhoramento da eficácia final.

    O treinamento do TKACENKO foi significativamente mais variado (2°grupo) e foi dirigido sobre 50 e 100 m: aperfeiçoamento proporcionado de todos

    os componentes da atividade de competência, da potência e da capacidadedos processos anaeróbicos, compreendida a plasticidade dos processosaeróbicos.

    O treinamento do BORISLAVSKIJ foi dirigido sobre os 100m, com oacento posto no aperfeiçoamento da técnica de virada, do incremento dapotência e da capacidade dos processos anaeróbicos-lactácidos, o aumento doVO2 máximo e o desenvolvimento da resistência especial para os 100m.

    O específico do treinamento de cada nadador se manifestava nacombinação dos meios e métodos de treinamento, na eleição dos níveis de

    intensidade dos exercícios, no volume global do trabalho fora e dentro da água,na relação entre cargas parciais com direções diversas, etc.

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     Depois dos Campeonatos da URSS e de 5 dias de repouso ativo

    posteriores a dito Campeonato, foi planejada uma etapa (6 semanas) depreparação imediata aos Campeonatos Europeus, na qual se seguiu oesquema tradicional para nadadores de nível mundial (Platonov e Vaicehovskij,

    1985).

    Os primeiros 12 dias tiveram novamente um caráter de base, comum conteúdo similar ao que correspondia ao da etapa de preparação geral doperíodo preparatório. Os sucessivos seis dias foram dirigidos à preparaçãoespecial com um conteúdo de treinamento correspondente ao da etapa depreparação especial dos períodos preparatório e de competência.

    Nas duas partes desta etapa as cargas eram elevadas, superavamem um 7-10% a aquelas planejadas precedentemente. Nas duas semanas,imediatamente anteriores aos Campeonatos, a carga global foi escassa, foram

    introduzidas muitas medidas dirigidas a favorecer a recuperação, enquanto queo acento principal vinha posto sobre a preparação imediata técnico-tática,funcional e psicológica. A eficácia deste método diferenciado se manifestou emmaneira convincente nos resultados dos Campeonatos Europeus de 1989, nosquais os nadadores dos que falamos participaram com notável sucesso,batendo seus próprios recordes: Karrrjaga, 2 vezes em 50 m, com um tempode 22 s 67 (melhorando em 0,50s); Tkacenko, 1 vez em 50 m, com um tempode 22 s 62 (melhorando em 0,36s); Borislavskij melhorou 0,33s em 100 mts,com um tempo de 50s 3. Queremos recordar que entre 1987 e 1988 os trêsnadadores se treinaram com um programa standard, dirigido sobre 100 m, quetinha pouco em conta as particularidades individuais da EAC e da EPF. Nesteperíodo os tempos da Katrjaga e Tkacenko em 50 m eram de 23 s 20 e de 23 s30.

    A estreita especialização dos sprinters e os elevados resultados poreles obtidos nas principais distancia, foram "pagos" com resultadosrelativamente menores nas distância mais próximas. Um exemplo é aconfrontação entre os resultados da Katrjaga e Borislavskij sobre 50 e 200 m(Tabela 5).

    Tabela 5. Melhores resultados entre 1989 e 1990, dos 3 velocistas e suas velocidades meiassobre 50, 100 e 200m de nado (em m/s).

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    RESUMO E CONCLUSÕES

    Nas diversas distâncias das especialidades de velocidade na

    natação, o rol dos diversos componentes do EAC não é uniforme. Osresultados em 50m estão determinados, na mesma medida, pela partida, otrajeto final e a velocidade do trajeto central da distância. Nas distâncias maslargas, sobre tudo nos 200 m, cresce a importância do trajeto meio da carreira,viradas e decresce a importância do trajeto final e sobre tudo da partida. Osresultados em 100 e 200m são determinados, na mesma gradação, pelaeficácia da virada. Os fatores que determinam a prestação em 50m e em 100m,por um lado, e em 200 m por outro, são bastante comuns. Mas existemnotáveis diferencia no rol dos distintos componentes entre os 50 e os 200m.

    Nos 50m existem diversas tipologias de nadadores. O primeiro tipode nadadores obtêm resultados, sobre tudo graças a uma elevada eficácia napartida e na primeira metade da distância; o 2° tipo, faz-o graças a um relativoequilíbrio na importância de todos os componentes estruturais da atividade decompetência; o 3° tipo, através sobre tudo, de uma elevada eficácia nasegunda metade da competência e do lance final. Estas diferenças estruturaisnos sprinters de classe elevada são atribuíveis, em grande medida, a suasdiferenças lhes-funcionales funcione e psicológicas, como à potênciaanaeróbico-lactácida, plasticidade dos processos aeróbicos, a reatividade dosistema, a composição nas fibras da musculatura e as qualidades de base daatividade nervosa central.

    A individualização do treinamento dos nadadores de classe mundial,deve preveer uma especialização de cada nadador sobre as distâncias que lhesão mais adequadas e a construção de um modelo da atividade decompetência que tenha em conta as particularidades individuais. Do qual sederiva uma correspondente construção de treinamento dirigido, e realizar umdesenvolvimento de um nível funcional de acordo com o modelo.

    A estrutura do macrociclo no processo de treinamento compreende,do início até a metade dos períodos preparatórios, um aperfeiçoamento globalde todos os componentes estruturais da atividade de competência e do nível de

    preparação funcional. Na 2da. parte do período preparatório e no período decompetência, fica ênfase no máximo desenvolvimento dos componentes paraos quais tem uma particular predisposição a tipología de sprinter a qualpertence cada atleta.

    Notas

    Os nadadores dos quais se fala são: E. Katrjaga (ano denascimento: 1968), medalha de prata nos 50m nos Campeonatos Europeus de1989, vencedor de etapa na Taça do Mundo 1990; V. Tkacenko (ano denascimento: 1965), medalha de prata na posta 4 x 100 m nos Jogos Olímpicos

    1988, vencedor nos Campeonatos Europeus de 1989 em 50 m; A. Borislavskij

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    (ano de nascimento: 1968), medalha de prata na posta 4 x 100 m nos JogosOlímpicos de 1988.

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    Para citar este artigo em sua versão original: Vladimir N. Platonov e María M.Bulatova. O Treinamento dos Velocistas em Natação. Revista de Atualizaçãono Esporte Vol. 1 Nº 4. 1993.

    Para citar este artigo em Publique: Platonov, Vladimir N. Bulatova, Maria M. OTreinamento dos Velocistas em Natação. Publique Standard. 09/01/2004. Pid:240.

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    ÍNDICEINTRODUÇÃO ................................................................................................... 1 

    A Exigência de uma Diferenciação Metodológica entre 50m e 100/200m...... 1 ESTRUTURA E PARTICULARIDADES DA ATIVIDADE DE COMPETÊNCIADOS VELOCISTAS NA NATAÇÃO.................................................................... 2 

    Resultados da Investigação e sua Interpretação............................................ 3 As Particularidades Individuais da Atividade de Competição dos Especialistas

    nos 50 metros: Três Grupos de Velocistas..................................................... 5 A ESTRUTURA DO ESTADO DE PREPARAÇÃO FUNCIONAL DOSVELOCISTAS E SUA RELAÇÃO COM A ATIVIDADE DE COMPETÊNCIA ..... 6 RESULTADOS DAS INVESTIGAÇÕES E SUA DISCURSÃO........................... 7 EFICÁCIA DA APROXIMAÇÃO INDIVIDUAL NO TREINAMENTO DO"SPRINT".......................................................................................................... 10 RESUMO E CONCLUSÕES ............................................................................ 12 REFERÊNCIAS................................................................................................ 13