O Trompete Dourado

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Conteudista: Antônio José Lopes Bigode EPISÓDIO 06 O Trompete Dourado AS CHAVES DE MARDUM TV ESCOLA

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Conteudista: Antônio José Lopes Bigode

EPISÓDIO 06

O TrompeteDourado

AS CHAVES DE MARDUMTV ESCOLA

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O s irmãos Cacá e Nina chegam com os pais à casa em que passarão as fé-rias. Eles não veem a hora de explo-rar tudo. Mas por onde começar? Pelo quarto de despejo da casa! Uma estante empoeirada chama a aten-ção dos irmãos. Na verdade, não é uma estante comum. Atrás dela as crianças encontram uma porta que os leva direto para a oficina de Ano-nimus, outro lugar repleto de obje-tos interessantes, como uma flauta mágica – a flauta de Hamelin. Ela é uma das chaves musicais que dá a quem as tiver o direito ao trono de Mardum, um mundo extremamente colorido e musical.

A LUTA PELO TRONOAnonimus foi escolhido pelo bom rei Ghor para proteger as chaves mágicas e, assim, evitar que elas caiam nas mãos do terrível Rum-pus, seu ambicioso irmão. Mas as chaves estão perdidas e preci-sam ser recuperadas o mais rápido possível. Para realizar essa missão, Anonimus contará com a ajuda de Nina e Cacá que, além de muito corajosos, adoram uma aventura. E aventura é o que não vai faltar para eles e também para seus alu-nos, professor (a). Até recuperar as chaves musicais, os irmãos passarão por muitas peripécias.

Professor (a), nos episódios de O Mundo de Mardum, Cacá e Nina circulam entre o real e o imaginá-rio: o Mundo Paralelo de Mardum. Mas tanto lá quanto cá, as crianças usam conhecimentos, ou concei-tos matemáticos, para enfrentar os desafios que encontram. Os seus alunos, certamente, também fazem isso, por isso é importante valorizar os conhecimentos prévios que eles já têm, tanto em relação aos temas e questões que são explorados nesta série quanto em outros momentos em que os conteúdos matemáticos são estudados.

Bom divertimento a todos vocês!

MATEMÁTICA E NOVAS MÍDIAS

Mundo ParaleloNos episódios, o mundo paralelo de Mardum é uma referência ao universo paralelo,

teoria desenvolvida pelos físicos em que eles buscam comprovar a existência de outra realidade que é paralela, ou existe ao mesmo tempo, à realidade na qual vivemos.

No mundo mágico de Mardum Na série, Cacá e Nina usam seus conhecimentos matemáticos para enfrentar desafios

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PALAVRAS-CHAVEformas geométricas, formatos, blocos lógicos, tri-lados, triângulo, jogo

odo dia é dia para que Nina e Cacá visitem Anonimus. Também não é pra menos, é só chegarem ao quar-to do amigão para saberem de mais uma novidade ou trapalhada dos sur-preendentes e divertidos habitantes de Mardum. Neste episódio, a histó-ria gira em torno do trompete dou-rado do Rei Ghor, um instrumento dos mais estranhos. Tão estranho é esse trompete, que tem a capacidade de transformar em bola a cabeça de todos aqueles que têm o desprazer de ouvi-lo. Os ouvintes ficam, lite-ralmente, de cabeça inchada.

DUPLA DO BARULHOMas Ghor não se faz de rogado e, para desespero dos mardunianos, anuncia que irá tocar o instrumen-to. Sempre na espreita, Rumpus e seus comparsas tramam um ataque ao castelo para se apoderar de mais esta chave mágica. Tudo corre às mil maravilhas para os vilões, para de-sespero de Ghor que fica sem o seu trompete. Mais do que depressa, os bandidos escondem a chave na bem protegida casa do irmão malvado do rei. É mais um caso para a dupla de aprendizes de detetive tentar resolver.

UM FINAL FELIZ

Nossos aprendizes de detetive saem em busca de mais uma chave mágina e o fazem com a ajuda dos conhecimentos matemáticos, é claro!

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A trama deste episódio oferece diversas possibilidades para que você enriqueça o seu trabalho em torno das formas geométricas. Enquanto tentam chegar a mais uma das chaves mágicas

de Mardum, Nina e Cacá têm conversas bastante interessantes sobre diversas dessas formas e suas nomenclaturas. Chame a atenção dos alunos para isso.

Geometria em Mardum

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ste é um assunto que sempre ren-de muito pano pra manga, como se costuma dizer. Os irmãos aven-tureiros desta série têm mostrado que já sabem bastante a respeito de formas geométricas. Pois com seus alunos, certamente, é a mesma coi-sa, mesmo que eles ainda não te-nham se dado conta.

É possível explorar e aprofundar o tema das formas geométricas de diferentes maneiras, pois elas estão

em todo lugar. Mas é sempre bom iniciar essa discussão incentivando as crianças a falarem sobre o que já conhecem a respeito de tais formas: elas estão presentes em diversos ob-jetos da sala de aula e, também, das moradias da turma.

Desafie a turma a enumerar, ain-da, as formas geométricas que con-seguem identificar nas construções das redondezas, em detalhes dos prédios, nas placas de ruas, nas pla-

cas de carros. Há uma infinidade delas aqui, ali, acolá, basta olhar para os lados para enxergá-las.

CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICASComo fica claro na conversa entre Nina, Cacá e Aninomus, as formas geométricas também estão por toda a parte em Mardum, até mesmo na casa do vilão Rumpus. Tanto é assim que eles devem procurar por uma casa parecida com um triângulo que

E

Desafios geométricosNA SALA DE AULA

Triângulo ou “tri-lado”? Nina não tem dúvida, se uma figura tem três lados deve se chamar “tri-lado”. Você sabe o que os alunos sabem a respeito?

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fica bem ao lado de outra casa, que se parece com um retângulo.

Tudo corre muito bem, mas só até as crianças avistarem a colina em que vive o malvado. Nela, despon-tam várias casas, cada uma com um formato geométrico diferente, o que deixa Cacá bem atrapalhado. O menino não consegue lembrar ao certo as instruções dadas por Anoni-mus: “Será a casa em forma de triân-gulo?”, pensa em voz alta.

Esse é o pretexto para os irmãos iniciarem um curioso jogo de pa-lavras sobre essa figura geométrica e o seu nome. Nina não se confor-ma, pois acha que os triângulos, na verdade, deveriam se chamar “tri-lados”. Por mais imaginativa que ela seja, dessa vez, sua inven-cionice tem algum fundamento. Essa suposta confusão da menina, com certeza, é bastante comum en-tre as crianças que, frequentemente, estranham as denominações que os adultos dão às coisas, ou aos obje-tos. Durante a alfabetização, por exemplo, muitas delas custam a aceitar que “tudo junto” se escreve separadamente, e que “separado” seja formado por um vocábulo só.

O NOME DAS COISASSeja maior ou menor, essa estranheza das crianças não é totalmente despro-vida de razão. De fato, a nomencla-tura que usamos e a que é utilizada

pelos matemáticos, em especial, nem sempre segue um padrão.

No caso dos polígonos, por exem-plo, o termo triângulo refere-se a 3 ângulos, enquanto quadrilátero, re-fere-se a 4 lados. Nesse caso, as duas expressões são de origem latina, en-quanto para polígonos com mais de 4 lados, a terminologia adotada é de origem grega. Assim, os nomes pen-tágono e hexágono significam, res-pectivamente, 5 e 6 ângulos, e o sufi-xo “gono”, de origem grega, refere-se a canto, esquina, vértice, ângulo.

Certamente, não é fácil para os alunos que estão apenas iniciando a sua aprendizagem matemática li-dar com a nomenclatura própria da área. Mas há maneiras de facilitar a empreitada. Como? Por meio do diálogo e do uso de exemplos que sejam compreensíveis a eles.

AS REGRAS MUDAMVale a pena tentar explicar-lhes que os adultos procuram “batizar” coisas, objetos, animais ou plantas com nomes que traduzam o que são, ou o que significam, mas nem sempre são bem-sucedidos. Além disso, em muitos casos, uma regra de composição de palavras muda, porque nossa língua recebe influên-cia de diversas línguas. Em vários momentos de sua escolaridade, as crianças irão se deparar com essa questão e não só em relação à no-

menclatura dentro da Matemática, mas também das outras áreas de conhecimento.

É igualmente interessante ampliar o trabalho sobre as principais for-mas geométricas que as crianças entram em contato - quadrado, re-tângulo, círculo e triângulo -, cha-mando a atenção para os nomes de cada uma delas. Com esse intuito, proponha aos alunos que pesqui-sem e façam álbuns de figurinhas com imagens de coisas familiares, que tenham formatos retangulares, quadrados, triangulares ou circula-res. Por exemplo:

as portas e os cadernos têm forma retangular;

a tampa de uma caixa, ou a face de um dado têm a forma quadrada;

a sombra de um chapéu de palhaço e a parte com ponta de um lápis têm forma triangular;

a bola e o prato têm forma circular.

Há muitas outras possibilidades de trabalhar as formas geométri-cas, como você poderá conferir nos próximos episódios de As Chaves de Mardum.

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A polêmica em torno dos nomes das figuras geométricas chega a seu fi-nal assim que Nina faz mais uma de suas tantas descobertas. Para a espertinha, as construções no alto da colina, em Mardum, cada uma delas com um formato geométri-co diferente, lembram um jogo de blocos, igualzinho ao que tem em casa. A garota refere-se aos chama-dos “blocos lógicos”, um jogo cria-do pelo educador em matemática Zoltan Paul Dienes (1916-2014).

Muito comuns em escolas e em lo-jas especializadas em brinquedos pe-dagógicos, os “blocos lógicos”, você

deve saber, são formados de peças geométricas coloridas, de diferen-tes formatos. No território da Ma-temática esses jogos se caracterizam como materiais estruturados que possibilitam às crianças explorar de-zenas de atividades sobre lógica, re-conhecimento de atributos, classi-ficação, sequências, além de outras.

DIFERENTES ATRIBUTOSCaso a sua escola tenha conjuntos de “blocos lógicos”, entre os mate-riais concretos disponíveis, aprovei-te para levá-los para a sala de aula e incentive as crianças a brincarem

com eles, especialmente nos anos iniciais, em que as crianças estão se alfabetizando matematicamente. Mas, caso tenha propostas de como trabalhar, o professor pode usar os blocos lógicos em todo o ensino fundamental.

Em meio às brincadeiras, chame a atenção dos alunos para os atri-butos que podem ser observados:

Forma: quadrado, retângulo, círculo e triângulo

Cor: vermelha, amarela, branca e azul

BLOCOS LÓGICOS

De olho nas formasHá muitas atividades que podem ser desenvolvidas com o apoio das peças coloridas desse jogo. Aproveite as sugestões e siga em frente

©IMAGEM: REPRODUÇÃO

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Espessura: grosso e fino

Tamanho: grande e pequeno.

Antes de prosseguir nos jogos com os blocos lógicos, retome o assunto so-bre as formas de objetos à nossa volta e desafie as crianças a identificarem nessas formas um ou outro dos atri-butos listados. Certamente, elas terão sucesso em muitas das comparações.

JOGOS COM BLOCOSConfira essas sugestões de jogos com blocos lógicos e proponha brin-cadeiras matemáticas a seus alunos:

Sequência por semelhanças e diferenças

Nesta proposta, as crianças de-vem construir uma sequência, em que irão alinhar peças de acordo com uma regra. A primeira crian-ça coloca uma peça, por exemplo, um quadrado azul fino e pequeno; a próxima criança precisa colocar uma peça que não tenha nenhuma das características da peça anterior, ou seja, a segunda criança pode co-

locar um retângulo vermelho gros-so e grande; a terceira criança pode colocar um círculo amarelo, fino e grande; a quarta coloca um triân-gulo azul, pequeno e fino.

Caso a quinta criança deseje colo-car um quadrado, que característi-cas ele deve ter? Essa é a charada: esse quadrado não pode ser azul, nem pequeno nem fino. Assim, essa criança tem opções de colocar um quadrado amarelo ou vermelho, que seja pequeno e grosso.

Peças no diagrama de Carrol

Essa é uma atividade, igualmente, in-teressante. O diagrama de Carrol con-siste em um quadro do tipo tabuleiro formado por duas linhas e duas co-lunas. Também neste caso, há regras a serem seguidas, para a colocação das peças. Veja no exemplo ao lado.

Seguindo adiante, você pode per-guntar aos alunos em quais células do diagrama eles colocariam o re-tângulo pequeno e amarelo, o triân-gulo grande e azul, além de outras peças do jogo.

Lewis Carroll (1832 – 1898), o autor da deliciosa história de Alice no país das

maravilhas, era o que se pode chamar de “homem dos sete instrumentos”. Além

de romancista, ele era poeta, desenhista, fotógrafo e, quem diria, matemático.

Mais que isso, professor de Matemática na Universidade de Oxford, na Inglaterra.

Carrol

Nesta linha só entram

peças amarela

Nesta coluna só pode haver

quadrados

Nesta coluna não podem ser

colocados quadrados

Nesta linha não entram

peças amarela

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A partir do século 20, o trompete tem sido sempre associado ao nome de grandes estrelas do jazz norte-americano, como Louis Armstrong (1901-1971), Miles Davis (1926-1991),

Dizzy Gillespie (1917-1993) e Chet Baker (1929-1988). O instrumento costuma reinar entre os músicos que defendem uma volta às raízes, ou às formas clássicas deste ritmo.

PARA SABER MAISCarroll, Lewis. Alice no país das maravilhas. L&PM Editores, edição de bolso, s/d.

youtu.be/GOAojbda2l0 - Trompete em uma orquestra

youtu.be/seNLGODY_ew - Trompete tocado por Miles Davis

youtu.be/s2KNXQQle-k - Trompete tocado por Louis Armstrong

youtu.be/2Ynn3mzC2E4 - Trompete tocado por Chet Baker

youtu.be/ckAQ2SOWjqg - Trompete em uma banda de frevo

B

Aprender nunca é demais

em ao contrário do instrumento predileto do Rei Ghor, o trompete é extremamente melódico quan-do bem tocado. Instrumento de sopro, pertencente à “família” dos metais, ele produz sons levemen-te agudos, mas nunca estridentes. Embora tenha se firmado como um componente nobre de orquestras no século 19, o trompete é um ve-lho conhecido da humanidade. Na verdade, ele é um dos instrumen-

tos mais antigos de que se tem co-nhecimento.

EM VÁRIAS FRENTESEra ao som de um trompete que os pastores costumavam chamar os seus rebanhos e assustar os predadores, em diferentes momentos e regiões do planeta. Ele frequentou, igualmente, rituais de magia, amplificando a voz de feiticeiros que desejavam impres-sionar suas plateias. Também esteve

bastante presente em aberturas de batalhas para animar as tropas e em cerimônias de aclamação de reis e nobres no passado.

Ao lado do sax alto e do sax tenor, o trompete é hoje um dos oito instrumentos mais emblemá-ticos do jazz. No Brasil, compõe as bandas de frevo e de maracatu rural da zona da mata do Norte de Pernambuco. Nestas, ele é tocado de forma bem acelerada.

ATIVIDADES E ESTUDOS COMPLEMENTARES

Apresente o som do trompete para seus alunos. Diferentemente dos moradores de Mardum, eles vão gostar de ouvi-lo

Jazz