O Uso de Novas Tecnologias No Mercado de Trabalho

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O presente trabalho objetiva demonstrar as modificações no processo da era digital, tais como sistemas de informações tecnológicas e convergência digital, a partir de conceitos científicos e resultado de uma pesquisa realizado por acadêmicos da 1ª fase de Administração da Faculdade Municipal de Palhoça (FMP) no final de 2007, propondo a relevância desses temas para o campo da comunicação e do avanço tecnológico-digital.

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O uso de novas tecnologias no mercado de trabalho

Alessandro Munhoz Schwamborn Marcelo da Silva

Marcos Roberto Rosa Sérgio Djalma Duarte1

RESUMO: O presente trabalho objetiva demonstrar as modificações no processo da era digital, tais como sistemas de informações tecnológicas e convergência digital, a partir de conceitos científicos e resultado de uma pesquisa realizado por acadêmicos da 1ª fase de Administração da Faculdade Municipal de Palhoça (FMP) no final de 2007, propondo a relevância desses temas para o campo da comunicação e do avanço tecnológico-digital. O método de pesquisa utilizado foi a formulação e aplicação de um questionário, com perguntas fechadas, dirigido aos formandos de administração de duas instituições de ensino da região da Grande Florianópolis, Faculdade Estácio de Sá, entidade de ensino superior da rede privada de São José-SC e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), de Florianópolis-SC, pertencente a rede de ensino pública. Esta configuração nos permite uma comparação dos resultados entre ambas e a apresentação de um perfil dos administradores formandos por cada uma delas. Introdução

A partir da Teoria Geral dos Sistemas (TGS), as empresas começaram a preocupar-se com sistemas

de controles e análises de processos, e os gestores puderam dispor de ferramentas básicas para

desempenhar suas atividades com maior rapidez e eficiência.

Concomitantemente, a Tecnologia de Informação (TI) modificou a estrutura e o ambiente

organizacional de forma singular. A TI desempenha dentro da organização um papel fundamental,

concentrando, como nenhum outro setor, dados e informações sobre os mais variados assuntos do

cotidiano da empresa. À medida que a TI é incorporada ao sistema produtivo, ela altera

radicalmente a estrutura e o modo pelo qual o trabalho é executado, sobretudo no que diz respeito

ao trabalho de produção e de coordenação. As palavras-chave do momento são cooperação,

flexibilidade, integração e participação, itens que podem ser mais facilmente atingidos com a

utilização da TI no processo produtivo.

Da mesma forma, a convergência digital prenuncia mudanças no conceito de administração, ao

gatantir mobilidade ao administrador, e lhe permitir acesso a todos os processos de gestão da

empresa a partir de qualquer lugar, como se estivesse no próprio escritório.

Sobremaneira, é consenso no meio empresarial que as soluções digitais de transmissão e

armazenamento de informações devem transformar rapidamente o mundo corporativo, e o ganho

com a convergência será significativo para o mercado. No entanto, a falta de conhecimento sobre as

soluções tecnológicas ainda é um empecilho para as empresas.

1 Acadêmicos da Faculdade Municipal de Palhoça. Curso de Administração de Empresas. Trabalho apresentado à disciplina de Introdução à Sociologia. Profª. Msc. Giane Carmem Alves Carvalho. Palhoça-SC, 28/05/2008.

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Assim sendo, questiona-se a preparação para a convergência digital, dos alunos de Administração

que estão sendo formados pelas faculdades da região da Grande Florianópolis, seus benefícios e

desafios, em um mercado que busca profissionais dinâmicos, pró-ativos, com liderança acentuada e

que buscam soluções rápidas e definitivas aos problemas das organizações, cujo perfil se faz

presente no papel do empreendedor (MACEDO, 1997).

Capítulo I

1. Teoria Geral dos Sistemas (TGS)

Segundo SILVA (2005), por volta de 1940, Ludwig Von Bertalanffy, um biólogo alemão, iniciou o

movimento de volta ao pensamento Aristotélico. Bertalanffy trouxe às empresas a preocupação com

o controle das entradas (input) e saídas (output) em todos os níveis de processamento da

organização, seja no chão de fábrica, seja entre os vários departamentos administrativos.

Existem 3 (três) aspectos principais da TGS: a ciência de sistema, a tecnologia de sistema e a

filosofia de sistema. A primeira trata da exploração científica dos todos e da totalidade, a segunda

diz respeito às técnicas, modelos, abordagens matemáticas de engenharia de sistema e a terceira nos

mostra a reorientação do pensamento e visão do mundo, considerando a introdução do sistema

como um novo paradigma científico ou modelo ideal.

Para compreender, é preciso analisar não apenas os elementos, mas também suas inter-relações: a

inter-relação das enzimas na célula, de muitos processos mentais conscientes e inconscientes, a

estrutura e a dinâmica dos sistemas sociais. Isso exige a exploração dos muitos sistemas no universo

à nossa volta, com todas suas particularidades. Além disso, é evidente que há aspectos gerais,

correspondências e isomorfismos comuns ao sistema “[...]. A teoria geral dos sistemas, portanto, é

exploração científica de ‘todos’ e ‘totalidade’ que, há pouco tempo eram consideradas noções

metafísicas, que transcendiam as fronteiras da ciência.” (MAXIMIANO, 2006, p. 316)

O observador é que define a natureza dos sistemas e este deve ter a capacidade de enxergar toda sua

complexidade, precisa educar-se para perceber os elementos da realidade como parte de sistema.

Todas as organizações são sistemas que podem fazer parte de outros maiores. Ampliando o foco, as

fronteiras dos sistemas expandem-se demasiadamente e a perspectiva se perde. Exemplificando: o

combustível usado em nossos automóveis é oriundo de poços de petróleo, que dependem de

plataformas marinhas, sujeitas a condições meteorológicas para sua exploração no mar e afetadas

pelo movimento do Sol e da Lua, que interagem com o Sistema Solar. Logo, para andar de

automóvel, dependemos do comportamento da galáxia. É preciso, então, aprender a delimitar

fronteira de sistema, para poder compreendê-los e manejá-los.

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“A palavra sistema denota um conjunto de elementos interdependentes e interagentes ou um grupo

de unidades combinadas que formam um todo organizado. Sistemas é um conjunto ou combinação

de coisas ou partes, formando um todo complexo ou unitário” (CHIAVENATO, 2002, p. 322).

A partir da TGS as empresas começaram, mesmo que de uma forma rudimentar, a preocupar-se

com sistemas de controles e análises de processos e os gestores puderam dispor de ferramentas

básicas para desempenhar suas atividades com maior rapidez e eficiência.

2. Tecnologia da Informação (TI)

A Era da Informação modificou a estrutura e o ambiente organizacional de forma singular. A

importância da Tecnologia de Informação (TI) para as organizações é fundamental, apesar de quase

sempre participar como área-meio e de ser um componente relativamente novo nas organizações,

principalmente se comparado a outros fenômenos ocorridos e discutidos na administração.

As informações criam valor para as empresas porque elas podem tratar dos aspectos das diferentes

funções como: controle de operações, custos de produtos e serviços, controle de desempenho de

funcionários e recursos, custo de atividades de promoção (marketing) e entrega de produtos e

serviços, gerenciamento das diversas áreas da empresa e informações estratégicas de mercado,

clientes e inovações tecnológicas.

Com relação às operações, apresentam informações sobre a eficiência e a qualidade das tarefas

executadas. Ao marketing, apresentam informações sobre a composição do preço de um produto e

serviço, incluindo a divulgação, a entrega e o nível de serviço aos clientes. Os aspectos estratégicos

se beneficiam com a geração de informações sobre gerenciamento de gerentes e unidades da

empresa, desempenho competitivo, participação de mercado, comportamento e preferências dos

clientes, lucratividade de produtos e serviços e inovações tecnológicas.

As informações sobre o desempenho, a qualidade e os clientes permitem uma visão para a empresa

sobre quais processos ela precisa melhorar, para que tenha uma eficiente participação no mercado e

alavanque suas vendas, inclusive considerando dados sobre satisfação dos clientes.

Além disso, medidas não financeiras como qualidade e tempo podem ser analisadas e colaborar

com as empresas na tomada de decisão a respeito de redução de custo, melhorias de processo e

maior eficiência de funcionários, departamentos e máquinas.

Diante disso, a TI desempenha dentro da organização um papel fundamental, concentrando, como

nenhum outro setor, dados e informações sobre os mais variados assuntos do cotidiano da empresa.

ALBERTIN (2005) defende a idéia de que a alta gerência deve trabalhar para criar um ambiente no

qual, a TI seja considerada uma importante ferramenta estratégica. A colaboração do principal

executivo de TI reportando-se à alta gerência é um dos meios de efetivar esta postura. As ações,

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entretanto, serão bem diferentes de uma empresa para a outra, de acordo com a estratégia, estrutura

e cultura de negócio, mas elas serão percebidas pela proximidade entre TI e alta gerência.

À medida que a tecnologia da informação é incorporada ao sistema produtivo, ela altera

radicalmente a estrutura e o modo pelo qual o trabalho é executado, sobretudo no que diz respeito

ao trabalho de produção e de coordenação. Na produção, o trabalho físico é afetado pelo uso de

robôs e de máquinas de controle numérico, pela automação dos processos e pelo emprego intensivo

de computadores para controlar e processar dados.

Há meio século, por volta de 1950, a opinião predominante dizia que o mercado para aquele novo ‘milagre’, o computador, estaria com os militares e em cálculos científicos, por exemplo de astronomia. Poucos afirmavam que o computador encontraria aplicações nas empresas e teria impacto sobre elas. Esses poucos também previram – mais uma vez contrariando a opinião predominante (até mesmo de praticamente todos na IBM, então começando sua ascensão) – que, nas empresas, o computador seria mais que uma enorme máquina de somar realizando tarefas corriqueiras como folhas de pagamento ou contas telefônicas. A respeito de itens específicos, é claro que nós, os dissidentes, discordávamos, como sempre fazem os ‘peritos’. Mas todos concordávamos numa coisa: o computador iria, a curto prazo, revolucionar o trabalho da alta gerência. Seu maior impacto, todos nós concordamos, seria sobre as políticas, estratégias e decisões de negócios. Não poderíamos estar mais errados. Até agora os impactos revolucionários foram sobre uma área não prevista por nenhum de nós: operações. (DRUCKER, 2006, p. 28)

Antes da incorporação da tecnologia da informação ao sistema produtivo a competição estava

baseada em custos e quantidades, com empresas hierarquizadas ao extremo, com sistemas

administrativos rígidos, vários níveis de supervisão e comunicação horizontal rudimentar;

atualmente o formato organizacional precisa ser modificado para tornar-se compatível com o novo

ambiente competitivo, no qual as empresas líderes em seus segmentos de mercado são aquelas que

têm por estratégia concorrencial a qualidade e a diferenciação dos seus produtos e serviços. As

palavras-chave do momento são; cooperação, flexibilidade, integração e participação, itens que

podem ser mais facilmente atingidos com a utilização da tecnologia da informação no processo

produtivo. Além disso, existem outras oportunidades a serem exploradas pelas empresas a partir da

adoção desse tipo de tecnologia.

3. Convergência Digital

Um novo conceito que tem ganhado bastante espaço na mídia e no mundo corporativo é a

convergência digital. Esta nova forma de lidar com dados, e que está prenunciando mudanças no

conceito de administração, promete economizar tempo e dinheiro nos negócios empresariais,

possibilitando ao empresário ou gestor a alternativa de gerenciar seus negócios de qualquer ponto

do planeta onde seja possível conectar-se à internet, como se estivesse no próprio escritório. Como

benefício adicional, desfruta das soluções de mobilidade, em que ele tem acesso a todos os

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processos de gestão da empresa, via celular ou computador portátil, tanto no escritório quanto em

casa ou no aeroporto.

Segundo Albertin, 2004, p. 21, a “convergência, amplamente definida, é a junção de componentes

eletrônicos de consumo, televisão, publicação, telecomunicações e computadores, com a finalidade

de facilitar novas formas de comércio, baseadas em informação”. Para França, 2007, p. 21, “[...]

conceito de uma era em que o empresário pode gerenciar seus negócios de qualquer ponto do

planeta onde seja possível conectar-se à internet, como se estivesse no próprio escritório”. O

Deutsche Brank Research2 define convergência como "um processo de mudança qualitativa que

conecta dois ou mais mercados existentes e anteriormente distintos”.

Existem vários tipos de convergência possíveis e discutidos na atualidade, alguns dos mais

relevantes são:

3.1 - Convergência tecnológica:

O ponto de partida para o fenômeno da convergência tecnológica é a viabilidade de

desenvolvimento e comercialização em grande escala de soluções de tecnologia convergentes sejam

redes, serviços ou terminais.

3.2 - Convergência de redes:

É a unificação entre duas ou mais redes de comunicação distintas numa única rede capaz de prover

os serviços antes prestados pelas diversas redes.

3.3 - Convergência fixo-móvel:

Tem como objetivo disponibilizar serviços convergentes pelos ambientes fixo, móvel e Internet.

3.4 - Convergência de serviços:

Trata da disponibilização de um mesmo serviço através de diferentes meios de comunicação.

3.5 - Convergência de terminais:

É a utilização de um único terminal para acesso a múltiplas redes e serviços diversos.

3.6 - Convergência corporativa:

A convergência corporativa pode acontecer de três maneiras: a) pela simples expansão do escopo de

atuação da empresa, desenvolvendo sua própria tecnologia para atuar em um novo segmento de

mercado; b) através de parcerias (joint ventures), em que duas ou mais empresas se unem para

oferecer conjuntamente um pacote de produtos ou serviços, ou unificam suas linhas de produto em

uma só; c) pela fusão ou aquisição de outras empresas, absorvendo assim seu capital intelectual,

abrangendo sua marca, tecnologia, linhas de produtos e por conseqüência, sua participação no

mercado.

3.7 - Convergência Regulatória:

Uma das conseqüências do exposto acima é o surgimento no mercado da definição de Convergência

2 IT, telecoms & New Media: The dawn of technological convergence (PDF). Deutsche Bank Research (2006-05-03).

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Regulatória, que trata da tentativa dos diversos países do mundo em regulamentar os serviços

convergentes, que criam um ponto de contato entre dois mercados: o da telefonia, tradicionalmente

regulamentado, e o mercado de serviços de dados, sujeito a pouca ou nenhuma regulamentação

sobre a prestação dos serviços.

Na União Européia, desde 2003, os serviços de comunicação eletrônica estão sujeitos à New

Regulatory Framework (Nova Estrutura Regulatória - NRF). Dentro dessa estrutura estão

enquadrados serviços como voz sobre IP (VoIP) e as condições de autorização visam assegurar a

não-interferência com outras redes, a proteção ao consumidor e a prevenção e combate ao

comportamento anti-competitivo.

No Brasil o ano de 2007 pode ser definido como o ano em que a convergência chegou ao Congresso

Nacional. Existem quatro projetos tramitando conjuntamente na Câmara, são eles:

1) o PL-29/07 (do deputado Paulo Bornhausen, DEM/SC) que pretende regulamentar o que

chama de “comunicação social”;

2) o PL-70/07 (do deputado Nelson Marquezelli, PTB/SP) trata da “produção, programação e

provimento de conteúdo nacional”;

3) o PL-332/07 (dos deputados petistas Paulo Teixeira e Walter Pinheiro), fala da “produção,

programação, provimento, empacotamento e distribuição de comunicação social eletrônica”;

4) e o recém-proposto PL-1908/07 (do deputado João Maia, PR/RN) propõe a criação do

Serviço de Comunicação Eletrônica de Massa.

No Senado Federal tramita o PLS 280/07 (do senador Flexa Ribeiro, PSDB/PA) que versa sobre a

“produção, programação e provimento de conteúdo brasileiro para distribuição por meio

eletrônico”.

Um dos poucos dados que temos no país sobre o status da convergência digital é do Instituto Brasil

para Convergência Digital, que apresenta um crescimento de 13,05% entre 2005 e 2006, como

podemos observar no quadro abaixo:

Índice Brasil para Convergência Digital e seus componentes Dimensões 2005 2006 Variação

Ambiente da convergência (43%

do Índice)

Conectividade 7,11 7,78 9,27% Telecomunicações 5,53 5,83 5,35% Mídia 2,50 2,91 16,20% E-commerce 6,76 8,15 20,40%

Plataforma tecnológica

(28% do Índice)

Hardware 6,87 8,26 20,07% Software 4,48 4,96 10,71% Serviços 4,50 5,16 14,62%

Formação e inclusão

(29% do Índice)

Inclusão digital 3,69 4,55 23,33% Formação superior em TI 4,68 5,07 8,33% Educação em TI 5,15 5,34 3,57%

Índice Brasil 5,13 5,80 13,% Fonte: Instituto Brasil para Convergência Digital

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A possibilidade de por meio de uma senha em um portal digital, ser possível fazer a movimentação

financeira da conta, gerenciar a relação com clientes e fornecedores, realizar pagamentos e

recebimentos, têm atraído cada vez mais empresas. Este tipo de Administração (on-line), garante

economia de tempo e dinheiro, com investimentos acessíveis a empresas de qualquer porte.

Os altos custos, principal empecilho à adoção de soluções eletrônicas, tendem a cair com o

crescimento da adoção da convergência digital como ferramenta administrativa, pois segundo

estimativas do mercado, os processos automatizados oferecem relevante economia em relação aos

métodos tradicionais.

Existe, atualmente, oferta de convergência semelhante a um Enterprise Resource Planning (ERP)

de um conjunto de empresas, apresentando, em um único site, as informações comuns entre elas.

Uma indústria consegue enxergar todos os supermercados para os quais fornece, por exemplo, e o

supermercado tem acesso a todos os seus fornecedores.

Principal motor da convergência digital, a plataforma IP permitiu integrar transmissão de dados,

voz e vídeo, alterando definitivamente a maneira de fazer negócios. Com as novas ferramentas, é

possível manter-se permanentemente on-line, em contato com clientes e colaboradores, a qualquer

hora e em qualquer lugar.

Além da eficiência, a comunicação via internet proporciona economia significativa em relação ao

serviço tradicional e se consagra como tendência mundial. As próprias operadoras de

telecomunicação começaram a oferecer os serviços de VoIP, e os fabricantes já lançam

equipamentos que suportam tanto o modelo antigo quanto o digital.

O segmento de produtividade é o mais crescente entre as tecnologias para convergência. Aparelhos

de celular que funcionam como ferramentas de trabalho e parecem computadores em miniatura são

cada vez mais comuns entre os executivos ávidos por terem o escritório sempre na palma da mão. A

tendência para a tecnologia não é necessariamente tornar os equipamentos menores, mas oferecer

cada vez mais funcionalidades no mesmo espaço.

Com a chegada da terceira geração na telefonia móvel, popularmente chamada de 3G, será possível,

com a conexão mais rápida, oferecer serviços de vídeo-conferência e outras ferramentas mais

complexas, não suportadas pelos aparelhos atuais.

É consenso no meio empresarial que as soluções digitais de transmissão e armazenamento de

informações devem transformar rapidamente o mundo corporativo, e o ganho com a convergência

será significativo para o mercado. A falta de conhecimento sobre as soluções tecnológicas ainda é

um empecilho para as empresas de pequeno porte, mas a redução de custos vai acabar superando os

fatores culturais. Diante deste quadro, surge o seguinte problema: Os Administradores que estão

sendo formados pelas faculdades da região da Grande Florianópolis estão preparados para a

convergência digital, seus benefícios e seus desafios?

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4. Justificativas e métodos

A escolha do tema e do problema levantado justifica-se pela relevância do assunto no cenário

administrativo e empresarial da atualidade e pela carência de estudos na área, o que dificulta

qualquer tipo de análise sobre a matéria. A importância dada à convergência digital nos meios

políticos e na mídia em geral reflete as tendências de um panorama, aparentemente, bastante

promissor, que estará à disposição do gestor da próxima década.

O método de pesquisa utilizado foi a formulação e aplicação de um questionário, com perguntas

fechadas, dirigido aos formandos de administração de instituições de ensino da região da Grande

Florianópolis. Optou-se por uma faculdade da rede pública de ensino e outra da rede privada. Esta

opção tem por finalidade uma comparação dos resultados entre ambas. Procuraremos traçar um

perfil dos administradores formandos por cada uma delas. As instituições que colaboraram nesta

pesquisa foram a Faculdade Estácio de Sá, entidade de ensino superior da rede privada situada na

cidade de São José-SC e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), situada em

Florianópolis-SC e pertencente a rede de ensino pública.

No Capítulo III apresentamos um estudo de caso que ilustra a aplicação da convergência digital em

uma empresa de renome nacional.

CAPÍTULO II

1. Apresentação e Análise de Dados

1.1 Perfil dos entrevistados.

No desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa, responderam ao questionário 82 alunos formandos

do curso de administração, sendo 46 deles, ou 56%, pertencentes a rede pública de ensino (UFSC) e

outros 36 pertencentes a rede privada (Faculdade Estácio de Sá). Esta homogeneidade na

quantidade de respostas das instituições facilita a análise imparcial dos resultados, sem que haja um

prejuizo percentual a qualquer uma das partes.

Quadro nº 1 – Perfil dos entrevistados por sexo

Feminino % Masculino % TOTAL

Estácio 20 56% 16 44% 36

UFSC 21 46% 25 54% 46

Geral 41 50% 41 50% 82

Perfil dos entrevistados - Por sexo

O quadro nº 1 nos mostra uma incidência maior de formandos do sexo feminino na Faculdade

Estácio de Sá, 56% dos entrevistados, e uma situação inversa nos formandos da UFSC, onde 54%

dos entrevistados são do sexo masculino. No total geral dos entrevistados das duas faculdades, a

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quantidade é exatamente proporcional entre homens e mulheres, 50% para cada sexo, ou 41

entrevistados para cada.

Quadro nº 2 – Perfil dos entrevistados por faixa etária

21 a 29 % 30 ou mais % TOTAL Média Idade

Estácio 32 89% 4 11% 36 24,8

UFSC 42 91% 4 9% 46 25,2

Geral 74 90% 8 10% 82 25

Perfil dos entrevistados - Por faixa etária (em anos)

No quadro n. 2 temos o perfil dos formandos analisados sob a ótica da faixa etária, percebe-se uma

maioria absoluta, tanto na Faculdade Estácio de Sá quanto na UFSC, de formandos com idades

entre 21 a 29 anos, 90% dos entrevistados se enquadram neste perfil. Este número nos mostra

pessoas jovens sendo formados para o mercado de trabalho, pessoas de quem se espera um bom

conhecimento de Tecnologia da Informação, haja vista, terem crescido durante uma fase de

popularização da informação, através da inclusão digital e da expansão da Internet.

Outro dado interessante apresentado no quadro n. 2 é a média de idade dos formandos, que fica

bastante próxima nas duas instituições, e delas em relação à média geral. Na UFSC observa-se um

ligeiro aumento na faixa etária média dos formandos, que fica em 25,2 anos contra 24,8 anos da

Estácio de Sá. A média geral de idade nos dois estabelecimentos pesquisados fica em exatos 25

anos.

1.2 Análises dos dados da questão nº 1

Quadro n. 3: Resultados da pesquisa – questão n. 1

Estacio % UFSC % TOTAL %

Financeiro 5 14% 11 24% 16 20%

Marketing 9 25% 8 17% 17 21%

RH 8 22% 7 15% 15 18%

Estratégico 1 3% 7 15% 8 10%

Empreendedor 9 25% 12 26% 21 26%

NDA 4 11% 1 2% 5 6%

TOTAL 36 46 82

Resultados da pesquisa - questão nº 1

A análise dos dados da questão n. 1, que perguntava “Qual o ramo de atuação você deseja seguir

com o curso que está para concluir?”, nos mostra uma tendência global ao empreendedorismo, que

aparece como principal escolha nas duas faculdades pesquisadas com 26% das opções, seguida

pelas opções ao marketing e ao financeiro, respectivamente com 21% e 20% das respostas.

Sob o ponto de vista institucional aparecem algumas variantes. Na Faculdade Estácio de Sá as

opções ao empreendedorismo e ao marketing foram escolhidas por 25% dos pesquisados, enquanto

a opção pelo estratégico ficou com apenas 3% das respostas, observa-se, neste cenário, um

distanciamento bastante grande entre os dois pólos da tabela. Na UFSC as principais escolhas se

concentraram no empreendedorismo e no financeiro, ficando com 26% e 24%, respectivamente, das

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opções, ficando o RH e o estratégico como as escolhas com menor número de respostas, obtendo

15% cada uma delas, o que nos mostra uma proximidade, ou uma melhor distribuição, entre as

respostas de maior e menor escolha, indicando uma tendência da UFSC à formação mais bem

distribuída de profissionais entre as diversas áreas da administração.

Os formandos que optaram por outra área de atuação ou não responderam a questão representam

11% das opções na Estácio de Sá e 2% dos da UFSC.

A escolha do empreendedorismo como principal foco dos futuros administradores é justificada pela

tendência do mercado em buscar profissionais dinâmicos, pró-ativos, com liderança acentuada e que

buscam soluções rápidas e definitivas aos problemas das organizações. Estas qualidades, ou perfil,

estão presentes no papel do empreendedor que, segundo MACEDO (1997), não é exclusivo do

empresário e sim de quem sabe fazer acontecer as ações.

1.3 Análises dos dados da questão n. 2

Quadro nº 4, Resultados da pesquisa – questão nº 2

Estacio % UFSC % TOTAL %

TRH 2 6% 2 4% 4 5%

TGA 20 56% 18 39% 38 46%

DO 1 3% 3 7% 4 5%

TS 12 33% 17 37% 29 35%

NDA 1 3% 6 13% 7 9%

TOTAL 36 46 82

Resultados da pesquisa - questão nº 2

A questão n. 2, que questionava o entrevistado sobre “[...], qual a teoria da administração

responsável pela informação na organização?”, apresenta um resultado bastante surpreendente, a

maioria dos que responderam ao questionário, ou 46% do total de respostas, responderam de forma

equivocada a questão. Estes inquiridos indicaram a Teoria Geral da Administração, doravante TGA,

como a responsável pela informação na organização, mesmo que TGA não seja uma teoria da

administração e, sim, o conjunto dessas teorias.

As teorias da administração são conhecimentos organizados, produzidos pela experiência prática das organizações. A teoria geral da administração é o conjunto dessas teorias, que são designadas por meio de diferentes termos, [...]. (MAXIMIANO, 2006, p. 8)

Ambas as instituições pesquisadas apresentaram a mesma tendência na resposta, sendo esta mais

acentuada na Estácio, onde obteve 56% das respostas, e um pouco menos na UFSC, com 39%. A

tendência mantém-se, também, quando observamos a resposta que aparece em segundo lugar, a

Teoria dos Sistemas (TS), onde 35% do total entrevistado apontou como sendo a resposta correta,

divididos entre 37% das escolhas da UFSC e 33% da Estácio.

A TS, ou TGS, seria a opção esperada como resposta correta, pois foi a primeira teoria

administrativa a preocupar-se com controles, dados e tecnologia. Segundo MAXIMIANO (2006), a

organização revela-se como conjunto de pelo menos dois sistemas que se influenciam mutuamente:

o sistema técnico e o social. Sobre o sistema técnico, o autor conclui que são sistemas formados por

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recursos e componentes físicos e abstratos, e que, até certo ponto, independem das pessoas:

objetivos, divisão do trabalho, tecnologia, instalações, duração das tarefas, procedimentos.

1.4 Análises dos dados da questão nº 3

Quadro nº 5, Resultados da pesquisa – questão nº 3

Estacio % UFSC % TOTAL %

Opção A 8 22% 10 22% 18 22%

Opção B 15 42% 19 41% 34 41%

Opção C 10 28% 13 28% 23 28%

NDA 3 8% 4 9% 7 9%

TOTAL 36 46 82

Resultados da pesquisa - questão nº 3

Esta questão objetivava apenas e tão somente buscar um perfil dos futuros administradores com

relação a Tecnologia da Informação (TI). Quando perguntamos “No seu ponto de vista como futuro

administrador(a), qual a importância da TI dentro da organização?”, buscávamos saber qual o

enfoque que tende a ser adotado nas empresas em um futuro não muito distante, quando estes

formandos assumirem um posto de gerência ou de direção em alguma organização.

O resultado obtido foi praticamente idêntico nas duas faculdades consultadas, aparecendo como

preferência, com 42% na Estácio e 41% na UFSC, a opção B, que dizia ser a TI “importante para

controle de produção, desempenho de funcionários, recursos financeiros, gerenciamento de diversas

áreas da empresa”. Talvez a escolha desta opção seja em decorrência da maior abrangência de

setores da empresa quando comparadas com as outras opções, que se referiam à comunicação, no

caso da opção A, e de informatização tecnológica (automação), na opção C.

Apesar de ser um setor vital nas empresas modernas, é muito importante o administrador identificar

onde os grandes investimentos em TI gerarão o retorno estratégico pretendido pela organização.

Portanto, o uso da TI deve considerar o contexto no qual as organizações estão inseridas, suas

particularidades e objetivos.

O uso da TI por si só não determina o sucesso e o bom desempenho de uma organização. As características do mercado em que as organizações atuam devem ser consideradas para a definição do uso da TI como parte de suas estratégias e operacionalização. Os modelos, cultura, políticas, estruturas, processos organizacionais, incluindo suas evoluções, devem ser considerados na utilização de TI, seja porque são afetadas, seja porque afetam esse uso. (ALBERTIN, 2005, p. 3).

1.5 Análises dos dados da questão nº 4

Quadro nº 6, Resultados da pesquisa – questão nº 4

Estacio % UFSC % TOTAL %

Sim 18 50% 24 52% 42 51%

Não 17 47% 21 46% 38 46%

NDA 1 3% 1 2% 2 2%

TOTAL 36 46 82

Resultados da pesquisa - questão nº 4

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A questão nº 4 procurava nos dar uma idéia do grau de envolvimento dos futuros administradores

com a tecnologia de ponta utilizada na gestão das empresas modernas. Ao perguntar “Na sua

opinião, o histórico financeiro pode ser visualizado via sistema integrado com outras empresas?”,

testávamos, até que ponto o formando já havia se aprofundado na prática da gestão, ou quanto ele já

havia lido sobre técnicas modernas de gestão.

A exemplo da questão anterior os resultados nas duas faculdades pesquisadas foram muito

semelhantes, apresentando um índice maior de respostas “sim”, porém muito pouco acima das

respostas “não”. A Estácio apresentou um índice de 50% de respostas positivas e outros 50% de

respostas negativas ou sem respostas. Na UFSC a variação foi um pouco maior, 52% afirmativas e

48% negativas ou sem resposta.

No geral, tivemos 51% de respostas positivas contra 49% de respostas negativas ou não

respondidas. Estes números são muito preocupantes, pois demonstra que quase metade dos

formandos em administração desconhece o potencial da TI como ferramenta facilitadora ao trabalho

do gestor. Demonstra, ainda, que os cursos de administração pouco se preocupam em apresentar aos

alunos as ferramentas de trabalho que os futuros profissionais irão encontrar à sua disposição no

mercado quando estiverem exercendo sua profissão, ferramentas estas que vão muito além dos

sistemas de gestão interna da empresa.

Nesse novo ambiente, através de uma única rede, ele pode fazer transações financeiras ou fiscais, reuniões a distância com clientes, transmitir dados ou falar por telefone com filiais em diferentes cidades – e até mesmo países – utilizando um ramal interno. Como benefício adicional, desfruta das soluções de mobilidade, em que ele tem acesso a todos os processos de gestão da empresa, tanto no escritório quanto em casa ou no aeroporto. (FRANÇA, 2007, p. 21).

1.6 Análises dos dados da questão nº 5

Quadro nº 7, Resultados da pesquisa – questão nº 5

Estacio % UFSC % TOTAL %

Sim 14 39% 29 63% 43 52%

Não 22 61% 15 33% 37 45%

NDA 0% 2 4% 2 2%

TOTAL 36 46 82

Resultados da pesquisa - questão nº 5

Ao perguntar diretamente aos entrevistados “Você sabe o que é convergência digital?”, objetivamos

uma clara introdução ao tema central do trabalho e um contato direto com o escopo principal da

pesquisa.

De uma forma geral, 52% dos entrevistados afirmaram saber o que é convergência digital, outros

48% ou não sabiam do que se tratava ou não responderam à questão.

Observando as respostas separadamente por instituição, vemos que 63% dos formandos da UFSC

responderam positivamente à questão, contra 47% que não sabiam ou não responderam. Na Estácio,

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porém, estes números mudam radicalmente, 61% dos entrevistados responderam não saber o que é

convergência digital, contra apenas 39% que responderam de forma afirmativa.

Pode parecer até um dado contraditório, mas a indicação que obtivemos é de que na faculdade

pública, apesar da fama de falta de recursos, material e tecnologia, os formandos possuem um

conhecimento mais aprofundado sobre assuntos, ou temas, bastante atuais, apresentando uma

vantagem competitiva sobre os colegas de profissão que se formarão na faculdade privada.

As informações criam valor para as empresas porque elas podem tratar os aspectos das diferentes funções como: controle de operações, custos de produtos e serviços, controle de desempenho de funcionários e recursos, custo de atividades de promoção e entrega de produtos e serviços, gerenciamento das diversas áreas da empresa e informações estratégicas de mercado, clientes e inovações tecnológicas. (ALBERTIN, 2005, p. 27)

1.7 Análises dos dados da questão nº 6

Quadro nº 8, Resultados da pesquisa – questão nº 6

Estacio % UFSC % TOTAL %

Opção A 1 3% 4 9% 5 6%

Opção B 6 17% 15 33% 21 26%

Opção C 5 14% 1 2% 6 7%

Opção D 14 39% 25 54% 39 48%

Opção E 2 6% 0 0% 2 2%

NDA 8 22% 1 2% 9 11%

TOTAL 36 46 82

Resultados da pesquisa - questão nº 6

O objetivo da questão nº 6 era corroborar ou desmentir o resultado apurado na questão anterior, que

por ser uma pergunta direta poderia dar margens a interpretações errôneas ou a respostas

impensadas. No entanto, a proposição anterior manteve-se, e no caso da UFSC, até declinou alguns

pontos percentuais.

De maneira geral, apenas 48% dos entrevistados responderam, de forma absolutamente correta, que

“Todas as anteriores estão corretas.”, ou opção D no questionário. Somente como comparação,

lembramos que na questão nº 5, 52% dos que responderam a pergunta afirmaram saber o que é

convergência digital. Esta variação percentual nos mostra que 4% dos que responderam

afirmativamente a questão anterior não souberam identificar aspectos relevantes do tema nas opções

da questão nº 6.

Outro dado significativo que podemos extrair das respostas apresentadas é que 39% dos

entrevistados responderam escolhendo entre uma das alternativas apresentadas, apresentando um

conhecimento parcial sobre o tema. Entre estas respostas destaca-se a opção B, com 26% das

opções. Esta questão afirmava que convergência digital é “A unificação entre duas ou mais redes de

comunicação distintas numa única rede capaz de prover os serviços antes prestados pelas diversas

redes.”

Convergência, amplamente definida, é a junção de componentes eletrônicos de consumidor, televisão, publicação, telecomunicações e computadores, com a finalidade de facilitar novas formas de comércio, baseadas em informação. Convergência de multimídia

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aplica-se à conversão de texto, voz, dado, imagem, gráficos e vídeo com movimentação à completa, em conteúdo digital. Convergência entre mídias refere-se à integração de várias indústrias – mídia de entretenimento, publicação e comunicação, baseadas em conteúdo de multimídia. (ALBERTIN, 2004, p. 21)

1.8 Análises dos dados da questão nº 7

Quadro nº 9, Resultados da pesquisa – questão nº 7

Estacio % UFSC % TOTAL %

Verdadeiro 16 44% 15 33% 31 38%

Falso 12 33% 21 46% 33 40%

NDA 8 22% 10 22% 18 22%

TOTAL 36 46 82

Resultados da pesquisa - questão nº 7

Esta questão testava o conhecimento dos entrevistados no tocante a regulamentação brasileira dos

serviços convergentes, propondo, erroneamente, uma equiparação de desenvolvimento e princípios

com a New Regulatory Framework (NRF ou Nova Estrutura Regulatória), entidade responsável

pela regulamentação na União Européia.

Quando analisamos as respostas por instituição, podemos observar uma grande variação entre as

entidades públicas e privadas. Enquanto, na primeira os 46% dos formandos negaram a afirmação

da questão, na segunda somente 33% optaram por esta resposta.

De uma forma geral o resultado também não foi muito animador, somente 40% dos formandos

responderam que a legislação brasileira sobre convergência não está tão desenvolvida como a da

União Européia, contra 60% que acreditam nesta afirmação.

De acordo com Possebon (2007), ainda que seja um passo necessário (e que no Brasil demorou uma

eternidade para ser dado), discutir marcos regulatórios sobre a convergência é algo que cada vez

parece estar mais distante de um sentido prático.

1.9 Análises dos dados da questão nº 8

Quadro nº 10, Resultados da pesquisa – questão nº 8

Estacio % UFSC % TOTAL %

Opção A 2 6% 3 7% 5 6%

Opção B 4 11% 6 13% 10 12%

Opção C 12 33% 21 46% 33 40%

Opção D 12 33% 15 33% 27 33%

NDA 6 17% 1 2% 7 9%

TOTAL 36 46 82

Resultados da pesquisa - questão nº 8

Pelo resultado da questão nº 8, que tratava dos custos para o uso de um recurso de convergência

digital na administração financeira, para microempresas, mostra-nos um total desconhecimento por

parte dos futuros administradores no tocante a este quesito. Uma minoria escolheu, acertadamente, a

opção A, que sugeria R$ 45,00 como valor de referência, opção de somente 6% dos entrevistados

de uma forma geral. Este índice se mantém praticamente inalterado em ambas as instituições

pesquisadas.

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As demais respostas derivaram, de uma maneira geral, para as opções C (R$ 500,00), com 40% das

escolhas, D (R$ 5.000,00), com 33%, B (R$ 100,00), com 12% e outros 9% que não souberam ou

não quiseram responder a esta questão.

Os altos custos eram, até hoje, o principal empecilho à adoção de soluções eletrônicas, mas, fazendo os cálculos, os processos automatizados oferecem economia de até 90% em relação aos métodos tradicionais. A estimativa é da Nexxera, empresa especializada em ambientes eletrônicos de negócios e responsável pela criação de recursos com custo proporcional à necessidade das empresas, podendo variar de R$ 45,00 por mês, para as microempresas, a R$ 5 mil, para as grandes corporações. (FRANÇA, 2007, p. 21)

Como custo é um fator de primordial importância na administração moderna, o resultado apresenta-

se de forma preocupante, haja vista, que com o desconhecimento de valores de referência, os

futuros administradores podem mostrar-se intimidados, até mesmo acanhados, quando desafiados a

buscar novas alternativas tecnológicas à empresa ou instituição que estiverem gerindo.

Novamente, o distanciamento das instituições de ensino da vida prática das organizações prejudica,

ou restringe o conhecimento e acesso dos estudantes a aspectos e detalhes menos acadêmicos sobre

as empresas. Uma maior inserção dos alunos aos meios administrativos práticos talvez diminuísse o

“abismo” que existe entre teoria e prática administrativa.

1.10 Análises dos dados da questão nº 9

Quadro nº 11, Resultados da pesquisa – questão nº 9

Estacio % UFSC % TOTAL %

Sim 10 28% 13 28% 23 28%

Não 25 69% 33 72% 58 71%

NDA 1 3% 0% 1 1%

TOTAL 36 46 82

Resultados da pesquisa - questão nº 9

A questão nº 9 buscava identificar entre os formandos das instituições pesquisadas aqueles que

tivessem algum conhecimento de mercado no tocante a “empresas na região da Grande

Florianópolis que produz e fornece aparelhos telefônicos com tecnologia IP, preparado para ser

usado no sistema Voz sobre IP (VoIP)”.

Confirmando a tendência das análises anteriores, somente uma minoria mostrou-se conhecedora do

assunto, apenas 28% dos entrevistados afirmaram ter conhecimento sobre o questionado (o índice é

o mesmo nas duas instituições).

A maioria esmagadora de 72% dos entrevistados indica, mais uma vez, o distanciamento do meio

acadêmico com o mundo dos negócios. Apesar de estarem formando administradores para atuarem,

em sua maior parte, na região em que a faculdade está inserida, a interação desses futuros

administradores com o mercado onde pretendem inserir-se é muito restrita. Esta tendência fica

evidente quando indagados sobre assuntos do cotidiano das empresas, ou de matérias que estão fora

dos livros acadêmicos, mas que já integram há algum tempo o dia-a-dia das empresas.

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O sistema VoIP não é novidade nos meios empresariais, algumas corporações utilizam e

beneficiam-se desta tecnologia a mais de 2 anos. Na atualidade, este é o segmento de maior sucesso

da plataforma IP, apresentando um taxa de crescimento de 22% ao ano no Brasil. Segundo pesquisa

do IDC, o VoIP deve ultrapassar a telefonia tradicional no país em 2010.

Além da eficiência, a comunicação via internet proporciona economia de até 70% em relação ao

serviço tradicional e se consagra como tendência mundial. As próprias empresas de

telecomunicação começaram a oferecer os serviços de VoIP, e os fabricantes já lançam

equipamentos que suportam tanto o modelo antigo quanto o digital.

A Intelbrás, líder no mercado brasileiro de centrais telefônicas, lançou no segundo semestre de 2007 seu primeiro aparelho telefônico com tecnologia IP, que dispensa o uso de roteador e permite a conexão com até três linhas de operadoras VoIP. (FRANÇA, 2007, p. 24)

1.11 Análises dos dados da questão nº 10

Quadro nº 12, Resultados da pesquisa – questão nº 10

Estacio % UFSC % TOTAL %

Sim 11 31% 7 15% 18 22%

Não 24 67% 39 85% 63 77%

NDA 1 3% 0% 1 1%

TOTAL 36 46 82

Resultados da pesquisa - questão nº 10

A 10ª, e última questão, procurava nos entrevistados o conhecimento sobre “alguma empresa, na

região da Grande Florianópolis, especializada em ambientes eletrônicos de negócios”.

A exemplo do resultado da questão anterior o índice de respostas afirmativas foi bastante reduzido,

apenas 22 % do total dos entrevistados afirmaram ter conhecimento de alguma empresa que atue

neste segmento. Este percentual de 22% sofre uma variação bastante acentuada quando analisamos

as respostas de forma institucionalizada, na Estácio 31% responderam de forma afirmativa, contra

apenas 15% na UFSC.

Não temos, neste momento, subsídios suficientes para apontar uma causa para esta disparidade de

variação nos índices das duas instituições, pois nosso objetivo é traçar um perfil do acadêmico

formando em administração, e não analisar e responder a questões socioeconômicas destes

acadêmicos ou instituições de ensino. Deixaremos, desta forma, a questão em aberto, talvez até

como sugestão para uma nova pesquisa.

De acordo com França (2007), a Nexxera, empresa especializada em ambientes eletrônicos de

negócios, com sede em Florianópolis, compete no mercado com gigantes como IBM e Microsoft e

não se intimida com o porte das concorrentes, já tendo vencido, inclusive, a General Eletric em

concorrências internacionais com a tecnologia 100% brasileira.

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CAPÍTULO III

Estudo de Caso: um case de sucesso

Fonte: FRANÇA, Francis. Transferência de ouro. Empreendedor, São Paulo, ano 13, n. 156, p. 22,

out. 2007.

A Danone tem um volume de 70 mil cobranças por mês e, até implantar o ambiente eletrônico, em

maio deste ano, precisava baixar cada cobrança manualmente do sistema. Para dar conta do

trabalho, o funcionário precisava chegar à empresa às 6 h, de segunda a sábado. Com o novo

sistema, as operações são feitas eletronicamente durante a madrugada, economizando diariamente

três horas de trabalho. Além do aumento da produtividade, a Danone reduziu custos com horas

extras, transporte e telefonia. “As atividades operacionais precisam funcionar, não podem ser um

empecilho para o negócio. Freqüentemente, tínhamos o problema de perder a conexão com a

internet e não conseguir baixar um arquivo no site dos bancos. Hoje, como fazemos de madrugada

pelo sistema, eu não corro mais o risco de comprometer as vendas do dia”, diz Oriovaldo Filho,

gerente financeiro da Danone.

A empresa implantou também o sistema de cobrança eletrônica, que encaminha o boleto por e-mail

para os clientes cinco dias antes do vencimento, com a possibilidade de, para quem não está

cadastrado, acessar o documento diretamente no site. Segundo o gerente financeiro, a solução

reduziu o custo de ligações recebidas via 0800 para solicitação de segunda via. Quando o cliente

visualiza o boleto, o acesso é registrado, para comprovar o conhecimento da dívida. Se o documento

não for acessado no site, o sistema encaminha para a gráfica, e a empresa manda pelo correio. Caso

o cliente não pague até a data de vencimento, o site oferece uma ferramenta que recalcula o valor da

cobrança e emite a segunda via eletronicamente.

Considerações finais

Apesar do esforço empenhado pelos acadêmicos na tentativa de aprofundarem-se o máximo

possível no assunto, buscando um resultado consistente e respeitável, o curto espaço de tempo e a

carência de material para pesquisa impediram um melhor arraigo deste trabalho.

A idéia inicial era aplicar o questionário de pesquisa a quatro instituições de ensino, duas públicas e

duas privadas, objetivando um universo de dados para análise mais ampla. Ainda que isto não tenha

sido possível, acreditamos ter a iniciativa do grupo servido para iniciar uma discussão sobre o tema,

uma vez que, os reflexos foram sentidos de imediato nas turmas onde aplicamos o questionário.

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Quanto aos dados coletados acreditamos que, mesmo com a ampliação das amostras, as variações

não seriam significativas, pois os entrevistados possuem características bastante semelhantes em

termos de idade.

Esperamos poder contribuir para a ampliação do material de estudo sobre o tema “convergência

digital” e possibilitar, senão um resultado, um início de estatística sobre o conhecimento acerca do

abordado pelo grupo neste trabalho, deixando para próximos pesquisadores a missão de ampliar e

refinar este estudo.

Conclusão

Pela análise dos dados coletados pudemos observar nos entrevistados um perfil de jovens

empreendedores com distribuição homogênea entre os sexos masculino e feminino, que apresentam,

de forma geral, certa deficiência de conhecimento sobre Teorias Administrativas.

Além desses fatos, fica evidente a visão dos futuros administradores do setor de Tecnologia da

Informação (TI), como meio de controle de produção e desempenho de funcionários, com um alto

índice de desconhecimento do potencial deste setor estratégico como ferramenta facilitadora ao

trabalho do gestor.

De igual forma, o tema “convergência digital” apresentou-se como uma novidade, total ou parcial,

aos entrevistados, que mostraram certa confusão quando abordados sobre as possibilidades e

regulamentações acerca do tema.

Em vista disso a visão de custos dos formandos em relação ao aludido no desenrolar da pesquisa

mostrou-se equivocada quanto aos valores de referência para o uso de um recurso de convergência

digital na administração financeira para microempresas.

Registra-se, ainda, um pouco conhecimento e interação dos formandos em administração das

instituições pesquisadas com o mercado de tecnologia de ponta da região da Grande Florianópolis,

demonstrado pelo pequeno número de pesquisados de demonstraram conhecer empresas aqui

instaladas.

Em suma, o resultado espelhou algumas observações de professores que nos auxiliaram e

participaram do processo de entrevistas, onde nos foi dito que apesar de o assunto já ter vindo à

baila em diversas oportunidades durante as aulas, ainda faltava um conhecimento mais aprofundado

sobre o tema por parte de docentes e discentes.

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Bibliografia

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CHIAVENATO, Idalberto. TGA. 6. ed. rev. e atualizada. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002.

DRUCKER, Peter. Desafios Gerenciais para o Século XXI. São Paulo: Thomson Learning, 2006.

FRANÇA, Francis. Transferência de ouro. Empreendedor, São Paulo, ano 13, n. 156, p. 21-27, out. 2007.

MACEDO, José Ferreira. A alavanca para o sucesso. Florianópolis: Ed. Terceiro Milênio, 1997.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2006.

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. 5. reimpr. da 1. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.