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ABIM 005 JV Ano XIII - Nº 111 - Jul/19 O verdadeiro Mestre é aquele que procura guiar e salvar os homens sem distinção alguma. Professor Henrique José de Souza

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ABIM 005 JV Ano XIII - Nº 111 - Jul/19

O verdadeiro Mestre é aquele que procura guiar e salvar os homens sem distinção alguma.

Professor Henrique José de Souza

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Editorial

A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 27.874 e-mails de leitores cadastrados, no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005 JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.

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Ao longo da existência desta Revista vimos dando especial atenção à seleção de matérias, a fim de oferecer aos nossos leitores, temas relevantes, que possam contribuir, pro ativamente, para seu aperfeiçoamento moral e espiritual, já que, antes de tudo, entendemos Maçonaria como uma Escola de Iniciação, portanto, reconhecemos a importância do papel de um periódico maçônico, nesse imprescindível processo de ampliação da consciência do postulante à Iniciação Real.

No Simbolismo, o auge da caminhada maçônica se dá com a Instalação do Maçom na Cadeira do Rei Salomão, passando a portar o Malhete da Sabedoria, dirigindo seus Irmãos, passando a exercer a função de Mestre da Loja, denominação surgida em tempos idos, quando nem existia o Grau de Mestre Maçom. Com o passar dos tempos, assim como bem explica o valoroso Irmão Kennyo Ismail, em sua matéria intitulada: Por Que “Grão-Mestre” e “Venerável Mestre”? publicada nesta edição, passou a ter o tratamento de Venerável Mestre.

Mestre é aquele ensina, que guia os discípulos a um “porto seguro”. Assim deve ser a preocupação daquele que se reveste desta honrosa função. Em verdade, estamos muito carentes de verdadeiros Mestres. Diria até que, órfãos estamos daqueles Irmãos que, quando em uso da palavra, o silêncio e a atenção de todos chegava ao extremo, para que não se perdesse uma gota de sabedoria que azeitava sua oratória.

Precisamos melhor preparar nossos Aprendizes. Melhor conduzir os Companheiros no Grau mais belo do Simbolismo, para que estes possam, ao se revestir do Grau de Mestre, tornem-se, de fato, guias de novos Aprendizes e Companheiros. Tais Mestres, ao longo de sua vereda iniciática deverá angariar conhecimentos para, um dia, tornar-se o Mestre da Loja e poder merecer ser, de fato, venerado, pois é este o pronome de tratamento: Venerável Mestre.

Nossa missão é a de fazer Luz nos mais variados temas, difundindo a cultura maçônica a todos, a fim de contribuir para o desenvolvimento do Maçom e, consequentemente, para o engrandecimento de nossa Ordem. Razão de, mais uma vez, neste período de junho e julho, em que as Lojas Simbólicas empossam seus novos dirigentes, virmos relembrar da importância e das responsabilidades daquele que, ao se instalar na Cadeira do Rei mais sábio da história, precisa pautar sua conduta com extrema sabedoria.

O Irmão Albert Schweitzer (1875―1965) teólogo, músico, filósofo e médico alemão, que por sua grande e fraternal obra, merece figurar como verdadeiro arquétipo do Curador, dizia: “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única!” Assim deve ser a conduta de um Venerável Mestre, dando o exemplo, pois trata-se de um líder, e este, conduz pelo exemplo.

Costumo dizer que estar Venerável Mestre é passar do CPF para o CNPJ! Durante o período em que estiver liderando seus Irmãos, o Maçom deve abrir mão do individualismo e agir coletivamente, com altruísmo e dedicando-se diuturnamente a conduzir sua embarcação (Loja) a um porto seguro, à guisa do que disse o poeta lusitano Fernando Pessoa: “Navegar é preciso; viver não é preciso!”

Aos novos Veneráveis Mestres muita Luz e que o GADU seja seu Guia nessa importante jornada!

Encontrar-nos-emos na próxima edição!

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O Venerável Mestre

Newton Dan Faoro

O título de Venerável Mestre, dado ao presidente de uma Loja Maçônica, remonta aos meados do Século XVII, quando se

iniciava a transformação da Maçonaria operativa em especulativa. Na época ainda não existia o Grau de Mestre Maçom, que só apareceria no Século XVIII (entre 1724 e 1738). O Presidente da Loja era escolhido entre os Companheiros mais antigos e experientes e se tornava vitalício na direção dos seus trabalhos. O Rito Escocês Antigo e Aceito, antigamente, atribuía ao maçom que fosse iniciado no Grau 20 o título de Mestre AD VITAM, de forma vitalícia o que lhe dava o direito de exercer a função de Venerável Mestre na Loja Simbólica. Esta designação era atribuída pelo Supremo Conselho do Grau.

O título ‘Venerável’ tem origem na palavra inglesa ‘Worship’, que como substantivo significa adoração, culto religioso, respeito, admiração e como verbo significa adorar, venerar, idolatrar. Your Worship é a expressão inglesa para Vossa Excelência, Vossa Senhoria. A expressão Worshipfull Máster passou a ser traduzida, portanto, como Venerável Mestre e como tal foi adotada pelos maçons.

O Venerável Mestre é o responsável como Presidente pela condução dos trabalhos da Loja e como Mestre Maior pela concessão de Graus, incluindo-se a iniciação de profanos. Um Presidente

que não tenha recebido a sagração ou investidura como Venerável Mestre poderá tão somente dirigir os trabalhos administrativos da Loja; a investidura de profanos ou mesmo a dos graus de Companheiro e Mestre é prerrogativa de um Venerável Mestre que tenha sido investido com estes poderes por pelo menos três Veneráveis Mestres.

O Venerável Mestre é o Líder do grupo de Irmãos de sua Loja. Sabemos que a verdadeira liderança é uma das funções mais difíceis a serem exercidas em qualquer atividade humana.

Nas Lojas Maçônicas, não é diferente; às vezes até mais difícil, pois esta liderança deve ser conquistada aos demais Irmãos pelos valores que possa o líder demonstrar e praticar. A situação é

“Navegar é preciso; viver não é preciso”.Fernando Pessoa

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bastante diferente do caso de lideranças empresariais ou mesmo políticas, que são impostas por cargos ou negociadas por benefícios e vantagens. Os Irmãos de uma Loja Maçônica ali se reúnem para buscar seu aperfeiçoamento moral e de caráter e para ter uma convivência mais fraterna quanto possível. Quando o Venerável não consegue demonstrar sua capacidade de liderar homens maduros nestas condições, dificilmente consegue que sua liderança seja aceita e que o grupo se mantenha coeso, alinhado e dedicado a um esforço pelo qual espera nada mais do que seu crescimento pessoal.

Apesar do muito que já se escreveu sobre liderança, não há uma fórmula pronta para que alguém se torne um líder. Na realidade, não importa o que o líder faz, mas sim o que ele é. Os próprios líderes, pouquíssimas vezes, conseguiriam descrever o que fazem ou quais são suas características pessoais que fazem com que as pessoas os sigam, mas as pessoas respondem a estas características.

O Líder, por sua vez, deve usar não só a cabeça, mas também o coração; a liderança, em sua essência,

deve tocar o coração e a alma das pessoas. De um modo geral, está fundamentada em uma relação muito mais emocional do que racional.

Philip Crosby tem uma definição para Liderança, que, adaptada para a linguagem maçônica poderia ser assim traduzida: “Liderança é, deliberadamente, fazer com que as ações executadas pelos Irmãos da Loja sejam planejadas para permitir a realização do plano de trabalho do Venerável Mestre.”

Deliberadamente significa que a Loja deve eleger um determinado caminho e um propósito, estabelecendo objetivos e metas claras nas mentes de todos os Irmãos. Ações executadas pelos Irmãos significam que estes objetivos e metas devem ser alcançadas por ações empreendidas por todos os Irmãos e não por um deles ou deles um pequeno grupo. Planejadas significa propor uma cadeia de ações cujos produtos esperados sejam de pleno conhecimento de todos os Irmãos. Finalmente, Plano de Trabalho do Venerável Mestre deve ser entendido como o conjunto de realizações que foi compensado com o grupo todo.

Há ainda, e não menos importante, a consideração da tendência do Líder. A história nos fez tomar conhecimento de líderes que tenderam para o bem e outros que tenderam para o mal. Liderança é dom da pessoa, que não tem a ver com seu caráter. Como a Maçonaria “é uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes, pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito à autoridade e à crença de cada um’” ou ainda “para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros; glorificar o Direito, a Justiça e a Verdade, exaltando a virtude e combatendo o vício”, o Venerável Mestre, como seu Líder, estará alinhado com estes traços de personalidade. Se assim não for, não poderá exercer liderança alguma sobre um grupo de homens de bem.

Não será um homem perfeito, porque ninguém o é; mas será um homem sinceramente em busca de sua perfeição.

Exercer a função de Venerável Mestre, muito mais do que uma honraria, me parece como uma missão e um serviço a cumprir. Por mais espinhosa e árdua que esta missão possa parecer ou mesmo ser, sempre servirá para o crescimento individual daquele que a exercer; e se bem exercida, será benéfica e gratificante para todos os participantes.

Philip Crosby

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O exercício do Veneralato com sucesso requer que o Líder tenha estudado e continue disposto a estudar a ciência maçônica. Que tenha desempenhado funções outras e diversas no corpo da Loja.

O homem que assumir esta função deve ter um bom conhecimento do ser humano e da sociedade além de ter um caráter firme, porém razoável. O Ir.’. José Gonzáles Ginório (Venezuela) apregoa os seguintes desafios a vencer para que possa bem desempenhar o cargo de Venerável Mestre: sentir-se maçom; ser discreto e justo; estar entusiasmado; ser disciplinado, tolerante, conformado não se irritar com facilidade; não ser invejoso, apaixonado, rancoroso e intrigante; ser estudioso e profundo nos estudos; não alardear ou abusar de sua inteligência; não pedir, suplicar ou desejar posições.

Em outras palavras, talvez pudéssemos dizer que o Venerável Mestre deve ser um Mestre Maçom que possua reputação ilibada; seja sincero e verdadeiro; afável no trato, inabalável, firme, arraigado, intrépido e intransigente em seus princípios; seja amante da sabedoria e estudioso dos mistérios da Arte Real.

Ora, diríamos: este homem não existe! Certamente não existe, mas alguém que se proponha

ser este homem terá dado o passo mais importante para se qualificar para o desempenho da missão e do serviço que lhe é proposto. Este homem deverá ser o espelho de sua Oficina, ou sua Oficina seu espelho!

O exercício pleno da função de Venerável Mestre, na Maçonaria, requer que o Mestre seja investido no cargo pela cerimônia de Instalação. Somente após esta investidura poderá o mesmo iniciar profanos e conceder graus a outros Irmãos.

A cerimônia de instalação, na Maçonaria, entrou em uso já nos primórdios da sua fase especulativa. As constituições de 1723 já rezavam que “O Grão-Mestre, por certas cerimônias significativas e segundo os antigos usos, instalará o Primeiro Mestre lhe apresentado as Constituições, o Livro da Loja e os instrumentos do seu ofício, não todos juntos, mas um por um; e depois de cada um deles, o Grão-Mestre ou seu Delegado, se referirá ao limitado e expressivo dever adequado ao objeto apresentado”.

A regra maçônica exige a presença de, pelo menos, três Ex Venerável Mestre, ou seja, três Irmãos que já foram instalados na Cadeira de Salomão, na cerimônia de Instalação de um Venerável.

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Por Que “Grão-Mestre” e “Venerável Mestre”?

Kennyo Ismail

Para entendermos melhor esses termos, precisamos voltar um pouco na história de nossa Sublime Ordem Maçônica. Ordens,

geralmente, adotam o termo “Grão-Mestre”, sejam elas religiosas ou de cavalaria. E, a partir da Sublime Ordem Maçônica, muitas Ordens fraternais, também, o fizeram. No caso da Maçonaria, há uma explicação histórica bastante óbvia e racional. Nos primórdios da Maçonaria Especulativa não existia, oficialmente, o grau de “Mestre Maçom”. Antes disso, as Lojas possuíam, apenas, Aprendizes e Companheiros, e os Companheiros elegiam entre si aquele que serviria como “Mestre da Loja”. Então, se cada “Loja” era governada pelo seu “Mestre”, nada mais natural do que chamar aquele que governa a “Grande Loja” de “Grande Mestre”. O termo “grão” é, apenas, uma forma antiga e reduzida da palavra “grande” na língua portuguesa, mais utilizada em títulos.

Com o surgimento oficial do Grau de Mestre Maçom, na década de 30, do século XVIII, as Lojas ficaram repletas de “Mestres”. Então, para distinguir o Mestre da Loja dos demais Mestres, adotou-se um termo distintivo, um termo de tratamento: Venerável (Worshipful). Termos de tratamento eram muito comuns na Inglaterra na época, e até hoje, distinguindo assim o nível de nobreza: Majestade, Alteza, Graça, Mui Honorável e Honorável são exemplos de termos que

distinguem monarcas, príncipes, duques, marqueses, viscondes e barões.

Não foi difícil para que, em poucos anos, o termo de tratamento “Venerável” passasse a integrar permanentemente o título do cargo, “Venerável Mestre”, na maioria dos ritos e rituais que foram surgindo.

E é claro que, se o Mestre da Loja ganhou um título distintivo, não poderia ser diferente para o Grão-Mestre. Enquanto o “Mestre da Loja” passou a ser chamado de “Venerável Mestre” (Worshipful Master), o “Grão-Mestre da Grande Loja”, passou a ser tratado como “Mui Venerável Grão-Mestre” (Most Worshipful Grand Master). E esse, ainda, permanece como o termo de tratamento adotado pela Grande Loja Unida da Inglaterra para o Grão-Mestre, conforme seu Livro de Constituições (Book of Constitutions – Craft Rules).

Tais termos, também, alcançaram as instituições e, assim como a Loja passou a ser tratada como “Venerável Loja” ou “Respeitável Loja” (Worshipful Lodge), a Grande Loja, também, passou a ser tratada como “Mui Venerável Grande Loja” ou “Mui Respeitável Grande Loja” (Most Worshipful Grand Lodge). Veja que “Venerável” e “Respeitável” são, apenas, diferentes traduções para a palavra inglesa “Worshipful”, apesar de que o termo “Venerável” seria a tradução mais correta.

O respeito a tais termos de tratamento pode ser bem observado na Maçonaria dos EUA e de vários outros países. Já os vários outros termos que foram surgindo para se referir às autoridades maçônicas, em especial as brasileiras, são frutos da indiscutível soberania de cada Obediência. Inovações, invenções, más traduções ou aberrações que, com o tempo, se tornaram tradições.

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Procura-se umVenerável Mestre!

Anibal Coré

Procura-se um Venerável - Não precisa ser perfeito, mas que não seja medíocre. Não precisa ser Grau 33, basta ser Mestre Maçom. Não precisa

ter imensa cultura geral, mas que tenha sabedoria, força e beleza maçônicas. Precisa gostar de aprender, e ter imensa vocação para ensinar. Não precisa ser um eloquente tribuno mas, deve saber falar, calar e principalmente, agir certo nos momentos certos. Precisa saber sorrir, e não ter pejo de chorar pela infelicidade e a dor alheia. Deve conhecer e reconhecer suas limitações e fazer de tudo para superá-las.

Procura-se um Venerável - Que não seja infiel, vazio ou libertino; que ame a liberdade. Que goze com moderação e sem ostentações dos prazeres da vida. Que tenha infinita crença em Deus, devotamento à Pátria e infinito amor à família.

Procura-se um Venerável - Com disposição indomável para combater o vício, a corrupção, o crime, o lucro fácil e suas próprias ambições pessoais. Que seja sempre encontrado ao lado dos enfermos, fracos e famintos de pão e de justiça. Que respeite seu próximo, independentemente de cor, posição social, credo ou idealismo político. Que respeite e que lute pelo respeito

ao meio-ambiente, como a única forma de garantir a existência da vida no planeta.

Procura-se um Venerável - Para amparar e ouvir seus Irmãos, guardando como segredo suas confissões e fraquezas, mas enaltecendo para todos as suas virtudes. Que conheça e goste de cumprir a ritualística maçônica do seu Rito. Que combata o obscurantismo, a intolerância, o fanatismo, as superstições, os erros, as más lendas e invencionices maçônicas.

Procura-se um Venerável - Que não encerre os trabalhos com “um só golpe de malhete”, para não golpear a egregóra (?) da Loja. Que faça Pompas Fúnebres para os Irmãos que partiram para a Maçonaria Celeste; que faça Adoção de Lowtons, preocupando-se com os mesmos; que realize Loja de Mesa, Confirmações de Casamentos e Sessões Magnas Cívicas, com a presença de não maçons, para difundir ao mundo o ideal maçônico.

Procura-se um Venerável - Não precisa ter alto “status”, mas que seja despido de tolas vaidades. Deve saber perdoar, e muito mais saber pedir perdão.

Procura-se um Venerável - Para incentivar com seu próprio exemplo de trabalho os trabalhos

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filantrópicos, sociais e educativos da Maçonaria junto à coletividade. Que procure inteirar-se da educação e cultura dos nossos sobrinhos que incentivados e conscientizados, deverão ser os maçons do amanhã, para que a Maçonaria sobreviva altaneira e útil, no tempo e no espaço.

Procura-se um Venerável - Não precisa ser financeiramente rico, mas não pode ser espiritualmente pobre. Precisa ser puro de sentimentos e deve ter como o grande ideal de sua vida a Maçonaria. Deve prestar auxílio e socorro por intermédio da sua Loja aos Irmãos visitantes, fazendo com que, eles se sintam como se estivessem em sua própria Lojas.

Procura-se um Venerável - Que não valorize os paramentos luxuosos. Que goste muito mais de encargos do que de cargos e altas pompas e que desempenhe com abnegação e fidelidade todos os encargos do cargo.

Procura-se um Venerável - Que imitando o apóstolo Pedro, seja e ensine a seus obreiros serem pescadores de homens no mundo não maçônico, para transformá-los em Construtores Sociais e Cidadãos do Mundo. Que não viva preso às lendas e histórias da Maçonaria no passado, mas que, a ajude a escrever hoje a mais bela página do presente a serviço do nosso povo.

Procura-se um Venerável - Que aceite abertamente em sua Loja, como princípio fundamental da Maçonaria Universal, Irmãos e Irmãs em igualdade de direitos e deveres, independentemente de tratados e acordos internacionais ou não, visto que todos eles foram

igualmente iniciados nos TEMPLOS DO G.’. A.’. D.’. U.’. e neles receberam Sua LUZ. Que entenda e que faça seus obreiros entenderem que reconhecimentos maçônicos, landmarks e outras paranoias só servem para manter brasileiros separados por tolos preconceitos, exatamente no momento em que o Brasil está mais do que nunca precisando da sua Maçonaria ativa, forte e vigilante como o era no passado.

Procura-se um Venerável - Que após o término do seu mandato, decline de ficar no Oriente, dando palpites ao lado do novo eleito, e se ofereça com toda a humildade para ser o Cobridor da Loja, tendo em vista que é quem melhor conhece aos Irmãos do quadro.

Procura-se um Venerável ou uma Venerável - Que nos abrace por três vezes três, sorrindo ou chorando conosco, ou ainda, enxugando nossas lágrimas, mas nos dando a todo instante a inabalável certeza que, a Maçonaria é realmente a iluminada Escada de Jacó, que eleva o homem da Pedra Bruta à Presença da Mente Cósmica Universal, recebendo e distribuindo LUZ!

“Dar o exemplo não é a melhor

maneira de influenciar os

outros. É a única!”Albert Schweitzer

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Existe Liderança na Maçonaria?

José Valdeci de Souza Martins

Com os meus anos de aprendizagem maçônica, já me deparei por diversas experiências, onde a que mais me chamou atenção foi a liderança

na maçonaria. Por que me chamou atenção? No sentido de que em maçonaria o que temos é uma missão e uma responsabilidade, pois administrar uma loja exige se muita dedicação, tolerância e dose únicas de compreensão. Se a maçonaria é uma instituição apolítica e não sectária, porque essa liderança em nosso seio?

Na história da maçonaria, Albert Pike, de 1870 onde em nosso meio, foi considerada de terceira guerra mundial. Albert Pike, foi o baluarte da maçonaria Norte-Americana entre 1859-1891. Durante seu mandato, teve uma visão global de que a maçonaria poderia alcançar e usou seu imenso intelecto para cumprir essa visão. Consequentemente, ele foi considerado o comandante da época e, o maior de toda a história.

Em nossas lojas, o Venerável Mestre é quem deveria ser o líder, portanto, é um erro pressupor que é preciso alcançar um cargo de venerável Mestre (que demanda algum grau de liderança) para só daí

se preparar e aperfeiçoar como, líder. O cargo de um Venerável Mestre é de apenas um ano e em alguns casos dois. Liderança se constrói diariamente, mas não de um dia para o outro. O Venerável Mestre deve se preparar, planejar - estudar nossos rituais, nossa constituição, regimentos, tendo contato com os Irmãos, procurando de uma certa forma como está seus Irmãos de loja e de maçonaria. Temos atualmente Veneráveis Mestres com essa disposição? É o que Maxwell chama de “Lei do Processo” (desenvolver atitudes de liderança como um hábito, diariamente).

O compromisso e a disposição de aprimorar-se são características inerentes ao líder. Ser Venerável Mestre de uma loja, não significa, necessariamente, liderança. Aliás, muitos líderes não estão em posição de chefia, estão no “meio da pirâmide”. Onde sua missão deve acima de tudo incluir a motivação, pois nós membros, queremos também compartilhar com os trabalhos, ser reconhecido e útil à loja.

Muitos Irmãos entendem mal a natureza e importância da missão, enquanto boa parte nem sequer a consideram. em 1973, Peter Drucker observou que: “A finalidade e a missão da empresa são tão raramente consideradas, que talvez essa seja a principal causa da frustração e fracasso das empresas” Não que eu esteja comparando uma empresa a uma loja, mas se formos fazer uma avaliação, temos uma semelhança sim.

O Venerável Mestre tem uma tarefa árdua, pois tem a responsabilidade de agregar valores entre os Irmãos com o objetivo de harmonizar, pois se usares

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da arrogância e do autoritarismo indisposto aos nossos preceitos maçônicos, poderá desfortalecer as colunas de uma loja, bem como a frustração entre os Irmãos.

A maçonaria é uma das faculdades, uma instituição que nos ensina a teoria e a pratica ao mesmo tempo. Em maçonaria aprendemos a refletir e tirar nossas próprias conclusões, portanto, existem em maçonaria lideres? Para reforçar, Venerável Mestre é aquele que se encontra como e não o que se acha como. Venerável Mestre não nasce pronto, mas se prepara, lapida, tem opiniões próprias, analisa a dos outros, não se impõem pela força do poder, mas pelas idéias e princípios éticos. Valoriza seus Irmãos e avança com objetivo certo.

As incumbências exigidas por um Venerável Mestre, pois terá que ter uma flexibilidade, onde irá tratar com seres humanos e com homens livres e de bons costumes e de cultura diversas, e terás uma visão diferente de antes ser Venerável Mestre.

Em nossos ensinamentos, o Venerável Mestre tem a prerrogativa do seu cargo de presidir e orientar as sessões, pelo Primeiro Vigilante, que conduz os trabalhos e trata da organização e disciplina em geral e pelo Segundo Vigilante, que adestra os aprendizes. O Orador, que sumariza os trabalhos e reúne as conclusões é coadjuvado pelo Secretário, que redige as atas e trata da sua conservação e é responsável pelas relações administrativas entre a loja e a obediência e junto com o Veneravel Mestre encontram-se a Oriente conjuntamente com o Venerável Mestre. O Mestre de Cerimônias, que introduz os irmãos na loja e conduz aos seus lugares os visitantes, e ajuda o Experto nas cerimônias de iniciação, o Tesoureiro, que recebe as quotizações e outros fundos da loja e vela pela sua organização financeira e por fim o Guarda do Templo (que alguns Ritos e lojas é só externo noutros é externo e interno e ainda noutros ambos são ocupados por irmãos diferentes) e que vela pela entrada do Templo

são outros oficiais igualmente importantes. Os cargos do Venerável Mestre ao Secretário são chamados as luzes da oficina.

Finalizando, na minha opinião não existem lideres maçônico e sim Irmãos que se destacaram e outros que estão para se destacar por seu empenho, seus trabalhos, dedicação e conhecimento, se destacaram porque quem tem o conhecimento tem o poder, e quem tem poder domina quem quem tem o conhecimento.

O importante é trabalharmos com o objetivo unico de levantar templos a virtude e cavar masmorras aos vícios e não esquecer jamais da triologia maçônica Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Liberdade que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.(Cécilia Meireles, em Romanceira da Inconfidencia)

Igualdade é a inexistência de diferenças entre dois ou mais elementos comparados, sejam objetos, indivíduos, idéias, conceitos ou quaisquer coisas que se comparem.

A fraternidade é um conceito filosófico profundamente ligado às idéias de Liberdade e Igualdade e com os quais forma o tripé que caracterizou grande parte do pensamento revolucionário francês. Vale lembrar que dos três, foi o único que não esteve no lema Iluminista, que era “Liberdade, Igualdade, Progresso”.

Agradeço a tolerância e atenção dos Irmãos em ter lido esse artigo, em maçonaria nenhum irmão é dono da verdade, mas temos que agir, escrever e falar com dignidade e responsabilidade. E esse texto é único e exclusivo, um ponto de vista meu e respeito a opinião de todos os meus irmãos ora contrario ao que está aqui exposto.

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